A Cabeça Decepada de
Sem
dúvida entre as mais controversas figuras da história britânica existe um lugar
de destaque reservado ao General e Chefe de Estado, Oliver Cromwell[1]. Ele
ficou conhecido por liderar o Exército do Parlamento na Guerra Civil
Inglesa[2], alimentada pelos seus desentendimentos com o Rei Carlos I[3] a
respeito de reformas que visavam diminuir o poder real. Cromwell era um ferrenho anti monarquista, desejava manter os poderes reais em xeque e em mais de um
momento tentou abolir a realeza de uma vez por todas. Ele coordenou os esforços
da Revolução, foi um comandante obstinado e chegou a liderar as tropas
pessoalmente em sangrentas batalhas contra as forças legalistas.
Oliver Cromwell visita o corpo de Carlos I |
Carlos II |
O
Rei ordenou que o cadáver de seu desafeto fosse removido de onde havia sido
depositado com todas honras. A ordem era remover o corpo e dar a ele o
tratamento que um condenado teria. Primeiro o cadáver foi retirado do caixão e
atirado no chão. Ele foi amarrado em uma corda e arrastado sendo ofendido,
cuspido e vilipendiado pelos cidadãos compelidos a agir dessa maneira por um
decreto real. Aquele que se negasse a participar dessa humilhação poderia ser
considerado um traidor. Ao chegar a uma praça onde execuções ocorriam, o corpo
foi surrado e então enforcado. Ele permaneceu pendurado da manhã até a
madrugada, quando foi descido, colocado num patíbulo e decapitado. Mas nem isso
foi o bastante!
Mas a verdadeira jornada da cabeça começaria oficialmente em 1685, quando uma violenta tempestade atingiu Londres e derrubou o poste de carvalho fazendo o crânio se soltar do prego e rolar até os pés de um guarda. Esse sentinela, cuja identidade permaneceu desconhecida, decidiu apanhar o objeto macabro e escondê-lo num vão dentro da chaminé de sua casa. Enquanto isso, uma busca pelo crânio era conduzida com uma recompensa sendo oferecida para quem recuperasse o artefato. O guarda, temia ser punido por ter pego o crânio e por isso resolveu guardar segredo.
Máscara Mortuária de Cromwell |
Enquanto
a maioria das pessoas via o crânio como uma mórbida curiosidade, um ourives
chamado James Cox[8] viu na peça uma oportunidade de enriquecer.
Ele comprou de Russel a peça por cerca de 100 libras (aproximadamente 5600
libras em valores atuais) e tratou de espalhar o rumor de que ela tinha poderes
sobrenaturais. Diziam que o objeto revelava visões do passado e do futuro, que
falava na mente de seu dono e que conhecia muitos segredos dos bastidores do
poder. Um dos rumores mais interessantes envolvia a localização de um grande
tesouro que supostamente havia sido coletado por Cromwell em seus dias como
Lorde Protetor. Ninguém jamais havia encontrado esse tesouro e acreditava-se
que, com a devida persuasão, o crânio poderia ser convencido a revelar seu
paradeiro.
Os
Hughes morreram em datas próximas em meados de 1810 e a cabeça desapareceu num
limbo de mistérios uma vez mais. Supostamente a filha de um dos irmãos Hughes
conseguiu vender a cabeça e essa foi parar então nas mãos de Josiah Henry
Wilkinson em 1815. Ele ao menos tratou o objeto com um pouco mais de respeito.
Ao invés de exibi-la simplesmente a deixou guardada em uma caixa de madeira com
palha e serragem. O estranho objeto passou de geração para geração da família,
tratado como uma herança peculiar.
Enquanto isso, outras cabeças apareceram, com seus donos afirmando se tratarem da verdadeira cabeça de Oliver Cromwell. Disputas e acusações a respeito de farsantes se aproveitando da história se tornaram algo corriqueiro. Em dado momento, haviam mais de cinco cabeças supostamente pertencentes ao Lorde Protetor espalhadas pela Inglaterra. Finalmente em 1911, uma rigorosa análise feita por cientistas do Instituto Real de Arqueologia examinou as cabeças. A conclusão foi que o item genuíno em poder da Família Wilkinson era o autêntico. O mesmo estudo foi realizado uma segunda vez em 1934, confirmando o laudo original.
Horace Wilkinson |
Apenas
no ano de 1960 é que a longa odisseia da cabeça de Oliver Cromwell se
encerraria de uma vez por todas. Um dos descendentes de Wilkinson, o Dr.
Horace Norman Stanley Wilkinson, decidiu dar um descanso decente à cabeça.
Em 25 de março de 1960, a cabeça foi colocada em uma caixa de metal e enterrada
em local secreto no campus do Sidney Sussex College, em um local conhecido
apenas por alguns poucos indivíduos afim de evitar a ação de ladrões de
sepulturas.
E assim, depois de séculos, a cabeça do Lorde
Protetor enfim pode descansar.
Fonte:
Blog Mundo Tentacular
http://mundotentacular.blogspot.com/2020/08/a-estranha-jornada-da-cabeca-de-oliver.html
Acessado em: 7 de dez. 2021
[1] Oliver Cromwell – Nascido em
Huntingdon, condado de Cambridgeshire, Anglia Oriental, Inglaterra em 25 de
abril de 1599 e falecido no Palácio de Whitehall, Londres em 3 de setembro de
1658. Foi um militar e líder político inglês e, mais tarde, Lord Protector.
Nascido no meio da nobreza rural, os primeiros quarenta anos de sua vida são
pouco conhecidos. Após passar por uma conversão religiosa na década de 1630,
Cromwell tornou-se puritano independente, assumindo uma posição, no geral,
tolerante, face aos protestantes do seu tempo. Um homem intensamente religioso
– auto denominado de Moisés puritano – ele acreditava profundamente que Deus era
seu guia nas suas vitórias. Cromwell foi eleito membro do parlamento pelo
círculo eleitoral de Hungingdon em 1628, e por Cambridge, no Pequeno (1640) e
Longo Parlamentos (1640 -1649). Participou da Guerra Civil Inglesa, ao lado dos
Parlamentaristas. Chamado de “Old Ironside”, foi rapidamente promovido da
liderança de uma simples tropa de cavalaria para um dos comandantes principais
do New Model Army, onde desempenhou um papel de destaque na derrota das forças
realistas. Foi um dos signatários da sentença de morte do rei Carlos I em 1649,
e, como membro do Rump Parliament (1649 – 1653), dominou a Comunidade da
Inglaterra. Foi escolhido para assumir o comando da campanha inglesa na Irlanda
durante 1649 – 1650. As suas forças derrotaram a coligação entre os
Confederados e os Realistas, e ocuparam o país – terminando, assim, com as
Guerras Confederadas Irlandesas. Durante este período, foram redigidas uma
série de Leis Penais contra os católicos romanos (uma minoria significativa na
Inglaterra e na Escócia, mas uma grande maioria na Irlanda), e grande parte das
suas terras foram confiscadas. Cromwell também liderou uma campanha contra o
exército escocês entre 1650 e 1651, liderando os “Roundheads” contra os
Cavalheiros (Cavaliers), saindo vitorioso principalmente pelo fato do seu
exército ter um modelo chamado “New Model Army” que tinha uma hierarquia
baseada na meritocracia, ou seja, as altas patentes só eram alcançadas por
merecimento. A 20 de abril de 1653, dissolveu o Rump Parliament pela força,
instituindo uma assembleia, de curta duração, conhecida como Paramento
Barebones, antes de ser convidado pelos seus pares para liderar como “Lorde
Protetor” da Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda, a partir de 16 de
dezembro de 1653. Como governante, esteve à frente de uma política exterior
muito agressiva e eficaz. Depois de sua morte (por malária) em 1658, foi
sepultado na Abadia de Westminster mas, após a tomada do poder pelos
monarquistas, em 1660, o seu corpo foi retirado da sepultura, pendurado por
correntes e decapitado. Fonte: Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Oliver_Cromwell.
Acesso em 6 de dez. de 2021.
[2] Guerra Civil Inglesa – aconteceu durante
a Revolução Inglesa, foi uma guerra civil entre os partidários do rei Carlos I
da Inglaterra e do Parlamento, liderado por Oliver Cromwell. Começou em 1642 e
acabou com a condenação à morte de Carlos I, em 1649. Antes da revolução, o
poder do rei era absolutista, uma vez que contestá-lo era um sacrilégio. Depois
da revolução, o poder do rei se viu reduzido, onde o rei existe e reina, mas
não governa, quem governa é o Primeiro-Ministro, através do parlamento.
Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Inglesa.
Acesso em 10 de dez. de 2021.
Batalha de Naseby |
[3] Carlos I – Nascido em Dunfermline,
Fife, Escócia em 19 de novembro de 1600 e falecido em Londres, Inglaterra em 30
de janeiro de 1649. Foi rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 1625 até sua
execução. Era o segundo filho do rei Jaime VI da Escócia e sua esposa Ana da
Dinamarca; quando seu pai herdou o trono inglês em 1603, Carlos se mudou para a
Inglaterra, onde passou a maior parte da vida. Ele se tornou herdeiro aparente,
quando seu irmão Henrique Frederico morreu. Uma tentativa malsucedida e
impopular tentou casar Carlos com uma princesa espanhola em 1623. Dois anos
depois se casou com a francesa Henriqueta Maria. Depois de sua sucessão, Carlos
começou uma luta pelo poder contra o parlamento inglês, tentando obter uma
receita enquanto o parlamento tentava restringir sua prerrogativa real. Ele acreditava
no direito divino dos reis e achou que podia governar de acordo com sua
consciência. Muitos de seus súditos eram contra suas políticas, particularmente
suas interferências nas igrejas inglesa e escocesa e o aumento de impostos sem
o consentimento parlamentar, vendo suas ações como de um monarca absoluto
tirano. As políticas religiosa de Carlos, junto com seu casamento com uma
católica, geraram antipatia e desconfiança entre grupos reformistas como os
puritanos e calvinistas, que o viam como muito católico. Ele apoiava clérigos
controversos como Ricardo Montagu e William Laud quem Carlos nomeou Arcebispo
da Cantuária, falhando em ajudar forças protestantes durante a Guerra dos
Trinta Anos. Suas tentativas de forçar reformas religiosas na Escócia gerou as
Guerras dos Bispos, aumentou a oposição dos parlamentos inglês e escocês e
ajudou a precipitar sua queda. A partir de 1641, Carlos lutou contra as forças
dos dois parlamentos na Guerra Civil Inglesa. Depois de ser derrotado em 1645,
ele se entregou para forças escocesas que o entregaram para o parlamento
inglês. Carlos se recusou a aceitar as exigências de uma monarquia
constitucional protestante e temporariamente fugiu em novembro de 1647.
Recapturado na ilha de Wight criou uma aliança com a Escócia, porém o Exército
Novo de Oliver Cromwell consolidou seu controle na Inglaterra no final de 1648.
Carlos foi julgado, condenado e executado por traição em janeiro de 1649. A
monarquia foi abolida e uma república foi declarada. O Interregnum inglês
terminou em 1660 e a monarquia foi restaurada com seu filho Carlos II. Fonte:
Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_I_de_Inglaterra.
Acesso em 6 de dez. de 2021.
[4] Abadia de Westminster – formalmente denominadas
Igreja Colegiada de São Pedro em Westminster, é uma grande igreja em
arquitetura predominantemente gótica na cidade de Westminster, Londres,
Inglaterra, a oeste do Palácio de Westminster. É um dos edifícios religiosos
mais notáveis do Reino Unido e o local tradicional de coroação e sepultamento
dos monarcas ingleses e, posteriormente britânicos. O edifício em si era uma
igreja monástica beneditina até a dissolução do mosteiro em 1539. Entre 1540 e
1556, a abadia tinha o status de catedral. Desde 1560, o prédio não é mais uma
abadia ou catedral, tendo o status de “Royal Peculiar” da Igreja Anglicana –
uma igreja responsável diretamente pelo soberano. De acordo com a tradição
relatada pela primeira vez por Sulcard em cerca de 1080, uma igreja fundada no
local (então conhecida como Thorn Ey [Ilha Thorn]) no século VII, na época de
Mellitus, um bispo de Londres. A construção atual começou em 1245, por ordem do
rei Henrique III. Desde a coroação de Guilherme, o Conquistador (William), em
1066, todas as coroações de monarcas ingleses e britânicos estão na Abadia de
Westminster. Houve 16 casamentos reais na abadia desde 1100. Como local de
enterro de mais de 3,3 mil pessoas, geralmente de destaque predominante na
história britânica (incluindo pelo menos dezesseis monarcas, oito
primeiros-ministros, poetas laureados, atores, cientistas e líderes militares e
o Guerreiro Desconhecido), a Abadia de Westminster às vezes é descrita como “Valhalla
da Grã-Bretanha”, depois da construção de um icônico salão funerário da
mitologia nórdica. Fonte: Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Abadia_de_Westminster.
Acesso em 10 de dez. de 2021.
[5] Carlos II – Nascido em Londres em 29
de maio de 1630 e falecido em Londres em 6 de fevereiro de 1685. Foi rei da
Inglaterra, Escócia e Irlanda de 1660 até sua morte. Seu pai Carlos I foi
executado no Palácio de Whitehall em 31 de janeiro de 1649, no auge da Guerra
Civil Inglesa. O parlamento escocês o proclamou rei, porém Oliver Cromwell o
derrotou na Batalha de Worcester, em 3 de setembro de 1651 e Carlos fugiu para
a Europa continental. Cromwell se transformou no governante da Inglaterra,
Escócia e Irlanda; Carlos passou nove anos em exílio na França, Províncias
Unidas (República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixo) e nos Países
Baixos Espanhóis. Após a morte de Cromwell em 1658, uma crise política resultou
na restauração da monarquia, com Carlos sendo convidado a retornar a
Grã-Bretanha. Em 29 de maio de 1660, seu aniversário de trinta anos, ele foi
recebido em Londres com grande aclamação pública. Depois disso, todos os
documentos legais foram datados como se ele tivesse sucedido seu pai em 1649. O
parlamento inglês aprovou leis conhecidas como Código Clarendon, criado para
fortalecer a posição da restabelecida Igreja Anglicana. Ele concordou com o
código, mesmo sendo a favor de uma política de tolerância religiosa. A
principal questão estrangeira do início de seu reinado foi a Segunda Guerra
Anglo-Holandesa. Em 1670, assinou o Tratado Secreto de Dover, uma aliança com o
seu primo Luís XIV de França. O rei francês concordava em auxiliar o inglês na
Terceira Guerra Anglo-Holandesa e pagar uma pensão a Carlos, em troca Carlos
prometia se converter ao catolicismo em uma data futura não especificada. Ele
tentou em 1672 introduzir a liberdade religiosa aos católicos e dissidentes
protestantes, com sua Real Declaração de Indulgência, porém o parlamento inglês
forçou sua retirada. Em 1679, as revelações de Tito Oates sobre um suposto
“Complô Papista” iniciaram a Crise da Exclusão quando descobriu que o irmão do
rei, Jaime, o Duque de Iorque e Albany era um católico. A crise viu o
surgimento de partidos Whig pró-exclusão e Tory antiexclusão. Carlos se aliou
aos Tories e, após a descoberta de uma conspiração para mata-lo junto com o
irmão em 1683, alguns líderes Whigs foram mortos ou exilados. Carlos dissolveu
o parlamento em 1681, reinando sozinho até morrer em 1685. Não teve nenhum
filho com sua esposa Catarina de Bragança, apesar de ter reconhecido vários
ilegítimos, sendo assim sucedido por seu irmão Jaime. Fonte: Wikipédia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_II_de_Inglaterra.
Acesso em 6 de dez. de 2021.
[6] Westminster Hall – Palácio de Westminster ou Casas do Parlamento - é o palácio londrino onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido (a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns). O palácio fica situado na margem norte do rio Tâmisa, no Borough da Cidade de Westminster próximo de outros edifícios governamentais ao longo da Whitehall. O palácio é um dos maiores parlamentos do mundo, constituindo um dos ex-libris de Londres, o que faz dele um dos edifícios existentes a conterem mais de 1.000 salas, 100 escadarias, e 5 Km de corredores. Apesar de a maior parte da construção datar do século XIX, entre os edifícios originais do Palácio encontra-se o Westminster Hall, usado atualmente para importantes cerimônias públicas, tal como os Funerais de Estado, e a Torre das Jóias (Jewel Tower). A tutela do Palácio de Westminster e do seu recinto foi exercida durante séculos pelo representante da Rainha, o Lorde-Camareiro Mor (Lord Great Chamberlain). Por acordo com a Coroa, o controle passou para as duas câmaras em 1965. Certas salas de cerimônia continuam sob a alçada do Lorde-Camareiro Mor. Depois de um incêndio em 1834, as atuais Casas do Parlamento foram construídas nos 30 anos seguintes. Foram obras do arquiteto Sir Charles Barry (1795 – 1860) e do seu assistente Augustus Welby Pugin (1812 – 1852). O desenho incorporou o Westminster Hall e o que restava da capela de Santo Estevão. Todos os cidadãos britânicos têm o direito tradicional de pedir para se avistarem com os seus membros do Parlamento, encontrando-se no elaboradíssimo Salão Central (Central Lobby). Durante as sessões parlamentares é possível assistir aos debates a partir da Galeria dos Estranhos (Stranger’s Galleries). Até a rainha está sujeita a restrições. Durante a Abertura Solene do Parlamento (State Opening of Parliamente) a soberana deve sentar-se no trono entre os Lordes enquanto o Primeiro-Ministro e os membros do Gabinete são convidados a entrar pela Câmara dos Comuns – um costume que remonta à intrusão arbitrária de Carlos I para pedir a prisão de cinco membros do Parlamento, tendo, no entanto, falhado no seu propósito. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Westminster. Acesso em 10 de dez. 2021.
[7]
[8] James Cox (cerca de 1723 – 1800) – Foi um inventor, joalheiro e empresário britânico e também proprietário Museu de Cox. Mais conhecido por criar autômatos engenhosos e relógios mecânicos, incluindo o relógio de Cox, movido por pressão atmosférica, o relógio Peacock e o Cisne de Prata. A carreira de Cox como joalheiro começou em 1751, e seus autômatos foram projetados por artistas como Joseph Nollekens e Johann Zoffany. Na década de 1760, John Joseph Merlin tornou-se seu aprendiz. Embora ele se proclamou ourives, ele empregou vários joalheiros e fabricantes que podem ter feito muito trabalho; que ele nunca foi membro da guilda do ourives confirma mais a alegação de que ele subcontratou trabalho. Cox se especializou em intricados objetos de relógio incrustados de ouro, prata e joias, conhecidos como “canções de canto”. Seu mercado principal era o Extremo Oriente, especialmente a Índia e China, e o imperador chinês Qialong, possuía um de seus autômatos, em forma de carruagem. A popularidade de Cox foi importante para o comércio britânico: o comércio de chá garantiu que as importações britânicas superassem em muito suas exportações para a China, e Cox ajudou a corrigir o desequilíbrio. Suas “canções de canto” inicialmente reduziram o déficit comercial britânico, mas no início dos anos de 1770 Cox estava preso com um grande e um mercado oriental inundado. Ele liquidou parte de seu estoque na Christie’s em 1772 e usou o estoque restante para iniciar seu museu. Na década de 1770, Cox gerenciou um museu privado no Great Room em Spring Gardens, em Londres. Ele estava exibindo seus produtos desde pelo menos 1769, embora o museu oficial tenha sido inaugurado apenas em fevereiro de 1772. O local fica perto do Arco do Almirantado e estaria entre as salas de exibição mais populares de Londres no próximo meio século. O Cox’s Museum era tão memorável que era costume referir-se à sala como “anteriormente o Cox’s Museum”, e durante a execução do museu de 1772 a 1776 a exibição de Cox eclipsou todas as outras exposições. Sua habilidade em publicidade, sem dúvida, desempenhou um papel na construção da popularidade do museu. Cox produziu vários catálogos e uma coleção de versos elogiando seu museu, que foram publicados pela primeira vez em vários jornais de Londres (alguns provavelmente foram plantados por Cox). O Cox’s Museum estava entre as exposições mais caras de Londres, e o preço supostamente era para limitar o número de visitantes por razões de segurança. O museu era popular entre as classes altas e literatas de Londres: James Boswell o visitou em 1772, por recomendação de Samuel Johnson, e Frances Burney encena um debate sobre os usos da arte em Cox’s em seu romance Evelina. O dramaturgo Richard Sheridan presta homenagem ao Cox’s Museum em The Rivals. Como proprietário do museu, Cox pode ter comprado a cabeça de Oliver Cromwell como uma curiosidade. Embora ele esperasse por patrocínio real e exibisse, como era comum, retratos reais no museu, Cox nunca alcançou seu objetivo. Em 1773, uma lei especial do Parlamento autorizou Cox a dividir sua coleção e vender as peças por sorteio. O museu foi removido de Spring Gardens em 1775 e depois de ser brevemente exibido na Mansion House pelo Lord Mayor, foi dissolvido e vendido por loteria em maio de 1775. Em 1778, Cox foi à falência pela segunda vez. Cox despachou seu filho John Henry para Cantão na China em 1782 para vender um estoque acumulada. Em Cantão, James e John Henry tornaram-se sócios de Daniel Beale e seu irmão Thomas na empresa Cox & Beale. Cox permaneceu no negócio como varejista, não mais como artista ou fabricante, até sua morte. Entre as obras mais conhecidas de Cox estão o Relógio do Pavão, agora no State Hermitage Museum em São Petersburgo, e o Silver Swan, construído por Cox Barnard Castle, Teesdale, Couty Durham. O cisne, que pode levantar o pescoço, virar a cabeça e (aparentemente) pegar peixes pequenos, ainda funciona, como é demonstrado diariamente. Na época da loteria de maio de 1775, um par de brincos de diamante atraiu muita atenção, com Cox se oferecendo para compra-lo de volta do vencedor por 5.000 libras. Um relógio musical desenhado por Cox, e anteriormente propriedade do Rei Farouk do Egito, foi vendido em 12 de dezembro de 2012 na Bohams London por 385.250 libras (577.547 dólares). Fonte: https://stringfixer.com/pt/James_Cox_(inventor). Acesso em: 10 de dez. 2021.
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