UTOPIA DO SERTÃO
(Cláudio Maffei)
O ano de 1993 foi
festejado com muita reverência no norte da Bahia, principalmente em Canudos,
cuja fundação completou um século. Foi ali que floresceu a utopia criada pelo
Bom Jesus – como o povo do sertão chamava Antônio Vicente Mendes Maciel -,
conhecido pela História como Antônio Conselheiro.
Hoje, a Canudos (ex-Belo Monte) de
Conselheiro repousa irrequieta sob o açude de Cocorobó, construído pelo governo
militar em 1968, numa tentativa de apagar a memória da guerra e da ferrenha
resistência do povo do sertão.
Escreve Edmundo Moniz, autor que bem
retratou a verdadeira História de Canudos: “A primeira expedição contra Canudos
foi comandada por um tenente; a segunda, por um major; a terceira por dois
coronéis que perderam a vida; a quarta, por quatro generais, numerosos coronéis,
majores, capitães e tenentes. A primeira expedição compunha-se de 100 soldados;
a segunda, de 600; a terceira, de 1.200; a quarta de cerca de 10 mil, num
exército de 20 mil”. Continua Moniz: “A primeira, a segunda e a terceira foram
abatidas em combates de horas; a quarta durou quatro meses e, por várias vezes,
esteve prestes a ser destroçada. Salvou-se graças ao grande reforço que recebeu
quando se achava em perigo, o que representou, pode-se dizer, uma quinta
expedição. Entre a preparação das expedições e as batalhas travadas, a campanha
de Canudos durou de 4 de novembro de 1896 a 6 de outubro de 1897. Não se tratava de
uma simples insurreição de sertanejos, e sim uma guerra civil.”
Como puderam os sertanejos vencer ou
enfrentar metade do Exército brasileiro? O que Antônio Conselheiro tinha que
fascinava os sertanejos? Por que o interesse em destruir Canudos?
Conselheiro nasceu em Quixeramobim,
no Ceará. Seu pai era comerciante, sua mãe faleceu quando ele tinha seis anos e
três irmãs menores. O pai se casou novamente e o pequeno Antônio sofreu muito
com a madrasta autoritária e agressiva. De gênio quieto, aprendeu a ler e
começou a ter aulas com o professor Manuel Antônio Ferreira Nobre, aprendendo,
com afinco, matemática, geografia, francês e latim. Sua educação foi muito
importante para seu futuro fascínio. Quando estava com 27 anos, Antônio Maciel
perdeu o pai, assumindo a tutela das irmãs e dos negócios, cuja dívida deixada
o levou à falência. Casou as três irmãs e mais tarde fez o mesmo, mas foi infeliz
no casamento. Depois de muitas mudanças, empregando-se como advogado,
professor, juiz, entre outros, em cidades do Ceará foi acometido de tremendo
desgosto quando sua mulher, Brasilina, fugiu com um sargento.
A partir daí, Conselheiro tornou-se
peregrino e passou a vestir-se como ficou conhecido: bata azul, cabelos e
barbas longas, com um bordão na mão sempre a caminhar e pregar, construindo e
reformando igrejas, capelas e cemitérios.
Em suas prédicas mostrava ser um
grande intelectual, contrariando a historiografia conservadora que o chamava de
demente e ignorante. Conhecia Santo Agostinho e a Utopia de Thomas More, Homero
e Campanela, entre outras obras e autores, das quais provavelmente não tinham
conhecimento os militares que o atacavam.
Após várias perseguições por parte
das autoridades, tanto civis e militares quanto religiosas, já peregrinando
pelo norte da Bahia e com um grande séqüito de seguidores, Conselheiro decidiu
construir a Utopia. Sabia de antemão que não o deixariam em paz pelas suas
pregações populares, antilatifúndio e antiinjustiças cometidas pela República
que acabava de ser proclamada.
O ascetismo e a promessa de
construção do Reino de Deus na terra fascinava o homem do sertão que vivia
deserdado pela sociedade. Os que seguiam Conselheiro eram sertanejos pobres,
jagunços estropiados, caboclos, negros ex-escravos, enfim, os sem-terra que
sofriam humilhações e eram explorados pelos coronéis proprietários do
latifúndio – até hoje o grande problema do Nordeste e do Brasil.
Em Belo Monte todos eram bem
acolhidos todos eram irmãos, os que chegavam despojavam-se da ganância e quando
tinham alguma coisa doavam para ser repartida pela sociedade. Uma cidade assim
no Nordeste só poderia ser vista como um paraíso para os filhos do sertão. Logo
o pequeno arraial passou a ser a segunda cidade da Bahia, com 30 mil
habitantes, só atrás da capital, Salvador. Sua economia baseava-se
principalmente na criação de cabras, cuja pele era exportada até para a
Alemanha.
Exemplo único de justiça no sertão,
Canudos incomodava a ordem político-religiosa estabelecida pela República.
Assim como Cuba hoje, Canudos era, para as elites, um mal exemplo que poderia
ser seguido e, por isso, tinha que ser destruído.
As autoridades religiosas invejavam
Conselheiro (ele continuou respeitando a religião católica, seus dogmas e sua
hierarquia, sem nunca se autoproclamar ou servir como sacerdote), que
arrebanhava mais ovelhas que os pastores da Igreja.
As autoridades políticas, insufladas
pelos latifundiários e envolvidas com os interesses dos militares no jogo da
sucessão presidencial, viram em Canudos uma chance de realçar as atitudes
heróicas do Exército, demonstrando superioridade sobre os Casacas – termo que o
general Floriano Peixoto usava para designar os civis. Derrotar um bando de
sertanejos “fanáticos” e mal armados seria uma oportunidade para destacar-se
daí um líder em condições de assumir o poder.
O engano foi gigantesco. Canudos
resistiu, desbancando vários chefes militares arrogantes, mostrando-se
Conselheiro um estrategista militar que não tinha comparação com os melhores
alunos da academia. A pretensa superioridade das forças da legalidade foi
batida por uma estratégia superior: a guerra de guerrilhas na caatinga.
O total conhecimento do terreno e
seu conseqüente aproveitamento, a utilização da superioridade tática em
detrimento da superioridade estratégica possuída pelo Exército e seus canhões
levaram Conselheiro a uma concepção de guerra que deixou estarrecidos os
coronéis, majores e generais. A “fraqueza do governo” como gritavam os
sertanejos aos soldados, demonstrou a importância da utilização da guerra
psicológica. Canudos não se rendeu, foi esmagada pela superioridade técnica e
quantitativa do Exército que a combateu.
A exemplar resistência do sertanejo,
a viabilidade de uma sociedade justa, sem classes, em pleno sertão nordestino e
a concretização da utopia conselheirista são a prova mais fiel da mentira que
as elites colocam nas costas dos brasileiros:
a de que somos um povo pacífico e acomodado. A utopia de Canudos é a
negação desta mentira e a afirmação da resistência popular do povo brasileiro,
que sempre lutou e continuará a lutar por sua libertação.
Artigo publicado na revista
Cadernos do Terceiro Mundo n.º 169 de Janeiro de 1994 pp. 21 e 22.
Análise do texto UTOPIA DO SERTÃO
I - Análise Vocabular:
- UTOPIA
u.to.pi.a
s. f. 1. O que está fora da
realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá vir a sê-lo no futuro.
2. Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ideal.
3. Fantasia, quimera.
(Dicionário Houaiss) Utopia - s.
f. 1. qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em
leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas
com o bem-estar da coletividade. 2. p. ext. projeto de natureza irrealizável;
idéia generosa, porém impraticável; quimera, fantasia.
u.tó.pi.co
adj. 1. Relativo a utopia. 2. Que
encerra utopia; fantasioso, irrealizável.
- AÇUDE
a.çu.de
s. m. Construção destinada a
represar águas pluviais com finalidade econômica.
- INSURREIÇÃO
in.sur.rei.ção
s. f. 1. Ato ou efeito de se
insurgir; rebelião, revolta. 2. Oposição ou reação vigorosa.
- GUERRA CIVIL
Conflito travado entre cidadãos
de um mesmo país; guerra intestina. (Dicionário Houaiss)
- LATIM
la.tim
s. m. 1. A língua do grupo
indo-europeu, falada antigamente no Lácio e, pois, em Roma. 2. O estudo dessa
língua. 3. Coisa de difícil compreensão. — L. vulgar: latim popular, base das
línguas neolatinas modernas.
- BATA
ba.ta
s. f. 1. Ant. Roupão de homem. 2.
Espécie de roupão com a frente abotoada até a cintura.
- BORDÃO
bor.dão
s. m. Pau grosso, de arrimo;
bastão, cajado, cacete.
- PRÉDICAS
pré.di.ca
s. f. Pregação, sermão,
predicação.
- HISTORIOGRAFIA
his.to.ri.o.gra.fi.a
s. f. 1. Arte de escrever a história.
2. Estudos críticos acerca da história ou dos historiadores.
- SÉQUITO
sé.qüi.to
s. m. Conjunto de pessoas que
acompanha outra ou outras por cortesia ou por dever oficial; acompanhamento,
comitiva, cortejo. Var.: séquito.
- ASCETISMO
as.ce.tis.mo
s. m. 1. Moral filosófica ou
religiosa, baseada no desprezo do corpo e das sensações corporais, e que tende
a assegurar, pelos sofrimentos físicos, o triunfo do espírito sobre os
instintos e as paixões. 2. Profissão de vida ascética; ascese. Sin.: asceticismo.
- JAGUNÇOS
ja.gun.ço
s. m. 1. Cangaceiro, sertanejo
aguerrido e valente. 2. Capanga, guarda-costas, valentão.
- ESTROPIADOS
es.tro.pi.a.do
adj. 1. Aleijado, mutilado. 2.
Invalidado. 3. Diz-se do cavalo trôpego, com os cascos gastos por longa viagem.
4. Alterado, desfigurado.
- LATIFÚNDIO
la.ti.fún.dio
s. m. Propriedade rural de grande
extensão, cuja maior parte aproveitável não é aplicada à cultura ou utilizada
em exploração econômica.
- DOGMAS
dog.ma
s. m. 1. Ponto ou princípio de fé
definido pela Igreja. 2. Fundamento de qualquer sistema ou doutrina. 3. O
conjunto das doutrinas fundamentais do cristianismo.
- HIERARQUIA
hi.e.rar.qui.a
s. f. 1. Ordem, graduação,
categoria existente numa corporação qualquer, nas forças armadas, nas classes
sociais. 2. Rel. catól. Totalidade de clero e a sua graduação.
- TÁTICA
tá.ti.ca
s. f. 1. Arte de empregar as
tropas no campo de batalha com ordem, rapidez e recíproca proteção, segundo as
condições de suas armas e do terreno. 2. Maneira hábil de conduzir um negócio,
uma empresa etc.
- ESTRATÉGIA
es.tra.té.gia
s. f. 1. Arte de conceber
operações de guerra em planos de conjunto. 2. Ardil, manha, estratagema.
II - Análise Temática:
- GOVERNO MILITAR (DITADURA MILITAR)
Ditadura,
modalidade de Governo que, invocando um suposto interesse público, identificado
na realidade com interesses de um grupo, prescinde da vontade dos governados. É
um poder exercido por uma pessoa ou um grupo à margem ou acima das leis, sem
submissão à fiscalização ou controle.
Governo
militar, administração de um território inimigo ocupado no qual impera a lei
marcial. Por extensão, aplica-se também ao governo de um militar, ou grupo de
militares, alcançado através de um golpe de estado.
Movimento
militar de 1964, movimento deflagrado na noite de 31 de março de 1964, em Minas
Gerais, sob o comando do general Olímpio Mourão Filho, contra o governo
instituído do presidente João Goulart, que foi derrubado no dia seguinte. O
movimento estendeu-se até 1985. Embora a abertura política tenha sido
instaurada a partir de 1979, só em 1985 tomou posse um presidente civil, José
Sarney, ainda eleito pelo Congresso Nacional de forma indireta. Apoiado por
empresários, proprietários rurais e setores da classe média, o movimento reagiu
principalmente às “reformas de base” propostas pelo governo com o apoio de
partidos de esquerda, acusando o presidente de pretender estabelecer uma
“república sindicalista”. O período caracteriza-se pelo autoritarismo,
supressão de direitos constitucionais, perseguição policial e militar, e utilização
da tortura para obter a confissão dos presos e seqüestrados que se opunham ao
regime. A liberdade de expressão nos meios de comunicação foi suprimida
mediante a adoção da censura prévia. Foi de extrema importância para os
governos militares o papel desempenhado pelo Serviço Nacional de Informação
(SNI), criado pelo general Golbery do Couto e Silva.
Chegando ao
poder, os militares realizaram profunda alteração constitucional, promulgaram o
Ato Institucional nº 1 — que cassou mandatos, suspendeu a imunidade parlamentar
e direitos políticos — e promoveram a eleição, pelo Congresso Nacional, de um
novo presidente, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou
até 1967. Os partidos políticos foram abolidos e instalado o bipartidarismo.
No campo econômico
foi definido um modelo baseado no binômio desenvolvimento/segurança. O
planejamento centralizado contribuiu para a estatização da economia,
desempenhando o Estado atividades de gerenciamento da produção. Como ocorreu em
outros países, a crise mundial da década de 1970 agravou o problema econômico
brasileiro, acentuando a concentração de renda e os problemas das populações
mais pobres.
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- SANTO AGOSTINHO
Agostinho de
Hipona, Santo (354-430), padre e um dos eminentes doutores da Igreja Católica
ocidental. Filho de Santa Mônica, nasceu em Tagasta, Numídia (hoje Souk-Ahras,
Argélia). Inspirado no tratado filosófico, Hortensius, de Cícero, converteu-se
em ardoroso pesquisador da verdade e aderiu ao maniqueísmo. Em Milão, conheceu
Santo Ambrósio que o converteu ao cristianismo.
Agostinho
voltou ao norte da África, foi ordenado sacerdote e, mais tarde, consagrado
bispo de Hipona. Combateu a heresia maniqueísta e participou de dois grandes
conflitos religiosos: o donatismo e o pelagianismo. Nesta época, desenvolveu as
doutrinas do pecado original, graça divina, soberania divina e predestinação.
Os aspectos institucionais de suas doutrinas foram especialmente proveitosos
para a Igreja Católica Apostólica Romana. Santo Agostinho sustenta que homens e
mulheres foram salvos pela graça divina e defende o papel do livre-arbítrio em
união com a graça.
Sua obra mais
conhecida é a autobiografia Confissões, escrito, possivelmente, em 400. Em A
Cidade de Deus (413-426) formulou uma filosofia teológica da história.
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- UTOPIA
Utopia, obra
do político e pensador inglês canonizado como São Thomas More, publicada na
cidade belga de Louvain, em 1516, com o título De optimo reipublicae statu de
que nova insula Utopia. Na Inglaterra foi publicada em 1551. Escrita em latim,
é um dos textos mais significativos do humanismo inglês, concebido como uma
prosa satírica de caráter social e político. Thomas More não apenas criou uma
nova palavra (utopia, “lugar que não existe”), como também inaugurou um gênero
literário e filosófico baseado na planificação ideal de uma forma de governo
perfeita, na qual se acrescentou posteriormente a acepção de “irrealizável”
(utópica). Dividido em duas partes, dedica a primeira delas às críticas que um
viajante faz da situação social e política da Inglaterra da época, enquanto a
segunda descreve a organização de um Estado, situado na imaginária ilha de
Utopia, onde as reformas necessárias para remediar os males descritos já foram
realizadas. A Utopia de Thomas More é a denúncia dos comportamentos deplorados
pelo autor, escrita com um fino toque de humor, com uma dramaticidade
especialmente notável na composição dos diálogos. Sua invenção de uma república
ideal, governada por meio da razão e sob a mais profunda tolerância religiosa,
obteve uma importante e imediata ressonância no âmbito do humanismo
renascentista, tanto em seu próprio país, como no resto da Europa.
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- THOMAS MORE
More, Thomas
(1478-1535), político e escritor inglês, conhecido por sua postura religiosa contrária
à do rei Henrique VIII, o que lhe custou a vida.
Em 1518,
chegou a ser membro do Conselho Privado do rei, que o transformou em um de seus
favoritos. Entretanto, sua sorte mudou quando não apoiou a petição de Henrique
VIII para divorciar-se de Catarina de Aragão. As convicções religiosas de More
fizeram que se negasse a concordar com qualquer tipo de desafio à autoridade
papal e, diante disso, se retirou da vida pública. Mas, Henrique VIII o mandou
prender em 1534, sendo julgado no ano seguinte. More reafirmou que o Parlamento
não tinha o direito de usurpar a autoridade papal em favor do rei. Foi
condenado e decapitado em 1535. Em 1935, foi canonizado pela Igreja Católica. É
o autor de Utopia (1516).
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- HOMERO
Homero, nome
tradicionalmente atribuído ao famoso autor da Ilíada e da Odisséia, as duas
grandes epopéias da Antigüidade na Grécia.
A Ilíada
situa-se no último ano da guerra de Tróia e narra a história do herói grego
Aquiles e a derrota de Heitor, filho do rei Príamo
A Odisséia
narra a viagem de retorno do herói grego Odisseu até sua ilha natal, Ítaca, os
diversos perigos que enfrentou e sua vingança sangrenta contra os pretendentes
de sua esposa Penélope.
Homero é, sem
dúvida, o pai de toda literatura grega posterior. O teatro, a historiografia e,
inclusive, a filosofia levam a marca dos temas cômicos e trágicos cantados
nessas epopéias.
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- CAMPANELA
Campanella,
Tommaso (1568-1639), filósofo italiano. Educado na ordem dos predicadores
dominicanos, foi perseguido por suas idéias. Passou 27 anos no cárcere, onde
escreveu A cidade do Sol (1623), no qual descreve uma sociedade ideal que
reflete o modelo de A República de Platão.
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- CUBA
Cuba, maior ilha das Antilhas, situada ao sul da
Flórida e a leste da península de Yucatán. Junto com várias pequenas ilhas
adjacentes forma a República de Cuba. A leste, está separada da ilha Hispaniola
pela Passagem de Barlovento, uma rota que une o oceano Atlântico ao mar do
Caribe. Os Estados Unidos mantêm uma base naval na baía de Guantánamo. Havana é
a capital. Com a ilha da Juventude (antes ilha de Pinos) e outras ilhas
menores, tem 114.524 km² de superfície
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- FLORIANO PEIXOTO
Peixoto,
Floriano (1842-1895), militar e político brasileiro, nasceu em Ipióca, Alagoas,
e faleceu no Rio de Janeiro.
Atuou com
destaque na Guerra do Paraguai, realizando toda a sua carreira militar durante
o império, sem atuação política.
Com a queda da
monarquia tornou-se vice-presidente do marechal Deodoro da Fonseca, a quem
sucedeu quando este renunciou, após uma tentativa de golpe de Estado.
Presidente de 1891 a 1894, enfrentou a
Revolta da Armada, em que parte da marinha sublevou-se contra o governo, e a
Revolução Federalista no sul do país.
Figura
controvertida e carismática, não conseguiu pacificar o país, o que realizou seu
sucessor Prudente de Morais, em 1895.
Sua liderança
estava identificada com um nacionalismo exacerbado, o chamado “jacobinismo florianista”.
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- GUERRA DE GUERRILHAS
Guerrilha,
forma de confronto bélico baseada em ações dispersas, orientadas para debilitar
e desarticular o inimigo. Requer um forte apoio popular, já que sua estratégia
de luta se fundamenta na ajuda e na proteção da população civil. É uma forma de
luta freqüentemente utilizada nas guerras de independência americanas e depois
da II Guerra Mundial na América Latina, África e Ásia para enfrentar inimigos
estrangeiros ou nacionais.
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- CAATINGA
Caatinga, nome
comum que recebe no nordeste do Brasil um tipo de mata baixa, pouco desenvolvida,
formada por arbustos espinhosos e árvores de folhas frágeis, que também se
encontra no sul da África, Austrália e Índia. O clima é de tipo tropical
semi-árido, com um período de seca seguido por chuvas irregulares, o que
provoca que a vegetação perca suas folhas durante a estação seca. A paisagem da
caatinga varia desde as zonas mais arborizadas até áreas mais abertas, com
árvores e arbustos muito esparsos. Entre as plantas deste tipo de formação se
pode encontrar a árvore barril (Chorizia ventricosa), com seu tronco volumoso,
algumas cactáceas como Cereus squamosus, ou bromeliáceas como a Bromelia
laciniosa. Entre os mamíferos deve-se mencionar o mocó ou moco (Kerodon
rupestris), roedor endêmico do nordeste do Brasil; o sagui (Callithrix jacchus)
e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus). Um exemplo de ave característica desta
zona é a arara azul de Lear (Anodorhynchus leari), da qual, entretanto, restam
menos de cem indivíduos na natureza. Ver também Sertão e Campos abertos.
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- GUERRA PSICOLÓGICA
Uso de
propaganda, ameaças e outras estratégias psicológicas (através da mídia,
agentes secretos etc.) a fim de enfraquecer o espírito de luta de uma população
ou de um exército inimigo.
- CLASSES (SOCIAIS)
Classe social,
em sociologia, termo que indica uma camada social numa sociedade e seu status
correspondente. O princípio da organização é diferente do adotado nas
sociedades de castas e discorda da ideologia igualitária associada à cidadania
nos estados de direito. A classe social é regida fundamentalmente por uma
estrutura do tipo econômico.
Karl Marx é
considerado o criador deste conceito. Segundo Marx, os indivíduos numa
sociedade civil lutam pela propriedade dos meios de produção (os recursos para
extrair produtos da natureza), conflito que divide a sociedade em duas classes
antagônicas, a burguesia e o proletariado.
As idéias de
Marx e o desenvolvimento da sociedade industrial modificaram a terminologia com
respeito às classes sociais, ao incluírem a noção de burguesia e proletariado.
Antes, o conceito só era aplicado a aristocratas, comerciantes e grupos
inferiores. Atualmente, com o desenvolvimento da sociedade pós-industrial, os
pensadores debatem se o conceito de classe social continua tendo validade e se
a visão marxista da história chegou ao fim.
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III - Análise Autoral - Temporal
- Geográfica:
·
NOME DO TEXTO
Utopia do
Sertão.
·
AUTOR DO TEXTO
Cláudio Maffei
·
OBRA DA QUAL FOI EXTRAÍDA
Revista Cadernos do Terceiro Mundo n.º 169 de Janeiro de 1994 pp. 21 e 22.
·
ANO DA OBRA
1994
·
ASSUNTO DO TEXTO:
Guerra de
Canudos
·
ANO QUE TRATA O TEXTO:
De 1893 a 1897.
·
LOCAIS:
Arraial de
Canudos, as margens do Rio Vaza Barris, norte da Bahia.
·
DEFINIÇÃO:
Movimento
Messiânico ocorrido no sertão baiano que tinha como líder o peregrino Antônio
Conselheiro que fundou o arraial de Canudos que chegou a ter uma população de
30 mil habitantes e que foi tremendamente reprimida pelo exército brasileiro.