A Gália Bélgica, uma província do Império Romano na parte setentrional da Gália que, antes de invasão romana em 100 a.C, era habitada
pelos belgas, uma mistura de povos celtas e germânicos. A imigração gradual de francos, uma tribo germânica, durante o século V levou a área ao
domínio dos reis merovíngios. Uma mudança gradual de poder durante o século VIII
levou o reino dos francos a evoluir para o Império
Carolíngio.
Muitos desses feudos estavam
unidos nos Países Baixos Borgonheses dos séculos XIV e XV. O imperador Carlos V estendeu a união pessoal das Dezessete
Províncias na década de 1540,
tornando-se muito mais do que uma união pessoal pela Pragmática Sanção de 1549
e aumento da sua influência sobre o Principado-Bispado
de Liège.
A Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648) dividiu os Países Baixos
entre as Províncias Unidas do
Norte (Belgica Foederata em latim) e dos Países Baixos do Sul (Belgica Regia). Os últimos foram sucessivamente governados pelos espanhóis e pelos Habsburgos austríacos e foram os precursores da Bélgica
moderna. Este foi o palco das guerras franco-espanhola e franco-austríaca durante os séculos XVII e XVIII.
Após
as campanhas de 1794 nas guerras
revolucionárias francesas, os Países
Baixos — incluindo territórios
que nunca estiveram nominalmente sob o domínio dos Habsburgos, como o
Principado-Bispado de Liège — foram anexados pela Primeira República Francesa,
terminando com o domínio austríaco na região. A reunificação dos Países Baixos
como Reino Unido dos Países
Baixos ocorreu com dissolução do Primeiro Império Francês em 1815, após a derrota de Napoleão.
Em 1830, a Revolução Belga levou à separação das províncias do
sul dos Países Baixos e ao estabelecimento de uma Bélgica independente católica, burguesa, francófona e neutra,
sob um governo provisório e um congresso
nacional. Desde a elevação de Leopoldo
I ao cargo de rei em 21 de julho
de 1831 (que agora é celebrado como Dia Nacional da Bélgica), o país tem sido
uma monarquia constitucional e uma democracia parlamentar, com uma constituição laica baseada no código Napoleônico. Embora o direito ao voto tenha sido inicialmente restrito, o sufrágio universal para os homens foi introduzido após a
greve geral de 1893 (com voto plural até 1919) e para as mulheres em 1949.
Os
principais partidos políticos do século XIX foram o Partido Católico e do
Partido Liberal, com o Partido do Trabalho da Bélgica emergindo no final do
século XIX. O francês era originalmente a única língua oficial adotada pela
nobreza e burguesia belga. O idioma progressivamente perdeu a sua importância
global conforme o neerlandês passou a ser reconhecido também. Esse
reconhecimento tornou-se oficial em 1898 e em 1967 uma versão em neerlandês da
constituição belga foi legalmente aceita.
A Conferência de Berlim de 1885 cedeu o controle de todo o Estado Livre do Congo para o rei Leopoldo
II como sua propriedade privada. Por volta de 1900, houve
uma crescente preocupação internacional com o tratamento extremo e selvagem
dado à população congolesa durante o domínio de Leopoldo II, para quem o Congo era principalmente uma fonte de receita da produção de marfim e borracha. Em 1908, esse clamor levou o Estado belga a assumir a
responsabilidade pelo governo da colônia, que passou a se chamar Congo Belga.
O Império Alemão invadiu a Bélgica em 1914 como parte
do Plano Schlieffen para atacar a França, sendo que boa
parte dos combates na Frente
Ocidental da Primeira Guerra Mundial ocorreram na parte ocidental do país.
Os meses iniciais da guerra ficaram conhecidos como o "estupro da
Bélgica", devido aos excessos cometidos pelos alemães. A Bélgica assumiu as colônias alemãs de Ruanda-Urundi (os atuais países Ruanda e Burundi)
durante a guerra e elas foram mandatadas para a Bélgica em 1924 pela Liga das Nações. Após a Primeira
Guerra Mundial, os distritos prussianos de Eupen e Malmedy foram anexados pelos belgas em 1925,
fazendo com que a presença de uma minoria de língua
alemã se tornasse um fato.
O
país foi novamente invadido pela Alemanha em 1940 e foi ocupado até a sua
libertação pelos Aliados em 1944. Após a Segunda Guerra Mundial, uma greve
geral forçou o rei Leopoldo III,
que muitos viam como colaborador da Alemanha durante a guerra, a abdicar em
1951. O Congo Belga alcançou a
independência em 1960, durante a Crise
do Congo; Ruanda-Burundi
conquistaram a sua independência dois anos depois. A Bélgica aderiu à Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN) como membro fundador
e formou o grupo Benelux com os Países Baixos e Luxemburgo.
A
Bélgica tornou-se um dos seis membros fundadores da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1951 e da Comunidade Europeia da Energia Atômica e da Comunidade
Econômica Europeia em 1957. Esta
última é agora a União Europeia,
organização internacional cujas principais administrações e instituições são
hospedadas pela Bélgica, como a Comissão
Europeia, o Conselho da União
Europeia e as sessões
extraordinárias e de comissões do Parlamento
Europeu.
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