Em setembro de 1941, Babi Yar,
ravina existente em Kiev, capital da Ucrânia, foi o local de um dos maiores
massacres de judeus em um único lugar, durante a 2ª Guerra Mundial. Em dois
dias apenas, 34 mil judeus, homens, mulheres, crianças e velhos, foram mortos a
tiros. Babi Yar se tornou símbolo do
cruel assassinato de judeus perpetrado pelos Einsatzgruppen[1] e
do persistente não reconhecimento da memória judaica.
Em 1961, o poeta russo Yevgeny Yevtushenko[2],
em seu poema “Babi Yar”, fez um apelo para que os terríveis acontecimentos
não fossem relegados ao esquecimento.
“(...) A erva selvagem murmura sobre Babi Yar. As árvores olham
agourentas como os verdugos.
Aqui tudo grita em silêncio, e, tirando meu
boné, sinto-me grisalho, lentamente. E eu, também, tornei-me um berro
tonitruante, sem som, pelos muitos milhares aqui enterrados. Eu
sou cada velhinho aqui abatido a tiros. Eu sou cada
criança aqui abatida a tiros. Nada será esquecido, dentro de mim...
”
Holocausto na Ucrânia
A Operação Barbarossa[3],
invasão da antiga União Soviética por Hitler, lançada em 22 de junho de 1941,
foi decisiva no Holocausto, pois deu início ao genocídio de judeus. A matança
sistemática de judeus no leste da Europa começou no primeiro dia da invasão
alemã.
As forças nazistas rapidamente ocuparam a Ucrânia, o leste da Polônia, a
Letônia, Estônia e Lituânia, a Bielorrússia e o oeste da República Russa. Assim
que o exército alemão ocupava alguma área da ex-União Soviética, os
Einsatzgruppen (Esquadrões
da morte móveis das SS) entravam em ação, fuzilando os judeus. Estima-se que
mais de 1,5 milhões foram executados dessa forma. Uma das “
tarefas” dos
Einsatzgruppen era organizar, entre a
população local, indivíduos dispostos a perpetrar ou a participar dos
assassinatos em massa de judeus. Na Ucrânia não foi difícil; centenas de
milhares colaboraram entusiasticamente com os nazistas. Sem tal participação,
teria sido impossível que as matanças atingissem a escala que de fato tiveram.
Antes mesmo de os nazistas irem em frente com a “solução radical do problema judaico através da execução a tiros de
todos os judeus”, milhares de ucranianos foram os responsáveis por
sangrentos pogroms[4].
Outros milhares tornaram-se guardas nos campos de extermínio. A ajuda da
polícia ucraniana permitiu aos nazistas rapidamente identificar e reunir os
judeus que, a seguir, eram conduzidos para locais ermos onde, um a um, família
após família – homens e mulheres, velhos e crianças – eram brutalmente
assassinados a tiros.
Kiev
A cidade de Kiev acabou caindo em mãos alemãs após 45 dias de batalha,
em 19 de setembro de 1941. Acredita-se que cerca de 70% dos 225 mil judeus (20
% da população da cidade) que viviam em Kiev conseguiram deixar a cidade a
tempo. A maioria dos que ficaram eram os que não tinham condição de fugir:
mulheres, crianças, velhos e doentes.
Desde o primeiro dia da ocupação, os judeus perceberam as “faces
radiantes” de muitos ucranianos, como recordou mais tarde uma testemunha
ocular, Konstantin Miroshnik[5],
então com 16 anos. Um dos vizinhos ucranianos dissera a seu avô, “Leib, seu poder judaico chegou ao fim, uma
nova ordem começará agora, portanto tenha em mente, você terá contas a
acertar...”.
No segundo dia da ocupação, policiais ucranianos apareceram nas ruas
portando braçadeiras e anunciando que faziam parte da “
Organização de Nacionalistas Ucranianos” (OUN), organização
liderada por
Stepan Bandera [6].
Por alguns dias os judeus não foram molestados. Em 21 de setembro, após
ter sido submetido a humilhações públicas, foi assassinado Shlomo Glozman[7],
um dos líderes comunitários de Kiev, junto com nove outros dos mais
respeitáveis membros da comunidade.
Durante os primeiros dias da ocupação alemã, duas grandes explosões,
aparentemente desencadeadas por engenheiros militares soviéticos, destruíram o
prédio onde havia se instalado o quartel-general alemão e parte do centro da
cidade. Os alemães usaram esses atos de sabotagem como pretexto para dar início
à matança dos judeus de Kiev.
Em 27 e 28 de setembro, os nazistas colocaram cartazes em russo e
ucraniano por toda a cidade, convocando os judeus para o “reassentamento”. “Ordena-se
a todos os judeus residentes de Kiev e suas vizinhanças que compareçam à esquina
das ruas Melnyk e Dokterivsky, às 8 horas da manhã de 2ª feira, 29 de setembro
de 1941, portando documentos, dinheiro, roupas de baixo, etc. Aqueles que não
comparecerem serão fuzilados. Aqueles que entrarem nas casas evacuadas por
judeus e roubarem pertences destas casas serão fuzilados”. Mais de 30 mil
se apresentaram.
Nos dias 29 e 30, véspera de Yom Kipur[8],
os judeus foram levados a Babi Yar,
uma ravina nos arredores da cidade. Acreditavam que seriam embarcados em trens
para um reassentamento. A multidão de homens, mulheres e crianças era grande o
bastante para que ninguém se desse conta do que estava para acontecer, a não
ser tarde demais. Um dos comandantes do Einsatzkommando chegou
a se gabar, dias mais tarde, que, por causa de “nosso talento especial para a organização, os judeus acreditaram, até
o momento de serem executados, que estavam realmente sendo enviados para um
reassentamento”.
O massacre foi realizado em dois dias, pela unidade C do
Einsatzgruppen,
apoiada por membros de um batalhão das
Waffen-SS.
Unidades da polícia ucraniana foram usadas para agrupar e conduzir os judeus
até o local de fuzilamento.
Logo após a guerra, um cidadão não judeu, o vigia do velho cemitério
judaico próximo a Babi Yar, contou
que testemunhara “cenas horríveis de dor
e desespero”. Ao relatar os fatídicos acontecimentos contou: “Eu vi policiais ucranianos formarem um
corredor e levar os judeus apavorados para a enorme clareira, onde, com
bastões, aos gritos e utilizando cães que arrancavam pedaços dos corpos das
pessoas, os judeus eram forçados a se despirem totalmente, a formar filas e,
então, dirigir-se em colunas de dois para a boca da ravina. Ao escutarem o
barulho das metralhadoras que estavam abatendo os judeus do grupo logo à
frente, percebiam o que os esperava, mas não tinham mais como escapar. Ao
chegar à boca da ravina, encontravam-se na beira do precipício, a 20, 25 metros
de altura, e do outro lado havia metralhadoras alemãs disparando. (...). Então
os próximos 100 eram trazidos, e tudo se repetia. Os policiais pegaram as
crianças pelas pernas e as jogaram vivas dentro do Yar. Naquela noite, os
alemães fizeram desmoronar as paredes da ravina e enterraram as pessoas sob uma
espessa camada de terra. Mas a terra moveu-se ainda por muito tempo, porque
judeus feridos e ainda vivos se moviam, desesperados”.
Dina Pronicheva[9] foi uma dentre os poucos judeus a escapar com vida. Assim como centenas dos que
foram alvejados, não morreu. Mas diferentemente da maioria dos que caíram vivos
na vala, ela conseguiu evitar ser sufocada e escapou. Após a guerra, Dina
contou os horrores de Babi Yar ao
escritor russo Anatoli Kuznetsov[10],
que publicou a história, primeiro na Rússia, em 1966, e na Inglaterra em 1970,
sob o pseudônimo de A. Anatoli. Dina contou que enquanto estava ainda soterrada
ouvia por todo lado e por baixo ela, sons abafados, gemidos, pessoas se
sufocando e chorando. A massa de corpos movia-se ligeiramente conforme se
acomodava e se espremia, através do movimento dos que ainda viviam. Lembrou
como os soldados iam até a borda e iluminavam os corpos com suas lanternas,
atirando com seus revólveres sobre os que ainda pareciam vivos.
Ao se referir ao massacre, Elie Wiesel[11] escreveu que “testemunhas oculares
disseram que, por meses após as mortes, o solo de Babi Yar continuava a esguichar gêiseres de sangue”. Após dois
dias de assassinatos, a unidade do Einsatzkommando mandou para
Berlim um relatório sobre a ação: em dois dias, 33.771 judeus haviam sido
exterminados em Babi Yar e os “operadores” das metralhadoras haviam
sido auxiliados pelos milicianos ucranianos.
Nos meses seguintes, os nazistas utilizaram Babi Yar como um local de execução para prisioneiros de guerra
soviéticos e para “ciganos”. O número
de executados talvez jamais seja conhecido.
Destruindo
provas
Em março de 1944, a ex-URSS inicia a ofensiva na Bielorrússia. À medida
que os exércitos alemães iam batendo em retirada frente ao inexorável avanço
russo, eram instruídos a destruir as evidências dos assassinatos em massa.
Um comando especial foi incumbido de ir aos locais dos massacres
realizados pelos Einsatzgruppen. Teriam que exumar e queimar
cadáveres e ossos e espalhar as cinzas. Na maioria dos locais foram construídas
piras maciças. Cada pira podia consumir 3.500 corpos e ardia até dez dias. Mas
a quantidade de mortos enterrados na ravina de Babi Yar não permitia esse “modus operandi”. Lembrou
posteriormente o comandante da operação: “A
terra sobre a imensa cova comum foi removida; os corpos foram cobertos com
material inflamável e incendiados. Demorou cerca de dois dias para que a tumba
ardesse até o fundo”.
A terrível tarefa foi realizada por mais de 400 judeus e prisioneiros de
guerra soviéticos. Eles sabiam que assim que o trabalho se encerrasse todos
seriam mortos, sabiam que os nazistas não iriam deixar testemunhas de seus
crimes. As mortes já vinham ocorrendo; no primeiro mês, 70 dos prisioneiros
foram mortos em execuções realizadas toda a noite pelos guardas, para se
divertirem.
Os prisioneiros famintos e doentes trabalhavam com grilhões nos
tornozelos, guardados por SS armados com submetralhadoras e acompanhados por
cães treinados para matar. Os guardas dirigiam-se aos judeus chamando-os de “Leichen”,
cadáveres. Mas, como escreveu o historiador Reuben Ainsztein[12],
um dos principais autores ingleses sobre o tema do Holocausto, “naqueles homens seminus impregnados de carne
putrefata, cujos corpos estavam comidos por sarna e cobertos com uma camada de
lama e fuligem, e nos quais restava tão pouca força física, sobrevivia um
espírito que desafiava tudo o que os nazistas tinham feito ou poderiam
fazer-lhes. Nos homens em quem as SS viam apenas cadáveres andantes,
maturava uma determinação de que ao menos um deles precisava sobreviver para
contar ao mundo o que haviam visto em Babi
Yar”.
Eles traçaram planos. Entre os idealizadores, havia um soldado judeu do
Exército Vermelho, Vladimir Davydov, que acabou testemunhando em Nuremberg. A
escala de represália eliminava fugas individuais. Após a fuga de um soldado não
judeu do Exército Vermelho, Fyodor Zavertanny, os alemães fuzilaram 12 dos
prisioneiros e o SS encarregado dos guardas, que tinha supervisionado o grupo
de Zavertanny. Uma fuga em massa era a única esperança. Mas os
prisioneiros precisariam de um milagre, pois para poder fugir teriam que
encontrar uma chave que pudesse abrir o cadeado do bunker onde eram
trancafiados a noite. Eles passaram a procurar por quaisquer chaves que
tivessem sobrado dentre os milhares de cadáveres apodrecendo e suas roupas em decomposição.
Em 20 de setembro, o milagre aconteceu: um dos prisioneiros encontrou uma chave
que servia no cadeado.
Nove dias depois, no 3.º aniversário do massacre, 325 judeus e
prisioneiros de guerra soviéticos fugiram. Desses, 311 foram fuzilados durante
a fuga e apenas 14 alcançaram esconderijos, quatro ficaram por 20 dias em uma
chaminé de uma fábrica desativada e dois foram escondidos sob o galinheiro por
duas ucranianas, Natalya e Antonina Petrenko.
Em 6 de novembro, cinco semanas após a fuga, os 14 sobreviventes estavam
entre os que recepcionaram o vitorioso Exército Vermelho que entrava em Kiev.
Todos eles se juntaram às fileiras. Quatro deles, todos judeus, foram
posteriormente mortos em ação contra os alemães, e dez sobreviveram à guerra.
Dois judeus, Vladimir Davydov e David Budnik, prestariam depoimento, em 1946,
no Tribunal de Nuremberg, sobre o massacre de Babi Yar.
Atitude
soviética
Na Kiev libertada, judeus sobreviventes e familiares dos judeus
massacrados foram até a ravina, no local da execução. Lembra uma testemunha: “Descemos até o fundo. Ficamos parados,
chorando. Juntamos os ossos queimados de braços, pernas”. Após o Exército
Vermelho retomar o controle de Kiev, Babi
Yar foi transformado num local de internamento de prisioneiros alemães e
operou até 1946, quando foi totalmente demolido.
Nos anos seguintes ao término da 2ª Guerra, os judeus que retornaram a
Kiev, assim como os demais na antiga União Soviética, quiseram erguer um
memorial em homenagem aos judeus assassinados em Babi Yar, mas essas tentativas foram sistematicamente rechaçadas
pelas autoridades soviéticas.
Desde a retomada da cidade, o governo desestimulou qualquer ênfase ao
massacre de Babi Yar como sendo uma
barbárie direcionada apenas aos judeus – queriam que a tragédia fosse lembrada
como um crime cometido contra a população de Kiev e o povo soviético todo.
A primeira versão do texto sobre o terrível massacre ocorrido em Kiev
mencionava os judeus. “Os bandidos
hitleristas cometeram assassinato em massa da população judaica. Eles o
anunciaram em 29 de setembro de 1941, dizendo que todos os judeus deveriam
estar na esquina das ruas Melnikov e Dokterev portando seus documentos,
dinheiros e valores. Os carniceiros os conduziram a pé para Babi Yar, apossaram-se de seus
pertences e lá os abateram a tiros”. Mas ao ser oficialmente publicado, os
judeus não eram mais mencionados: “Os
bandidos hitleristas trouxeram milhares de civis à esquina das ruas Melnikov e
Dokterev”.
Diversas tentativas de se erguer um memorial judaico no local dos
massacres foram adiadas. Em outubro de 1959, o escritor Viktor Nekrasov[13] publicou um artigo protestando contra a intenção de erguer um parque com um
estádio de futebol em Babi Yar e construir
uma represa na outra ponta da ravina. Nos anos após o término da guerra, Babi Yar enchera-se de entulho, lama e
água, formando, na descrição de uma testemunha, “um lago profundo imóvel... De longe, parecia esverdeado, como se as
lágrimas das pessoas que lá tinham sido mortas houvessem brotado do solo”.
As autoridades municipais de Kiev concordaram, a princípio, em erguer um
monumento, mas insistiam em que fosse dedicado aos cidadãos soviéticos, sem
mencionar o fato de serem judeus. No final, até mesmo essa decisão não foi
levada adiante e as obras da represa foram iniciadas.
Uma noite, em 1961, a represa construída pela prefeitura ruiu e
torrentes de água, argila líquida e lama, misturadas com restos de ossos
humanos, jorraram nas ruas de Kiev abaixo. A enxurrada provocou vários
incêndios, destruiu uma garagem e, ao atingir a estação de bondes, virou os
bondes, enterrando vivos todos os que estavam na estação e a bordo dos bondes.
Nessa noite, enquanto os soldados estavam ocupados escavando em busca dos
mortos e procurando sobreviventes na lama, uma segunda onda de argila líquida
irrompeu de Yar, causando mais estrago e morte. Nos dois desastres, 24 pessoas
foram mortas. Alguns dias depois, quando um bonde passou pelo local do
desastre, uma velha ucraniana começou repentinamente a gritar: “Foram os judeus que fizeram isso. Estão se
vingando de nós”.
À medida que as décadas passaram, muitos sobreviventes e os parentes dos
sobreviventes procuraram retornar aos cenários de seu próprio sofrimento ou de
sua família. Para os judeus da antiga União Soviética, Babi Yar, assim como outros locais de assassinato em massa de
judeus, tornaram-se lugares de peregrinação solene. Visitar locais como Babi Yar, em Kiev, Rumbuli, perto de
Riga, Ponar, fora de Vilnius, ou a cova da Rua Ratomskaya, em Minsk, tornou-se
um meio de renovar e afirmar seu sentido de identidade judaica.
Em setembro de 1966, decorridos 25 anos do massacre, Babi Yar se tornou ponto de encontro
para os ativistas judeus. Nos anos seguintes, os ativistas de várias partes do
país vinham participar do evento em memória dos judeus assassinados, atendendo
às convocações, a despeito do empenho das autoridades em evitar qualquer
manifestação. Em 1971, no mínimo 1.000 pessoas participaram da cerimônia de
recordação.
O interesse em
Babi Yar
atingiu seu ponto alto em 1961, no 20.º aniversário do massacre, quando o poeta
russo Yevgeny Yevtushenko publicou seu poema “
Babi Yar” na
Literaturnaia Gazeta. O poema se
identificava com o sofrimento judeu, particularmente com as vítimas judias do
nazismo, insistindo que enquanto existisse antissemitismo na ex-URSS sua
sociedade não poderia ser genuinamente internacionalista. O trabalho evocou um
amplo protesto, inclusive uma censura do Premier
Nikita Khrushchev[14].
A
intelligentsia liberal, no entanto, recebeu-o com
aplausos, e o compositor Dimitri Shostakovich[15] musicou-o em sua 13.ª Sinfonia, que logo foi banida pelas autoridades.
Somente em 1976, ergueu-se um monumento, mesmo assim, sem fazer qualquer
menção específica às vítimas judias, referindo-se apenas “aos cidadãos de Kiev e prisioneiros de guerra”. Apenas após o
advento da Perestroika, a política soviética mudou. No final da
década de 1980, colocou-se uma placa em iídiche, sem, no entanto, haver menção
especial aos judeus. Em 1988, o aniversário da aktion de
setembro de 1941 foi relembrado em grande escala em uma manifestação em Moscou
e outra em Babi Yar.
Em setembro de 1991, grupos ucranianos e judaicos, patrocinados pelo
governo da Ucrânia, organizaram em Kiev um evento de grande porte em memória
dos judeus assassinados em Babi Yar.
Nas principais ruas foram colocadas fotos dos judeus mortos, houve vários dias
de conferências, encontros, exposições, concertos e discursos, além da
publicação de um livro-memorial. No dia 29 foi inaugurado um monumento em
feitio de menorá[16].
Em junho de 2013, o Fórum Mundial de Judeus de Língua Russa anunciou que
um novo complexo memorial será erguido no local do massacre de Babi Yar. Além de um centro judaico e
de uma sinagoga, haverá uma exposição de material histórico com roupas e
pertences dos judeus assassinados, documentos dos arquivos nazistas e
entrevistas com sobreviventes.
Fonte:
Gilbert, Martin “Holocausto, História dos
Judeus da Europa na Segunda Guerra Mundial”, Editora Hucitec.
Revista Morasha. Edição 85, setembro de 2014.
Disponível em: http://www.morasha.com.br/holocausto/o-massacre-de-babi-yar.html. Acesso em 10 de jun 2022.
[2] Ievguêni Ievtuchenko (nascimento 18 de julho de 1932 em Nizhneudinsk, Rússia e
faleceu em 1.º de Abril de 2017 no Hillcrest Medical Center. Tulsa, Oklahoma,
EUA). Escreveu, entre outros, os poemas Stantsjia, Zima e Mamãe e a Bomba
Atômica, em que expressa suas convicções pacifistas. Fonte: Wikipédia.
Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Yevgeny_Yevtushenko.
Acesso em 20 de jun. 2022.
[3] Operação Barbarossa (em alemão Unternehmen Barbarossa) foi o nome código para a
invasão da União Soviética pelas Potências do Eixo. Fonte: Wikipédia.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Barbarossa.
Acesso em 20 de jul. 2022. A Operação Barbarossa foi uma ação militar da
Alemanha Nazista que organizou e realizou a invasão da URSS, a partir das
3h15min da manhã do dia 22 de junho de 1941. A operação mobilizou 3,6 milhões
de soldados alemães, auxiliados por 3.600 tanques e 2.700 aviões foi
considerada concluída em 5 de dezembro de 1941.
Fonte: Uol. Brasil Escola. Disponível em: Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-operacao-barbarossa.htm.
Acesso em: 20 de jul.2022.
[4] Pogrom é uma palavra russa que significa “destruição maciça ou destruir
violentamente”. Historicamente, o termo designa os violentos ataques da
população não judia contra os judeus na área do Império Russo. Na Alemanha
Nazista, a violência pública contra os judeus foi tolerada e até mesmo
encorajada, pois os líderes nazistas avaliaram que ela “prepararia” a população
para as severas medidas antissemitas a serem tomadas. Os ataques consistiam em
incêndios de sinagogas, destruição de casas e estabelecimentos comerciais pertencentes
a israelitas e agressões físicas. Entre 9 e 10 de novembro de 1938, eclodiu uma
campanha violenta nas ruas, orquestrada por todo o território Alemão, conhecida
como a “Noite dos Cristais” (Kristallnacht), a qual foi seguida por uma série
de leis antissemitas. As Einsatzgruppen (Unidades Móveis de Extermínio)
receberam ordens para tolerar e até mesmo incitar as populações do território
soviético conquistado a iniciarem pogroms. Os pogroms não cessaram com o final
da Segunda Guerra Mundial, em 4 de julho de 1946, em Kielce, na Polônia,
moradores locais iniciaram um pogrom contra os judeus sobreviventes que
retornavam à cidade para viver em suas antigas residências – ocupadas
ilegalmente por outras pessoas. Multidões atacaram os judeus após ouvirem falsos
rumores que estes haviam sequestrado uma criança cristã e que pretendiam matar
em um ritual religioso, a páscoa judaica. Os agitadores mataram pelo menos 42
judeus e feriram aproximadamente 50. O medo dos violentos pogroms foi a
motivação que levou uma grande maioria de judeus sobreviventes do Holocausto a
sair da Europa no período pós-guerra. Fonte: United State Holocaust Memorial
Museum. Enciclopédia do Holocausto. Disponível em: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/pogroms-abridged-article.
Acesso em 20 de julho de 2022.
[5] Konstantin Miroshnik emigrou da União Soviética e se estabeleceu em Israel. Em
1980 foi contratado pelo Instituto YIVO (Institute of Jewish Research) para
coletar fotografias da vida judaica na Rússia e na URSS. Fonte: Guide to the
YIVO Archives. Disponível em: http://www.yivoarchives.org/index.php?p=collections/controlcard&id=33558.
Acesso em 20 de jul. 2022.
[6] Stepan Andriyovych Bandera (Nascido em 1.º de janeiro de 1909 em Staryi,
Uhryniy, Ucrânia e falecido em 15 de outubro de 1959 em Munique na Alemanha).
Foi um político ultranacionalista ucraniano, líder da Organização de
Nacionalistas Ucranianos (OUN) e do seu braço armado, o Exército Insurreto
Ucrâniano. Bandera permanece uma figura altamente controversa, apoiador do
regime nazista quando este invadiu a Ucrânia. Fonte: Wikipédia. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Stepan_Bandera.
Acesso em 20 de julho de 2022. Ver também: Blog do Maffei: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/07/stepan-bandera-colaboracionista-nazista.html. Acesso em 21 de jul. 2022.
[7] Shlomo Glozman (nascido aproximadamente em 1911 e falecido em 21 de setembro de
1941). Lider da Comunidade Judaica de Kiev. Os nazistas colocaram-no com outros
judeus em um velho caminhão e os forçaram a vestirem-se os paramentos de oração
e o levaram até a cidade e os traziam a noite. Repetiram esse procedimento
vários dias seguidos, ucranianos não judeus riam nas ruas referindo-se a
carruagem da desgraça. No dia 21 de setembro de 1941 Glozman saiu de casa para
visitar o filho, ao cruzar Kiev, um militar da SS bêbado o atacou e o espancou
até a morte. Fonte: Site Geni. A MyHeritage Company. Disponível em: https://www.geni.com/people/Shlomo-Glozman/6000000016235218316.
Acesso em 20 de jul. 2022.
[8] O Yom Kipur (Dia da Expiação segundo a Torá) é uma das datas mais importantes
do judaísmo, celebrada uma vez por ano. No calendário judaico começa no
crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei, continuando até ao
seguinte pôr do sol. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Yom_Kipur. Acesso em 20 de jul. 2022. O Yom Kipur tem origem no
pecado bíblico relacionado com o bezerro de ouro e foi cometido pelas tribos
hebraicas durante o Êxodo. Após esse pecado Moisés orou e ao décimo dia do mês
hebraico de Tishrei, Deus perdoou os judeus. Fonte: Calendarr. Disponível em: https://www.calendarr.com. Acesso em 20 de jul. 2022.
[9] Dina (Vera) Mironovna Pronicheva (nascida em 7 de janeiro de 1911 em Chernihiv,
Chernihivska Ucrânia e falecida em 1977 em Kiev, Ucrânia) Foi uma sobrevivente
ao massacre de Babi Yar em 29 de setembro de 1941 em Kiev, Ucrânia. Filha de
Miron Aleksandrovich Mstislavskij e Anna Efimovna Mstislavskaia teve dois
irmãos e uma irmã. A família morou em Kiev onde estudaram numa escola pública.
Casada com um russo não judeu, ela trabalhou para o Kiev Puppt Theatre até
1941. Em 29 de setembro de 1941, todos os judeus de Kiev são conduzidos em
grupos a uma ravina localizada perto da cidade, onde devem se despir. Quando
finalmente é colocada na fila para ser fuzilada, pouco antes de sua vez, ela se
atira na ravina e finge estar morta até que os alemães vão embora. Após a
retirada dos soldados ela se retira da cova dos cadáveres e foge, porém é
denunciada e apanhada, mas novamente consegue fugir e passa o resto da guerra
sob diferentes identidades não judias. Em março de 1944, após a libertação de
Kiev, ela encontra seus filhos que foram colocados em um orfanato por vizinhos
durante sua prisão. Em 24 de janeiro de 1945, ela testemunhou sobre o massacre
de Babi Yar durante o julgamento de 15 membros da polícia alemã por crimes de
guerra. Fonte: Wikipédia. Disponível
em: https://en.wikipedia.org/wiki/Dina_Pronicheva.
Acesso em 21 de jul. 2022.
[10] Anatoly Vasilievich Kuznetsov (nascido em 18
de agosto de 1929 em Kiev, Ucrânia e falecido em 13 de junho de 1979 em
Londres, Reino Unido). Foi um escritor soviético de língua russa que descreveu
suas experiências na ocupação alemã de Kiev durante a Segunda Guerra Mundial em
seu romance internacionalmente aclamado Babi Yar, um documento na forma de um
romance. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Anatoly_Kuznetsov.
Acesso em 21 de jul. 2022.
[11] Elias “Elie” Wisel (nascido em 30 de setembro de 1928 em Sighetu Marmatiei
[Sighet, Transilvânia], Romênia e falecido em 2 de julho de 2016 em Manhattan,
Nova Iorque, EUA). Foi um escritor judeu, sobreviveu aos campos de concentração
nazistas de Auschwitz e Buchenwald na adolescência e tornou-se um romancista e
ativista dos direitos humanos aclamado internacionalmente. Em 1986 recebeu o Prêmio
Nobel da Paz, pelo conjunto de sua obra de 57 livros, dedicada a resgatar a
memória do Holocausto e a defender outros grupos vítimas das perseguições. Seu
livro de memórias A Noite, publicado
na França em 1958 e tornou-se um clássico da literatura do Holocausto. Foi o
Presidente Fundador do Museu Memorial do Holocausto nos Estados Unidos e foi
amplamente considerado como a voz dos sobreviventes do Holocausto, iniciando
também uma fundação que leva seu nome. Após sua morte em 2 de julho de 2016, o
presidente Barack Obama afirmou: “Ele levantou a voz, não apenas contra o
antissemitismo, mas contra o ódio, o fanatismo e a intolerância em todas as
suas formas. Implorou a cada um de nós, como nações e como seres humanos, que
fizéssemos o mesmo, que nos víssemos uns nos outros e tomássemos real a
promessa de ‘nunca mais’.” Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elie_Wiesel.
Acesso em 21 de jul. 2022 e Word Jewish Congress/UNESCO. Disponível em: https://aboutholocaust.org/pt/facts/quem-foi-elie-wiesel.
Acesso em 21 de jul. 2022.
[12] Reuben Ainsztein (Rubin Ainsztein – nascido em 1917 em Vilnius, Império Russo e
falecido em 6 de dezembro de 1981 em Little Hadham Hertfordshire, Inglaterra)
foi um jornalista e publicitário polonês-britânico. Reuben Ainsztein cresceu
como filho de Zelman e Hannah Ainsztein em Wilna, metrópole judaica mais
importante na área polaco-lituana na época. Devido a discriminação por causa de
sua origem judaica na Polônia foi para a Bélgica e em 1936 obteve um diploma de médico em Bruxelas. Após
a eclosão da Segunda Guerra Mundial, ele decidiu ir para a Grã-Bretanha para
combater as tropas alemãs como soldado. No entanto, este projeto falhou
inicialmente porque a Wehrmacht ocupou a Bélgica no decorrer da campanha
ocidental dos alemães. Ainsztein fugiu dos nazistas através da França e da
Espanha, onde ficou internado por 14 meses antes de finalmente chegar às Ilhas
Britânicas via Gibraltar. Superou as preocupações iniciais das autoridades
militares britânicas, ele se alistou na Reserva de Voluntários da Royal Air
Force em 1940 e foi recrutado para a inteligência militar e participou de vinte
ataques aéreos entre setembro de 1944 e janeiro de 1945 como artilheiro. Após o
fim da guerra ele soube que sua irmã havia sido assassinada pelos alemães perto
de Kaiserwald e que seus pais haviam morrido. Em 8 de fevereiro de 1949, foi
naturalizado cidadão britânico. Nos anos seguintes Ainsztein, que falava onze
idiomas, incluindo iídiche, polonês, russo e hebraico, fez carreira como
jornalista. Ele trabalhou para a Reuters, BBC e The Sunday Times, tendo
contribuições também no The Times, New Statesman, Jewish Quarterly entre outras
publicações. Reuben Ainsztein defendeu-se contra banalizações e distorções do
Holocausto, bem como contra a tese da falta de resistência judaica ao
genocídio. Desta defesa surgiram dois estudos historiográficos; o primeiro
tratou da resistência judaica na Europa Oriental ocupada e o segundo tratou da
revolta do gueto de Varsóvia. Em 1958, desencadeou um debate na Grã-Bretanha
sobre o nível de antissemitismo no Exército Polonês. Em 2002, suas notas
autobiográficas, escritas nas décadas de 1940 e/ou 1950, foram publicadas
postumamente, descrevendo em particular sua fuga dos nacional-socialistas. Suas
principais obras foram: Resistência
judaica na Europa Oriental ocupada pelos nazistas. Com um levantamento
histórico do judeu como lutador e soldado na Diáspora. Elek, London New 1974; A revolta do gueto de Varsóvia,
Biblioteca do Holocausto, Nova York 1979 e; Em
terras que não são minhas. Uma jornada de guerra, Random House, Nova York
2002 Fonte: Wiki. Disponível em: https://second.wiki/wiki/reuben_ainsztein.
Acesso em: 21 de jul. 2022.
[13] Viktor Platonovich Nekrasov (nascido em 17 de junho de 1911 em Kiev, Ucrânia e
falecido em 3 de setembro de 1987 em Gentilly, França). Foi um escritor,
jornalista e editor russo. Depois de se formar no Kyiv Construction Institute
(1936) e no estúdio de atores Kyiv Russian Drama Theatre (1937), trabalhou como
ator e cenógrafo em Kiev. Ele escreveu um dos melhores romances de língua russa
sobre a guerra, Vokopakh Stanlingrada
(Nas Trincheiras de Stanlingrado,
1946), pelo qual recebeu o Prêmio Stalin de 1947 e foi eleito membro do
Presidium da União dos Escritores da Ucrânia. Seu romance Vrodrom Gorode (In The Home
Town – Na Cidade Natal, 1954) e várias histórias sobre a guerra e suas
consequências sociais foram algumas das primeiras obras do degelo pós-Stalin.
Seu romance anti-stalinista Kira
Georgievna (1961) e uma coleção de ensaios sobre sua visita à Europa
Ocidental e aos Estados Unidos, Po Obe
Storony Okeana (Em Ambos os Lados do
Oceano, 1962), foram condenados pelas autoridades soviéticas, incluindo
Nikita Khruschev. No final dos anos 1960 e início de 1970, ele se manifestou
contra a perseguição de dissidentes russos e ucranianos (por exemplo, Aleksandr
Solzhenitsyn e Viacheslav Chornovil). Em 1973 foi expulso do Partido Comunista
da União Soviética. Ele recebeu permissão para emigrar para a França em 1974,
onde trabalhou como editor associado do jornal de emigrantes – dissidentes
Kontinent. Em 1993 – 1994, os arquivos pessoais de Nekrasov foram transferidos
de Paris para Kiev. Fonte: Canadian Institute of Ukrainian Studies. Internet
Encyclopedia of Ukraine. Disponível em: http://www.encyclopediaofukraine.com/display.asp?linkpath=pages%5CN%5CE%5CNekrasovViktor.htm
Acesso em 21 de jul. 2022.
[15] Dmítri Dmítrievitch Shostakóvitch (nascido em 25 de setembro de 1906 em São
Petersburgo, Rússia e falecido em 9 de agosto de 1975 em Moscou, Rússia). Foi
um compositor russo e um dos mais célebres compositores do século XX.
Shostakóvitch ganhou fama na União Soviética graças ao mecenato de Mikhail
Tukhachevsky, chefe de pessoal de Leon Trotsky, tendo mais tarde uma complexa e
difícil relação com a burocracia stalinista. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dmitri_Shostakovitch.
Acesso em 22 de jul. 2022.
[16] A Menorá é um candelabro com sete braços
representando os sete dias da criação do mundo pelos judeus.