sábado, 15 de abril de 2017

HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA - GEOGRAFIA E POVOAMENTO - PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO


Podemos dividir a História da Grécia nos seguintes períodos: Pré-Homérico (séc. XX a XII a.C.), Homérico (séc. XII a VIII a.C.), Arcaico (séc. VIII a VI a.C.) e Clássico (séc. V e IV a.C.).

O Meio Ambiente e a Localização da Grécia
A Grécia Antiga começava no sul do Monte Olimpo na parte meridional da Europa conhecida como Bálcãs. O território grego é cortado ao meio pelo Golfo de Corinto, ao Norte deste golfo fica a Grécia Continental; ao sul a Grécia Peninsular. A forma do território grego se assemelha a uma mão aberta no Mar Mediterrâneo. Existindo ainda uma terceira parte: a Grécia Insular, formada pelas ilhas numerosas espalhadas pelo Mar Egeu.



O relevo da Grécia Continental apresenta numerosas cadeias montanhosas e nos seus meandros existem planícies férteis que isoladas territorialmente serviram para criar Estados locais onde a comunicação interna era muito difícil.
A Grécia Peninsular apresenta um litoral intensamente recortado, com golfos e baías que penetram profundamente no território tornando a navegação entre os diversos pontos da costa facilitada.
Na Grécia Insular, as numerosas ilhas espalhadas pelo Mar Egeu também facilitava consideravelmente a comunicação com o exterior. As ilhas do Egeu eram pontos de apoio que permitiam a navegação com terra sempre à vista. Como as técnicas navais eram ainda precárias essa possibilidade era fundamental pois o marinheiros não se aventuravam à navegação em mar aberto procurando manter a navegação de cabotagem.
Essa condições geográficas foram determinantes para entendermos algumas das características gregas como facilidade de se integrarem com o exterior, importância do comércio e da navegação e a fundação de colônias na Ásia Menor e na península Itálica.


Povoamento da Grécia Antiga – o Período Pré-Homérico



                Os habitantes da Hélade, os helenos, que era como os gregos se autodenominavam, são de origem indo-europeia. Os indo-europeus também chamados arianos, começaram a chegar no território grego por volta do ano 2.000 a.C.
                O primeiro grupo indo-europeu a chegar foi o dos AQUEUS. Vinham com seus rebanhos em busca de melhores pastagens e foram ocupando as melhores terras que encontraram, e tornaram-se sedentários. Nesse processo de ocupação assimilaram povos mais antigos existentes na Grécia, como os Pelágios ou Pelasgos, de origem desconhecida.
                Aos poucos, os AQUEUS formaram alguns núcleos urbanos: Micenas, Tirinto e Argos, sendo destes o mais importante o núcleo de Micenas. Os habitantes desta cidade entraram em contato com a Ilha de Creta. Nesta ilha existia uma civilização bastante avançada. Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a civilização CRETO-MICÊNICA, fruto da integração das duas culturas.
                Por volta de 1700 a.C., os núcleos indo-europeus na Grécia foram sensivelmente fortalecidos com a chegada de dois novos grupos arianos: os JÔNIOS e os EÓLIOS. Esses povos realizaram uma integração pacífica com os habitantes que encontraram na península Balcânica. A essa altura a civilização creto-micênica estava atingindo o máximo de seu esplendor.
                Os CRETENSES tinham muito a ensinar aos AQUEUS: técnicas agrícolas, navais, valores religiosos, etc. Eles dominavam todo o Mar Egeu. Mas os AQUEUS aprenderam tão bem que superaram seus mestres e acabaram destruindo a civilização cretense: por volta de 1400 a.C., os gregos tomaram Cnossos, a principal cidade de Creta.



                A destruição da supremacia cretense permitiu aos AQUEUS estender as suas atividades comerciais e de pirataria até as costas da Ásia Menor, na rota do peixe seco e do trigo, na entrada do Mar Negro (Ponto Euxino).
                Durante uma dessas viagens, nos inícios do século XII a.C., os gregos destruíram a cidade de Tróia (Ilion, em grego), que ocupava uma posição estratégica nos estreitos, entre o Mar Egeu e o Mar Negro. Isso deu aos gregos o controle do tráfico marítimo na região.
                A civilização micênica estava atravessando um momento importante: expandia em direção à Ásia. Mas iniciou-se uma nova invasão na península grega, chegavam os DÓRIOS, último grupo de povos indo-europeus a penetrar no território heleno. Mais aguerridos, ainda nômades, conhecedores de armas de ferro, os DÓRIOS arrasaram as cidades gregas. Micenas ficou em ruínas.
                A população das cidades micênicas fugiu e se espalhou, muitos se retirando para lugares afastados, protegidos dos DÓRIOS, no interior do território, outros fugiram para o exterior: numerosas colônias foram fundadas pelos gregos surgindo assim nas costas da Ásia Menor e em outros lugares do Mar Mediterrâneo uma continuação da civilização micênica.
                Esse processo de dispersão recebeu o nome de DIÁSPORA e esta foi a primeira diáspora grega.
                Com a chegada dos DÓRIOS, começou um novo período na história da Grécia: a vida urbana desapareceu, a população regrediu para uma vida mais primitiva, voltando a se organizar em pequenas comunidades, cuja célula básica era a grande família ou o GENOS.
               




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