O Julgamento de Nuremberg constituiu numa série de tribunais
militares, realizado pelos Aliados depois da Segunda Guerra Mundial, conhecidos
pelos processos contra os proeminentes membros da liderança política militar e
econômica da Alemanha Nazista. Os julgamentos ocorreram na cidade de Nuremberg,
Alemanha, entre 20 de novembro de 1945 e 1.º de outubro de 1946. 
O termo jubiley (oficialmente Tribunal Militar Internacional
versus Hermann Göring et al.) aponta inicialmente para a abertura dos primeiros
processos contra os 24 principais criminosos de guerra da Segunda Guerra
Mundial, dirigentes do nazismo, ante o Tribunal Militar Internacional (TMI – ou
IMT, International Military Tribunal).
         Após estes julgamentos, foram realizados os Processos de
Guerra de Nuremberg, que também levam em conta os demais processos contra
médicos, juristas, pessoas importantes do governo entre outros, que aconteceram
perante o Tribunal Militar Americano e onde foram analisadas 117 acusações
contra os criminosos.
         O referido tribunal serviu de base para a criação do
Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda.
ESTATUTO DO JULGAMENTO
Em 8 de agosto de 1945, as quatro potências (EUA, URSS,
Grã-Bretanha e França) assinavam, em Londres, o acordo sobre o Tribunal Militar
Internacional e os estatutos pelos quais o tribunal deveria ser regido.
Estabelecia os direitos e obrigações de todos os que haviam de tomar parte no
mesmo, regulamentava a forma de proceder e fixava os fatos e princípios a que
tinham de se sujeitar os juízes. O artigo 24.º dos estatutos estabelecia: “O
procedimento deve ser o seguinte: a) Será lida a acusação; b) O tribunal
interrogará cada um dos acusados sobre se se considera culpado ou inocente; c)
O acusador exporá sua interpretação da acusação; d) O tribunal perguntará à
acusação e à defesa sobre as provas que desejem apresentar ao tribunal e
decidirá sobre a conveniência da sua apresentação; e) Serão ouvidas as
testemunhas de acusação. A seguir as testemunhas de defesa; f) O tribunal
poderá dirigir a todo momento perguntas às testemunhas ou acusados; g) A
acusação e a defesa interrogarão todas as testemunhas e acusados que apresentem
uma prova e estão autorizados a efetuar um contra interrogatório; h) A defesa
tomará a seguir a palavra; i) O acusado dirá a última palavra; j) O tribunal
anunciará a sentença...”
ACUSADOS E SUAS PENAS
         O Tribunal de Nuremberg decretou 12 condenações à morte, 3
prisões perpétuas, 2 condenações a 20 anos de prisão, uma a 15 e outra a 10
anos. Hans Fritzche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos
| 
NOME | 
CARGO | 
CONDENAÇÃO | 
| 
MARTIN
  BORMANN | 
Vice
  líder do Partido Nazi e secretário particular do Führer | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
KARL
  DÖNITZ | 
Presidente
  da Alemanha e comandante da Kriegsmarine | 
Dez
  anos de prisão | 
| 
HANS
  FRANK | 
Governador
  Geral da Polônia | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
WILHELM
  FRICK | 
Ministro
  do Interior, autorizou as Leis de Nuremberg | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
HANS
  FRITZSCHE | 
Ajudante
  de Joseph Goebbels no Ministério da Propaganda | 
Absolvido | 
| 
WALTHER
  FUNK | 
Ministro
  da Economia | 
Prisão
  Perpétua | 
| 
HERMANN
  GÖRING | 
Comandante
  da Luftwaffe, Presidente do Reichstag e Ministro da Prússia | 
Morte
  por enforcamento (suicidou-se antes de ser enforcado) | 
| 
Vice
  líder do Partido Nazi | ||
| 
ALFRED
  JODL | 
Chefe
  de Operações do OKW (Oberkommando Der Wehrmacht) | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
ERNEST
  KALTENBRUNNER | 
Chefe
  do RSHA e membro de maior escalão da Schutztaffel | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
WILHELM
  KEITEL | 
Chefe
  do OKW | 
Morte
  por enforcamento | 
| 
GUSTAV
  KRUPP | 
Industrial
  que usufruiu de trabalho escravo | 
Acusações
  canceladas por saúde debilitada | 
| 
Chefe
  do Corpo Alemão de Trabalho | 
Suicidou-se
  na prisão | |
| 
Ministro
  das Relações Exteriores, Protetor da Boêmia e Morávia | 
15
  anos de prisão | |
| 
Ministro
  e vice-chanceler | ||
| 
Comandante-chefe
  da Kriegsmarine | 
Prisão
  Perpétua (liberado na década de 50) | |
| 
Ministros
  das Relações Exteriores | ||
| 
Ideólogo
  do racismo e Ministro do Reich para os Territórios Ocupados do Leste | 
Morte
  por enforcamento | |
| 
Diretor
  do Programa de Trabalho Escravo | ||
| 
Presidente
  do Reichsbank | 
Absolvido | |
| 
20
  anos de prisão | ||
| 
Líder
  da anexação da Áustria e Gauleiter dos Países Baixos | 
Morte
  por enforcamento | |
| 
Líder
  Nazi, arquiteto do regime e Ministro de Armamentos | ||
| 
Chefe
  do periódico anti-semita Der stürmer | 
UM
TRIBUNAL DE EXCEÇÃO
Oito juízes, representantes dos quatro
países vencedores da guerra, compuseram a corte. O presidente do tribunal era
britânico, mas coube aos americanos o papel mais importante na preparação do
processo. Os países neutros não tiveram nenhuma participação. Juristas tem
levantado a questão das vilação dos direitos fundamentais com realização de um
tribunal ad hoc, um tribunal de exceção, sem a escolha de advogados pelos réus.
Segundo alguns doutrinadores do direito, um tribunal de exceção não poderia
punir com a pena capital, mas somente com prisão, entre outras  formas de responsabilização. Todavia, em
Nuremberg, os vencedores ditaram todas as regras e todo o funcionamento do
tribunal, mesmo em detrimento dos direitos fundamentais dos réus, como o
princípio do juízo natural (princípio que estabelece que deve haver regras
objetivas de competência jurisdicional, garantindo a independência e a
imparcialidade do órgão julgador) conhecidos dos ingleses desde a Magna Carta
de 1215.
         A aplicação da justiça dos vencedores
poderia igualmente explicar por que jamais foi cogitada a possibilidade de
julgamento dos responsáveis pela mortandade de civis em decorrência dos
inúmeros bombardeios aliados contra as cidades alemãs (Dresden, Colônia, Darmstadt,
Hamburgo, Stuttgart e Königsberg entre outras) ou do lançamento de bombas
atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
EXECUÇÃO
DAS SENTENÇAS
         Três cadafalsos foram instalados no
presídio de Nuremberg para a execução, na manhã de 16 de outubro de 1946, de dez
penas de morte contra representantes do regime nazista, por enforcamento,
usando-se o chamado método da queda padrão, em vez de queda longa.
Posteriormente, o exército dos EUA negou as acusações de que a queda fora curta
demais, fazendo com que o condenado moresse lentamente, por estrangulamento, em
vez de ter o pescoço quebrado (o que causa paralisia imediata, imobilização e
provável inconsciência instantânea). Na execução de Ribbentrop, o historiador
Giles MacDonogh registra que: “o carrasco trabalhou mal na execução, e a corda
estrangulou o ex-chanceler por 20 minutos antes que ele morresse”.
         Das 12 penas de morte, apenas 10 foram
executadas. Martin Bormann, o assessor mais próximo de Hitler em seu primeiro
quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à
morte. 
FILMOGRAFIA:
·        
Judgment at
Nuremberg – indicado ao Academy Awards de melhor filme em 1961.
·        
O Julgamento de
Nuremberg, filme de 2.000, com alec Baldwin.
 
















































 
 
 
 
 
 
 
 
