A História do Pensamento Geográfico é um ramo da disciplina
geográfica, onde se estuda os postulados, pensamentos e correntes dos autores
que contribuíram para a sistematização da geografia como disciplina acadêmica
no século XIX.
Na época em que o Império Romano teve seu auge, a geografia
deu sua contribuição com uma gama de conhecimentos, como por exemplo o que se
chamava de “périplo”, ou seja, o trabalho de descrever portos, rotas e escalas
à disposição dos navegantes daquele longínquo tempo para a realização da
atividade comercial, que era uma impulsionadora do funcionamento do Império, e
também, por outro lado, dando garantia à eficácia de sua proteção militar. Dois
exemplos de fontes impressas que se dedicam a este segmento da matéria
geográfica foram as publicações sobreviventes aos dias de hoje são “Périplo do
Cartaginês Hanão, o navegador”, e outra de autor não identificado, e com
difusão de maior amplitude, o “Périplo do Mar Eritreu” (Mar Eritreu é o antigo
nome utilizado pelos gregos em referência ao Mar Vermelho).
As explorações que os portugueses realizaram no século XVI
impulsionaram a premissa de explorar e conhecer a diferença entre as regiões do
globo. Elas tiveram em grande parte inspiração por obras de marinheiros que
viajavam por infinitos mares como Marco Polo, conhecedor da maioria das regiões
do Oriente Médio e Extremo Oriente, que impressionou fortemente muitos
habitantes, que deram o apelido irônico ao seu trabalho de “Il Millione” (O
Milhão), por causa da crença exagerada da presença dos árabes e dos mongóis
asiáticos.
Desde o século XVIII que a geografia teve seu reconhecimento
discreto como disciplina, contando com a importância de gênios como Kant,
Montesquieu, Goethe, que foram os desenvolvedores daquilo que se chama de
“geografia social”. Meio século depois, ter-se-á a Escola Alemã, conceituando o
determinismo, que fazia a ligação do clima ao fato de que o homem desenvolvesse
seu intelecto. Nos anos de 1930 do século XX, seriam predominantes as ideias
que a Escola Francesa tinha e a conceituação de possibilismo [1], dando início
ao estabelecimento de que as escolhas que o ser humano fazia teriam levado à
respectividade da premissa de desenvolver sua cultura. Desde então, a geografia
realiza a adoção de conhecimentos acessórios como a estatística, além de novos
equipamentos como o computador, o celular, o GPS e o satélite artificial
ANTIGUIDADE
GRECO ROMANA
Os primeiros registros de conhecimentos geográficos são
encontrados em relatos de viajantes no século V a.C. Um conhecido exemplo de
viajante daquela época foi o grego Heródoto, o pai da história. O conhecimento
dos cidadão da Grécia Antiga a respeito da Terra era avançado. Especialistas em
filosofia como Pitágoras e Aristóteles tinham a crença de que a Terra era
redonda. No século III a.C., Eratóstenes de Cirene foi o primeiro a utilizar a
palavra geografia. O cientista grego fez o cálculo da circunferência da Terra
com uma aproximação gigantesca.
Depois, o geógrafo e historiador grego Estrabão selecionou
todo o conhecimento clássico sobre geografia. Todo esse conhecimento
encontra-se reunido numa obra de 17 volumes e foram compilados no início do
século I de nossa era. Esta publicação tornou-se a única referência sobre obras
gregas e romanas desaparecidas. Outra importante contribuição foi do astrônomo
e geógrafo Ptolomeu. Ptolomeu viveu no século II da nossa era. Por mais que o
astrônomo tivesse grande contribuição, seus estudos apresentavam muitos erros.
IDADE
MÉDIA, RENASCIMENTO E ILUMINISMO
Ibn Khaldun homenageado em uma nota Tunisiana de 10 dinares |
Ibn Battuta numa legenda de livro egípcio |
Devido à queda do Império Romano do Ocidente, o conhecimento geográfico greco-romano foi perdido na Europa. Porém, entre os séculos XI e XII foi preservado, revisto e ampliado pelos geógrafos muçulmanos da Península Arábica. Mas os acréscimos e acertos feitos pelos geógrafos árabes Edrisi, Ibn Battuta e Ibn Khaldun foram ignorados pelos pensadores europeus. Durante as cruzadas, foram retomadas as primeiras teorias. Assim, os erros de Ptolomeu continuaram no Ocidente até as Grandes Navegações. As Grandes Navegações passaram a reabastecer a Europa de informações detalhadas e exatas sobre o restante do mundo. Em 1570, o cartógrafo flamengo Abraham Ortelius organizou diversos mapas num livro só. Seria este, talvez, o atlas mais antigo do mundo.
Uma importante personalidade que retomou os estudos de
geografia foi o alemão Bernhardus Varenius (Bernhard Varen). O livro Geographia
Generalis (1650; Geografia Geral) sofreu várias revisões. Este livro continuou
sendo a principal obra de referência durante um século ou mais. O cartógrafo
mais importante do século XVI, também era de Flandres: Gerardus Mercator.
Gerardus Mercator ficou famoso por criar um novo sistema de projeções. O então
cartógrafo aprimorou os sistemas de projeções que utilizam longitudes e
latitudes.
No século XVIII, James Cook fez a fixação de novos padrões
precisos e técnicos em navegação. Foi responsável pelas viagens científicas. Na
segunda viagem, circunavegou o globo. Esta viagem científica ocorrida entre
1772 e 1775 foi o mais famoso de seus itinerários. Na França foi criado o
primeiro estudo de pesquisadores sobre topografia detalhada de um grande país.
Este trabalho intelectual foi realizado entre os séculos XVII e XVIII por
quatro gerações de especialistas em astronomia e profissionais de pesquisa da
família Cassini. A partir do trabalho, o atlas nacional da França foi publicado
pela primeira vez em 1791.
Como muitos que o antecipavam, Alexandre von Humbolt fez uma
proposta de conhecimento sobre as demais partes do mundo. Essa proposta acabou
se distinguindo por dois objetivos. Primeiro, pela cautelosa elaboração que
antecipava suas viagens bem-sucedidas, e, segundo pela busca e exatidão de suas
análises. São de especial interesse seus estudos sobre os Andes. Estes estudos
foram feitos numa viagem às Américas Central e do Sul. Isso ocorreu entre 1799
e 1804.
Os textos sul-americanos de Humbolt compreendem trinta
volumes publicados em trinta nos. Compõem-se de livros científicos, atlas,
tratados de geografia e economia sobre Cuba e México, uma narrativa de suas
viagens e um “Exame Crítico da História e da Geografia do Novo Continente”.
Humbolt escreveu seus textos científicos em colaboração com outros cientistas.
Dedicou o volume consagrado à geologia a seu amigo Goethe.
Em seu Kosmos, cujo objetivo era de comunicar a excitação
intelectual e a necessidade prática da pesquisa científica, ele descreve em
cinco volumes todos os conhecimentos da época sobre os fenômenos terrestres e
celestes.
Atribui-se a Humbolt a invenção de novas expressões como
isodinâmicas[2], isotermas[3], isóclinas[4], jurássico[5] e tempestade
magnética[6]. Ele lançou as bases da geografia física e da geofísica,
notadamente da sismologia[7]. Ele demonstra que não pode haver conhecimento sem
experimentação verificável.
SURGIMENTO
DA GEOGRAFIA MODERNA
Humbolt apresentou as bases da geografia moderna e estas
tinham destaque na análise direta e nas medições precisas como base para leis
generalistas. O especialista em filosofia Immanuel Kant foi autor da obra
Crítica da Razão Pura em 1781. Na obra, Kant definiu de modo satisfatório o
lugar da geografia em relação às diferentes áreas do conhecimento. A definição
de Kant afirma que a geografia lida com os fenômenos espaciais. É a mesma coisa
que dizer que a história lida com os fatos já ocorridos no passado. Tanto Kant
quanto Humbolt ensinaram geografia física e eram da mesma época que Carl
Ritter. Carl Ritter era professor da primeira cadeira de geografia estabelecida
numa instituição de ensino superior dos tempos modernos.
Brasão da Sociedade Geográfica de Lisboa |
A geografia sendo uma disciplina universitária passou a ser considerada um campo de pesquisas e estudos avançados em diversas instituições de ensino superior. A disciplina geográfica foi estabelecida assim na Prússia nos anos 70 do século XIX. Depois estabeleceu-se na França e nos demais países europeus. Entre os mais importantes conhecedores dessa época de processo expansivo e explicação definitiva do objeto geográfico estavam o especialista em geografia e geologia o alemão Ferdinand von Richthofen que escreveu uma grandiosa enciclopédia de cinco volumes. Esta publicação enciclopédica trata de temas relacionados à Geografia da China, enquanto Ferdinand Paul Wilhelm provocava o desenvolvimento do método geográfico na Alemanha e nas demais nações. Outro alemão, Friedrich Ratzel, líder da escola determinista[8], escreveu trabalhos pioneiros em geografia humana e política. Para Ratzel, o meio natural condiciona a atividade humana.
Paul Vidal de La Blache |
SÉCULO
XX
William Morris Davis |
Até a metade do século XX, focalizou-se em particular a
Geografia Regional e a grande quantidade de lugares e povos do mundo. Depois da
Segunda Guerra Mundial, os profissionais da geografia regional de modo
frequente se associavam com a realização de programas econômicos em áreas
subdesenvolvidas. Nos anos 60 do século XX, a atenção se voltou para dois
objetivos: primeiro, o aperfeiçoamento de metodologias de quantidade, e,
segundo, a ação construtiva de padrões sistemáticos relacionados à natureza e o
homem. No final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, voltaram a serem
discutidos os cuidados com o meio ambiente. Antes disso, esse tema foi
relativamente esquecido por muito tempo.
Nos anos 1970 e 1980, surgiram modelos de quantidade que se baseiam em grandes grupos de dados calculados em censos e demais tipologias de pesquisa que foi entendido pro alguns profissionais de geografia como um exagero de ideia fixa, com o espaço abstrato, em consequência ou em virtude do prejuízo ou dano causado à localização terrestre. Exigia-se, então, um tratamento mais comportamental. De acordo com a exigência, o envolvimento do tratamento mais comportamental era de percepções e escolhas únicas. Além disso, os geógrafos desejavam uma geografia mais humanística. Outras facções exigiam que tratassem de assuntos radicais. Porém, permeando todas as alterações, havia a intenção comum de favorecer quatro elementos: primeiro, os seres humanos e suas sociedades; segundo, o meio ambiente físico e biológico; terceiro, o caráter regional de certas ocorrências; e, quarto, as associações e relações que acontecem em todas as regiões. Estas últimas podem ser observadas tanto do ponto de vista ecológico como sistêmico.
Ainda no século XX, se espalharam as fontes de dados estatísticos. Em especial, foram realizados censos demográficos de diversos países. A fotografia aérea demonstrou que é um novo e útil instrumento de trabalho. No entanto, ainda mais eficientes e que cumprem os requisitos tecnológicos foram as possibilidades abertas pelo sensoriamento remoto. Isso se favoreceu com duas inovações tecnológicas: primeiro a partir de satélites artificiais; e, segundo pelo uso de computadores na abordagem de grandes quantidades de dados.
O objetivo central do estudo da geografia é a superfície da Terra. A superfície da Terra sofreu rápidas alterações na segunda metade do século XX. Os geógrafos começaram se preocupar com vários outros problemas. Esses problemas não são apenas preocupações dos geógrafos, mas também dos cientistas e acadêmicos de diversas outras áreas. Os problemas de maior preocupação dos geógrafos são os seguintes: a desertificação causada tanto pelas frequentes secas quanto pela atividade humana; o desmatamento de florestas equatoriais afeta de maneira negativa o frágil equilíbrio ambiental; o perigo de desastres naturais de todos os tipos são também acidentes que os seres humanos causam, em particular os nucleares; a poluição ambiental, com acidez da chuva e o ar poluído nas cidades; as altas taxas de crescimento populacional fazem com que as pessoas sejam incapazes de sobreviver em certos países de poucos recursos; o problema da desigualdade entre as regiões na divisão dos recursos e das riquezas; a ameaça da fome e da miséria é agravada por problemas econômicos e políticos.
Entre os campos possíveis de desenvolvimento da geografia encontram-se três perspectivas: em primeiro lugar, os recursos minerais e outros recursos que possa ser explorados nos oceanos; em segundo lugar, a engenharia genética usada para o crescimento da produtividade agrícola e a solução de problemas que as pragas criaram, sendo que estes atrapalham a expansão dos cultivos em diversas regiões do mundo; e por terceiro e último lugar, a supercondutividade aperfeiçoada para a melhoria da questão da distribuição de energia elétrica. Todos esses problemas e perspectivas envolvem questões geográficas. Estão ligados a fatores naturais e humanos e a sua distribuição espacial. Estas dificuldades e dimensões apresentam sempre novos desafios para os especialistas.
NOVAS
PERSPECTIVAS DE ANÁLISE
Na segunda metade do século XX apareceram recentes maneiras
de análise da superfície terrestre e as relações de estabelecimentos do ser
humano com o meio em que vive. Entre as principais podemos citar:
GEOGRAFIA DA PERCEPÇÃO – esta facção tem uma relação com as disciplinas psicológica e sociológica. Leva em conta que qualquer indivíduo tem sua visão apropriada do meio em que vive. Por seu turno, a geografia da percepção é regularizada por mudanças na economia, na sociedade, na cultura e nas pessoas. Como consequência, as ligações entre o ser humano e o meio são diferenciados para cada indivíduo devido à sua compreensão da realidade.
GEOGRAFIA RADICAL – tem fundamento nas obras escritas por Karl Marx (1818 – 1883). Esta tendência é centrada na observação analítica dos processos ocorridos na sociedade. Entre esses processos podemos citar a desigualdade, o subdesenvolvimento e a pobreza. A principal finalidade da geografia radical é o melhoramento da compreensão das ligações homem-meio como mudança anterior para o direito de alteração dos aspectos ruins da vida real. Esta facção, em oposição ao poder político, coloca a geografia ao alcance da sociedade e aparece como uma tentativa de responder às desigualdades sociais que existem no mundo.
GEOGRAFIA DE GÊNERO – esta dimensão foi criada na década de 1980 no Reino Unido e nos Estados Unidos, em curta ligação com o movimento feminista. Fazia a observação analítica de assuntos como a desigualdade feminina no ingresso na política, no trabalho e nos serviços sociais. As relações entre indivíduos dos sexo masculino e feminino em cada área geográfica e a função da mulher na sociedade.
As metodologias de trabalho da geografia baseados no modo
tradicional na observação analítica da vida real; na conquista de dados por
intermédio do trabalho de campo; na descrição dos acontecimentos e ambientes
geográficos; e na observação analítica por meio de instrumentos estatísticos,
tiveram evolução rápida nas recentes décadas graças aos avanços da computação e
ao uso de sistemas de análise remota da superfície da Terra, como as imagens de
satélite.
GEOGRAFIA
NO BRASIL
Aziz Ab'Saber e Milton Santos |
Não podendo esquecer de geógrafos como Armen Mamigonian,
Berta Becker, Manuel de Correia de Andrade, Roberto Lobato Corrêa, Ruy Moreira,
Armando Corrêa da Silva, Antônio Cristofoletti, Ariovaldo Umbelino de Oliveira,
entre outros de outras épocas, não tão conhecidos como os que fizeram suas
carreiras na Universidade de São Paulo (USP), como Odair Gomes, geógrafo da
Universidade Estadual de Feira de Santana.
GLOSSÁRIO
[1] A escola francesa de
geografia, conhecida também como escola “possibilista”, foi criada por Paul
Vidal de La Blache e acreditava na possibilidade de haver influências
recíprocas entre o homem e o meio natural. Ela traz o termo POSSIBILISMO, que
foi elaborado pelo historiador Lucien Febvre para diferenciar a geografia
francesa dos trabalhos influenciados pelo determinismo ambiental, da escola
alemã. Assim, o termo passou a designar uma escola de pensamento geográfico que
encara a natureza em constante movimento ambiente natural (muitas vezes
referido como Natureza) como um mero fornecedor de possibilidades para a
modificação humana, não determinando a evolução das sociedades, sendo o homem o
principal agente geográfico. Como corolário, o gênero de vida não é uma
consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo de técnicas,
hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos
naturais disponíveis. O primeiro a elaborar essa concepção das relações
homem-natureza foi Paul Vidal de La Balche de quem Febvre foi aluno. Mesmo que
admita a influência do meio sobre o homem, a escola possibilista afirma que o
homem, como ser racional é um elemento ativo e, portanto, tem condições de
modificar o meio natural e adaptá-lo segundo suas necessidades.
[2] Diz-se de uma linha que
une pontos da superfície terrestre onde a intensidade horizontal do campo
magnético terrestre tem o mesmo valor. Em mecânica, diz-se de forças iguais que
se equilibram.
[3] O estado de um gás é
caracterizado pelo valor de três grandezas físicas: a pressão (p), o volume (V)
e a temperatura (T). São chamadas variáveis de estado. Frequentemente, a
mudança de uma variável ocasiona modificação em pelo menos uma das outras.
Dizemos então que o gás sofreu uma transformação. Condições isotérmicas são
aquelas nas quais o gás não sofre mudança na variável temperatura (T).
[4] Uma isóclina, linha
isóclina ou linha isoclínica pode ser uma reta ou uma curva que tem a mesma
inclinação quando comparada a uma outra. A palavra é derivada do grego: isos,
significa “o mesmo”, e Klini, significa “inclinação”. Na navegação aérea,
isóclinas são linhas que unem pontos de mesma inclinação magnética. Só são
representadas em cartas de altas latitudes onde o uso da bússola magnética não
é aconselhável para orientação.
[5] Na escala de tempo
geológico, o JURÁSSICO é o período da era Mesozoica do éon Fanerozoico. Cobre
65,3 milhões de anos (desde o período Triássico, de 201,3 milhões de anos, até
o início do Cretácio, há 145 milhões de anos). Isto é, o período Jurássico
precede o Cretáceo e sucede o Triássico, na era em que surgiu o Oceano
Atlântico. Dividi-se nas épocas Jurássica Inferior (ou Lias), Jurássica Média
(ou Dogger) e Jurássica Superior (ou Maim), da mais antiga para a mais recente.
O nome Jurássico é devido às montanhas Jura situada nos Alpes, que contêm
grande quantidade de rochas deste período.
[6] TEMPESTADE MAGNÉTICA –
ou tempestade geomagnética ou tempestade solar é uma perturbação temporária da
magnetosfera da Terra (magnetosfera pode ser considerada como uma região
envoltória, constituindo a parte exterior da atmosfera de um astro, em que o
campo magnético controla os processos eletrodinâmicos da atmosfera ionizada e
de plasma) causado por uma onda de choque do vento solar e/ou nuvem magnética
que interage com o campo magnético da Terra. O aumento da pressão do vento
solar inicialmente comprime a magnetosfera. O campo magnético do vento solar
então interage com o campo magnético da Terra e transfere um aumento de energia
na magnetosfera. Ambas as interações causam um aumento na circulação de plasma
através da magnetosfera (impulsionado pelo aumento de campos elétricos no
interior da magnetosfera) e aumento da corrente elétrica na ionosfera e
magnetosfera.
[7] SISMOLOGIA – palavra que
vem do grego seismos, abalo e logos, tratado – é o estudo dos sismos (ou
terremotos) e, genericamente, dos diversos movimentos que ocorrem na superfície
do globo terrestre. Esta ciência busca conhecer e determinar em que
circunstâncias ocorrem os sismos naturais assim como suas causas e distribuição
sobre o globo terrestre, a fim de prevê-los em tempo e espaço (o que ainda não
é possível). Como derivação do estudo da distribuição e causa dos sismos, a
sismologia usa métodos sismológicos para realizar estudos da estrutura da
Terra, desde a superfície até o seu núcleo. A sismologia é um dos únicos métodos
geofísicos utilizado para estudar as camadas mais profundas da Terra para
compreender os mecanismos envolvidos na tectônica global do nosso planeta.
[8] DETERMINISMO – é a
teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado
pela determinação, ou seja, por relações de causalidade. Embora em seu sentido
mais vulgar, o determinismo se refira a uma causalidade reducionista (redução
de todos os fenômenos do universo, por exemplo, à mecânica, à química, ou à
economia), não necessariamente é sinônimo de reducionismo. Há vários tipos de
determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são
conceituados. Sendo que para nós, interessa o DETERMINISMO GEOGRÁFICO que é a
concepção segundo a qual o meio ambiente define ou influencia fortemente a
fisiologia e a psicologia humana, de modo que seria possível explicar a
história dos povos em função das relações de causa e efeito que se
estabeleceriam na interação natureza/homem. Mas, como esse tipo de pensamento
já existe desde a Antiguidade Clássica, o mais correto é designá-lo pela
expressão determinismo ambiental, posto que a geografia só se constituiu como
ciência no século XIX. No processo de formação da geografia científica, o
determinismo ambiental foi utilizado como perspectiva teórico-metodológica, de
início, por alguns seguidores de Friedrich Ratzel, o que acabou por lhe render
a fama de pai do determinismo geográfico.