domingo, 3 de junho de 2018

JAINISMO




         O jainismo ou jinismo é uma das religiões mais antigas da Índia, juntamente com o hinduísmo e o budismo, compartilhando com este último a ausência de necessidade de deus como criador ou figura central. Considera-se que a sua origem antecede o brahmanismo, embora seja mais provável que tenha surgido na sua forma atual por volta do século V a.C., como o resultado da ação religiosa do Mahavira.

         Vardhamana mais conhecido como Mahavira (traduzido do sânscrito significa “grande herói”) foi o último dos 24 Tirthankaras do jainismo. Numa perspectiva histórica, é considerado o fundador ou reformador deste sistema religioso. Segundo a tradição jaina, teria nascido em 599 a.C. em Kshatriyakundagrama, na Índia e falecido no ano de 527 a.C., em Payapuri embora alguns acadêmicos considerem que as datas 540 - 470 a.C. sejam mais corretas.

         Mahavira pertencia à casta guerreira (xátria), sendo o seu pai Sidarta, o líder de um clã e sua mãe, Devananda, pertencente à casta dos brâmanes; outras tradições apresentam outros nomes para sua mãe, como Trishala Videhadinna ou Priyakarini colocando-a na casta guerreira.
         A narrativa afirma que o Mahavira vivia num ambiente de luxo que mais tarde abandonou, num relato que se assemelha ao da vida de Buda, do qual se julga ter sido contemporâneo. Estes dois homens viveram numa época em que as práticas religiosas tradicionais começavam a entrar em crise, em particular, o sacrifício de animais e o sistema de castas eram postos em causa e que o Mahavira, quer o Buda, rejeitaram-nos.
Por volta dos trinta anos, Mahavira deixou sua vida confortável para se entregar a práticas ascéticas na esperança de alcançar a iluminação espiritual. Durante um ano, usou roupa, mas, depois, passou a andar nu, deixou que insetos o atacassem, sofreu ataques físicos e verbais, dormiu em locais inóspitos, praticou jejuns extremos, num período total de doze anos. Teve, também, particular cuidado em não fazer mal a qualquer forma de vida, desenvolvendo, assim, a teoria ahimsa ou de não violência. O Mahavira dedicou as seguintes décadas da sua vida a ensinar às pessoas as suas doutrinas.
Mahavira ensinou que os humanos podem libertar-se das partículas que se agregam às suas almas, umas crença do jainismo atual, seguindo uma vida de ascetismo extremo. A tradição afirma que ele recomendou aos seus adeptos que tomassem cinco votos (mahavratas) que são os seguintes:
1.      AHIMSA – não causar mal ou sofrimento a qualquer ser (não violência);

2.    SATVA – evitar a mentira;



3.     ASTEYA – não se apropriar do que não foi dado;


4.    BRAHMACHARYA – não faltar à castidade;


5.     APARIGRAHA – não se apegar às posses materiais, não ter apego pelas coisas mundanas.
O Mahavira faleceu aos 72 anos, tendo os seus seguidores organizado a religião jaina nos seus moldes atuais.
Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais como uma seita do hinduísmo ou uma heresia do budismo, devido à partilha de elementos comuns com estas religiões, o jainismo é contudo um fenômeno original. Ao contrário do budismo o jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo permanecido na Índia, onde os jainas constituem cerca de quatro milhões de crentes. Pequenas comunidades jainas existem também na América do Norte e na Europa, em resultado de movimentos migratórios.

A palavra jainismo tem suas origens no verbo sânscrito jin que significa “conquistador”. Os seus adeptos devem combater, através de uma série de estágios, as paixões de modo a alcançar a libertação do mundo.
Sua visão básica é dualista. A matéria e a mônada vital ou jiya são naturezas distintas e durante sua vida o ser vivente (seja humano ou animal) tinge sua mônada como resultado de suas ações. Para se purificar, esta religião propõe um extremo ascetismo e o colocar em prática da doutrina da não violência ou ahimsa.
Os jainas reconhecem que pessoas, animais, plantas, formações rochosas, cursos e quedas de água tem jiva, ou seja, alma ou princípio vital. Todos estes seres têm igual valor e estão interligados na teia de existência por elos kármicos.

ORIGENS DO JAINISMO
         Segundo os historiadores da religião, o jainismo estabeleceu-se na Índia em meados do primeiro milênio antes de Cristo. O seu fundador foi Mahavira, existindo duas propostas para o período em que viveu: 599 a.C. – 527 a.C. (data tradicional apontada pelo jainismo) ou 540 a.C. – 470 a.C. (segundo os acadêmicos). Nasceu perto de Patna naquilo que é hoje o estado de Bihar. Foi um contemporâneo de Buda, tendo pregado na mesma região geográfica, embora não conste que os dois mestres se tenham alguma vez encontrado. Pertencia à casta dos guerreiros (xátrias), casou, viveu no luxo até que por volta dos trinta anos tornou-se um mendigo errante.
         Entregou-se a longos processos ascéticos até obter a iluminação, tendo consagrado os restantes trinta ou quarenta anos da sua vida a pregar a sua doutrina. Faleceu em Payapuri, no Bihar, que é desde então um dos principais locais de peregrinação jaina.
         De acordo com os jainas a sua religião é eterna, tendo sido a doutrina revelada ao longo de várias eras pelos tirthankaras, palavra que significa “fazedores de vau”, ou seja, alguém que ensinou o caminho. Os tirthakaras foram almas nascidas como seres humanos que alcançaram a libertação (moksha) do ciclo dos renascimentos através da renúncia e que transmitiram os seus ensinamentos aos homens. Na presente era existiram 24 tirthankaras. O último desses tirthankaras foi o Mahavira, que os jainas não consideram como fundador do jainismo mas antes aquele que lhe deu a sua forma atual. O 23.º tirthankara foi Parshva, que os historiadores consideram ter sido provavelmente uma figura histórica que viveu cerca de três séculos antes do Mahavira. Os jainas acreditam que Parshya pregou os 4 grandes princípios do janaismo: a não violência (ahimsa), evitar a mentira (satva), não se apropriar do que não foi dado (asteya) e não apegar-se às posses materiais (aparigraha) sendo que o Mahavira acrescentou o princípio da castidade (brahmacharya).

DIVISÕES INTERNAS
        
Os jainas encontram-se divididos em dois grupos principais: os Digambara (vestes de céu) e os Svetambara ou Shvetambara (vestes brancas). Cada um desses grupos encontra-se por sua vez dividido em vários subgrupos. A maioria dos jainas pertencem ao grupos Svetambara.
         A origem destes dois grupos situa-se no século I (ou talvez no século III, segundo alguns autores) e deve-se a disputas em torno dos textos que devem constituir as escrituras do jainismo.
 Os svetambara consideram que as suas escrituras estão mais próximas dos ensinamentos originais de Mahavira, enquanto que os Digambara rejeitam uma parte considerável dessas escrituras. Os digambara consideram igualmente que a renúncia pregada pelo Mahavira implica para os monges, a nudez total e que as mulheres devem primeiro renascer como homens para poderem atingir a libertação.
          Ao nível da geografia, os digambara concentram-se no sudoeste da Índia e os svetambara no noroeste (estados de Gujarate, Rajastão e Madhya Pradesh).
         As estátuas dos dois grupos são também diferentes; os tirthankaras dps svetambara estão nuas, estas diferenças fazem com que um adepto do Digambara não possa praticar o culto num templo svetambara.

DOUTRINAS
·        APARIGRAHA (não-posse) – A posse de qualquer bem é vistas como relacionada com a violência, e até uma forma de violência física e psíquica. A violência em todas as suas formas tem origem no desejo de possuir, dominar e controlar. Os ascetas jainas recusam possuir seja o que for, mas para os leigos a posse de algumas coisas é necessária para a realização das tarefas diárias. A possessividade transitória (usar um ser para deitá-lo fora) é uma forma de apego e baseia-se em relações de exploração, de poder, por parte de um dos lados, em vez de amor e equanimidade incondicional.
·        ANEKANTAVADA (não-absolutismo) – Assumir que alguém tem acesso privilegiado à verdade é o mais potente motor de conflito entre os seres humanos. O conceito de não-absolutismo refere-se ao pluralismo de opiniões, e a noção de que os vários pontos de vista sobre a verdade não são a própria verdade. O jainismo encoraja os seus seguidores a considerarem os pontos de vista de outras filosofias, e consideram que quando qualquer uma destas filosofias, incluindo a jaina, se apega demais às suas próprias ideias está a cometer o erro de considerar o seu ponto de vista absoluto. A ideia é representada pela parábola dos homens cegos e do elefante, em que vários cegos tocam em partes do elefante, como as orelhas e as pernas, e descrevem, de forma contraditória, o que pensam ser o animal completo, partindo do pressuposto de que a parte que tocaram representava a verdade completa. O conceito de “svadvada” ou “talvez-ismo” diz que se deve considerar que todas as proposições são apenas parcialmente verdadeiras (e parcialmente falsas). Os pontos de vista parciais da verdade são chamados de “naya”. Segundo o princípio chamado de “nayavada” através da abertura a diversos pontos de vista, o janismo pretende que o praticante integre os diversos pontos de vista parciais, ou “nayas”, numa teoria abrangente.
·        AHIMSA (não-violência) – A não-violência é o cerne do jainismo e o ponto onde todas as doutrinas se intersectam (cruzam). A violência é a agressão intencional ou não-intencional. Os jainistas tentam evitar a agressão em todas as suas formas, seja através de ações, palavras ou pensamentos a todo e qualquer ser vivo, ou aos ecossistemas. O jainismo considera o lacto-vegetarianismo como o mínimo que deve ser feito pelos adeptos e os estudiosos jainas defendem o veganismo porque a produção de leite é agressiva para as vacas. Os jainas também não comem tubérculos. Os jainas também têm um cuidado especial para evitar possíveis danos a pequenos insetos, por exemplo ao colocarem um pano sobre as suas bocas para não os aspirarem ou varrendo o chão à sua frente quando andam para evitar pisá-los.
·        O TEMPO – Os jainas consideram que o tempo é infinito e cíclico. Ele é visto como uma grande roda dividida em duas partes idênticas: uma realiza um movimento ascendente (utsarpini), enquanto que a outra um movimento descendente (avasapini). Cada uma destas partes divide-se em seis eras (ara). Durante o período ascendente os seres humanos progridem ao nível do saber, estatura e felicidade, enquanto que o período descendente caracteriza-se pela degradação do mundo, pelo esquecimento da religião e pela perda de qualidade de vida pelos humanos. Segundo os jainas, vivemos atualmente num período de movimento descendente, numa era de infelicidade (dukham kal), que começou há 2.500 anos e que durará 21 mil anos.
·        O UNIVERSO E OS CINCO MUNDOS – Segundo o jainismo, o universo divide-se em cinco mundos, sendo cada um deles habitado por determinado tipo de seres. O universo é eterno, não tendo sido criado por nenhum ser superior. No topo do universo está a morada suprema (siddhashila), que é o local onde habitam as almas que alcançaram a libertação (estas almas são denominadas siddhas). Abaixo encontram-se trinta céus, habitados por seres celestiais, alguns dos quais caminham para a morada suprema. O mundo médio (madhyvaloka) inclui vários continentes separados por mares. No centro deste mundo encontra-se o continente Jambudyipa, considerado o único continente no qual as almas podem alcançar a libertação. Os seres humanos habitam este continente, bem como um segundo continente ao lado deste e parte do terceiro continente. O mundo inferior (adholoka) consiste em sete infernos, onde os seres são atormentados por demônios e onde se atormentam uns aos outros. Abaixo do sétimo inferno encontra-se a base do universo (nigoda), habitada por inúmeras formas inferiores de vida.

·        KARMA – À semelhança do hinduísmo e do budismo, o janismo partilha da crença no karma, embora de uma forma diferente. O karma no jainismo não é apenas um processo em que determinadas ações produzem reações, mas também um substância física que se agrega a uma alma. As partículas de karma existem no universo e associam-se a uma alma devido às ações dessa alma (por exemplo, quando uma alma mente, rouba ou mata esta provoca a agregação de karma em sua alma). A quantidade e a qualidade destas partículas determinam a existência que a alma terá, a sua felicidade ou infelicidade. Só é possível a uma alma alcançar a libertação quando desta se retirarem todas as partículas de karma. O processo que permite a libertação das partículas de karma de uma alma denominada nirjara e inclui práticas como o jejum, o retiro para locais isolados, a mortificação do corpo e a meditação. Os seguidores do jainismo utilizam para isso um ritual mortuário chamado sallekhana (também conhecido como santhara, samadhi-marana, samnyasa-marana), que consiste em praticar a eutanásia através do jejum. Devido à natureza prolongada da sallekhana, é dado tempo ao indivíduo suficiente para refletir sobre sua vida e pedir perdão dos seus pecados aos deuses. O voto de sallekhana é tomado quando se sente que a vida tem servido o seu propósito. O objetivo é limpar karmas antigos e impedir a criação de novos. Existe uma prática hindu similar conhecido como prayopavesa. De acordo com a revista Press Trust of India, em média, 240 jainista pratica sallekhana até a morte a cada ano na Índia.

FORMAS DE VIDA
 ·        MONGES E MONJAS – O jainismo considera a vida monástica como o ideal de vida dos seres humanos. Entre os svemtambara a entrada na vida monástica é autorizada aos dois sexos a partir dos sete anos mas realiza-se em geral numa idade mais avançada. O noviço deve abandonar todos seus bens; por altura da sua ordenação (diksa) a sua cabeça é raspada e ele toma os cinco votos, que segue numa versão mais rigorosa do que a dos leigos (mahavrata). Os monges jainas levam uma vida itinerante, com exceção da época das monções, altura em que se recolhem numa determinada localidade. Dependem para a sua alimentação da caridade fornecida pelos leigos jainas, a quem oferecem em troca assistência espiritual. Os monges do ramo svetambara podem ser donos de pequenas coisas, como uma fina veste branca, uma tigela onde recebem os alimentos dos leigos e uma máscara de tecido usada sobre a boca (mukhayastrika), cujo objetivo é evitar a ingestão involuntária de pequenos insetos. Os monges digambara interpretam o preceito do desapego de uma forma bastante rigorosa e por esta razão não usam roupas; as monjas deste ramo usam uma veste branca. Os monges digambara não possuem uma tigela e usam as mãos como recipiente dos alimentos. Os monges svetambara costumam se deslocar em pequenos grupos de cinco ou seis monges, enquanto que os Digambara geralmente viajam sozinhos. Todos os monges devem seguir as três regras que evitam a conduta incorreta (guptis – ter cuidado com os pensamentos, as palavras e as ações). Entre os svetambara o número de monjas ultrapassa o de monges. As monjas digambara aceitam a doutrina que afirma que para se avançar no caminho espiritual é necessário nascer com um corpo masculino.

·        
  LEIGOS – Os jainas que não são monges devem observar oito regras de comportamento e devem tomar doze votos. As oito regras de comportamento variam, mas em geral incluem a prática absoluta e irrestrita de ahimsa (não-violência) que tem seu ponto forte na alimentação: não comer carne de nenhum tipo, não comer certos vegetais (cebola, alho) os quais se acredita serem de origem inferior e não usar nenhum produto de origem animal. Outras regras incluem não se alimentar à noite, não ingerir bebidas alcoólicas nem substâncias consideradas alteradoras da consciência (cafeína, teobromina) e praticar a caridade a todos os seres vivos. Ler sobre as qualidades transcendentais dos tirthankaras e recitar o navkar mantra também fazem parte das principais práticas diárias de um leigo. Quanto aso doze votos, eles podem ser divididos em três classes:
1.      ANUVRATAS – são os cinco votos principais: abster-se de atos violentos, não mentir, não roubar, não cobiçar o parceiro de outra pessoa e limitar possessões pessoais;
2.    GUNAVRATAS – são três votos que reforçam os cinco votos principais: restringir as atividades pessoais a uma área concreta (digvrata), restringir práticas que proporcionam prazer (bhogopabhogavrata), evitar atos que causam sofrimento (anarthadandavrata);
3.     SIKSAVRATAS – são quatro votos de disciplina espiritual: meditar, limitar determinadas atividades a certos momentos, adotar a vida de um monge por um dia, fazer donativos aos monges ou aos pobres.

FORMAS DE CULTO
                   Uma das principais formas de culto dos jainas leigos é prestar homenagem às estátuas dos tirthankaras. Os jainas lavas as estátuas e dedicam-lhes oferendas como mel, flores, arroz, etc. Alguns grupos jainas como os sthanakavasis e os terapanthis são contra o culto de imagens.

                   O crente não adora a estátua em si, mas antes as qualidades associadas a ela, de modo a receber inspiração para seguir o mesmo caminho. As estátuas podem ser adoradas nos templos ou então em pequenos santuários existente nas casas. São representadas em posição de meditação, sentadas ou em pé.
                   Não é possível estabelecer qualquer forma de contato com os tirthankaras através desta forma de culto, uma vez que estes, tendo alcançado a libertação, ficam fora do contato humano.  Contudo, durante a Idade Média cada tirthankara foi associado a uma deusa protetora, em relação às quais se desenvolveram formas particulares de devoção. As deusas mais importantes são Ambika (associada ao 22.º Tirthankara Arishtanemi) Padmavati (associada a Parshva), Lakshmi e Sarasvati.

                   As orações jainas fazem referência aos grandes atos dos tirthankaras  e aos ensinamentos do Mahavira sendo ditas num antigo dialeto do Bihar, o ardha magadhi. A principal oração é o Namaskara Sutra, através do qual o jaina presta homenagem às qualidades dos cinco grandes seres do jainismo.
                   O ato de fazer doações para a construção de templos é também considerado uma forma de culto, assim como a prática de peregrinações.

FESTIVAIS
                   Os principais festivais do jainismo são:

 ·        MAHAVIRA JAYANTI – decorre em março ou abril e celebra a data do nascimento do Mahavira. Neste dia estátuas do Mahavira são levadas em procissões pelas ruas e os jainas reúnem-se nos templos para ouvir a leitura dos seus ensinamentos;
 ·        PARYUSHANA – durante o mês de Bhadrapada (agosto – setembro) os membros do ramo svetambara do jainismo celebram um dos seus festivais mais importantes, o Paryushana. Este festival está dedicado ao perdão e consiste na prática do jejum durante oito dias. No último dia do festival (samvatsari) os jainas pedem perdão uns aos outros por ofensas que possam ter causado; aqueles que conseguiram jejuar durante os oito dias seguidos são levados para o templo em procissão. O festival equivalente na tradição digambara denomina-se dashalakshanaparvan, e para além da prática do jejum, é lido nos templos um importante texto, o tattvartha-sutra;

·           DIVALI (festa das luzes) – celebração comum a Índia, é para os jainas a comemoração da altuta em que o Mahavira deu os seus últimos ensinamentos e alcançou a libertação. Ocorre no mês de Kaartika que corresponde no calendário gregoriano a outubor-novembro;
·        KARTIK PURNIMA – ocorre no dia de lua cheia no mês de Kaartika. Após terem permanecido numa determinada localidade durante os meses da monção, os monges e monjas jainas regressam à vida errante, sendo por vezes acompanhados por leigos no percurso que faze para outro local. Neste dia muitos jainas realizam a peregrinação aos templos de Palitana, no estado indiano de Gujarate;

·        MASTAKABHISHEKA – a cada doze anos os jainas (principalmente os do ramo digambara) reúnem-se no santuário de Shrayana Belgola no estado de Karnataka onde se encontra uma estátua de dezessete metros de Bahubali, que é alvo de libações com água, mel, leite, flores, preparados de ervas especiais.

A SUÁSTICA
         O jainismo dá mais ênfase à suástica que o hinduísmo. Representa o sétimo jina (santo), o tirthankara Suparva. É considerada uma das 24 marcas auspiciosas, emblema do sétimo arhat dos tempos atuais. Todos os templos jainista, assim como os livros santos jainistas, contêm a suástica. As cerimônias jainistas começam e terminam com o desenho da suástica feito várias vezes em volta do altar.
Os adeptos também usam o arroz para desenha a suástica (também conhecida por sathiyo no estado indiano de Gujarat) diante dos ídolos no templos. Os jainistas colocam uma oferenda sobre a suástica – geralmente uma fruta, um doce (mithai), uma fruta em passa ou ainda uma moeda ou cédula de dinheiro.

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