domingo, 27 de maio de 2018

GREVE, LOCAUTE OU PARALISAÇÃO POR QUE DEU NO SACO MESMO?


Não é a toa que muitos historiadores sugerem que fatos históricos só sejam realmente entendidos com algum tempo de ocorrência. Mas se atendêssemos a esse cuidado seria fácil. Como não gostamos de coisas fáceis vamos correr o risco e procurar entender do que se trata essa paralisação dos caminhoneiros, risco este que poderá ser uma versão equivocada da realidade.
Como dizia Marx o importante não é filosofar sobre revolução, mas sim fazê-la. Como Marx era alemão, traduzi da minha maneira.

Em primeiro lugar esse movimento dos caminhoneiros embora empolgante para quem viveu ouvindo a turma do barulho falando da greve geral revolucionária, e olha, desde que tenho um pouco de consciência política, lá pelos anos de 1986, não foi muito para frente e não acredito que essa paralisação não seja reflexo de uma greve geral revolucionária. No máximo, talvez, muito dificilmente o Temer seja defenestrado. Mas não seria um levante do proletariado que resolveu cruzar os braços.
Poderíamos pensar em Locaute (do inglês - lockout) que seria uma paralisação dos donos de transportadoras. Parece que alguns realmente estão dando um discreto apoio, principalmente pela sonhada redução de impostos. Mas também parece não encaixar essa paralisação nessa categoria.


O que realmente parece ao lançar um olhar sobre as lideranças do movimento é que realmente, o povo se encheu! Não dá mais para o pessoal ficar mamando nas tetas governamentais e o povo pagando tudo que se faz através de impostos abusivos e serviços precários.
Para basearmos a frase acima olha que discurso interessante postou hoje o senhor José Fonseca Lopes de 76 anos e presidente da ABCAM (Associação Brasileira de Caminhoneiros):



SOBRE OS PEDIDOS DE INTERVENÇÃO MILITAR:
ALERTA URGENTE!!!! – DIA 27/05/18 ÀS 13:20
Caminhoneiros, bom tarde!!! Estou observando que a maioria dos participantes dessa grande e única manifestação E NUNCA VISTA EM NOSSO PAÍS, proclamam por uma Intervenção Militar já!!! E confesso que estou muito assustado com essa posição. Então eu pergunto a todos esses que clamam por uma intervenção militar: - Vocês sabem o que é uma Intervenção Militar????

Em países onde vigora o Estado Democrático de Direito que o caso do BRASIL, algo como uma “intervenção militar” em que acontece o uso do poder das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) só pode ocorrer sob ordem dos poderes constituídos, isto é, dos conselhos formados por membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo e com a devida supervisão do Poder Judiciário. No Brasil, as intervenções militares, segundo a Constituição Brasileira de 1988, só podem efetivar-se legalmente em três casos específicos: 
1) intervenção federal; 
2) Estado de Defesa; 
3) Estado de Sítio.

Então pessoal, não podemos clamar por uma Intervenção Militar, esse pedido está equivocado e não será o remédio apropriado para a nossa situação.
Devemos tomar cuidado com o que estamos postando, porque numa intervenção militar os mesmos personagens continuaram no poder e penso que o povo quer mudar justamente isso, tirar esses hipócritas do poder agora. Não é isso mesmo que todos nós almejamos pessoal????
Se vocês querem saber o General Villas Boas está reunido neste momento na sala do Alto-Comando do exército (27/05), sob a coordenação do Ministro da Defesa e com a presença dos comandantes das Forças e outros militares, para uma vídeo-conferência com os responsáveis por áreas de atuação na solução da “greve dos caminhoneiros”.
Isso quer dizer que se for necessário as forças armadas por decisão do governo intervirão em favor da ordem a pedido do presidente da república e aí pergunto a todos: - é isso que estamos querendo???
Vamos pensar um pouco nisso!!!
Fonseca – Presidente da ABCAM



Uma posição bastante coerente, que me faz optar pela terceira posição que expus acima: nem uma greve geral dos trabalhadores unidos e conscientizados, nem um locaute por parte de maldosos patrões que querem que os preços subam e os impostos abaixem e sim de pessoas que devido a um erro estatal estratégico (onde o estado preferiu investir desde JK nas rodovias e não em ferrovias) estão com a paciência esgotada com a classe política brasileira e suas lambanças econômicas.

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