domingo, 27 de janeiro de 2013

PARA QUE ESTUDAR HISTÓRIA?






            Qual a importância da História na vida das pessoas? Pergunta capciosa, difícil de responder.

            Imagine que você está querendo namorar alguém e nada você sabe sobre ela. Não sabe onde mora, não sabe quem são seus pais, seus costumes, suas manias, você só sabe que está apaixonado por alguém.

            Você resolve chegar nessa pessoa e declarar seu amor desde a primeira vez que a avistou. Fala que a ama muito, que irá fazê-la feliz para sempre, que quer casar com ela, etc... etc... etc...

            Ela vira para você, e com muito jeito, lhe diz:

            - Olha, você é uma pessoa bonita, parece legal, mas minha opção sexual é outra, não tenho nada a ver com você, desculpe-me, mas não vai dar, procure outra pessoa.

            Uau, que pratada, hein?


            Bem, saber História, nada mais é do que pesquisar, analisar e contextualizar uma situação ou pessoa, em outras palavras se informar.

            É claro que a opção sexual é algo intimo de cada um, mas se você tivesse informado a respeito poderia se colocar diante da sua opção também e ver se topava ou não a parada.

            Para uma pessoa se informar existe variadas maneiras, por documentos, jornais, internet, bate-papo, entre outros.

            O historiador nada mais é do que um cara que busca informações no tempo e no espaço para descobrir aquilo que ele se propõe a conhecer, principalmente para escrever a respeito de tal assunto.

            Essas informações que a História nos fornece, pode tirar a gente de muitas enrascadas, pois você não vai cometer um erro que você já sabe que outro cometeu.

            Por exemplo: você não vai tirar notas baixa por que seu irmão levou uma bronca dos seus pais, logo você vai estudar a partir da atitude do seu irmão, você não vai precisar levar a bronca.


            Essa tal de história começou lá na Grécia com um tal de Heródoto, ele morava numa cidade chamada, vejam só, Halicarnasso! Ele devia ser muito curioso e queria saber tudo sobre uma guerra que aconteceu entre os persas e os gregos. Ele conversou com muita gente, procurou saber sobre mapas, relatos de soldados, procurou conhecer as armas utilizadas e escreveu um livro, adivinha o nome? É esse mesmo História.

            Olha só como ele começa seu livro:

“Ao escrever a sua História, Heródoto de Halicarnasso teve em mira evitar que os vestígios das ações praticadas pelos homens se apagassem com o tempo e que as grandes e maravilhosas explorações dos Gregos, assim como as dos bárbaros, permanecessem ignoradas; desejava ainda, sobretudo, expor os motivos que os levaram a fazer guerra uns aos outros”.


            Quem é curioso gosta de História, gosta de saber das coisas e sobre as coisas, pesquisa sobre tudo, e provavelmente gosta de ler.

            De certa maneira tudo e todos tem sua História. Algumas pessoas ou coisas mexem com mais vidas, outras menos. Sabendo-se o que aconteceu com uma determinada pessoa podemos escolher um caminho diferente da dela, ou não!


            A História é uma ciência, o que quer dizer isso? Que ela tem um objeto de estudo. Qual o objeto de estudo da História?

            Essa pode ser uma pergunta daquelas que tem múltiplas respostas:

  • Os seres humanos em relação ao tempo;
  • As sociedades humanas de diversas épocas;
  • A influência temporal na vida dos seres humanos, dos grupos humanos e da vivência do homem e das mulheres no Planeta Terra.

Clio, a musa da História



            O que podemos notar é que a ciência histórica está intimamente ligada a existência dos seres humanos.

            Para a História ser uma Ciência ela precisa também ter um método de estudo, ou seja, algumas regras, elementos e procedimentos básicos para que se possa pesquisar sobre a vida dos seres humanos e determinada época, e, para complicar não existe apenas uma metodologia, mas varias.

            E, por último, para ser uma Ciência a História que tem como objeto os seres humanos em relação ao tempo e a pesquisa histórica como método tem que ter comprovação, ou seja, através das diferentes tecnologias há necessidade que certas afirmações (teses ou hipóteses) sejam comprovadas como verdadeiras.


            Vamos exemplificar.

            Imagine que um Historiador (que é a pessoa, o profissional que estuda a História e aplica os seus métodos) faça a seguinte afirmação:


Tese ou hipótese: “Em Porto Feliz não houve a escravização do povo negro”.


Ante-tese – antítese – através do método de pesquisa histórica o Historiador vai procurar documentos antigos (como jornais, certidões de nascimentos, cartas, recibos de compra e venda) e encontra esta prova:


“Declaro que sou católico […] Declaro que sou natural desta cidade, filho de Domingos e Joana, já falecidos. Declaro que sou casado com Rosa de Arruda de cujo matrimônio não tivemos filhos algum, e não tendo por isso herdeiros necessários, instituo por minha única herdeira a dita minha mulher. Declaro que devo a minha comadre Cândida, escrava de Joaquim de Toledo, a quantia de 400 mil réis. Declaro que deixo liberto o meu escravo João com a condição dele pagar a dita minha comadre os 400 mil réis que lhe devo. Depois de efetuado o dito pagamento lhe será entregue a

carta de liberdade. Declaro que deixo à Irmandade de São Benedito a quantia de 16 mil réis, e igual quantia à Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte; e a mesma quantia para a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Declaro que quero que se me diga uma capela de missas por minha alma. Declaro que deixo a minha ferramenta de carpinteiro para o meu escravo João. Rogo queiram ser meus testamenteiros em primeiro lugar a minha mulher, em segundo o senhor Evaristo Rodrigues Leite, e em terceiro o senhor José Cardoso; e por essa forma dou por concluído este meu testamento que vai escrito e a meu rogo assinado por Maximiano José da Mota por eu não saber escrever. Porto Feliz, [19/04/1860].”

(Museu Republicano Convenção de Itu (MRCI). Pasta 343.)




            Este documento que é um testamento de um carpinteiro demonstra que a tese está errada, ou seja, que existiu escravismo e escravidão negra em Porto Feliz.

            A partir desta pesquisa o Historiador tem a seguinte conclusão ou síntese:

            Síntese – Em Porto Feliz existiu escravidão negra.


            Desta forma podemos dizer que a História é uma Ciência, pois possui OBJETO, MÉTODO E CONFIRMAÇÃO.



            Para terminar vou deixar aqui uma dica do por quê estudar História, basta você substituir a fala do ator (Robin Willians), onde ele diz poemas, e acrescentar História e você saberá que como a poesia por que a História é importante para a Humanidade.


“NÃO LEMOS E ESCREVEMOS POEMAS

PORQUE É BONITO

LEMOS E ESCREVEMOS POEMAS

PORQUE PERTENCEMOS A RAÇA HUMANA

E A RAÇA HUMANA ESTÁ CHEIA DE PAIXÃO,

POESIA, AMOR, LITERATURA, CARINHO

E A VIDA EXISTE PARA ISSO”

(extraído do filme Sociedade dos Poetas Mortos)

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