domingo, 10 de março de 2013

ESSE FOI UM DOS PERÍODOS MAIS VIOLENTOS DA HUMANIDADE







A INQUISIÇÃO




            A Inquisição, ou Santa Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado na Idade Média para condenar todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica.

            Fundado pelo Papa Gregório IX, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges (praticante de heresias; doutrinas ou práticas contrárias ao que é definido pela Igreja Católica) por praticarem atos considerados bruxaria, heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não o catolicismo.

            A verdade é que embora o apogeu da Inquisição tenha se dado no século XVIII, as perseguições aos hereges pelos católicos, têm registros bem mais antigos. No século XII os “albigenses” foram massacrados a mando do Papa Inocêncio III que liderou uma cruzada contra aqueles que eram considerados os “hereges do sul da França” por pregarem a volta da Igreja às suas origens e a rejeição a opulência da Igreja da época.

            Em 1252, a situação que já era ruim, piora. O Papa Inocêncio IV publica um documento, o “Ad Exstirpanda”, onde autoriza o uso da tortura como forma de conseguir a conversão. O documento é renovado pelos papas seguintes reforçando o poder da Igreja e a perseguição.


            A Inquisição tomou tamanha força que mesmo os soberanos e os nobres temiam a perseguição pelo Tribunal e, por isso, eram obrigados a ser condizentes. Até porque, naquela época, o poder da Igreja estava intimamente ligado ao do estado.

            Mais terrível que qualquer episódio da história humana até então, a Inquisição enterrou a Europa sob um milênio de trevas deixando um saldo de incontáveis vítimas de torturas e perseguições que eram condenadas pelos chamados “autos de fé” – ocasião em que é lida a sentença em praça pública.

            Galileu Galilei foi um exemplo bastante famoso da insanidade cristã na Idade Média: ele foi perseguido por afirmar através de suas teorias que a terra girava em torno do sol e não o contrário. Mas, para ele o episódio não teve mais implicações. Já outros como Giordano Bruno, o pai da filosofia moderna, e Joana D’Arc, que afirmava ser uma enviada de Deus para libertar a França e utilizava roupas masculinas, foram mortos pelo Tribunal do Santo Ofício.

            Uma lista de livros proibidos foi publicada, o ”Index Librorum Prohibitorum” através da qual diversos livros foram queimados ou proibidos pela Igreja.

            O Tribunal era bastante rigoroso quanto à condenação. O réu não tinha direito à saber o porquê e nem por quem havia sido condenado, não tinha direito a defesa e bastavam apenas duas testemunhas como prova.

            O pior período da Inquisição foi durante a chamada Inquisição Espanhola (Século XV ao Século XIX). De caráter político, alguns historiadores afirmam que a Inquisição Espanhola foi uma forma que Fernando de Aragão encontrou de perseguir seus opositores, conseguir o poder total sobre os reinos de Castela e Aragão (Espanha) e ainda expulsar os judeus e muçulmanos.


Este texto sobre a Igreja medieval da uma noção da História contada pela própria Igreja Católica.


A Igreja na Idade Média

(Juberto Santos)


            Em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas “invasões” ou migrações germânicas e ao esfacelamento do Império Romano, praticamente apenas a Igreja Católica, com sede em Roma, conseguiu manter-se como instituição. Vemos os Vândalos na África, os Visigodos na Hispania, os Francos na Gália, os Anglos e Saxões nas Ilhas Britânicas, os bárbaros (Germânicos) na Itália. Consolidando sua estrutura religiosa, a Igreja foi difundindo o cristianismo entre os povos “bárbaros”, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana. Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da “fragmentação política” (processo de atomização do poder – poder local forte) da sociedade feudal.

            OBSERVAÇÃO: O termo católico (adjetivo grego que significa “Universal”) é usado a partir do Concílio de Trento (1545 - 1563) para designar a Igreja Romana em oposição às Igrejas da Reforma. Antes, o termo utilizado era Cristandade.

Periodização

            A Idade Média (Medium Aevum ou Middle Age) É o termo usado para o período situado entre a Antiguidade e a Idade Moderna. Conceito estipulado no período do Renascimento Cultural (século XVI) voltado somente para a região da Europa Ocidental, ou seja, não há Idade Média na África, Japão, China... Cada um desses locais possuem denominações próprias para esse período.

            Tem como marco inicial o ano de 476 d.C (com o fim do Império Romano no Ocidente – tomada de Roma, pelo imperador germânico Odoacro) e tem seu término no ano de 1453 d.C (com o fim do Império Romano no Oriente - Tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos). Suas características, entretanto, nunca foram às mesmas no tempo ou no espaço, pois não havia unidade nesse período. É preciso dizer o contexto específico.

            O período está dividido em: Alta Idade Média (séc. V - XI), Idade Média Central (séc. XI - XIII) e Baixa Idade Média (séc. XIV e XV). Há até hoje um forte preconceito sobre este período, tomado como “Idade das Trevas”, “Escuridão”, de “Pestes e Guerras”, não havia “cidades, nem comércio”, dentre outros adjetivos. Contudo, deve ser levado em consideração que num período de mil anos, não houve apenas pestes, guerras... Temos que ter um olhar consciente: Nesse período houve a criação das Universidades, da letra minúscula, do parlamento, Hospitais, Tribunal com Júri, aperfeiçoamento da Matemática, geografia, escrita, etc.

Entendendo o Surgimento da Cristandade

            Entende-se Cristandade por um sistema de relações da Igreja e do Estado (ou qualquer outra forma de poder político) numa determinada sociedade e cultura. Ela perdura até praticamente a Revolução Francesa (1789), com várias modalidades dentro desse processo através dos séculos. Na história do cristianismo, o sistema iniciou-se por ocasião da Pax Ecclesiae em 313 (paz concedida pelo imperador Constantino à Grande Igreja), com o Edito de Milão (ele põe fim às perseguições) e deu origem à primeira modalidade de Cristandade dita “constantiniana”; a qual se apresenta como um sistema único de poder e legitimação da Igreja e do Império tardo-romano.

            As características gerais desta modalidade “constantiniana” são, entre outras, o cristianismo apresentar-se como uma religião de Estado, obrigatória, portanto para todos os súditos; a relação particular da Igreja e do Estado dar-se num regime de união; a religião cristã tender a manifestar-se como uma religião de unanimidade, multifuncional e polivalente; o código religioso cristão, considerado como o único oficial, ser, todavia diferentemente apropriado pelos vários grupos sociais, pelos letrados e iletrados, pelo clero e leigos. A figura ao lado é o “Monograma de Cristo”, da época de Constantino. Ele é formado por duas letras entrelaçadas, as letras gregas "chi" (X) e "rô" (P). Essas letras são as iniciais de "Christós", em grego: CRISTOS.

Os Padres da Igreja

            Os tempos de ouro da Patrística foram os séculos IV e V, embora possa se entender que se estenda até o século VII a chamada "idade dos Padres". Os principais Pais do Oriente foram: Eusébio de Cesaréia, Santo Atanásio, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nisa, Gregório Nazianzo, São João Crisóstomo e São Cirilo de Alexandria. Os principais Padres do Ocidente são: Santo Agostinho, autor das "Confissões", obra prima da literatura universal e Santo Ambrósio; Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. Outros pais que se destacaram foram São Leão Magno e Gregório Magno, este um romano com vistas para a Idade Média, as suas obras "os Morais e os Diálogos" serão lidas pelos intelectuais da Idade Média, e o canto "gregoriano" permanece vivo até os dias de hoje. Santo Isidoro de Sevilha, falecido em 636, é considerado o último dos grandes padres ocidentais.

A Cristandade Medieval

            A Cristandade medieval ocidental é, em certa medida, a continuadora da Cristandade antiga, a do “Império Cristão” dos séculos IV e V. No contexto medieval, acentuaram-se muito mais a situação de unanimidade e conformismo, obtida por um consenso social homogeneizador e normatizador, consenso este favorecido pela constituição progressiva de uma vasta rede paroquial e clerical. As instituições todas tendiam, pois, a apresentar um caráter sacral e oficialmente cristão. Sabemos que nela predominou, em geral, a tutela do clero. Não, todavia durante os séculos IX e X, quando a tutela dos leigos sobre as instituições eclesiais a levou à sua feudalização, o que provocou a partir do século XI, o grito dos reformadores, sobretudo eclesiásticos: libertas Ecclesiae. Ocorreu então a reforma “gregoriana”, no século XI, que operou a síntese de uma reforma na e da Igreja, de uma reforma “na cabeça e nos membros”.

Fatos Históricos Importantes ocorridos no Período da Idade Média

- A Distinção Gelasiana (494)

            O Bispo de Roma, o Papa Gelásio I (492-496) efetuou a distinção entre o poder temporal dos imperadores e o espiritual dos papas, considerando superior o poder destes últimos. Envia um documento ao imperador do Oriente (Anastácio). Definiu a teoria dos dois poderes: o poder temporal (poder do imperador) e o poder espiritual (poder dos bispos). Os bispos, de acordo com essa teoria, seriam superiores ao poder temporal. Estabelecido ainda que a figura do papa não poderia ser julgada por ninguém. Dizia que o papel do Pontífice era antes ouvir do que julgar.

- As Heresias

            Define-se como negação ou dúvida pertinaz de uma verdade que se deve crer com fé divina e católica, por quem recebeu o batismo. Ao longo da história da Igreja vemos: O Gnosticismo (séc. II); Maniqueísmo (séc. III); Arianismo (séc. IV); Pelagianismo (séc. V); Iconoclastas (séc. VIII); Cátara e valdense (séc. XII-XIII); Protestantismo e Anglicanismo (séc. XVI); Jansenismo (séc. XVII); Modernismo (séc. XIX). O relativismo doutrinal e moral são tidos como a grande heresia atual. O rigor da Igreja no combate às heresias e cismas variou ao longo dos tempos, com períodos de grande repressão, sobretudo quando tais desvios eram cominados com penas graves pelo poder político.

- Os Mosteiros

            Vemos com São Bento de Nursia (529), uma retomada e revigoramento dos mosteiros. Os ermitões (Ermo – significa deserto) atuavam sozinhos e passam a se organizar em pequenos grupos. São Bento traça uma regra, dando uma forma à vida monástica, a qual passa a ser copiada em outros mosteiros. O dia do monge é dividido em sete momentos de oração, mais o trabalho manual (penitência), produz seu alimento. “Ora et Labora”. Não é necessário buscar mosteiros distantes, mas se santificar com aqueles que convive. Deu forma ao monasticismo medieval. Ao longo da Idade Média vemos que os mosteiros preservam as escrituras sagradas, tornam-se refúgio, guardam as obras de arte e cultura...

- Fragmentação do Império Romano no Ocidente

            Com as migrações germânicas e a queda do Império Romano no ocidente (476) os bispos começam a buscar a unificação. Apelam para a elite romana “Romanitas”, que passam a defender os valores cristãos. Os reis bárbaros vão se convertendo ao longo dos anos. Vemos a ação do papa Gregório I, o Magno (590-604) assinala que “todo o poder foi dado ao alto aos meus senhores para ajudar os homens a fazer o bem”. Assim os bispos e o Imperador e os reis têm a função de ajudar o bem e punir o mal. Primeiro papa monge, intitulava-se Servidor dos Servidores de Deus. Aproveitou-se da falência imperial na Itália para assumir o poder temporal. Desligou-se da influência bizantina e aproximou-se dos germânicos. Visigodos, suábios e lombardos se converteram. Agostinho foi à Inglaterra e converteu os anglo-saxões. Os escritos de Gregório Magno instruíram o clero e fortaleceram a religiosidade dos fiéis. Sua Regra Pastoral serviu de manual para os padres em toda a Idade Média.

- As Cruzadas

            Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095, foram organizadas na Europa expedições militares conhecidas como cruzadas (esses missionários assim se chamavam pela cruz de pano que levavam na veste), cujo objetivo oficial era conquistar os lugares sagrados do cristianismo (Jerusalém, por exemplo) que estavam em poder dos muçulmanos e turcos. Entretanto, além da questão religiosa, outras causas motivaram as cruzadas: a mentalidade guerreira da nobreza feudal, canalizada pela Igreja contra inimigos externos do cristianismo (os muçulmanos); e o interesse econômico de dominar importantes cidades comerciais do Oriente. Os cristãos eram estimulados pelas indulgências que lhes prometiam o perdão dos pecados e a posse do céu. De 1095 a 1270, a cristandade européia organizou oito cruzadas, tendo como bandeira promover guerra santa contra os infiéis. Era a guerra santa, justa, pois eles estavam difamando o santo sepulcro, a terra santa. Foram, ao todo, oito grandes incursões. Vemos a Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096), Primeira Cruzada (1096-1099), Segunda Cruzada (1147-1149), Terceira Cruzada (1189-1192), Quarta Cruzada (1202-1204), Cruzada Albigense, Quinta Cruzada (1217-1221), Sexta Cruzada (1228-1229), Sétima Cruzada (1248-1250), em março de 1270, o rei Luís IX, São Luís, decide organizar uma nova cruzada - Oitava Cruzada (1270), a qual fracassa e ele morre em combate.

- Querela das Investiduras

            A Questão das Investiduras refere-se ao problema de a quem caberia o direito de nomear sacerdotes para os cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador. No século X, o imperador Oto I, do Sacro Império Romano Germânico, iniciou um processo de intervenção política nos assuntos da Igreja a fim de fortalecer seus poderes. Fundou bispados e abadias; nomeou seus titulares (abades leigos) e, em troca da proteção que concedia ao Estado da Igreja, passou a exercer total controle sobre as ações do papa. Durante esse período, a Igreja foi contaminada por um clima crescente de corrupção, afastando-se de sua missão religiosa e, com isso, perdendo sua autoridade espiritual. As investiduras (nomeações) feitas pelo imperador só visavam os interesses locais. Os bispos e os padres nomeados colocavam o compromisso assumindo com o soberano acima da fidelidade ao papa. No século XI surgiu um movimento reformista, visando recuperar a autoridade moral da Igreja, liderado pela Ordem Religiosa de do mosteiro de Cluny (França). Esses ideais foram ganhando força dentro da Igreja, culminando com a eleição, em 1073, do papa Gregório VII, antigo monge daquela ordem reformista.

- A Reforma Gregoriana (Século XI)

            Os papas escolhidos passam a ser de origem germânica (monges), logo os papas romanos saem de cena, pois os primeiros não teriam parte com a política local. Com isso as reformas têm inicio com esses papas de origem monástica, com amplas mudanças de cima para baixo, hierarquizada, uma reforma das instituições. Hildebrando, reformador ligado ao movimento de Cluny, tinha acesso ao papa e, sob sua influência, Nicolau II criou em 1059 o Colégio dos Cardeais, com finalidade de eleger o papa, limitado o cesaropapismo. Primeiro, há uma reforma do clero, contra os abusos existentes, das instituições (reforma da Igreja). Também havia a necessidade da mudança dos corações, dos pensamentos (reforma na Igreja). A reforma viria do papado, passaria pelos bispos, presbíteros e monges até chegar aos leigos. Esse espírito de reforma foi lento e progressivo, aos poucos, vemos os abusos sendo retirados. Em 1073, Hildebrando foi eleito papa, com o nome de Gregório VII. Instituiu totalmente o celibato dos sacerdotes, em 1074, e proibiu que o imperador investisse sacerdotes em cargos eclesiásticos, em 1075. O Imperador alemão Henrique IV reagiu dando o papa como deposto. Desenvolveu-se, então, um conflito aberto entre o poder temporal do imperador e o poder espiritual do papa. O papa considerou o imperador igualmente deposto, excomungando-o, e proibindo os vassalos de lhe prestar serviço, sob pena de excomunhão. Há uma interdição (sem batismos, sem eucaristia, sem extrema unção). Henrique foi ao Castelo de Canossa em 1077 e pediu perdão ao papa, que o concedeu. Esse conflito foi resolvido somente em 1122, pela Concordata de Worms, assinada pelo papa Calixto III e pelo imperador Henrique V. Adotou-se uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos (representada pelo báculo), isto é, antes de assumir a posse da terra de um bispado, o bispo deveria jurar fidelidade ao imperador.

- Hospitalários (Ordem dos)

            O ideal cavalheiresco da Idade Média levou à criação de várias instituições de apoio aos doentes internados, ordem leiga de caráter assistencialista (1113), hospital para os peregrinos que vinham feridos e cansados.

- Os Templários

            Ordem fundada em França (1119) para lutar contra os infiéis. O nome veio-lhes da casa que tiveram em Jerusalém sobre as ruínas de uma mesquita (cavaleiros da Ordem doTemplo). Fazem votos dados pelo patriarca de Jerusalém. Em 1129, vê-se a implantação militar. Prestaram notáveis serviços na Terra Santa e no Sul da Europa, chegando a ter 5 províncias e 4000 membros. É oficializada em 1199. As benesses recebidas de reis e papas deram-lhes grande poder financeiro, o que levou Filipe o Belo, rei de França, a acusá-los, com a conivência da Inquisição, de crimes graves, obrigando o Papa (Clemente V) a suprimi-los. Muitos foram mortos. Os seus bens, em França, foram confiscados pelo rei; em Portugal, passaram para a Ordem de Cristo, fundada por D. Dinis.

- O Cisma do Ocidente (1378-1417)

            Resultante da coexistência de papas e antipapas foi fruto de rivalidades dentro e fora da Igreja. Não há um “cisma” de fato, pois o que se dividiu é a obediência a dois papas e não à obediência eclesial.

            Após a morte do papa Gregório XI, há um conclave com 16 cardeais e depois de muitas dificuldades elegem um italiano, Urbano VI. Ele era intransigente, rude, indelicado e os cardeais assinalam que querem rever a decisão e pedem a sua renúncia. Ele rejeita. Grande parte dos cardeais vão para Nápoles e realizam novo Conclave, elegendo Clemente VII. A Igreja passa a ter “dois papas”. Eles ficam em Avinhão (França). A obediência fica dividida, ambos governando. Estados que apoiavam Urbano VI (Escandinávia, Flandres, Inglaterra, o Imperador e a maioria dos príncipes) usam a força para destituir Clemente VII (apoiado pelos parentes do rei da França Carlos V, Escócia, Castela), como uma cruzada. Essa seria a “Via Facti”. Os reis, os prelados, os párocos, as ordens religiosas tomam partido e ajudam nessa adesão de obediências. Em 1394, morre Clemente VII e é eleito Bento XIII. Também morre Urbano VI e é eleito Gregório XII. Continuam dois papas a governar. Em 1409, os dois grupos buscam uma via conciliar para resolver a situação, com o Concílio de Pisa, destituem os dois papas e elegem Alexandre V (com a maior parte das Ordens Religiosas decididas a fazer uma inteira reforma na Igreja). Os dois papas não aceitam e a igreja passa a ser governada por 3 papas. Alexandre V morre e é eleito João XXIII (nome depois cancelado e renascido somente no século XX - e já no ano seguinte tomou posse da catedra romana). Apenas em 1417, vemos uma solução: João XXIII se demite, Gregório XII abdica e Bento XIII é deposto e se isola na Catalunha, sem apoio. Martinho V (1417-1431) é eleito e traz a unicidade novamente. Retorna para Roma. Em 1439, ainda teríamos o antipapa Félix V, contudo, não avança tal fato.

- A Inquisição

            Tribunal eclesiástico para averiguar e julgar os acusados de heresia. A sua instituição jurídica data de 1232 (Inquisição Medieval); pelo papa Gregório IX, para disciplinar as freqüentes práticas persecutórias da parte do povo e dos príncipes, muitas vezes sob a forma de linchamentos. A desmoralização pública era a maior pena para os hereges condenados pelos inquisidores (bispos).

            No séc. XI apareceu uma heresia fanática e revolucionária, como não houvera até então: o Catarismo (do grego katharós, puro) ou o movimento dos Albigenses (de Albi, cidade da França meridional, onde os hereges tinham seu foco principal). Em geral, a Inquisição quando condenava um herege entregava-o ao braço secular, para lhe aplicar o castigo previsto nas respectivas leis e costumes, incluindo a morte na fogueira. A Igreja aplicava a condenação espiritual, “no outro mundo”. O seu funcionamento dependia muito dos inquisidores, que eram normalmente dominicanos, alguns deles elevados às honras dos altares (como S. Pedro de Verona, morto às mãos dos Cátaros). Devem reconhecer-se, além da crueza própria dos costumes de então, verdadeiros abusos e injustiças (como a condenação dos Templários e de Sta. Joana de Arc). Ficou também célebre a condenação (sem execução) de Galileu.

            Nos séculos. XV e XVI, a Inquisição foi reorganizada para enfrentar a heresia protestante, em geral, a pedido dos príncipes católicos. Em Espanha foi autorizada em 1478, em moldes que a fazia depender muito do poder civil. Em Portugal teve acuação moderada desde o séc. XIV, mas só se tornou particularmente rigorosa com D. Manuel I e D. João III, pelas medidas discriminatórias contra judeus e cristãos-novos.

            A Inquisição é inconcebível para a atual mentalidade, mas a sua correta apreciação deve ter em conta os tempos em que vigorou, em que a heresia era sentida como perigo grave para a unidade da Igreja e do Estado, e em que as penas aplicadas eram comuns no direito corrente dos povos. A Igreja aplicava as penas espirituais (na outra vida), tais como a excomunhão. Os condenados pela inquisição eram entregues às autoridades administrativas do Estado, que se encarregavam da execução das sentenças seculares. As penas aplicadas a cada caso iam desde a confiscação de bens até a morte em fogueiras.

            A intervenção do poder secular exerceu profunda influência no desenvolvimento da inquisição. As autoridades civis anteciparam-se na aplicação da forma física e da pena de morte aos hereges; instigaram a autoridade eclesiástica para que agisse energicamente; provocaram certos abusos motivados pela cobiça de vantagens políticas ou materiais.

            OBS.: De resto, o poder espiritual e o temporal na Idade Média estavam, ao menos em tese, tão unidos entre si, que lhes parecia normal recorrer um ao outro em tudo que dissesse respeito ao bem comum. Quanto a Inquisição Romana instituída no séc. XVI era herdeira das leis e da mentalidade da lnquisição medieval.

            “Em nossos tempos, o Papa João Paulo II pediu perdão repetidamente por falhas dos filhos da Igreja. É de notar que não mencionou ‘falhas da igreja’, mas ‘falhas dos filhos da Igreja’. Implicitamente retomou a distinção entre pessoa e pessoal da Igreja: pessoa seria a Igreja Esposa de Cristo, que o Senhor vivifica e à qual garante a fidelidade ao Evangelho; pessoal seriam os fiéis, que nem sempre obedece às normas da Santa Mãe Igreja. O pecado está na Igreja, mas não é da Igreja; é resquício da velha criatura dentro da novidade da criatura oriunda do Batismo e da inserção em Cristo.” (in: BETTENCOURT, E. in: Na História da Igreja luzes e sombras)

Trabalho em grupo da oitava série:


TRABALHO EM EQUIPE

 

ELABORAR UM JORNAL SOBRE DETERMINADO

PERÍODO DA REVOLUÇÃO FRANCESA

 

 

            O principal objetivo de um jornal é informar o leitor sobre acontecimentos cotidianos. Hoje em dia existem vários tipos de jornal: o telejornal, o jornal que acessamos através da internet e o jornal impresso.

            O mais antigo jornal que se tem notícia, a Acta Diurna, foi produzido no século I a. C., em Roma, a mando de Julio César. A Acta eram placas brancas expostas em locais públicos que informavam os cidadãos sobre os principais acontecimentos políticos e sociais de Roma.

            Apenas no século XV, com a invenção dos tipos móveis metálicos, os jornais puderam ser impressos. Dois séculos depois, os jornais já eram publicados com freqüência.

            Atualmente, mesmo com a popularização do jornal eletrônico, o jornal em papel continua sendo um veículo bastante popular. Segundo a Associação Mundial de Jornais, mais de 1 bilhão de pessoas lêem um jornal todos os dias.

            O jornal impresso apresenta algumas divisões tradicionais: editorial, matéria assinada, economia, cultura, cotidiano, ciências, esportes, charges, óbitos, classificados, entre outras.

 

 

Passos para produzir o Jornal:

 

            Imaginem que vocês são jornalistas e trabalham em um jornal na França. Cada grupo terá um período especifico da Revolução Francesa para estudar e relatar via jornal:

 

1)     Formar um grupo de 5 ou 6 alunos;

2)     Pesquisar na internet e em outros livros mais informações sobre o período da Revolução Francesa;

3)     Selecionar os acontecimentos mais relevantes e registrá-los no caderno ou num arquivo do seu computador;

4)     Decidir a posição política defendida pelo jornal. Ou seja, se a maioria dos jornalistas será jacobina, girondina ou da planície;

5)     Inventar jornalista que vivenciaram os principais acontecimentos da Revolução Francesa: por exemplo, um que estava presente na queda da Bastilha (1789); o outro fez parte da Assembléia Constituinte (1789) ou da Convenção Nacional (1792), um outro era girondino e escapou da perseguição do Comitê de Salvação Pública (1793-1795), outro entrevistou Napoleão Bonaparte e assim por diante;

6)     Cada grupo irá decidir as seções que farão parte do jornal;

7)     Além das noticia que irão abordar os principais acontecimentos, o jornal poderá ter: cruzadinha, seção de óbitos, charges, tiras em quadrinhos, pinturas ou desenhos para ilustrar as reportagens, entre outras variedades.

8)     Ao finalizar a edição do jornal, o grupo deverá ler outros jornais produzidos pela sala e discutir qual posição política de fendia nesses jornais.

 

 

Fazer um relatório de participação pautando-se pelo que se segue:

·         O que aprenderam de novo sobre a Revolução Francesa;

·         Vocês gostaram de criar personagens jornalistas?

·         Quais foram as maiores dificuldades no processo de elaboração do jornal?

·         Todos os elementos do grupo participaram? Quem foi o relator, o coordenador, o animador?

·         Foi difícil decidir uma posição política para o Jornal?

·         Na sua opinião as matérias dos jornais são neutras ou seja apenas informam a realidade, ou expressam uma posição política?

Atenção Oitavas Séries estes são os assuntos do Blog do Maffei que vocês devem ter lido e comentado.


8.ª séries A, B, C e D

  1. Como se organiza a nobreza;
  2. O poder absoluto nas mãos da Monarquia (O absolutismo Monárquico)
  3. A Revolução Burguesa na França;
  4. Dois esquemas sobre Revolução Francesa;
  5. Revolution in French Lady Gaga;
  6. Um dos lemas da Revolução Francesa mais mapa Apogeu Napoleonico;
  7. Capitulo XIII da História da Riqueza dos Homens – Léo Huberman – sobre a Revolução Burguesa na França;
  8. O significado simbólico da Queda da Bastilha e da decapitação de Luiz XVI.
  9. Leitura do Livro: Manifesto Comunista de Karl Marx.

Atenção Sétimas Séries estes são os assuntos do Blog do Maffei que vocês devem ter lido e comentado.


7.ª séries A, B e C

1.      Quadro comparativo de Colônias de Povoamento e Colônias de Exploração;

2.      Os alienígenas estão chegando;

3.      A conquista da América.

4.      Recomendação de Livro para leitura: As Veias Abertas da América Latina de Eduardo Galeano.

Atenção Sexta Séries estes são os assuntos do Blog do Maffei que vocês devem ter lido e comentado.


6.ª series A, B e C

 

Materiais em exposição no Blog do Maffei:

 

  1. O Modo de Produção Feudal;
  2. Resumo sobre o Feudalismo;
  3. Idade Média;
  4. Mapas:

  • Ataques bárbaros ao Império Romano e à Europa;
  • 2 mapas dos Reinos Bárbaros;
  • Evolução dos Reinos Bárbaros (7 mapas);
  • Desagregação do Império Carolíngio (4 mapas);
  • Mapas da Europa Feudalizada (3 mapas)
 
Novos assuntos: O PODER DA IGREJA NA IDADE MÉDIA E A INQUISIÇÃO
 
  • A Igreja na Idade Média
  • A Inquisição
  • Os Cátaros
E nos proximos dias começaremos a estudar os povos árabes, por isso podem começar a pesquisar tudo sobre arabes, islamismo, islã, etc...

domingo, 3 de março de 2013

Este mapa é para a sexta série poder comparar a Europa de hoje com a da Idade Média.







Europa atual.

Os nomes estão em espanhol, pois foi o mapa que encontrei que melhor demonstrava os países atuais da Europa, por isso me desculpem.



E aqui, logo abaixo, temos um mapa da Europa Medieval, no caso, o mesmo situa-se no século VIII.


O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA QUEDA DA BASTILHAS E DA DECAPITAÇÃO DE LUÍS XVI






            Você poderia imaginar hoje no Brasil o povo se organizando para ir à Brasília e ao chegar invadir e destruir o Congresso Nacional? E para piorar a situação o povo ir até o Palácio do Planalto que é ao lado do Congresso e aprisionar e depois cortar a cabeça da presidenta Dilma?

            Inimaginável não é?

            Mas isso, guardando as devidas proporções sociais e temporais, aconteceu na França entre 1879 e 1792.



            O contexto histórico era o do Absolutismo Monárquico, onde o rei detinha todo o poder político centralizado em suas mãos e a economia era um misto de relações de produção feudais, onde grande parte da população era camponesa e uma insurgente e vigorosa classe burguesa, cheia de capital e ávida para tomar o poder das mãos do rei.

            As classes superiores eram o Clero (1.º Estado) e a Nobreza (2.º Estado) que não abriam mãos dos seus privilégios, o melhor deles era não ter que pagar impostos ao Estado, que neste caso, era o Rei.

            Foi aí, na França, que em 1789, após o rei ter chamado os Estados Gerais, para discutir e aprovar leis para taxar ainda mais os pobres, que explodiu a revolução burguesa que levou o povo a avançar sobre a prisão política mantida pela realeza.

            Este evento que aconteceu em 14 de julho de 1789 tornou-se conhecido como Tomada da Bastilha e marcou a revolta popular canalizada pela burguesia contra o que eles acreditavam ser o maior símbolo da intolerância e do autoritarismo real.



            Depois disto não demorou muito para o rei da época o Luís XVI perder seu gordo pescoço. Isso se deu em 1792, quando os jacobinos estavam no poder e descobriram que o rei conspirava para que outros países que ainda possuíam realeza atacassem a França junto como uma horda de emigrados que tinham fugido da Revolução Francesa.

            Pensar que o rei era uma autoridade constituída, segundo as classes dominantes, por Deus foi uma ousadia muito grande cometida pelo povo francês, imbuído, os lideres desta plebe, dos ideais do iluminismo e do liberalismo que a burguesia tanto apoiava: Liberdade, Fraternidade e Igualdade.



             Porém o final dessa história toda acontece dez anos depois em 1799 quando Napoleão dá o golpe do 18 Brumário e torna-se a grande liderança da França, imbuído do mais nobres ideais revolucionários burguês de levar o liberalismo para toda a Europa e se possível para a Rússia e para a África também.


TRÊS MAPAS DA EUROPA FEUDALIZADA



















Com a divisão do Reino Carolíngio iniciou-se um processo de feudalização, onde as terras eram repassadas aos ricos senhores feudais.











DA DESAGREGAÇÃO DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO ORIGINOU A DIVISÃO FEUDAL DA FRANÇA E POSTERIORMENTE O MESMO ACONTECE COM O SACRO IMPÉRIO ROMANO-GERMÂNICO









     Após o Império de Carlos Magno, a unidade do reino franco se desmantelou. De início com a divisão do Império entre os herdeiros de Carlos Magno: Luiz, Lotário e Carlos.


 Vejamos o que aconteceu através da sequencia de mapas:



EVOLUÇÃO DOS REINOS FRANCOS









Os francos foram um povo Bárbaro muito importante.




Dentre todos os povos germânicos que invadiram a Gália, foram os francos os que mais profunda influência exerceram no desenrolar-se dos acontecimentos subsequentes às invasões.

Com justeza os francos foram os principais beneficiários das migrações, os únicos cuja obra, prosseguida através de toda a Alta Idade Média, devia exercer uma influência profunda e durável sobre a História do Ocidente, legando à Europa dois importantes Impérios, o merovíngio fundado por Clóvis e o Carolíngio de Carlos Magno.


sábado, 2 de março de 2013

REINOS BÁRBAROS - MAPAS















Estes mapas demonstram os diversos reinos bárbaros que se formaram na Europa após a queda do Império Romano, sendo que o último demonstra o Império Carolíngio e o Bizantino.

MAPA DA EUROPA FEUDAL. OBSERVEM COMO AS FRONTEIRAS EUROPÉIAS MUDAM COM A PASSAGEM DO TEMPO!








Observemos os mapas a seguir e vamos procurar notar como acontecem as mudanças e as permanências na História. Esses mapas demonstram desde a queda do Império Romano como a Europa se transformou:


Este mapa demonstra o Império Romano sendo invadido pelos diversos povos bárbaros. Em 476 o Império Romano foi derrubado por ataques dos povos bárbaros, neste mapa é possível ver de onde surgiram esses povos e inclusive notar que os mesmos foram pressionados pelos Hunos a virem para a Europa.


Utilizei aqui os mapas do Atlas Histórico Mundial da Ediciones Stimo de Madrid de autoria de Hermann Kinder e Werner Hilgemann, 12.ª edição - 1985

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