Podemos
dividir a História da Grécia nos seguintes períodos: Pré-Homérico (séc. XX a
XII a.C.), Homérico (séc. XII a VIII a.C.), Arcaico (séc. VIII a VI a.C.) e
Clássico (séc. V e IV a.C.).
O Meio
Ambiente e a Localização da Grécia
A Grécia
Antiga começava no sul do Monte Olimpo na parte meridional da Europa conhecida
como Bálcãs. O território grego é cortado ao meio pelo Golfo de Corinto, ao
Norte deste golfo fica a Grécia Continental; ao sul a Grécia Peninsular. A
forma do território grego se assemelha a uma mão aberta no Mar Mediterrâneo.
Existindo ainda uma terceira parte: a Grécia Insular, formada pelas ilhas
numerosas espalhadas pelo Mar Egeu.
O relevo da
Grécia Continental apresenta numerosas cadeias montanhosas e nos seus meandros
existem planícies férteis que isoladas territorialmente serviram para criar
Estados locais onde a comunicação interna era muito difícil.
A Grécia
Peninsular apresenta um litoral intensamente recortado, com golfos e baías que
penetram profundamente no território tornando a navegação entre os diversos
pontos da costa facilitada.
Na Grécia
Insular, as numerosas ilhas espalhadas pelo Mar Egeu também facilitava
consideravelmente a comunicação com o exterior. As ilhas do Egeu eram pontos de
apoio que permitiam a navegação com terra sempre à vista. Como as técnicas
navais eram ainda precárias essa possibilidade era fundamental pois o
marinheiros não se aventuravam à navegação em mar aberto procurando manter a
navegação de cabotagem.
Essa condições
geográficas foram determinantes para entendermos algumas das características
gregas como facilidade de se integrarem com o exterior, importância do comércio
e da navegação e a fundação de colônias na Ásia Menor e na península Itálica.
Povoamento da Grécia Antiga – o Período
Pré-Homérico
Os
habitantes da Hélade, os helenos, que era como os gregos se autodenominavam,
são de origem indo-europeia. Os indo-europeus também chamados arianos,
começaram a chegar no território grego por volta do ano 2.000 a.C.
O
primeiro grupo indo-europeu a chegar foi o dos AQUEUS. Vinham com seus rebanhos
em busca de melhores pastagens e foram ocupando as melhores terras que
encontraram, e tornaram-se sedentários. Nesse processo de ocupação assimilaram
povos mais antigos existentes na Grécia, como os Pelágios ou Pelasgos, de
origem desconhecida.
Aos
poucos, os AQUEUS formaram alguns núcleos urbanos: Micenas, Tirinto e Argos,
sendo destes o mais importante o núcleo de Micenas. Os habitantes desta cidade
entraram em contato com a Ilha de Creta. Nesta ilha existia uma civilização
bastante avançada. Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a
civilização CRETO-MICÊNICA, fruto da integração das duas culturas.
Por
volta de 1700 a.C., os núcleos indo-europeus na Grécia foram sensivelmente
fortalecidos com a chegada de dois novos grupos arianos: os JÔNIOS e os EÓLIOS.
Esses povos realizaram uma integração pacífica com os habitantes que
encontraram na península Balcânica. A essa altura a civilização creto-micênica
estava atingindo o máximo de seu esplendor.
Os
CRETENSES tinham muito a ensinar aos AQUEUS: técnicas agrícolas, navais, valores
religiosos, etc. Eles dominavam todo o Mar Egeu. Mas os AQUEUS aprenderam tão
bem que superaram seus mestres e acabaram destruindo a civilização cretense:
por volta de 1400 a.C., os gregos tomaram Cnossos, a principal cidade de Creta.
A
destruição da supremacia cretense permitiu aos AQUEUS estender as suas
atividades comerciais e de pirataria até as costas da Ásia Menor, na rota do
peixe seco e do trigo, na entrada do Mar Negro (Ponto Euxino).
Durante
uma dessas viagens, nos inícios do século XII a.C., os gregos destruíram a
cidade de Tróia (Ilion, em grego), que ocupava uma posição estratégica nos
estreitos, entre o Mar Egeu e o Mar Negro. Isso deu aos gregos o controle do
tráfico marítimo na região.
A
civilização micênica estava atravessando um momento importante: expandia em
direção à Ásia. Mas iniciou-se uma nova invasão na península grega, chegavam os
DÓRIOS, último grupo de povos indo-europeus a penetrar no território heleno.
Mais aguerridos, ainda nômades, conhecedores de armas de ferro, os DÓRIOS
arrasaram as cidades gregas. Micenas ficou em ruínas.
A
população das cidades micênicas fugiu e se espalhou, muitos se retirando para
lugares afastados, protegidos dos DÓRIOS, no interior do território, outros
fugiram para o exterior: numerosas colônias foram fundadas pelos gregos
surgindo assim nas costas da Ásia Menor e em outros lugares do Mar Mediterrâneo
uma continuação da civilização micênica.
Esse
processo de dispersão recebeu o nome de DIÁSPORA e esta foi a primeira diáspora
grega.
Com
a chegada dos DÓRIOS, começou um novo período na história da Grécia: a vida
urbana desapareceu, a população regrediu para uma vida mais primitiva, voltando
a se organizar em pequenas comunidades, cuja célula básica era a grande família
ou o GENOS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! O Blog do Maffei agradece seu interesse.