terça-feira, 26 de junho de 2018

OS MÓRMONS - IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS (3)



A DOUTRINA DA IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS

FONTES DE AUTORIDADE
         A teologia da Igreja Mórmon é composta de uma reunião de doutrinas bíblicas com revelações modernas, somente dadas aos profetas devidamente ordenados e chamados por Deus, que consiste em 15 homens, 3 compondo a Primeira Presidência e os Doze Apóstolos.

         As principais fontes de autoridade da teologia são a cânone da fé dos quatro textos religiosos aceitos pela igreja, que são a Bíblia, o Livro de Mórmon, a Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor, que são chamados de obras-padrão. Entre esses livros religiosos, apenas a Bíblia é aceita pelas demais organizações cristãs. Segundo a igreja o Livro de Mórmon é um outro testamento de Jesus Cristo, que Joseph Smith Júnior traduziu de placas de ouro enterradas em um montanha dos Estados Unidos. A igreja caracteriza o Livro de Mórmon como o mais correto de todos os livros da Terra e a pedra angular da religião.

         A Bíblia também faz parte do cânone da igreja. Os adeptos da religião acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, desde que esteja traduzida corretamente. Alguns trechos da tradução de Joseph Smith Jr. Foram incluídos na Pérola de Grande Valor, que também inclui outras traduções de Joseph Smith Jr. e itens históricos da igreja. Outros itens históricos e revelações são encontradas em Doutrina e Convênios.
         A igreja acredita em revelação contínua que complementam as escrituras antigas em perfeita harmonia, que é o pronunciamento dos apóstolos atuais e dos membros da Primeira Presidência. A igreja ensina que a Primeira Presidência (o profeta e seus conselheiros) e o Quórum dos Doze Apóstolos são profetas e que seus ensinamentos são dados geralmente sobe a inspiração de Deus através do Espírito Santo. Os membros da igreja reconhecem o Quórum dos Doze Apóstolos regularmente como profetas, videntes e reveladores.

COMPARAÇÕES DENTRO DO CRISTIANISMO
         Muitas das crenças dos Santos dos Últimos Dias são compartilhadas por outras denominações cristãs. Além de um crença na Bíblia, na divindade de Jesus Cristo e sua expiação e ressurreição, outros ensinamentos mórmons são compartilhados com outros ramos do cristianismo. A teologia mormonista inclui a crença na doutrina da salvação através de Jesus Cristo, seu nascimento virginal, restauracionismo, a rejeição do pecado original, milenarismo, expiação (substituição de pena) e uma forma de sucessão apostólica. As práticas do batismo por imersão e da eucaristia (referido como o Sacramento) também são crenças em comum com outras ramificações dentro do cristianismo. Alguns de seus ensinamentos são frequentemente confundidos com os das Testemunhas de Jeová e dos Amish.
         No entanto, a teologia da igreja difere de muitas outras igrejas dentro do cristianismo, e alguns cristão não acreditam que a Igreja Mórmons faz parte do cristianismo. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2007 constatou que 31% dos estadunidenses não sabia ou não acreditava que os mórmons eram parte do cristianismo.
         As diferenças entre a igreja e a maioria das denominações do cristianismo tradicionais incluem o desacordo com os aspectos do credo niceno-constantinopolitano (381 d.C.), também chamado de Símbolo niceno-constantinopolitano, é uma declaração de fé cristã aceita pela Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa, Igrejas ortodoxas orientais, Igreja Anglicana e pela maioria das denominações protestantes, o nome indica uma suposta relação com o Primeiro Concílio de Nicéia, 325 d.C.), no qual foi adotado um credo semelhante, no entanto, alguns cristãos protestantes consideram o Credo niceno-constantinopolitano inútil e em certa medida autoritário, dando prioridade à obrigação de interpretar individualmente as escrituras no seio da comunidade cristã.
         Os mórmons também são diferentes quanto a crença em uma teoria única da salvação humana, que inclui três céus (referido como “graus de glória”), uma doutrina de exaltação que inclui a capacidade das pessoas herdarem tudo que o Pai possui após a morte, um código de saúde chamado a Palavra de Sabedoria, e as cerimônias realizadas confidencialmente nos templos mórmons situados em diversas cidades do mundo.
         As principais denominações cristãs possuem uma visão da Igreja Mórmon como estando para além do cristianismo. O presbiterianismo afirma que o mormonismo é uma nova e emergente tradição religiosa distinta da tradição histórica apostólica da igreja cristã. Em 2000, durante sua conferência geral, a Igreja Metodista afirmou que a Igreja Mórmon por auto definição e por sua doutrina, não se enquadra dentro dos limites da tradição histórica da fé cristã. A Igreja Mórmon não se declara protestante, pois afirma não protestar a Igreja Católica, mas sim cristã.
         Do ponto de vista dos cristãos que defendem crenças, a área mais discutida é a rejeição dos Santos dos Últimos Dias a certos credos ecumênicos, como o Credo niceno-constantinopolitano, que define a visão predominante do deus cristão como uma trindade de três pessoas distintas e consubstancial. Na teologia mórmon a trindade é vista como Deus Pai, seu filho, Jesus Cristo, e o Espírito Santo, como três pessoas distintas, porém, com mesmo propósito. Outras diferenças significativas entre a Igreja Mórmon e outras denominações do Cristianismo, deve-se ao fato da aceitação da igreja de escrituras adicionais, doutrina e práticas para além do que é encontrado na Igreja Católica ou versões da Bíblia protestante.
         Várias doutrinas e práticas da Igreja Mórmon são únicas no cristianismo. A Cosmologia Mórmon, o Plano de Salvação, que inclui uma vida pré-mortal, os Três Graus de Glória e a doutrina de exaltação são distintos entre as demais religiões cristãs. Em particular, a Igreja Mórmon ensina que cada espírito humano é um filho espiritual literal de Deus. Além disso, a igreja ensina que o ser humano pode alcançar, por meio da expiação de Jesus Cristo, a exaltação, o que significa que todos os seres humanos podem herdar a glória e tudo que deus possui. Eles acreditam que a exaltação inclui a reunificação da família mortal depois da ressurreição e da capacidade de ter filhos espirituais na vida após a morte. Para obter esse estado de divindade, a igreja ensina que é preciso ter fé em Jesus Cristo, exercer o arrependimento, ser batizado por quem tem autoridade do sacerdócio e receber o dom do Espírito Santo e realizar convênios (ordenanças) no templos. A cerimônia de selamento mórmon reflete uma visão singular no que diz respeito às famílias. De acordo com a teologia mórmon, homens e mulheres legalmente casados podem ser selados uns aos outros para que seu vínculo conjugal continue após a morte. As crianças também podem ser selados a seus pais biológicos ou adotivos de forma permanente. Negar o Espírito Santo, derramar sangue inocente e o adultério são os pecados mais abomináveis. Não são admitidas relações sexuais antes do casamento.
         Os Santos dos Últimos Dias obedecem a uma Lei da Saúde, chamada de Palavra de Sabedoria. A Palavra de Sabedoria é uma lei pela qual os adeptos da igreja devem abster-se do consumo de bebidas alcoólicas, café, chá preto, drogas ilícitas e tabaco. Assim sendo, os Santos dos Últimos Dias seguem este código de conduta relativo ao cuidado e respeito com seus corpos físicos. Acreditam que seus corpos são sagrados. Além dessa lei de saúde, há também a chamada Lei da Castidade, que diz que os Santos dos Últimos Dias devem manter relações sexuais apenas após o casamento e respeitar a fidelidade. A Lei da Castidade ensina que a intimidade sexual é sagrada aos olhos de Deus, é ordenada por Ele para criação de filhos e expressão do amor conjugal. Além disso, todos os homens jovens solteiros entre 18 e 26 anos que são suficientemente saudáveis e muitos casais aposentados voluntariamente são incentivados a servirem como missionários em diversos países do mundo por um período de até dois anos, além de prestarem serviços humanitários. As mulheres jovens solteiras, de 19 a 27 anos, também podem servir como missionárias por um período de 18 meses.


REGRAS DA FÉ
         Joseph Smith Júnior resumiu a doutrina da igreja em treze pontos fundamentais. Este resumo encontra-se publicado na Pérola de Grande Valor e são chamados de Regras de Fé, a saber:
1.   Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho Jesus Cristo e no Espírito Santo;
2.   Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados e não pela transgressão de Adão;
3.   Cremos que por meio da Expiação de Cristo, toda a humanidade pode ser salva por obediência às leis e ordenanças do Evangelho;
4.   Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho são: primeiro, Fé no senhor Jesus Cristo; segundo, arrependimento; terceiro, batismo por imersão para a remissão de pecados; quarto, imposição de mãos para o dom do Espírito Santo;
5.   Cremos que um homem deve ser chamada por Deus, por profecia e pela imposição das mãos, por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar as suas ordenanças;
6.   Cremos na mesma organização que existia na igreja primitiva, isto é: apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc.
7.   Cremos no dom de línguas, profecia, revelação, visões, cura, interpretação de línguas, etc.
8.   Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, desde que esteja traduzida corretamente, cremos também ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus;
9.   Cremos em tudo que Deus revelou, em tudo o que Ele revela agora, e cremos que ainda revelará muitas coisas grandiosas e importantes relativas ao Reino de Deus;
10.               Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das dez tribos de Sião (a Nova Jerusalém) que será construída no continente americano; que Cristo reinará pessoalmente na Terra; e que a Terra será renovada e receberá a sua glória paradisíaca.
11.               Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem;
12.               Cremos na submissão a reis, presidentes, governantes e magistrados, na obediência, honra e manutenção da lei;
13.               Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens; na realidade podemos dizer que seguimos a admoestação do Paulo: Cremos em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos.



CRENÇAS BÁSICAS
         A igreja resume sua doutrina em dezessete crenças, chamadas de Crenças Básicas, a saber:
1.   Deus é nosso Pai Celestial. Ele nos ama e deseja que voltemos a Ele;
2.   Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é nosso Salvador. E nos redime da morte proporcionando a Ressurreição. Ele nos salva do pecado quando nos arrependemos;
3.   Que Deus e Jesus Cristo são dois seres separados e ressurretos;
4.   Por meio da Expiação de Jesus Cristo, podemos voltar a viver com Deus se guardarmos seus mandamentos;
5.   A queda de Adão e Eva foi necessária para toda a humanidade;
6.   O Espírito Santo nos ajuda a reconhecer a verdade;
7.   Adão, em sua pré-existência, foi o arcanjo Miguel;
8.   Os primeiros princípios e ordenanças do evangelho são fé em Jesus Cristo, arrependimento, batismo, e recebimento do dom do Espírito Santo;
9.   A autoridade do sacerdócio de Deus existe hoje em sua igreja, da mesma forma que na igreja original;
10.               Adão já batizava em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
11.               A Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor, são a Palavra de Deus;
12.               Deus revela sua vontade aos profetas de hoje em dia, da mesma forma que o fazia antigamente;
13.               Nossa vida tem um propósito sagrado;
14.               Joseph Smith Júnior foi o primeiro profeta após a morte de Jesus Cristo e seus apóstolos. Após ele outros homens vêm sendo chamados e ordenados por Deus, para guiar e orientar os santos de acordo com a autoridade recebida por Deus para agir em seu nome.
15.               As famílias podem ficar juntas para sempre;
16.               Os mortos podem ser batizados por procuração;
17.               Por meio do serviço aos outros, podemos experimentar a alegria e ficar mais perto de Deus.


PALAVRAS DE SABEDORIA
         A Palavra de Sabedoria é o nome dado a uma parte do livro de Doutrina e Convênios escrito por Joseph Smith Júnior, em 1833, que descreve o código da saúde recomendado pela igreja. A aderência às proibições de consumo de bebidas alcoólicas, café, chá preto, tabaco e uso e tráfico de drogas ilícitas é um pré-requisito para o batismo na igreja e para os membros entrarem no templo da igreja. Portanto, mais do que um conselho, a Palavra de Sabedoria, hoje, é um mandamento.



         A Palavra de Sabedoria pode ser usada como uma analogia, em que nosso corpo é um templo, sendo um templo precisa ser bem cuidado. Inclui uma lista de recomendações alimentares, incluindo o uso frequente de grãos, frutas, legumes e pouco consumo de carnes. Ao longo dos anos, a igreja adicionou dicas para manter a saúde, que foram acrescentadas e são consideradas parte da Palavra de Sabedoria. Algumas sugestões incluem o exercício regular, a melhoria da saúde física e mental, estudo diário das escrituras e educação do país onde residem, etc. Na Conferência Geral da Igreja de 9 de setembro de 1851, Brigham Young declarou que as recomendações dentro da Palavra de Sabedoria estavam sendo tomadas para todas as ordens aos Santo dos Últimos Dias. A Palavra de Sabedoria é considerado um princípio, com a promessa que inclui bênçãos tanto físicas, como espirituais para aqueles que a cumprem.


ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA


         As congregações da igreja, são denominadas por Alas (unidades com mais de cem membros) ou Ramos (unidades com menos de cem membros), são geralmente organizadas geograficamente, ao contrário das outras principais denominações cristãs. Para as reuniões de domingo, a igreja está agrupada em capelas onde grupos de pessoas – pertencentes a uma determinada Ala ou Ramo – se reúnem com o propósito de aprender as doutrinas da igreja e adorar a Jesus Cristo. Embora o edifício possa ser referido como uma capela, a sala utilizada como uma capela para serviços religiosos é realmente apenas um componente da capela-padrão. A Capela compõem de jardim, salas de aula, palco para apresentações culturais, quadra para prática esportiva. A igreja dispões de um site para uma visita virtual e também um localizador de capelas online que pode ser usado para localizar os locais e horários de reuniões de suas congregações em todo o mundo.


HIERARQUIA DO SACERDÓCIO
        
A igreja é organizada em uma estrutura hierárquica do sacerdócio administrada por homens. Os Santos dos Últimos Dias acreditam que Jesus Cristo dirige a igreja através de revelações, quase sempre obtidas através de um único homem, chamado “profeta”, ou ainda, presidente. O atual presidente é Russel M. Nelson. Ele e dois conselheiros – que geralmente são ordenados apóstolos – formam a chamada Primeira Presidência, o organismo que preside a igreja, juntamente com outro doze apóstolos chamados de Quórum dos Doze Apóstolos. Quando o presidente morre, seu sucessor é invariavelmente o membro mais antigo do Quórum dos Doze Apóstolos, que reconstitui, em seguida, uma nova Primeira Presidência. Estes homens, e os outros membros masculinos da liderança da igreja, são chamados de Autoridades Gerais. Todos os homens acima de dezoito anos, legalmente casados, são incentivados a doar um dízimo de 10% dos seus rendimentos mensais à igreja. Estes também são incentivados a reservar um dia durante cada mês para realizarem, em conjunto, serviços gratuitos à comunidade.
         O Centro de Conferências é onde a igreja realiza suas conferências anuais. Todos os homens, acima de doze anos, são convidados a receber o sacerdócio. A ordenação ocorre numa cerimônia onde as mãos são colocadas sobre a cabeça de um ordenado. O sacerdócio é dividido em dois: Sacerdócio Aarônico, para homens de doze aos dezessete anos; e Sacerdócio de Melquisedeque, para homens acima dos dezoito anos. Desde 1978, a adesão, no sacerdócio foi aberto a todos os homens de todas as etnias.



QUÓRUM DOS DOZE APÓSTOLOS
        
O Quórum dos Doze Apóstolos é um dos organismos que regem a hierarquia da igreja. Os membros do Quórum do Doze Apóstolos, são chamados também de profetas, videntes, reveladores e testemunhas especiais de Jesus Cristo.
         O Quórum dos Doze Apóstolos foi organizado em 1835 e designado como “um corpo de conselheiros”. Na igreja ele possui o segundo papel de liderança, submetendo-se somente à Primeira Presidência. Após a morte de Joseph Smith Jr, Brigham Young tornou-se o presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, assumindo o controle da igreja e enfatizando o papel do Quórum dos Doze Apóstolos como o corpo central da igreja. Então, em 1847, o Quórum foi reorganizado.



ORGANIZAÇÕES AUXILIARES
         Sob a hierarquia do Sacerdócio, são quatro organizações auxiliares que preenchem vários papéis na igreja: Sociedade de Socorro, Organização das Moças, Organização dos Rapazes e a Primária. Em algumas congregações, dependendo do número de membros em idade adulta que encontram-se solteiros, pode formar-se uma organização para estes, chamada de Membros Adultos Solteiros (MAS).

·        SOCIEDADE DE SOCORRO – É a principal organização para mulheres da Igreja Mórmon acima de dezoito anos. A Sociedade de Socorro foi uma das primeiras organizações de mulheres a ser criada no mundo, em 1842, além de ser atualmente uma das maiores, com mais de 5,2 milhões de mulheres em aproximadamente 170 países. O lema da organização foi criado por Joseph Smith Júnior, sendo “A Caridade Nunca Falha”. Essa organização é comandada a partir de uma Presidência Geral da Sociedade de Socorro e tem uma Presidente da Sociedade de Socorro em cada congregação. Emma Hale Smith foi sua primeira presidente.


·        ORGANIZAÇÃO DAS MOÇAS – Organização de jovens mulheres dos doze aos dezessete anos. A Organização das Moças é administrada por uma presidente e duas conselheiras. Esta organização é subdividida em três ofícios: Abelhinhas, Meninas-Moças e Lauréis. Cada ofício desta possui um lema.

·        ORGANIZAÇÃO DOS RAPAZES – Organização de jovens homens dos doze aos dezessete anos que possuem o Sacerdócio Aarônico. Assim como na Organização de Moças, esta organização possui três ofícios: Diácono. Mestre e Sacerdote


·        PRIMÁRIA – É uma organização para crianças até doze anos.
·        A Igreja também opera vários programas e organizações nas áreas de proselitismo, educação e bem-estar da igreja. Muitos destes programas auxiliares são coordenados pelo Programa de Correlação do Sacerdócio, que é projetado para fornecer uma abordagem sistemática para manter a coerência em todo o mundo, a ortodoxia, e o controle das ordenanças da igreja, doutrinas, organizações, reuniões, materiais e outros programas e atividades.


FINANÇAS
         A igreja tem uma política muito severa em relação ao uso do dinheiro. Nenhum homem ou líder eclesiástico da igreja pode receber qualquer quantia em dinheiro. Todos os líderes da igreja são voluntários, e o dinheiro somente é usado para manutenção e construção dos edifícios e materiais da igreja.


         A igreja não divulga suas demonstrações financeiras desde 1959, mas em 1997, a revista Time classificou-a como uma das mais ricas igrejas do mundo per capita. Desde 2007, seus fins lucrativos e entidades de ensino filial são auditadas por uma firma de contabilidade independente, a Deloitti & Touche. Além disso, a igreja emprega um serviço de auditoria independente que fornece a sua certificação em cada conferência geral anual de que as contribuições da igreja são recolhidas e gastas de acordo com a política da igreja.

         A igreja recebe quase todos os fundo do dízimo. Segundo a igreja, o dízimo é dedicado a fins eclesiásticos e não utilizados em empreendimentos de fins lucrativos. A igreja utiliza os seus fundos do dízimo para a construção e manutenção de edifícios e outras instalações; para imprimir as Escrituras para o trabalho missionário, educacional, e outros programas patrocinados pela igreja. Aproximadamente U$ 884,6 milhões são reservados pela igreja anualmente para assistência humanitária realizada em diversos países.

         Algumas parecerias internacionais são mantidas pela entidade. A Cruz Vermelha dos EUA, a Fundação das Nações Unidas, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, o Fundo para a Criança das Nações Unidas, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e da Crescente Vermelho são algumas das entidades filantrópicas internacionais que recebem ajuda de custo humanitário dos mórmons, sendo que a igreja doou U$ 3 milhões para providenciar vacinas contra sarampo para 200 milhões de crianças em 40 países africanos.


segunda-feira, 25 de junho de 2018

OS MÓRMONS - IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS (2)

OBRA MISSIONÁRIA

         A igreja cresceu substancialmente e tornou-se uma organização internacional, em parte devido à propagação de missionários em todo o mundo. Em 2013, havia 88 mil missionários mórmons em todos os países e territórios com presença oficial desta denominação. Em 2000, havia cerca de 11.068.861 adeptos do mormonismo no mundo, de acordo com dados estatísticos promovidos pela própria igreja, sendo que em 2009 a adesão atingiu 13.824.854 pessoas e mais de 15 milhões em 2013. Rodney Stark, professor de sociologia da Universidade de Baylor no Texas, estima que daqui a 40 anos um em cada vinte estadunidense seja mórmon e que existirão aproximadamente 50 milhões de adeptos da religião no mundo. Ainda segundo Rodney Stark, o mormonismo está muito perto de ser a segunda religião da história a ter pelo menos uma congregação em cada país dos planeta, logo depois dos católicos.


POSIÇÕES DA IGREJA
         A igreja tornou-se defensora forte e pública da família como a unidade básica da sociedade e, por vezes, desempenhou papel proeminente em questões políticas, incluindo a oposição de bases de mísseis MX PeaceKeeper em Utah e Nevada em 1983, contra jogos especializados, oposição à união estável homo afetiva e oposição ao aborto e uso de eutanásia. Para além das questões que considera ser os da moralidade, no entanto, a igreja geralmente mantém uma posição de neutralidade política.


      
   Poucas mudanças oficiais tem ocorrido com a organização. Uma mudança significativa foi a ordenação de homens negros ao sacerdócio em 1978. A igreja afirma que esta mudança se deu por conta de uma revelação de Deus que declarava tal iniciativa. Helvécio Martins, um executivo do Rio de Janeiro, no Brasil, foi o primeiro negro a ser ordenado ao sacerdócio, após a publicação da Declaração Oficial 2. Há variações periódicas somente na estrutura e organização da igreja, principalmente para acomodar o crescimento da organização e a crescente presença internacional. Por exemplo, desde 1900, a igreja instituiu um Programa de Correlação do Sacerdócio para centralizar as operações da igreja e coloca-las sob uma hierarquia de líderes do sacerdócio. Durante a Grande Depressão, a igreja também começou a operar um sistema de proteção social da igreja, e tem realizado numerosos esforços humanitários em cooperação com outras organizações religiosas.


         O termo mórmon, geralmente usado para referir-se aos membros da igreja, deriva do nome do profeta Mórmon, que é um dos autores e compiladores das escrituras que formaram o Livro de Mórmon, que é, de acordo com a igreja, outro testamento de Jesus Cristo. Apesar de os termos mórmon e mormonismo serem aceitos pela própria igreja, a denominação recomendada para os fiéis é o termo santos dos últimos dias, ou o acrônimo em português “SUD” e em inglês “LDS” (later-day saints).

PRESENÇA NO MUNDO

         A sede da denominação fica situada no estado de Utah, fundado pelos pioneiros mórmons, na cidade de Salt Lake City. Está presente em mais de 172 países, sendo o quarto maior corpo religioso dos Estados Unidos, onde possui 71 templos construídos. Em alguns estados dos EUA como Arizona, Idaho, Nevada, Wyoming e Washington, o mormonismo é a segunda maior denominação religiosa, superado apenas pela Igreja Católica. Dos mais de 15,3 milhões de adeptos da religião, 6,4 milhões estão nos Estados Unidos, o país com a maior comunidade mórmon no mundo, seguido por México e Brasil, com 1,34 milhão e 1,28 milhão de adeptos, respectivamente.
         Apesar desses três países concentrarem mais da metade da população de adeptos do mormonismo, o país com maior densidade de mórmons é Tonga, onde mais de 50% da população são de Santos dos Últimos Dias, segundo estatísticas da igreja.

         A Ásia é o continente com o maior número de países onde a igreja não tem representação. Países do Oriente Médio, Norte da África e do leste asiático estão entre os de maior dificuldade encontrada pela igreja para iniciar suas operações de proselitismo religioso. Quase todos os países da Europa possuem representantes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com exceção de Kosovo, Montenegro e Bósnia e Herzegovina. No continente americano, em contrapartida, Cuba é o único país onde a igreja não está presente.
         Em 2010, os Santos dos Últimos Dias obtiveram autorização do governo comunista chinês para iniciar suas atividades religiosas no país. Sendo assim, a República Popular da China foi o primeiro país de regime socialista a autorizar a presença da igreja Mórmon em seu território. As negociações para que a igreja obtivesse autorização legal para suas atividades no país duraram cerca de trinta anos. Tal fato fez a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a segunda entidade cristã a receber autorização para atuar no país, logo após a Igreja Católica.


O MORMONISMO NO BRASIL

         Antes do início oficial da Igreja Mórmon no Brasil, a igreja e o Brasil se conheceram por meio do então imperador do Brasil, Dom Pedro II. Durante a visita do imperador aos Estados Unidos em 1876, ao viajar de Nova York a São Francisco pela primeira ferrovia transcontinental dos EUA, aceitou o convite de Brigham Young, governador do estado de Utah e mórmon, para descer do trem em Ogden, Utah e visitou Salt Lake City no dia 22 de abril de 1876. O imperador visitou a Praça do Templo, o Tabernáculo, fez perguntas sobre a fé e também visitou o Savage Art Gallery onde comprou fotos de Utah. Depois de sua visita, ele declarou: “Os mórmons realizaram um árduo labor, preparado esta terra para as culturas, impelidos (...) pelo entusiasmo religioso.
         O início da Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias no Brasil deu-se antes da Segunda Guerra Mundial. Uma família de alemães estabeleceu-se em Ipomeia – SC, em 1923. Como no Brasil ainda não havia sido estabelecida a Igreja Mórmon, a família escreveu para a Primeira Presidência solicitando que lhe enviassem materiais de apoio, além de missionários. Na época, a Missão Mórmon mais próxima situava-se em Buenos Aires, na Argentina. Em 1926, Reynold Stoolf, então presidente da Missão Sul-Americana, visitou o Brasil pela primeira vez. Os élderes (apóstolos) Schindler e Heinz foram os primeiros missionários mórmons a chegarem no Brasil, em 17 de setembro de 1928. Como eles não falavam português, o trabalho de proselitismo junto as famílias de imigrantes era feito na língua alemã. Com a Segunda Guerra Mundial, entretanto, os missionários deixaram o Brasil, e somente os membros da igreja levaram avante o trabalho missionário. A família Sell, que também vivia em Santa Catarina, foi a primeira família brasileira a se converter ao mormonismo.
         Em 1933, foi organizada a Sociedade de Socorro no Brasil, ainda em Santa Catarina. Na ocasião, estavam presentes 24 mulheres. A primeira missão brasileira foi criada dois anos depois em São Paulo, tendo Rulon S. Howells como presidente. O idioma falado pelos missionários era ainda o alemão. O total de fiéis da igreja no Brasil era de apenas 143 pessoas. Em 1939, com a proibição do governo brasileiro do uso do idioma alemão em público, a igreja passa a usar o idioma português. Com isso, o Livro de Mórmon foi traduzido para a língua portuguesa.
         Em 1941, a igreja iniciou a retirada dos missionários americanos, devido a Segunda Guerra Mundial, sendo que eles só retornaram ao país em número considerável em 1946. Ainda em razão da Segunda Guerra Mundial, muitos ramos (congregações) foram fechados no país. A expansão da igreja reiniciou-se logo após o término da Segunda Guerra, quando tornou a enviar missionários ao país. Em 1 de janeiro de 1948, foi publicada A Gaivota, primeira revista oficial da igreja no Brasil e que, posteriormente, teve seu nome alterado para A Liahona. Em 1951, a igreja comprou um prédio localizado na rua Itapeva, em São Paulo, para a sede da Missão Brasileira.
         David O. McKay, presidente da igreja nas décadas de 1950, 1960 e 1970, visitou o Rio de Janeiro e São Paulo em 1958. Na ocasião, ele realizou uma conferência e criou novos ramos no Brasil, sendo os principais nas cidades de Manaus e Campinas. No ano seguinte, Harold B. Lee, também visitou o Brasil e criou a Missão Brasileira do Sul, em 30 de setembro de 1959, com sede em Curitiba (em 1968 houve a transferência da sede para Porto Alegre), abrangendo os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que possuíam 11 ramos e 1.400 membros nessa missão. Em 22 de outubro de 1959 foram organizados os distritos de Porto Alegre (mais de 260 membros), Joinville (mais de 200 membros) e Curitiba (mais 550 membros). Dois anos depois, em 1961, Ezra Taft Benson desembarcou em Brasília em caráter oficial e participou de uma conferência com Juscelino Kubitschek, presidente brasileiro da época. Em dezembro de 1962 a igreja contava com 6.747 membros, 43 ramos e 9 edifícios próprios. A terceira missão no país foi criada em 7 de julho de 1968, com o nome de Missão Brasileira do Norte, sediada em Recife. A Missão Brasileira do Norte abrangia Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Juiz de Fora, Recife e Rio de Janeiro.
        
O Programa do Seminário e do Instituto de Religião do Sistema Educacional da igreja, eram programas educacionais religiosos oferecidos pela denominação a seus fiéis (semelhante a uma catequese) foi instalado em alguns estados brasileiros em 1971. No mesmo ano, a Missão Brasileira do Sul passa a se chamar Missão Brasil Sul e a Missão Brasileira do Norte passa a chamar Missão Brasil Norte. Em 14 de outubro de 1972 foi criada a primeira estaca do Rio de Janeiro. Em 1975 foi realizada, no Palácio do Anhembi, em São Paulo, a Conferência Anual da igreja. Foi a primeira vez em que o Brasil sediou uma conferência mórmon. Nessa ocasião, foi anunciado a construção do Templo de São Paulo, o primeiro templo da Igreja no Brasil e na América Latina. O Templo de São Paulo foi inaugurado em 31 de outubro de 1978 pelo presidente Spencer W. Kimball. Ainda na conferência, foi criada duas novas estacas: a Estaca Manaus Brasil e a Estaca Brasília Brasil.


         A construção dos templos do Recife e Porto Alegre foram anunciados em 1996, por Gordon B. Hinckley. A construção dos dois templos foi concluída em 2000. O templo de Recife foi inaugurado em 15 de dezembro do mesmo ano, e o de Porto Alegre recebeu sua dedicação dois dias depois, em 17 de dezembro. Nos anos seguintes, outros templos mórmons foram anunciados ou dedicados no Brasil. Em 22 de fevereiro de 2004, o Templo de São Paulo foi rededicado por Gordon B Hinckley anunciou a construção do Templo de Manaus, o primeiro templo da região norte, que seria então dedicado em 10 de junho de 2012.
         No dia 1 de junho de 2008, o Templo de Curitiba também foi dedicado, por Thomas S. Monson, sendo o quinto templo no Brasil e 126.º no mundo, além de ser o primeiro templo dedicado por Thomas S. Monson desde que este assumiu a presidência da igreja, em fevereiro de 2008. Em 3 de outubro de 2009, a igreja anunciou a construção do sétimo templo mórmon no país, em Fortaleza, fazendo do Brasil o quarto do mundo em número de templos, superado por Estados Unidos, com 71 templos mórmons e pelo México e Canadá, com doze e oito templos respectivamente. Recentemente, a igreja anunciou a construção do oitavo e do nono templos brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro e Belém. Enquanto que as últimas estatísticas divulgadas pela igreja apontam que o total de membros no Brasil já supera a marca dos 1,32 milhão de pessoas, organizadas em quase 2 mil congregações espalhadas por todo o país. O trabalho missionário é desenvolvido em 34 missões. Há também 325 Centros de História da Família, dedicados essencialmente a pesquisas genealógicas. Esses centros são abertos a todos os interessados, inclusive pessoas não congregadas à igreja. Como comemoração dos oitenta anos da presença da igreja no Brasil, foi realizada uma sessão especial promovida pelo Senado Federal do Brasil.




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