sábado, 22 de setembro de 2018

ETIQUETA: UM POUCO DE HISTÓRIA E UMA DEFINIÇÃO





         Etiqueta vem do francês étiquette é o conjunto de regras cerimoniais que indicam a ordem de procedência e de usos a serem observados pela corte em eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de estados e/ou alta autoridades tais, como solenidades e datas oficiais; por extensão, são ainda as normas a serem observadas entre particulares, no trato entre si.

         Para Norbert Elias são normas de conduta que denotam boa educação, a partir da ideia de autocontrole como indicador de civilidade; essas mudanças de comportamento forma mesmo a base do Estado Nacional Moderno, a partir da instalação das monarquias absolutas. Segundo ele “o controle mais complexo e estável da conduta passou a ser cada vez mais instigado no indivíduo desde seus primeiros anos, como uma espécie de automatismo, uma autocompulsão à qual ele não poderia resistir, mesmo que desejasse” (...) “Nessa sociedade aquele que melhor conseguir moderar suas paixões é aquele que terá melhores vantagens, conseguirá e manterá favores”.
        
Estas regras passaram a ser escritas em manuais na Europa, a partir do século XVI, que retratavam formas de “bom-tom” ou de “polidez” no trato social. Era originalmente destinada às classes abastadas mas, com o advento das mídias de comunicação em massa no século XX e a ampliação da sociedade de consumo, passaram a se dirigir também às camadas inferiores da sociedade.
         


O primeiro filósofo a ocupar-se da etiqueta foi Erasmo de Roterdam que, em 1530 publicou De Civilitate Morum Puerilium (Da Civilidade dos Costumes das Crianças), sendo a primeira obra que se tem conhecimento sobre o assunto; ali Erasmo procura orientar a formação infantil, no que toca ao gestual, vestimentas, expressões faciais, dentre outras, para delimitar o comportamento e demonstrando as boas e más condutas; dá grande ênfase na etiqueta à mesa, onde verdadeiramente se reconhece que é ou não nobre.
         Um segundo manual surge em 1558, na Itália, de autoria de Giovanni dela Casa, intitulado Galateo, onde o autor descreve em narrativa um idoso a ensinar boas maneiras a um jovem. A etiqueta passara a ser o modulador do status quo, a distinguir o “civilizado” do “bruto” ou “bárbaro”.

        


Foi no reinado de Luís XIV de França, contudo, que proliferaram as “sociedades da corte”, e as normas de etiqueta ganharam grande divulgação e importância, ganhando a adesão da classe burguesa.

         No Brasil o uso e aprendizado da etiqueta parece haver ganhado impulso com a Vinda da Corte Real, em 1808; no final do século XIX e começo do seguinte é que finalmente obras variadas foram publicadas, e adotadas inclusive no ensino público.
        












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