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Globozo - O que a Globo teria a perder com a eleição de Jair Bolsonaro? Simplesmente: NADA! |
Embora o Iluminismo seja
estudado em história no 8.º ou 9.º ano, dependendo da grade curricular e do
planejamento de cada professor, é bom, em tempos de fake news, deixar bem claro
os conceitos, começaremos com o de Iluminismo:
"Iluminismo
– movimento que expressou, em última instância, a ascensão da burguesia e de
sua ideologia; representou a culminância de um processo que iniciou no
Renascimento (quando a razão foi usada para descobrir o mundo através do
racionalismo) e que no século XVIII adquiriu um aspecto essencialmente crítico,
quando os homens passaram a usar a razão para entenderem a si mesmos no
contexto da sociedade. Foi nos clubes, nos cafés e, sobretudo, nos salões
literários que esse espírito se generalizou. A filosofia iluminista voltou-se
para o estudo da natureza e da sociedade. O uso da razão era considerado
indispensável à compreensão dos fenômenos naturais e sociais. Segundo os
iluministas, até a crença devia ser racionalizada. Por isso, eram deístas,
i.e., acreditavam que Deus está presente na natureza e, como o homem faz parte
da natureza. Ele também se encontra presente no coração do próprio homem que
pode descobri-lo através da razão. A Igreja tornava-se, assim, uma instituição
dispensável – para encontrar Deus, bastava levar uma vida piedosa e cheia de
virtudes. A Igreja era criticada por sua intolerância, ambição política e pela
inutilidade das ordens monásticas. Diziam os iluministas que assim como há leis
que regulam os fenômenos da natureza, também as relações entre os homens são
reguladas por leis naturais. Consideravam o homens todos bons e iguais perante
a natureza e, que a desigualdade existente entre eles, era provocada pelos
próprios homens, i.e., pela sociedade. Para corrigir essa desigualdade achavam
que era preciso modificar a sociedade, dando a todos liberdade de expressão e
de culto, e proteção contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras".
(ARRUDA, 1990, pp. 117 – 116).
Século das Luzes
"A filosofia do século XVII inaugurara as principais
vertentes do pensamento moderno: de um lado, o racionalismo, que, partindo de
Descarte (1596 – 1650), pretendia reduzir todo o conhecimento científico a
ideias claras e distintas, sob a inspiração das matemáticas; de outro, o
empirismo inglês, que desde Francis Bacon (1561 – 1626), mostrava que todas as
ideias se originavam na experiência sensível, nada havendo no intelecto que
antes não houvesse existido nos sentidos. Apesar de divergirem quanto à origem
do conhecimento, essas duas correntes concordavam num ponto fundamental: a
verdade é obra do homem. Consequentemente, o critério de legitimidade dos
conhecimentos seria a evidência – inteligível ou sensível – e não a autoridade.
O desvendamento dos segredos da realidade estaria ao alcance das condições
humanas, naturais, de conhecimento: abolia-se o sentido de mistério que
envolvera a visão de mundo medieval e em seu lugar colocava-se a noção de
problema, como algo que poderia ser resolvido desde que para tanto se
dispusesse do instrumento metodológico adequado."(MONTESQUIEU, 1985 - pp. VII e VIII)
Um presidente do tempo do onça!
Infelizmente, para o Brasil e para os brasileiros, as eleições que levaram ao poder Jair Bolsonaro e sua panelinha de conservadores, reacionários e revisionistas, quando não simplesmente baba-ovos do poder, o nosso querido Brasil parece ter voltado para o período Ptolomaico, onde acreditava-se que a Terra era chata ou plana. Inclusive o ministro astronauta das ciências e tecnologia Marcos Pontes teve que afirmar aos bolsonaristas pelas redes sociais e jornais que a Terra era redonda ou Geoide (achatada nos polos).
"SÃO PAULO - O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações,
Marcos Pontes, compartilhou em uma rede social na noite desta terça-feira, 21/01/2020,
uma foto para "provar" que a Terra não é plana e, sim,
redonda.
"Para quem ainda acha que a Terra é plana, veja segunda foto.
kkk", publicou Pontes no Twitter ao compartilhar um post do Centro de Voos
Espaciais George C. Marshall, da Agência Espacial Americana, a Nasa.
Pontes ficou famoso em 2006, quando a bordo de um foguete russo se
tornou o primeiro astronauta brasileiro - e até hoje o único - a ir ao espaço.
Durante oito dias, ele ficou no laboratório espacial, onde realizou uma série
de experimentos para a Agência Espacial Brasileira (AEB)."
Os bolsonaristas devem estar se perguntando se o Ministro Pontes é um
agente da NASA/CIA/TRUMP ou um infiltrado do Kremlin, pseudo-comunista ateu? Talvez
um petista disfarçado, afinal ele foi o único astronauta brasileiro a ir ao
espaço, logo durante o governo Lula?
Site: Terra 23/01/2020
Porém entre várias barbaridades anticientíficas, como, por exemplo, escolher livros didáticos que afirmam categoricamente que os dinossauros foram extintos pelo dilúvio, tese que foi derrubada por geólogos e paleontólogos nos séculos XVIII e XIX, última bossalidade foi insurgir-se contra a ciência mundial, a OMS e seu próprio ministério da saúde, recomendando que as pessoas não tinham nada a temer com uma "gripezinha" e que pessoas que tinham sido atlético como ele, não tinham nada a temer. De forma constrangedora, porém diblando as recomendações das autoridades sanitárias teve que se retratar da sua "gripezinha", mas continuou tendo contato com seu fiel eleitorado em frente do Palácio da Alvorada, inclusive hostilizando a imprensa.
A GLOBO E O PRESIDENTE.
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Globozoleza e seus asseclas |
Os seguidores do presidente Bolsonaro costumam endemoniar a Rede Globo de Televisão e o Grupo Globa da miliardária família Marinho. Mostrar-se crítico ao presidente não significa que a Globo, prefira um futuro candidato de esquerda (se é que dá para chamar assim), essa instituição de informação cresceu e apoiou a ditadura militar. Talvez ela preferisse um candidato mais moderado, como FHC ou Aécio Neves, ou mesmo seu astro Luciano Huck, ou o governador Dória, porém Bolsonaro não causa perigo às instituições liberais (ditas "democráticas) e menos ainda às conservadoras.
Bolsonaro nunca estatizaria ou coletivizaria os meios de produção - das quais a Globo faz parte - disseminando ideologia das classes burguesas, por que não dizer em nível global, e incentivando o consumismo desenfreado e depois fazendo comerciais pedindo a defesa do meio-ambiente.
Bolsonaro nunca cassaria a concessão da Globo, que é uma concessão do Estado Brasileiro que é, teoricamente, o "dono do ar e das ondas das tvs".
O corajoso presidente Bolsonaro pode até não gostar da Globo, mas ele sabe que ela joga de acordo com o vento, quando o vento é mais conservador, ela é mais conservadora, quando o vento é mais liberal, ela é mais liberal, quando o vento é mais popular, ela é mais popular e quando o vento vem da esquerda, ela é contra, claro!
Resumindo em Poucas palavras, a Globo não teme Bolsonaro, e Bolsonaro vive a bater boca com a Globo. Por que? É simples, dá audiência, sejam panelaços contra ou a favor.
O medo real que causa pesadelos a ambos é a questão da má distribuição de riquezas, como diz os Paralamas, "num mundo tão desigual"!
Como dizia Nelson Rodrigues, era muito difícil enxergar o óbvio ululante, aquele que está pulando na sua frente e que muitos fingem não ver e chamarão essa simples análise de analise simplista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARRUDA,
José Jobson de A. História Moderna e Contemporânea. Editora Ática S.A.,
23.ª edição, 1990, São Paulo – SP.
GONÇALVES, Nelson. O Óbvio Ululante. Companhia das Letras, 4.ª reimpressão, São Paulo - SP, 1993
MONTESQUIEU, Charles-Louis de Secondat, Barão
de. Do Espírito das Leis. Introdução e notas Gonzague Truc; Tradução
Fernando Henrique
Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. Coleção Os Pensadores. Abril S/A Cultural, 3.ª edição, 1.985,
São Paulo – SP.