REFORMA PROTESTANTE
(ORIGENS
VI)
IGREJA
ANGLICANA
A
Reforma Religiosa foi um processo de oposição à Igreja Católica que ocorreu em
diversas regiões do continente europeu. Geralmente estuda-se três principais
casos de Reforma Religiosa no século XVI: a Luterana, a Calvinista e a Inglesa
(Anglicana).
Henrique
VIII era casado com Catarina de Aragão[3],
nobre de origem espanhola. O motivo do pedido seria o fato de sua esposa não lhe
dar um filho homem, situação que impossibilitava ao soberano inglês deixar em
seu lugar no trono da Inglaterra um descendente seu. Dos seis filhos de
Catarina, apenas a princesa Maria[4] sobreviveu. O interesse de Henrique VIII era casar com Ana Bolena[5],
uma dama da corte da Inglaterra, e com ela poder ter um filho que o sucederia.
Como não foi aceito o pedido pelo papa, o rei inglês declarou seu divórcio da
rainha através de um tribunal nacional, em 1533. Um ano depois, Henrique VIII
foi excomungado por Clemente VII.
O anglicanismo na Inglaterra
consolidar-se-ia na Inglaterra apenas com o reinado de Elizabeth I (1558-1603),
depois de sua irmã Maria Tudor tentar restaurar o catolicismo no reino.
ANGLICANISMO
Designação de uma tradição dentro do Cristianismo que
inclui a Igreja da Inglaterra e outras igrejas historicamente ligadas àquela ou
que têm crenças, práticas e estruturas semelhantes. O termo anglicano tem
origem em ecclesia anglicana, uma expressão medieval latina datada de, pelo
menos, 1246, e que significa Igreja Inglesa. Os adeptos do Anglicanismo são
designados por anglicanos. A grande maioria dos anglicanos é membro de igrejas
que fazem parte da Comunhão Anglicana internacional. Contudo existem algumas
igrejas foram da Comunhão Anglicana, que consideram também anglicanos, em
particular aqueles que se designam por igrejas do Movimento Anglicano Contínuo.
Thomas Cranmer |
Na primeira metade do século XVII, a Igreja da Inglaterra
e outras igrejas episcopais associadas na Irlanda e nas colônias inglesas na
América, foram apresentadas por teólogos anglicanos como tendo uma tradição
cristã diferente, com teologias, estruturas e formas de oração que
representavam um meio termo diferente, ou via media, entre a Reforma
Protestante e o Catolicismo Romano – uma perspectiva que se tornaria muito
influente nas teorias da identidade anglicana, e foi expressa na descrição “Catholic
and Reformed”. No seguimento da Revolução Americana (Independência dos EUA), as
congregações anglicanas nos Estados Unidos e no Canadá foram ambas
reorganizadas em igrejas autônomas com os seus próprios bispos e estruturas
autônomas; estas, com a expansão do Império Britânico e a atividade das missões cristãs, foram adotadas como modelo a muitas recém-criadas igrejas, em
particular na África, Australásia e nas regiões do Pacífico. No século XIX, o
termo anglicanismo era utilizado para descrever a tradição religiosa comum
destas igrejas: a Igreja Episcopal Escocesa, embora com origem na Igreja da
Escócia, acabou por ser reconhecida como também partilhando da mesma identidade
comum.
Assembleia de Westminster |
Em 2000 os anglicanos foram estimados em 0,02 % dos
evangélicos de missão em pesquisa do IBGE, o que correspondia na época 13.880
membros. Em 2009, nova pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
estimou a porcentagem de anglicanos em 0,01% da população brasileira, à época 19.400 membros.
Fontes:
PINTO,
Tales. Site História do Mundo: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/igreja-anglicana-e-a-reforma-na-inglaterra.htm.
Acesso em 8 de dez. 2021.
WIKIPÉDIA:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anglicanismo. Acesso
em 8 de dez. 2021
[1] Henrique VIII – Nascido em 28 de junho
de 1491 no palácio de Placentia em Greenwich, Londres, Inglaterra e falecido em
28 de janeiro de 1547 em Windsor, Berkshire, Inglaterra. Foi rei da Inglaterra
até sua morte, e também Senhor e depois Rei da Irlanda. Henrique foi o segundo
filho do monarca inglês da Casa de Tudor a ocupar o trono, sucedendo Henrique
VII. Conhecido como o fundador da Igreja Anglicana. As suas lutas contra Roma
conduziram à recusa da autoridade papal da igreja inglesa, à dissolução dos
Mosteiros e a sua autoproclamação como Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra.
Ainda continuou a acreditar nos principais ensinamentos católicos mesmo após
sua excomunhão. Henrique VIII realizou a união legal da Inglaterra e Gales e os
Atos das Leis em Galés de 1535 e 1542. Fonte: Wikipédia. Acesso em 5 de dez. de
2021.
[2] Papa Clemente VII – Nascido em 26 de
maio de 1478 em Florença, Itália e falecido em 25 de setembro de 1534 em Roma.
Seu nome antes do papado era Giulio di Giuliano de Médici, foi chefe da Igreja
Católica e governante dos Estados Papais de 19 de novembro de 1523 até a data
da sua morte. “O mais infeliz dos papas”, o reinado de Clemente VII foi marcado
por uma rápida sucessão de lutas políticas, militares e religiosas – muitas em
andamento – que tiveram consequências de longo alcance para o Cristianismo e
para a política mundial. Eleito em 1523, no final da Renascença Italiana,
Clemente VII chegou ao papado com uma grande reputação de estadista. Serviu com
distinção como conselheiro principal do papa Leão X (1513 – 1521), do papa
Adriano VI (1522 – 1523) e ainda se distinguiu como “gran maestro” de Florença
(1519 – 1523). Assumindo capacidade de liderança em tempos de crise, com a
Reforma Protestante em expansão, a igreja se aproximando da falência, e grandes
exércitos estrangeiros invadindo a Itália, Clemente VII tentou inicialmente
unir a cristandade, fazendo paz entre os muitos líderes cristãos então em
desacordo. Mais tarde, ele tentou libertar a Itália da ocupação estrangeira,
acreditando que isso ameaçava a liberdade da igreja. A complexa situação
política da década de 1520 frustrou os esforços de Clemente VII. Foram tempos
de herança de desafios assustadores, incluindo a Reforma Protestante de
Martinho Lutero no norte da Europa; uma vasta luta pelo poder na Itália entre
dois reis mais poderosos da Europa, O Sacro Imperador Romano-Germânico Carlos V
e Francisco I de França, cada um dos quais exigiu que o papa escolhesse um
lado; e invasões turcas da Europa Oriental, lideradas por Suleiman, o
Magnífico. Os problemas de Clemente foram exacerbados pelo divórcio contencioso
do rei Henrique VII de Inglaterra, que resultaria na ruptura entre a Inglaterra
e a Igreja Católica, e pela deterioração, em 1527, das relações com o imperador
Carlos V, que conduziria ao violento Saque de Roma, durante o qual o papa foi
preso. Depois de escapar do confinamento no Castelo de Sant’Angelo o papa – com
poucas opções financeiras, militares ou políticas restantes – comprometeu a independência
da igreja e da Itália, aliando-se ao seu ex-carcereiro, o imperador Carlos V.
Em contraste com seu papado torturado, Clemente VII era pessoalmente
respeitável e devoto, possuindo uma “personalidade digna de caráter”, “grandes
feitos teológicos e científicos”, bem como “liderança e julgamento
extraordinários” – Clemente VII, em tempos de serenidade, poderia ter
administrado o poder papal com alta reputação e prosperidade invejável. Mas,
com toda a sua profunda compreensão dos assuntos políticos da Europa, Clemente
parece não ter compreendido a posição alterada do papa “em relação aos
emergentes estados-nações e ao protestantismo na Europa. Em matéria de ciência,
Clemente VII é mais conhecido por aprovar pessoalmente em 1533, a teoria de
Nicolau Copérnico de que a Terra gira em torno do Sol, o heliocentrismo – 99
anos antes do processo por heresia contra Galileu Galilei por ideias
semelhantes. Eclesiástico, Clemente VII é lembrado por emitir ordens protegendo
judeus da Inquisição, aprovando a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e
protegendo a Ilha de Malta para os Cavaleiros de Malta. Fonte: Wikipédia.
Acesso em 8 de dez. de 2021.
[3] Catarina de Aragão – Nascida em Alcalá
de Henares em 16 de dezembro de 1485 e falecida no Castelo de Kimbolton, Cambridgeshire,
conhecido como Condado de Cambridge, Inglaterra, em 7 de janeiro de 1536. Foi
Princesa de Espanha e a primeira rainha consorte de Henrique VIII de
Inglaterra, sendo mãe da rainha Maria I. Conversava tanto em Espanhol nativo,
quanto em latim, grego, francês e, mais tarde inglês. Quando rainha, o seu
tempo foi maioritariamente empenhado em obras de caridade, o que lhe conferiu o
amor do povo inglês. Filha de Isabel I de Castela e Fernando de Aragão,
Catarina tinha três anos quando estava noiva de Arthur, príncipe de Gales,
herdeiro aparente do trono inglês. Eles se casaram em 1501, mas Arthur morreu
cinco meses depois. Ela ocupou o cargo de embaixadora da Coroa Aragonesa na
Inglaterra em 1507, a primeira embaixadora da história da Europa. Catarina posteriormente
casou-se com o irmão mais novo de Arthur, o recém-ascendido Henrique VIII, em
1509. Por seis meses em 1513, ela serviu como regente da Inglaterra enquanto
Henrique VIII estava na França. Durante esse período, os ingleses venceram a
Batalha de Flodden, um evento em que Catarina desempenhou um papel importante
com um discurso emocionado sobre a coragem inglesa. Sua união com Henrique não
resultou em um herdeiro masculino para o trono. Henrique entrou com um pedido
de anulação do casamento, alegando que ela teria consumado o anterior, com seu
irmão mais velho, falecido pouco depois de desposar Catarina, Arthur, Príncipe
de Gales. Uma série de eventos seguiu a esse pedido, levando o rompimento da
coroa inglesa com a Igreja Católica Romana após o papa negar sua separação. O
rei, assumindo a supremacia religiosa no país, conseguiu a anulação e casou-se
com sua amante Ana Bolena. Catarina, todavia, nunca aceitou a decisão, e
continuo considerando-se sua legítima esposa e Rainha da Inglaterra. (Fonte Wikipédia: acesso em 5 de dez. 2021)
[4] Maria Tudor (Maria I) – Nascida em
Greenwich, Londres, Inglaterra em 18 de fevereiro de 1516 e falecida em Londres
em 17 de novembro de 1558. Foi Rainha da Inglaterra e Irlanda de 1553 até sua
morte, além de Rainha Consorte da Espanha a partir de 1556. Sendo filha de
Henrique VIII com sua primeira esposa, Catarina de Aragão, atuou como o quarto
e penúltimo monarca da Casa de Tudor. Em 1533, quando seu pai decidiu anular o
casamento com sua mãe para se casar com Ana Bolena, ela foi declarada como
filha ilegítima do rei e excluída da linha de sucessão, sendo substituída por
sua meia-irmã, Isabel; no entanto, retornou à mesma através de uma lei aprovada
em 1543. Ela havia sido restabelecida como a herdeira do trono atrás de seu
meio-irmão, Eduardo VI, cujo reinado aplicou a Reforma Protestante na
Inglaterra, proibindo o Catolicismo – religião seguida por Maria – fosse
praticado em todo o reino. Quando teve conhecimento de sua iminente morte,
movido pela diferença religiosa com sua meia-irmã, Eduardo assinou um documento
onde escolhia sua prima, Joana Grey, como sua legítima sucessora. Porém, Maria
reuniu forças no reino e conquistou o apoio popular, depondo-a a nove dias
depois da sua ascensão. Em seu reinado, Maria reverteu as reformas religiosas
implantadas por Eduardo e o protestantismo passou a ser proibido na Inglaterra.
Em 1556, ela se tornou Rainha Consorte da Espanha graças ao seu casamento com
Felipe II, único filho de seu primo, Carlos V. O matrimônio foi recebido com
uma revolta popular organizada por Thomas Wyatt que buscava depô-la em favor de
sua meia-irmã; no entanto, o levante fracassou e Isabel foi aprisionada na
Torre de Londres. Por outro lado, Maria não teve filhos, passou por duas
gravidezes psicológicas, uma em 1554 e outra em 1557, o que a fez ser
ridicularizada na Europa, tornando a sucessão de Isabel iminente. No entanto,
Maria só veio reconhecê-la como sucessora dias antes de sua morte, em 1558.
Maria é reconhecida como a primeira mulher a obter sucesso na reivindicação do
trono da Inglaterra – a Imperatriz Matilde fracassou em sua tentativa – apesar
da concorrência e determinação dos opositores. Em seus primeiros anos, gozava
de apoio popular e simpatia, principalmente pela população católica. Apesar de seu
reinado ser lembrado pelas perseguições aos protestantes, que lhe renderam o
epíteto de “Maria Sangrenta”, suas políticas de reforma fiscal, expansão naval
e exploração colonial se tornaram bem-sucedidas no Período Isabelino. Além
disso, foi honrada pelo papa Paulo IV com uma Rosa de Ouro. Fonte: Wikipédia.
Acesso em 5 de dez. de 2021.
[5] Ana Bolena – Nascida em duas prováveis
data 1501 em Bickling, Norfolk ou em 1507 em Hever, Kent na Inglaterra e
falecida em 19 maio de 1536 em Londres. Foi a segunda esposa do rei Henrique
VIII e Rainha Consorte do Reino da Inglaterra, de 1533 até a anulação de seu
casamento dois dias antes de sua execução em 1536. Seu casamento com Henrique
VIII foi polêmico sob o ponto de vista político e religioso e resultou na renúncia
à autoridade papal na Igreja da Inglaterra, que se tornou independente de Roma.
A ascensão e queda de Ana Bolena, considerada a mais controversa rainha
consorte da Inglaterra, inspiram numerosas biografias e obras ficcionais. Era
filha de sir Tomás Bolena e Isabel Howard. Foi educada na França,
principalmente como dama de companhia da rainha Cláudia da França, esposa de
Francisco I. Voltou para a Inglaterra em 1522. Dois anos mais tarde,
apaixonou-se por Henrique VIII. A princípio, Ana resistiu às tentativas do rei
em seduzi-la e torná-la sua amante, como sua irmã, Maria Bolena havia sido.
Henrique VIII anulou seu casamento com Catarina de Aragão para que se pudesse
casar com Ana Bolena. Quando se tornou claro que o Papa Clemente VII não
aprovaria o divórcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão e, posteriormente, o
casamento deste com Ana Bolena, iniciou-se a ruptura religiosa entre a
Inglaterra e a Igreja Católica Romana, resultando na criação da Igreja
Anglicana. O arcebispo de Iorque, Tomás Wolsey, foi destituído de seu posto em
1529, por não ter sido bem sucedido na tentativa de conseguir o divórcio e
anulação do casamento do rei Henrique VIII com Catarina de Aragão. O casamento
de Ana Bolena com Henrique VIII ocorreu em 25 de janeiro de 1533, entretanto,
demorou quatro meses para ser contemplado. Em 23 de maio daquele ano, foi
anulado o casamento de Henrique VIII e Catarina de Aragão, sendo que cinco dias
depois, o casamento de Bolena com o rei foi validado. Logo após, Henrique VIII
e o arcebispo foram excomungados da Igreja Católica pelo papa. Fonte:
Wikipédia. Acesso em 8 de dez. de 2021.
[6] Guerra dos Cem Anos – conflito ocorrido
entre 1337 a 1453 (logo, 116 anos) que não foi uma guerra contínua, mas uma
sucessão de batalhas envolvendo França e Inglaterra durante o processo de
formação das monarquias nacionais europeias. Essa guerra é lembrada por conta
da participação de Joana d’Arc, uma camponesa que lutou junto do exército
francês. A Guerra dos Cem Anos foi vencida pela França, acabando com qualquer
pretensão da Inglaterra de anexar seu território. Fonte: HIGA, Carlos César.
Guerra dos Cem Anos; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerra-cem-anos.htm.
Acesso em 09 de dez. 2021.
[7] Cisma do Ocidente – ocorreu entre 1377
e 1417. Desse cisma resultou a existência de três papas, que reivindicavam o
poder sobre o mundo cristão ocidental. A origem do Cisma do Ocidente esteve
ligada à disputa de poder existente entre o papa Bonifácio VIII e o rei da
França Felipe IV, o Belo. O rei da França determinou a cobrança de impostos da
Igreja para aumentar a renda de seu orçamento. O papa Bonifácio VIII se opunha
à cobrança e ameaçou Felipe IV de excomunhão. Temeroso das consequências dessa
ação, Felipe IV convocou pela primeira vez, em 1302, a Assembleia dos Estados
Gerais, reunindo o clero, a nobreza e os comerciantes das cidades. Esses
decidiram pela cobrança dos impostos clericais, acirrando o conflito entre a
coroa francesa e o papado. Com a morte de Bonifácio VIII, em 1303, Felipe IV
pressionou pela eleição de um papa francês, fazendo substituto de Bonifácio
VIII o papa Clemente V. Para manter um controle mais rígido sobre o papado,
Felipe IV transferiu Clemente V de Roma para Avinhão, no sul da França. Tinha
início o período conhecido como o Cativeiro de Avinhão, que durou de 1307 a
1377, onde vários papas se submeteram ao poder dos reis capetíngios. Após a
morte de Gregório XI, em 1377, um novo papa foi escolhido em um conclave de 16
cardeais. O cardeal de Bari, na Itália, passou a ser o papa Urbano VI e que
pressionaria para que a sede do papado novamente se instalasse em Roma. Outro
grupo de cardeais não aceitou essa eleição e, em 09 de agosto de 1378, assinou
um documento tornando nula a eleição de Urbano VI. Pouco mais de um mês depois,
elegeram outro papa, o cardeal de Genebra, que passou a se chamar Clemente VII,
cuja sede de seu papado se mantinha em Avinhão. O Cisma do Ocidente levou a uma
sucessão de papas nas duas cidades até o seu fim em 1417. Mas o motivo de ter
durado tanto tempo se deveu também à disputa de poder entre os vários reinos
europeus no período. Apoiavam o papa de Roma o imperador do Sacro Império, o
rei da Inglaterra e o conde de Flandres. O rei da França, de Nápoles e depois
Castela, Aragão, Lorena e Escócia apoiavam o papa instalado em Avinhão. Um
concílio se reuniu na cidade de Piza, na Itália, em 1409-1410, para encontrar
uma solução para a divisão. No entanto, surgiu um terceiro papa, já que o
escolhido em Pisa não foi aceito pelos demais grupos. A situação somente iria
mudar a partir de 1415 quando um novo concílio foi realizado em Constança. Os
cardeais decidiram naquele momento que o papa de Piza, João XIII, fosse
deposto. O papa de Roma, Gregório XII, renunciou ao cargo. E o papa de Avinhão,
Bento XIII, foi excomungado. Um novo papa foi eleito para garantir a unidade da
Igreja na Europa. Martinho V foi reconhecido como único papa em 1417 que se
instalou em Roma, acabando com o Cisma do Ocidente. Fonte: UOL – Mundo Educação.
PINTO, Tales Santos. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/cisma-ocidente-na-igreja-catolica.htm.
Acesso em: 09 de dez. 2021.
[8] João Wycliffe – Nascido em Hipswell
aproximadamente 1328 e falecido em 31 de dezembro de 1384 em Lutterworth,
Inglaterra. Foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador
religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a
Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o
idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe. Na universidade,
aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canônica. Tornou-se
sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford.
Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em
teologia. Como teólogo, logo destacou-se pela firme defesa dos interesses
nacionais contra as demandas do papado, ganhando reputação de patriota e
reformista. Wycliffe afirmava que havia um grande contraste entre o que a
igreja era e o que deveria ser, por isso defendia reformas. Suas ideias
apontavam a incompatibilidade entre várias normas do clero e os ensinos de
Jesus e seus apóstolos. Uma destas incompatibilidades era a questão das
propriedades e da riqueza do clero. Wycliffe queria o retorno da igreja à
primitiva pobreza dos tempos evangelistas, algo que, na sua visão, era
incompatível com o poder temporal do papa e dos cardeais. Para ele o Estado
deveria tomar posse de todas as propriedades da igreja e encarregar-se
diretamente do sustento do clero. Logo, a cátedra deixou de ser o único meio de
propagação de suas ideias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais
importante, a “Summa Theologiae”. Entre as ideias mais revolucionárias desta
obra, está a afirmação de que, nos assuntos de ordem material, o rei está acima
do papa e que a igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. Sua
obra seguinte, “De Civili Dominio”, aprofunda as críticas ao Papado de Avinhão
(onde esteve a sede provisória da Igreja Católica de 1309 até 1377), com seu
sistema de venda de indulgências e a vida perdulária e luxuosa de muitos
padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe defendia
que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do papado. A
obra contém 18 teses, que vieram a público em Oxford em 1376. Suas ideias espalharam-se com grande rapidez, em parte pelos interesses da nobreza em
confiscar os bens então em poder da igreja. Wycliffe pregava nas igrejas em
Londres e sua mensagem era bem recebida. Apesar de sua crescente popularidade,
a igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, João
Wycliffe é intimado a apresentar-se diante do bispo de Londres para
explanar-lhe seus ensinamentos. Compareceu acompanhado de vários amigos
influentes e quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na
igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou
ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe se intensificaram, acusando-o
de blasfêmia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no parlamento
inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se
fossem aliviados de suas obrigações seculares. Neste período, desenrolava-se a
Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquele tempo,
tudo que era identificado como francês era visto como inimigo e nessa visão se
incluiu a igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para Avinhão, na
França. A elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia à ideia de
enviar dinheiro aos papas, esta era uma atitude vista como ajuda ao sustento do
próprio inimigo. Neste ambiente hostil à França e à igreja, um teólogo como
Wycliffe desfrutou quase imediatamente de grande apoio, não apenas político,
como também popular, despertando o nacionalismo inglês. Em 22 de maio de 1377,
o Papa Gregório XI, que em janeiro havia abandonado Avinhão para retornar a
sede da igreja em Roma, expediu uma bula contra Wycliffe, declarando que suas
18 teses eram errôneas e perigosas para a igreja e o Estado. O apoio de que
Wycliffe desfrutava na corte e no parlamento tornaram a bula sem efeito
prático, pois era geral a opinião de que a igreja estava exaurindo os cofres
ingleses. Ao mesmo tempo em que defendia que a igreja devia ser limitado às
questões espirituais, sendo o poder temporal exercido pelo Estado, representado
pelo rei. Seu livro “Tractatus De Officio Regis defendia que o poder real
também era originário de Deus, encontrava testemunho nas Escrituras Sagradas,
quando Cristo aconselhou “dar a César o que é de César”. Era pecado, em sua
opinião, opor-se ao poder do rei e todas as pessoas, inclusive o clero,
deveriam pagar-lhe tributos. O rei deve aplicar seu poder com sabedoria e suas
leis devem estar de acordo com as de Deus. Das leis de Deus se deriva a
autoridade das leis reais, inclusive daquelas em que o rei atua contra o clero,
porque se o clero negligência seu ofício, o evangélico “e quem serve à igreja
deve submeter-se às leis do Estado. Os arcebispos ingleses deveriam receber sua
autoridade do rei (não do papa). Este livro teve grande influência na reforma
da igreja, não apenas na Inglaterra, que sob Henrique VIII passaria a ter a
igreja subordinada ao Estado e o rei como chefe da igreja, mas também na Boêmia
e na Alemanha. Especialmente interessantes são também os ensinamentos de
Wycliffe endereçada aos reis, para que protejam seus teólogos. Ele sustentava
que, já que as leis do rei devem estar de acordo com as Escrituras, o
conhecimento da Bíblia é necessário para fortalecer o exercício do poder real.
O rei deveria cercar-se de teólogos para aconselhá-lo na tarefa de proclamar as
leis reais. Os escritos de Wycliffe em seus últimos anos incluem contínuos
ataques ao papado e à hierarquia eclesiástica da época. Entretanto, nem sempre
foi assim. Seus primeiros escritos eram mais moderados e, à medida que as relações
de Wycliffe com a igreja foram se deteriorando, os ataques cresceram de intensidade.
Na questão relacionada ao cisma da igreja, com papas reivindicando em Roma e
Avinhão a liderança da igreja, Wycliffe entendia que o cristão não precisa de
Roma ou Avinhão, pois Deus está em toda a parte. “Nosso papa é o Cristo”,
sustentava. Em sua opinião, a igreja poderia continuar existindo mesmo sem a
existência de um líder visível, por outro lado os líderes poderiam surgir
naturalmente, desde que vivessem e exemplificassem os ensinamentos de Jesus. A
batalha de Wycliffe contra as ordens monásticas (que ele chamava de “seitas”)
iniciou-se por volta de 1377 e alongou-se até sua morte. Wycliffe afirmou que o
papado imperialista era suportado por estas “seitas”, que serviam ao domínio do
papa sobre as nações daquele tempo. Wycliffe dizia que a igreja não necessitava
de novas “seitas” e que eram suficientes os ensinos dos três primeiros séculos
de existência das igreja. Defendia que as ordens monásticas não eram suportadas
pela Bíblia e deveria ser abolidas, junto com suas propriedades. O povo então
se insurgiu contra os monges e é possível observar os maiores efeitos dessa
insurreição na Boêmia, anos mais tardes, com a revolução hussita (João Huss –
1369 – 1372 ou 1373 tendo morrido em 1415 – foi um pensador e reformador
religioso tcheco que iniciou um movimento religios baseado nas ideias de John
Wycliffe. Os seus seguidores ficaram conhecidos como os Hussitas. Huss foi executado
em 1415 – foi queimado vivo e morreu cantando um hino “Cântico de Davi, Jesus
filho de Davi tem misericórdia de mim”. Foi um precursor do movimento protestante,
a sua extensa obra escrita concedeu-lhe importante papel na história literária
tcheca por modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único). Na
Inglaterra, entretanto, o resultado não foi o esperado por Wycliffe: as
propriedades acabaram nas mãos dos barões feudais. Wycliffe organizou um
projeto de tradução das Escrituras, defendendo que a Bíblia deveria ser a base
de toda a doutrina da igreja e a única norma da fé cristã. Sustentava que o
papa ou os cardeais não possuíam autoridade para condenar suas 18 teses, pois
Cristo é a cabeça da igreja e não os papas. “A verdade emana da Bíblia, que
contém o suficiente para governar o mundo”, cita Wycliffe em seu livro “De
Sufficientia Legis Christi”. Wycliffe afirmava que na Bíblia se encontra a
verdade, a fonte fundamental do cristianismo e que, por isso, sem o
conhecimento da Bíblia não haveria paz na igreja e na sociedade. Com isso,
contrapunha a autoridade das escrituras à autoridade papal: “Enquanto temos
muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se
estiverem de acordo com a Bíblia”. Idêntico princípio seguiria Lutero mais de
100 anos depois, ao liderar a Reforma Protestante. Wycliffe acreditava que a
Bíblia deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar
disponível para o uso cotidiano, na língua nativa das populações. A honra
nacional requeria isto, desde quando os membros da nobreza passaram a possuir
exemplares da Bíblia em língua francesa. Partes das Bíblias já haviam sido
traduzidas para o inglês, mas não havia um tradução completa (que foi baseada
na Vulgata), não há dúvidas de que foi sua iniciativa e que o sucesso do
projeto foi devido à sua liderança. A ele deve-se a tradução clara e uniforme
do Novo Testamento, enquanto seu amigo Nicholas de Hereford traduziu o Antigo
Testamento. Ambas as traduções forram revisadas por John Purvey em 1388, quando
então a população em massa teve acesso à Bíblia em idioma inglês, ao mesmo
tempo que se ouvia dos críticos: “a joia do clero tornou-se o brinquedo dos
leigos”. Porém, durante a Idade Média os livros eram raros e caros por serem
feitos à mão, a Bíblia não era uma exceção. O uso exclusivo do latim era comum
a todos os livros dado a universalidade da língua e o seu reconhecimento
erudito e intelectual na Europa Ocidental, regra válida também para a Bíblia. A
tradução de Wycliffe da Bíblia para o inglês pode ser entendida como mais
movida pelo nacionalismo inglês e menos por uma inclinação popular de
democratização de acesso. Os pobres continuaram sem ter acesso a mesma por dois
motivos: o primeiro é que era cara por sua confecção ainda manual e segundo o
povo continuava analfabeto. A grande difusão da Bíblia só foi de fato possível
com a invenção da imprensa no século XV e a universalização da educação a
partir do século XIX. Então, somente após o século XIX reuniram-se as condições
para a Bíblia ser um livro popular. Apesar do empenho da hierarquia
eclesiástica em destruir traduções em razão do que consideravam como erros de
tradução e comentários equivocados, ainda existem ao redor de 150 manuscritos,
parciais ou completos, contendo a tradução em sua forma revisada. Disso pode-se
inferir o quão difundida essa tradução foi no século XV, razão pela qual os
partidários de Wycliffe eram chamados de “homens da Bíblia” por seus críticos.
Assim como a versão de Lutero teve grande influência sobre a língua alemã,
também a versão Wycliffe influenciou o idioma inglês, pela sua clareza, força e
beleza. A Bíblia de Wycliffe, como passou a ser conhecida, foi amplamente
distribuída por toda a Inglaterra. A igreja a denunciou como uma tradução não
autorizada. Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia a
pobreza dos padres e os organizou em grupos para divulgar os ensinos de Cristo.
Estes padres (mais tarde chamados de “lolardos” – o lollardismo foi um
movimento político e religioso dos finais do século XIV e inícios do século XV
na Inglaterra, inicialmente liderado por John Wycliffe que quando foi demitido
da Universidade de Oxford em 1381 pelas críticas à Igreja Católica Romana,
sendo que a síntese de suas ideias encontra-se nas “Doze Conclusões dos
Lollardas. O termo provavelmente deriva de uma palavra que em holandês equivale
à “murmurador. Foi um apelido depreciativo dado a pregadores liderados por
Wycliffe, em meados do século XV, “lollard” passou a designar hereges na Inglaterra.
Em 1387, ocorreu o primeiro uso oficial do termo na Inglaterra em um mandato do
Bispo de Worcester contra cinco “pobres pregadores”. Entre suas principais
doutrinas estavam que a devoção era um requerimento para que um clérigo fosse “verdadeiro”
padre ou levasse a cabo os sacramentos, e que o leigo devoto tinha o poder de
executar os mesmos ritos, acreditando que o poder religioso e a autoridade
resultam da devoção e não da hierarquia da igreja. Ensinavam o conceito da “Igreja
dos salvados”, significando que entre a verdadeira igreja de Cristo era a
comunidade dos fiéis, que tinha muito em comum mas não era o mesmo que a igreja
oficial de Roma. Ensinava uma determinada forma de predestinação, advogava a
pobreza apostólica e a taxação das propriedades da Igreja Católica, negava a
transubstanciação em favor da consubstanciação) não faziam votos nem recebiam
consagração formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o evangelho ao povo. Estes
pregadores itinerantes espalharam os ensinos de Wycliffe pelo interior da
Inglaterra, agrupados dois a dois, de pés descalços, usando longas túnicas e
carregando cajados nas mãos. Em meados de 1381 uma insurreição social amedrontou
os grandes proprietários ingleses e o rei Ricardo II foi levado a crer que os
lolardos haviam contribuído com ela. Ele ordenou à Universidade de Oxford (que
havia sido reduto dos insurretos) que expulsasse Wycliffe e seus seguidores,
apesar destes não haverem apoiado qualquer movimento rebelde. O rei proibiu a
citação dos ensinos de Wycliffe em sermões e mesmo em discussões acadêmicas,
sob pena de prisão para os infratores. Wycliffe então se retirou para sua casa
em Lutterworth, onde reuniu sábios que o auxiliaram na tarefa de traduzir a
Bíblia do latim para o inglês. Enquanto assistia à missa em Lutterworth, no dia
28 de dezembro de 1384, foi acometido de um ataque de apoplexia, falecendo três
dias depois, no último dia do ano. A influência dos escritos de Wycliffe foi
muito grande em outros movimentos reformistas, em particular sobre o da Boemia,
liderado por Jan Huss e Jerônimo de Praga. Para frear tais movimentos, a igreja
convocou o Concílio de Constança (1414 – 1418). Um decreto deste Concílio
(expedido em 4 de maio de 1415) declarou Wycliffe como herético, recomendou que
todos os seus escritos fossem queimados e ordenou que seus restos mortais
fossem exumados e queimados, o que foi cumprido 12 anos mais tarde pelo Papa
Martinho V. Suas cinzas foram jogadas no rio Swift, que banha Lutterworth.
[9] Gentry – do francês arcaico genterie –
a nobreza rural europeia que, embora desprovida de títulos nobiliárquicos,
possuía os mesmos valores da restante aristocracia inglesa. É uma nobreza
terratenente (proprietários de terra que por extensão tem muito poder ou
influência e prestígio numa cidade ou região) que, que a partir do século XVI
começou se apropriar das terras comunais e de pequenas propriedades rurais de
modo a cercá-las e assim proceder à criação de gado ovino – necessária para
haver manufaturas domésticas que faziam a produção de têxteis. Foram
responsáveis pelo aumento subsequente da produção agrícola, ao introduzirem uma
série de inovações agrícolas.
[10] Isabel I ou Elizabeth I – nascida em
Greenwich, Londres em 7 de setembro de 1533 e falecida em Richmond, Londres,
Inglaterra em 24 de março de 1603. Também chamada de “A Rainha Virgem”,
“Gloriana” ou “Boa Rainha Bess” (“Bess” era como Roberto Durdley, seu favorito,
a chamava) foi Rainha da Inglaterra e Irlanda de 1558 até sua morte e a quinta
e última monarca da Casa Tudor. Como filha do rei Henrique VIII, Elizabeth
nasceu dentro da linha de sucessão; entretanto, a sua mãe Ana Bolena foi
executada dois anos e meio após seu nascimento e o casamento dos seus pais foi
anulado. Elizabeth foi declarada ilegítima. O seu meio-irmão Eduardo VI sucedeu
a Dom Henrique e reinou até morrer em 1553. Antes da sua morte, Eduardo nomeou
Joana Grey, como rainha, excluindo da sucessão as suas meias-irmãs Elizabeth e
a católica Maria I, apesar da existência de um estatuto declarando o contrário.
Porém, o seu testamento acabou anulado e Maria tornou-se rainha, tendo Joana
sido executada. Elizabeth foi também feita prisioneira, durante cerca de um ano
em que durou o reinado de Maria, por suspeitas de apoiar rebeldes protestantes.
Elizabeth sucedeu Maria em 1558 e passou a reinar com um conselho. A rainha
passou a depender muito de um grupo de conselheiros de confiança liderados por
Guilherme Cecil, o Barão de Burghley. Uma das suas primeiras ações como rainha
foi o estabelecimento de uma igreja protestante inglesa, da qual tornou-se sua
Governadora Suprema. A Resolução Religiosa Elisabetana mais tarde
desenvolveu-se na atual Igreja Anglicana. Era também esperado que ela se
casasse e gerasse um herdeiro para continuar a linhagem da Casa de Tudor,
porém, nunca se casou apesar de ter tido vários pretendentes. Elizabeth ficou
famosa pela sua castidade enquanto envelhecia. Um culto cresceu a seu redor
tendo sido celebrada em pinturas, desfiles e obras literárias. A governança de
Elizabeth foi mais moderada do que a do pai e a dos meios-irmãos. Um de seus
lemas era vídeo et taceo (“Vejo e digo nada”). Era relativamente tolerante em
questões religiosas, evitando perseguições sistemáticas. Depois de 1570, quando
o papa a declarou ilegítima e permitiu aos seus súditos que a deixassem de lhe
obedecê-la, várias aspirações ameaçaram a sua vida. Todos os planos foram
derrotados com a ajuda dos serviços secretos dos seus ministros. Elizabeth era
cautelosa em assuntos estrangeiros, movimentando-se entre as grandes potências
da França e Espanha. Apoiou, sem entusiasmo, várias campanhas militares
ineficazes e mal equipadas nos Países Baixos do Sul, na França e Irlanda.
Porém, por volta de 1580, uma guerra contra a Espanha tornou-se inevitável.
Quando os espanhóis finalmente decidiram em 1588 tentar conquistar a
Inglaterra, o fracasso da Armada Invencível associou Elizabeth a uma das
maiores vitórias militares da história inglesa. O reinado ficou para sempre
conhecido com Período Elisabetano, famoso acima de tudo pelo florescimento do
drama inglês, liderado por dramaturgos como William Shakespeare e Christopher
Marlowe, além das proezas marítimas dos aventureiros ingleses como Sir Francis
Drake. Alguns historiadores são mais contidos nas suas avaliações a Elizabeth.
Eles representam-na como uma governante temperamental, às vezes indecisa e que
teve muita sorte. Uma série de problemas econômicos e militares diminuíram a
sua popularidade ao final de seu reinado. Elizabeth é reconhecida como uma
intérprete carismática e uma sobrevivente obstinada num período em que o
governo era um instituição desorganizada e limitada, e monarcas de países
vizinhos enfrentavam problemas internos que ameaçavam seus tronos. Assim foi o
caso da rival Maria da Escócia, que foi presa por Elizabeth em 1568, e acabou
por ser executada em 1587. Depois dos curtos reinados de Eduardo VI e Maria I,
o seu período de 44 anos no trono deu estabilidade ao reino e ajudou a criar um
sentimento de identidade nacional. Fonte: Wikipédia. Acesso em 5 de dez. de
2021.
[11] Monasticismo ou monaquismo – do grego
monachos, que quer dizer uma pessoa solitária – é a prática da abdicação dos
objetos comuns dos homens em prol da prática religiosa. Várias religiões têm
elementos monásticos, embora usando expressões diferentes: cristianismo,
budismo, hinduísmo, taoísmo e jainismo. Assim, os indivíduos que praticam o
monasticismo são classificados como monges (no caso dos homens) e monjas (no
caso das mulheres). Ambos podem ser referidos como monásticos e, por norma,
vivem na chamada clausura monástica. Fonte: Wikipédia. Acesso em 08/12/2021.
[12] Thomas Cranmer – Nascido em Aslockton
em 2 de julho de 1489 e falecido em Oxford em 21 de março de 1556. Foi um dos
líderes da Reforma Inglesa e Arcebispo de Cantuária durante os reinados de
Henrique VIII, Eduardo VI e Maria I. Cranmer ajudou a construir o caso para a
anulação do casamento de Henrique com Catarina de Aragão, que foi uma das
causas da separação da Igreja Anglicana e da união com a Igreja Católica. Junto
com Thomas Cromwell, ele apoiava o princípio da Supremacia Real, em que o rei
era considerado o soberano da igreja do seu reino. Durante seu período como
arcebispo, foi responsável por estabelecer as primeiras estruturas doutrinais e
litúrgicas da reformada Igreja da Inglaterra por causa das disputas de poder
entre os conservadores e os reformistas religiosos. Entretanto, ele conseguiu
publicar o primeiro vernáculo autorizado, a “Exortação e Ladainha”. Quando
Eduardo chegou ao trono, Cranmer conseguiu promover grandes reformas. Escreveu
e compilou as duas primeiras edições do “Livro de Oração Comum”, uma liturgia
completa para a Igreja Anglicana. Com a ajuda de vários reformistas
continentais a que deu refúgio, ele desenvolveu novos padrões doutrinários em
áreas como a eucaristia, celibato clerical, o papel das imagens em locais de
culto e a veneração dos santos. Cranmer promulgou novas doutrinas através do
“Livro de Oração”, das homilias e outras publicações. Cranmer foi acusado
quando Maria I assumiu o trono da Inglaterra, e condenado de traição por seu
apoio a Jane Grey, como Rainha, mas Maria Tudor poupou sua vida, resolvendo
julgá-lo por heresia, mantendo-o preso até fevereiro de 1556, permanecendo
Cranmer como arcebispo. Em novembro de 1554, o Cardeal Reginald Pole foi a
Inglaterra para restabelecer os laços do país com o catolicismo. Pole foi
indicado como arcebispo de Cantuária em 1556. Entrementes, Cranmer,
enfraquecido pelos mais de dois anos de prisão, declarou vários
arrependimentos, reafirmando sua crença na transubstanciação e na supremacia
papal dizendo posteriormente, que o fez a fim de evitar sua execução. Apesar
disso, Cranmer foi sentenciado à morte pela fogueira. De acordo com John Foxe,
em 21 de março de 1556, Cranmer foi trazido em procissão à Igreja de Santa
Maria, em Oxford, onde ele foi forçado a fazer uma declaração pública afirmando
seu arrependimento. Em vez disso, Cranmer retirou sua declaração anterior de
arrependimento e denunciou a doutrina da Igreja Católica e o papa, dizendo: “E
sobre o papa, eu o recuso, como inimigo de Cristo e Anticristo, com toda sua
falsa doutrina”. Após isso, Cranmer foi executado na fogueira. Fonte:
Wikipédia. Acesso em 5 de dez. de 2021.
[13] Luteranismo – ver Blog do Maffei. https://radiomaffei.blogspot.com/2021/12/reforma-protestante-i.html.
Acessado em: 08 de dez. 2021.
[14] Calvinismo- ver Blog do Maffei. https://radiomaffei.blogspot.com/2021/12/reforma-protestante-ii.html.
. Acessado em: 08 de dez. 2021.
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