[1] Segundo Grande Despertar – ocorrido no
período compreendido nas décadas de 1790 a 1840, foi a segunda onda de
revivificação religiosa ocorrida nos Estados Unidos e consistia na salvação
pessoal renovada, que se experimentava em reuniões de reavivamento da fé.
Dentre os principais líderes, encontravam-se Charles Grandison Finney,
Lyman Beecher, Barton Stone, Peter Cartwright, Asahel Nettleton, James Finley e
William Miller. O movimento encorajava uma atitude evangélica ativa, que depois
eclodiram na vida estadunidense através de pleitos como a reforma no sistema
prisional, sufrágio feminino, movimento abolicionista e outros. Fonte:
Wikipédia. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo_Grande_Despertar.
Acesso em 10 de dez. 2021.
[2] Adams City – é uma comunidade do Condado de Adams, Colorado, Estados
Unidos. Wikipédia. Acesso em 11 de dez. 2021.
[3] William Morgan – nascido no estado da Vírgínia em 1774. Através de
uma série de revezes da vida, acabou mudando-se em 1821, para Batávia, no
Estado de Nova Iorque, a menos de 100 quilômetros de Palmyra, junto com sua
esposa então de 18 anos, Lucinda Pendlenton Morgan. Por causa de conflitos
pessoais mal documentados, Morgan anunciou no começo de 1826 que havia escrito,
e estava prestes a publicar, um livro expositório sobre os rituais maçônicos
iniciais, incluindo os sinais, as palavras-chaves, e os apertos de mão secretos
da fraternidade (famosamente) secreta da maçonaria. No dia 11 de setembro de
1826, Morgan foi preso por dívidas em haver, embora discuta se a prisão tenha
sido legal e/ou justificada. No dia seguinte, um amigo foi até onde estava
preso em Canandaigua (a 20 quilômetros de Palmyra) pagar sua fiança, e tomando
uma carruagem, viajaram até o Forte Niágara, a 100 quilômetros de Batávia, onde
o rio Niágara desemboca no lago Ontário, chegando lá no próximo dia. Depois
disso, não se tem nenhuma outra notícia confiável sobre o paradeiro de William
Morgan. Rapidamente boatos espalharam-se por todo o estado, e depois para todo
o país, que Morgan havia sido sequestrado e assassinado pelos maçons por causa
de seu livro ainda não publicado. Alguns meses depois de seu desaparecimento
David Miller publicou o livro de Morgan com o título “Ilustrações da Maçonaria
por Membro da Fraternidade que Dedicou Trinta Anos ao Assunto”. A publicação do
livro aliado aos rumores de que Morgan havia sido assassinado por maçons
justamente para proteger os segredos maçônicos, rapidamente espalhou a
notoriedade infâmia para a Fraternidade, tanto em Nova Iorque como por todos os
Estados Unidos. Editoriais em jornais e livros denunciavam a Ordem, e leis e/ou
projetos de lei antimaçônicas proliferaram. O livro em si tornou-se um best-seller.
E, ainda, neste furor, criou-se um movimento formal antimaçônico, influenciando
a política americana pelas próximas décadas, inclusive levando até a formação
oficial de um partido político antimaçônico que conseguiu alguns sucessos nas
eleições presidenciais de 1828 e 1832. Fonte: Site Vozes Mórmons. Disponível
em: https://vozesmormons.org/2012/12/11/maconaria-e-mormons-lojas-e-templos-morgan-e-smith/.
Acesso em 11 de dez. 2021.
[4] George Washington Gale - 1789 – 1861. George Washington Gale foi
educado no Seminário Teológico de Princeton por Archibald Alexander. George
Washington Gale ensinou teologia a Finney em Princeton por dois anos, antes de
Finney ser licenciado para pregar. George Washington Gale foi o ministro mais
influente na evolução teológica de Finney.
Porém, Finney rebelou-se contra a baixa expectativa de evidências de
regeneração inerentes ao realismo do senso comum escocês, ensinada por George
Washington Gale. A fim de compreender as ideias teológicas na época em que
Finney estava aprendendo teologia com George Washington Gale, é útil observar a
evolução do Calvinismo Nova Luz Americano que conduziu até aquela época.
[5] Calvinismo Nova Luz Americano – era um
movimento no início da Nova Inglaterra (Colônias Inglesas na América) onde era
praticado principalmente o Congregacionalismo, que por volta do século XVIII
raramente se via como ponta de lança da Reforma na América. Porém uma onda de
avivamento, conhecido como o Grande Despertar, varreu a Nova Inglaterra no
início da década de 1720, dividindo os fiéis em Calvinistas Nova Luz (New Light
– calvinistas evangélicos) e os denominados Velha Luz (Old Light – mais
moderados) e uma crescente minoria chamando a si mesmos de Batistas. Quase
todos os europeus nas 13 colônias eram protestantes, mas as denominações a
serem escolhidas eram bastante diversificadas, presbiterianos, luteranos,
batistas, anglicanos, reformados holandeses, menonitas e quakers. Enquanto a
Igreja da Inglaterra (Anglicana) era a igreja oficial estabelecida e apoiada
pelo governo, nas colônias e Chesapeake, alemães e escoceses não anglicanos
migraram para o sul das 13 colônias, enquanto nas colônias entre o sul e o
norte (médias) os batistas estavam fazendo suas primeiras conversões, inclusive
no sul. Embora a maioria dos escravos eram afroamericanos nascidos no final do
século XVIII, eles praticavam religiões africanas enquanto alguns tornaram-se
cristãos nos avivamentos deste século. O Cisma Nova Luz era uma divisão nas
denominações presbiterianas e congregacional em meados da década de 1750,
principalmente sobrea assuntos práticos da experiência cristã. O cisma com os
presbiterianos ocorreu em 1741, quando os Olds Lights, que tomavam
predominantemente whisky – que era uma herança holandesa – foram expulsos na
facção Nova Luz, assim com o seu fundo puritano inglês, nasceu o “Grande
Despertar” e reviveu uma interpretação mais experimental da vida cristã.
Organizaram os novos presbitérios para o lado de New Brunswick e Londonderry.
Ambas as partes se professavam como calvinistas tradicionais e tinham como
doutrina o puritanismo, mas diferiam substancialmente em suas implicações
práticas. Ministros Olds Lights, interpretavam o calvinismo de forma
racionalista, alegando que a realização de uma teologia mais ortodoxa era mais
importante para a vida cristã. Para eles um decreto soberano de Deus determinou
quem foram os eleitos, e não a crença teológica correta, o modo de vida seria a
grande prática da salvação. A frouxidão moral era muitas vezes estava no
resultado da ênfase de algumas experiências religiosas, levando vários pastores
Old Night a julgamento por presbitérios que consideravam suas vidas imorais
devido a persistente embriaguez. E,
contraste, os membros do Calvinismo de Novas Luzes como William e Gilbert
Tennent salientaram a piedade puritana como indispensável para a teologia calvinista.
Eles pregaram a erradicação do pecado, ensinando seus ouvintes que a verdadeira
fé em Cristo exigia um experiência de conversão vital levando à obediência
moral e à santidade pessoal. Gilbert Tennent, em “Perigo de um Ministério não
Convertido”, sustentou que alguns clérigos Old Light não foram regenerados, e
incentivou os crentes a buscar alimento espiritual em outro lugar. Membros Old
Lights responderam que os New Lights eram culpados de “entusiasmo” e acusações
difamatórias. Que a pregação itinerante e seu encorajamento de leigos para
pressionar os membros da igreja nas experiência da New Light, violando, assim,
o presbiterianismo. Durante o cisma os New Lights experimentaram um crescimento
dramático e fundaram o College of New Jersey (Princeton) para educar os seus
ministros. Enquanto isso, os Old Lights falharam em seus esforços educacionais,
diminuindo em número. Em 1758 as inciativas dos Calvinistas Nova Luz produziram
uma reunião em condições mais favoráveis a esse grupo. Os Congregacionalistas
também experimentaram o cisma durante o Grande Despertar. Depois de George
Whitefield e das excursões evangelísticas de Gilbert Tennent em 1740 – 1741
trouxeram um reavivamento geral para a Nova Inglaterra, onde a pregação
incendiária de James Davenport e o incitamento de excessos emocionais trouxeram
afiadas represálias aos membros do Old Ligth. Charles Chauncey argumentou que
os avivamentos não eram obra de Deus, por causa das explosões emocionais, que
não seriam produzidas pelo Espírito Santo. Avivamentos carregados de novo entusiasmo
com o antinomianismo (termo criado por Martinho Lutero, é definido como uma
declaração que, sob dispensação do Evangelho da Graça a lei moral é de nenhum
uso ou obrigação, porque somente a fé é necessária para a salvação), ele alegou
que a religião, ao invés de pertencer às emoções do homem, apela principalmente
para a compreensão e o julgamento. Jonathan Edwards defendeu o reavivamento,
admitindo que os casos de desordem doutrinária e eclesiástica existiram, mas
argumentou que os crentes podiam distinguir entre os despertares genuínos e os
falsificados, examinando se eles traziam o amor a Cristo, a Escritura, e da
verdadeira oposição ao mal. Edwards definiu a essência da verdadeira religião
como “afeições sagradas”. A experiência religiosa não se limita à mente. Quando
regenerado pelo Espírito Santo, todo o ser – coração e mente, vontade e
afeições – estarão comprometidos. Este cisma ajudou Edwards e seus seguidores a
reviver um calvinismo equilibrado e vital. Chauncey e outros Old Lights, por
outro lado, romperam com o calvinismo e começaram a defender o arminianismo e,
por fim o Unitarismo (religião liberal). Fonte: Hoffecker,W.A. Elwell Evangelical
Dictionary. Disponível em: https://mb-softy/believe/tcc/newlight.htm Acesso em
12 de dez. 2021.
[6] Asahel Nettleton – Jonathan Edwards foi
um dos personagens mais conhecidos da história americana por ser um grande
pregador da palavra de Deus durante um período do século XVIII conhecido mais
tarde como “O Grande Despertar”. Muitas centenas, provavelmente milhares, de
pessoas professaram a fé evangélica em toda a Nova Inglaterra e ao longo da
costa leste em um suposto e extraordinário “derramamento do Espírito Santo”. No
século seguinte, grandes despertares espirituais ocorreram novamente ao longo
de um período de cerca de trinta anos ou mais, com concentrações de
reavivamento no início de 1800 até a década de 1830 e além. Também existiram
falsos “reavivamentos” e conversões foram “levantadas” junto às supostas
operações do Espírito. No Segundo Grande Despertar, um dos homens que pregou um
Evangelho puro, sem excessos emocionais ou inovações heréticas, era um pastor
chamado Asahel Nettleton. Nascido numa família de fazendeiros de Connecticut no
ano em que a Guerra pela Independência chegou ao fim, em 1783, Asahel viveu uma
vida relativamente humilde e de princípios morais sólidos, estudando e
memorizando o Catecismo de Westminster sendo considerado um cidadão honrado e
honesto. Mais tarde, enfatizou que era um pobre pecador perdido o tempo todo, e
lutou contra a partir do reconhecimento de sua perdição. Na idade de 18 anos, o
robusto fazendeiro, após um intenso estudo das Escrituras, arrependeu-se de
seus pecados e confiou somente em Cristo para a salvação. Sua conversão em 1801
foi atribuída à proclamação do Evangelho naquela parte do estado nos primeiros
dias do Segundo Grande Despertar. Mal poderia Nettleton saber que estava
começando uma obra espiritual que produziria uma pregação poderosa para as
próximas gerações de crentes em Connecticut, Nova Iorque e na Inglaterra.
Frequentou o Yale College, onde se destacou, e de onde entrou no ministério do
Evangelho em seu estado natal. Seu ministério de púlpito resultou em tantas
conversões que o jovem pregador foi convidado a falar especialmente em igrejas
sem pastores. Ele viria para uma cidade e viveria lá por um tempo para sentir
as necessidades espirituais das pessoas. Ele era conhecido por sua forte
pregação doutrinária calvinista e penetrante aplicação pessoal e prática. Nunca
pregou em qualquer lugar que não fosse primeiro convidado e evitou “entusiasmo
e zelo equivocado”. Nettleton viajou por onze anos, pregando três vezes na
maioria dos domingos e três vezes durante a semana, além de visitar as pessoas
em suas casas. No dia 27 de fevereiro de 1820, mais de 1.400 pessoas se
reuniram na minúscula Stillwater, Nova Iorque, para ouvir Nettleton pregar. Ele
havia falado recentemente na pequena igreja presbiteriana na cidade vizinha de
Malta, e muitas pessoas professaram sua fé na doutrina Cristã. Nettleton ficou
na área e mais tarde relatou que “cento e três pessoas se apresentaram
publicamente como sacrifício vivo ao senhor”, na reunião de Stillwater. Nos
meses seguintes, ele contou que mais de oitocentas almas, num raio de vinte e
quatro milhas “nasceram no reino de Cristo”. Um observador afirmou que o
deserto espiritual anteriormente árido em torno de Stillwater “foi agora
convertido em um campo frutífero”. Nettleton sempre associou a uma igreja
próxima, então os convertidos tinham uma assembléia estabelecida com a qual se
identificavam e se associavam como membros. Nos anos seguintes, observou-se com
freqüência que o fruto do ministério de Nettleton manteve o curso e perseverou
na fé, havendo novas e reais conversões. Ele contraiu cólera em 1822 e ficou
doente demais para viajar por dois anos, durante os quais escreveu vários
hinos, vários deles ainda hoje cantados nas igrejas reformadas. Nettleton foi
informado de outros pregadores que estavam reivindicando milhares de
conversões, mas usando “novas medidas” para obter “decisões por Cristo”. Ele
foi incentivando outros pastores Congregacionalistas e Presbiterianos a
assistir às reuniões lideradas pelo inovador Charles Grandinson Finney. Grande
controvérsia dividiu as igrejas quando o “finneyismo” varreu “o distrito
queimado” do oeste e centro de Nova Iorque e também Ohio. Nettleton observou
que as inovações e novas medidas foram desvios radicais na teologia bíblica e
na pregação do Evangelho, enfatizando a autonomia humana e o “livre-arbítrio”,
que poderiam ser manipulados em decisões e confirmados pelo avanço de ações
físicas. Nettleton se distanciou de Finney e dos outros pregadores que se tornaram
seus coadjutores. Nettleton reafirmou que a salvação era resultado da operação
do Espírito Santo no coração dos homens, capacitando-os a crer – o mesmo
Evangelho dos Apóstolos, dos Reformadores Protestantes e dos Pregadores
Puritanos do passado. Asahel Nettleton morreu em 1844 após uma longa temporada
de dor e sofrimento, mas até o fim continuou a afirmar que “era doce confiar no
Senhor” Fonte: Site Landmark Events: Disponível em: https://landmarkevents.org/asahel-nettleton-and-the-second-great-awakening-1820/.
Acesso em 11 de dez. 2021.
[7] Guerra Civil Americana – Conflito ocorrido
nos Estados Unidos de 1861 a 1865 e colocou em oposição os estados do sul (escravistas)
contra os do norte (abolicionistas). No início da década de 1860 os Estados
Unidos já eram uma nação de progresso notável, pronta para assumir um lugar de
destaque no cenário econômico e político mundial. Só que questões internas
emperravam o desenvolvimento do país para patamares mais altos. O sul do país
possuía diferenças econômicas e sociais gritantes em relação ao norte. Tais
diferenças se explicam em grande parte pela forma inicial de colonização das
duas regiões, onde no norte houve a prática de uma ocupação de permanência,
onde os colonos tinham o objetivo de fazer das terras que ocupavam sua morada
definitiva (Colônias de Povoamento). Enquanto que no sul, o sistema de
colonização foi similar ao daquele empregado em Cuba e no Brasil, com o
predomínio das grandes propriedades dedicadas a monocultura (plantation),
utilização de trabalho escravo (que já naquela época havia sido abolida no
norte) e extrema dependência dos produtos industrializados importados (Colônias
de Exploração). Com o avanço da segunda onda da Revolução Industrial as
restrições em relação à escravidão ficavam cada vez mais fortes, mas os grandes
fazendeiros produtores do sul se recusavam a abrir mão de sua fonte de trabalho
barata. A divisão norte/sul e estados escravocratas / estados livres ficava
cada vez mais polarizada em todos os pontos da sociedade, impactando o debate
político: colocando a questão dos Estados Unidos seguir o caminho do sul
escravocrata ou o caminho do norte cosmopolita e industrial. A questão foi resolvida
pelas armas que ocasionou a chamada Guerra Civil Americana. O estopim
definitivo do confronto armado foi a eleição de Abraham Lincoln, um republicano
favorável à libertação dos escravos no sul. Com Lincoln eleito, a Carolina do
Sul é o primeiro estado a se separar, em 24 de dezembro de 1860. No ano
seguinte, os outros estados de economia e filosofia política similar iriam
acompanhar a Carolina do Sul, formando os Estados Confederados da América. O
norte, sob o governo de Lincoln, permanece inerte, assistindo aos movimentos
dos Confederados, liderados por Jefferson Davis. Porém, em 1861, o conflito se
inicia com o ataque do sul ao Forte Sumter, provocando a reação da União (os
estados do norte). Logo as disparidades se fazem claras, e o resultado da industrialização
do norte prova-se eficaz na vitória da guerra. Equipados com os mais modernos
armamentos, inclusive canhões de longo alcance e até mesmo os primeiros
submarinos, o norte vai desde o início minando as forças confederadas, que,
baseadas na cavalaria, acabam contando mesmo apenas com a bravura de seus
combatentes, entre eles o famoso general Robert E. Lee, que mesmo em várias
ocasiões de desvantagem, conseguiu importantes vitórias para o sul. Em 1864,
porém, já ficava evidente a vitória do norte, e o sul não conseguia vencer mais
nenhuma batalha resistindo apenas mais um longo ano. Em 1865, Lincoln dá a tão
sonhada liberdade aos escravos dos territórios liberados do sul, entrando para
a história dos EUA como líder corajoso e determinado num dos momentos mais
difíceis dos anais deste país. Ele, no entanto, não viveria para colher os
frutos de seus esforços, sendo assassinado dentro de um teatro, por um ator
simpatizante da causa sulista. Fonte: The Civil War. Disponível em:
http//www.sonofthesouth.net/ Acesso em 19 set. 2011. Fonte: Site Infoescola. Disponível em:
https://www.infoescola.com/historia/guerra-civil-americana/. Acesso
em 11 de dez. de 2021.
[8] Regeneração
Decisória – a aplicação dos conceitos de Finney a
respeito de como se aplicar a expiação, a partir da rejeição do calvinismo
ortodoxo dos antigos presbiterianos e congregacionalistas, onde ele argumentou
tenazmente contra a crença de que o novo nascimento é um dom de Deus,
insistindo que “a regeneração consiste na atitude do próprio pecador mudar sua
decisão, sua intenção, sua preferência e sua escolha definitiva; ou mudar do
egoísmo para o amor e a benevolência”, impulsionado pela influência moral do
comovente exemplo de Cristo. “A pecaminosidade original, a regeneração física e
todos os dogmas resultantes e similares a estes se opõem ao Evangelho e são
repulsivos à inteligência humana”. Não levando em conta o pecado original, a
expiação vicária (o sangue de Jesus derramado pelos pecados dos seres humanos,
- no lugar deles) e o caráter sobrenatural do novo nascimento, Finney
prosseguiu adiante e atacou “o artigo pelo qual a igreja mantém-se de pé ou
cai” – a justificação gratuita exclusivamente pela fé. Os reformadores
protestantes insistiam, com base em textos bíblicos, que a justificação (do
grego “declarar justo”) era um veredicto forense (isto é, “judicial’). Em
outras palavras, enquanto o catolicismo romano sustentava que a justificação era
um processo para tornar melhor uma pessoa má, os reformadores argumentavam que
a justificação era um pronunciamento ou uma declaração de que alguém possuía a retidão de outra pessoa (ou seja,
Cristo). Portanto, a justificação era um veredicto perfeito, outorgado de uma
vez por todas, declarando que alguém permanecia íntegro desde o início da vida
cristã, e não em qualquer outra etapa desta. As palavras-chaves da doutrina
evangélica eram “forense” (significando “judicial”) e “imputação” (lançar na
conta de alguém) opondo-se à idéia de “infusão” de “justiça na alma da pessoa”.
Finney declara: “É impossível e absurdo que os pecadores sejam declarados
legalmente justos... Conforme veremos, há várias condições, mas apenas um
fundamento, para a justificação dos pecadores. Já dissemos que não existe uma
justificação no sentido forense ou judicial, e sim uma justificação
fundamentada na ininterrupta, perfeita e universal obediência à lei. Isto, sem
dúvida, é negado por aqueles que asseveram que a justificação evangélica, ou a
justificação de pecadores arrependidos, possui o caráter de uma justificação
forense ou judicial. Eles apegam à máxima judicial de que aquilo que um homem
faz através de outro é considerado como sendo feito por ele mesmo; portanto, a
lei considera a obediência de Cristo como nossa, com base no fato de que Ele a
obedeceu por nós”. A isto o próprio Finney respondeu: “ A doutrina de uma
justiça imputada, ou seja, que a obediência de Cristo à lei foi reputada como
nossa, fundamenta-se em uma suposição
falsa e sem lógica” Afinal de contas, a justiça de Cristo “poderia
justificar somente a Ele mesmo. Jamais poderia ser imputada a nós... Era
naturalmente impossível para Ele obedecer à lei em nosso favor”. Esta “interpretação
da expiação como base na justificação dos pecadores tem sido uma ocasião de
tropeços para muitos”. O conceito de que a fé é a única condição de
justificação expressa “um ponto de vista antinomiano” disse Finney. “Veremos
que a perseverança na obediência até ao fim é também uma condição para a
justificação”. Além disso, a “santificação presente, no sentido de plena
consagração a Deus, é outra condição... da justificação. Alguns teólogos
transformaram a justificação em uma condição para a santificação, ao invés de
fazerem da santificação uma condição para a justificação. Porém, conforme
observaremos, este é um conceito errado sobre justificação”. Cada ato de pecado
exige “uma nova justificação”. Referindo-se “aos elaboradores da Confissão de
Fé de Westminster” e ao ponto de vista de uma justiça imputada, Finney
admirou-se, afirmando: “Se isto não é antinomianismo, não sei o que é”. Essa
imputação legal era irracional para ele, por isso concluiu: “Considero estes
dogmas como fantasiosos, descrevendo mais um romance do que um sistema teológico”.
Na seção em que falou contra a Assembléia de Westminster, ele finalizou
dizendo: “As relações entre o antigo ponto de vista da justificação e ponto de
vista da depravação é óbvio. Os membros da Assembleia sustentam, conforme já
vimos que a constituição do homem, em todas as suas partes e faculdades, é
pecaminosa. Naturalmente, um retorno à santidade pessoal, no presente, no
sentido de uma completa conformidade com a lei de Deus, na opinião deles, não
pode ser uma condição para justificação. Eles precisam ter uma justificação
enquanto ainda permanecem em certo grau de pecado. Portanto, um método foi
inventado para que os olhos da lei e de seu doador sejam retirados do pecador e
focalizados em seu Substituto, que obedeceu perfeitamente a lei”. Finney chamou
essa doutrina de “outro evangelho”. Insistindo que a descrição realística de
Paulo em Romanos 7 refere-se à vida do apóstolo antes que ele houvesse atingido
a “perfeita santificação”, Finney ultrapassou Wesley ao argumentar em favor da
possibilidade da santificação completa nesta vida. John Wesley dizia que é
possível para o crente atingir plena santificação, mas, quando reconheceu que o
melhor dos crentes peca, ele acomodou-se à realidade dos fatos afirmando que a
experiência da “perfeição cristã” era uma questão de coração e não de ações. Em
outras palavras, um crente pode ser aperfeiçoado em amor, de modo que este amor
se torne a única motivação para as suas atitudes, enquanto ocasionalmente
comete erros. Finney rejeitou esta opinião e insistiu que a justificação está
condicionada a perfeição completa e total, ou seja, a “inteira conformidade à
lei de Deus”, e o crente pode fazer isso; mas, quando ele transgride em algum
ponto, uma nova justificação é exigida. Conforme ressaltou eloquentemente B.B. Warfield,
o teólogo de Princeton, há duas religiões na história da raça humana: o
paganismo – do qual o pelagismo é uma expressão – e a redenção sobrenatural.
Juntamente com Warfield e outros que com seriedade advertiram seus irmãos sobre
os erros de Finney e seus sucessores, também temos de avaliar as idéias amplamente
heterodoxas dos protestantes americanos. Com raízes no avivalismo de Finney,
talvez o protestantismo liberal e o protestantismo evangélico, afinal de
contas, não estejam tão afastados um do outro! As “Novas Medidas” de Finney,
semelhantes às do moderno Movimento de Crescimento da Igreja, tornaram a
escolha do homem e as emoções o centro do ministério da igreja, ridicularizam a
teologia e substituíram a pregação de Cristo por uma pregação voltada a
conversões. Com base no moralismo natural advogado por Finney, as campanhas
políticas e sociais dos cristãos alicerçam sua fé na humanidade e em seus
próprios recursos para a salvação de si mesma. Ecoando um pouco de deísmo,
Finney declarou: “Na vida espiritual nada existe além das capacidades naturais;
ela consiste totalmente no correto exercício dessas capacidades. É apenas isto
e nada mais. Quando a humanidade se torna verdadeiramente religiosa, as pessoas
são capacitadas a demonstrar esforços que eram incapazes de manifestar antes.
Exercem apenas capacidades que tinham antes, e utilizavam de maneira errônea, e
agora as empregam para a glória de Deus”. Deste modo, visto que o novo
nascimento é um fenômeno natural, o mesmo ocorre ao avivamento: “Um avivamento
não é um milagre, tampouco depende deste, em qualquer sentido; é simplesmente
um resultado do filosófico, da correta utilização dos meios estabelecidos,
assim como qualquer outro resultado produzido pelo emprego destes meios”. A
crença de que o novo nascimento e um avivamento dependem necessariamente da
atividade divina era perniciosa para Finney. Ele disse: “Nenhuma doutrina é
mais perigosa do que esta para o progresso da igreja, e nada pode ser mais
absurdo”. Quando os líderes do Movimento de Crescimento de Igreja reivindicam
que a teologia impede o crescimento da igreja e insistem que, não importando o
que determinada igreja acredita em particular, o crescimento é uma questão de
seguir princípios adequados, estes líderes estão demonstrando seu débito a
Finney. Quando os líderes do movimento
Vineyard exaltam a iniciativa subcristã de Finney, bem como o gritar, a
desordem, o falar alto, o rir e outros fenômenos estranhos, com base na idéia
de que “isto funciona” e que devemos julgar a verdade destas coisas pelos
frutos produzidos, esses líderes estão seguindo idéias de Finney e de Wiliam
James, o pai do pragmatismo americano. Este último declarou que uma verdade
precisa ser julgada de acordo com “seu valor na prática”. Deste modo, na
teologia de Finney, Deus não é soberano, o homem não é pecador por natureza, a
expiação realmente não é um pagamento pelo pecado, a justificação por meio da
imputação é um insulto à razão e à moralidade, o novo nascimento é apenas o
resultado da utilização de técnicas
bem-sucedidas, e o avivamento é o resultado natural de campanhas inteligentes.
Em sua recente introdução à edição do bicentenário da “Teologia Sistemática” de
Finney, Harry Conn recomenda o pragmatismo de Finney: “Muitos servos de Deus
procuram o evangelho que ‘funciona’; sinto-me feliz em declarar que o acharão
nesta obras”, Conforme Whitney R. Cross cuidadosamente documentou em seu livro,
“The Burned – Over District; The Social and Intellectual History of
Enthusiastic Religion in Western New York, 1800 – 1850”, todo o território em
que com mais freqüência se realizam os avivamentos de Finney era também o berço
dos cultos perfeccionistas que infestaram aquele século. Um evangelho que “funciona”
hoje, para os zelosos perfeccionistas, apenas cria os supercrentes iludidos e
esgotados de amanhã. É desnecessário dizer que a mensagem de Finney é
radicalmente contrária a fé evangélica, assim como as diretrizes fundamentais
de movimentos vistos ao nosso redor, que demonstram as marcas de Finney: o
avivalismo, o perfeccionismo e o emocionalismo pentecostal, e as tendências
anti-intelectuais e antidoutrinárias do fundamentalismo e evangelismo moderno.
Foi por intermédio do “Movimento da Vida Superior” (“Higher Life Moviment”), do
final do século XIX e início do século XX, que o perfeccionismo de Finney
chegou a dominar o recém-nascido movimento dispensionalista através de Lewis
Sperry Chafer, fundador do Seminário de Dallas e autor de “He That Is Spiritual”
(“Aquele que é Espiritual”). Finney, entretanto, não é o único responsável; ele
é mais um produto do que um produtor. Apesar disso, a influência que ele
exerceu e continua exercendo é abrangente. O Avivalista não apenas abandonou o
princípio fundamental da Reforma (a justificação), tornando-se um rebelde
contra o cristianismo evangélico, como também rejeitou as doutrinas que têm
sido acreditadas por católicos e protestantes (tais como o pecado original e a
expiação vicária). Por isso, Finney na é simplesmente um arminiano, mas um
pelagiano. Ele não é apenas um inimigo do protestantismo evangélico, mas também
do cristianismo histórico, no mais abrangente sentido da palavra. Com Finney
ocorreu um grave afastamento do cristianismo bíblico que foi promovido através
do avivalismo americano. Este afastamento levou os crentes por caminhos
perigosos e distorcidos, porém, numa de suas afirmativas, Finney estava
absolutamente correto: o evangelho afirmado e defendido pelos teólogos de
Westminster (os quais ele atacou diretamente) e por todos os evangélicos é “outro
evangelho” no sentido de ser distinto daquele que Finney proclamava. Site Ministério Fiel: Disponível em: https://ministeriofiel.com.br/artigos/o-legado-de-charles-finney/.
Acesso em 12 de dez. 2021.
[9] Billy
Sunday – William Ashley Sunday –
Nascido em 19 de novembro de 1862 em Story County, Iowa, EUA e falecido em 6 de
novembro de 1935 em Chicago, Illinois, EUA enterrado no Cemitério Forest Home,
Forest Park em Illinois. Nasceu numa família pobre de Iowa e passou alguns anos
na Casa de Órfãos dos Soldados de Iowa, antes de trabalhar em biscates e jogar
em times locais de corrida e beisebol. Sua velocidade e agilidade
proporcionaram-lhe a oportunidade de jogar beisebol nas ligas principais por
oito anos, onde era um rebatedor mediano e um bom defensor conhecido por sua
corrida de base. Convertendo-se ao cristianismo evangélico na década de 1880,
Sunday trocou o beisebol pelo ministério cristão. Ele gradualmente desenvolveu
suas habilidades como evangelista de púlpito no meio oeste e então, durante o
início do século 20, ele se tornou o evangelista mais famoso da nação com seus
sermões coloquiais e entrega frenética. Realizou campanhas amplamente
divulgadas nas maiores cidades dos Estados Unidos, e atraiu as maiores
multidões de qualquer evangelista antes do advento dos sistemas de som
eletrônicos. Ele também ganhou muito dinheiro e foi bem-vindo nas casas dos
ricos e influentes. Sunday foi um forte defensor da Lei Seca, e sua pregação
provavelmente desempenhou um papel significativo na adoção da Décima Oitava
Emenda em 1919. Apesar das dúvidas sobre sua renda, nenhum escândalo jamais
tocou no Sunday. Ele era sinceramente dedicado à esposa, que também
administrava suas campanhas, mas seus três filhos o decepcionaram. Seu público diminuiu
durante a década de 1920, à medida que Sunday envelhecia, os avivamentos
religiosos se tornaram menos populares e fontes alternativas de entretenimento
surgiram. No entanto, Sunday continuou a pregar e continuou a ser um defensor
ferrenho do cristianismo conservador até sua morte. Em uma tarde de domingo em
Chicago, durante a temporada de beisebol de 1886 ou 1887, o Billly Sunday e
vários de seus companheiros estavam na cidade em seu dia de folga. Em uma
esquina, eles pararam para ouvir uma equipe de pregação do evangelho da Missão
Jardim do Pacífico. Atraído pelos hinos que ouvira sua mãe cantar, Sunday
começou a assistir aos cultos na missão. Depois de conversar com uma dama da
sociedade que trabalhava lá, no Sunday - depois de alguma luta de sua parte -
decidiu se tornar cristão. Começou a frequentar a famosa Igreja Presbiteriana
de Jefferson Park, uma congregação acessível tanto para o Ball Park quanto para
seu quarto alugado. Embora se socializasse com seus companheiros de equipe e às
vezes bebesse, Sunday nunca bebia muito. Em sua autobiografia, ele disse:
"Nunca bebi muito. Nunca fiquei bêbado, exceto quatro vezes na minha vida
... Eu costumava ir aos salões com os jogadores de beisebol, enquanto eles
bebiam highballs (whisky Bourbon, soda, gelo e limão), gins e cerveja, eu
tomaria limonada.” Após sua conversão, Sunday denunciou a bebida, os
xingamentos e os jogos, e ele mudou seu comportamento, o que foi reconhecido
tanto por companheiros de equipe quanto por fãs. Pouco tempo depois, Sunday começou
a falar nas igrejas e nos Associações Cristãs de Moços (YMCA). Na primavera de
1891, Sunday recusou um contrato de beisebol de 3.500 dólares por ano para
aceitar uma posição no Chicago YMCA por 83 dólares por mês. O cargo de Sunday
no YMCA era Secretário Adjunto, mas a posição envolvia uma grande quantidade de
trabalho ministerial. Provou ser uma boa preparação para sua carreira
evangelística posterior. Por três anos, Sunday visitou os enfermos, orou com os
perturbados, aconselhou os suicidas e visitou os salões para convidar os
participes para as reuniões evangelísticas. Em 1893, Sunday se tornou o
assistente de tempo integral de J. Wilbur Chapman, um dos evangelistas mais
conhecidos nos Estados Unidos na época. Chapman era bem educado e se vestia meticulosamente,
"suave e urbano". Pessoalmente tímido, como Sunday, Chapman impunha
respeito no púlpito tanto por causa de sua voz forte quanto por seu
comportamento sofisticado. O trabalho de Sunday como assessor de Chapman era
preceder o evangelista às cidades nas quais ele deveria pregar, organizar
reuniões de oração e coros e, em geral, cuidar dos detalhes necessários. Quando
as tendas eram usadas, Billy Sunday costumava ajudar a erguê-las. Ao ouvir
Chapman pregar noite após noite, recebeu um valioso curso de homilética (arte
de pregar, ou seja, utilizar os princípios da retórica com a finalidade
específica de falar sobre o conteúdo da Bíblia). Chapman também avaliou as
próprias tentativas de Sunday de pregação evangelística e mostrou a ele como
fazer um bom sermão. Além disso, Chapman encorajou o desenvolvimento teológico
de Sunday, especialmente enfatizando a importância da oração e ajudando a
"reforçar o compromisso de Billy com o cristianismo bíblico
conservador". Quando Chapman inesperadamente voltou ao pastorado em 1896,
Sunday começou por conta própria a pregar, começando com reuniões na pequena
Garner, Iowa. Nos doze anos seguintes, Billy Sunday pregou em aproximadamente
setenta comunidades, a maioria delas em Iowa e Illinois. Sunday se referiu a essas
cidades como o "circuito do querosene" porque, ao contrário de
Chicago, a maioria ainda não estava eletrificada. As cidades muitas vezes
reservavam reuniões dominicais informalmente, às vezes enviando uma delegação
para ouvi-lo pregar e, em seguida, telegrafando-o enquanto ele realizava cultos
em outro lugar. Sunday também aproveitou sua reputação como jogador de beisebol
para gerar publicidade para suas reuniões. Em 1907, em Fairfield, Iowa, Billy
Sunday organizou os pregações locais em dois times de beisebol e agendou um
jogo entre eles. O domingo chegou vestido com seu uniforme profissional e jogou
dos dois lados. Embora o beisebol fosse seu principal meio de publicidade,
Sunday também contratou um gigante de circo para servir como arrumador. Quando
ele começou a atrair multidões maiores do que as que podiam ser acomodadas em
igrejas rurais ou prefeituras, armou tendas de lona alugadas. Novamente, Sunday
fez grande parte do trabalho físico de colocá-los, manipular as cordas durante
as tempestades e cuidar de sua segurança dormindo com eles à noite. Só em 1905
ele estava bem de vida o suficiente para contratar seu próprio vanguardista. Em
1906, uma tempestade de neve em outubro em Salida, Colorado, destruiu a tenda
de Sunday - um desastre especial porque os avivalistas eram normalmente pagos
com uma oferta voluntária no final de suas reuniões. Depois disso, ele insistiu
que as cidades construíssem para ele tabernáculos temporários de madeira às
suas custas. A construção dos tabernáculos era comparativamente cara (embora a
maior parte da madeira pudesse ser recuperada e revendida no final das
reuniões), e os habitantes locais tinham que providenciar o dinheiro com
antecedência. Essa mudança na operação de Sunday começou a empurrar as finanças
da campanha para o primeiro plano. Pelo menos no início, levantar tabernáculos
proporcionou boas relações públicas para as próximas reuniões, à medida que os
habitantes da cidade se reuniam no que era efetivamente um gigantesco barracão.
Billy Sunday construiu um bom relacionamento ao participar do processo, e os
tabernáculos também eram um símbolo de status, porque anteriormente haviam sido
construídos apenas para grandes evangelistas como Chapman. Onze anos na
carreira evangelística Sunday e sua esposa foram levados ao limite emocional.
Longas separações exacerbaram seus sentimentos naturais de inadequação e
insegurança. Como produto de uma infância que poderia muito bem ser descrita
como uma série de perdas, ele era extremamente dependente do amor e do
incentivo de sua esposa. Por sua vez, Nell achava cada vez mais difícil lidar
com as responsabilidades domésticas, as necessidades de quatro filhos
(incluindo um recém-nascido) e o bem-estar emocional à distância de seu marido.
Seu ministério também estava se expandindo e ele precisava de um administrador,
um trabalho para o qual sua esposa se adequava perfeitamente. Em 1908, os
Sundays decidiram confiar seus filhos a uma babá para que Nell pudesse
gerenciar as campanhas de avivamento. Nell Sunday transformou a organização out-of-the-back-pocket(fora
do bolso traseiro) de seu marido em um "fenômeno de renome nacional".
Novos funcionários foram contratados, e na campanha de Nova York de 1917, os
Sundays tinham uma equipe paga de vinte e seis pessoas. Havia músicos,
zeladores e homens de vanguarda; mas os Sundays também contratavam professores
da Bíblia de ambos os sexos, que, entre outras responsabilidades, realizavam
reuniões diurnas em escolas e lojas e incentivavam seu público a comparecer aos
principais serviços do tabernáculo à noite. Os mais importantes desses novos
membros da equipe foram Homer Rodeheaver, um excepcional líder musical e
diretor musical que trabalhou com os Sundays por quase vinte anos, e Virginia
Healey Asher, que (além de cantar regularmente duetos com Rodeheaver) dirigiu
os ministérios femininos, especialmente o evangelização das jovens
trabalhadoras. Fonte:
Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Billy_Sunday.
Acesso em: 12 de dez. 2021.
[10] Primeiro Grande Despertar – Iniciado na
década de 1730 e durando até cerca de 1740, embora bolsões de reavivamento
tenham ocorrido em anos anteriores, especialmente entre o ministério de Solomon
Stoddard, avô de Jonathan Edwards. A congregação de Edwards estava envolvida em
um avivamento mais tarde chamado de “Reavivamentos de Fronteira” em meados da
década de 1730, embora isso estivesse diminuindo em 1737. Mas, como observou o
historiador religioso americano Sydney E. Ahlstrom, o Grande Despertar “ainda
estava por vir, inaugurado pelo Grande Itinerante, o evangelista britânico
George Whitefield. Whitefield chegou à Geórgia em 1738 e voltou em 1739 para
uma segunda visita às colônias, fazendo uma “campanha triunfante do norte da
Filadélfia a Nova Iorque e de volta ao sul. Em 1740, ele visitou a Nova
Inglaterra, e “em todos os lugares que visitou, as consequências foram grandes
e tumultuadas”. Ministros de várias denominações evangélicas protestantes
apoiaram o Grande Despertar. Nas colônias intermediárias, ele influenciou não
apenas as igrejas britânicas, mas também as holandesas e alemãs. Além disso, os
estilos pastorais começaram a mudar. No final do período colonial, a maioria
dos pastores lia seus sermões, que eram teologicamente densos e apresentavam um
argumento ou interpretação teológica particular. Nathan O. Hatch argumenta que
o movimento evangélico da década de 1740 desempenhou um papel fundamental no
desenvolvimento do pensamento democrático, bem como na crença da imprensa livre
e na defesa que a informação deve ser compartilhada completamente de forma
imparcial e sem controles. Michal Choinski argumenta que
o Primeiro Despertar marca o nascimento da “retórica do avivamento” americana
entendida como “um modo particular de pregação em que o orador emprega e tem
uma gama realmente ampla de padrões e estratégias comunicativas para iniciar
conversões religiosas e regeneração espiritual entre os ouvintes”. Todas essas
noções teológicas, sociais e retóricas deram início ao período da Revolução
Americana. Isso contribuiu para criar uma demanda por liberdade religiosa. O Grande
Despertar representou a primeira vez que afroamericanos abraçaram o
Cristianismo em grande número. No final do século XVIII, o avivamento chegou às
colônias inglesas da Nova Escócia, New Brunswick e Prince Edward Island,
principalmente por meio dos esforços de Henry Alline e seu movimento “New
Light”. Fonte: Site StringFixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Great_Awakening.
Acessado em 11 de dez.2021.
[11] Arminianismo – era uma escola de
pensamento soteriológica (doutrina da salvação), baseada sobre as ideias do
holandês Jacobus Arminius (1560 – 1609) e seus seguidores históricos – os
remonstrantes. A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo
desde os primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Santo
Agostinho de Hipona do “Pecado Original”. O arminianismo holandês foi
originalmente articulado na Remonstrância (1610) uma declaração teológica
assinada por 45 ministros e apresentado ao Estado holandês. O Sínodo de Dort
(1818 – 1819) foi chamado pelos estados gerais para mudar a Remonstrância. Os
cinco pontos da Remonstrância afirma que: 1) A Eleição (e condenação no dia do
julgamento) foi condicionada pela fé racional ou a não fé do homem. 2) A Expiação,
embora qualitativamente suficiente a todos os homens, só é eficaz ao homem de
fé; 3) Sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à
vontade de Deus; 4) A Graça é resistível e; 5) Os crentes são capazes de
resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça. O
ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a
dignidade humana requer liberdade perfeita do arbítrio. Desde o século XVI,
muitos cristãos incluindo os batistas (“History of the Baptists – terceira
edição por Robert G. Torbert) tem sido influenciados pela visão arminiana.
Também os metodistas, os Congregacionalistas das primeiras colônias da Nova
Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos
séculos XVIII e XIX. O termo arminianismo é usado para definir aqueles que
afirmam as crenças originadas por Jacobus Arminius, porém o termo também pode
ser entendido de forma mais ampla para um agrupamento maior de ideias,
incluindo as de Hugo Grotius, John Wesley e outros. Há duas perspectivas
principais sobre como o sistema pode ser aplicado corretamente: arminianismo
clássico, que vê em Arminius o seu representante; e o arminianismo wesleyano,
que vê em John Wesley o seu representante. O arminianismo wesleyano é por vezes
sinônimo de metodismo. Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal
interpretado por alguns dos seus críticos que o incluem no semipelagianismo ou
no Pelagianismo, ainda que os defensores de ambas as perspectivas principais
neguem veementemente essas alegações. Dentro do vasto campo da história da
teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo
(ou teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma
história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como
rivais dentro do Evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os
detalhes das doutrinas da predestinação e da salvação. Fonte: Wikipédia.
Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arminianismo.
Acessado em: 12 de dez. 2021.
[12] Pelagianismo – foi um conceito
teológico que negava o pecado original, a corrupção da natureza humana, o servo
arbítrio (arbítrio escravizado, cativo) e a necessidade da graça divina para a
salvação. O termo é derivado de Pelágio da Bretanha. Todo homem é totalmente responsável
pela sua própria salvação e, portanto, não necessita da graça divina. Segundo
os pelagianos, todo homem nasce “moralmente neutro”, sendo capaz, por si mesmo,
sem qualquer influência divina, de salvar-se quando assim o desejar. Uma das
grandes disputas durante a Reforma Protestante versou sobre a natureza e a
extensão do pecado original. No século V, Pelágio havia debatido ferozmente com
Santo Agostinho de Hipona sobre esse assunto. Agostinho mantinha que o pecado
original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem
caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não
pode não pecar. Por outro lado, Pelágio insistia que a queda de Adão afetara
apenas Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, ele
também dá a habilidade moral para que elas possam fazê-lo e embora considerasse
Adão como “um mau exemplo” para a sua descendência, suas ações não teriam
consequências para a mesma, sendo o papel de Jesus definido pelos pelagianos
como “um bom exemplo fixo” para o resto da humanidade (contrariando, assim, o
mau exemplo de Adão), bem como proporciona uma expiação pelos seus pecados,
tendo a humanidade em suma, total controle pelas suas ações, posteriormente
Pelágio reivindicou que a graça divina era desnecessária para a salvação,
embora facilitasse a obediência. As sentenças pronunciadas pelo papa Inocêncio
I contra tal tese acabaram por classifica-la como heresia. Fonte: Wikipédia.
Acesso em 6 de dez. de 2021.