domingo, 30 de abril de 2017

UM DIA DE LUTA E NÃO UM FERIADO!

HISTÓRIA DO 1.º DE MAIO

A luta pela redução da jornada de trabalho


 A LUTA PELAS 8 HORAS



            Esta era a principal reivindicação da classe trabalhadora. No século passado, as condições de trabalho nos Estados Unidos não eram diferentes do restante do mundo. Jornadas estafantes, com mais de 14 horas, de segunda a sábado. A brutal exploração valia para homens, mulheres e crianças.

            No 1.º de maio de 1886, cerca de 400 mil trabalhadores começam a abandonar as fábricas, na luta pela conquista da jornada das 8 horas, Em Chicago, centro do capitalismo americano, o dia começa silencioso e nervoso. Alguns dias antes, o jornal “Chicago Times”, representante da burguesia local, publicava o seguinte:
            “A prisão e o trabalho forçado São a única solução possível para a questão social. É necessário que esses meios sejam mais usados.”
            “O único jeito de curar os trabalhadores do orgulho é reduzi-los a máquinas humanas, e o melhor alimento que os grevistas podem ter é o chumbo.”


            Os trabalhadores não se intimidaram. Uma passeata de milhares de operários, com suas famílias, surge numa das principais avenidas da cidade. Era um sábado,  1.º de maio. Na segunda- feira, a greve continua.


            No dia 3, os grevistas dirigiram-se à fábrica MacCormick, única que não estava parada, pois havia demitido cerca de 1.200 trabalhadores e substituído por fura-greves. Quando a passeata lá chegou, a polícia disparou, apesar das mulheres e crianças, provocando seis mortos, 50 feridos e centenas de presos.


            Ainda mais indignados, os trabalhadores convocaram um protesto para o dia 5 de maio, na Praça Haymarket. Perto de 15 mil pessoas assistiam ao ato, de forma pacífica quando cerca de 180 policiais armados avançaram sobre os manifestantes, espancando-os, inclusive as crianças. Nesse momento, sem que se soubesse de onde, explodiu uma bomba no meio dos policiais, provocando a morte de oito deles. Chegam mais reforços, atirando, numa brutal e sangrenta repressão. Morreram cerca de oitenta trabalhadores e centenas foram feridos (nunca se contaram com exatidão os trabalhadores mortos porque foram enterrados às escondidas).
            “Centenas de pessoas de todas as idades caem. O sangue ensopa as pedras das ruas. Os gritos dos feridos cobrem o suspiro dos moribundos. Em poucos minutos, tudo termina.”



O JULGAMENTO
            O terror policial se espalha. Foram presos os líderes August Spies, Adolf Fischer, Louis Lingg, Albert Parsons, George Engel, Michael Schwab, Oscar Neebe e Samuel Fielden.
            Spies, Parsons e Fielden tinham sido oradores no ato de protesto. Eles são responsabilizados pelos acontecimentos e levados a um julgamento de cartas marcadas. Disse um dos jurados: “que sejam enforcados. São homens demais desenvolvidos, demais inteligentes, demais perigosos para os nossos privilégios.”


            Em 9 de outubro de 1886, a sentença é lida: Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies são condenados à morte. Fielden e Schwab, à prisão perpétua e Neebe, a 15 anos. No dia 11 de novembro de 1887,  quatro são enforcados enquanto a tropa procurava conter a multidão nas ruas. Na antevéspera, Lingg suicidou- se, numa última tentativa de salvar a vida dos companheiros. Seis anos depois, o governador de Illinois, onde fica Chicago, anula a sentença. Liberta os três sobreviventes, acusando de infâmia o juiz, os jurados e as falsas testemunhas.

Os Mártires de Chicago

August Spies
Nasceu na Alemanha, chegou aos EUA em 1872. Tipógrafo.

Luís Lingg
Nasceu na Alemanha. Carpinteiro

George Engel
Nasceu na Alemanha. Tipógrafo. Foi para os EUA em 1873

Oscar Neebe
Nasceu nos EUA, de pais alemães. Trabalhou em diferentes ofícios. Sua companheira morreu ao saber da condenação.

Adolf Ficher
Nasceu na Alemanha, foi para os EUA aos 10 anos. Tipógrafo, fundou um jornal operário.

Albert Parsons
Nasceu nos EUA e foi editor do jornal El Espectador.

Michael Schwab
Nasceu na Alemanha, encadernador. Emigrou para os EUA em 1879.

Samuel Fielden
Nasceu na Inglaterra. Trabalhou em vários ofícios diferentes.
Os Mártires de Chicago

August Spies
Nasceu na Alemanha, chegou aos EUA em 1872. Tipógrafo.

Luís Lingg
Nasceu na Alemanha. Carpinteiro

George Engel
Nasceu na Alemanha. Tipógrafo. Foi para os EUA em 1873

Oscar Neebe
Nasceu nos EUA, de pais alemães. Trabalhou em diferentes ofícios. Sua companheira morreu ao saber da condenação.

Adolf Ficher
Nasceu na Alemanha, foi para os EUA aos 10 anos. Tipógrafo, fundou um jornal operário.

Albert Parsons
Nasceu nos EUA e foi editor do jornal El Espectador.

Michael Schwab
Nasceu na Alemanha, encadernador. Emigrou para os EUA em 1879.

Samuel Fielden
Nasceu na Inglaterra. Trabalhou em vários ofícios diferentes.





(fontes: Revista Inquietação/Portugal e texto baseado no livro 1.º de Maio – Cem anos de luta, de José Luiz Del Roi, organizado pelo Centro de Memória sindical)  por sua vez retiramos este texto da FOLHA METALÚRGICA, n.º 190 de 10/04/2000 – SALTO/SP.


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