Arqueologia é a ciência que estuda as culturas e
os modos de vida das diferentes sociedades humanas - tanto do passado
como do presente - a partir da análise de objetos materiais. É uma ciência
social que estuda as sociedades através das materialidades produzidas
pelos seres humanos sem limites de caráter cronológico sejam estes móveis —
como, por exemplo, um objeto de arte — ou objetos imóveis — como é o
caso das estruturas arquitetônicas. Incluem-se também no seu campo de
estudos as intervenções feitas pelos seres humanos no meio
ambiente.
A maioria dos primeiros arqueólogos, que
aplicaram sua disciplina aos estudos das antiguidades, definiu a arqueologia
como o estudo sistemático dos
restos materiais da vida humana já desaparecida. Outros arqueólogos
enfatizaram aspectos psicológico-comportamentais e definiram a arqueologia
como a reconstrução da vida dos
povos antigos. A ciência arqueológica pode envolver trabalhos de
prospecção e escavação, ou somente prospecção, em ambos os casos são realizadas
análises das materialidades encontradas, para assim traçar os comportamentos da
sociedade que as produziu. Em muitos casos, a arqueologia se utiliza de
investigações de outras áreas científicas, como a antropologia, história,
história da arte, geografia, geologia, linguística, física, as ciências da
informação, química, estatística, paleontologia (paleozoologia, paleobotânica e
paleoecologia), medicina e literatura.
Em alguns países a arqueologia é
considerada como uma disciplina pertencente à antropologia enquanto
que em países, como em Portugal, esta foi considerada uma disciplina
pertencente ao ramo científico da História e dependente deste. No Brasil, a
Arqueologia é tida como uma ciência autônoma, com cursos de graduação
espalhados por todo o país. A arqueologia dedica-se ao estudo das manifestações
culturais e materiais desde o surgimento do ser humano (transição do australopitecos para o homo habilis) até ao presente. Deste
modo, enquanto as antigas gerações de arqueólogos estudavam um antigo
instrumento de cerâmica como um elemento cronológico que ajudaria a
pôr uma data à cultura que era objeto de estudo, ou simplesmente como um objeto
com um verdadeiro valor estético, os arqueólogos dos dias de hoje veriam o
mesmo objeto como um instrumento que lhes serve para compreender o pensamento,
os valores e a própria sociedade a que pertenceram. O mesmo se aplica às
materialidades contemporâneas.
Os arqueólogos podem ter de atuar em
situações de emergência, como quando existem obras que põem a descoberto
vestígios arqueológicos até então desconhecidos, sendo, nestes casos, criados e
enviados para o local, piquetes de emergência. Deste modo, procuram desenvolver
medidas para minimizar o impacto negativo que essas obras possam ter no patrimônio
arqueológico, podendo ser feitas alterações pontuais no projeto inicial. Só em
casos excepcionais os achados arqueológicos são suficientemente importantes
para justificar a anulação de obras de grande envergadura (ex.: barragem de Foz
Côa). Em certos casos, a destruição parcial ou total dos vestígios
arqueológicos poderá ser inevitável, nomeadamente por motivo de obras de
superior interesse público, o que exige um registro prévio o mais exaustivo
possível. A fim de se minimizarem os riscos de destruição do patrimônio
arqueológico devido a obras públicas ou privadas de grande amplitude, tem-se
procurado, nos últimos anos, integrar arqueólogos nas equipas que elaboram os
estudos de viabilidade e de impacto ambiental. A tendência atual é para
substituir uma arqueologia de salvamento por uma arqueologia preventiva.
(Fonte: Wikipédia, acesso 02 nov. 2024)
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