A IGREJA ORTODOXA
Traduzindo do latim ortodoxa seria literalmente considerada “igreja da opinião correta” ou “igreja da glória verdadeira”, como é traduzida por exemplo pelos eslavos. Também é chamada como Igreja Católica Ortodoxa ou Igreja Ortodoxa Oriental sendo uma comunhão de igrejas cristãs autocéfala, herdeiras da cristandade do Império Romano Oriental que reconhece o primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla desde que a sede de Constantinopla e Roma deixaram de comungar, resultando no Grande Cisma. Reivindica ser a mesma instituição anunciada por Jesus, considerando seus líderes sucessores dos apóstolos.
Pentecostes |
Justiniano I |
Patriarca Kirill de Moscou e toda a Rússia na Páscoa Ortodoxa de abril de 2014. |
Distribuição de Cristãos Ortodoxos Orientais no mundo por país
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
ANTIGUIDADE
Ícone do Imperador Constantino e os padres do Primeiro Concílio de Niceia (325) detentores do credo-miceno-constantinopolitano de 381. |
Neste Concílio, estabeleceu-se que em cada província
civil do Império Romano o corpo dos bispos deveria ser encabeçado pelo bispo da
capital providencial (o bispo metropolita) mas reconheceu a autoridade
supermetropolitana já exercida pelos bispos de Roma, Alexandria e Antioquia.
Além disso, decretou que o bispo de Jerusalém tivesse direito a honra especial,
embora não a autoridade sobre outros bispos. Quando a residência do imperador
romano e o senado foram transferidos para Constantinopla em 330, o Bispo de
Roma perdeu influência nas igrejas orientais, em benefício do Bispo de
Constantinopla. Ainda assim, Roma continuou a ter uma autoridade ecumênica
especial devido à sua ligação tradicional com o apóstolo Pedro e seu passado
como capitão do Império Romano.
Distanciamento entre o Ocidente e Oriente
Uma
série de dificuldades estimulou um progressivo distanciamento entre Roma e os
demais patriarcados. Primeiramente, a quebra da unidade política. Com a divisão
do Império Romano em 395 e a queda do Império Romano do Ocidente em 476,
Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo governo. No século VI, o
imperador Justiniano I empreendeu uma série de campanhas militares na parte
ocidental ocupada pelos germânicos e que resultou na conquista da península
itálica, mas foi posteriormente perdida no século VIII com a progressiva
penetração dos lombardos. Mais tarde, com a ascensão do Islamismo, as trocas
econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua
grega e o Ocidente, de língua latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade
cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir. No século VIII,
Roma colocou-se sob a proteção do Império Carolíngio, o que criou uma situação
em que as Igrejas em Roma e em Constantinopla estavam no seio de dois impérios
distintos, fortes e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e
cultura.
O
primeiro grande cisma entre o Ocidente e o Oriente seria o Cisma Acaciano, a
partir de 484, quando a tentativa por parte Igreja de Constantinopla de
reconciliar-se com os não calcedônios gerou a desaprovação por parte do Papa
Félix III, ultimamente levando Acácio de Constantinopla a riscar o nome de
Félix dos seus dípticos. As tentativas de reconciliação só seria vitoriosas na
Páscoa de 519. No ano de 553, foi convocado o Segundo Concílio de
Constantinopla, que aprofundou as decisões do concílio ecumênico anterior.
Tentativas posteriores de reconciliação com os não calcedônios levariam ao
monotelismo e ao monoenergismo condenados no Terceiro Concílio de
Constantinopla em 681. Em 787, dado o surto iconoclasta em Constantinopla,
Irene de Atenas convocou o Segundo Concílio de Niceia, para ratificar a
ortodoxia da veneração de imagens especialmente pelo trabalho de São João de
Damasco. Este episódio é frequentemente referido como “Triunfo da Ortodoxia”.
Além
do anteriormente citado, a situação de afastamento ensejou uma escalada de
divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular, a inclusão
no sexto século, pela Igreja Latina, da cláusula Filioque (significa “e do
filho” e indicava que o Espírito Santo procedia tanto do pai como do filho), no
credo nicenoconstantinopolitano, considerada herética pelos ortodoxos) e a
adoção gradativa de rituais diferentes entre si. Ao mesmo tempo, acentuou-se
pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade incontestada sobre todo
o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse
uma posição de honra. O atrito entre Cristandade Latina e grega se intensificou
com a cristianização do Império Búlgaro, quando missionários da Frância
Oriental, da Alemanha e do Império Bizantino chocaram-se na região, deflagrando
disputas, por exemplo, quanto à linguagem dos ofícios e ao uso do Filioque, que
mesmo ainda não utilizado em totalidade pela Igreja Latina, já fora introduzido
pelos francos e alemães.
Tais
disputas chegaria a seu ápice no Cisma de Fócio, quando após o Imperador Miguel
III, o Ébrio depor ao Patriarca Inácio I de Constantinopla em benefício de São
Fócio em 858, o Papa Nicolau I condenou a Sé de Constantinopla em 863, que
fatalmente excomungou o Papa em 867. Durante o Cisma, em 865, o príncipe Boris
I da Bulgária, temendo uma invasão bizantina, aceitou o batismo das mãos não do
clero alemão, mas do bizantino. O cisma apenas seria resolvido em 867, com a
morte de Miguel III, mas, em 879, Basílio I, o Macedônio convocou o Quarto
Concílio de Constantinopla reabilitando São Fócio que condenava em seus
escritos o Filioque como blasfemo além de da autocefalia à Igreja da Bulgária.
Alguns autores ortodoxos chegam a considerar este o Oitavo Concílio Ecumênico.
O
mesmo patriarca Fócio foi conhecido por ter tomado esforços massivos para a
cristianização dos eslavos enviando os jovens missionários Cirilo e Metódio para
a Grande Morávia no ano de 862, a pedido de seu próprio soberano, o Duque
Rastilau. Para isto, os irmãos codificaram a língua eslava eclesiástica com
base no dialeto que aprenderam dos eslavos de Salônica, compondo para tal o
alfabeto glagolítico (baseado em seu conhecimento anterior de múltiplos
sistemas de escrita) e traduziram a Bíblia e livros litúrgicos do rito
bizantino para o idioma. Após a morte de Cirilo, Metódio e Rastilau, no entanto
(os três hoje venerados como santos tanto na Igreja Ortodoxa quando na Igreja
Católica Romana), Zuentibaldo I, provavelmente por pressão do clero franco,
perseguiu seus discípulos (chamados Cirilo-metodista), que foram presos,
escravizados ou exilados para a Bulgária, onde seguiram sua missão evangélica
sob a liderança de Santos Clemente de Ocrida e Naum de Preslava em que
compensaram a expulsão do clero grego fornecendo em eslavônico. Os
Cirilo-metodistas ainda se expandiram rapidamente para a Sérvia (que já era
considerada um pais cristão por volta de 870, com a conversão de Multímero e
outros nobres) e à Russia de Quieve.
Esta
parte do clero franco que expulsara os missionários Cirilo-metodista de língua
eslavônica da Morávia aderia à chamada heresia trilíngue, ou heresia pilaciana,
que dizia só ser possível adorar a Deus em hebraico, grego ou latim.
Todas
a supracitadas tensões acumuladas fatalmente à ruptura entre as igrejas, em
1054, com a excomunhão mútua entre autoridades da Igreja Católica Ocidental e
da Igreja Ortodoxa Oriental (Grécia, Rússia e outras terras eslavas, além de
Anatólia, Cáucaso, Síria, Egito, etc., incluindo áreas onde muitos dos cristãos
já pertenciam a Igrejas Ortodoxas Orientais). A essa divisão historiografia
ocidental chama Cisma do Oriente e do Ocidente, ou simplesmente Grande Cisma.
Ortodoxia grega nos séculos posteriores ao Cisma
A
relação entre a Igreja Ocidental e a Oriental fica ainda pior no decorrer da
Quarta Cruzada, que sela a divisão entre a igrejas. O saque à Basílica de Santa
Sofia e o estabelecimento do Império Latino são até hoje motivos de tensão,
ainda que o primeiro tenha sido repudiado pelo Papa Inocêncio à época, só sendo
todavia emitidas desculpas oficiais por João Paulo II, aceites por Bartolomeu I
de Constantinopla.
Tentou-se
restabelecer a união no Segundo Concílio de Lyon (em 1274) e no Concílio de
Florença (em 1439). Foram feitas pressões para um restabelecimento da comunhão
neste segundo, ainda que canonicamente contestáveis e recebidas com oposição
por personalidades como São Marcos de Éfeso, mas a união acabou se desfazendo
com a Queda de Constantinopla. Algumas comunidades ortodoxas fatalmente
entrariam em comunhão em períodos diferentes, juntas formando parte da Igreja
Católica Orienta.
Entre
1341 e 1351, foram congregados um série de concílios, coletivamente conhecidos
como Quinto Concílio de Constantinopla, afirmando a ortodoxia da teologia
hesicasta de São Gregório Palamas, condenando o racionalismo do filósofo
Barlaão da Calábria. Alguns ortodoxos chamam a este, o Nono Concílio Ecumênico.
Em
1453, Constantinopla cai nas mãos do Império Otomano, que fatalmente toma quase
todos os Balcãs. O Egito era tomado pelo islamismo desde o século VIII, mas a
Ortodoxia ainda era forte na Rússia, que passaria a ser referida como Terceira
Roma. O Patriarca de Constantinopla tem autoridade administrativa sobre os
rumes do Império Otomano, que permite certa liberdade de culto no Império. No
Império Russo, a Igreja Ortodoxa Russa era uma instituição desconectada do
Estado até 1666, com a deposição do Patriarca Nikon (conhecido pelas reformas
que levaram ao cisma dos velhos crentes), influenciada por Aleixo I.
Sob
o jugo otomano, os cristãos ortodoxos, organizados sob o millet romano,
experienciaram um congelamento da antes florescente atividade missionaria, além
de eventuais mártires e uma hierarquia crescentemente corrompida em decorrência
das pesadas taxações impostas pelos otomanos. O berat, a aprovação do sultão
para o ocupante do posto de Patriarca Ecumênico, por exemplo, era
frequentemente vendido àquele que oferecesse mais dinheiro, e muitos patriarcas
foram depostos e restituídos por questões financeiras: dos 159 patriarcas que
ocuparam o trono durante o período otomano, apenas 21 tiveram mortes naturais
enquanto exerciam o pontificado, enquanto 105 foram retirados pelos turcos, 27
abdicaram (frequentemente por coação externa) e 6 sofreram mortes violentas.
Por outro lado, o poder do Patriarca de Constantinopla teve sua máxima extensão
histórica como a subjugação de outros povos ortodoxos sob domínio turco, com o
restante da Tetrarquia, ainda que canonicamente autocéfala, tendo extrema
influência turca, e as igrejas da Bulgária e Sérvia gradualmente passando para
o domínio direto de Constantinopla. Adicionalmente, a estrutura de imperium in
império dos milletler permitiu que as identidades locais ortodoxas fossem
preservadas através dos séculos, de forma que a partir do início do século XIX
algumas culturas fossem restauradas como estados-nações independentes.
Idade Contemporânea
No
século XVIII, a Igreja Ortodoxa volta a estar presente no Hemisfério Ocidental,
com a chegada de missionários russos ao Alasca em 1867, então parte do Império
Russo. Mesmo no atual estado estadunidense do Alasca, 12,5% da população se
declara ortodoxa. Em 1721, Pedro I abole o Patriarcado e transforma a Igreja em
um instituição estatal, o que só é interrompido com Revolução de Outubro. O
ressurgimento da posição no entanto, não duraria muito com o Patriarcado sendo
extinto pelo governo comunista após a morte do Patriarca Tikhon. Em 1943, no
entanto, o Patriarcado foi reconstituído por Joseph Stalin. Ainda haveria perseguições
sob Khrushchev, que chegou a fechar 12.000 igrejas. Menos de 7.000 permaneciam
ativas à altura de 1982. Hoje, de acordo com os dados de 2016, a Igreja
Ortodoxa Russa dispões de cerca de 35 mil paróquias pelo mundo.
Com
o ateísmo de Estado dos regimes comunistas que se implantaram em nações com
presença ortodoxa como na Europa Oriental, regiões asiáticas da União Soviética
e China, a Igreja Ortodoxa sofreu fortemente com perseguição e censura, o caso
mais drástico provavelmente sendo o da Albânia de Enver Hoxha, declarada
oficialmente ateísta e tendo sua igreja nacional fechada entre 1967 e 1992. Em
outros países, no entanto, como na Romênia, a Igreja teve relativa liberdade,
apesar do forte controle por parte da polícia e de experiências como as
tentativas de lavagem cerebral de crentes na prisão de Pitesti o que por fim
seria rigorosamente punido pelo Estado.
Com
a queda das ditaduras comunistas na Europa Oriental, começaram pela Albânia em
1986 e depois por uma queda abrupta de todas as restantes entre 1989 e 1992, as
jurisdições da Igreja Ortodoxa oprimidas por estes regimes começaram a tomar
mais liberdade. Em 2007, a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, que separara do
Patriarcado de Moscou após o Patriarca Sérgio de Moscou, na prisão, jurar
aliança ao Estado Comunista, restaurou a comunhão. Em 2016, em Creta, foi
congregado um Concílio Pan-Ortodoxo como planejado desde os anos 60.
Diferenças para outras confissões
Apesar
de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que começa com a
fundação da Igreja primitiva e com a difusão do cristianismo pelos apóstolos
uma série de dificuldades ocasionou o progressivo distanciamento entre o Bispo
de Roma e os Patriarcas. Primeiro veio a quebra da unidade política. Com a
divisão do Império Romano em 395, a queda do império Romano do Ocidente em 476
e o fracasso da tentativa de Justiniano de reunificar o império a partir de
535, o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo. A partir do século
VII, com a ascensão do islamismo, as trocas econômicas e os contatos por via
marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua
latina, tornaram-se mais difíceis, e a unidade cultural se deteriorou.
Em
que pesem diferenças teológicas, organizativas e de espiritualidade não
desprezáveis, a Igreja Ortodoxa é, em muitos aspectos, semelhante à Igreja
Católica: preserva os sete sacramentos (ainda que reconheça outros sacramentos
e o número exato de sete tenha sido emprestado dos catecismos católicos
romanos), o respeito a ícones e o uso de vestes litúrgicas no seus cultos
(denominados de Divina Liturgia). Seu fieis são chamados de cristãos ortodoxos.
Culto
De
forma geral, a Igreja Ortodoxa está fortemente associada ao rito bizantino,
ainda que este traga variações locais. Até o século XVII, havia consideráveis
diferenças entre os ritos eslavos e os bizantinos, mas reformas do
Patriarca Nikon de Moscou diminuíram tal variedade, aproximando
drasticamente o uso pela Igreja Ortodoxa Russa daquele encontrado em
livros litúrgicos de procedência constantinopolitana, gerando recensão
crescentemente introduzida em outras igrejas eslavas em decorrência da
influência russa sobre ortodoxos sob jugo otomano.
Esta medida, contudo, não privou a
Igreja Ortodoxa de sua diversidade litúrgica original. A Igreja Ortodoxa
Georgiana, por exemplo, preserva alguns traços de suas práticas anteriores à
introdução do rito bizantino no país, como formas particulares de iconografia e
canto polifônico, crescentemente reforçadas por esta igreja como forma de
reafirmação nacional. A instituição dos Edinoverie, velhos crentes admitidos
na Igreja Rússia oficial a partir do século XVIII, reintroduziu as práticas
pré-nikonianas na Igreja. Ainda, o fenômeno da Ortodoxia de rito ocidental a
partir do século XIX reabriu as portas para diversos ritos romanos adaptados,
estes não praticados por ortodoxos desde o fim do Mosteiro de Amálfion no
século XIII, reduto beneditino no Monte Atos.
O ano litúrgico ortodoxo, pelas
particularidades de seus desenvolvimentos locais e por escolhas (por vezes
arbitrárias) de inclusão, tem uma forma geral rígida, mas com grande variedade
de detalhes em cada recensão.
Comunhão
Ortodoxa
A Igreja Ortodoxa é formada
pela comunhão plena de catorze jurisdições eclesiásticas autocéfalas (mais
a Igreja Ortodoxa na América, apenas parcialmente reconhecida) que
professam a mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente
os mesmos ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de
Constantinopla, embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os
patriarcas de cada uma dessas igrejas são independentes. Desta forma, diz-se
que o Patriarca de Constantinopla é o primeiro entre iguais. A maior parte das igrejas ortodoxas usa
o rito bizantino.
A Igreja Ortodoxa para os ortodoxo,
o chefe único e líder da Igreja, e sem intermediários, representantes ou
legatários, é o próprio Jesus. A autoridade suprema na Igreja Ortodoxa é
o Santo Sínodo, que se compõe de todos os patriarcas chefes das igrejas
autocéfalas e dos arcebispos primazes das igrejas autônomas, que se
reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.
A autoridade suprema regional em
todos os patriarcados autocéfalos e igrejas ortodoxas autônomas é da
competência do Santo Sínodo local. Uma igreja autocéfala possui o
direito a resolver todos os seus problemas internos com base na sua própria
autoridade, tendo também o direito de remover qualquer dos seus bispos,
incluindo o próprio patriarca, arcebispo ou metropolitana que presida esta
igreja.
Jurisdições
As jurisdições que formam a Igreja
Ortodoxa, com algumas das respectivas igrejas autônomas e exarcados. Os quatro
primeiros são os mais antigos patriarcas, que carregam a tradição da
pentarquia. Os cinco seguintes são os pequenos patriarcas, posteriormente
reconhecidos pelo Patriarca de Constantinopla. As seis últimas igrejas são
autocéfalas, mas não têm seus líderes reconhecidos como patriarcas.
PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA
à Igreja Ortodoxa Filandesa
à Igreja Ortodoxa Apostólica Estoniana (autonomia
reconhecida por
Constantinopla, mas não por Moscou).
PATRIARCADO DE ALEXANDRIA
IGREJA DE ANTIÓQUIA
PATRIARCADO DE JERUSALÉM
à Igreja Ortodoxa do Sinai
PATRIARCADO DA BULGÁRIA (autocefalia
reconhecida em 927)
PATRIARCADO DA GEÓRGIA (autocefalia
reconhecida em 1008)
PATRIARCADO DA SÉRVIA (autocefalia
reconhecida em 1119)
à Arquidiocese de Ocrida
PATRIARCADO DE MOSCOU (autocefalia
reconhecida em 1589).
à Igreja Ortodoxa Ucraniana (autonomia reconhecida
por Moscou, mas não por Constantinopla).
à Igreja Ortodoxa Japonesa (autonomia reconhecida
por Moscou, mas não por Constantinopla).
à Igreja Ortodoxa Chinesa (autonomia reconhecida por
Moscou, mas não por Constantinopla; situação excepcional).
PATRIARCA DA ROMÊNIA
IGREJA ORTODOXA POLONESA
IGREJA ORTODOXA DO CHIPRE
IGREJA DA GRÉCIA
IGREJA ORTODOXA ALBANESA
IGREJA ORTODOXA TCHECA E ESLOVACA
IGREJA ORTODOXA NA AMÉRICA
(reconhecida como autocéfala pela Russa, a Búlgura, a Georgiana, a Polonesa e a
Tcheca e Eslovaca).
IGREJA ORTODOXA DA UCRÂNIA
(reconhecida como autocéfala por Constantinopla, Alexandria, Igreja da Grécia e
Igreja do Chipre).
Entre as igrejas sem-autônomas
existe a Igreja Ortodoxa Cretense, Igreja Ortodoxa Estoniana, Igreja Ortodoxa
da Letônia e a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior.
Entre as igrejas não reconhecidas,
seja por cisma ou não reconhecimento de seu auto-governo por nenhuma
instituição senão elas mesmas:
IGREJA ORTODOXA MACEDÔNIA cuja
autocefalia é objeto de oposição pela IGREJA SÉRVIA e não mantém reações com
outras jurisdições.
A METRÓPOLE DA BESSARÁBIA,
proclamada autônoma dentro da Romena, mas objeto de oposição por parte da
Russa.
Dentre as igrejas não reconhecidas,
existiam o PATRIARCADO DE KIEV e a IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA UCRANIANA, que
foram integradas na IGREJA ORTODOXA DA UCRÂNIA pelo concílio de unificação
ocorrido em 15 de dezembro de 2018, que voou pela unificação das jurisdições
ortodoxas ucranianas existentes: a IGREJA ORTODOXA UCRANIANA (PATRIARCADO DE
KIEV), a IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA UCRANIANA e uma parcela da IGREJA ORTODOXA
UCRANIANA obediente ao PATRIARCADO DE MOSCOU. Em outubro de 2018, o PATRIARCADO
DE CONSTANTINOPLA anulou a excomunhão de seu clero em passo para a declaração
de autocefalia dos ortodoxos ucranianos, pelo que a IGREJA ORTODOXA RUSSA, sob
cujo Sínodo está a IGREJA ORTODOXA UCRANIANA canônica rompeu a comunhão com
Constantinopla. Outra ruptura parcial de comunhão ocorreu entre Antióquia e
Jerusalém desde abril de 2014, em virtude da discordância sobre qual das duas
teria jurisdição sobre o Katar.
DIÁSPORA
No Brasil
A Igreja Ortodoxa é presente
no Brasil tanto por imigrantes e seus descendentes quanto por
comunidades inteiras de brasileiros convertidos. A primeira Divina
Liturgia do país da qual se tem registro foi celebrada em 1897, com a primeira
paróquia, a Igreja da Anunciação à Nossa Senhora, construída em São
Paulo em 1904 pela comunidade sírio-libanesa e presidida pelo
Arquimandrita Silvestros As-Seghir como vicariato patriarcal da Igreja de
Antioquia, emergindo da mesma comunidade. Em 1958, esta comunidade seria
elevada ao status de arquidiocese, com Dom Ignatios Ferzli presidindo-a
como o primeiro bispo residente no país.
Hoje existem paróquias das igrejas
de Antioquia (tanto pela Arquidiocese Ortodoxa Antioquina de São
Paulo e Todo o Brasil quanto por Vicariato Patriarcal), da Russa,
do Patriarcado Ecumênico (tanto pela Arquidiocese Grega quanto
pela Eparquia Ucraniana), da Polonesa e da Sérvia no
país. As duas últimas comunidades são basicamente compostas por brasileiros
convertidos, mas estes também se encontram presentes nas outras, que recebem
brasileiros e fazem atividade missionária pelo país. O censo demográfico
do Brasil de 2010 contou 131.571 cristãos ortodoxos no Brasil.
Há paróquias perfeitamente canônicas
nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas
Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito
Federal, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Ceará. Há
quatro bispos diocesanos residentes no país: Dom Chrisóstomo Muniz Freire,
Dom Ambrósio Cubas, Dom Damaskinos Mansour e Dom Jeremias
Ferens. Há ainda outros bispos residentes no exterior com jurisdição direta
sobre o Brasil, além de um vicariato patriarcal de Antioquia no Rio
de Janeiro.
Em
Portugal
Apesar de toda a Europa Ocidental ser
clamada como território canônico próprio pelo Patriarcado Ecuménico,
existem em Portugal, além da presença da Igreja Grega sob o omofório deste
Patriarca, a Igreja Ortodoxa Búlgara, a Russa e a Romena. O XV
Recenseamento Geral da População de Portugal contou 56.550 ortodoxos no
país dentre a população com 15 anos ou mais, apesar de, como no caso do Brasil,
fazer-se necessário atentar-se para grupos que não são parte da Igreja, como a
dita Igreja Católica Ortodoxa
Lusitana. Não há bispos residentes em Portugal em comunhão com o
restante da Igreja, apesar de já ter havido no passado, antes de os bispos da Igreja
Ortodoxa Polonesa no país separar-se do Sínodo.
Em
Moçambique
Há paróquias ortodoxas em
Moçambique, todas no território eclesial da Igreja Ortodoxa Grega de
Alexandria. Estas paróquias já estiveram, em momentos diferentes, sob a
Metrópole de Johanesburgo e sob a Diocese do Zimbábue, mas
existe desde 2006 uma Diocese de Maputo, hoje ocupada pelo Bispo João
Tsaftarides. A primeira paróquia ortodoxa no sul da África foi
edificada no país, o Templo Sagrado da Santa Trindade, a partir de 1876. A
maior parte dos ortodoxos do país é de origem grega, mas há nativos
convertidos. O Censo de 2007 contabilizou apenas as maiores denominações
religiosas no país, deixando de lado a população ortodoxa.
FONTE:
Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa.
Acesso em: 25 de fev. 2021.
[1] Cláusula
Filioque. Filoque – em latim: “e (do) Filho” – é uma frase encontrada na versão
do Credo Niceno-constantinopolitano em uso na Igreja Latina. Ela não está
presente no texto grego desse credo como formulado originalmente no Primeiro
Concílio de Constantinopla, onde se lê apenas que o Espírito Santo procede “do
Pai”. Frequentemente diz-se que o primeiro caso conhecido da inserção da
palavra Filioque na versão latina do Credo niceno-constantinopolitano ocorreu
no Terceiro Concílio de Toledo (589) e que a sua inclusão a partir daí se
espalhou espontaneamente por todo o Império dos Francos. No século IX, O Papa
Leão III, ainda que aceitando doutrina da procedência do Espírito Santo do Pai
e do Filho, se opôs à adoção da cláusula Filioque. Em 1014, porém, o canto do
credo – com a Filioque – foi adotado na celebração da missa em Roma. A inserção
foi inspirada pela doutrina tradicional no ocidente e encontrada também em
Alexandra, que foi declarada dogmaticamente pelo Papa Leão I em 447, e que
chamava filoquismo. A esta doutrina opõe-se à doutrina do Monopatrismo,
formulada por Fócio, patriarca de Constantinopla que manteve a frase “que
procede do Pai” do Credo niceno-constantinopolitano. Os conflitos entre os defensores dessas duas doutrinas
contribuíram para o Grande Cisma do Oriente de 1054 e ainda constituem um
obstáculo para as tentativas de reunião das Igrejas Católica e Ortodoxa.