domingo, 2 de junho de 2013

REVOLTA SOCIAL DE CANUDOS: COM SUA ANALISE VOCABULAR, TEMÁTICA E AUTORAL/TEMPORAL/GEOGRÁFICA


UTOPIA DO SERTÃO

(Cláudio Maffei)


O ano de 1993 foi festejado com muita reverência no norte da Bahia, principalmente em Canudos, cuja fundação completou um século. Foi ali que floresceu a utopia criada pelo Bom Jesus – como o povo do sertão chamava Antônio Vicente Mendes Maciel -, conhecido pela História como Antônio Conselheiro.

Hoje, a Canudos (ex-Belo Monte) de Conselheiro repousa irrequieta sob o açude de Cocorobó, construído pelo governo militar em 1968, numa tentativa de apagar a memória da guerra e da ferrenha resistência do povo do sertão.

Escreve Edmundo Moniz, autor que bem retratou a verdadeira História de Canudos: “A primeira expedição contra Canudos foi comandada por um tenente; a segunda, por um major; a terceira por dois coronéis que perderam a vida; a quarta, por quatro generais, numerosos coronéis, majores, capitães e tenentes. A primeira expedição compunha-se de 100 soldados; a segunda, de 600; a terceira, de 1.200; a quarta de cerca de 10 mil, num exército de 20 mil”. Continua Moniz: “A primeira, a segunda e a terceira foram abatidas em combates de horas; a quarta durou quatro meses e, por várias vezes, esteve prestes a ser destroçada. Salvou-se graças ao grande reforço que recebeu quando se achava em perigo, o que representou, pode-se dizer, uma quinta expedição. Entre a preparação das expedições e as batalhas travadas, a campanha de Canudos durou de 4 de novembro de 1896 a 6 de outubro de 1897. Não se tratava de uma simples insurreição de sertanejos, e sim uma guerra civil.”

Como puderam os sertanejos vencer ou enfrentar metade do Exército brasileiro? O que Antônio Conselheiro tinha que fascinava os sertanejos? Por que o interesse em destruir Canudos?

Conselheiro nasceu em Quixeramobim, no Ceará. Seu pai era comerciante, sua mãe faleceu quando ele tinha seis anos e três irmãs menores. O pai se casou novamente e o pequeno Antônio sofreu muito com a madrasta autoritária e agressiva. De gênio quieto, aprendeu a ler e começou a ter aulas com o professor Manuel Antônio Ferreira Nobre, aprendendo, com afinco, matemática, geografia, francês e latim. Sua educação foi muito importante para seu futuro fascínio. Quando estava com 27 anos, Antônio Maciel perdeu o pai, assumindo a tutela das irmãs e dos negócios, cuja dívida deixada o levou à falência. Casou as três irmãs e mais tarde fez o mesmo, mas foi infeliz no casamento. Depois de muitas mudanças, empregando-se como advogado, professor, juiz, entre outros, em cidades do Ceará foi acometido de tremendo desgosto quando sua mulher, Brasilina, fugiu com um sargento.

A partir daí, Conselheiro tornou-se peregrino e passou a vestir-se como ficou conhecido: bata azul, cabelos e barbas longas, com um bordão na mão sempre a caminhar e pregar, construindo e reformando igrejas, capelas e cemitérios.

Em suas prédicas mostrava ser um grande intelectual, contrariando a historiografia conservadora que o chamava de demente e ignorante. Conhecia Santo Agostinho e a Utopia de Thomas More, Homero e Campanela, entre outras obras e autores, das quais provavelmente não tinham conhecimento os militares que o atacavam.

Após várias perseguições por parte das autoridades, tanto civis e militares quanto religiosas, já peregrinando pelo norte da Bahia e com um grande séqüito de seguidores, Conselheiro decidiu construir a Utopia. Sabia de antemão que não o deixariam em paz pelas suas pregações populares, antilatifúndio e antiinjustiças cometidas pela República que acabava de ser proclamada.

O ascetismo e a promessa de construção do Reino de Deus na terra fascinava o homem do sertão que vivia deserdado pela sociedade. Os que seguiam Conselheiro eram sertanejos pobres, jagunços estropiados, caboclos, negros ex-escravos, enfim, os sem-terra que sofriam humilhações e eram explorados pelos coronéis proprietários do latifúndio – até hoje o grande problema do Nordeste e do Brasil.

Em Belo Monte todos eram bem acolhidos todos eram irmãos, os que chegavam despojavam-se da ganância e quando tinham alguma coisa doavam para ser repartida pela sociedade. Uma cidade assim no Nordeste só poderia ser vista como um paraíso para os filhos do sertão. Logo o pequeno arraial passou a ser a segunda cidade da Bahia, com 30 mil habitantes, só atrás da capital, Salvador. Sua economia baseava-se principalmente na criação de cabras, cuja pele era exportada até para a Alemanha.

Exemplo único de justiça no sertão, Canudos incomodava a ordem político-religiosa estabelecida pela República. Assim como Cuba hoje, Canudos era, para as elites, um mal exemplo que poderia ser seguido e, por isso, tinha que ser destruído.

As autoridades religiosas invejavam Conselheiro (ele continuou respeitando a religião católica, seus dogmas e sua hierarquia, sem nunca se autoproclamar ou servir como sacerdote), que arrebanhava mais ovelhas que os pastores da Igreja.

As autoridades políticas, insufladas pelos latifundiários e envolvidas com os interesses dos militares no jogo da sucessão presidencial, viram em Canudos uma chance de realçar as atitudes heróicas do Exército, demonstrando superioridade sobre os Casacas – termo que o general Floriano Peixoto usava para designar os civis. Derrotar um bando de sertanejos “fanáticos” e mal armados seria uma oportunidade para destacar-se daí um líder em condições de assumir o poder.

O engano foi gigantesco. Canudos resistiu, desbancando vários chefes militares arrogantes, mostrando-se Conselheiro um estrategista militar que não tinha comparação com os melhores alunos da academia. A pretensa superioridade das forças da legalidade foi batida por uma estratégia superior: a guerra de guerrilhas na caatinga.

O total conhecimento do terreno e seu conseqüente aproveitamento, a utilização da superioridade tática em detrimento da superioridade estratégica possuída pelo Exército e seus canhões levaram Conselheiro a uma concepção de guerra que deixou estarrecidos os coronéis, majores e generais. A “fraqueza do governo” como gritavam os sertanejos aos soldados, demonstrou a importância da utilização da guerra psicológica. Canudos não se rendeu, foi esmagada pela superioridade técnica e quantitativa do Exército que a combateu.

A exemplar resistência do sertanejo, a viabilidade de uma sociedade justa, sem classes, em pleno sertão nordestino e a concretização da utopia conselheirista são a prova mais fiel da mentira que as elites colocam nas costas dos brasileiros:  a de que somos um povo pacífico e acomodado. A utopia de Canudos é a negação desta mentira e a afirmação da resistência popular do povo brasileiro, que sempre lutou e continuará a lutar por sua libertação.


Artigo publicado na revista Cadernos do Terceiro Mundo n.º 169 de Janeiro de 1994 pp. 21 e 22.



Análise do texto UTOPIA DO SERTÃO


I - Análise Vocabular:


  1. UTOPIA

u.to.pi.a

s. f. 1. O que está fora da realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá vir a sê-lo no futuro. 2. Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ideal. 3. Fantasia, quimera.


(Dicionário Houaiss) Utopia - s. f. 1. qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade. 2. p. ext. projeto de natureza irrealizável; idéia generosa, porém impraticável; quimera, fantasia.


u.tó.pi.co

adj. 1. Relativo a utopia. 2. Que encerra utopia; fantasioso, irrealizável.


  1. AÇUDE

a.çu.de

s. m. Construção destinada a represar águas pluviais com finalidade econômica.


  1. INSURREIÇÃO

in.sur.rei.ção

s. f. 1. Ato ou efeito de se insurgir; rebelião, revolta. 2. Oposição ou reação vigorosa.


  1. GUERRA CIVIL

Conflito travado entre cidadãos de um mesmo país; guerra intestina. (Dicionário Houaiss)


  1. LATIM

la.tim

s. m. 1. A língua do grupo indo-europeu, falada antigamente no Lácio e, pois, em Roma. 2. O estudo dessa língua. 3. Coisa de difícil compreensão. — L. vulgar: latim popular, base das línguas neolatinas modernas.


  1. BATA

ba.ta

s. f. 1. Ant. Roupão de homem. 2. Espécie de roupão com a frente abotoada até a cintura.


  1. BORDÃO

bor.dão

s. m. Pau grosso, de arrimo; bastão, cajado, cacete.


  1. PRÉDICAS

pré.di.ca

s. f. Pregação, sermão, predicação.


  1. HISTORIOGRAFIA

his.to.ri.o.gra.fi.a

s. f. 1. Arte de escrever a história. 2. Estudos críticos acerca da história ou dos historiadores.


  1. SÉQUITO

sé.qüi.to

s. m. Conjunto de pessoas que acompanha outra ou outras por cortesia ou por dever oficial; acompanhamento, comitiva, cortejo. Var.: séquito.


  1. ASCETISMO

as.ce.tis.mo

s. m. 1. Moral filosófica ou religiosa, baseada no desprezo do corpo e das sensações corporais, e que tende a assegurar, pelos sofrimentos físicos, o triunfo do espírito sobre os instintos e as paixões. 2. Profissão de vida ascética; ascese. Sin.: asceticismo.


  1. JAGUNÇOS

ja.gun.ço

s. m. 1. Cangaceiro, sertanejo aguerrido e valente. 2. Capanga, guarda-costas, valentão.


  1. ESTROPIADOS

es.tro.pi.a.do

adj. 1. Aleijado, mutilado. 2. Invalidado. 3. Diz-se do cavalo trôpego, com os cascos gastos por longa viagem. 4. Alterado, desfigurado.


  1. LATIFÚNDIO

la.ti.fún.dio

s. m. Propriedade rural de grande extensão, cuja maior parte aproveitável não é aplicada à cultura ou utilizada em exploração econômica.


  1. DOGMAS

dog.ma

s. m. 1. Ponto ou princípio de fé definido pela Igreja. 2. Fundamento de qualquer sistema ou doutrina. 3. O conjunto das doutrinas fundamentais do cristianismo.


  1. HIERARQUIA

hi.e.rar.qui.a

s. f. 1. Ordem, graduação, categoria existente numa corporação qualquer, nas forças armadas, nas classes sociais. 2. Rel. catól. Totalidade de clero e a sua graduação.


  1. TÁTICA

tá.ti.ca

s. f. 1. Arte de empregar as tropas no campo de batalha com ordem, rapidez e recíproca proteção, segundo as condições de suas armas e do terreno. 2. Maneira hábil de conduzir um negócio, uma empresa etc.


  1. ESTRATÉGIA

es.tra.té.gia

s. f. 1. Arte de conceber operações de guerra em planos de conjunto. 2. Ardil, manha, estratagema.



II - Análise Temática:

  1. GOVERNO MILITAR (DITADURA MILITAR)

Ditadura, modalidade de Governo que, invocando um suposto interesse público, identificado na realidade com interesses de um grupo, prescinde da vontade dos governados. É um poder exercido por uma pessoa ou um grupo à margem ou acima das leis, sem submissão à fiscalização ou controle.


Governo militar, administração de um território inimigo ocupado no qual impera a lei marcial. Por extensão, aplica-se também ao governo de um militar, ou grupo de militares, alcançado através de um golpe de estado.


Movimento militar de 1964, movimento deflagrado na noite de 31 de março de 1964, em Minas Gerais, sob o comando do general Olímpio Mourão Filho, contra o governo instituído do presidente João Goulart, que foi derrubado no dia seguinte. O movimento estendeu-se até 1985. Embora a abertura política tenha sido instaurada a partir de 1979, só em 1985 tomou posse um presidente civil, José Sarney, ainda eleito pelo Congresso Nacional de forma indireta. Apoiado por empresários, proprietários rurais e setores da classe média, o movimento reagiu principalmente às “reformas de base” propostas pelo governo com o apoio de partidos de esquerda, acusando o presidente de pretender estabelecer uma “república sindicalista”. O período caracteriza-se pelo autoritarismo, supressão de direitos constitucionais, perseguição policial e militar, e utilização da tortura para obter a confissão dos presos e seqüestrados que se opunham ao regime. A liberdade de expressão nos meios de comunicação foi suprimida mediante a adoção da censura prévia. Foi de extrema importância para os governos militares o papel desempenhado pelo Serviço Nacional de Informação (SNI), criado pelo general Golbery do Couto e Silva.

Chegando ao poder, os militares realizaram profunda alteração constitucional, promulgaram o Ato Institucional nº 1 — que cassou mandatos, suspendeu a imunidade parlamentar e direitos políticos — e promoveram a eleição, pelo Congresso Nacional, de um novo presidente, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou até 1967. Os partidos políticos foram abolidos e instalado o bipartidarismo.

No campo econômico foi definido um modelo baseado no binômio desenvolvimento/segurança. O planejamento centralizado contribuiu para a estatização da economia, desempenhando o Estado atividades de gerenciamento da produção. Como ocorreu em outros países, a crise mundial da década de 1970 agravou o problema econômico brasileiro, acentuando a concentração de renda e os problemas das populações mais pobres.

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  1. SANTO AGOSTINHO

Agostinho de Hipona, Santo (354-430), padre e um dos eminentes doutores da Igreja Católica ocidental. Filho de Santa Mônica, nasceu em Tagasta, Numídia (hoje Souk-Ahras, Argélia). Inspirado no tratado filosófico, Hortensius, de Cícero, converteu-se em ardoroso pesquisador da verdade e aderiu ao maniqueísmo. Em Milão, conheceu Santo Ambrósio que o converteu ao cristianismo.

Agostinho voltou ao norte da África, foi ordenado sacerdote e, mais tarde, consagrado bispo de Hipona. Combateu a heresia maniqueísta e participou de dois grandes conflitos religiosos: o donatismo e o pelagianismo. Nesta época, desenvolveu as doutrinas do pecado original, graça divina, soberania divina e predestinação. Os aspectos institucionais de suas doutrinas foram especialmente proveitosos para a Igreja Católica Apostólica Romana. Santo Agostinho sustenta que homens e mulheres foram salvos pela graça divina e defende o papel do livre-arbítrio em união com a graça.

Sua obra mais conhecida é a autobiografia Confissões, escrito, possivelmente, em 400. Em A Cidade de Deus (413-426) formulou uma filosofia teológica da história.


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  1. UTOPIA

Utopia, obra do político e pensador inglês canonizado como São Thomas More, publicada na cidade belga de Louvain, em 1516, com o título De optimo reipublicae statu de que nova insula Utopia. Na Inglaterra foi publicada em 1551. Escrita em latim, é um dos textos mais significativos do humanismo inglês, concebido como uma prosa satírica de caráter social e político. Thomas More não apenas criou uma nova palavra (utopia, “lugar que não existe”), como também inaugurou um gênero literário e filosófico baseado na planificação ideal de uma forma de governo perfeita, na qual se acrescentou posteriormente a acepção de “irrealizável” (utópica). Dividido em duas partes, dedica a primeira delas às críticas que um viajante faz da situação social e política da Inglaterra da época, enquanto a segunda descreve a organização de um Estado, situado na imaginária ilha de Utopia, onde as reformas necessárias para remediar os males descritos já foram realizadas. A Utopia de Thomas More é a denúncia dos comportamentos deplorados pelo autor, escrita com um fino toque de humor, com uma dramaticidade especialmente notável na composição dos diálogos. Sua invenção de uma república ideal, governada por meio da razão e sob a mais profunda tolerância religiosa, obteve uma importante e imediata ressonância no âmbito do humanismo renascentista, tanto em seu próprio país, como no resto da Europa.


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  1. THOMAS MORE

More, Thomas (1478-1535), político e escritor inglês, conhecido por sua postura religiosa contrária à do rei Henrique VIII, o que lhe custou a vida.

Em 1518, chegou a ser membro do Conselho Privado do rei, que o transformou em um de seus favoritos. Entretanto, sua sorte mudou quando não apoiou a petição de Henrique VIII para divorciar-se de Catarina de Aragão. As convicções religiosas de More fizeram que se negasse a concordar com qualquer tipo de desafio à autoridade papal e, diante disso, se retirou da vida pública. Mas, Henrique VIII o mandou prender em 1534, sendo julgado no ano seguinte. More reafirmou que o Parlamento não tinha o direito de usurpar a autoridade papal em favor do rei. Foi condenado e decapitado em 1535. Em 1935, foi canonizado pela Igreja Católica. É o autor de Utopia (1516).


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  1. HOMERO

Homero, nome tradicionalmente atribuído ao famoso autor da Ilíada e da Odisséia, as duas grandes epopéias da Antigüidade na Grécia.

A Ilíada situa-se no último ano da guerra de Tróia e narra a história do herói grego Aquiles e a derrota de Heitor, filho do rei Príamo

A Odisséia narra a viagem de retorno do herói grego Odisseu até sua ilha natal, Ítaca, os diversos perigos que enfrentou e sua vingança sangrenta contra os pretendentes de sua esposa Penélope.

Homero é, sem dúvida, o pai de toda literatura grega posterior. O teatro, a historiografia e, inclusive, a filosofia levam a marca dos temas cômicos e trágicos cantados nessas epopéias.


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  1. CAMPANELA

Campanella, Tommaso (1568-1639), filósofo italiano. Educado na ordem dos predicadores dominicanos, foi perseguido por suas idéias. Passou 27 anos no cárcere, onde escreveu A cidade do Sol (1623), no qual descreve uma sociedade ideal que reflete o modelo de A República de Platão.


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  1. CUBA

Cuba,  maior ilha das Antilhas, situada ao sul da Flórida e a leste da península de Yucatán. Junto com várias pequenas ilhas adjacentes forma a República de Cuba. A leste, está separada da ilha Hispaniola pela Passagem de Barlovento, uma rota que une o oceano Atlântico ao mar do Caribe. Os Estados Unidos mantêm uma base naval na baía de Guantánamo. Havana é a capital. Com a ilha da Juventude (antes ilha de Pinos) e outras ilhas menores, tem 114.524 km² de superfície


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  1. FLORIANO PEIXOTO

Peixoto, Floriano (1842-1895), militar e político brasileiro, nasceu em Ipióca, Alagoas, e faleceu no Rio de Janeiro.

Atuou com destaque na Guerra do Paraguai, realizando toda a sua carreira militar durante o império, sem atuação política.

Com a queda da monarquia tornou-se vice-presidente do marechal Deodoro da Fonseca, a quem sucedeu quando este renunciou, após uma tentativa de golpe de Estado.

Presidente de 1891 a 1894, enfrentou a Revolta da Armada, em que parte da marinha sublevou-se contra o governo, e a Revolução Federalista no sul do país.

Figura controvertida e carismática, não conseguiu pacificar o país, o que realizou seu sucessor Prudente de Morais, em 1895.

Sua liderança estava identificada com um nacionalismo exacerbado, o chamado “jacobinismo florianista”.


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  1. GUERRA DE GUERRILHAS

Guerrilha, forma de confronto bélico baseada em ações dispersas, orientadas para debilitar e desarticular o inimigo. Requer um forte apoio popular, já que sua estratégia de luta se fundamenta na ajuda e na proteção da população civil. É uma forma de luta freqüentemente utilizada nas guerras de independência americanas e depois da II Guerra Mundial na América Latina, África e Ásia para enfrentar inimigos estrangeiros ou nacionais.


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  1. CAATINGA

Caatinga, nome comum que recebe no nordeste do Brasil um tipo de mata baixa, pouco desenvolvida, formada por arbustos espinhosos e árvores de folhas frágeis, que também se encontra no sul da África, Austrália e Índia. O clima é de tipo tropical semi-árido, com um período de seca seguido por chuvas irregulares, o que provoca que a vegetação perca suas folhas durante a estação seca. A paisagem da caatinga varia desde as zonas mais arborizadas até áreas mais abertas, com árvores e arbustos muito esparsos. Entre as plantas deste tipo de formação se pode encontrar a árvore barril (Chorizia ventricosa), com seu tronco volumoso, algumas cactáceas como Cereus squamosus, ou bromeliáceas como a Bromelia laciniosa. Entre os mamíferos deve-se mencionar o mocó ou moco (Kerodon rupestris), roedor endêmico do nordeste do Brasil; o sagui (Callithrix jacchus) e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus). Um exemplo de ave característica desta zona é a arara azul de Lear (Anodorhynchus leari), da qual, entretanto, restam menos de cem indivíduos na natureza. Ver também Sertão e Campos abertos.


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  1. GUERRA PSICOLÓGICA

Uso de propaganda, ameaças e outras estratégias psicológicas (através da mídia, agentes secretos etc.) a fim de enfraquecer o espírito de luta de uma população ou de um exército inimigo.


  1. CLASSES (SOCIAIS)

Classe social, em sociologia, termo que indica uma camada social numa sociedade e seu status correspondente. O princípio da organização é diferente do adotado nas sociedades de castas e discorda da ideologia igualitária associada à cidadania nos estados de direito. A classe social é regida fundamentalmente por uma estrutura do tipo econômico.

Karl Marx é considerado o criador deste conceito. Segundo Marx, os indivíduos numa sociedade civil lutam pela propriedade dos meios de produção (os recursos para extrair produtos da natureza), conflito que divide a sociedade em duas classes antagônicas, a burguesia e o proletariado.

As idéias de Marx e o desenvolvimento da sociedade industrial modificaram a terminologia com respeito às classes sociais, ao incluírem a noção de burguesia e proletariado. Antes, o conceito só era aplicado a aristocratas, comerciantes e grupos inferiores. Atualmente, com o desenvolvimento da sociedade pós-industrial, os pensadores debatem se o conceito de classe social continua tendo validade e se a visão marxista da história chegou ao fim.


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III - Análise Autoral - Temporal - Geográfica:


·        NOME DO TEXTO

Utopia do Sertão.

·        AUTOR DO TEXTO

Cláudio Maffei

·        OBRA DA QUAL FOI EXTRAÍDA

Revista Cadernos do Terceiro Mundo n.º 169 de Janeiro de 1994 pp. 21 e 22.

·        ANO DA OBRA

1994

·        ASSUNTO DO TEXTO:

Guerra de Canudos

·        ANO QUE TRATA O TEXTO:

De 1893 a 1897.

·        LOCAIS:

Arraial de Canudos, as margens do Rio Vaza Barris, norte da Bahia.

·        DEFINIÇÃO:
            Movimento Messiânico ocorrido no sertão baiano que tinha como líder o peregrino Antônio Conselheiro que fundou o arraial de Canudos que chegou a ter uma população de 30 mil habitantes e que foi tremendamente reprimida pelo exército brasileiro.        

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