INTELECTO
(do latim: intellectus, de intelligere: compreender)
1. Na
concepção clássica grega, a partir de Anaxágoras, o intelecto (nous) significa
o princípio de ordenação do cosmo e, por extensão, a faculdade do pensamento
humano, enquanto esta reflete a ordem cósmica. Distingue-se assim das sensações
e dos desejos e apetites, sendo, pois, "a parte da alma com a qual esta
conhece e pensa" (Aristóteles).
2. A
escolástica medieval, sobretudo com Tomás de Aquino. Desenvolve o conceito
aristotélico de intelecto, definindo-o como faculdade do entendimento humano,
do pensamento conceitual, de pensar por idéias gerais.
4.
Intelecto paciente ou passivo (intellectus patiens): segundo a tradição
aristotélica e escolástica, o intelecto passivo opõe-se ao ativo, sendo considerado
como a capacidade de receber e ordenar os conceitos e idéias que resultam do
processo de abstração realizado pelo intelecto agente.
5. Os
modernos preferem falar de entendimento.
REFLEXÃO
CRÍTICA
Reflexão (do latim tardio: reflexivo)
1. Em
um sentido amplo, tomada de consciência, exame, análise dos fundamentos ou das razões
de algo.
2. Ação de introspecção pela qual o pensamento volta-se sobre si mesmo, que investiga a si mesmo, examinando a natureza de sua própria atividade e estabelecendo os princípios que a fundamentam. Caracteriza assim a consciência crítica, isto é, a consciência na medida em que examina sua própria constituição, seus próprios pressupostos. "A consciência reflexiva torna a consciência refletida como seu objeto" (Sartre). O argumento cartesiano do cogito (penso, logo existo) é o exemplo clássico de reflexão filosófica.
Crítica ( do grego - kritiké: arte de julgar)
1.
Juízo apreciativo, seja do ponto de vista estético (obra de arte), seja do
ponto de vista lógico (raciocino), seja do ponto de vista intelectual
(filosófico ou científico), seja do ponto de vista de uma concepção, de uma teoria,
de uma experiência ou de uma conduta.
2.
Atitude de espírito que não admite nenhuma afirmação sem reconhecer sua
legitimidade racional. Difere do espirito crítico, ou seja, da atitude de espírito
negativa que procura denegrir ostensivamente as opiniões ou as ações das outras
pessoas.
3. Na
filosofia, a crítica possui o sentido de análise. Assim, a filosofia crítica
designa o pensamento de Kant e de seus sucessores. Suas três obras principais se
intitulam: Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Crítica do Juízo.
Nessas obras, a palavra "crítica" tem o sentido de "exame de
valor". Do uso kantiano da palavra “critica”, deriva o termo ‘‘criticismo”
que designa a filosofia de Kant.
FILOSOFIA
É difícil dar-se uma definição genérica
de filosofia, já que esta varia não só quanto a cada filósofo ou corrente filosófica,
mas também em relação a cada período histórico. Atribui-se a Pitágoras a
distinção entre a sophia, o saber, e a philosophia, que seria a "amizade
ao saber", a busca do saber. Com isso se estabeleceu, já desde sua origem,
uma diferença de natureza entre a ciência, enquanto saber específico,
conhecimento sobre um domínio do real, e a filosofia que teria um caráter mais
geral, mais abstrato, mais reflexivo, no sentido da busca dos princípios que
tornam possível o próprio saber. No entanto, no desenvolvimento da tradição
filosófica, o termo "filosofia" foi frequentemente usado para
designar a totalidade do saber, a ciência em geral, sendo a metafísica a
ciência dos primeiros princípios, estabelecendo os fundamentos dos
demais saberes. O período medieval foi marcado pelas sucessivas tentativas de
conciliação entre razão e fé, entre a filosofia e os dogmas da religião
revelada, passando a filosofia a ser considerada ancilla theologiae, a serva da
teologia, na medida em que fornecia as bases racionais e argumentativas para a
construção de um sistema teológico, sem, contudo, poder questionar a própria
fé. O pensamento moderno recupera o sentido da filosofia como investigação dos
primeiros princípios, tendo, portanto um papel de fundamento da ciência e de
justificação da ação humana. A filosofia crítica, principalmente a partir do
Iluminismo, vai atribuir à filosofia exatamente esse papel de investigação de
pressupostos, de consciência de limites, de crítica da ciência e da cultura.
Pode-se supor que essa concepção, mais contemporânea, tem raízes no ceticismo,
que, ao duvidar da possibilidade da ciência e do conhecimento, atribuiu à filosofia
um papel quase que exclusivamente questionados. Na filosofia contemporânea, encontramos
assim, ainda que em diferentes correntes e perspectivas, um sentido de
filosofia como investigação crítica, situando-se, portanto em um nível
essencialmente distinto do da ciência, embora intimamente relacionado a esta,
já que descobertas científicas muitas vezes suscitam questões e reflexões filosóficas e
frequentemente problematizam teorias científicas. Essa relação reflexiva entre
a filosofia e os outros campos do saber fica clara, sobretudo nas chamadas
"filosofia de": filosofia da ciência, filosofia
da arte, filosofia da história, filosofia da educação, filosofia da matemática,
filosofia do direito, etc.
CIDADANIA
Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre
juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa
obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e práticas
que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo
de seu povo.
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