sábado, 18 de fevereiro de 2017

SIT DOWN MISTER TRUMP AND LISTEN

UMA AULA DE HISTÓRIA PARA MISTER TRUMP

 

         A polêmica e intempestiva decisão do senhor Donald Trump, atual presidente dos EUA, de erguer um muro entre o seu país e o México, precisa ser questionada historicamente com uma pequena lembrança sobre a expansão dos EUA no século XIX:

 

            Entende-se como a expansão territorial dos EUA aquele período que se estende praticamente durante todo o século XIX, onde o país aumenta de modo extraordinário as suas fronteiras, chegando ao fim do mesmo período com praticamente as dimensões continentais que hoje possui.

            Inicialmente constituído por treze estados (as antigas 13 colônias inglesas) alinhados ao longo da costa leste da América do Norte, a jovem nação constituía um pequeno país, estendendo-se do Maine à Flórida e horizontalmente entre a costa do Atlântico e o rio Mississípi.

            No século XIX, os norte-americanos acreditavam que haviam sido escolhidos por Deus para liderarem o mundo. Essa crença ficou conhecida como a Doutrina do Destino Manifesto. Essa doutrina foi a razão ideológica que moveu os americanos, no século XIX, a expandirem seu território na direção oeste.
            A Doutrina do Destino Manifesto serviu de impulso para que os norte-americanos saíssem de suas fronteiras, indo ocupar o vasto e quase inexplorado oeste.

A expansão territorial se deu basicamente de quatro formas:
1 - Compra de territórios - foi por este formato de expansão territorial que se deu os primeiros importantes avanços na linha fronteiriça norte-americana, com a compra da Luisiana à França de Napoleão Bonaparte em 1804 e a compra da Flórida em 1819 aos espanhóis. Importante lembrar que os 15 milhões de dólares gastos pelos EUA na compra do território denominado Luisiana à época fazia referência a uma faixa territorial muito maior que o atual estado da Luisiana, que se estendia do Golfo do México às fronteiras com o Canadá britânico.
2 - Diplomacia - é exemplo deste formato de expansão a anexação do Oregon aos ingleses, em 1846, a partir de compensações de natureza diversas pelo direito de soberania ao território.
3 - GUERRA - nesta categoria, o MÉXICO foi a maior vítima do expansionismo norte-americano, pois perdeu parte considerável de seu território original. Inicialmente, os colonos norte-americanos estabelecidos no Texas declararam a independência deste, logo depois aceitando sua incorporação aos Estados Unidos. Os conflitos iniciados com a ocupação de colonos dos EUA em várias partes de território pertencente ao México chegaria ao fim somente em 1845, através do tratado de Guadalupe-Hidalgo, que estabelecia a fronteira entre México e Texas, além de ceder aos norte-americanos as atuais Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e parte do Colorado por meio de uma indenização de 15 milhões de dólares.
4 - Guerras contra as nações indígenas - em sua marcha para o Oeste, expandindo o território dos EUA, era imprescindível aos colonos que "pacificassem" os povos indígenas estabelecidos ao longo de todos os novos territórios, ocupando suas terras efetivamente. Provavelmente foram os povos indígenas aqueles que mais perderam com a filosofia do Destino Manifesto, sendo muitos deles exterminados, outros depararam-se com uma quase-extinção, outros acabaram assimilados aos dominadores.

            Os Estados Unidos continuariam sua expansão durante o século XX, mas agora adquirindo territórios ultramarinos, espécie de "neocolônias", como por exemplo, Cuba, Porto Rico, Filipinas, a Samoa Americana ou as ilhas Marianas.

O VENENO QUE VEM DO DOCE

DOCE VENENO


Conversando com os alunos do sexto, sétimo e nonos anos da Escola Flávio, sobre alimentação sadia (pois no novo livro didático deles, tinha na última capa algumas dicas) resolvi reeditar este post que escrevi em dezembro depois de ver uma palestra do meu amigo Comandante Francisco:




Um inimigo oculto: a Diabetes

Sábado, dia 3 de dezembro, assisti uma palestra com o competente comandante Francisco, do Instituto Francisco Souza de Coaching, nas dependências da Faculdade Monções, aqui em Porto Feliz.
Daí pude perceber que como o óbvio, nem sempre é óbvio.

O que quero dizer com isso: muitas vezes as coisas que parecem tão presentes e conscientes em nossas vidas na verdade não são.
E não são por quê? Porque nós sabemos e temos consciência de determinado problema ou, por exemplo, uma doença e mesmo assim não lutamos para que o problema não nos pegue desprevenidos. Ou seja, sabemos, mas não agimos. Isso na verdade é uma forma de ignorância (no sentido de ignorar algo) porque quando não agimos é devido a não sabermos. Achamos que sabemos e nada é feito.
No caso da diabetes isso é notável, todo mundo sabe que o aumento dos níveis de açúcar no sangue e a falência do pâncreas devido ao excesso de produção de insulina que de uma hora para outra pode cessar, mas alguns preferem não fazer nada, ou fingir que sabem.
E o que fazer para evitar o diabetes? Parece fácil, mas já pensou em abolir, proibir mesmo, a entrada de refrigerantes em sua casa? Parar do tomar aquela refrescante Coca-Cola? Resistir ao assédio dos amigos e parentes que teimam em encher nossos copos? Negar o bolinho da vovó, ou seu docinho de abóbora?
Parece conversa daqueles chatos política e ecologicamente corretos, mas para evitar uma futura falência do seu pâncreas é necessário:

1) Comer com qualidade evitando açucares e carboidratos de fácil digestão. Preferir alimentos com fibras e proteicos. Evitar gordura e se possível álcool e bebidas adocicadas principalmente industrializadas;

2) Fazer exercícios físicos para queimar os açúcares que você absorve quando come!

Parece fácil, não é? Mas tudo isso requer força de vontade e disposição. Sem sombras de dúvidas é mais fácil escrever esse artigo do que evitar as guloseimas e queima-las depois através de exercícios.

Mas nossa saúde agradecerá muito e assim estaremos fugindo, ou contra-atacando, esse inimigo invisível que é a Diabetes.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO RUSSA




O ano de 2017 marca o 100.º ano da proclamação da Revolução Russa. Seja você a favor ou contra o socialismo, seja você de esquerda ou de direita, não poderá negar a importância desta revolução, que comandada por Vladimir Ilich Lênin, deu ao mundo pela primeira vez uma nação socialista, dentro da tradição marxista.



Grosseiramente podemos dividi-la em dois momentos, a REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO, quando a Russia será governada por uma débil burguesia e a REVOLUÇÃO DE OUTUBRO, quando os Bolcheviques comandados por Lênin tomam o poder e levam esse país para o socialismo.



Vale a pena ler o livro OS 10 DIAS QUE ABALARAM O MUNDO, de John Reed e ver o Filme REDS  que conta a vida deste escritor estadunidense espetacular:





REDS (1981)

Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, John Reed (Warren Beatty), um jornalista americano, conhece Louise Bryant (Diane Keaton), mulher casada que larga o marido para ficar com ele e se torna uma importante feminista. Os dois se envolvem em disputas políticas e trabalhistas nos Estados Unidos e vão para a Rússia a tempo de participarem da Revolução de outubro de 1917, quando os comunistas assumiram o poder. Este acontecimento inspira o casal, que volta à América esperando liderar uma revolução semelhante.

Alcançou a façanha de ter indicados nas quatro categorias de atuação do Oscar. 



Em tempo: o socialismo soviético terminou em 1991 com a desintegração da URSS.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

RENASCIMENTO, REFORMA E ABSOLUTISMO MONÁRQUICO



O Renascimento e a Reforma Protestante mudaram o perfil sócio-cultural da Europa, colocando no jogo um novo e poderoso personagem que havia surgido no fim da Idade Média, a Burguesia. Ao mesmo tempo que ela ajudará os monarcas absolutos subirem ao poder, será ela que puxará a corda da guilhotina para acabar como Absolutismo!

Renascimento 

Movimento de renovação intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando várias regiões da Europa. Com origem no humanismo, a noção de renascimento diz respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal de renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação humana. A invenção da imprensa contribui para a disseminação de idéias. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo. Como conseqüência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas. O humanismo, estudo da antiga cultura greco-romana, está na origem do Renascimento e surge na Itália no século XIV. É favorecido pelo progresso econômico das cidades italianas, dominadas por uma rica burguesia, interessada nas letras e nas artes. Seus principais centros são Florença, Veneza e Roma e os primeiros grandes representantes, Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio (1313-1375). O humanismo desenvolve-se de modo notável e atinge o apogeu na Itália, no século XV, em razão de fatores como a proteção dos mecenas (papas, bispos, reis, príncipes e banqueiros que reúnem obras clássicas, amparam os estudiosos da literatura grega e latina, fundam bibliotecas e embelezam seus palácios e igrejas); a fuga dos sábios bizantinos, grandes conhecedores da cultura clássica, para a Itália e a invenção da imprensa. Seus principais nomes nesse período são Erasmo de Roterdã (1460-1536) e Thomas Morus (1478-1535). O Renascimento italiano é favorecido ainda, além dos fatores determinantes do humanismo, por uma tradição clássica, já que o país abrigou o centro do Império Romano, e pelo crescimento econômico das cidades italianas. Grandes mestres do Renascimento italiano são Leonardo da Vinci (1452-1519),Michelangelo (1475-1564), Rafael (1483-1520), Ticiano (1477-1576) e Tintoretto (1518-1594). Entre os escritores, destaca-se Maquiavel (1469-1527).

 

REFORMA


Movimentos de caráter religioso, político e econômico que surgem na Europa entre 1517 e 1564. Contestam a estrutura e os dogmas da Igreja Católica e rompem com a unidade do cristianismo, dando origem ao protestantismo. Os reformistas rejeitam a pretensão da Igreja de ser o único acesso ao mundo religioso e questionam a supremacia papal.

Os movimentos reformistas ocorrem paralelamente ao Renascimento à passagem do feudalismo para o capitalismo e ao fortalecimento das monarquias nacionais européias. São o resultado da nova visão sobre o homem – ele é o centro do universo –, dada pelo humanismo. As reformas interessam às monarquias, que querem acabar com os privilégios da Igreja. O progresso comercial e urbano também necessita de uma religião afinada com o capitalismo emergente. Os camponeses, oprimidos, revoltam-se contra o \uldb catolicismojump:GHHG dos senhores feudais, o que transforma a luta religiosa em luta de classes. Os movimentos provocam ainda guerras religiosas entre protestantes e católicos, como a Guerra dos Trinta Anos(1618-1648). Ela começa como um conflito religioso no interior do Sacro Império Romano-Germânico e logo adquire caráter de disputa pela hegemonia política na Europa, envolvendo quase todos os países do continente. O avanço do movimento reformista pela Europa obriga a Igreja Católica a adotar reformas internas, conhecidas por Contra-Reforma

REFORMA LUTERANA – Em 1517 inicia-se no Sacro Império Romano-Germânico a reforma do monge Martinho Lutero que defende a fé como forma de salvação do indivíduo. Lutero é excomungado em 1520. Com o apoio da nobreza, as idéias de Lutero difundem-se rapidamente. Elas substituem o poder eclesiástico pelo do Estado, simplificam a liturgia, revogam o celibato clerical e acabam com o culto às imagens.

REFORMA ANGLICANA – É promulgada em 1534 pelo rei Henrique VIII, da Inglaterra. O pretexto é a recusa do papa ao pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, para que possa desposar Ana Bolena. Na verdade há o interesse da Monarquia inglesa em submeter a Igreja e tornar o rei a autoridade suprema. A reforma anglicana consolida-se em 1558, sob o reinado de Elizabeth I

REFORMA CALVINISTA – Começa em 1534, na França, com as pregações de João Calvino Mais radical que Lutero, Calvino defende a tese de o homem nascer predestinado à salvação ou à condenação. Considera-o livre de todas as proibições não explicitadas nas Escrituras, o que torna as práticas do capitalismo lícitas, em especial a usura, condenada pela Igreja Católica. O homem deve buscar o lucro por meio do trabalho e de uma vida regrada – também formas de louvar a Deus.


Absolutismo



Sistema de governo no qual o poder é concentrado nas mãos do monarca, característico dos regimes da maioria dos Estados europeus entre os séculos XVII e XVIII. Os reis controlam a administração do Estado, formam exércitos permanentes, dominam a padronização monetária e fiscal, procuram estabelecer as fronteiras de seus países e intervêm na economia nacional por meio de políticas mercantilistas e coloniais. Também criam uma organização judiciária nacional, a justiça real, que se sobrepõe ao fragmentado sistema feudal.

A centralização do poder desenvolve-se a partir da crise do feudalismo. Com o crescimento comercial, a burguesia tem interesse em disputar o domínio político com os nobres e apóia a concentração do poder. A Reforma Protestante do século XVI também colabora para o fortalecimento da autoridade monárquica, pois enfraquece o poder papal e coloca as igrejas nacionais sob o controle do soberano. Com a evolução das leis, com base no estudo do direito romano, surgem teorias que justificam o absolutismo, como as de Nicolau Maquiavel (1469-1527), Jean Bodin (1530-1595), Jacques Bossuet (1627-1704) e Thomas Hobbes (1588-1679).

O Estado absolutista típico é a França de Luís XIV (1638-1715). Conhecido como o Rei Sol, a ele é atribuída a frase que se torna o emblema do poder absoluto: "O Estado sou eu". Luís XIV atrai a nobreza para o Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde vive em clima de luxo inédito na história do Ocidente. Na Inglaterra, no início do século XVI, Henrique VIII, segundo rei da dinastia Tudor, consegue impor sua autoridade aos nobres com o apoio da burguesia e assume também o poder religioso. O processo de centralização completa-se no reinado de sua filha Elizabeth I. No século XVIII surge o despotismo esclarecido, uma nova maneira de justificar o fortalecimento do poder real, apoiada pelos filósofos iluministas.


O processo de extinção do absolutismo na Europa começa na Inglaterra com a Revolução Gloriosa (1688), que limita a autoridade real com a Declaração de Direitos (Constituição), assinalando a ascensão da burguesia ao controle do Estado. Na França, o absolutismo termina com a Revolução Francesa (1789). Nos outros países europeus, ele vai sendo derrotado com as Revoluções Liberais do século XIX.

A HISTÓRIA DA PALAVRA HISTÓRIA







A palavra História foi usada pela primeira vez na Grécia em V a. C. por Heródoto de Halicarnasso (gregos, quase sempre ele!). Em sua raiz grega significa pesquisa, e a intenção de Heródoto foi não deixar escapar os grandes feitos dos gregos principalmente nas guerras com os persas, para isso escreveu um livro chamado: História. Livro este que fala dos gregos, mas também dos egípcios, mesopotâmicos, fenícios e outros povos. Em breve estaremos estudando estes povos. Por hora, é interessante apreendermos que HISTÓRIA É A CIÊNCIA QUE ESTUDA OS SERES HUMANOS EM RELAÇÃO AO TEMPO!



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

CONCEITO DE FILOSOFIA (UM DELES, É CLARO)!

 O que é Filosofia, professor?


Delamar José Volpato Dutra, UFSC
1. Da definição de Filosofia
A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.
Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3].
Cabe perguntar o que haveria de filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão. Hegel, por exemplo, afirma: "com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção sensível". Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como verdadeiro. Nietzsche, por sua vez, afirma:
"a filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e não o mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego".
O importante é a estrutura racional de tratamento das questões. Nietzsche analisa esse texto, não sem crítica, e remarca a violência tirânica como essa frase trata toda a empiria, mostrando que com essa frase se pode aprender como procedeu toda a filosofia, indo, sempre, para além da experiência.
A Filosofia representa, nessa perspectiva, a passagem do mito para o logos. No pensamento mítico, a natureza é possuída por forças anímicas. O homem, para dominar a natureza, apela a rituais apaziguadores. O homem, portanto, é uma vítima do processo, buscando dominar a natureza por um modo que não depende dele, já que esta é concebida como portadora de vontade. Por isso, essa passagem do mito à razão representa um passo emancipador, na medida em que libera o homem desse mundo mágico.
"De um sistema de explicações de tipo genético que faz homens e coisas nascerem biologicamente de deuses e forças divinas, como ocorre no mito, passa-se a buscar explicações nas próprias coisas, entre as quais passa a existir um laço de causalidade e constâncias de tipo geométrico [...] Na visão que os mitos fornecem da realidade [...] fenômenos naturais, astros, água, sol, terra, etc., são deuses cujos desígnios escapam aos homens; são, portanto, potências arbitrárias e até certo ponto inelutáveis".
A ideia de uma arqué, que tem sentido amplo em grego, indo desde princípio, origem, até destino, porta uma estrutura de pensamento que a diferencia do modo de pensar anterior, mítico. Com Nietzsche, pode-se concluir que o logos da metafísica ocidental visa desde o princípio à dominação do mundo e de si. Se atentarmos para a estrutura de pensamento presente no nascimento da Filosofia, podemos dizer que seu logos engendrou, muitos anos depois, o conhecimento científico. Assim, a estrutura presente na ideia de átomo é mesma que temos, na ciência atual, com ideia de partículas. Ou seja, a consideração de que há um elemento mínimo na origem de tudo. A tabela periódica também pode ser considerada uma sofisticação da ideia filosófica da combinatória dos quatro elementos: ar, terra, fogo, água, da qual tanto tratou a filosofia eleática.
Portanto, em seu início, a Filosofia pode ser considerada como uma espécie de saber geral, omniabrangente. Um tal saber, hoje, haja vista os desenvolvimentos da ciência, é impossível de ser atingido pelo filósofo.
Temos, portanto, até aqui:
i] a Filosofia como conhecimento geral;

ii] a Filosofia como conhecimento específico;

domingo, 5 de fevereiro de 2017

BOM ANO LETIVO DE 2017. ACHEM-SE NO FACEBOOK.

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Veja também:

ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA: DOIS MUNDOS, UM MESMO FASCÍNIO PELO PASSADO

Quando falamos em escavar o solo em busca de vestígios do passado, muitas pessoas imediatamente pensam em fósseis de dinossauros e utensílio...

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