quinta-feira, 12 de julho de 2018

CANDOMBLÉ



         Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil. Também é possível encontrar o chamado povo santo em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, França, Portugal e Espanha.



         Dentre as nações africanas praticantes do animismo, cada uma tinha, como base, o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravizados, onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo, também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.


         A religião tem por base a anima (alma) da natureza, portanto, chamada de anímica. Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com sua religiões, seus orixás – nkisis – voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando seus credos em terras brasileiras. Foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para a sobrevivência das mesmas.


         “O surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII” [1]. Considera-se difícil para “qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à pratica permitida, ou sub-reptícia de rituais africanos” [2]. O documento mais remoto que podemos encontrar seria de Dom Frei Antônio de Guadalupe, bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos “Mandamentos ou Capítulos da visita”.


         Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela Igreja Católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamento recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador/BA existem 2230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelos Centro de Estudos Afro-orientais da UFBA.


         Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas – até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-brasileiras – participam em rituais de candomblé, regularmente ou ocasionalmente, mesmo tendo uma outra religião.



         Os orixás do candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro, embora haja discordância, quando não se trata o candomblé como religião.

         O candomblé não deve ser confundido com umbanda [ver a postagem no blog do maffei sobre as diferenças do candomblé com a ubanda], e/ou omoloko e outras religiões afro-brasileiras com similar origem e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o vodoo haitiano, a santería cubana, e o obeah, em Trinidade e Tobago, os shango (similar ao tchamba africano, xambá e ao xangô de Pernambuco) o ourisha de origem ioruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.

ETIMOLOGIA
         O termo “candomblé” é uma junção do termo quimbundo “candombe” (dança com atabaques) com o termo ioruba “ilé” ou “ilê” (casa): significa, portanto, “casa da dança com atabaques”.



NAÇÕES

         Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, como os yorubá, os ewe, os fon, os bantus. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas “divisões” ou “nações”, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.
         A lista abaixo é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
                            ʘ Nagô ou Yorubá:
·        Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados – Língua Yorubá (Iorubá ou Nago em português);
·        Efon na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo;
·        Ijexá principalmente na Bahia, mas cultuado também em outros estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul;
·        Xangô de Pernambuco ou Nagô Egbá em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo;
·        Mina-nagô ou tambor de mina no Maranhão;
·        Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto);

ʘ Banta, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul) mistura de línguas bantas, quicongo e quimbundo:
·        Candomblé de caboclo (entidades nativas indígenas);

ʘ Jeje: a palavra “jeje” vem do ioruba adjeje, que significa “estrangeiro, forasteiro”. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Daomé e pelos povos mahis ou mahins. “Jeje” era o nome dado de forma pejorativa pelos iorubas para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahis eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou povos Savalu do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de “Savé”, que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomey ficava no oeste, enquanto os axântis eram a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos jejes (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo):
·        Jeje Mina, de língua mina de São Luís (Maranhão);
·        Babaçuê, Belém do Pará.




CRENÇAS


         O candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o deus único para a nação Ketu é Olorum, para a nação Bantu é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.
         Os orixás, nkisis e voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, além de cantos, danças, roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia a dia dos membros do terreiro, mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes é confundido com Deus cristão.
                   ¥ Os orixás da mitologia Ioruba foram criados por um deus supremo, Olorun dos Yoruba;


                   ¥ Os voduns da mitologia Fon foram criados por Mawu o deus supremo dos Fon;


                   ¥ Os nkisis da mitologia Banta, foram criando por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador;


                   ¥ os orixás são: exú, ogum, odé, ossain, oxumaré, omulu (ou obaluaê), nãnã, yemanja, oxum, xangô, iansã obá, ewa, oxalá guian e lufan.

         O candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta centenas de deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm “qualidades” que podem ser cultuadas como um diferente orixá – nkisis – vodun em um outro terreiro. Então, a lista de divindades [2] das diferentes nações é grande, e muitos orixás do queto podem ser “identificados” com os voduns do jeje e nkisis dos bantos em suas características, mas na realidade não são os mesmos, pois seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.


         Os orixás têm personalidades individuais, quanto as suas habilidades e rituais e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do xintoísmo japonês) [ver no blog do maffei sobre XINTOÍSMO]. Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários “patronos” orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são “incorporados” por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também são incorporados.

Mãe Menininha do Cantois e Jorge Amado

         Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixá falecidos possam materializar-se em roupas específicas, são chamados babá Egun ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por homens no Culto aos Egungun, os espíritos das iylorixás falecidas são cultuados coletivamente Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé que também se cultuam os eguns em casas separadas dos orixás.



         Acreditam que algumas crianças nascem com predestinação de morrer cedo são os chamados abikus (nascido para morrer) que podem ser de dois tipos, os que morrem logo ao nascer ou ainda criança e os que morrem antes dos pais em datas comemorativas, como aniversário, casamento, e outras.


SINCRETISMO



         No tempo das senzalas, os negros, para poderem cultuar seus orixás, nkisis e voduns usaram, como camuflagem, um altar com imagens de santos católicos e, por baixo, os assentamentos escondidos. Segundo alguns pesquisadores, esse sincretismo já havia começado na África, induzido pelos próprios missionários cristãos para facilitar a conversão.


         Depois da libertação dos escravos, começaram a surgir as primeiras casas de candomblé e é de fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades de caboclos que eram consideradas pagãs como os orixás.

         Mesmo usando imagens e crucifixos, inspiraram perseguições por autoridades e pela Igreja Católica, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria.
         Nos últimos anos tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé “mais puro” baseado exclusivamente nos elementos africanos.

TEMPLOS
ILÊ AXÉ OPÓ AFONJA



         Os templos de candomblé são chamados de casas, roças ou terreiros. As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista: Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguíneos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.
         Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma sociedade civil ou beneficente. A lei federal 6.292, de 15 de dezembro de 1975 protege os terreiros de candomblé no Brasil contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são responsáveis pelo tombamento das casas.


         A progressão na hierarquia nos candomblés é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma iyalorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto, a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz, frequentemente ao rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas no Brasil que viram seu 100.º aniversário.



HIERARQUIA
         No Brasil, existe uma divisão nos cultos: ifá, egungun, orixá, vodun e nkisi são separados por tido de iniciação ao sacerdócio:

                   ¥ No culto de ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo um culto patriarcal conduzido pelos babalaôs;

                   ¥ No culto aos egunguns participam tanto homens quanto mulheres, sendo o culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzidos pelos Ojé;
                   ¥ No candomblé queto, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (babalorixá) quanto por mulheres (iyalorixás), entram em transe com o orixá;
                   ¥ No candomblé jeje, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres vodunsins que entram em transe com o vodun;
                   ¥ No candomblé banto, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres iniciadas muzenzas: entram em transe com o nkisis.

Exu



Significado
Esfera
Dia da semana
Segunda-feira
Cores
Vermelho (ativo) e preto (absorção de conhecimento)
Saudação
Laroiê (Salve Exu)
Instrumento
Sete ferros presos numa mesma base, voltados para cima

 

 

Ogum



Significado
Guerra (gun)
Dia da semana
Terça-feira
Cor
Azul escuro (cor do metal quando aquecido na forja)
Saudação
Ogunhê, Olá, Ogum
Instrumento
Espada de ferro

 

Oxóssi



Significado
Caçador noturno (oxó, caçador; ossi, noturno)
Dia da semana
Quinta-feira
Cor
Azul turquesa (cor do céu no início do dia)
Saudação
O Kiarô! ("okaaro" significa bom dia, na língua iorubá)
Instrumento
Ofá (arco e flecha)

 

 

Xangô




Significado
Aquele que se destaca pela força
Dia da semana
Quarta-feira
Cores
Vermelho (ativo), branco (paz), marrom (a terra)
Saudação
Kaô Kabiesilê; venham ver nascer sobre o chão
Instrumento
Oxé (machado de pedra de lâmina dupla) (Oyá)

 

 

Iansã



Significado
Nove (ela teve nove filhos)
Dia da semana
Quarta-feira (ou segunda-feira)
Cores
Vermelho (ativo e fogo) ou marrom (a terra)
Saudação
E Parrei! - Olá! Jovial e alegre ou Que bela espada!
Instrumento
Iruexim (cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo)

 

 

Oxum




Significado
Rio que passa por Oxogbo, cidade nigeriana
Dia da semana
Sábado
Cor
Dourada (amarela)
Saudação
Ora ieiê ô!; brincar nas águas
Instrumento
Abebê (espelho)

 

 

Obá




Significado
Rainha
Dia da semana
Quarta-feira
Cor
Vermelha
Saudação
Obá xirê! - rainha poderosa, forte
Instrumento
Adaga

 

 

Logum



Significado
Príncipe aclamado (Odé, relação com Ogum e Edé, ligação com Oxóssi)
​Dia da semana
Quinta-feira
Cores
Azul-turquesa e amarelo (dourado)
Saudação
Lóci, lóci, Logum! Grita seu brado de guerra, príncipe guerreiro!
Instrumento
Ofá (arco e flecha) e abebê (espelho)

 

Nanã




Significado
Originariamente néné/nana/nanã
Dia da semana
Terça-feira
Cores
Lilás ou branco rajado de azul
Saudação
Saluba Nanã! - Salve, dona do pote da Terra!
Instrumento
Ibiri (espécie de bengala)

 

 

Obaluaê




Significado
Rei, senhor da terra
Dia da semana
Segunda-feira
Cores
Branco (paz e cura), preto (conhecimento) e/ou vermelho (atividade)
Saudação
Atotô! Oto, Silêncio!
Instrumento
Xaxará (espécie de bastão mágico)

 

 

Ossaim



Significado
Luz divina
Dia da semana
Terça-feira (ou quinta-feira)
Cores
Verde (cura) e branca (paz)
Saudação
Eu, eu assa! - Oh, folhas!
Instrumento
Haste metálica de sete pontas, com um pombo no centro

 

 

Oxumaré



Significado
Aquele que se desloca com a chuva
Dia da semana
Terça-feira
Cores
Amarela (conhecimento) e verde (saúde)
Saudação
Arruboboí! - gbogbo, contínuo
Instrumento
Serpente de metal

 

 

Iemanjá



Significado
Iya, significa mãe; Omo, filho; e Eja, peixe
Dia da semana
Sábado
Cores
Branco e azul (cristal translúcido)
Saudação
O doiá! (odo, rio)
Instrumento
Abebê (espelho)

 

 

Oxalá



Significado
Luz branca (oxa, luz; e alá, branco)
Dia da semana
Sexta-feira
Cor
Branca
Saudação
Epa, Babá! - Salve, pai!
Instrumento
Paxorô (espécie de cajado)

 

 

Ibeji/Erês



Significado
Ib significa nascer; e eji, dois
Dia da semana
Domingo
Cores
Todas
Saudação
Beje eró! - Chamar os dois!
Instrumento
Não há



[1] Clarival do Prado Valladares – Revista Brasileira de Cultura – MEC e Conselho Federal de Cultura – ano I, Julho/Setembro 1999, p.37 – Artigo: A Iconografia Africana no Brasil.
[2] Ibdem.

 [2] Lista de Divindades:
Brasil: BA, RJ, SP
Brasil: BA, RJ, SP
Brasil: BA
Palo e Santeria
(Divindades)
Olodumare / Olorun
Olodumare / Olorum
Olodumare
Èsù/Elégbára
Ògún
Oggun
Ogoun Ferraille
Òsóò
Ochosi
Otin
Erinlè
Inle
Lógunède, Lógún Ede
Sàngó
Chango / Jebioso
Ogoun Shango
Obalúaiyé
Kaviungo, Kavungo /
Kafungê / Kingongo / Nsumbu
Babalu Aye / Sakpata Agroniga
Òsùmàrè
Ochumare
Aida Wedo / Damballah
Òsanyìn
Osain
Ossange
Oya-Yánsàn
Oya
Ogoun-Djamsan
Òsun
Ochun
Yemoja
Yemaya
Nàná Buruku, Bùkùú
Ananu
Nanan bouclou
O
Oba Nani
Yewa
Yewá, Euá, Ewá
Yewa
Asagbo
Ayao
Ìbejì
Los Ibeyis
Marassas
Iroko
Kitembo, Tempo
Irocco
Egúngún
Eggun
Òsàla
Ochanla
Òrìsà-nla/Òbàtálá
Obatala
Ogou-Batala
Òrúnmìlà-Ifá
Orula
Odùduà/Oduduwa
Oddua Aremu
Òrànmíyàn
Obañeñe
Olóòkun
Olokun
Olóssa
Òrìsàlufan
Òrìsàjiyán
Ochagriña
Òrìsà Oko
Oricha Oko
Papa Zaka
Asowuano
Agallu
        

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