MULTIPLAS DEFINIÇÕES PARA A PALAVRA
HISTÓRIA
Na semana passada fui convidado para um culto numa igreja
evangélica onde as pastora preletora usou a seguinte expressão: “as palavras
têm poder”. Confesso que acredito piamente nestas palavras, pois acredito que
as palavras, em todas as línguas, foram criadas para exprimir algo material, ou
até “espiritual” e nesse sentido carrega um poder quase oculto que transcende a
forma banal como as pronunciamos.
Depois desta longa introdução coloco aqui meu desejo,
procurar múltiplas definições desta poderosa palavra: a História.
Início com uma frase do cara famoso mais perto da minha
humilde pessoa, esse cara sou eu mesmo e costumo em minhas aulas expressar que
para mim História é:
“Ciência que tem como objeto
os seres humanos num determinado lapso temporal que através de pesquisas buscam
comprovar determinados fatos.” (Sir Cláudio Maffei)
Já que o cara mais famoso que conheço não convence muito
vamos procurar outras definições para a ciência representada pela musa grega
Clio.
Comecemos por Napoleão Bonaparte, que por sinal, não era
historiador:
“A História é um conjunto de
mentiras sobre as quais se chegou a um acordo”. (Napoleão Bonaparte)
O segundo também não é historiador, mas a Literatura e a
História andam muito próximas:
“Escrever a História é um
modo de nos livrarmos do passado”. (Johann Goethe)
Agora vamos para um filósofo, notem que estamos
aproximando: “O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar
a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores” (Cícero)
Continuemos com um filósofo e continuemos falando do
historiador, a profissão daquele que faz a História. “O bom historiador escreve
do passado, criticando o presente e projetando o futuro. Toda a História que
vale é a do futuro”. (Agostinho Silva).
Olha ele de novo, mas agora com uma concepção bastante
difundida do que é História: “A História é a testemunha do passado, luz da
verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.”
(Cícero) Quando seu professor falar que a História é a mestra da vida, dá um
truco nele e diz Cícero!
Agora vamos a alguns historiadores: “A História é, antes
de tudo, um divertimento: o historiador sempre escreveu por prazer e para dar
prazer aos outros. Mas também é verdade que a História sempre desempenhou uma
função ideológica, que foi variando ao longo dos tempos”. (Georges Duby).
“A incompreensão do presente nasce da ignorância do
passado”. (Marc Bloch) Por essa dá para entender que o Bloch diria algo assim
do que é História (a versão é daquele primeiro famosão): A História é a Ciência
da compreensão do presente através da compreensão do passado).
E agora uma do conhecido “pai da História”, e não me
venham com a infame perguntinha de quem é a mãe: “Pensar o passado para
compreender o presente e idealizar o futuro” (Heródoto).
Agora vai uma mulher, mas já aviso, é pura coincidência,
ela não é a mãe da história! “A História é filha de seu tempo” (Vavy Pacheco
Borges).
“Desde que um homem assume atitude de historiador, tem
que esquecer todas as considerações, como o amor aos amigos e o ódio aos
inimigos... Pois assim como os seres vivos se tornam inúteis quando privados de
olhos, também a História da qual foi retirada a verdade nada mais é que um
conto sem proveito” (Políbio).
“Houve outrora um funcionário chamado ‘lembrete’. O
título era um eufemismo para cobrador de dívidas. A tarefa oficial era lembrar
às pessoas o que elas gostariam de ter esquecido. Uma das mais importantes
funções do historiador é ser um lembrete”. (Peter Burke).
E para terminar vamos a Jean Glénisson, historiador francês
que vai busca a palavra em sua etimologia: “Os gregos foram os primeiros a
utilizá-los: istwr significa, originalmente,
aquele que sabe, o testemunho. Daí vem istwria, a busca, a pesquisa, seguida de seus
resultados: o saber, seja ele referente à natureza, à filosofia ou ao passado
humano. Depois, certamente por influência de Heródoto – que intitula Histórias
o resultado de suas pesquisas acerca das guerras entre gregos e persas – o termo
assume o sentido particular de busca do conhecimento das coisas humanas, de
saber propriamente histórico. Esta evolução parece estar terminada já na época
de Políbio, no século II a.C. Com reserva de que, como o saber histórico
daqueles tempos não conhecia o rigor atualmente exigido, associando-se ainda as
fábulas e as lendas aos fatos precisos, a palavra empregada para designar o
saber histórico significava: narrativa.
Voltando as explanações do famosão citado acima, a
História é a Ciência que estuda os seres humanos, homens, mulheres e outros gêneros
que existirem e para ser Ciência precisa de um método que é a pesquisa em suas
diferentes formas e uma conclusão ou confirmação/negação do que está sendo
pesquisado. Zéfini!