segunda-feira, 26 de junho de 2017

O INCÊNDIO FLORESTAL DE PEDRÓGÃO GRANDE E OUTRAS CATÁSTROFES EM TERRAS LUSITANAS.


O incêndio florestal de Pedrógão Grande iniciado em 17 de junho de 2017 no concelho de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, em Portugal, tendo alastrado aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Ansião e Alvaiázere (também distrito de Leiria); ao concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco); ao concelho de Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) e ao concelho de Góis (Coimbra). O desastre é o maior incêndio florestal de Portugal, o mais mortífero da história do país e o 11.º mais mortífero a nível mundial desde 1900.


Um balanço provisório contabilizou 64 mortos (63 civis e 1 bombeiro voluntário — Gonçalo da Conceição Correia — de Castanheira de Pera) e 254 feridos (241 civis, 12 bombeiros e 1 militar da Guarda Nacional Republicana), dos quais 7 em estado grave (4 bombeiros, 2 civis e 1 criança). Entre as vítimas mortais, 47 foram encontradas nas estradas do concelho de Pedrógão Grande, tendo 30 morrido nos automóveis e 17 nas suas imediações durante a fuga ao incêndio. O incêndio também arrasou dezenas de propriedades.


Uma das possíveis causas apontadas pelas autoridades foi uma descarga elétrica seca que, conjugada com temperaturas muito elevadas (superiores a 40 graus Celsius) e vento muito intenso e variável, fez deflagrar e propagar rapidamente o fogo. No entanto, o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, afirmou categoricamente que este incêndio não teve origem em causas naturais já que, segundo a percepção de alguns habitantes de Pedrógão Grande, o fogo já estaria ativo duas horas antes da altura em que ocorreu a descarga elétrica seca nesta zona. A Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público está investigando as causas do incêndio.
Como resposta à catástrofe, o governo de Portugal decretou três dias de luto nacional, de 18 a 20 de junho de 2017, enquanto várias autoridades internacionais enviaram mensagens de solidariedade.
Em 2014 e 2015, Portugal registou relativamente poucos incêndios florestais. No ano de 2016, o país foi severamente atingido por eventos deste tipo, que consumiram mais de cem mil hectares apenas no seu continental.

Foto da Nasa sobre a Península Ibérica

Uma intensa onda de calor precedeu os incêndios de 2017, em Pedrógão Grande, com muitas áreas de Portugal registrando temperaturas acima de 40 °C. Durante a noite de 17–18 de junho, iniciaram-se um total de 156 incêndios em todo o país, particularmente nas áreas montanhosas a 200 km a nordeste de Lisboa. Os primeiros focos começaram na vila de Pedrógão Grande e espalharam-se rapidamente.
As descargas elétricas secas aconteceram antes do evento e inflamaram alguns incêndios. O diretor nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, afirmou que a Polícia, juntamente com a Guarda Nacional Republicana (GNR), descobriu a árvore que teria sido atingida por um raio, dando início ao fogo. Rodrigues também descartou que o incêndio tenha origem criminosa.
Mais da metade da região do Pinhal Interior Norte, que abrange Pedrógão Grande, estava ocupada por plantações de eucaliptos, cujo óleo é altamente inflamável, e de pinheiro-bravo, que possui as mesmas propriedades da planta citada anteriormente. O Jornal de Leiria escreveu: "a ajudar a violência do fogo pode ter estado a natureza do coberto vegetal da região, composto por mais de 90% de eucalipto, o baixo teor de humidade do dia de ontem e as altas temperaturas que, mesmo durante a noite, ainda se mantêm.
No dia 20 de junho, uma das frentes ativas do incêndio de Pedrógão Grande confluiu com a frente principal do incêndio de Góis (distrito de Coimbra) e formou uma frente de fogo única com 58 km de extensão, o que levou à evacuação de 27 aldeias. Vários meios foram concentrados em Góis, contando com cerca de 1 000 bombeiros e 7 meios aéreos no combate às chamas. Na noite de 20 de junho mantinham-se 7 frentes ativas no incêndio de Góis.
No dia 21 de Junho o incêndio de Pedrogão Grande foi dado como dominado, vindo a ser declarado extinto dia 24 de Junho. O incêndio de Góis foi dominado no dia 22 de Junho e declarado extinto igualmente no dia 24 de Junho. Ambos os incêndios, com múltiplas frentes que alastraram a diversos concelhos, lavraram durante uma semana, de 17 de Junho a 24 de Junho de 2017.
Pelo menos 64 pessoas morreram nas aldeias ou estradas do concelho de Pedrógão Grande. Outras 204 pessoas ficaram feridas, incluindo doze bombeiros; sete pessoas — cinco bombeiros e uma criança — ficaram em estado crítico.
A maior mortalidade ocorreu na estrada nacional 236-1, numa zona florestal entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, onde 47 pessoas morreram dentro dos seus carros ou perto deles, quando um incêndio atingiu a área. Trinta delas morreram presas no interior dos seus veículos enquanto as outras 17 morreram nas proximidades, ao tentarem escapar a pé. Uma pessoa morreu atropelada. Apesar de a causa da morte de 30 pessoas ter sido atribuída a carbonização, especialistas dizem que a verdadeira causa da morte poderá ter sido a inalação de fumaça e que essas mesmas pessoas só teriam sido carbonizadas muito tempo depois de terem falecido.
Esta foi a catástrofe mais mortal, desde 1989, em Portugal, ano em que ocorreu o acidente aéreo do voo Independent Air 1851, nos Açores, vitimando 144 pessoas. Tratou-se, igualmente, da catástrofe natural mais mortífera sucedida no território português desde as cheias ocorridas na Madeira em 2010 e o evento com mais vítimas mortais no mesmo território desde o desastre áereo de 1989 na ilha de Santa Maria. Também foi o incêndio florestal mais mortal na história de Portugal e um dos três maiores da Europa, consumindo mais de trinta mil hectares de floresta.
Na tarde de 20 de junho, chegou a ser noticiado que um dos aviões Canadair que combatiam o incêndio teria caido em Ouzenda, quando questionado, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, não pôde confirmar. Mais tarde, a Autoridade Nacional de Proteção Civil desmentiu as notícias que davam conta da queda do avião, atribuindo os relatos de algumas testemunhas à explosão de um depósito de gás.
O primeiro-ministro António Costa chamou o desastre de "a maior tragédia dos últimos anos em relação a incêndios florestais", enquanto o Conselho de Ministros decretou três dias de luto nacional, a contar a partir de 18 de junho. Visivelmente abalado, o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou a Pedrógão Grande na noite 17 de junho e encontrou-se com sobreviventes evacuados para Leiria. Mais de 1.700 bombeiros foram mobilizados para combater os incêndios em todo o país, 800 deles apenas em Pedrógão Grande. Muitas pessoas foram evacuadas para a vizinha Ansião, onde os residentes lhes forneceram abrigo. A fumaça de baixa suspensão impediu que os helicópteros pudessem oferecer apoio, prejudicando os esforços de combate ao incêndio. Alguns sobreviventes criticaram a resposta, que consideraram inadequada do Governo, alegando que, horas depois de o incêndio ter começado, ainda não teriam sido ajudados por nenhum bombeiro. A Comissão Europeia acionou o Mecanismo de Proteção Civil para prestar auxílio a Portugal, enquanto França, Itália e Espanha enviaram aviões de bombardeio de água ao país. O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, afirmou que a comissão poderia comparticipar até 95% das despesas de recobro e reconstrução necessárias, na sequência do acontecimento. O Reino de Marrocos também enviou um avião de combate a incêndios. Além de aviões de combate a incêndios, a Espanha enviou também veículos terrestres e cerca de 200 bombeiros.
Em Roma, o Papa Francisco orou e pediu que se rezasse pelas vítimas e pelo povo português durante a oração do Ângelus. Diversos outros líderes internacionais enviaram as suas condolências a Portugal, incluindo: Emmanuel Macron, presidente da França; Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha e os reis de Espanha, Filipe VI e Letícia; a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel e o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier; Xi Jinping, presidente da China; Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá;[57] Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia; Prokópis Pavlopoulos, presidente da Grécia e Aléxis Tsípras, primeiro-ministro da Grécia; Paolo Gentiloni, primeiro-ministro de Itália; Stefan Lofven, primeiro-ministro da Suécia; Michel Temer, presidente do Brasil; Francisco Guterres, presidente de Timor-Leste;  Evaristo Carvalho, presidente de São Tomé e Príncipe; Jorge Carlos Fonseca, presidente de Cabo Verde; José Mário Vaz, presidente da Guiné-Bissau; José Eduardo dos Santos, presidente de Angola; Fernando Chui Sai-on, Chefe do Executivo de Macau; entre outros.
Também diversos líderes de instituições europeias e mundiais enviaram os seus pesares e palavras de coragem a Portugal e ofereceram ajuda no que lhes fosse possível, incluindo: António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas; Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia; Gianni Infantino, presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA).

HISTÓRICO DOS DESASTRES OCORRIDOS EM PORTUGAL:
PERÍODO
LOCAL/TIPO DE ACIDENTE
N.º DE ATINGIDOS
01/09/1755
Terremoto de Lisboa
60 mil mortos
30/05/1961
Acidente aéreo Viasa 897
61 mortos
28/05/1963
Queda do teto do Caís de Sodré
49 mortos/61 feridos
26/06/1964
Desastre rodoviário de Custóias
90 mortos
12/07/1966
Incêndio em Sintra
25 mortos
03/07/1976
Acidente aéreo de Lajes
68 mortos
19/11/1977
Acidente aéreo do Funchal (TAP)
131 mortos
18/12/1977
Novo acidente aéreo no Funchal
36 mortos
01/01/1980
Terremoto na Ilha Terceira
71 mortos
11/09/1985
Acidente ferroviário em Alcafache
150 mortos
25/08/1988
Incêndio do Chiado
2 mortos
08/02/1989
Acidente aéreo de Santa Maria
144 mortos
21/12/1992
Acidente aéreo de Faro
56 mortos
11/12/1999
Acidente aéreo de São Jorge
56 mortos
04/03/2001
Desastre ferroviário de Entre-Rios
59 mortos
20/02/2010
Enxurradas na Madeira
47 mortos
250 desaparecidos
08/08/2016
Incêndios na Ilha da Madeira
3 mortos / 2 feridos

NOSSAS HOMENAGENS E SENTIMENTOS ÀS VÍTIMAS DO INCÊNDIO EM PEDRÓGÃO GRANDE:



3 comentários:

  1. A SOLUÇÃO FINAL

    Para Jaime Marta Soares, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, as causas do Incêndio de Pedrógão Grande devem-se à existência de um Dragão residente nas matas de Figueirós dos Vinhos.

    Após a sua primeira teoria de mão criminosa, que fortemente refuta a teoria das trovoadas secas, seguindo-se a teoria das linhas de alta voltagem, após longas horas em frente ao televisor a assistir series criminais e com a ajuda de gente da ANPC altamente qualificada em advocacia, enfermagem, ciências do desporto e desencarceramento.
    Está assim descoberta a razão da maioria dos incêndios que, não só no verão, todos os anos assolam o território de Portugal.
    Esta espécie, endémica da Península Ibérica, entre outros caracteriza-se por necessitar de uma alimentação vegetal variada e com vincada intolerância às folhas de eucalipto e mato selvagem que lhe causam urticaria, levando a uma espécie de espirros explosivos constantes que uma impressionante deflagração.
    Presume-se que como este exemplar de paquiderme reptiliano não seja o único em Portugal. Segundo as investigações pode ser que existam pelo menos mais dois iguais: um no arquipélago da Madeira e outro na região do Algarve!

    Por fim descobrimos =)

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  2. Que legal, uma bela descoberta...Obrigado por colaborar com nosso blog.

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  3. Ao invés de se chamar Pedrógão pode-se passar a chamar Pedragão!

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