A título de prefácio:
Este artigo possui uma extensa e exaustiva quantidade de notas de referência no final do mesmo. Diferentemente daquelas notas que são, mais corretamente, utilizadas para referenciarem a bibliografia ou sites à respeito de determinado assunto, procurei privilegiar os fatos biográficos, históricos, geográficos, sociais e conceituais que aparecem no texto e que obrigavam ao leitor ir, de duas a uma, ignorar o fato ou parar a leitura e fazer uma pesquisa à respeito do termo desconhecido. Para evitar a segunda possibilidade, coloquei para o leitor um resumo à respeito do assunto. Resumo este que em data posterior irei abordar neste Blog, hiperlincando o mesmo em momento oportuno. Ao leitor mais interessado no assunto principal haverá, sempre, a possibilidade de ignorar as notas, optando, assim, por uma leitura mais rápida. Todos os itens de referência possuem a fonte que poderá ser acessada tanto na hora da leitura quanto posteriormente. (Blog do Maffei).
Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta, nos Estados Unidos em 15 de janeiro de 1929 e faleceu em Memphis em 4 de abril de 1968. Pastor batista e ativista político estado-unidense tornando-se uma das figuras mais proeminentes e líder do movimento dos direitos civis nos EUA de 1955 até seu assassinato em 1968. King Jr. é amplamente conhecido pela luta dos direitos políticos através da não violência[1] e da desobediência civil[2], inspirado por suas crenças cristãs e o ativismo não violento de Mahatma Gandhi[3].
Primeiros Anos e Educação
Nascimento e Mudança de Nome
Logo
depois de casar com Alberta o Sr. King se tornou pastor assistente da Igreja
Batista Ebenezer. Adam Daniel Williams morreu de um acidente vascular
encefálico na primavera de 1931. Naquele outono o Sr. King tomou o lugar de
pastor da igreja, que graças ao seu ministério aumentou sua audiência de
seiscentas para alguns milhares de pessoas. Em 1934, a igreja o mandou para uma
viagem multimilionária pela Itália, Tunísia, Israel e finalmente Alemanha para
o encontro da Baptist World Alliance (BWA)[12]. O tour terminou com a
visita a lugares de Berlim associados ao líder da Reforma Protestante Martinho
Lutero[13]. Enquanto esteve lá,
Sr. Michael King testemunhou a ascensão do Nazismo. Em reação a isto, a BWA
declarou: “Esse congresso lamenta e condena as violações da lei de Deus, o Pai
Celestial, toda a antipatia racial, e toda forma de opressão ou discriminação
injusta contra judeus, pessoas de cor, ou contra questões de raça em qualquer
parte do mundo. Ele retornou para casa em agosto de 1934, e no mesmo ano
começou a chamar a si mesmo de Sr. Martin Luther King, e seu filho de Martin
Luther King Jr. A certidão de nascimento de King foi alterada para esse nome em
23 de julho de 1957, quando ele tinha 28 anos de idade.
Infância
Na sua casa de infância, King Jr. e
seus irmãos conseguiram ler a Bíblia em voz alta como haviam sido instruídos
por seus pais. Após os jantares, a avó de King Jr., Jannie, a qual ele
carinhosamente chamava de “Mama”, adorava contar histórias bíblicas para seus
netos. O pai de King Jr. regularmente usava o chicote para disciplinar seus
filhos. Quando isso acontecia, Sr. King também mandava as crianças chicotearem
umas as outras. O pai de King Jr. depois lembraria:
“(King) era a criança mais peculiar para se chicotear independente quando isso acontecia. Ele ficava parado, as lágrimas escorriam, mas não chorava”. Uma vez quando King testemunhou seu irmão A.D. irritado com sua irmã Christine, ele pegou um telefone e nocauteou A.D. com o objeto. Quando ele e seu irmão estavam brincando na casa deles, A.D. deslizou de um balaústre e atingiu sua avó Jannie, fazendo-a cair sem resposta. King acreditou que ela estava morta, culpou a si mesmo e tentou suicídio pulando do segundo andar. Sabendo que sua avó estava viva, King levantou e deixou o chão onde tinha caído”.
MLK Sênior, MLK Jr. e MLK III |
Em 18 de maio de 1941, quando King Jr. fugiu de seus estudos em casa para assistir um desfile, ele foi informado que algo tinha acontecido com sua avó materna. Ao retornar para casa, King Jr. soube que ela sofreu um ataque do coração e morreu enquanto estava sendo levada para o hospital. King Jr. sofreu muito com a morte, e acreditou que sua fuga para ver o desfile talvez tenha sido responsável por Deus levar a vida dela. Novamente ele pulou do segundo andar de sua casa, e mais uma vez sobreviveu a tentativa de se matar. Seu pai lhe falou que não deveria se culpar pela morte de sua avó, e que ela tinha sido chamada para a casa de Deus como parte de um plano divino o qual não poderia ser mudado. King Jr. lutou com a ideia, e não acreditava totalmente que seus pais sabiam onde sua avó tinha ido. Logo após o episódio, o pai de King Jr. decidiu mudar a família para uma casa de tijolos de dois andares em uma colina que dava a visão para o centro de Atlanta.
Adolescência
Booker T. Washington |
King Jr. inicialmente ficou cético sobre muitas alegações do cristianismo. Com treze anos, ele negou a ressurreição física de Jesus durante a escola dominical. Nesse estágio, ele disse: “as dúvidas começaram a brotar implacavelmente”. Ele constantemente entrava em situações em que não era capaz de identificar com a emoção que as pessoas tinham pela igreja, e começou a se preocupar se teria para sempre ou não atração pessoal pela religião.
Morehouse College[16]
Vida Acadêmica Religiosa
Luther
King Jr. ingressou no Crozer Theological Seminary[18] em Chester,
Pensilvânia. Michael King deu suporte a sua decisão em continuar a educação e
fez arranjos para King Jr. trabalhar com J. Pius Barbour[19], um amigo da família que
era pastor na Calvary Baptist Church[20] em Chester. Luther King
se tornou conhecido como um dos “Filhos do Calvário”, uma honra compartilhada
com William Augustus Jones Jr.[21] e Samuel D. Proctor[22], os quais ambos se
tornaram pregadores bem conhecidos nessa igreja.
Walter Rauschenbusch |
Enquanto estudava em Crozer, King Jr. juntou-se a Walter McCall[23], um ex-colega da Morehouse. Em Crozer, King Jr. foi eleito presidente do corpo de estudantes. Os estudantes afro-americanos de Crozer conduziam a maior parte de suas ações sociais na rua Edwards. King Jr. gostava de ficar na rua porque um colega de classe tinha uma tia que preparava couves para eles enquanto estavam lá, que ambos apreciavam. Em uma ocasião King Jr. reprovou outro estudante por ter cerveja no quarto dele, dizendo que ambos compartilhavam a responsabilidade como afro-americanos de suportar “os deveres da raça negra”. Por um tempo, ele ficou interessado pelo “Evangelho Social” de Walter Rauschenbusch[24]. No seu terceiro ano em Crozer, King Jr. teve um relacionamento amoroso com uma mulher branca filha de um imigrante alemão que trabalhava como cozinheira em uma cafeteria. A mulher esteve comprometida com um professor antes do relacionamento com King Jr. Ele planejou casar com ela, mas seus amigos aconselharam contra a decisão, dizendo que um casamento inter-racial poderia provocar atritos tanto em negros como brancos, e potencialmente atingir suas chances de ser um pastor em uma igreja do sul. Com ressentimentos King Jr. disse a um amigo que ele não poderia imaginar a dor de sua mãe se o casamento ocorresse e terminou o relacionamento seis meses depois. Ele continuou a ter sentimentos persistentes pela mulher; um amigo chegou a falar: “ele nunca se recuperou”. King Jr. se graduou como um bacharel em divindade em 1951.
Universidade de Boston
King
Jr. começou seu doutorado em Teologia Sistemática na Universidade de Boston.
Com 25 anos de idade em 1954, King Jr. foi consignado como pastor da Dexter
Avenue Baptist Church em Montgomery, Alabama. King Jr. recebeu seu PhD em 5 de
junho de 1955, com uma dissertação (inicialmente supervisionada por Edgar Sheffield
Brightman[25] e, com a morte deste, por Lotan Harold DeWolf[26]) intitulada: “Uma
Comparação dos Conceitos de Deus nos pensamentos de Paul Tillich[27] e Henry Nelson Wieman[28]”.
Um inquérito acadêmico de outubro de 1991 concluiu que partes do doutorado de King Jr. foram plagiadas e ele agiu de maneira inapropriada a respeito. Entretanto, “apesar desse achado, o comitê da universidade diz que ‘ninguém pensa em revogar o doutorado do Dr. King, uma decisão que o comitê diz não ter nenhum propósito’”. O veredicto do comitê é de que a dissertação ainda é “inteligente e contribui para a academia”. Uma carta está agora anexada à cópia da dissertação de King Jr. na biblioteca da Universidade de Boston, citando várias passagens que foram feitas sem citação apropriada e apontando as fontes. Há ainda debates significativos interpretando o “plágio” de King Jr.
Casamento e Família
Boicote aos Ônibus de Montgomery
Conferência da Liderança Cristã do Sul
Ella Baker |
Izola Curry |
Martin Luther King Jr. acreditava
que protestos organizados e não violentos contra a segregação no sul,
sustentado pelas leis Jim Crow, poderiam ter uma cobertura considerável da
mídia na luta dos negros por igualdade e direito a voto. Os jornais e televisão
cobriam diariamente a depravação e indignidades sofridas pelos negros do sul, e
a segregação violenta e o assédio dos ativistas dos direitos civis produziram
um grande ideal favorável da opinião pública pelos negros a qual convenceu a
maioria dos estado-unidenses que os movimentos dos direitos civis era a questão
mais importante dos EUA no início da década de 1960.
O Movimento de Albany foi uma coalizão formada em Albany, Geórgia, em novembro de 1961, onde em dezembro, Martin Luther King Jr. e a SCLC envolveram-se no mesmo. Este movimento mobilizou milhares de cidadãos em uma frente ampla de não violência contra qualquer aspecto da segregação na cidade e atraiu atenção nacional. Quando King Jr. visitou o lugar pela primeira vez em 15 de dezembro de 1961, ele “planejou ficar um dia ou mais e retornar para casa depois de conselhos aos envolvidos”. No dia seguinte ele foi arrastado em um protesto de massa pacífico, e ele recusou deixar o lugar até que a cidade fizesse concessões. Segundo Martin Luther King Jr.: “o acordo foi desonrado e violado pelo lugar” após ele ter deixado Albany.
Campanha de Birmingham (1963)
Wyatt Tee Walker |
James Bevel |
Ku Klux Klan |
“Eu
quase atingi a deplorável conclusão que o grande tropeço no passo rumo à
liberdade não são os cidadãos brancos ou a Ku Klux Klan[66], mas os brancos
moderados, que são mais devotos a ‘dar ordens’ que seguir a justiça; que
preferem uma paz negativa a qual é a ausência de luta do que uma paz positiva
que é a presença da justiça; que constantemente dizem: ‘nós concordamos com o
objetivo a qual procura, mas não podemos concordar com seus métodos de ação
direta’; que paternalisticamente acreditam que podem interferir na agenda de
liberdade de outro homem; que vivem em um conceito mítico de tempo e
constantemente aconselham o negro a esperar uma “estação mais conveniente”.
(Martin Luther King Jr.).
Eugene “Bull” Connor |
King Jr. foi detido e preso no
início da campanha – sua décima terceira prisão de vinte e nove no total. De
sua cela, ele compôs a famosa “Carta da Cadeia de Birmingham”, a qual respondia
a outra carta de oito clérigos brancos locais que defendiam usar medidas legais
na luta pela mudança social ao invés de protestos. King Jr. argumentou que a
crise sobre o racismo era bastante urgente, e o sistema demasiadamente
entrincheirado: “Nós sabemos através de experiências dolorosas que a liberdade
nunca é voluntariamente dada pelo opressor; precisa ser exigida pelo oprimido”.
Ele apontou que a Festa do Chá de Boston[68], um ato de rebelião
celebrado nas ex-colônias dos EUA, foi um ato de desobediência civil, e que,
inversamente, “tudo que Adolf Hitler fez era legal”.
Nova Iorque (1964)
Marcha sobre Washington
Martin Luther King Jr.,
representando a SCLC, estava entre os líderes do grupo chamado “The Big Six”,
sendo essas as organizações de luta civil que instrumentaram a organização da
Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, a qual ocorreu em 28 de
agosto de 1963. Os outros
líderes do “The Big Six” eram Roy Wilkins[72] da National Association for the Advancement of Colored People[73];
Whitney Young[74],
National Urban League[75];
Asa Philip Randolph[76],
Broterhood of Sleeping Car Porters[77];
John Lewis[78],
do Student Nonviolent Coordinating Committee (SNCC); e James L. Farmer Jr.[79] da Congress of Racial Equality[80].
“Eu
digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de
hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no
sonho americano.
“Eu
tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro
significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras
para todos, que os homens são criados iguais.
“Eu
tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos
descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos
poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
“Eu
tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que
transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e justiça.
“Eu tenho
um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde
elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.
“Eu tenho
um sonho hoje!
“Eu tenho
um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas, malignos, com seu
governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação: neste
justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com
os meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.
“Eu tenho
um sonho hoje!” (Martin Luther King Jr.)
“Eu Tenho um Sonho” é considerado um
dos discursos mais refinados na história da oratória dos Estados Unidos. A
marcha, e especialmente a fala de King Jr., ajudou a colocar os direitos civis
no topo da prioridade dos reformadores dos EUA e facilitou a implantação da Lei
dos Direitos Civis de 1964.
Selma e o “Domingo Sangrento” (1965)
Chicago Freedom Movement (1966)
Posicionamento contra a Guerra do Vietnã
“O
governo dos Estados Unidos é o maior perpetuador de violência no mundo hoje”.
(Martin Luther King Jr.).
“Nós
devemos reconhecer que não podemos resolver nossos problemas agora até ocorrer
uma distribuição radical do poder político e econômico... isto significa uma
revolução de valores e outras coisas. Nós devemos ver agora que as maldades do
racismo, a exploração econômica e o militarismo estão todos conectados... você
realmente não pode se livrar de um sem se livrar dos outros... toda a estrutura
da vida dos estado-unidenses deve ser mudada. O nosso país é uma nação
hipócrita e (nós) devemos botar (nossa) própria casa em ordem”. (Martin Luther
King Jr.).
“Uma verdadeira revolução de valores logo será vista como difícil no gritante contraste entre a pobreza e a riqueza. Com a indignação certa, será observada através dos oceanos e vamos ver os indivíduos capitalistas da civilização ocidental investindo grandes quantidades de dinheiro na ‘Ásia, África e América do Sul’, apenas para ter lucro sem qualquer preocupação com o bem social, e diremos: ‘Isso não é Justo”.
A posição de King Jr. sobre o Vietnã encorajou Allard K. Lowenstein[105], William Sloane Coffin[106] e Norman Thomas[107], com o apoio dos democratas antiguerra, a tentarem persuadir King Jr. a se eleger contra o presidente Johnson na eleição presidencial de 1968. King Jr. agradeceu mas decidiu pôr fim recusar a proposta sob a justificativa que ele se sentia desconfortável com a política e considerava a si mesmo melhor colocado por seu papel de ativista.
“Não tenho urgência em juntar os movimentos dos direitos civis com os de paz. Há pessoas que vêm a moral imperativa da igualdade, mas não conseguem ver a moral imperativa de uma irmandade global. Eu gostaria de ver o mesmo fervor do movimento dos direitos civis impregnado também na luta pela paz para dar um ânimo neste movimento com grande energia. E eu acredito que todo o mundo tem o dever em estar tanto no movimento dos direitos civis quanto no de paz. Mas para aqueles que escolherem apenas um, eu tenho esperança que eles finalmente irão ver a raiz comum dos dois”.
“Nós precisamos deixar claro nesse ano político, para os congressistas de ambos os lados e para o presidente dos Estados Unidos, que não iremos tolerar, não iremos mais votar em homens que continuam a ver as mortes de vietnamitas e estado-unidenses como a melhor forma de atingir os objetivos de liberdade e autodeterminação no sul da Ásia”.
Correspondência com Thích Nhât Hanh[112]
Campanha dos Pobres (1968)
Após a Morte de Martin Luther King Jr.
O Assassinato de Martin Luther King Jr. e suas
Consequências
“E então cheguei a Memphis. E alguns começaram a falar sobre as ameaças ou falar sobre as ameaças externas. O que aconteceria comigo diante do perigo de alguns brancos doentes mentalmente? Bem, eu não sei o que acontecerá agora. Nós tivemos alguns dias difíceis pela frente. Mas não me importo com isso agora. Porque eu estive no topo da montanha. E eu não dou a mínima. Como qualquer um, eu gostaria de viver uma vida longa. A longevidade tem seu lugar. Mas eu não estou preocupado com isto agora. Eu quero apenas fazer o desejo de Deus. E ele permitiu-me ir ao topo da montanha. E olhei ao redor. E avistei a terra prometida. Talvez eu não fique com você lá. Mas eu quero que vocês saibam esta noite, que nós, como povo, chegaremos a terra prometida. Então estou feliz esta noite. Não estou preocupado por nenhuma coisa. Não temo nenhum homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor”.
Walter Bailey em frente ao seu Lorraine Motel |
James Earl Ray |
Consequências do Assassinato de Martin Luther King
Jr.
Hubert Humphrey - vice-presidente dos EUA presta condolências à viúva Coretta King em nome de Johnson |
A grande amiga de King Jr., Mahalia
Jackson, canto seu hino favorito “Take My Hand, Precious Lord” (“Pegue Minha
Mão, Precioso Senhor”) no funeral.
Alegações de Conspiração
James Earl Ray |
Vigilância e Coerção do Governo
Vigilância e Escutas Telefônicas do FBI
Vigilância da NSA
Alegações de Comunismo
Jack O’Dell |
Apesar de toda a intensa vigilância feita
a respeito, em 1976 o FBI reconheceu que não obteve qualquer evidência que o
próprio King Jr. ou a SCLC estavam envolvidos com quaisquer organizações
comunistas.
Jack O’Dell, Director of Voter Registration for the Southern Christian Leadership Conference (SCLC), May 1962. Jack is seen with the striped tie seated next to Dr. King. |
Vigilância da CIA
Adultério
Abernathy criticou mídia por ser sensacionalista em relação ao que ele escreveu sobre os casos de King Jr., como a alegação que ele teria admitido em seu livro que King Jr. teve um caso sexual na noite anterior ao seu assassinato. Em suas palavras originais, Abernathy disse que ele viu King Jr. saindo do seu quarto com uma mulher quando ele acordou no outro dia e depois diria que “King talvez estivesse tentando convencer ela para que a mulher se juntasse no movimento civil, eu não sei”.
“Os cidadãos da América, as organizações religiosas que têm ajudado – Protestantes, Católicos e os Judeus, vão saber que você é uma pessoa maligna. E assim será também com aqueles que têm o apoiado. Você já era. King, só lhe resta uma opção. Você sabe qual é. Você tem apenas 34 dias para fazer isso (este número foi exatamente escolhido por uma razão específica, e tem um significado prático). Você já era. Existe apenas uma forma de saída para você. É melhor você tomá-la antes que seu ‘eu’ sujo e fraudulento seja exposto à nação”.
Clayborne Carson biográfo de MLK e Coretta King |
Prêmios e Reconhecimentos
“Há três grande e urgentes problemas que temos que enfrentar não apenas nos Estados Unidos mas em todo mundo nos dias de hoje. São os problemas do racismo, da pobreza e da guerra”.
Em 1968, Coretta Scott King fundou a Martin Luther King Jr. Center for Nonviolent Social.
“Martin Luther King Jr. foi o porta voz de sua geração. Ele viu-se diante da grande parede da segregação e percebeu que o poder do amor poderia levar a sua queda. Da luta e exaustão para cumprir as promessas de nossos pais fundadores ajudando os cidadãos mais humildes, ele fez sua declaração eloqüente sobre seu sonho para os EUA. Ele fez nossa nação mais forte porque ele a tornou melhor. Seu sonho ainda nos sustenta”.
Martin Luther King Jr. foi considerado a segunda pessoa mais admirada do século XX pela lista Gallup[157]. Em 1923, ele foi nomeado pela revista Time como a pessoa do ano e, em 2000, ele ficou em sexto lugar como “Pessoa do Século” em uma votação pela mesma revista. King Jr. ficou em terceiro lugar como o maior cidadão da história dos EUA em um concurso feito pelo Discovery Channel e o AOL[158].
Nota de Cinco Dólares
[i] Não Violência – O conceito
de não violência está ligado às estratégias de desobediência civil como forma
de luta contra leis consideradas ofensivas e humilhantes. O princípio básico é
o reforço da noção de cidadania através do direito dos cidadãos de rejeitar
leis injustas sem que seja adotada a utilização da violência. Essa forma de
resistência pacífica aparece no texto de Henry Thoreau (Estados Unidos) com
título de “Desobediência Civil”, onde o autor afirma a ideia de que para se
fazer oposição a um governo com o qual não se concordava a população poderia
utilizar a estratégia de desobedecer às leis ao invés de fazer uso da violência
física. Uma forma de não apoiar o governo seria, por exemplo, o não pagamento
de impostos. A estratégia da não violência como método de luta ficou conhecida
principalmente a partir da resistência pacífica utilizada por Mahatma Gandhi na
luta pela independência da Índia. Desde o início do século XVIII, a Índia era
uma das colônias mais importantes do Império Britânico, principalmente por
causa do grande fluxo comercial favorecido pelo vasto mercado consumidor do
país. No final do século XIX inicia-se o movimento para tornar a Índia livre do
domínio inglês. Há porém, problemas internos importantes que dificultavam esse
processo de independência. Um deles é a questão da divisão religiosa entre os adeptos
do hinduísmo (e seu sistema rígido de castas estratificadas) e os muçulmanos
(que não toleravam a prática politeísta hindu). Nesse contexto ganha
notoriedade Mohandas Karamchand Gandhi, um indiano que estudou direito na
Inglaterra tendo tido influência de vários pensadores, inclusive Thoreau e sua
recusa aos meios violentos como forma de luta. Liderando a população contra o
sistema de domínio inglês, Gandhi estimulava a não cooperação com os
colonizadores a partir da organização de greves, recusa ao pagamento de
impostos e também o boicote aos produtos ingleses (preferindo, por exemplo, a
compra de tecidos das tecelagens locais no lugar dos tecidos das fábricas
inglesas). Dessa forma não se respondia à violência das leis injustas do Estado
com violência e sim não acatando aos governos, suas leis e imposições e
boicotando a produção inglesa. A estratégia da luta sem violência também foi
usada por Martin Luther King Jr. ao não obedecer a legislação segregacionista
do sul dos Estados Unidos, não acatando as leis racistas vigentes. O objetivo
dessa reação pacífica não era, portanto, o rompimento com a ordem jurídica e
institucional estabelecida, mas sim uma luta contra leis consideradas injustas
e prejudiciais àquela parcela da sociedade. O fato de não utiliza violência
como forma de luta não significa que esses movimentos não sofreram repressão
das autoridade. Pelo contrário, seus líderes foram perseguidos, presos e
reprimidos. Uma das maiores mobilizações pacíficas ficou conhecida como “Marcha do Sal”, que foi uma caminhada de
aproximadamente 500 quilômetros liderada por Gandhi em direção ao mar com o
objetivo de produzir o próprio sal para contestar o monopólio inglês sobre o
produto. A reação britânica foi a prisão de Gandhi e de pessoas que apoiaram a marcha.
É importante destacar que não resistir a repressão também faz parte das
estratégias de desobediência, pois é uma espécie de desmoralização do governo e
de seu sistema repressivo. Os métodos pacifistas continuam orientando a prática
de diversas organizações, muitas delas em defesa da ecologia. Para que as
exigências de seus direitos sejam cumpridas, é muito importante que a opinião
pública esteja convencida de que a luta é justa e manifeste apoio. Fonte:
POUBEL, Mayra. Site Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/nao-violencia/. Acesso
em 26 de dez. 2021.
[ii] Desobediência Civil – O
conceito de Desobediência Civil é proveniente do ensaio escrito por Henry
Thoreau em 1849. Inicialmente, seu texto foi intitulado de “Resistência ao
Governo Civil” traçando as linhas principais de sua ideia de auto-aprovação. O
ensaio de Thoreau dizia que não seria preciso lutar fisicamente contra um
governo ou sistema político caracterizado pelo autoritarismo ou pela opressão,
seria suficiente e efetivo que a população não apoiasse o sistema e que também
não permitisse que o governo apoiasse os movimentos populacionais. O ensaio de
Henry David Thoreau serviu para formular o conceito de Desobediência Civil e
influenciou muitas pessoas que compartilharam da ideia. Embora outros
intelectuais já tivessem tocado em assunto semelhante muito antes de Henry
Thoreau, desde Sófocles na Grécia Antiga até Immanuel Kant, foi ele que recebeu
a fama pela formulação do conceito. Isso porque Henry Thoreau foi o primeiro a
efetivamente tratar das condutas de desobediência a um governo estabelecido, o
que não era foco no pensamento de teóricos anteriores. A leitura da
Desobediência Civil de Henry Thoreau influenciou muitos movimentos no mundo. O
conceito apresentado pelo autor inglês serviu de tática na luta de colônias
africanas e asiáticas em busca de liberdade. Na Ásia, o caso mais emblemático
de prática das formulações de Thoreau se deu com as ações lideradas por Mahatma
Gandhi, que mobilizou a população da Índia para libertar seu país da exploração
inglesa. Mais tarde, Martin Luther King Jr. vai adotar as proposições do
conceito de Desobediência Civil para liderar os negros estado-unidenses em uma
campanha por direitos civis, uma vez que, embora a escravidão já tivesse sido
abolida no país há muitos anos, os negros sofriam com condições inferiorizadas
impostas pela sociedade branca dos Estados Unidos. Juridicamente, hoje, a
Desobediência Civil é considerada uma forma de expressão do Direito de
Resistência que possui cunho jurídico, mas não precisa de leis para garantia. A
Desobediência Civil está no mesmo patamar jurídico do Direito de Greve e do
Direito de Revolução, o qual se refere ao direito do povo de resguardar sua
soberania quando é ofendida. Fonte: GASPARETTO JÚNIOR, Antônio. Site
Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com/sociedade/desobediencia-civil/. Acesso em 26 de dez. 2021.
[iii] Mahatma Gandhi – Nascido em 2 de outubro de 1869, em Porbandar, na parte ocidental da Índia, filho de Karamchand Gandhi, ministro-chefe de Porbandar, e sua esposa Putlibai, uma devota hindu. Aos 18 anos, Gandhi começou a se formar como advogado na Inglaterra. Depois de se formar como advogado, ele voltou para a Índia em 1891, ma não conseguiu encontrar um trabalho bem pago. Em 1893, ele aceitou um contrato de um ano para fazer trabalho jurídico para uma empresa indiana na África do Sula, mas permaneceu lá por 21 anos. Foi na África do Sul que Gandhi foi exposto pela primeira vez ao preconceito racial oficial e onde desenvolveu sua filosofia de ação direta não violenta, organizando a comunidade hindu local para se opor às ideias raciais e à repressão socioeconômica. Gandhi retornou à Índia em 1914. Em 1919, as autoridades britânicas emitiram os Rowlatt Acts, políticas que permitiam o encarceramento sem julgamento de hindus suspeitos de sedição. Em resposta, Gandhi convocou um dia nacional de jejum, reuniões e suspensão do trabalho em 6 de abril de 1919, como um ato de satyagraha (literalmente, força da verdade ou força do amor), uma forma de resistência não violenta. Ele suspendeu a campanha de resistência não violenta alguns dia depois porque os manifestantes responderam violentamente à polícia. Nos anos seguintes, Gandhi reformulou o Congresso Nacional Indiano existente em um movimento de massa promovendo o autogoverno indiano por meio de um boicote a bens e instituições britânicas, levando à prisão de milhares de satygrahis. Em março de 1922, Gandhi foi preso e cumpriu dois anos de prisão por sedição. Gandhi retomou a liderança do Partido do Congresso Nacional Indiano no final de 1928. Na primavera de 1930, Gandhi e 80 voluntários começaram uma marcha de 320 quilômetros até o mar, onde produziram sal da água do mar para desafiar as Leis Britânicas do Sal, que garantiram que o governo colonial britânico recuperasse um antigo imposto com a venda de sal. Mais de 60.000 hindus acabaram se sujeitando à prisão por fazer sal. Após um ano de luta, Gandhi negociou uma trégua com o representante do governo britânico, Lord Irwin, e encerrou a campanha de desobediência civil. No final de 1931, o sucessor de Irwin retomou a repressão política. Gandhi reviveu o movimento satyagraha e logo foi preso pelo governo britânico. Enquanto estava na prisão, Gandhi jejuou para protestar contra a política de eleitorados separados para os “intocáveis” (párias), a casta mais baixa da Índia, dentro da nova constituição indiana. O ato atraiu a atenção do público e resultou em uma resolução histórica de 1947 tornando ilegal a prática de discriminação contra os intocáveis. Em agosto de 1947, a Grã-Bretanha transferiu o poder de governo para uma Índia dividida, criando os dois estados independentes da Índia e do Paquistão. Apesar dos apelos de Gandhi, a divisão foi acompanhada por violência e tumultos. Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado enquanto participava de uma reunião de oração em Delhi. Gandhi e sua filosofia eram de interesse especial para a comunidade afro-americana progressista. Referindo-se à luta pela liberdade dos afro-americanos, Gandhi chamou a prática da segregação de “uma negação da civilização” (Carta de Gandhi). Howard Thurman encontrou-se com Gandhi em 1935, Benjamin Mays em 1936 e William Stuart Nelson em 1946. Os colegas de Martin Luther King Jr., Bayard Rustin, James Lawson e Mordecai Johnson, também visitaram a Índia. Após a morte, Mohandas Karamchand Gandhi foi saudado pelo London Times como “a figura mais influente que a Índia produziu por gerações”. Gandhi protestou contra o racismo na África do Sul e o domínio colonial na Índia usando a resistência não violenta. Um testamento do poder revolucionário da não violência, a abordagem de Gandhi influenciou diretamente Martin Luther King Jr., que argumentou que a filosofia de Gandhi era “o único método moral e praticamente correto aberto às pessoas oprimidas em sua luta pela liberdade”. King Jr. encontrou as ideias de Gandhi pela primeira vez durante seus estudos no Crozer Thelogical Seminary. Em uma palestra preparada para a alua de George Davis, “Teologia Cristão para Hoje”, King Jr. incluiu Gandhi entre “pessoas que revelam grandemente a operação do Espírito de Deus”. Em 1950, King Jr. ouviu Mordecai Johnson, presidente da Howard University, falar sobre sua recente viagem à Índia e as técnicas de resistência não violenta de Gandhi. King situou as ideias de Gandhi de ação direta não violenta na estrutura mais ampla do Cristianismo, declarando que “Cristo nos mostrou o caminho e Gandhi na Índia mostrou que poderia funcionar”. Mais tarde, ele comentou que considerava Gandhi “o maior cristão do mundo moderno”. A filosofia de Gandhi influenciou diretamente Martin Luther King Jr., que primeiro empregou estratégias de ação direta não violenta no boicote aos ônibus de Montgomery de 1955 a 1956. Em 1959, King Jr viajou para a Índia com sua esposa, Coretta Scott King, e Lawrence D. Reddick em uma visita copatrocinada pelo American Friends Service Committee (AFSC) e Gandhi Smarak Nidhi (Gandhi Memorial Fund). King Jr. se encontrou com a família de Gandhi, bem como com ativistas e oficiais indianos, incluindo o primeiro-ministro Jawaharlal Nehru, durante a viagem de cinco semanas. Em seu sermão do Domingos de Ramos de 1959, King pregou sobre o significado da Marcha do Sal de Gandhi em 1928 e seu jejum para acabar com a discriminação contra os “intocáveis” da Índia. King Jr. finalmente acreditava que a abordagem de Gandhi de resistência não violenta “traria uma solução para o problema racial na América”. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em:https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/gandhi-mohandas-k. Acesso em 26 de dez. 2021.
[v] Alberta Williams King – Foi a mãe
de Martin Luther King Jr., nasceu em Atlanta em 1903, era a única filha sobrevivente
de Jennie Celeste Williams e Adam Daniel Williams, pastor da Igreja Batista
Ebenezer de Atlanta. King Jr. frequentemente falava da influência positiva que
sua mãe tinha em seu desenvolvimento moral, considerando-a “a melhor mãe do
mundo”. Em uma peça escreveu quando era estudante no Seminário Teológico
Crozer, ele descreveu sua mãe como estando “nos bastidores, expondo cuidados
maternais, cuja falta deixa um elo que faltava na vida”. Alberta Williams
cursou o ensino médio no Spelman Seminary e se matriculou no Hampton Normal and
Industrial Institute, onde obteve seu certificado de professora. Antes de ir
para Hampton, Alberta Williams conheceu um jovem ministro chamado Michael King.
Pouco depois de terminar a escola, Alberta e Michael King anunciaram seu
noivado durante os cultos de domingo na Igreja Batista Ebenezer. Como o
conselho escolar local não permitia mulheres casadas na sala de aula, Alberta
Williams ensinou apenas um pouco antes de seu casamento no Dia de Ação de
Graças de 1926. Depois do casamento, os noivos se mudaram para um quanto no
andar de cima da casa dos Williams na Auburn Avenue, onde King Jr. e seus dois
irmãos, Willie Christine e Alfred Daniel, nasceram. Após a morte do velho A.D.
Williams, pai de Alberta, Michael King sucedeu o sogro como pastor de Ebenezer
e começou a usar o nome de Martin Luther King. Alberta Williams King seguiu os
passos da sua mãe como uma presença poderosa nos assuntos da Ebenezer. Ela
fundou o coral Ebenezer e foi organista de 1932 a 1972. Ela continuou seus
estudos no Morris Brown College, recebendo um BA em 1938. Ela também foi
organicista para o Auxiliar de Mulheres da Convenção Batista Nacional de 1950 a
1962, e foi ativa na NAACP, a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de
Cor e a Liga Internacional das Mulheres pela Paz e Liberdade. Como mãe, Alberta
trabalhou diligentemente para incutir um senso de respeito próprio em seus três
filhos. King Jr. lembrou-se de sua infância como um tempo de harmonia, passada
“em uma situação familiar muito agradável”, com pais que “sempre viveram juntos
muito intimamente”. King Jr, manteve um relacionamento próximo com sua mãe ao
longo de sua vida. Escrevendo para ela da fazenda de tabaco de Connecticut,
onde trabalhou durante o verão quando era estudante do ensino médio, ele pediu:
“Querida mamãe, quero que me mande alguns frangos fritos e pãezinhos”. Quatro
anos depois, como aluno do primeiro ano em Crozer, ele escreveu para sua mãe:
“Conheci uma bela garota em Philadelphia
que ficou louca por causa do velho”. Apesar de sua natureza
extrovertida, obrigou-se evitar publicidade que acompanhou o renome
internacional do seu filho, permanecendo uma constante fonte de força para a
família King, especialmente após o assassinato de King Jr. Em 1974, enquanto
tocava órgão durante o culto de domingo em Ebenezer, Alberta Williams King foi
baleada por Marcus Chenault, um homem de 21 anos de Ohio que afirmou: “Todos os
cristãos são meus inimigos”. Alberta Williams King morreu mais tarde naquele
dia, aos 70 anos.Fonte: Stanford.The Martin
Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em:https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/king-alberta-williams.Acesso em
25 de dez. 2021.
[vi] Christine King Farris (Willie) –Nascida em
11 de setembro de 1927 em Atlanta, Geórgia, EUA, Christine foi a primeira filha
de Martin Luther King Sênior e Alberta Williams King . Seu irmão Martin nasceu
em 1929, e seu irmão mais novo, Alfred Daniel King, em 1930. Os três irmãos
passaram seus primeiros anos na casa de seus avós, A. D. Williams, que morreu
em 1931, e Jennie Celeste Williams, que morreu uma década depois. Em um artigo
de 1986 na revista Ebony, Christine contou que Martin “teve sua cota de problemas
de infância” e encontrava qualquer desculpa imaginável para deixar de completar
as tarefas domésticas. A decisão de Christine de dar um passo à frente durante
uma reunião de avivamento da igreja foi o estímulo para um momento decisivo na
vida religiosa de seu irmão mais novo. “Minha irmã foi a primeira a se unir à
igreja naquela manhã”, escreveu Martin Luther King Jr. mais tarde, “e depois de
vê-la ingressar, decidi que não a deixaria ficar à frente de mim, então fui o
próximo”. Mais tarde, Christine King Farris atribuiu seu amor pela leitura às
horas que sua tia, Ida Worthem, passava lendo para ela e seus irmãos. Isso
“lançou as bases” para seu futuro como professora de leitura. Ela recebeu seu
bacharelado em economia pelo Spelman College em 1948, no mesmo dia que King
recebeu seu bacharelado em sociologia pelo Morehouse College. Ela então
participou da Universidade de Colúmbia
para receber o grau de mestre em fundamentos sociais da educação (1950) e de
mestre em educação especial (1958). Ela planejava lecionar, mas suas inscrições
iniciais no Conselho de Educação de Atlanta foram repetidamente negadas. Seu
pai lembrou-a eu ela era qualificada, mas o conselho estava furioso porque ele
(King Sênior) havia lutado por 11 anos para igualar os salários dos
professores, “forçando os professores brancos a viver com os mesmos salários
que os professores negros”. Depois que King Sênior, chamou o prefeito para
intervir Christine foi recebida em seu primeiro cargo de professora na W. H.
Crogman Elementary School. Ela tornou-se professora associada de educação no
Spelman College, seguido de uma nomeação como professora adjunta no Morehouse
College e na Universidade de Atlanta. Christine se casou com Isaac Newton
Farris em 19 de agosto de 1960, e tiveram dois filhos – Isaac Newton Farris Jr.
e Angela Christine Farris. Além de focar na família e na carreira, Christine
Farris foi, por muitos anos, vice-presidente e tesoureira do King Center.
Christine Farris atua há vários anos na internacional Reading Association e em
várias igrejas e organizações cívicas, incluindo a National Association for the
Advancement of Black People e a Southern Christian Leadership Conferece. No
artigo de 1986 da revista Ebony, Christine King Farris descreveu seu irmão
Martin Luther King Jr. como “não era um santo, ordenado como tal no nascimento,
em vez disso, ele era um homem comum, chamado por um Deus, no qual ele tinha
uma fé profunda e duradoura, para realizar ações extraordinárias”. Christine
acrescentou que “a melhor forma de cada um de nós celebra a vida de Martin” é
“juntar-se à luta pela liberdade, paz e justiça”. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr.
Research and Education Institute. Disponível em:https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/farris-willie-christine-king.Acesso em
25 de dez. 2021.
[vii] Alfred Daniel Williams King – Nascido em 30 de julho de 1930, em Atlanta, Geórgia, EUA, e falecido em 21 de julho de 1969. Embora fosse chamado de A.D. pela família e amigos, e vivesse na sombra de seu famoso irmão, Martin Luther King Jr., ele foi um participante da luta pela liberdade dos afro-americanos, frequentemente aparecendo ao lado de seu irmão em movimentos em Atlanta e Birmingham. Alfred Daniel Williams King foi o terceiro filho de Alberta Williams King e Martin Luther King Sênior. Em contraste com seu irmão pacificador, A.D. foi, de acordo com seu pai, “um pouco áspero de vez em quando” e “deixou sua resistência construir uma reputação negativa em toda a nossa vizinhança”. Menos interessado no caminho acadêmico do que seus irmãos, A.D. começou sua própria família quando ainda era adolescente. Casou-se em 17 de junho de 1950 com Naomi Barber, com quem teve cinco filhos. Embora quando jovem resistisse fortemente aos apelos ministeriais de seu pai, A.D. King eventualmente começou a ajudar seu pai na Igreja Batista Ebenezer. Em 1959, A.D. King se formou no Morehouse College, e no mesmo ano ele deixou Ebenezer para se tornar pastor da Primeira Igreja Batista Mount Vernon em Newnan, Geórgia. A.D. King foi preso com Martin Luther King Jr. e mais 70 militantes quando participava de uma manifestação no balcão de uma lanchonete em outubro de 1960 em Atlanta. Em 1963, A.D. King tornou-se uma liderança da Campanha de Birmingham enquanto pastoreava na Primeira Igreja Batista de Ensley em Birmingham, Alabama. Em 11 de maio de 1963, a sua casa foi bombardeada. Em agosto, depois que uma bomba explodiu na casa de um proeminente advogado negro no centro de Birmingham, milhares de cidadãos indignados invadiram as ruas da cidade com a intenção de vingança. Enquanto pedras eram atiradas contra policiais a situação só piorava, A.D. King subiu em um carro estacionado e gritou para os desordeiros na tentativa de conter sua fúria: “Meus amigos, já tivemos problemas suficientes esta noite. Se você vai matar alguém, então me mate... Lute pelos seus direitos, mas com a não violência”. Como seu irmão A.D acreditava piamente na importância de manter a não violência nas campanhas de ação direta. No entanto, ao contrário do irmão, A.D. foi capaz de permanecer fora dos holofotes da mídia. Como um de seus associados, Thomas A. Johnson, disse: “Não estar sob os holofotes nunca pareceu afetá-lo, mas porque ele ficou em segundo plano, muitas pessoas nunca souberam que ele estava profundamente envolvido também”. A.D. tendia a ficar na sombra do seu irmão e muitas pessoas nunca souberam que Martin Luther King Jr. tinha um combativo irmão. Ele apoiou Martin durante todo o movimento, mas nunca tirou dele os holofotes. Porém, no final de sua vida, ele sofreu de alcoolismo e depressão Em 1965, A.D. King mudou-se para Louisville, Kentucky, onde se tornou pastor na Igreja Batista de Zion. Enquanto estava lá, continuou a lutar pelos direitos civis e teve sucesso em uma campanha uma campanha de 1968 através do decreto-lei habitacional. A.D. costumava viajar com seu irmão Martin e estava com ele em Memphis no trágico dia do assassinato a tiro de Martin Luther King Jr., A.D. estava no quarto logo abaixo do de seu irmão no Lorraine Hotel quando o tiro foi disparado, e viu seu irmão caído mortalmente ferido, ele teve que ser contido por outras pessoas devido ao choque e à comoção avassaladora que sentiu. Após o assassinato de King Jr., especulou-se que A.D. poderia se tornar presidente da SCLC (Southern Christian Leadership conference). A.D., no entanto, não fez nenhum esforço para assumir o papel de seu irmão, embora ele tenha continuado a ser ativo na Campanha dos Pobres e em outros trabalhos em nome do SCLC. Após a morte de King Jr., A.D. King voltou para a Igreja Batista Ebenezer e, em setembro de 1968, foi empossado como copastor. Elogiado por seu pai como “um pregador capaz, um pastor preocupado e amoroso”, a vida de A.D. King foi tragicamente interrompida quando ele se afogou em 21 de julho de 1969, aos 38 anos.Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em:https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/king-alfred-daniel-williams.Acesso em 25 de dez. 2021.
[viii]Adam Daniel Williams (A.D.) – Nascido
em 2 de Janeiro de 1863 no condado de Greene, Geórgia, EUA, e falecido em 21 de
março de 1931. Embora provavelmente tenha nascido em 1861, A.D. Williams, avô
de Martin Luther King Jr., celebrou o dia 2 de janeiro de 1863, um dia após a
data efetiva da Proclamação de Emancipação, como seu aniversário. Williams foi
um dos pioneiros de uma versão afro-americana distinta do evangelho social,
endossando uma estratégia que combinava elementos da ênfase de Booker T.
Washington no desenvolvimento de negócios negros e o apelo de W.E.B. DuBois ao
ativismo pelos direitos civis. Como pastor da Igreja Batista Ebenezer por mais
de 25 anos, Williams infundiu seu ministério com o ativismo social ao ajudar a
fundar a filial de Atlanta da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de
Cor (NAACP). Filho dos escravos Willis e Lucrecia Williams, A.D. Wiliams passou
sua infância na plantação de William N. Williams. Após a morte de seu pai em
1874, ele e sua família se mudaram para a vizinha Scull Shoals, uma comunidade
rural no rio Oconee. O desejo de Williams de seguir seu pai, “um antigo
pregador do tempo da escravidão”, no ministério era evidente desde criança,
quando “era seu maior prazer pregar no funeral de cobras, gatos, cães, cavalos
ou qualquer coisa que morresse. As crianças da comunidade o chamavam para
pregar no funeral e eles falavam muito”. Embora não pudesse ir à escola por
causa das exigências de ajudar a família com seu trabalho, Williams aos sete
anos “atraiu pessoas por quilômetros com sua capacidade de contar” causos e
passagens do evangelho. Ensinado por vários ministros da comunidade, Williams
obteve sua licença para pregar em abril de 1888. Durante o final da década de
1880 e início da década de 1890 A.D. Williams tentou ganhar a vida como um
pregador itinerante, complementando sua renda com outro trabalho. Um ferimento
em um acidente de serraria o deixou com apenas a saliência do polegar em sua
mão direita. Em busca de melhores oportunidades em outros lugares, Williams
juntou-se ao êxodo negro do condado de Greene. Em janeiro de 1893 partiu para
Atlanta, onde foi chamado para o pastoreado da Igreja Batista Ebenezer de
Atlanta. Embora a Ebenezer tivesse apenas 13 membros quando chegou, a
congregação cresceu para 400 membros em 1903. Reconhecendo que seu sucesso de
longo prazo como ministro urbano exigia que ele superasse suas limitações
acadêmicas, Williams matriculou-se no Atlanta Baptist College (mais tarde
denominado Morehouse College) e, em maio de 1898, recebeu seu certificado do
programa ministerial. Enquanto em Atlanta, Williams conheceu Jennie Celeste
Parks. Os dois se casaram em 29 de outubro de 1899. Em 13 de setembro de 1903,
ela deu a luz em casa do seu único filho sobrevivente, Alberta Christine
Williams, mãe de Martin Luther King Jr. Em setembro de 1895, Williams juntou-se
a 2.000 outros delegados e visitantes da Igreja Batista da Amizade para
organizar a Convenção Batista Nacional, a maior organização negra dos Estados
Unidos. Em 1904, Williams era presidente da União de Ministros Batistas de
Atlanta e presidente da diretoria executiva e do comitê financeiro da Convenção
Batista Geral do Estado. Em 1906, Williams ajudo a organizar a Georgia Equal
Rights League para protestar contra o sistema primário branco. No início de
1917, ele se envolveu em um esforço para organizar uma filial local da NAACP.
Williams – descrito num relata como “um orador enérgico e impressionante, um
bom organizador e líder, um homem de visão e imaginação brilhante, que ele
próprio, às vezes, achava necessário conter-se” – experimentou o sucesso
inicial como líder da NAACP, tornando-se presidente do ramo local em 1918.
Durante sua gestão o ramo local cresceu para 1.400 membros em cinco meses, e a
recém-revigorada NAACP liderou um grande esforço para registrar eleitores
negros. Em um discurso na convenção nacional da NAACP no ano seguinte, ele
convenceu os delegados a se reunirem em Atlanta em 1920, a primeira convenção
nacional da NAACP a se reunir no sul dos EUA. Em 1926, a filha de Williams,
Alberta Christine, casou-se com Martin Luther King Sênior, que o sucedeu como
pastor de Ebenezer. Quando Williams morreu em 1931, seu obituário foi efusivo:
A.D. era um poste de sinalização entre seus vizinhos e um poderoso carvalho na
floresta batista da nação. (...) Ele era um pregador de poder incomum, um
experimentalista atraente, um persuasivo evangelista e um doutrinador
convincente. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research
and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/williams-adam-daniel-d. Acesso
em 21 de dez. 2021.
[ix]Igreja Batista Ebenezer (Ebenezer Baptist Church) – Atlanta, Geórgia, EUA. No outono de 1947, Martin Luther King Jr. fez seu primeiro sermão no púlpito da Igreja Batista Ebenezer em Atlanta. A congregação de Ebenezer votou para licenciar King Jr. como ministro logo depois, e ele foi ordenado em fevereiro de 1948. King Jr. passou a servir como ministro associado de Ebenezer durante seus intervalos do Seminário Teológico Crozer e de seus estudos de doutorado na Universidade de Boston até o início de 1954. Ele voltou como copastor com seu pai, Martin Luther King Sênior, servido de 1960 até seu assassinato em 1968. A igreja foi fundada em 1886 por seu primeiro ministro, John Andrew Parker. Em 1894, Adam Daniel Williams, avô materno de King Jr., tornou-se o segundo pastor de Ebenezer. Sob Williams, a igreja cresceu de 13 membros para quase 750 membros em 1913. Williams mudou a igreja duas vezes antes de comprar um terreno na esquina da Auburn Avenue e Jackson Street e anunciou planod de arrecadar 25 mil dólares para um novo edifício que incluiria um auditório e galeria com capacidade para 1.250 pessoas. Em março de 1914, a congregação Ebenezer comemorou a inauguração de seu novo prédio. Após a morte de Williams em 1931, King Sênior, que se casou com a filha de Williams, Alberta, em 1926, tornou-se pastor. Com King Sênior, como pastor e sua esposa, Alberta Williams King, servindo como diretor musical, a família King passou grande parte de seu tempo em Ebenezer. King Jr. Mais tarde, descreveu como seus primeiros relacionamentos foram formados na igreja: “Meus melhores amigos estavam na Escola Dominical, e foi a Escola Dominical que me ajudou a desenvolver a capacidade de me dar bem com as pessoas”. Enquanto estava no seminário, King frequentemente pregava em Ebenezer. Ele fez alguns sermões mais duradouros pela primeira vez em Ebenezer, incluindo “As Dimensões de uma Vida Completa”, “O que é o Homem?” e “Amando Seus Inimigos”. Depois que King Jr. aceitou o pastoreado na Igreja Batista da Dexter Avenue em Montgomery, membros da congregação de Ebenezer compareceram ao culto de instalação em outubro de 1954, o que levou King a expressar sua gratidão: “Suas orações e palavras de encorajamento significaram muito para mim em meu ministério, e você nunca saberá o que sua presença em tão grande número significou para mim no início do meu pastoreado. Quero que conheça Ebenezer, que me sinto muito em dívida com você; e que qualquer sucesso que eu possa alcançar no trabalho de minha vida você terá ajudado a torná-lo possível”. Em novembro de 1959, King aceitou o chamado de Ebenezer para se juntar a seu pai como copastor, uma mudança que o aproximou da sede da Southern Christian Leadership Conference. Seu primeiro sermão como copastor em Ebenezer foi “As Três Dimensões de uma Vida Completa”. Após o assassinato de King em 1968, seu irmão, A.D. Williams King, foi nomeado copastor de Ebenezer. King Sênior continuou como pastor até 1975, e Coretta Scott King continuou a frequentar os cultos em Ebenezer até sua morte. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/ebenezer-baptist-church-atlanta-georgia. Acesso em 21 de dez. 2021.
Jannie é a última a direita |
[x] Jannie Celeste Parks –Avó materna do Dr. Martin Luther King Jr. e esposa do ativista Reverendo A.D. Williams. Jennie Celeste Parks Williams nasceu em Atlanta em abril de 1873. Um dos 13 filhos, seu pai, William Parks, sustentava a família trabalhando como carpinteiro. Aos quinze anos, Jennie começou a ter aulas no Seminário Spelman. Ela deixou Spelman em 1892 antes de completar seus estudos e receber seu diploma. Em 29 de outubro de 1899, ela se casou com A.D. Williams, o pastor da Igreja Batista Ebenezer de Atlanta. Profundamente piedosa, Jannie Williams foi uma esposa modelo para um ministro. O casal teve um filho, Alberta Christine Williams (mãe de Martin Luther King Jr.). Jannie Williams mudou-se para a casa de King Jr. quando seu marido morreu em 1931. Como avó, ela demonstrou o mesmo nível de devoção que demonstrou como esposa e como a "primeira-dama" da Igreja Ebenezer. Jennie Williams teve um relacionamento próximo com Martin Luther King Jr. e, logo se tornaria avó orgulhosa do famoso neto ativista dos direitos civis. Celeste Parks Williams morreu em Atlanta de um ataque cardíaco em 18 de maio de 1941. Abalado pela morte de sua amada avó, um jovem Martin Luther King Jr. reagiu pulando da janela do segundo andar de sua casa. Ele não se machucou, mas, de acordo com seu pai, "chorou de vez em quando por vários dias e não conseguia dormir à noite". Fonte: Site Find a Grave. Disponível em: https://pt.findagrave.com/memorial/13275867/jennie-celeste-williams. Acesso em 26 de dez. 2021.
[xii] Baptist World Alliance (BWA) – Aliança
Mundial de igrejas Batistas. A organização conta com 47 milhões de pessoas em
2020 e é a maior organização de igrejas batistas do mundo. Menos da metade dos
batistas do mundo sã afiliados a esta organização. Sua sede fica em Falls
Church, área metropolitana de Washington, Virgínia, Estados Unidos. Seu líder é
o argentino Tomás Mackey. As raízes da BWA podem ser rastreadas até o século
XVII, quando o líder batista Thomas Granham propôs o conceito de uma
congregação de todos os cristãos no mundo que são “batizados de acordo com a
designação de Cristo”. Propostas semelhantes foram apresentadas mais tarde,
como a convocação de John Rippon em 1790 para um encontro mundial de batistas
“para consultar o bem eclesiástico para o todo”. No entanto, foi apenas em 1904
que essa congregação se tornou realidade. John Newton Prestridge, editor de
“The Baptist Argus”, em Louisville, Kentuky, convocou uma reunião mundial de
batistas. John Howard
Shakespeare, editor do “The Baptist Times” e “Freeman”, de Londres, endossou a
proposta. Em outubro de 1904, a União Batista da Grã-Bretanha aprovou uma
resolução para convidar um Congresso para se reunir com eles em 1905. No
Congresso, um comitê formado, que propôs uma “Constituição para uma Aliança
Mundial”. A Aliança Batista Mundial foi fundada em Londres, durante o primeiro
Congresso Batista Mundial em julho de 1905. A adesão foi aberta a “qualquer
União, Convenção ou Associação de Igrejas Batistas”, e foi decidido que a
Aliança “se reuniria em assembleia geral ordinariamente uma vez a cada cinco
anos, a menos que determinado de outra forma pelo Comitê Executivo”. Três
personalidades importantes envolvidas na organização incluem Prestridge,
Shakespeare e Alexander Maclaren (que atuou como presidente provisório). O
encontro foi referido como uma “aliança” e não um “conselho”, a fim de
estabelecer a natureza do diálogo como uma reunião. Isso significa que o corpo
não exerce autoridade sobre as igrejas participantes ou sindicatos batistas
nacionais, servindo apenas como um fórum de colaboração. Em 2020, o argentino
Tomás Mackey sucedeu o sul-africano Paul Msiza e tornou-se presidente da
Aliança. De acordo com um censo de denominações divulgado em 2020, a BWA tem
241 membros de denominações batistas em 126 países, 169 mil igrejas e 47
milhões de membros batizados. Os objetivos da Aliança são: 1) Unir batistas em
todo o mundo; 2) Liderar na Evangelização Mundial; 3) Responder às pessoas em
necessidades; e 4) Defender os Direitos Humanos. Em relação a estrutura
organizacional a BWA está dividida em seis bolsas regionais ou geográficas: a)
Bolsa Batista Norte-Americana; b) Federação Batista do Pacífico Asiático
(anteriormente Federação Batista Asiática); c) Bolsa Batista de Toda a África;
d) Bolsa Batista Caribenha; e) União dos Batistas da América Latina; e f) Federação
Batista Europeia. Cada irmandade regional é servida por um Secretário
Executivo. A Baptist World Alliance mantém relações ecumênicas com o Pontifício
Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Uma série de conversas
internacionais entre a BWA e a Igreja Católica ocorreu entre 1984 e 1988,
moderada pelo reverendo Dr. David T. Shannon, ex-presidente da Andover Newton
Theological School, e pelo reverendo Bede Heather, bispo de Parramatta.
Enquanto este diálogo produziu o relatório chamado “Convocação para Testemunhar
a Cristo no Mundo de Hoje”, a segunda fase não avançou por causa da oposição de
dentro da própria Aliança Batista Mundial. As negociações continuaram, no
entanto, de modo que uma série de consultas ocorreram de 2000 a 2003. Durante este
período, os batistas e católicos discutiram importantes doutrinas que dividem
essas denominações. Esta segunda série de conversas resultou em reuniões
formais entre 2006 e 2010. Os atuais co-moderadores são Paul Fiddes, Professor
de Teologia Sistemática na Universidade de Oxford e ex-diretor do Regent’s Park
College, Oxford, e Arthur J. Serratelli, Bispo de Paterson. Em 2004, a
Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos acusou o BWA de adotar uma teologia
liberal, por causa de seu apoio ao exercício do ministério pastoral feminino,
seu antiamericanismo, e por ter como membro uma denominação, a American Baptist
Churches USA que havia aceitado uma organização que tinha duas igrejas
favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, e assim, pediu sua desfiliação
da BWA. O secretário-geral da Aliança, Denton Lotz, respondeu que a Aliança não
era liberal, mas conservadora evangélica, que as igrejas batistas americanas
nos EUA em sua constituição não apoiavam a homossexualidade e que acusações de
antiamericanismo resultaram de suas visitas a Fidel Castro em Cuba por
importância da divulgação e doações de Bíblias e expansão das liberdades de
crença. Em 2005, duas denominações estaduais membros da Convenção Batista do
Sul, da Associação Geral Batista da Virgínia e da Convenção Geral Batista do
Texas solicitaram a adesão à Aliança e foram admitidas. Fonte: Site String
Fixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Baptist_World_Alliance. Acesso em 26 de
dez. 2021.
[xiii] Martinho Lutero – Ver Blog
do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2021/12/reforma-protestante-i.html. Acesso
em 26 de dez. 2021.
[xiv] Booker Taliaferro. Washington –Nascimento 5 de abril de 1856 e faleceu em 14 de novembro de 1915. Era filho de uma mulher escravizada no sul durante a Guerra Civil Americana. Após a emancipação, ele se mudou com sua mãe e seu padrasto para West Virginia, onde trabalhou em fornos de sal e uma mina de carvão, mas também aprendeu a ler. Aos 16 anos, ingressou no Hampton Normal and Agricultural Istitute, onde se destacou como aluno e mais tarde assumiu funções administrativas. Sua crença no poder da educação, força moral pessoal e autossuficiência econômica lhe renderam uma posição de influência entre os estado-unidenses negros e brancos da época. Ele fundo o Tuskegee Normal and Industrial Institute, hoje em dia Tuskegee University, em uma favela de um cômodo em 1881, servindo como diretor da escola até sua morte em 1915. Booker Taliaferro nasceu filho de Jane, uma mulher escravizada que cozinhava em uma plantação de propriedade de James Burroughs e de um homem branco desconhecido em Franklin Country, Virgínia. O sobrenome de Washington veio do seu padrasto, Washington Ferguson. Após o fim da Guerra Civil em 1865, a família mesclada, que incluía meio-irmãos, mudou-se para a Virgínia Ocidental, onde Booker trabalhou em fornos de sal e numa mina de carvão. Mais tarde, ele conseguiu um emprego como criado para a esposa do dono da mina, uma experiência que ele atribuiu ao seu respeito pela limpeza, economia e trabalho árduo. Sua mãe analfabeta incentivou seu interesse em aprender, e Washington conseguiu frequentear uma escola primária para crianças negras. Por volta dos 14 anos, depois de viajar 500 milhas a pé para chegar lá, ele se matriculou no Hampton Normal and Agricultural Institute. Washington frequentou o Instituto Hampton de 1872 a 1875. Ele se destacou como estudante, mas não tinha uma ambição clara ao se formar. Ele ensinou crianças e adultos em sua cidade natal, em West Virginia, e frequentou brevemente o Seminário Wayland em Washington D.C. Ele voltou para Hampton como administrador e professor, e enquanto estava lá, ele recebeu a recomendação que o levou ao cargo de diretor de uma nova “Escola Normar Negra” aprovada pela legislatura estadual do Alabama para Tuskegee. Posteriormente, ele obteve diplomas honoríficos da Universidade de Harvard e do Dartmouth College. A primeira esposa de Washington, Fannie N. Smith, morreu após dois anos de casamento. Eles tiveram um filho. Booker Taliaferro Washington casou-se novamente e teve mais dois filhos com sua segunda esposa, Olivia Davidson, mas ela também morreu quatro anos depois. Ele conheceu sua terceira esposa, Margaret J. Murray, em Tuskegee; ela ajudou a criar seus filhos e permaneceu com ele até sua morte. Booker Washington foi escolhido em 1881 para chefiar o Tuskegee Normal and Industrial Institute. Durante seu mandato até sua morte em 1915, ele transformou o Instituto Tuskegee em um dos principais centros de educação do mundo, com um corpo discente historicamente negro. Embora Tuskegee continuasse sendo seu empreendimento principal, Washington também colocou sua energia para expandir as oportunidade educacionais para estudantes negros em todo o sul. Ele fundou a National Negro Business League em 1900. Ele também procurou ajudar agricultores negros empobrecidos com educação agrícola e promoveu iniciativas de saúde para os negros. Ele se tornou um orador muito procurado e defensor dos negros, embora alguns tenham ficado irritados com sua aparente aceitação da segregação. Washington aconselhou dois presidentes americanos em questões raciais, Theodore Roosevelt e William Howard Taft. Ao longo de sua vida, ele enfatizou a importância da educação e do emprego para os negros estado-unidenses. Defendeu a cooperação entre as etnias, mas às vezes foi criticado por aceitar a segregação. Alguns outros líderes proeminentes da época, especialmente W.E.B. DuBois, sentiram que seus pontos de vista de promover a educação profissional para os negros restringiam seus direitos civis e promoção social. Em seus últimos anos, Booker Washington começou a concordar com seus contemporâneos mais liberais sobre os melhores métodos para alcançar a igualdade. Fonte: Site Greelane.com. Disponível em: https://www.greelane.com/pt/recursos/for-educators/booker-taliaferro-washington-6424/. Acesso em 26 de dez. 2021.
[xv] Black Elks Clubs – Organizações fraternais, de caridade, historicamente negras e sem fins lucrativos, os Black Elks foram formados a partir de 1868. Chamada formalmente de Ordem Benevolente e Protetora Aprimorada dos Alces, foi fundada em Cincinnati, Ohio, EUA. Os afro-americanos durante o século XIX e a primeira metade do século XX tiveram entrada negada em qualquer uma das organizações fraternas brancas. Havia uma necessidade e um desejo distintos para essa organizações nas comunidades negras pelas mesmas razões pelas quais eram procuradas em todos os lugares: ajuda mútua, sensação de pertencimento e segurança aos membros. Eles forneceram apoio financeiro, espiritual e emocional e serviram suas comunidades de muitas outras maneiras. Para os negros, essas organizações também aumentariam a autoestima. A primeira dessas sociedades afro-americanas foi formada antes da Guerra Civil Americana e forneceram uma das poucas rotas para o progresso econômico e pessoal dos negros emancipados. Os Black Elks se tornaram a maior organização fraternal afro-americana do mundo. O IBPOEW (Improvid Benevolent and Protective Order of Elks of the World) foi modelado a partir do BPOE (Benevolent and Protective Order of Elks). Seu propósito declarado é “que o bem-estar e a felicidade de seus membros sejam promovidos e aumentados, que a nobreza de alma e a bondade de coração sejam cultivadas, que os princípios de caridade, justiça, amor fraterno e fidelidade sejam inculcados, para que seus membros e suas famílias sejam assistidas e protegidas, e que o espírito de patriotismo seja animado e exaltado”. B.F. Howard e Pullman Porter Arthur J. Riggs, a quem foi negada a adesão ao BPOE totalmente branco, criaram a organização. Eles estavam determinados a formar uma organização que concedesse associação a todos os indivíduos qualificados, independentemente de raça, credo ou etnia. Riggs foi capaz de obter uma cópia do ritual BPOE e solicitou e obteve o copyright do ritual para os Alces Negros. Em 17 de novembro de 1898, a primeira reunião dos Black Elks foi realizada. Quando o BPOE não pôde contestá-los legalmente, eles tentaram a intimidação. O White Elks em Birmingham, Alabama, tirou Riggs de onde ele trabalhava e ameaçou linchá-lo a menos que ele abandonasse o alvará em sua próxima viagem a Birmingham. Riggs concordou, mas nunca mais voltou para Birmingham. Os Alces Brancos forçaram Riggs a deixar seu emprego e ele não conseguiu encontrar trabalho em nenhum lugar de Cincinnati, então em 1899, sob um nome falso, ele e sua família se mudaram para Springfield, Ohio. B.F. Howard assumiu a direção da organização depois que Riggs se escondeu. Com a ajuda de outra fraternidade negra, Os Cavaleiros de Pítias, o primeiro capítulo dos Alces Negros foi instituído em Cincinnati em 1899, com o título completo de Ordem Protetora Benevolente Melhorada dos Alces do Mundo (IBPOEW). O ressentimento entre os membros dos Elks Brancos continuou. Em 1906, percebendo uma oportunidade de melhorar as relações com o BPOE, o Grande Exaltado Governante do IBPOEW, Armand W. Scott, ordenou que Black Elks usassem um distintivo IBPOEW e não o distintivo BPOE. Essa pequena diferença, aparentemente foi suficiente e, em 1918, o BPOE encerrou oficialmente sua oposição ao IBPOEW. O período de contenda entre fraternos foi encerrado. Desde então, o IBPOEW e sua organização de mulheres, as Filhas do IBPOEW, continuaram trabalhando para a comunidade afro-americana. Com subdivisões em educação, saúde, assuntos de veteranos e liberdades civis, o IBPOEW trabalha para as preocupações dos afro-americanos e Alces Negros em todo o mundo. A agremiação assumiu obrigações adicionais quando o bairro Highland-Ridge em Birmingham entrou em declínio. Os tempos tem sido difíceis nos últimos anos para os Black Elks. Paul Brice, um Governante Exaltado, disse que sua loja espera se revitalizar, que agora tem cerca de 50 membros. Algumas lojas tem dificuldade em pagar as contas mensais. O IBPOEW era na verdade uma organização internacional com capítulos (lojas) no Canadá para afro-canadenses significativamente no corredor de Windsor, Toronto, até os anos 1990. Anos atrás, o IBPOEW lodge tinha um papel central em uma comunidade fechada e unida. Conforme os tempos mudavam, a importância diminuía. Alguns Elks e membros auxiliares afirmam que alguns jovens não são adequados para seus grupamentos e outros membros dizem que o uso de drogas não é aceitável. Site AAREG – African American Registry. https://aaregistry.org/story/the-black-elks-a-home-away-from-home/. Acesso em 26 de dez. 2021.
[xvi] Morehouse College – ver blog
do Maffei. Disponível em:https://radiomaffei.blogspot.com/2021/12/morehouse-college.html. Acesso
em 19 de dez. 2021.
[xvii] Bachelor of Arts – BA ou
AB, em latim “baccalau reusartium” ou “artium baccalaureus” – numa tradução
livre bacharelado em artes ou bacharelada acadêmico. É uma graduação de
bacharel num programa de artes. Um curso de bacharelado em artes é geralmente
concluído em três ou quatro anos, depende do país e da instituição. Vários
países oferecem esta graduação e diploma como Armênia, Azerbaijão, Egito, Gana,
Grécia, Hong Kong, Irã, Iraque, Irlanda, Japão, Malásia, Israel, Holanda,
Nigéria, Rússia, Coréia do Sul, Espanha, Turquia, Estados Unidos e Austrália.
Fonte: Wikipédia. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Bachelor_of_Arts. Acesso
em 17 de dez. 2021.
[xviii] Crozer Theological Seminary – O Seminário Teológico Crozer era um seminário multidenominacional localizado em Upland, Pensilvânia. A escola sucedeu a uma Escola Normal estabelecida no local em 1858 pelo rico fabricante de tecidos John Price Croser. O antigo edifício principal foi usado como hospital durante a Guerra Civil Americana. O seminário serviu como uma escola da Igreja Batista Americana, treinando seminaristas para entrar no ministério batista de 1869 a 1970. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Crozer_Theological_Seminary. Acesso em 17 de dez. 2021.
[xix]
Josephus Pius Barbour – nascido em 8 de junho de 1894 e
falecido em 5 de janeiro de 1974. Foi um pastor batista estado-unidense da
Calvary Baptist Church em Chester, Pensilvânia, que atuou como diretor
executivo da National Baptist Association, editor da publicação National
Baptist Voice e mentor de um adolescente chamado Martins Luther King Jr.
durante seu tempo como estudante no Seminário Teológico Crozer. Barbour nasceu
em Galveston, Texas. Recebeu seu diploma de Bacharel em Artes pelo Morehouse
College em 1917 e um grau de mestre em Teologia do Seminário Teológico Crozer
em 1937. Barbour foi o primeiro afro-americano a se formar no Seminário
Teológico Crozer. De 1919 a 1921, Barbour foi membro do corpo docente do
Instituto Tuskegee. E 1921, Barbour se tornou pastor da Day Street Baptist Church
em Montgomery, Alabama e pastoreou lá até 1931. Enquanto servia como pastor em
Montgomery, convocou uma reunião em resposta aos esforços do Estado de minar os
direitos de voto dos negros. De 1931 a 1933, ele foi pastor da Igreja Batista
Mont Olive em Fort Wayne, Indiana. Ele se tornou pastor da igreja Batista do
Calvário em Chester, Pensilvânia, em 1933, e serviu nessa posição até sua morte
em 1974. Barbour foi membro do conselho executivo da Convenção Batista Nacional
e foi o editor de sua publicação, a Voz Batista Nacional, por 17 anos. Barbour
foi ativo no ativismo local de direitos civis em Chester, em parceria com
George Raymond, o presidente da filial da NAACP (Associação Nacional para o
Progresso de Pessoas de Cor) em Chester. Ele foi o estrategista chefe do
ativismo por vinte anos e era muito respeitado por negros e brancos dentro da
comunidade por sua abordagem medida e pragmática. Barbour completou seu salário
de pregador trabalhando na política local como representante da comunidade afro-americana
em Chester. Martin Luther King Jr. freqüentou a Calvary Baptist Church enquanto
estudava no Crozer Theological Seminary de 1948 a 1951. O pai de King, Martin
Luther King Sênior, conhecia Barbour há anos por meio de afiliação com a
National Baptist Association e pediu Barbour que levasse King, então com 19
anos, sob seus cuidados e monitorasse seus estudos e atividades em Crozer. King
serviu como professor da Escola Dominical e ministro da juventude no Calvary
Baptist e a igreja se tornou sua casa longe de casa. King era um convidado
freqüente na casa de Barbour para a culinária do sul, mas também para os
debates acadêmicos e idéias desafiadoras. King e Barbour tornaram-se “como pai
e filho” e o biógrafo de King, Lawrence D. Reddck, afirmou que o Dr. King
creditou Barbour como uma das forças mais influentes em sua vida. Barbour e
King mantiveram correspondência freqüente ao longo da vida de King. Barbour foi
casado com Olee Little Barbour e juntos tiveram três filhos. Barbour era membro
da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor); da
Associação Ministerial do Conselho de Igrejas, da Academia Americana de
Ciências Políticas e Sociais, da Sociedade de Literatura Bíblica a Exegese e da
Fraternidade Alpha Phi Alpha. Ele também atuou como membro do Conselho da
Autoridade de Água de Chester. Barbour morreu de gastroenterite após uma
hemorragia cerebral no Hospital Lankenau, na Filadélfia, Pensilvânia. Barbour está
enterrado nos terrenos da Igreja Batista do Calvário. Fonte: Wikipédia. Disponível
em: https://en.wikipedia.org/wiki/J._Pius_Barbour.
Traduzido pelo Google Tradutor. Acesso em: 19 de dez. 2021.
[xx] Calvary Baptist Church – Igreja
batista fundada em 1879 em Chester, Pensilvânia, Estados Unidos onde Martin
Luther King Jr. freqüentou a Igreja Batista do Calvário enquanto estudava no
Seminário Teológico Crozer de 1948 a 1951. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Calvary_Baptist_Church_(Chester,_Pennsylvania). Acesso
em: 19 de dez. 2021.
[xxi] William Augustus Jones Jr. – Teólogo,
ministro, ativista dos direitos civis e autor poderoso e notável. Jones foi um
ex-presidente da Convenção Batista Nacional Progressiva, fundador da
Conferência Nacional de Pastores Negros, autor e pastor por mais de quatro
décadas da Igreja Batista Bethany em Brooklyn, New York, em Bedford-Stuyvesant.
Ele também atuou como presidente nacional da Operação Breadbasket da Southern
Christian Leadership Conference (Cesta de Pão da Conferência de Liderança
Cristã do Sul), trabalhando ao lado de seu amigo Dr. Martin Luther King Jr. e
também foi membro do Conselho Geral da Baptist World Alliance. Por quase meio
século, o Rev. William Augustus Jones Jr. conhecido como "a trombeta"
era uma voz apaixonada de esperança e inspiração não apenas em sua vizinhança,
mas em todo o país. Jones levou a sério a Grande Comissão e foi por todo o
mundo pregar o evangelho. Pode não ter havido melhor combinação de poesia,
profecia e poder no púlpito do que poderia ser encontrada em sua pregação. Sua
pregação foi ouvida e anunciada por públicos em todas as denominações da
cristandade e em quase todos os continentes da terra. Sua pregação
provavelmente intrigaria a mente de um ouvinte com uma citação de uma fonte
teológica elevada, assim como emocionaria a alma com seu grito característico
de "Aleluia, sim!" Jones nasceu em Louisville, Kentucky, em 24 de
fevereiro de 1934. Ele era o orgulhoso membro da honorável ordem dos coronéis
de Kentucky, filho e neto de ministros batistas. Ele se formou na ex-Dunbar
High School em Lexington. Jones então serviu nas forças armadas dos Estados
Unidos de 1953 a 1956, alcançando o posto de primeiro-tenente estacionado em
Fort Knox. Estava lá quando ele ouviu o chamado para pregar. Mais tarde, ele
recebeu seu diploma de bacharel em artes pela University of Kentucky em 1958 e
um bacharelado em divindade pelo Crozer Theological Seminary em 1961. Ele se
casou com Natalie Brown em 1958 e o casal teve quatro filhos. De 1959 a 1962
ele foi pastor da Primeira Igreja Batista na Filadélfia (Pascal), Pensilvânia.
De setembro de 1962 até sua aposentadoria em setembro de 2005, Jones serviu
como pastor da Igreja Batista Bethany em Brooklyn, New York. Lá ele fez parte
da trindade de pregadores batistas com base no Brooklyn, que incluía Sandy F.
Ray e Gardner C. Taylor. Um ativista social de longa data, Jones serviu como
presidente nacional da Operação Breadbasket, uma afiliada da Southern Christian
Leadership Confernce (SCLC), no final dos anos 1960. Ele também atuou como o
primeiro presidente do capítulo de New York do SCLC. Enquanto estava nessa
posição, Jones liderou vários protestos, incluindo milhares de pessoas em um
boicote contra a rede de supermercados Atlantic & Pacific (A&P) por
discriminação contra afro-americanos. Ao mesmo tempo, ele foi ativo dentro da
Convenção Batista Nacional Progressiva (PNBC), servindo como presidente desse
órgão de 1978 a 1980. Ele também foi fundador e presidente da Conferência
Nacional de Pastores Negros, um encontro interdenominacional de clérigos negros
de em todo o país que se reuniu pela primeira vez em Detroit, Michigan, em
1980. Esta conferência única reuniu pastores e professores, batistas,
metodistas, pentecostais e clérigos de muitos outros grupos religiosos. Jones
recebeu seu diploma de doutor em ministério na Colgate Rochester Divinity
School em 1975 como membro da primeira classe de Companheiros Martin Luther King
Jr. Sua dissertação naquele projeto de doutorado tornou-se a base de um livro
“God and the Ghetto”. Jones também completou estudos especiais na Universidade
de Lagos na Nigéria e na Universidade de Gana em Legon. Ele também escreveu “The Black Church Looks at the Bicentennial”
com os ministros Wyatt Tee Walker e Harold Carter. Ele
ensinou homilética e cursos pastorais relacionados em escolas como Colgate
Rochester, Union Seminary em New York, Princeton Theological Seminary e Wesley
Seminary em Washington, DC Por muitos anos ele foi um mentor de alunos de
doutorado, junto com Harold Carter, na United Theological Seminário em Dayton,
Ohio. No entanto, foi como pregador que Jones deixou sua marca e suas maiores
contribuições. Ele era um dos evangelistas mais requisitados do país, com mais
de trinta semanas de pregação por ano. As plataformas de pregação de Jones ao
longo dos anos incluíram a Catedral de St. Patricks na cidade de New York, o
Primeiro Congresso da Igreja Batista de Todas as Ásia (Hyderabad, Índia), o
encontro da Aliança Mundial Batista em Toronto em 1980, o Congresso
Internacional de Pregação na Universidade de Edimburgo na Escócia e no “The
Bethany Hour”, um programa de televisão semanal de sua igreja transmitido por
estações a cabo de todo o país. Ele também pregou o evangelho em programas de
rádio nacionais semanais. Em 1984, a revista Ebony o nomeou um dos quinze
melhores pregadores negros da América. Os escritos de Jones publicados incluem:
“A Igreja Negra Olha para o Bicentenário”, “Deus no Gueto”, “Pregação
Responsável” (um livro de seus sermões), “A Igreja Afro-americana: Passado,
Presente e Futuro” e “Quando Deus Diz, ‘Deixe-me Sozinho’". Ele também
batizou o ativista dos direitos civis Rev. Al Sharpton, que credita o falecido
pastor por trazê-lo para o movimento dos direitos civis. O Dr. William Augustus
Jones morreu em sua casa no Brooklin em 5 de fevereiro de 2006 de complicações
de problemas renais. Seu funeral em Bethany foi assistido por milhares de
pessoas, seguido de um enterro em sua terra natal, Kentucky. Entre as muitas
homenagens que Jones recebeu inclui a escola de teologia do Simmons College em
Louisville, que foi cofundada pelo avô de Jones, o Rev. Henry Wise Jones,
nomeado Escola de Pregação William Augustus Jones Jr. em Janeiro de 2006,
ganhador do Prêmio Frederick Douglass da New York Urban League em 1972 e citado
como "O Reitor dos Grandes Pregadores de New York" pelo New York
Notícias diárias. Jones também possui doutorado honorário de seis faculdades ou
universidades, incluindo um grau de Doutor em Humanidades pela Universidade de
Kentucky, em 1993. “O número de jovens pregadores em todo o condado que são
filhos e filhas do Dr. William Augustus Jones Jr. e embora muitos estejam
tristes com sua morte, eles também celebram seu maravilhoso legado que ele
deixa para trás”. Fonte: Site Find
Grave. Disponível em: https://pt.findagrave.com/memorial/13356101/william-augustus-jones#. Acesso
em 19 de dez. 2021.
[xxii] Samuel
DeWitt Proctor – nasceu em 13 de julho de 1921 e foi criado em
Norfolk, Virgínia, EUA, filho de Herbert Proctor e Velma Hughes. Depois de se
formar no ensino médio, Proctor matriculou-se no Virginia State College (hoje
Virginia State University) para se formar em música com a ajuda de uma bolsa de
estudos por suas habilidades extraordinárias no saxofone. Proctor deixou o
Virginia State College em 1939 e matriculou-se na Escola de Aprendizagem Naval
dos EUA para receber treinamento em montagem de navios, saindo somente após um
ano de matriculado. Após sua saída da Escola Naval, Proctor se matriculou e se
formou na Virginia Union University, em 1942. Ele então foi para a Universidade
da Pensilvânia, onde estudou por um ano antes de se matricular como único aluno
negro no Seminário Teológico Crozer e estudando ministério cristão. Após sua
graduação na Crozer, Proctor se tornou pastor em Providence, Rhode Island e
também aceitou a bolsa de estudos John Price Crozer para estudar ética na
Universidade de Yale. Ele equilibrou a vida de pastor em Providence e de
companheiro em Yale antes de sair para buscar um PhD. na escola de Teologia da
Universidade de Boston. Em 1950, ele foi convidado a dar uma palestra no
Seminário Teológico Crozer, onde conheceu Martin Luther King Jr., que mais
tarde se tornou seu colega e amigo íntimo. Depois de se formar na Boston
University, Proctor voltou para sua alma mater., a Virgínia Union University,
onde aceitou o cargo de reitor. Pouco depois de ser eleito reitor, ele foi
promovido a vice-presidente e, eventualmente, presidente da Virginia Union
University. Como presidente, Proctor se envolveu em várias iniciativas de
direitos civis e até mesmo conduziu uma série de palestras em meio ao boicote
aos ônibus de Montgomery. Ele também foi um dos poucos líderes negros que foram
convidados para a Casa Branca pelo presidente Dwight D. Eisenhower na sequência
de Brown versus Conselho de Educação onde foram incentivados a minimizar suas
demandas por direitos civis para afro-americanos. Proctor recusou. O resto do
tempo de sua presidência foi preenchido com palestras e conferências
internacionais na África e na União Soviética. Proctor deixou a Virginia Union
em 1960 e tornou-se presidente da histórica faculdade negra Agricultural and
Technical College da Carolina do Norte (hoje North Carolina A&T
University). Como presidente da A&T da Carolina do Norte, Proctor apoiou
estudantes que foram presos por protestos e ajudou estudantes a enfrentar
problemas legais; ele tirou uma licença para servir como diretor associado de
uma filial do Peace Corps na África, ele se mudou temporariamente para a
Nigéria. Após seu retorno aos Estados Unidos, Proctor continuou sua presidência
por sete meses antes de anunciar sua renúncia em 1964. Após seu tempo na
Carolina do Norte, Proctor serviu como presidente do Conselho Nacional de
Igrejas, presidente do Instituto de Serviços à Educação, consultor especial do
Office of Economic Opportunity e
publicou um livro intitulado “Jovens Negros na América 1960 -1980” sobre os
desafios dos jovens afro-americanos. Em 1969, Proctor foi convidado a falar no
aniversário do assassinato de Martin Luther King Jr. Tão impressionados com o
evento, os administradores da Rutgers ofereceram a Proctor uma nomeação no
recém-criado Martin Luther King Jr. Distinguished Professor of Education.
Proctor, então, fez parte do corpo docente da Rutgers Graduate School of Education, por 15 anos. Foi Visiting Scholar no Departamento de Estudos Africanos da Escola de Artes e
Ciências, sendo Visiting Scholar (Acadêmico Visitante ou pesquisador visitante,
conferencista visitante ou mesmo professor visitante que é um acadêmico de uma
instituição que visita uma universidade anfitriã na condição de ensinar, dar
palestras ou realizar pesquisas sobre um tópico pelo qual o visitante é
especializado e valorizado). Ele foi o primeiro membro afro-americano do corpo
docente na escola e na universidade a ter um cargo de professor dotado com o
seu nome. Durante sua gestão, Proctor recrutou gerações de estudantes negros
para a Rutgers University e orientou muitos que buscavam pós-graduação. Samuel
DeWitt Proctor faleceu em 22 de maio de 1997 em Mount Vernon, Iowa, EUA. Site: The Samuel D. Proctor Institute for Leadership,
Equity, and Justice. Disponível em: https://proctor.gse.rutgers.edu/content/about-samuel-dewitt-proctor%C2%A0. Acesso
em 19 de dez. 2021.
[xxiii] Walter
R. McCall – nascido em 23 de agosto de 1923 e falecido em 12 de novembro de
1978. Foi um ministro batista e amigo próximo de Martin Luther King Jr. no
Morehouse College e no Crozer Theological Seminary. Walter McCall descreveu seu
relacionamento com King Jr. como o tipo de “amigos que compartilham a totalidade
das experiências de sua vida”. McCall lembrou-se de King Jr. como “um estudante
comum” que “amava o lado mais leve da vida como qualquer menino normal faria”.
McCall nasceu em Conway, Carolina do Sul, em 23 de agosto de 1923, e serviu no
Exército durante a Segunda Guerra Mundial. Embora seis anos mais velho que King
Jr., os dois formavam uma amizade íntima enquanto estavam em Morehouse. McCall
compartilhava da paixão de King Jr. pela justiça: eles faziam parte de um grupo
que considerou processar um dono de taverna de Nova Jersey que se recusou
servi-los com base na raça em 1950. McCall observou uma mudança em King Jr.
quando ele entrou no seminário. “Ele começou a levar seus estudos mais a sério;
ele começou a levar a pregação mais a sério”. “Ele, às vezes, se necessário,
ficava acordado a noite toda para ter certeza que tinha uma ideia”. Depois de
completar seus estudos em Crozer em 1951, McCall frequentou a Temple University
e foi reitor e capelão no Fort Valley State College da Geórgia de 1951 a 1957.
McCall e King Jr. competiram diretamente pelo pastorado aberto da Igreja
Batista da Dexter Avenue no início de 1954. Após o sermão de King Jr. em
Dexter, intitulado “As Três Dimensões de uma Vida Completa”, McCall deu um
sermão intitulado “As Quatro Dimensões de uma Vida Completa”. Dexter concedeu
seu pastorado a King Jr., e McCall escreveu para parabenizá-lo. No início de
suas carreiras, McCall e King Jr. trocaram palestras, com McCall falando no
“Dia da Juventude” em Dexter e King Jr. falando na “Semana de Ênfase Religiosa”
no Fort Valley State College. McCall ofereceu seu apoio a King Jr. nos
primeiros estágios do boicote aos ônibus de Montgomery escrevendo: “Não se
desespere. Essa é sua tarefa! Encare isso com coragem. A tempestade vai cair!”.
Em 1957, McCall assumiu o pastorado da Igreja Batista de Providence em Atlanta.
Ele passou a servir como diretor da Escola de Religião de Morehouse de 1965 a
1969. A última memória de McCall de King Jr. foi três semanas antes do
assassinato de Martin, quando os dois brincaram sobre os riscos que King Jr.
enfrentava e prometeram se encontrar novamente em breve. McCall morreu em 12 de novembro de 1978. Fonte: Site
Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/mccall-walter-r. Acesso
em 19 de dez. 2021.
[xxiv] Walter Rauschenbusch – nascido
em Rochester, New York em 4 de outubro de 1861 e falecido no mesmo local do
nascimento em 25 de julho de 1918. Foi um pastor batista e escritor estado-unidense,
sendo o principal líder do chamado Evangelho Social. Após o colegial, ele foi
estudar num ginásio (equivalente a escola preparatória ou ensino médio) em
Gütersloh na Alemanha. Então retornou aos Estados Unidos, onde se formou na
Universidade de Rochester em 1884 e também no Rochester Theological Seminary da
American Baptist Churchs USA, em 1886. Rauschenbusch iniciou seu pastorado na
Segunda Igreja Batista Alemã em New York, no bairro Hell’s Kitchen (cozinha do
inferno) em 1.º de junho de 1886. A pobreza urbana o levaram ao ativismo
social. Em 1917, a publicação do livro “Uma Teologia para o Evangelho Social”
(“A Theology for the Social Gospel”) reunirá a causa do Evangelho Social muitas
igrejas protestantes liberais. Neste livro, ele explica que os cristãos devem
ser como o Todo-Poderoso que se tornou homem em Jesus Cristo, que estava em pé
de igualdade com todos e considerava as pessoas como um sujeito de amor e serviço.
Nos onze anos passados na Hell’s Kitchen, Rauschenbush concluiu que o pior
abuso do sistema capitalista era a crise espiritual pela distribuição desigual
da riqueza. A concepção do Evangelho Social de Martin Luther King Jr. foi
profundamente influenciada por “O Cristianismo e a Crise Social” (“Christianity
and the Social Crisis”) de Walter Rauschenbusch. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Walter_Rauschenbusch. Acesso em
19 de dez. 2021.
[xxv] Edgar
Sheffield Brigthman – Nascido em 20 de setembro de 1884 e falecido
em 25 de fevereiro de 1953. Brightman
nasceu em Holbrook, Massachusetts, filho de George Edgar e Mary Sheffield
Brightman. Ele recebeu seu STB em 1910 e seu PhD em 1912 pela Universidade de
Boston, onde foi nomeado para a cadeira que homenageava seu mentor, Borden
Parker Bowne, professor de filosofia. King Jr. ficou ciente das ideias de
Brightman enquanto estava na Crozer. Em um artigo escolar de 1949 escrito para
o professor George W. Davis, King Jr. concordou com a ideia de Brightman de que
qualquer pessoas pode conhecer Deus. King Jr. leu “A Philosophy of Religion”
(1940), de Brightman, que o levou a refletir sobre sua própria vida espiritual.
King Jr. comentou: “Como anseio agora por aquela experiência religiosa da qual
o Dr. Brightman fala tão convincentemente ao longo do seu livro. Parece ser uma
experiência, a falta da qual a vida se torna monótona e sem sentido”. Em sua
inscrição na Universidade de Boston, King Jr. declarou: “meu pensamento nas
áreas filosóficas foi grandemente influenciado por alguns membros do corpo
docente, particularmente o Dr. Brightman”. Depois de se matricular, King Jr.
frequentou a aula de Filosofia da Religião de Brightman e seu Seminário de
Filosofia. Brightman morreu 16 meses depois de King Jr. começar seus estudos de
graduação na Universidade de Boston, e King Jr. continuou seu trabalho nas
ideologias do personalismo com o colega e ex-aluno de Brightman, Lotan Harold
DeWolf. Cinco anos após a morte de Edgar Brightman, Martin Luther King Jr.
escreveu que seu mentor da Escola de Teologia da Universidade de Boston lhe deu
“a base metafísica e filosófica para a ideia de um Deus pessoal”. Brightman
acreditava que a experiência pessoal estava no centro de toda a fé e que “toda
religião é de, por e para as pessoas. A religião atribui um valor único às
pessoas e tem um interesse único em seu bem-estar e sua salvação”. Sua bolsa de
estudos influenciou muito a filosofia pessoal da religião de King Jr. desde o
início de seus estudos de graduação no Crozer Theological Seminary.Fonte: Site
Stanford. The Martin Luther King
Jr. Research and Education Institute. Disponível
em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/brightman-edgar-sheffield. Acesso em
19 de dez. 2021.
[xxvi] Lotan Harold DeWolf – Nascido em 21 de janeiro de 1905 e falecido em 24 de maio de 1986. DeWolf nasceu em Columbus, Nebraska, e recebeu seu BA (1924) e STB (1926) da Nebraska Wesleyan University, e seu PhD (1935) da Boston University. DeWolf serviu como pastor metodista em Nebraska e Massachusetts entre 1926 e 1936, e ensinou no Departamento de Filosofia da Universidade de Boston de 1934 a 1944, quando se tornou professor de teologia sistemática na Escola de Teologia. DeWolf se tornou o orientador da dissertação de King Jr. na Universidade de Boston após a morte de Edgar S. Brightman. Em seu relatório do leitor de 1955, DeWolf concluiu que o trabalho de King Jr. prometia ser “uma realização acadêmica excelente e útil”. Naquela época, King Jr. havia se tornado ministro na Igreja Batista de Dexter Avenue Montgomery, Alabama. Ele lamentou a DeWolf por não poder comparecer a formatura devido a problemas financeiros e à primeira gravidez de sua esposa Coretta Scott King: “Sem a presença dela, toda a experiência seria um tanto incompleto para mim”. King Jr. permaneceu em contato com DeWolf após a formatura. Numa carta de Agosto de 1956 a King Jr. durante o boicote aos ônibus de Montgomery, DeWolf escreveu: “Sua carta é uma inspiração renovadora para mim, pois tem sido a liderança maravilhosa que você deu ao nosso povo nas terras do sul durante estes últimos meses”. Ele concluiu sua carta escrevendo: “Que Ele te traga a vitória para todo o povo, pelo qual você está fazendo tantos sacrifícios”. DeWolf facilitou a doação em 1964 de documentos pessoais de King para a Universidade de Boston, viajando para Atlanta para ajudar a embalar caixas para o envio. Ele deixou a Universidade de Boston em 1965 para se tornar reitor e professor de teologia sistemática no Wesley Theological Seminary em Washington D.C. Ele se aposentou em 1972. As publicações de DeWolf incluem “A Theology of the Living Church” (1953), “The Case for Theology in Liberal Perspective” (1959), “Responsible Freedom: Guidelines to Christian Action” (1971) e “Crime and Justice in America: A Paradox of Conscience” (1975). Numa carta a DeWolf após completar seu PhD, Martin Luther King Jr. escreveu a seu ex-orientador de dissertação: “Tanto suas estimulantes palestras quanto suas ideias profundas permanecerão comigo enquanto os cordões da memória se alongarem. Eu descobri que tanto teológica quanto filosoficamente muito do meu pensamento é DeWolfiano (2 de junho de 1955). Fonte: Site Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/dewolf-l-lotan-harold. Acesso em 19 de dez. 2021.
[xxvii] Paul Johannes Oskar Tillich – Nascido
em 20 de agosto de 1886 em Satarosiedle na Polônia e falecido em 22 de outubro
de 1965 em Chicago, Illinois, EUA. Foi um teólogo alemão-estado-unidense e
filósofo da religião. Tillich foi contemporâneo de Karl Barth, também um dos
mais influentes teólogos protestantes do século XX. Paul Tillich nasceu na
Prússia, filho de um pastor luterano que o educou nas crenças tradicionais.
Todavia sua mãe incentivou-o a abrir-se para o mundo. A sua família mudou-se
para Berlim quando ainda era jovem. Depois estudou em Berlim, Tubinga, Halle e
obteve um doutorado em filosofia em Breslau; foi ordenado pastor luterano em
1902. Tornou-se capelão da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1924
começou ensinar teologia em Masburg, onde também foi influenciado pela
filosofia existencialista de Martin Heidegger. Acabou sendo expulso da
Universidade de Frankfurt em 1933 por sua aberta oposição a Adolf Hitler. Migrou
para os EUA, onde exerceu a docência no Union Theological Seminary em New York,
em Harvard e na Universidade de Chicago. Escreveu uma “Teologia Sistemática” em
três volumes, assim como muitas outras obras. Seria chamado de o “teólogo dos
teólogos” e seus escritos não eram fáceis de se entender. A sua teologia era
considerada liberal na Alemanha, nas neo-ortodoxa nos EUA. Poderia chamar-se de
teologia dialética. Tillich dizia estar no limite entre liberalismo e a
neo-ortodoxia. Representava a ala radical da neo-ortodoxia, enquanto que Karl
Barth representava a ala conservadora. Paul Tillich buscava entender a Deus
numa abordagem mais filosófica do que teológica. Assim os termos tradicionais
como Deus são símbolos e nada mais. Não via Deus como um ser pessoal, senão
como o “Ser” em si. Deus é o Fundamento ou o Poder do Ser. Deus está “além das
coisas que pertencem ao ser finito... Todas as coisas finitas existem. Mas Deus
simplesmente é”. Deste modo, Tillich dizia que “é tão ateu afirmar a existência
de Deus como negá-la... Deus é em si, não um ser”. Tillich aprofundou alguns
conceitos como: A) Hamartologia – O pecado se descreve como uma alienação do
verdadeiro ser ou do fundamento do nosso ser. A Queda não foi um evento
histórico, antes “é uma transição não-temporal da essência para a existência. É
uma “queda” e é trágica, pois provoca a situação em que o homem está alienado
de seu ser essencial”. Para Tillich o caráter essencial do pecado é a
interrupção da unidade essencial com Deus. Ele afirma que “na existência o
homem está alienado do fundamento de seu ser, dos outros seres e de si mesmo”.
B) Soteriologia – A salvação não se expressa em termos tradicionais, para
Tillich a salvação está no novo Ser, que é “a preocupação última” da classe de
vida vista em Cristo, porque Cristo evidenciou um preocupação real. Entende-se
a preocupação última como a preocupação principal sobre todas as demais; que se
relaciona o “ser” ou o “não ser”. O homem contempla com esperança a Cristo (não
usado no sentido ortodoxo), a quem o resgatará de sua alienação. C) Cristologia
– Não se entende, nem se descreve a Jesus Cristo usando uma termologia
tradicional, muito menos se estende como uma pessoa histórica. Cristo é “um
símbolo do ‘Novo Ser’ em que se dissolveu toda força da alienação que intente
dissolver sua unidade com Deus”. Portanto, Tillich rejeitou a crença na
encarnação e na ressurreição de Cristo. Paul Tillich foi mais filósofo que
teólogo. Tratou mais com ideias e conceitos do que como os eventos históricos
da Escrituras. Por esse motivo Tillich deu demasiado crédito a razão humana.
Mais pontualmente o seu enfoque na interpretação das Escrituras é uma forma
moderna de alegoria. Atribuiu significados novos às palavras bíblicas. Negou a
personalidade de Deus e se referiu a Ele como sendo “Fundamento último da
existência”. Rejeitou o pecado pessoal e a rebelião contra Deus; também
rejeitou o evento “histórico” da queda do Édem. O pecado do homem é sua falta
de preocupação. A salvação não está na pessoa histórica de Cristo, senão num
símbolo; na teologia de Tillich, Jesus Cristo não é a pessoa histórica das
Escrituras. A salvação não se alcança através da expiação dos pecados, mas pela
preocupação última. “O enfoque de Tillich sobre as Escrituras violentou todas
as grandes doutrinas históricas sustentadas pela fé cristã”. Fonte: Site Estudantes
de Teologia, Doutrina Calvinista.
http://doutrinacalvinista.blogspot.com/2012/01/teologia-de-paul-tillich.html.
Acesso em 19 de dez. 2021.
[xxviii] Henry Nelson Wieman – Nascido em 19 de Agosto de 1884 em Rich Hill, Missouri, EUA e falecido em 19 de junho de 1975. Foi um importante filósofo religioso estado-unidense. No início da vida, Wieman era um presbiteriano. Já na meia-idade, como professor, ele compartilhou uma abordagem naturalista do cristianismo com pessoas de várias denominações. Na aposentadoria, ele era um unitário universalista. Henry foi o primeiro de oito filhos de Alma Morgan e William Henry Wieman. Ambos os pais se formaram na escolar presbiteriana, Park College, em Parksville, Missouri. Antes de se casares, Alma ensinou no Park College, enquanto William estudava para o ministério no Lane Theological Seminary em Cincinnati. Quando Henry era jovem, seu pai foi ministro em Rich Hill e depois em Irving, Corning e Vermillion, Kansas. Em 1892, a família mudou-se para Miramonte, Califórnia, onde os avós maternos de Henry e três tios já eram agricultores. Os Wiemans mais tarde se mudaram para Orosi, Califórnia, nas montanhas de Sierra Nevada. William trabalhou para o conselho da missão presbiteriana de Orosi e serviu como pregador em quatro pequenas cidades. Quando jovem Henry era um leitor ávido de Longfellow, Tennyson e Byron. Ler “Destiny of Man” de John Fiske o convenceu de que a teoria da evolução de Darwin e o cristianismo eram compatíveis. Ele teve longas conversas com sua mãe. “Nunca me ensinaram religião”, lembrou ele. “Mas eu peguei algo de meus pais por contágio. Com o tempo, isso se transformou em religião”. Henry terminou dois anos de ensino médio em Dinuba, Califórnia, seguidos de dois anos de estudos preparatórios em uma academia ligada ao Occidental College, uma escolar presbiteriana em Los Angeles. Como seus estudos de primeiro ano no Occidental College foram menos bem-sucedidos do que ser capitão do time de futebol e de trabalhar no movimento estudantil, seus pais encorajaram a se transferir para o Park College, esperando que ele se beneficiasse de sua localização rural e da ênfase no trabalho manual. Além de assistir às aulas e frequentar a igreja, os alunos de Park College cultivavam alimentos, cozinhavam, limpavam a terra, plantavam pomares e construíam edifícios. Em sua inscrição no Park College, Wieman declarou seu objetivo educacional em uma única palavra: “Poder!” Ele planejou uma carreira no jornalismo. Sua ambição foi redirecionada pelo curso de história da religião de Ernest McAfee e pelas aulas de filosofia de Silas Evan. Em 1907, pouco antes da formatura, ele teve uma experiência que selou sua nova vocação: “Vim para o meu quarto após a refeição da noite e sentei-me sozinho olhando o pôr do sol sobre o rio Missouri. De repente, ocorreu-me que deveria dedicar minha vida aos problemas da investigação religiosa. Nunca tive uma experiência mais extática. Não consegui dormir a noite toda e caminhei naquele êxtase por dias”.Embora tivesse pouco interesse em se tornar um ministro, Wieman matriculou-se no Seminário Teológico de San Francisco em San Anselmo, Califórnia, uma escolar tradicional presbiteriana. Ele aprendeu a história da igreja e a crítica bíblica da perspectiva calvinista tradicional da escolar. Sua tese, “Doutrina Bíblica de Reconciliação”, explorou o sofrimento que resultou da coexistência do amor de Deus e do pecado do Homem. Ele recebeu um prêmio de viagem na formatura. Em!910, ele começou suas viagens trabalhando pela América, recrutando alunos para o seminário. No ano seguinte, na Alemanha, ele estudou com os filósofos Rudolph Eucken em Jena e Wilhelm Windelband e Ernst Troeltsche em Heidelberg. Na viagem para casas, ele visitou a França e a Inglaterra. Em 1911, Wieman foi nomeado pastor ordenado na Igreja Presbiteriana de Brokdale em St. Joseph, Missouri. Em 1912, ele se casou com Anna M. Orr, que conheceu no Park College. No ano seguinte, ele se mudou para a Igreja Presbiteriana em Davis, Califórnia. A filha Florence Margaret e o filho Orr Nelson nasceram em Davis. O amor pelo estudo, especialmente pelos livros de Henri Bergson, muitas vezes superou os deveres pastorais durante esses primeiros anos. Wieman mais tarde lembrou: “Eu leio o tempo todo, em vez de fazer o que um ministro deveria fazer”. Wieman renunciou seu pastorado em 1915, deixou sua família com parentes no Missouri e se matriculou em Harvard, onde estudou com William Ernest Hocking e Ralph Barton Perry. Ele obteve o título de Doutor em Filosofia em 1917. Em sua dissertação, “A Organização dos Interesses”, ele propôs que o maior bem para todas as pessoas poderia ser alcançado se os muitos interesses individuais pudessem ser organizados de forma criativa para funcionar como um único interesse. Este interesse criativo não é para cumprir qualquer fim ou desejo que já possuímos, mas para expandir nossa consciência e compreensão. Wieman ensinou filosofia no Occidental College em Los Angeles, de 1917 a 1927. A carga de trabalho era pesada, o salário baixo. O nascimento de mais três filhos – Marion, Robert e Eleanor – o levou a buscar renda extra. No pouco tempo disponível para bolsa de estudos, ele foi capaz de digerir os primeiros trabalhos filosóficos de Alfred North Whitehead e publicar dois artigos acadêmicos sobre eles. Se primeiro livro, “Experiência Religiosa e Método Científico” (1926), o levou a um convite da Universidade de Chicago para ministrar um curso de verão sobre filosofia da religião. Um segundo livro, “The Wrestling of Religion with Truth” (“A Luta da Religião com a Verdade”), foi lançado no ano seguinte. Ele escreveu que a experiência ensina a humanidade que “este não é um mundo bom e Deus não é um Deus bom. Deus é muito terrível, muito destrutivo para nosso pequenos e tolos planos, e portanto Ele não pode ser bom”. Em 1927, Wieman tornou-se Professor de Teologia Cristã na Divinity School da Universidade de Chicago. Durante seus primeiros cinco anos nesta instituição, sua filosofia muda-se da “consciência cósmica” de Whitehead em direção ao empirismo e pragmatismo de John Dewey. Seus dois livros seguintes, “Methods of Private Religious Living” (1929), e “The Issues of Life” (1930), investigaram a experiência solitária da religião. Em 1931, a esposa de Wieman, Anna, morreu de câncer. No ano seguinte, ele mudou sua afiliação religiosa pessoal de Presbiteriana para Congregacional e se casou com Regina Hanson Westcott, uma mulher natural da Califórnia que tinha doutorado em Educação em Berkley. Ela trouxe dois filhos, Linneaus Hanson Westcott e Wilfred Henry Westcott, para a família. Uma estudiosa talentosa, que se interessava por educação, psicologia e religião. Henry N. Wieman contribuiu com um capítulo, “Supreme Value”, para seu livro, “The Normative Psychology of Religion” (1935). Além de lecionar na Universidade de Chicago, Wieman apareceu em vários campi para visitas onde daria uma serie de palestras e workshops. Como palestrante, foi lembrado tanto por sua paixão quanto por sua bolsa de estudos. Alguém que ouviu uma Conferência Dudleian de 1932 lembrou-se deste como “áspero, mas apaixonado e pensativo… Ele gaguejou, lutou, suou e explodiu em jorros de poesia; mas, acima de tudo, ele testemunhou o domínio imperioso de Deus sobre sua mente e coração”. O teólogo Huston Smith, que se casou com a filha de Wieman, Eleanor, disse sobre as aulas dele na década de 1940: “É difícil expressar em palavras como ele se move pelo campus, pelas salas de aula e por nossas vidas. Quando ele falava, as pessoas ouviam – mesmo aqueles que discordavam dele. Pois aqui estava um espírito religioso apaixonado que parecia estar marchando para a verdade”. Ao longo de sua carreira, o pensamento de Wieman passou por várias fases. Ele primeiro estudou o significado da religião para o indivíduo. Em seguida, sua ênfase mudou para uma comunidade ou perspectiva cultural. Finalmente, ele articulou sua crença no valor do intercâmbio criativo entre indivíduos e grupos. A pergunta que ele sempre perseguiu foi: “O que opera na vida humana com tal caráter e força que vai transformar o homem como ele não pode transformar a si mesmo, salvando-o do mal e conduzindo-o ao melhor que a vida humana pode alcançar?” Uma das obras mais conhecidas de Wieman, “The Source Human Good” (“A Fonte do Bem Humano”) foi lançada em 1946. Nela, ele descreve o “evento criativo” como processo de reorganização que aumenta o bem humano. Ele posteriormente dividiu o “evento criativo” em quatro subeventos: 1.º) “Consciência emergente do significado qualitativo derivado de outras pessoas por meio da comunicação”; 2.º) “integrando esses novos significados com outros adquiridos anteriormente”; 3.º) “expandir a riqueza da qualidade no mundo apreciável, ampliando seu significado”; e 4.º) “aprofundar a comunidade entre aqueles que participam desse “evento criativo” total de intercomunicação. Ele interpretou os eventos formativos do Cristianismo à luz desse processo criativo. O “pensamento e sentimento do menor e mais humilde”, agindo sobre o grupo dos primeiros cristãos, era, afirmou ele, tão importante quanto o pensamento e sentimento do próprio Jesus. O Cristianismo não foi algo que Jesus inventou e depois deu a outros. Era, ao contrário, “algo surgindo de seu meio em poder criativo”. Jesus foi apenas o catalisador. A morte de Jesus liberou o poder criativo dos cristãos, permitindo que se expandisse para além de sua pequena comunidade e tradição local. Na ressurreição, os discípulos perceberam que “a criatividade transformadora de vidas antes apenas conhecida na comunhão com Jesus começou novamente funcionar”. Como a criatividade que Jesus iniciou e continuou, parecia aos seus seguidores que ele estava “realmente presente, caminhando e conversando com eles”. Não foi um homem chamado Jesus que ressuscitou dos mortos, disse Wieman, foi o “poder criativo”. Este há muito foi identificado pela igreja como Cristo, a segunda pessoa da Trindade. Após a Segunda Guerra Mundial, ao se aproximar da idade de aposentadoria, Wieman enfrentou uma série de desafios pessoais e profissionais; sua vida pessoal estava tumultuada, suas crenças e escritos liberal-pacifistas foram examinados e sua compreensão dos problemas raciais foi desafiada. Seus problemas pessoais chegaram a um ponto crítico quando sua esposa Regina o acusou de comportamento promíscuo. Os rumores se espalharam rapidamente pelo campus e entre os colegas. Em 1947, apresentou o pedido de demissão, com efeito no final do ano letivo. Quando o aconselhamento falhou, ele e Regina se divorciaram. Em 1948, ele se casou com Laura Wolcott Matlack, de Grinnell, Iowa, uma professora recém-aposentada e irmã de sua nora. Nos dois anos seguintes, Wieman estudou na New School em New York e lecionou na University of Oregon e na University of West Virginia. Em 1949, ele se juntou à Igreja Unitarista em Eugene, Oregon e em 1950 a ele foi concedido uma bolsa ministerial da Associação Unitarista Americana. Em 1951, Wieman recebeu a oferta de um cargo de filosofia na Universidade de Houston. Uma vez lá, ele se envolveu numa polêmica entre as igrejas Unitárias de Houston e Wichita. A Igreja de Houston, anfitriã da reunião annual da Southwest Unitarian Conference (SWUC) em 1952, excluiu os delegados da conferência de Wichita por causa da cor. A carta de Wieman, tentando reconciliar as duas igrejas, acabou alienando ambas. Passagens inflamatórias, publicadas nacionalmente na revista “The Humanist”, davam aos leitores a impressão de que Wieman apoiava a segregação. Ironicamente, alguns meses depois, Wieman recebeu uma carta do estudante de graduação da Universidade de Boston, Martin Luther King Jr., informando-o sobre o tema da sua dissertação: “Uma Comparação da Concepção de Deus no Pensamento de Paul Tillich e Henry Nelson Wieman”. Durante o mesmo período, o filho de Wieman, Robert, foi dispensado da equipe do Oklahoma A&M College por se recusar a assinar um juramento de lealdade recém-imposto (Esta lei foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 1952). Wieman enfrentou seus próprios problemas de lealdade da Guerra Fria, quando jornais de Houston, instigados por conservadores locais, começaram a questioná-lo. “O que eu disse sobre os problemas sociais foi um anátema (heresia) para o conservadorismo extreme do povo dominante em Houston”, refletiu. O imbróglio do SWUC e a assinatura de Wieman numa carta aberta no Daily Worker se opondo ao rearmamentamento da Alemanha forçaram-no a renunciar à Universidade de Houston e deixar o Texas em 1953. Wieman passou a lecionar na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Washington University em St. Louis Missouri e Grinnel College. Em 1956, aos 72 anos, Wieman foi convidado para ser um distinto professor visitante de Filosofia na Southern Illinois University em Carbondale. Lá, Henry e Laura eram ativos na Unitarian Universalist Fellowship e em assuntos cívicos. Além de suas funções de ensino, Henry frequentemente fazia sermões, moderava cultos de adoração e ministrava palestras nos seminários Meadville-Lombard (Chicago, Illinois) e Starr-King (Berkeley, Califórnia). Sem se deixar abater por seus críticos, Wieman abraçou os movimentos pelos direitos civis e contra a Guerra do Vietnã. Wieman escreveu vários livros importantes durante esses anos: “Man’s Utimimate Commitment” (1958), “Intellectual Foundation of Faith” (1961) e “Religious Inquiry: Some Explorations” (1968). Ele assinou a “Declaração de Consciência de 1965 contra a Guerra do Vietnã” e o “Manifesto Humanista II” de 1975. Ele disse que seu tempo em Carbondale foram os “dez melhores anos de sua carreira”. Enquanto vivia em Carbondale, Wieman continuou a se afastar do cristianismo tradicional. Em 1963, ele escreveu: “É possível obter conhecimento do cosmos total ou ter qualquer compreensão do infinito que transcende o cosmos. Consequentemente as crenças sobre esses assuntos são ilusões, apreciadas por sua utilidade na produção de estados mentais desejados… Nada pode transformar o homem a menos que atue na vida humana. Portanto, na vida humana, nos processos reais da existência humana, deve ser encontrado o poder Salvador e transformador que a investigação religiosa busca e que a fé deve apreender”. Quando outro teólogo o acusou de ceticismo absoluto, dizendo: “Se todas as nossas crenças são provisórias, então mesmo esta crença (de que todas as nossas crenças são provisórias) é ela própria provisória. O resultado é a aniquilação da verdade”, Wieman respondeu que seu crítico tinha falado da aniquilação do conhecimento, mas não da verdade: “Dizer que todas as crenças são provisórias é uma maneira de dizer que a verdade permanente inabalável e intocada, não importa quão errôneas possam ser minhas crenças sobre ela”. Questionado se ele se considerava apenas um teólogo cristão ou se ele estava engajado em uma “busca livre e irrestrita pela verdade religiosa”, Wieman respondeu que, embora ele fosse moldado pela tradição cristã, ele se ressentia da “prática de apelar para o cristianismo e para a tradição judaica como guias da vida e identificar essas tradições com Deus, em vez de buscar o que opera em toda a vida humana para criar, salvar e transformar”. Em 1966, Wieman aposentou-se pela Terceira vez. Ele se mudou para a cidade natal de sua esposa, Grinnell, Iowa. Onde Laura tinha ensinado tecelagem no Departamento de Arte da Faculdade, aposentando-se em 1985. Wieman continuou seu trabalho no intercâmbio criativo, enfatizando o contexto psicológico ao invés do religioso. Henry e Laura eram membros da Grinnell Unitarian Universalist Fellowship. Em um sermão de 1967 aos unitaristas, ele disse: “Não acho que encontrei qualquer outra associação de pessoas que se reúnem regularmente para considerar os problemas importantes da existência humana que descobri ser mais compatível ou tão compatível como este agrupamento.” Em 1970, sua memória e vitalidade estavam diminuendo. Numa palestra, “My Failures”, proferida num asilo em Grinnell, uma de suas últimas apresentações, Wieman se perguntou se sua aparente conquista, a filosofia do intercâmbio criativo, poderia terminar num colossal fracasso. A resposta a esta pergunta talvez possa ser extraída de seus escritos anteriores, quando ele escreveu: “O ponto culminante da busca do homem através dos tempos, se houver um ponto culminante, não será construir a casa dos seus sonhos, mas escalar acima da névoa de seus sonhos e ver que os maiores valores são cumes brilhantes muito diferentes de seus sonhos”. Seis dias após sua morte, Wieman recebeu o Prêmio da Associação Unitarista Universalista por Serviços Distintos à Causa da Religião Liberal. Fonte: Dictionary of Unitarian & Universalist Biography. Disponível em: https://uudb.org/articles/henrynelsonwieman.html acesso em: 20 de dez. 2021.
[xxix] Coretta Scott King – nascida em 27 de abril de 1927 e falecida em 30 de janeiro de 2006. Viúva de um dos líderes mais influentes do mundo, Coretta Scott King forneceu a Martin Luther King Jr. o que ele chamou de “amor, sacrifícios e lealdade (sem os quais) nem a vida, nem o trabalho trariam a realização”. Coretta foi uma ativista por seus próprios méritos fez inúmeras contribuições para a luta por justiça social e pelos direitos humanos ao longo de sua vida. Coretta Scott nasceu em 27 de abril de 1927, perto de Marion, Alabama, EUA. Seus pais, Obadiah “Obie” Scott e Bernice McMurray Scott, eram proprietários de fazendas comprometidos em garantir que seus filhos recebecem a melhor educação possível. Coretta Scott frequentou a escola particular Lincoln High School em Marion, onde desenvolveu seu interesse pela música. Lá ela teve aulas formais de canto, aprendeu a ler música e tocou vários instrumentos. Aos 15 anos ela se tornou a diretora musical e pianista do coro júnior de sua igreja. Depois de se formar em Lincoln, Coretta ganhou uma bolsa parcial para o Antioch College, em Yellow Springs, Ohio, a mesma universidade que sua irmã Edythe frequentou como a primeira aluno afro-americana. Enquanto estava na Antioch, Coretta Scott estudou voz e educação musical. Ela também se tornou membro do capítulo local da NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor), bem como dos Comitês de Relações Raciais e Liberdades Civis. Em um artigo, “Why I Came to College”, publicado no Opportunity em 1948, Coretta Scott escreveu que os graduados “tinham maior liberdade de movimento: eles viajavam; eles visitavam cidades; eles sabiam mais sobre o mundo”. Mais tarde, ela creditou ao Antioch por prepará-la para seu papel no movimento dos direitos civis, afirmado que “a ênfase do colégio no serviço à humanidade reforçou o espírito cristão de dar e compartilhar” e proporcionou “uma nova autoconfiança que me encorajou a competir com todas as pessoas”. Em 1951, Coretta Scott matriculou-se no Conservatório de Música da Nova Inglaterra de Boston com uma bolsa da Fundação Jessie Smith Noyes. No início de 1952, sua amiga Mary Powell a apresentou a King Jr., então candidato ao doutorado na Escola de Teologia da Universidade de Boston. Embora inicialmente desconfiada de namorar um ministro batista, ela ficou impressionada com sua sofisticação, intelecto e se lembrou de King Jr. dizendo: “Você tem tudo que eu sempre quis em uma esposa”. Os dois se casaram na casa da família perto de Marion, em 18 de junho de 1953. Após o casamento, eles voltaram a Boston para se formarem. Coretta Scott King recebeu seu diploma de bacharel em música em junho de 1954. Embora Scott King se concentrasse em criar os quatro filhos do casal: Yolanda Denise King (1955), Martin Luther King III (1957), Dexter Scott King (1961) e Bernice Albertine King (1963), ela continuou a desempenhar um papel crítico em muitas das campanhas pelos direitos civis das décadas de 1950 e 1960, atuando em concertos pela liberdade que incluíam recitação de poesia, canto e palestras relacionadas à história do movimento dos direitos civis. Os lucros desses shows foram doados para a SCLC (Southern Christina Leadership Conference). Scott King também acompanhou seu marido ao redor do mundo, viajando para Gana em 1957 e para a Índia em 1959. Ela foi particularmente afetada pelas mulheres que conheceu na Índia. “Ao viajarmos pelo país, ficamos muito impressionados com o papel que as mulheres desempenhavam na vida política da Índia, muito mais do que em nosso próprio país”. Em 1962, o interesse de Coretta Scott King nos esforços de desarmamento a levou a Genebra, Suíça, onde atuou com delegada da Greve de Mulheres pela Paz na Conferência de Desarmamento de 17 nações. Dois anos depois, ela acompanhou o marido a Oslo para entrega do Prêmio Nobel da Paz. Mais tarde, ela se lembrou de ter pensado: “Que benção ser uma colega de trabalho de um homem cuja vida teria um impacto tão profundo no mundo”. Após o assassinato de Martin Luther King Jr. em 4 de abril de 1968, Coretta Scott King dedicou grande parte de sua vida a espalhar a filosofia de não violência de seu marido. Poucos dias depois de sua morte, ela liderou uma marcha em nome dos trabalhadores do saneamento de Memphis, Tennessee. Mais tarde naquele mês, ela representou o marido em um comício Antiguerra do Vietnã em New York. Em maio de 1968, ela ajudou a lançar a Campanha dos Pobres e, posteriormente, participou de vários esforços contra a pobreza. Com um profundo compromisso de preservar o legado de King Jr., quase imediatamente Coretta Scott King começou a mobilizar apoio para o Centro para Mudança Social Não Violenta de Martin Luther King Jr. Como presidente fundadora do King Center, ela orientou sua construção ao lado da Igreja Batista Ebenezer, onde King havia servido como co-pastor com seu pai, Martin Luther King Sênior. Ao longo das décadas de 1970 e 1980, Scott King continuou a falar publicamente e a escrever colunas distribuídas nacionalmente, e começou a se esforçar para estabelecer um feriado nacional em homenagem a seu marido. Em 1983, ela liderou um esforço que trouxe mais de meio milhão de manifestantes a Washington D.C., para comemorar o 20.º aniversário da marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade, onde King Jr. fez seu famoso discurso “Eu Tenho um Sonho” (“I Have a Dream”). Como presidente da Comissão Federal do Feriado de Martin Luther King Jr., ela formalizou com sucesso os planos para a celebração anual do Dia de Martin Luther King Jr., que começou em janeiro de 1986. Durante a década de 1980, Coretta Scott King reafirmou sua oposição de longa data ao apartheid sul-africano, participando de uma série de protestos em Washington que levaram a manifestações nacionais contra as políticas raciais sul-africanas. Em 1986 ela viajou para a África do Sul e se encontrou com Winnie Mandela. Ela também permaneceu ativa em várias organizações de mulheres, incluindo a Organização Nacional para as Mulheres, a Liga Internacional das Mulheres para a Paz e a Liberdade e as Mulheres da Igreja Unida. Ao longo de sua vida, Coretta Scott King levou a mensagem de não violência e justiça social a quase todos os cantos do globo. Em 30 de janeiro de 2006, Coretta Scott King morreu enquanto dormia num centro de saúde holístico em Rosarito Beach, México. Ela tinha 78 anos. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/king-coretta-scott. Acesso em 19 de dez. 2021.
[xxx]
Yolanda Denise King – Nascida em 17 de novembro de 1955 em
Montgomery, Alabama e falecida em 15 de maio de 2007 em Santa Mônica,
California, EUA. Foi uma ativista afro-americana e filha primogênita dos
líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Coretta Scott King. Também
era conhecida por seus empreendimentos artísticos e de entretenimento por falar
em público. Sua experiência de infância foi muito influenciada pelo ativismo
publico do seu pai.Ela nasceu duas semanas antes de Rosa Parks se recusar a dar
seu assento a um branco num ônibus de transporte público em Montgomery,
Alabama. Ocasionalmente, ela sofreu ameaças de vida, destinadas a
intimidar seus pais, tornou-se a
cuidadora secundária de seus irmãos mais novos e sofreu bullying na escola.
Quando seu pai foi assassinado em 4 de abril de 1968, Yolanda King, de 12 anos,
era conhecida por sua compostura durante o funeral público e eventos de luto.
Ela se juntou à mãe e aos irmãos em marchas e foi elogiada por figuras notáveis
como Harry Belafonte, que estabeleceu um fundo fiduciário para ela e seus
irmãos. Na adolescência, ela se tornou uma líder efetiva de sua classe no
colégio e recebeu atenção das revistas Jet e Ebony. Sua adolescência foi
marcada por ainda mais tragédias, especificamente a morte repentina de seu tio
Alfred Daniel Williams King e o assassinato de sua avó, Alberta Williams King.
Enquanto estava no colégio, ela ganhou amigos para vida toda. Foi a primeira e
única instituição onde Yolanda King não foi assediada ou maltratada por causa
de quem era seu pai. No entanto, ela ainda era mal avaliada e desacreditada por
causa da cor de sua pela, com base em percepções exclusivamente voltadas em seu
relacionamento com o pai. Apesar disso, Yolanda King conseguiu manter suas
notas e se desenvolveu ativamente na política didática do ensino médio,
servindo como presidente de classe por dois anos. Yolanda despertou polêmica no
colégio por seu papel numa peça teatral.Aos 15 anos, ela foi alvo de uma polêmica quando
apareceu na peça “The Owl and the Pussycat” com um protagonista branco. Embora
sua mãe a mantivesse ingênua às polêmicas para que ela pudesse "cumprir
(seu) objetivo, que era fazer a peça", isso não a impediu de aprender da
negatividade implementada em seu papel anos depois. Seu avô Martin Luther King
Sênior inicialmente não iria para sua apresentação devido à oposição dos
habitantes locais, mas mudou de ideia posteriormente. Durante uma visita de
domingo à Igreja, Yolanda King foi forçada a se apresentar diante da
congregação e explicar suas ações. A sua resposta ao papel na peça “era que um
homem escreveu para Jet (sua personagem), prevendo que ela se casaria com um
branco antes dos dezoito anos. Apesar das declarações como estas, Yolanda não
tomou ciência do desconforto público com o seu papel até anos mais tarde.Ela foi
creditada por ter o senso de humor do pai. Na década de 1990, ela apoiou o novo
julgamento de James Earl Ray (acusado pelo assassinato de King Jr.) e declarou
publicamente que não o odiava. Essa década viu a carreira de atriz de Yolanda
King decolar quando ela apareceu em dez projetos separados, incluindo “Ghots of
Mississippi” (1996), “Our Friend, Martin” (1999) e “Selma, Lord, Selma” (1999).
Quando se tornou adulta se tornou uma defensora ativa dos direitos homossexuais
e uma aliada da comunidade LGBT, assim como sua mãe. Ela estava envolvida numa
rivalidade entre irmãos que colocou ela e seu irmã Dexter contra o irmão Martin
Luther King III e a irmão Bernice King pela venda do King Center em Atlanta,
Geórgia. Yolanda King serviu como porta-voz de sua mãe durante a doença que
acabaria por levar Coretta à morte. Yolanda sobreviveu a sua mãe por apenas 16
meses, sucumbindo a complicações relacionadas a uma doença cardíaca crônica em
15 de maio de 2007. Sua mãe, Coretta Scott King, se referiu a Yolanda como uma
confidente durante o período após o assassinato de seu marido. Yolanda elogiou
a mãe por suas realizações e, Coretta, ao falar sobre ela acentuava sua maneira
de ser de modo bastante positivo. Uma vez questionada por um menino sobre o que
Yolanda mais lembrava do seu pai, ela admitiu que seu pai não consegui passar
muito tempo com ela e com sua família, porém, quando ele o fazia ela gostava de
brincar e nadar com ele. Yolanda King chorou quando descobriu que seu pais
estava preso. Martin Luther King Jr. admitiu que nunca se adaptou a criar os
filhos em “condições inexplicáveis”. Quando ela tinha seis anos de idade, ficou
triste com os comentários de colegas de classe de que seu pai era um
“prisioneiro”. Uma lembrança inicial importante era que ela queria ir para
Funtown, um parque de diversões local, com o resto da sua classe, mas foi
impedida de fazê-lo devido à sua cor. Ela não entendeu e perguntou a mãe,
Coretta, por que ela não podia ir? Quando Coretta respondeu: “Seu pai vai para
a cadeia para que você possa ir para Funtown.” Depois de várias tentativas de
explicar o problema para ela, Yolanda finalmente entendeu. Depois de não ter
visto seu pai por cinco semanas enquanto ele estava na prisão, ela finalmente
foi capaz de se encontrar com ele ao lado dos seus dois irmãos por menos de
meia hora. Seu pai também tratou do assunto pessoalmente. Ele disse a ela que
havia muitos brancos que não eram racistas e queriam que ela fosse a Funtown,
mas muitos eram e não queriam que ela fosse. No entanto, seu pai a tranquilizou
quando começou a chorar, dizendo que ela era “tão boa” quanto qualquer pessoa
que foi para Funtown e que um dia, em um “futuro não muito distante”, ela
poderia ir para “qualquer cidade” junto com “todos os filhos de Deus”. Em 22 de
novembro de 1963, quando o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy foi
assassinado, ela soube de sua morte na escola. Quando ela voltou para casa, ela
correu para confrontar sua mãe sobre a morte do presidente e até ignorou seu
avô, Martin Luther King Sênior, para contar a sua mãe o que ela tinha ouvido e
que eles não teriam sua “liberdade agora”. Sua mãe tentou desmascarar isso, insistindo
que eles ainda entenderiam. Ela previu na época que todos os “líderes negros”
seriam mortos e os não líderes afro-americanos concordariam com a segregação.
Sua mão começou a perceber que Yolanda havia se tornado mais ciente da
possibilidade de que seu pai também pudesse ser morto. No natal de 1963,
Yolanda King e seus irmãos aceitaram um natal de sacrifício conforme apelado
por seus pais e receberam apenas um único presente. Yolanda e seu irmão Martin
III se gabavam da abnegação na escola. Em 1964, ao saber que seu pai receberia
o Prêmio Nobel da Paz, ela perguntou a sua mãe o que o seu pai faria com o
dinheiro que estava recebendo além do prêmio. Depois que ela sugeriu que o pai
provavelmente doaria tudo, Yolanda riu com sua mãe. A garota e seu irmão Martin
King III foram matriculados no outono de 1965 na Spring Street Elementary
School. Em 1966, ela ouviu um discurso que o seu pai fez quando em um comício.
Aos oito anos depois de escrever sua primeira peça, ela se matriculou na única
escola de teatro integrado da época. O diretor da escola era Walt Roberts, pai
dos atores Eric e Julia Roberts. Ela começou a falar em público aos dez anos e
até substituiu seus pais ocasionalmente. As memórias de seu pai a levaram a
declarar que ele “acreditava que éramos todos divinos. Decidi continuar a
promover essa fala ‘somos um, e a unidade entre nós faz brilhar os holofotes’,
como meu pai fez”. Coretta King escreveu em suas memórias, “My Life with Martin
Luther King Jr.” que “Martin sempre disse que Yoki chegou em um momento de sua
vida em que precisava de algo para tirar sua mente das tremendas pressões que
se abateram sobre ele”. Na noite de 4 de abril de 1968, quando tinha 12 anos,
Yolanda voltou com sua mãe das compras de vestidos de Páscoa quando Jesse Jackson
ligou para a família e relatou que seu pai havia sido baleado. Logo depois, ela
ouviu falar do evento quando um boletim de notícias apareceu enquanto lavava a
louça. Enquanto seus irmãos tentavam descobrir o que isso significava, Yolanda
já sabia. Ela correu para fora da sala, e gritou: “Não quero ouvir isso”, e
orou para que ele não morresse. Ela perguntou a sua mãe neste momento, se
deveria odiar o homem que matou seu pai. Sua mãe disse a ela para não fazer
isso, já que seu pai não iria querer que ela odiasse alguém. Yolanda elogiou
sua mãe como uma “senhora valente e forte”, levando a um abraço entre elas.
Quatro dias depois, ela e sua família acompanharam a sua mãe à prefeitura de
Memphis por suas próprias vontade, pois ela e seus irmãos queriam ir acompanhar
a mãe. Yolanda voou para Memphis, Tennessee com seus irmãos e mãe participando
da liderança de uma marcha em Memphis com trabalhadores do saneamento e líderes
dos direitos civis. A família King foi visitada pela Senhora Kennedy antes do
funeral. Após o funeral, Yolanda foi visitada por colegas da Spring Street
Middle School com flores e cartões. Bill Cosby voou para Atlanta após o funeral
e entreteve Yolanda e seus irmãos. Yolanda e seus irmãos tiveram a educação
garantida graças à ajuda de Harry Belafonte, que criou um fundo fiduciário para
eles anos antes da morte do pai. Com relação à possibilidade de seu pai ter
sido salvo, Yolanda disse que duvidava que seu pai pudesse ter vivido muito
mais, devido a todo estresse que teve durante sua liderança como líder do
Movimento dos Direitos Civis. Ela admitiu que, se ele tivesse vivido ou ouvido
mais, “estaríamos em um lugar melhor”. Yolanda declarou abertamente anos depois
que ela não odiava James Earl Ray. Algum tempo depois do assassinato de Martin
Luther King Jr., Yolanda disse a Coretta Scott King: Mãe, não vou chorar porque
meu pai não está morto. Ele pode estar morto fisicamente, em um dia vou vê-lo
novamente”. Em 4 de abril de 1970, o segundo aniversário da morte de seu pai,
ela e sua irmã Bernice compareceram à oração silenciosa de seu avô Martin
Luther King Sênior por seu pai no túmulo. A prática de ir ao túmulo de seu pai
no aniversário de seu nascimento ou assassinato tornou-se um ritual anual para
a família King lamentar sua morte. Quando questionada em que tipo de mundo ela
gostaria de viver, Yolanda disse que gostaria que “as pessoas pudessem amar a
todos”. Apesar desse desejo, ela reconheceu que isso não era fácil e expressou
felicidade por seu pai ter mudado muitas coisas, e até feito algumas pessoas
ganharem uma maior autoestima. Yolanda também foi alvo de perseguições por
parte de seus colegas de classe no Smith College, descrevendo que foi a “era em
que os alunos faziam exigências e que muito deles (alunos negros) estavam mais
próximos dos ensinamentos de Malcolm X, ou o que pensavam ser seus
ensinamentos”. Ela refletiu: “Eu nunca tinha lido as obras dele (King Jr.). Eu
era apenas alguém que amava alguém, no caso meu pai, e sabia que ele tinha
feito grandes coisas, porém havia pessoas que não gostavam disso”. Diz ainda:
“Comecei a ler seus livros e acreditava que meu pai estava certo o tempo todo. Quando questionada
sobre quais pressões surgiram por ser filha de Martin Luther King Jr., Yolanda
King afirmava que “assim que as pessoas me ouvissem falar, elas me comparariam
a meu pai. Meus irmãos sofreram o mesmo tipo de pressão. Houve tal expectativa,
como se estivessem esperando por um milagre”. Na época de sua turbulência na
faculdade, Yolanda se lembra de não ter conhecido Malcolm X e “não entendia o
papai, então a que estava eu tentando defender algo eu pensei que sabia, mas
realmente não sabia”. Em 4 de abril de 1975, Yolanda se juntou a sua família
para colocar azaléias sobre a cripta de seu pai, marcando o sétimo aniversário
do seu assassinato. Ex-aluna do Smith College, depois de se formar em 1975, ela
foi tema de um ensaio entre as “mulheres notáveis” durante uma celebração de
125 anos da faculdade e foi membro do Conselho de Administração do Centro
Martin Luther King Jr. para Mudança Social Não Violenta (o memorial nacional
oficial para seu pai) e foi a diretora e fundadora do Programa de Assuntos
Culturais do King Center. Yolanda King se tornou uma ativista e atriz de
direitos humanos. Ela declarou em 2000 ao USA Today, que sua atuação “me
permitiu encontrar uma expressão e uma válvula de escape para a dor e a raiva
que sentia por ter perdido seu pai”. O apoio de sua mãe ajudou a começar sua
carreira de atriz. Apesar de alguma oposição inicial à atuação que ela recebeu
durante sua peça inicial polêmica no colégio, Yolanda ainda tentou conseguir
papéis e tentou atuar ativamente. Serviu no Conselho de Parceria da Habitat for
Humanity, foi a primeira embaixadora nacional da campanha “Power To End Stroke”
da American Stroke Association, membro da SCLC (Southern Christian Leadership
Conference), patrocinadora da Women’s Internacional League for Peace and
Freedom, Campanha de Direitos Humanos, e foi membro vitalício da NAACP
(National Association for the Advancement of Colored People – Associação Nacional
para o Progresso das Pessoas de Cor – ver nota LXXIII). Yolanda recebeu o
diploma de Bacharel em Artes pela Smith College em Northampton, Massachusetts,
um mestrado em teatro pela New York University, e um Doutorado Honorário em
Letras Humanas da Marywood University. Em 1978, ela estreou como Rosa Parks na
minissérie para a King TV (baseada na vida do seu pai e lançada em DVD em
2005). Em 1979, Yolanda conheceu Attalah Shabazz, a filha mais velha de Malcolm
X, depois que arranjos foram feitos pela Ebony Magazine para tirar uma foto das
duas mulheres juntas. Ambas estavam preocupadas porque não gostavam uma da
outra devido ao legado de seus pais. Em vez disso, as duas rapidamente
encontraram-se num terreno comum em seu ativismo e em sua visão positiva em
relação ao futuro dos afro-americanos. As duas eram jovens adultas na época e
tinham um amigo em comum que percebeu que ambas estudavam teatro em New York e
combinou um encontro com elas. Poucos meses depois Yolanda King e Attalah
Shabazz se conheceram, a dupla decidiu colaborar em um trabalho teatral,
resultando em “Entrando no Amanhã” (“Stepping into Tomorrow”). A peça era
direcionada para adolescentes e focada na reunião de 10 anos de seis amigos do
ensino médio. “Entrando no Amanhã” levou à formação da Nucleus na década de
1980, uma companhia de teatro fundada por Yolanda King e Shabazz. A companhia
de teatro sediada na cidade de New York e Los Angeles abordando as questões de
seus pais, Martin Luther King Jr. e Malcolm X, falaram em sua vidas. A dupla se
apresentou em cerca de 50 cidades por ano e fazia palestras juntas, normalmente
em ambientes escolares. Ao se apresentar em 1980 aos membros da equipe GSA,
Yolanda afirmou: “Jim Crow (lei de segregação) está morto, mas seu sofisticado
primo James Crow, está muito vivo. Devemos cessar nossa celebração prematura
(sobre os direitos civis já conquistados) e voltar à luta. Não podemos ficar
satisfeitos com alguns rostos negros em lugares altos quando milhões de nosso
povo são excluídos”. Ela recebeu uma ovação de pé, com aplausos estrondosos. Em
fevereiro de 1982, Yolanda King foi uma oradora durante o centenário do
nascimento de Anne Spencer. Em 1984, ela foi presa sob as vista de sua mãe por
ter protestado na frente da Embaixada da África do Sul, em apoio aos pontos de
vista antiapartheid. Foi a primeira vez que ela foi presa. Em 7 de janeiro de
1986, Yolanda, seu irmão Martin Luther King III e sua irmã Bernice foram presos
por “conduta desordeira” por policiais que responderam a uma chamada de um
mercado Win Dixie, do qual havia um protesto em andamento desde setembro do ano
anterior. Ela mostrou-se insatisfeita com sua “geração” em 20 de janeiro de
1985, referindo-se a ela como “despreocupada e despreocupada, esquecendo-se dos
sacrifícios que lhes permitiram escapar impunes de serem tão despreocupada”.
Naquele mesmo ano, ela apresentou o Prêmio Martin Luther King Jr. de Serviço
Público para o prefeito de Chicago Harold Washington durante o quinto prêmio
anual Ebony American Black Achievement. Ela comemorou o feriado de seu pai em
16 de janeiro de 1986 e participou de um café da manhã em Chicago com o
prefeito Harold Washington. Ela afirmou que o pai teve um “sonho magnífico”,
mas admitiu que “ainda é apenas um sonho”. Yolanda King começou o Mês da História
Negra de 1986 fazendo um discurso em Santa Ana, que pedia que o estudo de
história afro-americana não fosse “relegado ao mês mais curto e frio do ano”.
Depois de ter sido uma oradora pública por mais de vinte anos, Yolanda lembrou
que seus talentos “aconteceram naturalmente crescendo em uma casa como a
minha”. Ela também encontrou “grande ironia” no presidente Ronald Reagan tendo
assinado um projeto de lei para tornar o Dia de Martin Luther King Jr. um
feriado nacional. Ela estreou o Dia de Martin Luther King Jr. iniciando uma
celebração de uma semana em 12 de janeiro de 1987 e conversou com os alunos
sobre as oportunidades que eles tinham naquele momento que seus pais e avós não
tiveram. Em 8 de abril de 1988, Yolanda King e Attalah Shabazz foram homenageadas
pelos supervisores do condado de Los Angeles por suas performances
“unificadoras” e pela mensagem no palco do Los Angeles Theatre Center na noite
anterior. A peça delas “Entrando no Amanhã” foi elogiada pelos supervisores
como sendo “divertida e esclarecedora”. Na ocasião da homenagem o supervisor
Kenneth Hahn disse a Yolanda King que “sentiu que estava na presença de um
grande homem quando conheci seu pai”. Ela voltou para o Smith College em 26 de
janeiro de 1989, fazendo um discurso referindo-se às suas experiências difíceis
anteriores quando veio para a faculdade. Yolanda deixou claro que, embora ela
não tivesse sido “querida” pela instituição, ela ainda era “grata” por sua
experiência. Ela chamou os estado-unidenses para homenagear aqueles que deram suas
vidas devido “a luta pela paz e pela justiça”. Nesse ponto de sua vida, Yolanda
King também atuou como diretora de assuntos culturais do King Center for
Nonviolent Social Change e foi encarregada de arrecadar e direcionar fundo para
todos os eventos artísticos. Foi madrinha da aclamada atriz RaéVen Larrymore
Kelly. Yolanda King e Kelly estrelaram três filmes juntas, “America’s Dream” da
HBO, estrelado por Danny Glover e Wesley Snipes, filme de época premiado;
“Odessa”, que trata da agitação racial em que Yolanda tem um desempenho estelar
como uma babá que perdeu seu filho para a violência racial, e no filme de Rob
Reiner “Fantasmas do Mississippi” sobre o assassinato do líder dos direitos
civis Medgar Evers, estrelado por Whoopi Goldberg e Alec Baldwin, Yolanda e
Kelly interpretaram as versões adulta e infantil de Reena Evers. Em 9 de
dezembro de 1990, ela cancelou uma aparição planejada em uma peça em Tucson,
Arizona e ignorou um boicote que estava ocorrendo na época por grupos de
direitos civis e outros ativistas contra os eleitores do Arizona que estavam
rejeitando a proposta do Dia de Martin Luther King Jr. ser comemorado lá.
Yolanda King e Shabazz planejaram a peça meses antes dos eleitores do estado
rejeitarem o feriado, e Yolanda preparou uma declaração que solidificou suas
razões para apoiar o boicote. Apesar disso, Shabazz ainda apareceu no estado e
atuou na peça. Em 17 de janeiro de 1991, Yolanda falou diante de uma multidão
de alunos no Edmonds Community College. Ela desmascarou a complacência em ter
qualquer papel na progressão do sonho do seu pai. Ela se juntou a sua mãe para
colocar uma coroa de flores em torno da cripta de seu pai. Yolanda enfatizou em
1992 que o amor ajudaria as pessoas a deixar sua marca no mundo. No mesmo ano,
ela também falou na Universidade de Indiana. No 25.º ano após o assassinato do
seu pai, ela foi ao túmulo e lá, deu a mão aos irmãos e à mãe, junto com outros
ativistas dos direitos civis, cantando “We Shall Overcome” (Nós Devemos
Superar”). Durante julho de 1993, ela concordou em falar no Coral Springs City
Center por uma passagem aérea e uma taxa. Ela originalmente queria 8.000
dólares, mas foi negociado por 6.500 dólares. Durante o referido discurso, ela
mencionou que a linha de pobreza entre as crianças na América quase triplicou e
exortou as pessoas a “estender as mãos” e “fazer o que puder”. Em outubro, ela
expressou sua crença de que o sonho de integração de seu pai não foi totalmente
compreendido. Em 1.º de fevereiro de 1994, Yolanda King falou para uma turma diversificada
de alunos no North Central College. Ela afirmou: “É inteiramente apropriado a
escolha de focar no multiculturalismo como atividade de abertura do Mês da
História Negra. A única razão pela qual o Mês da História Negra foi criado e
ainda existe é porque os Estados Unidos ainda está lutando e tentando
recuperar, aceitar a diversidade do seu povo”. Em julho de 1994, depois de ver
algumas fotos de seu pai antes da morte, Yolanda lamentou que “isso (tinha)
trazido de volta suas memórias. Muitas vezes é difícil para os jovens entender
o medo e terror que tantas pessoas sentiram e como elas foram ousadas em se
envolver nas marchas. Mas, ao percorrer a primeira parte da exposição, senti
aquele terror”. Ela homenageou seu pai em 1995, atuando na Sinfonietta de
Chicago na peça “A Lincoln Portrait”, da qual foi a narradora. O “compromisso”
com os diversos membros do público e com a própria peça, foi o que representou
as oportunidade pelas quais King Jr. lutou. No outono de 1995, aos 39 anos, ela
se juntou a Ilyasah Shabazz e Reena Evers para saudar suas mães enquanto
presidiam uma tentativa de registrar um milhão de mulheres afro-americanas para
votar nas eleições presidenciais de 1996. Yolanda King se juntou a toda sua
família em fevereiro de 1997, apoiando um novo julgamento para James Earl Ray,
o homem condenado pelo assassinato de seu pai, tendo percebido que “sem nosso
envolvimento direto, a verdade nunca será revelada”. Em uma entrevista para a
revista People em 1999, ela lembrou quando soube da morte de seu pai e afirmou
em suas palavras que “até hoje, meu coração para de bater cada vez que ouço um
daqueles boletins especiais.” Yolanda King apareceu no filme “Selma, Lord,
Selma”, baseado nas marchas de 1965 de Selma para Montgomery como Miss Bright.
Antes do lançamento do filme, Yolanda expressava acreditar que as crianças da
época apenas sabiam que “Martin Luther King Jr. foi morto, mas quando chegava a
hora de falar sobre os fatos e a história, não havia muito conhecimento. Eles
olhavam para mim, quando estava falando, como se fosse ficção científica”.
Yolanda King participou e falou no Jantar de Gala da Campanha dos Direitos
Humanos em Detroit de 2000. Em um discurso de 24 minutos de duração, ela
mencionou a eleição presidencial daquele ano e também citou as palavras de Bob
Kennedy ao lembrar sua frase tirada de George Bernard Shaw, que de “Alguns
homens veem coisas como são e dizem por quê? Eu sonho coisas que nunca
existiram e dizem por que não?” Durante uma apresentação em maio de 2000,
Yolanda foi questionada se a raça humana algum dia se tornaria “daltônica”? Em
resposta, ela pressionou para que “o objetivo” fosse a “aceitação da cor”. Após
os ataques de 11 de setembro, Yolanda falou no norte de Chicago em 2002 e
relatou que a sabedoria do seu pai durante a crise teria sido de grande ajuda
para ela. Ela mencionou a possibilidade de que o evento possa ter sido um
chamado para os estado-unidenses colocarem sua lealdade para com “sua raça,
tribo e nação”, como seu disse uma vez. Ela, seu irmão Martim Luther King III e
Al Sharpton cantaram “We Shall Overcome” na frente de “The Sphere”, que estava
no topo do World Trade Center antes dos ataques de 11 de setembro. Em homenagem
a seu pai, Yolanda King promoveu um show em Los Angeles intitulado “Achieving
the Dream” em 2001. Durante a peça, ela mudou de roupa várias vezes e ajustou
sua voz e linguagem corporal ao mudar de papel. Yolanda King e Elodia Tate coeditaram o livro “Open My Eyes, Open My
Soul: Celebrating Our Common Humanity”, publicado pela McGraw-Hill em 2003. Em janeiro de 2004,
Yolanda se referiu a seu pai como um rei, mas não como alguém que “se sentou em
um trono, mas alguém que se sentou em uma prisão escura de Birmingham”.
Enquanto em Dallas em março de 2004, Yolanda relatou: “Foi apenas na última
meia dúzia de anos, mais ou menos, que me senti confortável em minha própria
pele. Não preciso mais tentar provar nada a ninguém”. E continuou dizendo: “Eu
lutei muito com o legado do meu pai por um longo tempo, provavelmente na
verdade uns 30 anos antes de realmente fazer as pazes com ele”, afirmou Yolanda
em 2005 em “Western Skies”, um programa de rádio pública baseada no Colorado.
Durante o outono de 2004, ela interpretou Mama em “A Raisin in the Sun” no
Centro Schwartz de Artes Cênicas da Universidade de Cornell. A saúde de Coretta
Scott King começou a declinar depois de sofrer um derrame em agosto de 2005.
Ela também foi diagnosticada com câncer no ovário. Os quatro filhos do ativista
dos direitos civis perceberam que “algo estava acontecendo”. Yolanda estava
conversando com sua mãe em sua casa quando ela parou de falar. Coretta teve um
coágulo sanguíneo saindo do seu coração e se alojando numa artéria do seu
cérebro. Ela foi hospitalizada em 16 de agosto de 2005, e foi programada para
voltar para casa. Ao lado do médico que cuidou da sua mãe, Doutora Maggie
Mermin e sua irmã, Yolanda disse à imprensa que sua mãe estava progredindo
diariamente e que se esperava uma recuperação completa. Ela se tornou porta-voz
da American Heart Association após o derrame de sua mãe, promovendo uma
campanha para aumentar a conscientização sobre derrames. Naquele ano, ela e seu
irmão Dexter se opuseram a seu outro irmão e irmã, Martin Luther King III e
Bernice King, sobre a venda do King Center. Yolanda e Dexter eram a favor da
venda, mas seus outros irmãos não. Depois que Coretta morreu em 30 de janeiro
do ano seguinte, Yolanda, assim como seus irmãos, compareceram a seu funeral.
Quando questionada sobre como estava passando após a morte de sua mãe, Yolanda
respondeu: “Eu me conectei com seu espírito tão fortemente. Estou em contato
direto com seu espírito, e isso me deu muita paz e muita força”. Ela encontrou
os papéis pessoais de sua mãe em sua casa. Ela pregou em janeiro de 2007 para
uma audiência na Igreja Batista Ebenezer e sugeriu que devia-se fazer do mundo
um oásis de paz e amor, bem como para usar o feriado de seu pai como ponto de
partida para suas próprias interpretações de preconceito. Ela falou no Dia de
Martin Luther King Jr. de 2007 para os participante da Igreja Batista Ebenezer
e declarou: “Devemos continuar estendendo a mão para o outro lado da mesa e, na
tradição de Martin Luther King Jr. e Coretta Scott King, alimentar uns aos
outros”. Depois de sua apresentação de uma hora, ela se juntou a sua irmã e sua
tia, Christine King Farris, na assinatura de livros. Em 12 de maio de 2007 dias
antes de sua morte, ela falou no St. Mary Medical Center, em nome da American
Stroke Association. Em 15 de maio de 2007, Yolanda King disse a seu irmão
Dexter que ela estava cansada, embora ele não se importasse com sua agenda
“agitada”. Cerca de uma hora depois, Yolanda desmaiou em Santa Mônica,
Califórnia na casa de Philip Madison Jones, o melhor amigo de seu irmão Dexter
King, e não pôde ser revivida. Sua morte veio um ano depois que sua mãe morreu.
Sua família especulou que sua morte foi causada por um problema cardíaco. Nas
primeiras horas de 19 de maio de 2007, o corpo de Yolanda King foi trazido para
Atlanta, Geórgia, em um avião particular pertencente ao Bispo Eddie Long. Um
memorial público para Yolanda King foi realizado em 24 de maio de 2007, no
Santuário da Igreja Batista Ebenezer Horizon em Atlanta, Geórgia. Muitos dos
presentes não a conheciam, mas vieram por respeito à história da família King,
história de protestos pela paz e justiça social. Yolanda foi cremada, de acordo
com seus desejos. Ela tinha 51 anos. Seus três irmãos acenderam uma vela em sua
memória. Bernice King disse que era “muito difícil estar aqui abençoada como
sua irmã. Yolanda, sua primeira e única irmã, agradeço por ser além de irmã ser
uma amiga”. Martin Luther King II disse que Yolanda ainda está em atividade.
Ela acabou de se mudar para o andar de cima”. Maya Angelou escreveu uma
homenagem a ela, que foi lida durante o serviço memorial. Ela escreveu:
“Yolanda provou diariamente que era possível sorrir envolta em tristeza. Na
verdade, ela provou que o sorriso era mais poderoso e mais doce porque tinha
que pressionar através do luto para ser visto, forçar-se pela crueldade para
mostrar que a luz da sobrevivência brilha para todos nós”. Muitos ex-colega da
Grady High School e do Smith College compareceram para se lembrar e despedir
dela. Raphael Warnock declarou: “Ela lidou com a dificuldade da dor pessoal e
da responsabilidade pública e ainda... ela saiu de tudo vitoriosa. Obrigado por
sua voz”. Até o momento de sua morte, Yolanda King continuou a expressar que os
Estados Unidos ainda estavam em rota de negação com os sonhos e ideais de seu
pai, sonhos e ideais estes que foram cumpridos apenas durante sua vida, mas
desacelerados após sua morte. Em 1993, ela desmascarou qualquer pensamento de
que o “sonho” de seu pai tinha sido tudo menos um sonho, e foi citada como
tendo dito: É mais fácil construir monumentos do que fazer um mundo melhor.
Parece que paramos e de muitas maneiras regredimos, em relação ao tempo que
Martin Luther King Jr. estava vivo”, durante uma celebração que marcou o que
teria sido o sexagésimo quarto aniversário de seu pai. Apesar disso, em 2003
disse que era “uma 100% convicta e inflamada de carteirinha no “O Sonho”. É um
sonho de liberdade – liberdade da opressão, da exploração, da pobreza... o
sonho de uma nação e um mundo onde cada criança terá a oportunidade de
simplesmente ser o melhor que puder ser”. A afirmação foi feita enquanto ela
estava na presença de 800 pessoas que se reuniram para homenagear Martin Luther
King Jr. no Everett Theatre. Ela deixou claro naquele mês que não estava
tentando seguir os passos de seu pai, brincando que: “Eles são muito grandes” e
que ela “cairia e quebraria o pescoço”. Ela também defendeu que o feriado de
seu pai fosse usado como um dia para ajudar os outros e também expressou
insatisfação com o fato de as pessoas relaxarem em seu dia. Em 15 de janeiro de
1997, ela falou no Florida Memorial College e expresso o que ela acreditava que
seu pai sentiria se “soubesse que as pessoas estão tirando um dia de folga em
sua memória e não fazendo nada”. Ela não gostava de clichês usados para definir
seu pai e expressou isso a Attallah Shabazz, e lembrou de ter visto uma peça
onde seu pai era um “covarde” e carregava a Bíblia com ele para todos os
lugares. Yolanda King era uma ardente ativista pelos direitos homossexuais,
assim como sua mãe; Coretta protestou muitas vezes contra os direitos dos
homossexuais. Ela estava entre 187 pessoas presas durante uma manifestação de
ativistas dos direitos gays e lésbicas. Ela declarou no Out and Equal Workplace
Summit em Chicago em 2006: “Se você é gay, lésbica, bissexual ou transgênero,
não tem os mesmos direitos que outros estado-unidenses, não pode se casar,...
ainda enfrenta discriminação no local de trabalho e em nossas forças armadas.
Para uma nação que se orgulha da liberdade, da justiça e da igualdade para
todos, isso é totalmente inaceitável”. Como seus pais e irmãos, King não foi
abertamente e fez qualquer afiliação com um partido político publicamente.
Apesar disso, ela expressou oposição ao presidente Ronald Reagan em sua
relutância em assinar o Dia de Martin Luther King Jr., o feriado nacional que
homenageia seu pai. Dexter King disse sobre sua irmã: “Ela me deu permissão.
Permitiu que eu me concedesse permissão para ser eu”. Jesse Jackson afirmou que
Yolanda King “conviveu com muito do trauma de nossa luta. O movimento estava em
seu DNA”. Joseph Lowery afirmou: “Ela era uma princesa e andava e se portava
como uma princesa. Ela era uma pessoa reservada e quieta que amava atuar”. A
edição de janeiro de 2008 da Ebony, em que seu companheiro, reverendo Suzan
Johnson Cook, assinala num artigo escrito pelo próprio ministro, que apelidou
sua amiga de longa data de “rainha cujo nome era rei”. Em 25 de maio de 2008,
seu irmão Martinho Luther King III e sua esposa, Andrea, tornaram-se pais de
uma menina e deram-lhe o nome de Yolanda Renee King. Durante uma reunião em
2009 sua alma mater Smith College, uma passeata foi feita em sua memória por
seus colegas ex-alunos. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Yolanda_King. Acesso em: 20 de dez. 2021.
[xxxi] Martin
Luther King III – nascido em 23 de outubro de 1957. Defensor
dos direitos humanos estado-unidense, é o filho vivo mais velho dos líderes dos
direitos civis Martin Luther King Jr, e Coretta Scott King serviu como o quarto
presidente da Southern Christian Leadership Conference (SCLC) de 1997 a 2004.
Sua mãe tinha reservas quando foi batizá-lo com o nome de seu famoso pai,
“percebendo os fardos que isso poderia criar para a criança”, mas King Jr.
sempre quis dar a seu filho o nome de Martin Luther King III. O nascimento de
King ocorreu quando seu pai estava falando aos membros da Liderança Cristã do
Sul, e ele anunciou o nome de seu filho após ser informado do nascimento. O
nascimento de King III fez com que muito tempo sua mãe fosse tirada de sua
arte, a música, e ela passou o resto de seu ano do nascimento do menino
cuidando dele e de sua irmã mais velha Yolanda. Martin Luther King III tem três irmãos; Yolanda Denise King, Dexter
Scott King e a Reverenda Bernice Albertine King. Eles foram criados em Vine City, um
bairro urbano de Atlanta, Geórgia. Aos oito anos e apenas na terceira séria,
ele começou a suportar comentários raciais e insultos de um garoto branco de
sua classe, que por acaso também gostava de desenhar. Quando ele se aproximou
do menino e o elogiou por um desenho seu, o assédio cessou. King III tinha dez
anos quando seu pai foi assassinado. Anos antes da morte de seu pai, Henry
Belafonte abriu um fundo fiduciário para King III e seus irmãos. Depois de
estudar na Galloway School, King III frequentou o Morehouse College, a mesma
escola onde seu pai, avô e bisavô estudaram. King III é membro da fraternidade
Alpha Phi Alpha, assim como seu pai. Ele recebeu seu diploma de bacharelado em
ciências políticas pelo Morehouse College em 1979. King III morou com sua mãe
na casa de sua infância até a idade adulta. Em 26 de junho de 1985, King III
foi preso, junto com sua mãe e sua irmã Bernice, enquanto participava de um
protesto antiapartheid na Embaixada da África do Sul em Washington D.C. Em 7 de
janeiro de 1986, Martin Luther King III e suas irmãs foram presos por “conduta
desordeira” por policiais deslocados para um supermercado Winn Dixie, que havia
sido objeto de protestos desde setembro do ano anterior. Em 9 de junho de 1986,
ele anunciou sua candidatura para a Comissão do Condado de Fulton, tornando-se
o primeiro parente imediato de seu pai a se envolver diretamente na política.
Ele ganhou a eleição e foi reeleito em1990, servindo de 1987 a 1993. King III
foi derrotado em uma eleição especial em 1993 para o Representante Estadual
Mitch Skandalakis por 55.264 votos (57,49%) para 40.867 (42,51%), um resultado
desagradável que atraiu a atenção nacional. Ao lado de Kerry Kennedy, King III
se opôs à pena de morte em 1989, afirmando que “se acreditássemos em olho por
olho e dente por dente, a maioria de nós estaria sem olhos e sem dentes”. Em
1993, King III ajudou a fundar o espólio de Martin Luther King Jr. Inc., a
empresa que gerencia a licença de imagem e propriedade intelectual de Martin
Luther King Jr. King III permanece como comissário na empresa em 2008. Durante
seu serviço como comissário no condado de Fulton, King III expressou sua
gratidão a um oficial que potencialmente salvou sua mãe de um homem louco. Em
fevereiro de 2009, King III e sua esposa viajaram para a Índia, cinquenta anos
depois que seu pai e sua mãe fizeram a mesma viagem. Durante sua estada na
Índia, King III liderou uma delegação, que incluía John Lewis e Andrew Young.
Em Nova Delhi, King III visitou museus sobre a vida de Mahatma Gandhi e
respondeu perguntas de estudantes. King III denunciou a guerra no Iraque e os
ataques de Mumbai durante uma palestra no Conselho Indiano de Relações
Internacionais. King III instou o Texas a conceder um indulto ao prisioneiro do
corredor da morte Rodney Reed em 2019 e instou o Alabama a interromper a
execução de Nathaniael Woods em 2020.
Martin Luther King III falou em nome do candidato presidencial do
Partido Democrata em 2008, senador Barack Obama, na Convenção Nacional Democrata
em 28 de agosto de 2008. O evento marcou o 45.º aniversário do discurso “Eu
Tenho um Sonho” e, também, a primeira vez que um afro-americano aceitou a
nomeação presidencial de um partido importante. King disse que seu pai estaria
“orgulhos de Barack Obama, orgulhoso do partido que o indicou e orgulhoso dos
Estados Unidos que o elegera”. No entanto, ele também alertou que o sonho do
seu pai não seria totalmente realizado mesmo se Obama ganhasse a presidência,
porque o país estava sofrendo com a precariedade do sistema de saúde, educação,
mercado habitacional e sistema de justiça, e que “todos nós temos que arregaçar
as mangas e trabalhar para que o sonho que partilhou se concretize”. Em janeiro
de 2009, feriado nacional de Martin Luther King Jr., King III se juntou a Obama
para pintar e reformar o abrigo de trabalho juvenil Sasha Bruce para
adolescentes sem-teto no nordeste de Washington para o dia nacional de serviço
comunitário. Martin Luther King III fez
uma homenagem no serviço memorial de Michael Jackson em 7 de julho de 2009, e
falou no funeral de Jackson no Staples Center em Los Angeles, Califórnia, ao
lado de sua irmã Bernice. Ele também falou como palestrante convidado do campus
no Suny Canton em 23 de fevereiro de 2010, a convite do College Union Board. No
dia 3 de fevereiro de 2020, Kenneth Starr, membro do conselho jurídico do
presidente Donald Trump, no julgamento de impeachment, citou o Dr. Martin
Luther King Jr. no plenário do Senado em sua defesa do presidente. Martin
Luther King III respondeu em uma declaração pública divulgada no dia seguinte
no The Hill que relatou “King III acusou a administração Trump de invocar seu
pai, embora não abordasse as questões políticas mais importantes para ele e sua
defesa dos direitos civis”. Em sua declaração King III afirmou: “O nome de
Martin Luther King Jr. é sinônimo de justiça e imparcialidade. Ele certamente
acreditava que a justiça e a imparcialidade deveriam estar disponíveis para
todos. Mas que zombaria, que hipocrisia e oportunismo essa tentativa categórica
de igualar as opiniões do meu pai sobre 246 anos de escravidão e quase 100 anos
de segregação e a intenção do senhor Kenneth Starr de defender seus clientes
acusados de minar a governança constitucional”. Em 1997, King III foi eleito
por unanimidade para chefiar a SCLC (Southern Christian Leadership Conference),
uma organização de direitos civis fundada por seu pai. King III, foi o quarto
presidente do grupo, que buscou combater a brutalidade policial e abrir novas
divisões locais durante os primeiros anos de seu mandato. Sob a liderança de
King III, o SCLC realizou audiências sobre a brutalidade policial, organizou
uma manifestação para o 37.º aniversário do discurso “Eu Tenho um Sonho” e
lançou uma campanha bem-sucedida para mudar a bandeira do estado da Geórgia,
que anteriormente apresentava uma grande cruz dos confederados. Poucos meses
depois de assumir o cargo, no entanto, King III foi criticado pelo conselho do
SCLC por não responder à sua correspondência ou por não ter abordado questões
importantes para a organização. O conselho também sentiu que ele falhou em se
manifestar contra as questões nacionais que o SCLC teria protestado
anteriormente, incluindo a privação de direitos dos eleitores negros na
recontagem das eleições na Flórida e limites de tempo para beneficiários da
previdência social implementado pelo então presidente Bill Clinton. King III
foi ainda criticado por não se juntar à batalha contra a AIDs, alegadamente
porque se sentia desconfortável ao falar sobre preservativos. Ele também
contratou Lamell J. McMorris, um diretor executivo que, de acordo com o The New
York Times, “criticou os membros do conselho de maneira errada”. Em janeiro de
2000, King III se juntou aos membro da Conferência de Liderança Cristã do Sul
para fazer o teste de câncer de próstata durante um programa do grupo que tinha
por objetivo encorajar homens afro-americanos idosos a fazer o mesmo. O
comediante Dick Gregory também participou do programa. Em 4 de abril de 2000,
trigésimo segundo aniversário da morte de seu pai, King III se juntou com sua
mãe, irmão, irmã Bernice e a tia Christine King Ferris para ir ao túmulo de seu
pai. A SCLC (Conferência de Liderança Cristã do Sul) suspendeu King da
presidência em junho de 2001, temendo que ele estivesse deixando a organização
ficar inativa. O presidente nacional do grupo na época, Claud Young, enviou uma
carta de 25 de junho a King III que dizia: “Você tem sido sistematicamente
insubordinado e exibiu um comportamento impróprio e obstinado no desempenho
(negligente) de suas funções como presidente da SCLC”. King foi reintegrado
apenas uma semana depois, após prometer assumir um papel mais ativo. Young
disse sobre sua suspensão: “Achei que tínhamos que usar um modelo dois por
quatro para chamar sua atenção. Bem, isso chamou sua atenção muito bem”. Depois
que ele foi reintegrado, King preparou um plano de quatro anos delineando uma
orientação mais forte para a organização, concordando demitir McMorris e
anunciando planos para apresentar um forte desafio para a administração Bush
numa convenção de agosto em Montgomery, Alabama. Em um comício em 5 de agosto
de 2001, em Montgomery, os líderes do SCLC, incluindo o reverendo Joseph
Lowery, o ex-embaixador das Nações Unidas Andrew Young e o reverendo Jesse
Jackson, todos prometeram seu apoio a King III. “Sento-me ao lado de meu
sucessor, para assegurar-lhe meu amor e apoio”, disse o reverendo Lowery. King
III disse que também planejava se concentrar no perfil racial, direitos dos
prisioneiros e acabar com a divisão digital entre brancos e negros. No entanto,
King III também sugeriu que o grupo precisava de uma nova abordagem, afirmando:
“Não devemos permitir que nosso desejo de ‘gratificação temporal’ nos segue de
tomar decisões difíceis para afetar as gerações futuras”. Em 2006, King III
fundou uma organização chamada “Realizing the Dream”, que foi absorvida pelo
King Center sob a presidência de King III. O CEO (Chief Executive Officer)
Dexter King acusou Martin de estabelecer a fundação para ganhar dinheiro com o
legado de seus pais, que deveria ir para o King Center. Em 4 de abril de 2008,
o quadragésimo aniversário da morte de seus pai, King III e Al Sharpton
lideraram uma marcha ao redor de Memphis Tennessee. Lá, ele visitou o Lorraine
Hotel pela primeira vez desde a morte de seu pai e colocou uma coroa de flores
onde estava King Jr. antes de ser baleado. Enquanto falava com aqueles que
participaram da marcha, King III pediu que continuassem a luta de seu pai e
promoveu o “Realizing the Dream”, e afirmou que se visasse eliminar a pobreza.
Em julho de 2008, Martin Luther King III e Bernice King entraram com um
processo contra seu irmão, Dexter King, acusando-o de tirar dinheiro
indevidamente do espólio de sua falecida mãe e transferi-lo para o espólio de
Martin Luther King Jr. Inc., onde Dexter King atuava como presidente. De acordo
com o processo, Dexter não conseguiu manter Martin e Bernice informados sobre
os negócios financeiros da empresa. Ele alegou que os ativos da empresa estavam
sendo “mal aplicados ou desperdiçados” e exigiu que Dexter apresentasse
documentos relativos à venda de alguns dos documentos de Martin Luther King Jr.
em 2006. Em resposta, Dexter King acusou seus irmãos de usar continuamente o
legado de seus pais para seu próprio benefício e “para promover suas próprias
agendas pessoais e religiosas”. Embora os críticos tenham dito que o processo
estava em desacordo com a mensagem e o legado de seu pai, King III manteve que
estava de acordo com sua história de negociação e ação direta não violenta,
alegando: “Meu pai também usou o sistema judicial”. Dexter entrou com uma ação
semelhante contra Martin e Bernice em 18 de agosto de 2008, alegando que eles
violaram seu deveres para com o King Center e a propriedade de seu pai, usaram
indevidamente os bens pertencentes ao centro e guardaram dinheiro que deveria
ter voltado para o centro e a propriedade. Entre as alegações no processo
estavam que Martin III manteve indevidamente um Lincoln Navigator SUV de 55.000
dólares doado ao King Center para seu uso pessoal, e que ele “requisitou uma
recepção” realizada no King Center e “o transformou o local em sua própria
recepção de casamento”. Dexter alegou que fez várias tentativas para fazer seus
irmãos pararem com tais abusos de poder, mas não teve sucesso. O advogado de
King III, Jock Smith, negou as acusações como mesquinhas e equivocadas, e disse
que o processo demonstra o abuso de poder de Dexter King e seu histórico de
tomar decisões erradas envolvendo o Centro sem buscar a contribuição adequada
de seus irmãos. Em outubro de 2008, Martin Luther King III não via seu irmão
desde junho, e Dexter ainda não conhecia sua sobrinha, Yolanda. Martin King
III, Bernice e Dexter expressaram amor um pelo outro e esperavam se reconciliar
assim que seus assuntos jurídicos fossem resolvidos. Em outubro de 2009, Martin
e seus irmãos resolveram o processo fora do tribunal. Em 6 de abril de 2010,
Martin Luther King III, o irmão Dexter King e a irmã Bernice King emitiram uma
declaração conjunta, anunciando a reeleição de Martin Luther King III como
presidente e CEO do King Center. “É o momento certo e Martin Luther King III
está no lugar certo para levar esta grande organização adiante”, disse Dexter
King em um comunicado. Bernice King disse estar “orgulhosa de que meus irmãos e
eu estejamos falando a uma só voz para comunicarmos o legado de nossos pais ao
mundo”. Martin Luther King III acrescentou: “Definitivamente estamos
trabalhando juntos. Meu irmão, minha irmã e eu estamos em constante
comunicação... É um ótimo momento para nós”. Como presidente do King Center,
King III foi creditado por liderar um inovador “King Center Imaging Project” em
parceria com o J.P.Morgan Chase, que está digitalizando e fotografando cerca de
200.000 documentos históricos, incluindo discursos de seu pai, sermões, correspondências
e outros escritos e disponibilizando os documentos online para o mundo. Além
disso, King III lançou “The King Center Audio and Visual Digitization Project”
em parceria com a Syracuse University que irá “preservar e digitalizar cerca de
3.500 horas de imagens, áudio e vídeo “de seu pai”. Ele também desenvolveu um
plano de renovação de 100 milhões de dólares para atualizar o Freedom Hal
Complex do King Center, a primeira grande melhoria no local e nas instalações
do centro em seus 30 anos de história. Junto como o reverendo Al Sharpton e
vários outros líderes dos direitos civis, em 28 de agosto de 2010, King III
participou da marcha comemorativa “Reclaim the Dream”, marcando o 47.º
aniversário da histórica Grande Marcha em Washington. Eles falaram na Dunbar
High School em Washington D.C., seguido por uma remontagem no local do futuro
Memorial Martin Luther King Jr, no centro do National Mall. O evento coincidiu
com Glenn Beck’s apresentando uma reunião de honra que foi prevista para o
mesmo dia na parte oriental do Mall. King escreveu uma coluna de opinião do
Washington Post oferecendo críticas moderadas ao evento de Beck: “Embora seja
louvável que o comício (de Glenn Beck) homenageie os bravos homens e mulheres
de nossas forças armadas... (seus) organizadores apresentaram este evento como
uma homenagem aos ideais e contribuições de Martin Luther King Jr... Meu pai...
seria o primeiro a dizer que os participantes do rali de Beck têm o direito de
expressar suas opiniões. Mas seu sonho rejeitava a retórica odiosa e todas as
formas de intolerância ou discriminação, seja voltada para raça, fé,
nacionalidade, orientação sexual ou crenças políticas... Ao longo de sua vida,
ele defendeu a compaixão pelos pobres... Profundamente religioso... meu pai não
afirmava um ‘plano’ excludente que estabelecia a palavra de Deus para apenas um
grupo ou ideologia... Oro para que todos os estado-unidenses abracem o desafio
da justiça social e do espírito unificador que meu pai compartilhou com seus
compatriotas”. Em 4 de abril de 2011, o 43.º aniversário do assassinato de seu
pai, King III ajudou a liderar manifestações em todo o pais contra iniciativas
para eliminar e minar os direitos de negociação coletiva de funcionários
públicos em Wisconsin e outros estados. Martin Luther King III liderou uma
marcha em massa em Atlanta e falou para uma multidão de apoiadores na capital
do estado da Geórgia, instando-os a “defender os direitos de negociação
coletiva de professores, motoristas de ônibus, polícia, bombeiros e outros
trabalhadores do serviço público, que educam, protegem e servem nossos filhos e
famílias”. Em 17 de novembro de 2011, King III e o presidente da AFL-CIO,
Richard Trumka, escreveram um artigo para a CNN, pedindo reformas para acabar
com as leis de imigração opressivas. Em agosto de 2013, King III foi para a
Filadélfia onde se junto ao prefeito Michael Nutter para anunciar a adesão da
cidade a uma campanha nacional contra a pobreza, empregos e educação. Para
comemorar o quinquagésimo aniversário da marcha em Washington, King III viajou
para Washington, juntamente com outros líderes dos direitos civis. Em 21 de
novembro de 2013, King III falou na Universidade DePauw sobre suas memórias de
John F. Kennedy’s assassinato. King III apareceu no programa “The Cycle” da MSNBC
em 9 de maio de 2014. O co-apresentador Touré perguntou se ele acreditava que o
Partido Democrata fez o suficiente para receber o apoio esmagador dos
afro-americanos? A resposta de King III teria chocado o anfitrião. “O partido
não faz o suficiente”, disse ele. “É nossa obrigação responsabilizar o partido.
E não tenho certeza se fazemos isso. “Acho que temos que encontrar uma maneira
de responsabilizar as partes”. Ele continuou dizendo que acreditava que deveria
haver comunicação entre afro-americanos e o movimento Tea Party, afirmando que
“a única maneira de você mudar é pelo menos estar se comunicando”. Em janeiro
de 2011, foi relatado que Martin Luther King III falou sobre o assassinato de
Michael Brown e relatou que ele viria para Ferguson, Missouri. King III estava
presente num comício com os pais de Michael Brown em 17 de agosto. Em uma
entrevista à Fox News, King III disse que seu pai ficaria "muito
desapontado" com a violência que ocorreu em Ferguson após o veredicto do
grande júri. King III compareceu ao funeral de Brown em 25 de agosto. Em
janeiro de 2011, foi relatado que King III tentaria se tornar um “parceiro
estratégico” no time de beisebol New York Mets. “Isso foi uma especulação fora
de proporção”, disse King III à Associeted Press. “Embora não esteja liderando
um grupo e não tenha conversas diretas... acho muito importante promover a
diversidade nas propriedades”. King III estava entre os cofundadores da Bounce
TV, uma rede de transmissão digital voltada para o público negro. Ele atua no
Conselho Consultivo da Let America Vote, uma organização fundada pelo
ex-secretário de Estado do Missouri, Jason Kander, que visa acabar com a
supressão de eleitores. Em 28 de agosto de 2017, King III marchou com Al
Sharpton em Washington D.C. para a Marcha dos Ministros pela Justiça levando
mais de 3.000 ministros a protestar contra as políticas do presidente Donald
Trump. King estava sob grande controvérsia quando concordou em se encontrar com
Trump em janeiro de 1917. No dia de Martin Luther King Jr. em 18 de janeiro de
2021, foi lançado um vídeo no qual King III anunciava seu endosso ao candidato
a prefeito de New York, Andrew Yang, elogiando o plano de Yang de fornecer uma
renda mínima garantida como seu pai queria e declarando que ele estava
juntando-se à campanha como co-presidente. Em maio de 2006, Martin Luther King
III casou-se com uma parceira de longa data, Andrea Waters. Em 25 de maio de
2008, o casal teve uma filha, Yolanda Renee King, a primeira e única neta de
Martin Luther King e Coretta Scott King. Ela recebeu o nome de sua tia, Yolanda
King, que morreu de um problema cardíaco aos 51 anos em Santa Mônica,
Califórnia, no ano anterior. Yolanda Renee apareceu com sua família no 50.º
aniversário da marcha de Washington, onde o presidente Obama e vários líderes e
outras pessoas notáveis ficaram encantados com sua presença. Yolanda Renee
ajudou sua família a tocar um sino que outrora estava pendurado na 16.ª Igreja
St. Baptist de Birmingham, que havia sido bombardeada 18 dias após a marcha
original em Washington, matando quatro meninas. Na idade de nove anos Yolanda
Renee King falou na marcha para demonstração de nossas vidas em Washington
D.C., em 24 de março de 2018. Em 5 de fevereiro de 2006, King III, acompanhado
pelas sobrinhas e sobrinhos de Rosa Parks, apresentou a moeda cerimonial no
Super Bowl XL. A moeda foi então jogada pelo quarterback do New England
Patriots, Tom Bradu, para encerrar as cerimônias antes do jogo, que incluíram
um dedicação e um momento de silencia às memórias de Pars e Scott King e uma
apresentação do Star-Spangled Banner pelo Dr. John, Aaron Neville e Aretha
Franklin acomapanhados pelos coros de Alabama State e Clark Atlanta University.
Em 29 de março de 2008, King III lançou o primeiro arremesso no Jogo dos
Direitos Civis da Liga Principal de Beisebol. Em 19 de setembro de 2010, King
III recebeu o prêmio Global Rama Krishna Bajaj Memorial por contribuições
excepcionais para a promoção dos direitos humanos no Prêmio Global de 26 anos
da Academia Priyadarshni em Mumbai, Índia. Em 29 de fevereiro de 2015, King III
recebeu o Prêmio Humanitário do Montreal Black Film Festival. Fonte: Site string
fixer.com. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Martin_Luther_King_III. Acesso em: 20 de
dez. 2021
[xxxii] Dexter Scott King –
Nascido em 30 de janeiro de 1961 em Atlanta, Geórgia. É um ativista dos
direitos civis estado-unidense e o segundo filho dos líderes dos direitos civis
Martin Luther King Jr. e Coretta Scott King. Dexter King é irmão de Martin Luther King III, Bernice
King e Yolanda King. Recebeu o nome de Dexter em razão da
Dexter Avenue Baptista Church em Montgomery, Alabama, onde seu pai era pastor
antes de se mudar para a Ebenezer Baptist Church em Atlanta, Geórgia. Sua irmã
mais velha, Yolanda, cuidava dele. Ele tinha sete anos quando seu pai foi
assassinado. King e seus irmãos tiveram uma educação garantida graças à ajuda
de Harry Belafonte, que estabeleceu um fundo fiduciário para eles anos antes da
morte de seu pai. Dexter participou da Convenção Nacional Democrata em 1972, o
que o levou a interessar pela política. Dexter Scott King foi para a Douglass
High School, onde aprendeu a tocar trompete. Dexter King frequentou o Morehouse
College, a alma mater de seu falecido pai. Ele estudou administração de
empresas, mas não se formou. Mais tarde, ele se tornou um ator e cineasta de
documentários. Dexter King divide seu tempo entre Atlanta, Geórgia, onde atua
como presidente do King Center for Nonviolent Social Change, e Malibu na
Califórnia. Em maio de 1989, a mãe de Dexter King nomeou o rapaz seu sucessor
como presidente do King Center. Antes da escolha de sua mãe, Dexter expressou acertamente
interesse em transformar o King Center em “um West Point de treinamento não
violento”. Dexter Scott King serviu como presidente do King Center Nonviolent
Social Change, mas renunciou apenas quatro meses após assumir o cargo após uma
disputa com a própria mãe. Porém ele retornou ao cargo em 1994, mas a
influência do King Center foi drasticamente reduzida até então. Como presidente
ele reduziu o número de funcionários de 70 para 14 e fechou uma creche em meio
a uma mudança das atividades convencionais para priorizar a preservação do
legado de seu pai. Refletindo, Dexter admitiu que não fosse o momento certo, já
que ele estava “provavelmente se movendo mais rápido do que a estrutura pudesse
aguentar”. Dexter tem sido um vegano dedicado e ativista dos direitos animais
desde o final dos anos 1980. Em 28 de agosto de 2013, ele compareceu ao 50.º
aniversário da Marcha em Washington evento em que seu pai tinha feito o
histórico discurso “Eu Tenho um Sonho” (“I Have a Dream”). Dexter Scott King
interpretou seu pai e ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr. no
filme para a televisão estado-unidense em 2002, “The Rosa Parks Story”, e até
mesmo expressou a personalidade de 34 anos de seu pai no filme educacional de
1999, “Our Friend, Martin”. Em 1997, 29 anos após a morte de Martin Luther King
Jr., Dexter se encontrou com James Earl Ray, o homem preso pelo assassinato de
seu pai em 1968. Ao confrontá-lo, Dexter King perguntou a Ray: “Só quero
perguntar a você, para que fique registrado, você matou meu pai?” Ray
respondeu: “Não, não matei”. Dexter então disse a Ray que ele, junto com o
resto da família King, acreditava nele. Dexter e Ray discutiram então a saúde
do último e as ações de J. Edgar Hoover. Dexter King também disse a ele que sua
família acreditava em seu testamento de inocência e estava procurando ajudá-lo.
Os dois falaram em particular após 25 minutos com repórteres, e Dexter afirmou
aos repórteres que não sabia quem matou seu pai e que essa incerteza foi a
causa de seu pedido de um novo julgamento.
Como ele afirmou não acreditar que Ray teve qualquer papel na morte de
seu pai, ele trouxe evidências retiradas da cena, como a arma do crime, e
concluiu que Ray não as teria descartado perto da cena do assassinato. Em uma
coletiva de imprensa em 1999, Dexter foi posteriormente questionado por um
repórter, “há muitas pessoas por aí que sentem que enquanto esses conspiradores
permanecerem sem nome e sem rosto, não haverá um encerramento verdadeiro e
nenhuma justiça”. Dexter respondeu: “Não, ele (Loyd Jowers) nomeou o atirador.
O atirador foi o oficial do Departamento de Polícia de Memphis, o tenente Earl
Clark, que ele apontou como o assassino. Além disso, havia testemunhas
confiáveis que nomearam membros de uma equipe das Forças Especiais que não
tiveram que agir porque o assassino contratado teve sucesso. Este assassino
teria sido contratado pela Máfia. Sua crença numa conspiração se estendeu ao
presidente Lyndon B. Johnson. Ele acreditava que, com as evidências que lhe
foram mostradas, haveria dificuldade “para que algo desta magnitude ocorresse
sob seu comando e ele não soubesse disso”. Dexter King perseguiu Andrew Young
para envolvê-lo, e Young mudou sua posição sobre o assassinato do pai de
Dexter, depois de ser visitado por este na primavera de 1997. Sua posição
sempre foi “que não importava que matou o Dr. King Jr., mas o quê matou-o”.
Dexter acusou o Atlanta-Journal Constitution de “atacar perversamente” sua
família depois que o jornal publicou uma reclamação por um programa de
televisão alemão de que sua irmã Bernice queria 4.000 ou 5.000 dólares para uma
entrevista de dez minutos, que Dexter King negou. A mãe de Dexter, Coretta
Scott King, morreu em 30 de janeiro de 2006, aos 78 anos no 45.º aniversário de
Dexter. A irmã mais velha de Dexter, Yolanda, desmaiou na casa de seu melhor
amigo, Philip Madison Jones, em 15 de maio de 2007. Dexter King ligou para sua
tia Christine King Ferris e relatou que havia tentado salvá-la, mas não teve
sucesso e a estava transportando para o hospital. Ela não pôde ser revivida e
morreu aos 51 anos. Sua família acredita que ela tinha um problema de coração.
Dexter falou com ela apenas uma hora antes da sua morte, e não pensou muito
nisso quando ela disse que estava cansada devido à sua agenda “agitada”. Em
relação ao falecimento de sua irmã e o papel que ela desempenhou em sua vida,
King afirmou: “Ela me deu permissão. “Ela permitiu que eu me permitisse ser
eu”. Foi relatado no Atlanta-Journal Constituition que em julho de 2013 Dexter
se casou com sua noiva Leah Weber numa cerimônia privada na Califórnia. Em 11
de julho de 2008, Dexter King foi processado por sua irmã Bernice Albertine
King e seu irmão Martin Luther King III; além disso, ele foi processado por
Bernice King e m nome do espólio de Coretta King. O processo alegou que Dexter
King retirou fundos indevidamente do espólio de Coretta King e de seu pai
Martin Luther King Jr. Em 18 de agosto de 2008, Dexter King entrou com uma
contra-ação afirmando que os seus irmãos haviam “violado seus deveres
fiduciários e pessoais para com o King Center em Atlanta e a propriedade de seu
pai e que haviam usado indevidamente os ativos pertencentes ao centro e
mantiveram o dinheiro que deveria ter sido canalizado de volta para o centro e
para as propriedades do mesmo. Esses processos foram movidos no condado de
Fulton, Tribunal Superior da Geórgia e foram resolvidos fora do tribunal em
outubro de 2009. Em 2010, os três apoiaram o censo daquele ano, aparentemente
indicando que eles haviam reafirmado seus relacionamentos desde a disputa.
Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Dexter_King. Acesso em:20 de dez. 2021.
[xxxiii] Bernice Albertine King – Nascida
em 28 de março de 1963 em Atlanta, Geórgia, EUA. É uma ministra e filha mais
nova dos líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Coretta Scott
King. Ela tinha cinco anos quando seu pai foi assassinado. Em sua adolescência,
Bernice decidiu trabalhar para se tornar uma ministra depois de ter um colapso
ao assistir um documentário sobre seu pai. Bernice King tinha 17 anos quando
foi convidada para falar nas Nações Unidas. Vinte anos depois que seu pai foi
assassinado, ela pregou seu sermão experimental, inspirada pelo ativismo de
seus pais. Sua mãe sofreu um derrame em 2005, e depois morreu no ano seguinte,
Bernice fez o elogio em seu funeral. Um pondo de viragem em sua vida, foi
quando passou um conflito dentro de sua família quando sua irmã Yolanda e seu
irmão Dexter apoiaram a venda do King Center for Nonviolent Social Chage.
Depois que sua irmã morreu em 2007, ela fez o elogio a ela também. Ela apoiou a
campanha presidencial de Barack Obama em 2008 e considerou sua indicação parte
do sonho de seu pai. Bernice King foi eleita presidente da Conferência de
Liderança Cristã do Sul (SCLC) em 2009. Seu irmão mais velho Martin Luther King
III e seu pai já haviam ocupado o cargo. Ela foi a primeira mulher eleita a
presidência na história da organização, em meio a duas convenções separadas
pelo SCLC. Bernice King ficou chateada com as ações do SCLC, em meio ao
sentimento de que a organização estava ignorando suas sugestões e recusou a
presidência em janeiro de 2010. Bernice tornou-se CEO (Chief Executive Officer)
do King Center poucos meses depois. O foco principal de Bernice como CEO do
King Center e na vida é garantir que a filosofia e metodologia não violenta de
seu pai (que o King Center chama de Nonviolence 365) sejam integradas em várias
seitas da sociedade, incluindo educação, governo, negócios, mídia, artes,
entretenimento e esportes. Bernice King acredita que a Nonviolence 365 é a
resposta para os problemas da sociedade e promove sua adoção como estilo de
vida. Bernice king também é o CEO da First Kingdom Management, uma empresa de
consultoria cristã com sede em Atlanta, Geórgia. Bernice Albertine King um dia
depois do seu nascimento em 28 de março de 1963, Martin Luther King Jr. teve
que partir para Birmingham, Alabama, mas voltou correndo quando chegou a hora
de Bernice e sua mãe, Coretta, deixar o hospital. Ele mesmo os levou para casa,
mas, no que era típico do trabalho que estava fazendo, teve que deixá-los
novamente em algumas horas. Após o nascimento, Harry Belafonte percebeu o preço
que o Movimento dos Direitos Civis estava cobrando do tempo e da energia de sua
mãe e se ofereceu para pagar uma enfermeira para ajudar Coretta com os quatro
filhos dos Kings. Eles aceitaram e contrataram uma pessoa que ajudaria com as
crianças pelos próximos cinco ou seis anos. Seu pai morreu uma semana após o
quinto aniversário de Bernice. Certa vez, ela e sua irmã Yolanda acharam que
seria engraçado derramar água no ouvido do pai enquanto ele dormia. Seu pai,
porém, ficou furioso. E pela primeira e única vez ele as bateu. Mais tarde,
Coretta disse a Bernice que seu pai havia comemorado seu quinto aniversário, um
conhecimento que foi especial para ela desde então. Bernice King disse que ela
tem apenas duas memórias fortes de seu pai, uma dele em casa com sua família e
outra dele deitado no caixão em seu funeral. “Não deixo as pessoas saberem
disso, mas penso constantemente em meu pai”, disse Bernice King aos 19 anos.
“Embora eu o conhecesse tão pouco, ele me deixou muito”. Quando seu pai foi
assassinado em Memphis, Tennessee, Bernice estava dormindo. Quando ela acordou,
a mãe disse-lhe que a próxima vez que visse o pai seria no funeral. Na edição
de abril de 1998 da BET Entertainment Weekly, Bernice refletiu: “Eu tinha cinco
anos quando meu pai foi assassinado, então não fazia ideia de quem meu pai
realmente era. Disseram-me, mas imagine eu tentar realmente entender, ou
colocar isso em sua perspectiva adequada naquela idade. Quando finalmente ficou
claro para mim, por volta dos quinze ou dezesseis anos, eu estava com raiva
dele porque ele me deixou. Então eu não queria ter nada a ver com meu pai”.
Após a morte de seu marido Coretta Scott King assumiu o papel de criar quatro
filhos como uma mãe solteira. Amigos da família lembram que ela passou um tempo
considerável com Bernice, que sente que ter sido criada por uma mãe solteira
lhe deu uma visão especial sobre lares com apenas uma mãe. “Eu não tinha um pai
com quem lidar sobre namorados. Eu não tinha um pai para me mostrar como um
homem e uma mulher se relacionam num ambiente familiar. Portanto, dediquei
minha vida à orientação de jovens. Sou inflexível sobre jovens a que foi negada
uma relação pai/filho”. Outras tragédias seguiram. O tio de Bernice King,
Alfred Daniel Williams King, morreu afogado em uma piscina quando ela tinha
seis anos em 21 de julho de 1969. Cinco anos depois, um homem doente mental
atirou em sua avó Alberta Williams King até a morte durante um serviço
religioso na Igreja Batista de Ebenezer em 30 de junho, 1974. Bernice lembra da
morte de sua avó: “Lembro-me daquele dia porque me recuperei da remoção das
amígdalas e estava realmente ansiosa para voltar para Ebenezer, que era
pastoreada por meu avô no lado paterno da família”. Apenas dois anos depois ,
em 1976, sua prima Darlene King, de 20 anos, morreu de ataque cardíaco. Seu avô
Martin Luther King Sênior também morreu de ataque cardíaco em 11 de novembro de
1984. Também seu outro primo Alfred King morreu em 1986. Para encontrar forças
por meio dessas tragédias infantis, Bernice disse brincando, que exigia “muita
oração. Algumas vezes chorando. Algumas vezes gritando”. Em todas as suas
lutas, ela procurou alguém com quem se relacionar em “momento”, porque “ninguém
se encaixa sozinha na conta”. Sua irmã Yolanda, quase oito anos mais velha,
viveu partes do Movimento pelos Direitos Civis que ela nunca viveu. Por outro
lado, ela escreveu que acredita que seus irmãos tiveram uma vida significativamente
diferente dela porque “os caras processam as coisas de maneira diferente”.
Bernice Albertine King disse que a morte da avó e do tio fez com que ela
tivesse problemas de raiva desde os 16 anos. Nessa idade, ela viu “Montgomery to Memphis”, um documentário
sobre a vida de seu pai desde o boicote aos ônibus de Montgomery em 1955 até
seu assassinato em 1968, e “passou quase duas horas chorando” e questionando.
Ela tinha visto o filme muitas vezes enquanto crescia, mas a exibição em
particular “desencadeou uma explosão emocional que mais tarde a jogaria nos
braços de um Deus amoroso”. Bernice King refletiu: “Quando eu vi a cena do
funeral, eu simplesmente desmaiei. Eu corri para fora da cabana na floresta por
quase duas horas e meia, eu simplesmente chorei”. Ela creditou a visão de
influenciá-la a se tornar uma ministra como seu pai, que serviu como ministro
batista na Igreja Batista Ebenezer. Ela estava com o grupo de jovens da igreja
nas Montanhas da Geórgia. Bernice aspirava a se tornar a primeira mulher presidente
dos Estados Unidos na época em que viu o documentário. Thimothy McDonald trouxe
a fita do documentário e a confortou quando ela começou a chorar. De acordo com
McDonald, ele explicou a ela que foi bom que ela expressasse com se sentia e
chamou a aceitação da morte de seu pai de “um trampolim sobre o qual você
construirá o resto de sua vida”. Bernice estudou em Douglass High School em
Atlanta. O irmão dela, Dexter Scott King, também frequentou a escola e se
formou quando ela estava no segundo ano. Aos 17, ela foi convidada a falar nas
Nações Unidas na ausência da mãe. De acordo com Bernice King, ela também
recebeu uma chamada para o ministério naquele ano. Aos 19 anos, ela fez seu
primeiro discurso importante em Chicago, e declarou que “Percorremos um longo
caminho. Mas ainda temos um longo caminho pela frente”. No início de 1983,
Bernice fez um discurso na Igreja de St. Sabina em Chicago. Muitos membros da
audiência disseram que ela os lembrava de seu pai. Bernice King frequentou o
Grinnell College em Iowa, e se formou no Spelman College, uma faculdade
historicamente negra em Atlanta, com graduação em psicologia em 1985. Bernice
afirma que teve pensamentos suicidas antes de “Deus intervir”. Ela foi presa
com sua mãe Coretta e seu irmão Martin Luther King III em 26 de junho de 1985
pelo crime de se manifestar em frente da embaixada da África do Sul numa
manifestação contra o regime de apartheid promovido neste país. Os três
passaram a noite na prisão. A filha mais nova de Martin Luther King Jr., sua viúva
e seu filho mais velho foram acusados de uma contravenção, numa manifestação a
menos de 150 metros de uma embaixada. Em 7 de janeiro de 1986, Bernice King foi
presa com sua irmã Yolanda e seu irmão Martin Luther King III por “conduta
desordeira”. Bernice e seus irmãos foram presos por policiais enviados ao
supermercado Winn Dixie. O Supermercado estava sujeito a protestos desde
setembro de 1985, quando a Conferência de Lideranças Cristã do Sul começou a
boicotar as frutas enlatadas da África do Sul. Foi a primeira vez que Bernice e
seus irmãos foram presos juntos em um protesto. Em 15 de janeiro de 1987, o que
seria o 58.º aniversário de seu pai, Bernice falou em Chicago e disse aos
habitantes para ficarem longe das drogas. Aos 24 anos, Bernice decidiu se
tornar ministra, e ela obteve um mestrado em Divindade (M.Div.), e uma juris
doctor da Emory University em 1990. Bernice King também é membro da Ordem dos
Advogados do Estado da Geórgia. Em 14 de maio de 1990, King se tornou a segunda
mulher a ser ordenada na Igreja Batista Ebenezer. Ela disse que foi “o momento
mais humilhante da minha vida”. Bernice insistiu que ela “não era digna dessa
alta vocação. Sem sangue, sem suor, sem lágrimas como poderiam me ordenar nessa
alta vocação?” Em 18 de janeiro de 1992, o presidente George Herber Walker Bush
visitou o Centro Martin Luther King Jr. para a Mudança Social Não Violenta.
Bernice King falou durante sua visita sobre os problemas de racismo, pobreza e
violência que permaneceram nos Estados Unidos desde o tempo que seu pai estava
vivo, mas não alinhou diretamente nenhuma das questões com o presidente Bush.
Em janeiro de 1994, Bernice expressou sua oposição à recusa de New Hampshire em
reconhecer o Martin Luther King Jr. Day, chamando a decisão de “racista e separatista”.
Em 21 de maio de 1994, ela participou da Conferência de Mulheres
Afro-americanas, onde disse que os pais não deveriam deixar seus filhos ouvirem
“gangster rap” por causa das mensagens nas letras. Em 1996, Bernice publicou
uma coleção de seus sermões e discursos chamada “Hard Questions, Heart Answers”
(“Perguntas Difíceis, Respostas do Coração”). Em 2000, ela narrou desempenho da
música Retrato de Lincoln de Aaron Copland no Festival Schleswig-Holstein Musik
em Kiel, Schleswig-Holstein, Alemanha. Em janeiro daquele ano, Bernice King se
juntou a Fred Shuttlesworth como atração principal de uma celebração de duas
semanas no compus da vida de seu pai na Universidade de Stanford. Ela era uma
anciã na New Birth Missionary Baptist Church, mas renunciou em maio de 2011.
Bernice se juntou à igreja em 2002 e passou a considerar o bispo Eddie Lon como
seu mentor e pai espiritual. A igreja foi o cenário do funeral de sua mãe.
Apesar de sua saída da igreja coincidir com o acordo do Bispo Eddie Long em
processos de má conduta sexual que ele estava envolvido desde setembro de 2010,
Bernice disse que ela planejou deixar New Birth Missionary Baptist Church por
semanas. “Não tem nada a ver com qualquer coisa que está acontecendo com o
bispo Long”, disse ela em 25 de maio de 2011. “Eu sempre soube que não estaria
na New Birth para sempre. Esta é a hora de eu partir”. No mesmo dia ela disse a
um entrevistador que sua última vez como membro da igreja foi no domingo
passado. Bernice afirmou que sua decisão de partir foi devido ao desejo de
continuar o legado de seus pais, que se tornou mais forte desde a morte de sua
mãe. Na época em que ela decidiu deixar a igreja, ela planejava iniciar seu
próprio ministério. Bernice falou que sua mãe ouviu o discurso de Obama na
Convenção Nacional Democrata em 2004 e a contatou no dia seguinte para comentar
sobre o discurso do senado, expressando a crença no futuro político de Obama.
Em junho de 2006, Bernice King disse a uma audiência adolescente que pretendia
fazer mais para continuar o legado de não violência defendido por seus pais
durante a 20.ª Conferência Anual 100 Black Men of America em Atlanta. “Meu
desejo não é ser hipócrita”, disse ela. “Quero ter certeza de que minha vida
não será uma contradição quando assumir uma plataforma”. Em 30 de janeiro de
2007, um ano após a morte de sua mãe Coretta, Bernice fundo a bolsa Be A King
no Spelman College, sua alma mater, em homenagem ao legado de sua mãe. Em 10 de
junho de 2007, ela atuou como apresentadora no Atlanta HUF Awards de 2007. Afeni
Shakur disse que estava feliz em ter Bernice King e outros apresentadores
“participando” naquele ano. Em 4 de maio de 2013, uma rosa foi plantada para a
mãe de Bernice King, Coretta, no Capitólio do Alabama. Bernice afirmou que
embora sua mãe amasse rosas, ela não tinha muito tempo para cuidar delas porque
estava dando continuidade ao legado do seu marido Martin Luther King Jr. Em 29
de abril de 2014, Bernice King e seu irmão Martin Luther King III juntaram-se
ao governador da Geórgia Nathan Deal enquanto ele assinava uma lei para
fornecer uma estátua de seu pai. “Todos nós sabemos que monumentos e estátuas
são isso, são coisas que criamos para que as pessoas se lembrem e nem sempre é
para a nossa geração”, disse Bernice King. Em 31 de maio de 2014, ela aceitou
uma doação de 50.000 dólares da Microsoft durante a abertura de sua loja no
Perimeter Mall, em Atlanta. Também compareceram à cerimônia Mary Carol
Alexander, o Comissário do Departamento de Trabalho da Geórgia, Mark Butler, e
o representante de Tom Taylor. Em 24 de junho de 2014, os pais dos irmãos King
foram condecorados postumamente com a Medalha de Ouro do Congresso. Bernice
King declarou em um comunicado divulgado após o anúncio do prêmio que a família
King foi “profundamente honrada” por seus pais “receberem este prêmio em
reconhecimento de sua liderança incansável e sacrificial para promover a
liberdade e a justiça através da não violência em nossa nação”. Bernice King
foi a oradora principal na gala do 50.º Aniversário da Missão de Resgate de Atlantic
City, realizada em 14 de agosto de 2014. Durante seus anos de faculdade,
Bernice considerou uma carreira como âncora de televisão. Em maio de 1988,
Bernice estava entre os alunos de Emory, cobrando que o colégio deveria
contratar mais afro-americanos como professores e ensinar as obras de teólogos
afro-americanos em seus cursos. Ela disse: “Estudantes negros em campi
predominantemente brancos foram ignorados, humilhados, intimidados... e em
muitos casos eliminados”. Ela disse que os alunos e as pessoas em geral
desculparam a “insensibilidade” da administração e do corpo docente “por muito
tempo”. Bernice serviu como capelã estudantil no Georgia Retardation Center e
no Georgia Baptist Hospital como parte dos requisitos para sua aula de teologia
e foi locada no escritório do procurador da cidade de Atlanta. Ela é um membro
da irmandade Alpha Kappa Alpha, como foi sua mãe. Em 2008, Bernice e seu irmão
Martin Luther King III, entraram com uma ação sobre a alegada má gestão dos
fundos do King Center contra o irmão Dexter Scott King, que então entrou com
uma contra-ação sobre os irmãos. Em outubro de 2009, os processos foram
resolvidos no tribunal. Dexter King descreveu sua angústia com as visões
religiosas conservadoras de Bernice como algo distinto do legado do seu pai. Em
janeiro de 2012, Bernice King foi nomeada CEO do King Center. Em 19 de maio de
2012, ela se encontrou com Aïssata Issofou Mahamadou, primeira-dama do Níger e
esposa de Mahamadou Issoufou. A visita de Mahamadou ao King Center foi uma prioridade
durante sua viagem aos Estados Unidos, por ter sido uma grande admiradora do
pai e da mãe dos irmãos King. Bernice aceitou uma placa com os símbolos do
crucifixo de Mahamadou. Em 26 de setembro de 2013, Evelyn G. Lowery morreu em
sua casa. O King Center divulgou um comunicado de Bernice King em resposta à
sua morte, dizendo: “Estou profundamente triste com a morte da Sra. Evelyn
Gibson Lewery, e meu coração vai para seu marido, Dr. Joseph E. Lowery e suas
três filhas, Yvonne Kennedy, Karen Lowery e Cheryl Lowery Osborne. Nunca
estamos preparados para dizer ‘adeus’ a um ente querido”. Quando o
vice-presidente Joe Biden se aliou a ela na celebração de uma “cerimônia de
naturalização” para cerca de cem imigrantes em 16 de novembro de 2013, ela
demonstrou aversão aos termos “estrangeiros legais” e “ilegais”. Em 28 de março
de 2014, em homenagem ao 51.º aniversário de Bernice, o King Center sediou um
evento de Empoderamento de meninas e mulheres. A organização realizou uma
exibição especial do documentário “Gilr Rising” (“Ascensão Feminina”). A
própria Bernice disse que a experiência foi “projetada para educar, capacitar e
inspirar mulheres jovens a enfrentar e superar os obstáculos que enfrentam em
suas lutas para realizar seus sonhos e impactar a comunidade global”. Em 13 de
agosto de 2014, Bernice King abordou a morte a tiros de Michael Brown e os
manifestantes reagindo em resposta. Ela pediu aos manifestantes que canalizasse
suas respostas para uma ação não violenta construtiva e mencionou testemunhas dando
relatos conflitantes sobre o tiroteio. Em 19 de agosto, Bernice King expressou
sua crença de que a comunidade de Fergunson, Missouri, clamava por ajuda após
anos de abandono. Foi relatado que uma pequena delegação do King Center
viajaria para Fergunson e planejava se encontrar com “todos os elementos” da
comunidade. No dia seguinte, 20 de agosto, Bernice divulgou um comunicado sobre
a morte de Michael Brown, solidarizando-se com seus pais. Em 26 de agosto,
Bernice King, se dirigiu a alunos na Riverview Gardens High School. King disse
aos alunos que o legado de seu pai estava “em jogo” e se “isso não sair da
maneira certa, pode começar a fazer a pessoas questionarem o que aconteceu anos
atrás’. Bernice King foi a oradora principal no Seminole County Prayer
Breakfast (Café da Manhã de Oração do Condado de Seminole) em fevereiro de
1998. Geoff Kach, porta-voz da Strang Communications, disse antes do café da
manhã que havia uma expectativa de ver “muito mais pessoas de cor lá” e outra
razão para se ter escolhido Bernice foi para acabar com as tensões raciais no
condado. Kach acrescentou: “Sentimos que Bernice poderia ajudar a unificar os
cidadãos, as várias organizações, o governo e funcionários da igreja”. Em junho
de 2006, cinco meses após a morte de sua mãe, Bernice King fez saber a vários
adolescentes durante o painel de discussão na 20.ª Conferência Anual 100 Black
Men of America em Atlanta que ela pretendia continuar o legado de não violência
que foi atribuído a seus pais. Naquele mesmo ano, Bernice e seu irmão Martin
Luther King III expressaram interesse em criar um museu de direitos civis perto
da Igreja Batista Ebenezer e do King Center, onde seus pais estavam enterrados.
Em 20 de março de 2009, ela se juntou a seu irmão Martin na CNN’s The Situation
Room para discutir a sobre a posse do 44.º presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama. Em 17 de abril de 2009, Bernice King fez um discurso na Liberty
University. O Chaceler de LU Jerry Falwell Jr. disse que a universidade passou
o ano todo ansiosa para ver Bernice King falar. Ele disse que Bernice ajudou “a
reduzir a divisão que foi criada entre diferentes grupos de estudantes durante
a temporada de eleições 2008. Por exemplo, ela deu uma forte mensagem do
Evangelho hoje. Cristãos afro-americanos e cristãos brancos foram separados em
diferentes campos políticos na última geração, mas se eles compartilham muitos
dos mesmos valores fundamentais, especialmente quando se trata de questões
sociais como aborto, casamento e vales-escola, porque não manterem-se unidos”.
Bernice King disse que a universidade era um lugar para “reis em treinamento”.
Ela disse aos alunos da Liberty University que eles eram “muito abençoados e
altamente favorecidos por estar em uma instituição como esta”. Ela pediu aos
alunos que aceitasse “sua identidade. Você é um rei. “Nunca se veja apenas como
um sujeito”. Em 7 de julho de 2009, Bernice falou ao lado de seu irmão Martin
Luther King III no Staples Center em Los Angeles numa cerimônia comemorativa da
vida de Michael Jackson. Em 16 de outubro de 2011, ela mencionou na abertura do
Memorial de Martin Luther King Jr. que o memorial estava em construção há um
longo tempo e era uma “prioridade” para sua mãe. Ela e seu irmão Martin
apoiaram os protestos do Occupy Wall Street. Em 13 de janeiro de 2012, Bernice
King foi a oradora principal no 24.º Jantar Anual de Premiação do Dr. Martin
Luther King Jr. Em 29 de março de 2012, um mês após a morte a tiros do
adolescente Trayvon Martin, Bernice divulgou um comunicado por meio do King
Center. Em seus comentários, ela se referiu às mortes de seu pai e da avó
paterna, que, como Trayvon Martin, forma mortos por armas de fogo. Ela concluiu
sua declaração dizendo que “ainda estamos na jornada para o topo da montanha.
Junte-se a mim na jornada enquanto oramos pela família de Trayvon, a comunidade
de Sanford e todos que correm o risco de ser vítimas de violência”. Ela fez uma
declaração pública em relação ao veredicto do estado da Flórida versus George
Zimmerman em 15 de julho de 2013 por meio de uma aparição na CNN co Wolf
Britzer. Ela esclareceu um tweet que postou no Twitter e explicou que o
tratamento do veredicto “determinaria quanto progresso fizemos”. Ela falou em
uma reunião na prefeitura dedicada a Trayvon Martin e a absolvição de Zimmerman
foram um alerta para os estado-unidenses. Em 28 de agosto de 2013, o
quinquagésimo aniversário da Marcha para Washington, da qual seu pai
participou, Bernice falou e relatou que os cidadãos dos Estados Unidos “ainda
estavam presos a um ciclo de agitação civil e herdaram os preconceitos sociais,
em nossa nação e no mundo, que muitas vezes degeneram em violência e
destruição”. Apesar disso, ela admitiu estar satisfeita em ver muitos jovens e
mulheres no evento, observando que não foi o caso durante a Marcha de Washington.
Bernice fez alusão à morte do adolescente Trayvon Martin em fevereiro de 2012 e
disse: “Se a liberdade parar de soar, o som desaparecerá e a atmosfera ficará
carregada de outra coisa. Cinquenta anos depois, chegamos mais uma vez a este
pouso especial nas escadas do Lincoln Memorial para refletir, renovar e
rejuvenescer para a luta continua pela liberdade e justiça”. Ela falou no
evento para arrecadação de fundos Boys & Girls Clubs of Northeast Florida
em 29 de outubro de 2013. Em 20 de janeiro de 2014, no dia de Martin Luther
King Jr., a filha caçula do ativista falou na Igreja Batista Ebenezer. Bernice
disse que havia “muito trabalho que devemos fazer” e perguntou se estamos “com
medo ou estamos realmente comprometidos com o trabalho que devemos fazer?” Em
19 de março de 2014, Bernice King fez um discurso no Seminole State College da
Flórida com parte da série de palestrantes da escola. Ela se concentrou no 50.º
aniversário da Marcha para Washington e na Lei dos Direitos Civis de 1964. Após
seu discurso, King foi presenteada com uma chave da cidade pela vice-prefeita
de Sanford, Velma Williams. Bernice falou na Fontbonne University em 17 de
setembro de 2014. Ela foi acompanhada por membros da equipe do King Center, que
a ajudaram a exortar a comunidade a não agir com violência. Em 11 de dezembro
de 2004, Bernice King participou de uma marcha contra o casamento entre pessoas
do mesmo sexo em Atlanta. Essa ação contrastava a defesa da sua mão Coretta e
de sua irmã mais velha Yolanda, ambas defensoras dos direitos homossexuais a
muito tempo. Ela foi acompanhada pelo pastor sênior da New Birth Missionary
Baptist Church Eddie Long, que disse em um comunicado por escrito que a marcha
não era “para protestar contra o casamento do mesmo seco, mas para apresentar
uma versão unificada de retidão e justiça”. Na época da marcha, Bernice King
disse que ela havia se tornado uma “filha espiritual” de Eddie Long e a questão
da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo deixou muitos
divididos. “A questão é: como você
supera essa dor?” ela disse. “Pode ser a cunha que permanece conosco por muito
tempo. Temos que chegar a um lugar onde não se torne a questão mais definidora
de nosso tempo”. Ela incorporou o King Center e a chama eterna na tumba de seu
pai na marcha. O King Center negou sua permissão para iniciar a marcha na tumba
de seu pai e acusou-a de fazê-lo para “fornecer apoio para sua própria causa
pessoal” e “para melhorar sua posição pessoal no Novo Nascimento”. O evento
também foi criticado por organizações de direitos gays, que afirmaram que
Bernice havia traído o legado de seu pai. Chuck Bowen, porta-voz da Georgia
Equality, afirmou que ficou surpreso ao saber da marcha. “Acho que é muito
triste”, disse Bowen. “Acho que ela está abusando do bom nome do Dr. King e do
trabalho que ele fez criando igualdade para todos os estado-unidenses”. A mãe
dos irmãos King, Coretta Scott King, teve um derrame em agosto de 2005. Ela
morreu em 30 de janeiro de 2006. Bernice fez o elogio em seu funeral. Ela
chamou a morte da sua mãe de “um grande ponto de virada”. Ela sentiu que a
morte da mãe foi um “renascimento” para ela, “em termos de compreensão de que
venho de raízes de grandeza e sou chamada para a grandeza e não há nada que eu
possa fazer a não ser tentar dar o melhor de mim”. Em 24 de outubro de 2005,
Rosa Parks morreu de causas naturais. Seu funeral ocorreu em 2 de novembro de
2005. Bernice King compareceu ao funeral e fez comentários em nome de sua mãe.
Bernice foi a única das quatro crianças dos Kings que estava com Coretta Scott
King quando ela morreu e soube que os restos mortais de sua mãe não poderiam
ser transportados de volta para a Geórgia, já que as autoridades mexicanas
exigiram uma autópsia primeira. Nos messes entre o derrame da mãe e a morte,
Bernice e seu irmão Martin Luther King III juraram lutar contra a venda do King
Center para o Serviço de Parques Nacionais. Os irmãos foram colocados contra o
irmão Dexter e a irmão Yolanda, que apoiaram e votaram a favor da venda no
início de dezembro de 2005. Em 30 de dezembro de 2005, Bernice e seu irmão
Martin declararam que sua prioridade era preservar o “legado do seu pai e o
sonho de sua mãe”. Bernice declarou a opinião de sua mãe sobre a venda: “Ela
sentiu em algum momento que poderia, de fato, o King Center acabar nas mãos do
governo, mas ela nunca imaginou isso em vida”. Andrew Young disse que a
transferência de poder permitia que a família concentrasse mais na mensagem de
não violência de Martin Luther King Jr. e menos na manutenção da propriedade.
Bernice King disse que ao passar para propriedade do governo, o que aconteceria
sobre o King Center se fosse vendido ao National Park Service, resultaria em
“uma perda de independência ideológica”. Martin Luther King III afirmou que
Bernice havia sido removida como secretária e que ele havia sido substituído
como presidente por seu irmão Dexter. Dezesseis meses depois, em 15 de maio de
2007, a irmã de Bernice, Yolanda King, morreu após desmaiar e não pôde ser
revivida. Bernice King fez o elogio no memorial da sua irmã em 24 de maio de
2007. Durante o elogio admitiu que a morte da irmã foi ainda mais difícil do
que de sua mãe e disse que a irmã frequentemente se dirigia a ela como sua
“única irmã”. Ela acrescentou: “É muito difícil estar aqui abençoada como sua
única irmã. Yolanda, da sua primeira e única irmã, eu te agradeço por ser uma
irmã e por ser uma amiga”. Ela se juntou a seus irmãos para acender velas em
memória de sua irmã. Bernice e seu irmão Martin Luther King III acusaram seu
irmão Dexter de tê-los desligado das decisões e das reuniões de acionistas.
Eles alegaram que Dexter fazia isso desde 2004. Em 12 de outubro de 2009, a
disputa foi resolvida fora do tribunal. Os irmãos King passaram todo o dia 12
de outubro trancados. O objetivo do encontro era que os três chegassem a um
acordo. Após o término de sua reunião, Bernice e seu irmão Martin disseram do
lado de fora do Tribunal do Condado de Fulton que os resultados do acordo
pareciam positivos. Bernice King e Martin também se opuseram à entrega de
fotos, cartas pessoais e papéis de sua mãe a um biógrafo. Seu irmão Dexter
pediu a um juiz que os obrigasse a obedecer. A biógrafa Reynolds, conheceu
Coretta Scott King em 1972 e disse que a viúva pediu que ela escrevesse uma
continuação de suas memórias de 1969. Bernice e o advogado de seu irmão
afirmaram que sua mãe mudou de ideia sobre a biografia, citando a aparente
desaprovação da Senhora King pelo estilo de escrita de Reynolds. Um juiz
ordenou que os Kings comparecessem ao tribunal em 14 de outubro de 2008. David
J. Garrow, biógrafo do pai de King, disse que era “triste e patético ver os
três se comportando dessa maneira autodestrutiva”. Em setembro de 2009, o
contrato do livro estava extinto e um juiz ordenou que os três irmãos se
reunissem. Em 14 de setembro, Bernice King e seu irmão Martin se viram no meio
de moções, testemunhos e processos judiciais por mais de 13 horas. Em uma
audiência separada, o advogado de Dexter Scott King, Lin Wood, argumentou que
Bernice King ignorou voluntariamente uma ordem judicial. Assim o advogado
raciocinou porque Bernice não revelou o conteúdo do cofre de Martin Luther King
Jr e Coretta. Wood também disse que o irmão de Bernice, Martin, e um dos
advogados dela, que não estava mais no caso, sabiam das cartas e se recusavam a
revelá-las. O advogado de Bernice, Charles Mathis, disse que ela “não escondeu
nada” e disse: “Ela pensou que estava fazendo o que deveria ser feito quando
contou ao seu primeiro advogado. Não houve uma falha intencional de
divulgação”. No dia seguinte, os advogados de Dexter Scott King argumentaram
que Bernice foi legalmente obrigada a entregar as cartas a Dexter, mas ignorou
a ordem. O advogado de Dexter, Wood disse: “Independentemente de qual seja seu
sobrenome, se você deliberadamente não o divulgou, deve sofrer as
consequências”. Wood observou que Bernice negou a existência do cofre várias
vezes enquanto estava sob juramento, que ela disse ter encontrado após a morte
de sua irmã Yolanda, eu já tinha sido a proprietária do mesmo. Em 28 de agosto
de 2013, o quinquagésimo aniversário da Marcha em Washington, o espólio de King
entrou com uma ação contra o King Center alegando que o manuseio da memorabilia
de Martin Luther King Jr. havia sido descuidado O processo também alegou que as
tentativas de resolver o problema com a CEO do King Center, Bernice King,
falharam e que houve um “colapso total na comunicação e transparência do King
Center”. A propriedade King enviou um aviso de 30 dias ao King Center em 10 de
agosto de 2013. Notificou o centro que o acordo de licenciamento para as
memorabilia de Martin Luther King Jr. estava sendo rescindido e que o centro
poderia evitar isso colocando Bernice King em licença administrativa e
retirando Andrew Young e Alveda King do conselho. Segundo o espólio, Alveda
King tentou “impedir” a auditoria. A propriedade solicitou uma ordem judicial
impedindo o centro de usar as memorabilia depois que a licença expirou. Bernice
King anunciou em um comunicado em 22 de janeiro de 2015 que a propriedade de
seu pai, administrada por seus irmãos, havia retirado voluntariamente o
processo. Ela disse que as posições do King Center sobre seus direitos legais
foram justificadas pela retirada do processo pelo espólio e que a ação era um
sinal de que a rivalidade dos irmãos estava a caminho da reconciliação. Harry
Belafonte entrou com uma ação em outubro de 2013, onde pediu para ser declarado
o proprietário de três documentos dados a ele pelos Kings e para que Bernice
King fosse impedida permanentemente de tentar reivindicar a propriedade dos
três documentos. Os documentos são “Vítimas da Guerra do Vietnã” de Martin
Luther King Jr., que Belafonte afirmou que possuía desde 1967; o “Discurso de
Memphis” não entregue à família que foi encontrado no bolso de Martin Luther
King Jr. após seu assassinato e; uma carta de condolências enviada pelo
presidente Lyndon B. Johnson à então recém-viúva Coretta Scott King. A
propriedade de King e Bernice King disputaram a propriedade dos documentos por
Belafonte quando, em 2008, ele levou os itens para a casa de leilões Sotheby’s
em New York para serem avaliados e colocados à venda. Em 11 de abril de 2014,
Belafonte e o espólio de King disseram em uma declaração conjunta que um acordo
confidencial “resultou na retenção de posse dos documentos por Belafonte”. Os
irmãos Martin Luther King III e Dexter Scott King estavam interessados em
vender o Prêmio Nobel da Paz de seu pai e sua Bíblia, que mais tarde foi usada
por Barack Obama durante sua segunda posse presidência em 2013. Os irmãos
entraram em um processo contra Bernice King, reclamando que ela tinha “omitido”
e “sequestrado” os dois itens de interesse, violando um acordo de 1995 que dá
aos irmãos King o controle exclusivo de todas as propriedade de seu pai.
Bernice disse em sua defesa: “Assumo esta posição forte para meu pai porque
papai não está aqui para dizer que a Bíblia e as medalhas nunca serão
vendidas”. Foi relatado que Martin Luther King III enviou a ela, 20 de janeiro
de 2014, o dia de Martin Luther King Jr. do ano, uma carta solicitando uma
reunião para “discutir e votar sobre a oferta de compra em uma venda privada do
Prêmio Nobel da Paz e a Bíblia de Martin Luther King Jr. Em 22 de janeiro de
2014, Dexter Scott King e Martin Luther King III votaram como membros do
conselho da propriedade de King para buscar a venda do prêmio e da Bíblia de
seu pai. Os itens estavam sob os cuidados de Bernice desde a morte de sua mãe,
Coretta Scott King, em 2006. A posições de Bernice tinha o apoio de membros da
comunidade de direitos civis, incluindo C.T. Vivian, Andrew Young e Joseph
Lowery. A prima dos irmãos King, Alveda King, também apoiava Bernice. Ela
disse: “Estou do lado dela porque acredito que não podemos vender pelo lance
mais alto aquelas heranças de família”. Em 4 de fevereiro de 2014, Bernice
declarou que protestaria contra a venda da Bíblia de seu pai e do Prêmio Nobel
da Paz e, como resultado, se oporia a seus irmãos. Ela disse que lucrar com a
venda do Prêmio Nobel seria “espiritualmente violento” e “moralmente
repreensível”. Em 6 de fevereiro de 2014, Bernice pediu numa entrevista
coletiva na Igreja Batista Ebenezer para a mídia “evitar me associar com meus
irmãos”. Em 19 de fevereiro de 2014, um juiz ordenou que ela desistisse dos
itens e os manteve temporariamente em um cofre em nome do espólio de Martin Luther
King Jr. O juiz permanecerá em posse da chave até que o assunto seja resolvido.
Um juiz comparou a posição de Bernice King contra a venda da Bíblia e do Prêmio
Nobel da Paz de seu pai como a Coca-Cola não querer vender sua receita, e mais
tarde observou que ele não estava tentando banalizar o valor das posses de
Martin Luther King Jr. fazendo a comparação. Embora Bernice King tenha dito que
as pessoas a incitaram a ficar com a Bíblia e o Prêmio Nobel da Paz e ir para a
prisão se necessário, ela cumpriu a ordem do juiz. Em 6 de março de 2014, ela
pediu a seus irmãos que realizassem outra votação e disse que esperava que um
deles mudasse de ideia. Apesar de enfrentar uma separação de seus irmãos, ela
esperava ser capaz de se reconciliar com eles sobre o assunto e disse que
estava aberta a um acordo extrajudicial. Ela apelou a qualquer um que
considerasse não comprar a Bíblia e o Prêmio Nobel da Paz caso fossem colocados
à venda, tomando o caminho moral e deixando o “sagrado em seu estado sagrado”.
Embora ela tenha recebido um prazo para entregá-los até 3 de março, o prazo foi
estendido por mais cinco dias, de acordo com um dos advogados de Bernice. Ela
disse que nunca apoiaria seus irmãos na venda do Prêmio Nobel da Paz e e da
Bíblia. Ela disse que se seu pai estivesse vivo, ele diria, “minha Bíblia e
minha medalha nunca devem ser vendidas, nem para uma instituição ou mesmo uma
pessoa”. Em 10 de março d 2014, Bernice King entregou o Prêmio Nobel da Paz e a
Bíblia a Martin Luther King III para colocá-los em um cofre numa reunião que
durou cinco minutos. Um advogado envolvido na disputa, disse que poucas
palavras foram trocadas enquanto Berenice entregava os itens. Eric Barnum, um
advogado de Bernice King, disse que seu cliente “cumpriu a ordem do tribunal”.
Em 14 de março de 2014, Ron Gaither, um dos advogados de Bernice King,
argumentou que William Hill, advogado de Martin Luther King III e Dexter King,
não deveria ter qualquer papel no caso por causa de seu envolvimento na disputa
de 2008 entre os filhos de King. Um juiz nomeou Hill como Mestre Especial em
2008. Os advogados de Bernice King em uma audiência disseram que “Hill
desempenhou um papel vital e substancial no julgamento de uma série de disputas
que surgiram entre as partes”. Os advogados argumentaram que isso deu a Hill
uma vantagem, ao mesmo tempo que colocava Bernice em desvantagem. A defesa de
Hill de si mesmo era que ele só tinha acesso a documentos relacionados ao
espólio de Coretta Scott King e que os advogados de Bernice King estavam usando
uma tática de protelação ao tentar desqualificá-lo. O juiz do Tribunal Superior
do Condado de Fulton, Robert McBurney, afirmou que em breve emitiria uma
decisão sobre se Hill seria desqualificado. MacBurney atendeu o pedido dos
advogados de Bernice King e desqualificou Hill. Uma audiência completa foi
marcada para o final de setembro de 2014. Em 14 de dezembro de 2007, na sede da
Ordem dos Advogados do Estado da Geórgia, Bernice King foi homenageada pela
Georgia Alliance of African American Attorneys com o prêmio “Compromisso com a
Comunidade” por seu trabalho como advogada e líder comunitária. Em 7 de outubro
de 2009, Bernice recebeu um prêmio por sua “vida inteira de serviço às mulheres
e outras causas” na Convenção da Coalização Nacional das 100 Mulheres Negras.
No dia 7 de novembro de 2013, como parte do “Celebrating the Dream”, em
comemoração ao 50.º aniversário do discurso “I Have a Dream” feito por seu pai,
Bernice recebeu o Legend Award como uma homenagem ao seu legado e após ela
entregar o discurso. A revista Ebony nomeou-a como uma de seus dez futuros
líderes da comunidade negra. Em 2005, Bernice King liderou uma marcha até o
túmulo de seu pai e, ao mesmo tempo, pediu a proibição constitucional do
casamento gay. Certa vez, ela disse aos apoiadores LGBT que seu pai não levou
uma bala por casamentos do mesmo sexo. Durante o comício do dia Martin Luther
King Jr. em Atlanta, em 2012, Bernice incluiu pessoas LGBT entre os vários
grupos que precisavam se unir parar “cumprir o legado de seu pai”. Ao falar na
Brown University em 2013, ela fez declarações sobre suas crenças em relação as
origens do casamento: “Eu acredito que a família foi criada e ordenada em
primeiro lugar por Deus, que Ele instituiu o casamento, e essa é uma lei que
Ele instituiu e não... nós que instituímos” e sobre as origens da atração de
pessoas do mesmo sexo: “Eu também não acredito que todo mundo nasça assim. Sei
que algumas pessoas foram violadas. Sei que algumas pessoas infelizmente
mergulhou nele como um experimento”. Bernice King declarou publicamente que seu
pai seria contra o casamento gay. Sua declaração contradiz a da sua mãe,
Coretta Scott King, que era uma ávida apoiadora da comunidade LGBT e declarou
publicamente que seu marido também teria apoiado as causas homossexuais. No
entanto, em 2015, parecia que ela havia mudado sua posição sobre o assunto,
quando emitiu um comunicado à imprensa como CEO do King Center apoiando a
decisão do Supremo Tribunal de Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo. Bernice
King opõe-se ao aborto, pois acredita que a vida começa e deve ser protegida a
partir da concepção. Em 22 de agosto de 2013, Bernice King expressou sua crença
de que “a vida começa no útero de uma mulher”. Fonte: Site String Fixer.
Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Bernice_King. Acesso
em 20 de dez. 2021.
[xxxiv] Claudette Colvin – Nascida
em 5 de setembro de 1939 em Montgomery, Alabama, EUA. Pioneira estado-unidense
do movimento pelos direitos civis dos anos de 1950 é auxiliar de enfermagem
aposentada. Em 2 de março de 1955, ela foi presa aos 15 anos em Montgomery,
Alabama, por se recusar ceder seu assento a uma mulher branca em um ônibus
lotado e que seguia as leis de segregação racial. Isso ocorreu nove meses antes
do incidente mais conhecido em que Rosa Parks, secretária da seção local da
Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), ajudou a
desencadear o boicote aos ônibus de Montgomery em 1955. Fonte: Wikipédia.
Disponível em: HTTPS://en.m.wikipedia.org/wiki/Claudette_Colvin. Acesso
em 20 de dez. 2021. Claudette Colvin foi uma pioneira do Movimento dos Direitos
Civis porque no dia 2 de março de 1955, foi presa por se recusar a ceder seu
assento para um branco num ônibus da preconceituosa cidade de Montgomery,
Alabama. Nove meses antes da famosa prisão de Rosa Parks pelo mesmo crime.
Colvin estava entre os quatro demandantes originalmente incluídos no caso do
tribunal federal movido pelo advogado dos direitos civis Fred Gray, em 1.º de
fevereiro de 1956, como Browder versus Gaylke, e ela testemunhou perante o
painel de três juízes que ouviram o caso. Em 13 de junho de 1956, os juízes
determinaram que as leis estaduais e locais que exigiam a segregação de ônibus
no Alabama eram inconstitucionais. O caso foi para a Suprema Corte dos Estados
Unidos, que manteve a decisão em 17 de dezembro de 1956. Colvin foi a última
testemunha a depor. Três dias depois, a Suprema Corte emitiu uma ordem para
Montgomery e o estado do Alabama acabar com a segregação em ônibus, e o boicote
aos ônibus de Montgomery terminou. Por muitos anos, os líderes negros de
Montgomery não divulgaram o esforço pioneiro de Convin porque ela era uma
adolescente que teria engravidado por um homem casado. No entanto, ela na
verdade não engravidou, isto teria acontecido mais tarde. Ela argumentou: “Os
jovens acham que Rosa Parks simplesmente se sentou num ônibus e acabou com a
segregação, mas esse não foi o caso”. Fonte: Site Citações e Frases Famosas:
Disponível em: https://citacoes.in/autores/claudette-colvin/. Acesso
em 20 de dez. 2021.
[xxxv] Leis
Jim Crow – leis estaduais e locais que impunham a segregação racial no sul
dos Estados Unidos. Todas essas leis foram promulgadas no final do século XIX e
início do século XX pelas legislaturas estaduais dominadas pelos Democratas
após o período da Reconstrução. As leis foram aplicadas entre 1877 a 1964. Na
prática, as leis Jim Crow exigiam instalações separadas para brancos e negros
em todos os locais públicos nos estados que faziam parte dos antigos Estados
Confederados da América e em outros estados. Jim Crow era um personagem de
teatro – desenvolvido e popularizado pro Thomas D. Rice (1808 – 1860) – e uma
representação racista dos afro-americanos e de sua cultura. Rice baseou o
personagem em um malandro chamado Jim Crow, que há muito era popular entre os
escravos negros. As leis de Jim Crow foram mantidas em 1896 no caso Plessy
versus Ferguson, no qual a Suprema Corte dos Estados Unidos estabeleceu sua
doutrina legal de “separados, mas iguais” para instalações afro-americanas.
Além disso, a educação pública havia sido essencialmente segregada desde a sua
criação na maior parte do sul após a Guerra de Secessão. O princípio legal da
segregação racial de “separados, mas iguais” foi estendido às instalações e aos
transportes públicos, incluindo ônibus e trens interestaduais. Fonte: Google
Artes & Cultura. Disponível em: https://artsandculture.google.com/entity/m0dkzf?hl=pt. Acesso
em 20 de dez. 2021.
[xxxvi] Edgar
Daniel Nixon – Líder dos direitos
civis trabalhava como carregador em
Pullman batalhou ao lado de Rosa Parks e Martin Luther King Jr., para iniciar o
boicote aos ônibus de Montegomery, mais tarde se tornou um ativista comunitário
com posições de liderança na NAACP (Associação Nacional para o Avanço das
Pessoas de Cor e na Liga dos Eleitores. Ele foi fundamental para tirar Rosa
Parks da prisão e posicionar seu caso para desencadear o boicote aos ônibus de
Montgomery, recrutando para causa o Dr. Martin Luther King Jr. Edgar Daniel
Nixon nasceu em 12 de julho de 1899, no condado de Lowndes, Alabama, filho de
Sue Ann Chappel e Wesley M. Nixon. Sua mãe morreu quando Nixon era um menino, e
mais tarde ele morou em Montgomery durante sua adolescência. Edgar Nixon
cresceu e se tornou um jovem escultural que encontrou emprego como carregador
Pullman no início da década de 1920. Nixon envolveu-se com a Brotherhood of
Sleeping Car Porters, uma união afro-americana fundada e presidida por A.
Philip Randolph. O presidente da BSCP inspirou Nixon a agir, e ele se tornou
líder da filial do BSCP no Alabama e um ativista comunitário atencioso e
poderoso que influenciou amplamente o movimento pelos direitos civis. Durante o
início da década de 1940, Nixon escreveu uma carta a Eleanor Roosevelt pedindo
o estabelecimento de um Club USO (United Service Organization Inc. - corporação
sem fins lucrativos que oferece entretenimento ao vivo para membros das Forças
Armadas dos EUA) para militares afro-americanos. Ela atendeu ao pedido dele e
os dois mais tarde coincidentemente se conheceram quando ela estava viajando de
trem e ele trabalhando como carregador, iniciando uma amizade. Nixon também
ajudou a organizar a Liga dos Eleitores de Montgomery, tornando-se seu
presidente e liderando uma marcha de mais de 700 cidadãos ao Tribunal Municipal
de Montgomery county, pedindo o fim das práticas injustas que bloqueavam os
direitos de voto dos afro-americanos. Na mesma época, ele foi eleito para
chefiar o capítulo de Montgomery da Associação Nacional para o Avanço das
Pessoas de Cor (NAACP), mais tarde se tornando presidente de toda a filial da
organização no Alabama. Edgar Nixon era um estrategista astuto e prometeu em um
ano que mobilizaria votos afro-americanos para apoiar um candidato a comissário
de polícia em troca de oficiais negros contratados para a força policial. Nixon
também concorreu a um cargo no condado em 1954, mesmo ano em que foi escolhido
o Homem do Ano do Alabama Jornal; ele perdeu a eleição apenas por uma pequena
margem de votos. Nixon estava procurando uma maneira de desafiar formalmente as
leis segregacionistas da cidade. Em 1.º de dezembro de 1955, quando Rosa Parks,
membro da NAACP, se recusou mais de uma vez a ceder seu assento num ônibus a um
passageiro branco, ela foi presa. Nixon desempenhou um papel fundamental no
fornecimento de fiança para Parks e também contou com a ajuda do advogado
branco Clifford Dur. e sua esposa Virginia. Edgar Nixon acreditava que o evento
poderia estimular um boicote às linhas de ônibus da área e ser processado por
canais legais, convencendo Parks da força que tinha o seu caso. Ele também
contou com a ajuda de um novo e jovem pregador da Igreja Batista Dexter Atenue,
o Dr. Martin Luther King Jr., para liderar o boicote. Como resultado Nixon,
King e o ministro Ralph D. Abernathy ajudaram a formar a Montgomery Improvement
Association (MIA), com Nixon servindo de tesoureiro. O boicote aos ônibus de
Montgomery durou mais de 380 dias, com a comunidade afro-americana passando por
uma série de sofrimentos que incluíram assédio e ataques violentos. A casa de
Nixon foi bombardeada dois dias depois da de Martin Luther King Jr., e ele foi
indiciado por violar uma lei estadual antiboicote. Mesmo assim, o boicote
persistiu e a cidade acabou sendo forçada a suspender suas leis de segregação
nos ônibus. Nixon se separou do MIA em 1957, protestando contra preconceitos de
classe e educação em lideranças e o tratamento condescendente que sentiu
receber. Ele continuou seu trabalho comunitário e tornou-se diretor de
recreação de habitações públicas após se aposentar como carregador. Edgar Nixon
acabou recebendo um doutorado honorário da Universidade Estadual do Alabama,
além de outros elogios. Ele foi casado duas vezes. Sua primeira esposa, Alease,
deu à luz a seu filho, E.D. Nixon Jr., em 1928 e falecido em 1934. Nixon e sua
segunda esposa, Arlette, trabalharam juntos no movimento pelos direitos civis.
Nixon morreu em Montgomery em 25 de fevereiro de 1987, aos 87 anos. Fonte: Site
Biography. Disponível em: https://www.biography.com/activist/ed-nixon. Acesso
em: 20 de dez. 2021.
Virginia e Clifford Durr. |
[xxxvii] Clifford Judkins Durr – nascido em Montgomery Alabama em 2 de março de 1899 e falecido em 12 de maio de 1975 no condado de Elmore, Alabama, EUA. Foi um advogado e defensor nacionalmente respeitado das liberdades civis durante o pós-Segunda Guerra Mundial. Foi um defensor do movimento pelos direitos civis e advogado de um ícone dos direito civis, a senhora Rosa Parks. Em sua juventude, ele refletiu as atitudes baseadas em raça e classe de seus contemporâneos do Alabama, mas durante os anos da Grande Depressão e o subsequente New Deal ele experimentou um despertar intelectual e de consciência. Com a ajuda de sua esposa ativista, Virginia Foser Durr, Clifford Durr defendeu aqueles que não podiam se defender, muitas vezes sem custas, tirando do seu próprio sustento. Clifford Judckins Durr nasceu em 2 de março de 1899, filho de John Wesley Durr Jr. e Lucy Judkins Durr, uma família privilegiada de Montgomery com profundas raízes no Alabama. Seu avô paterno John Wesley Durr fabricava e negociava com algodão de Montgomery (era um agente de negócios para produtores de algodão) nos anos imediatamente anteriores à Guerra Civil, e seu avô materno James Henry Judkins era dono de uma plantação de algodão; ambos serviram como capitães do Exército Confederado. Alguns anos antes do nascimento de Clifford, seu pai fundou a empresa que se tornou a Durr Drug Company, e a base para a vida confortável da família. Educado em escolas particulares de Montgomery, Clifford Durr foi eleito presidente de sua classe na Universidade do Alabama e mais tarde ganhou uma bolsa de estudos da Rhodes na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele se formou em 1922 em Oxford com um cobiçado diploma de direito, mas considerou seus dois anos lá um período de exílio do sul dos Estados Unidos. Após seu retorno, ele se juntou a um escritório de advocacia de Montgomery dirigido por amigos da família. Ele também exerceu a advocacia por um ano em Milwaukee, Wisconsin. Depois de passar nos exames da ordem de Wisconsin e do Alabama, ele aceitou um cargo no escritório de advocacia corporativa de Martin Thompson, Foster e Turner, que lhe abriu as portas para o estabelecimento legal do Alabama. Estável, erudito, bonito e querido, Durr gostava de seu trabalho e estava pronto para uma carreira jurídica de sucesso. Em 1926, Durr casou-se com Virginia Foster, a filha instruída de um ministro presbiteriano de descendência aristocrática em Birmingham que havia perdido seu púlpito em uma disputa doutrinária. Sua família vivia no ela chamava de “pobreza refinada”, designação que ela mais tarde distinguiu de “pobreza real” que viu ou compreendeu pela primeira vez em Birmingham na época da Depressão. Os Durr tiveram quatro filhas e um filho que morreu aos três anos. Dur. aceitou um emprego jurídico em Washington D.C, na Reconstruction Finance Corporation (RFC) em 1933, no início do primeiro mandato do presidente Franklin Delano Roosevelt. O senador do Alabama e futuro juiz da Suprema Corte, Hugo Black, que era casado com a irmã de Virginia, Josephine Foster, recomendou seu cunhado Durr para o cargo na agência do New Deal. Nos 17 anos seguintes, os Durrs viveram em Alexandria, Virgínia, um subúrbio de Washington D.C. onde desenvolveram amizades duradouras e intelectualmente desafiadoras com reformadores sociais do sul e de outras partes do país. Durr atuou como advogado produtivo e inovador para a RFC por sete anos e, quando essa posição terminou, ele foi nomeado membro da Federal Communications Commission (FCC). Lá, Durr gradualmente começou a concentrar seu trabalho na proteção do interesse público, em vez de defender os interesses de bancos corporativos ou de radiodifusão. Na FCC, ele lutou por uma transmissão pública sem anúncios e canais de acesso público abertos para a participação da comunidade na indústria de televisão emergente. Durante os últimos anos de Durr na FCC, ele se envolveu em conflitos entre a FCC, o Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara (HUAC) e o Federal Bureau of Investigation (FBI) sobre questões de liberdade civil. Ele renunciou em 1948 em protesto contra a ordem de juramento de lealdade federal do presidente Harry Truman, que ele considerou abusiva contra direitos dos funcionário da FCC. Naquele ano Virgínia Durr concorreu ao Senado da Virgínia representando o Partido Progressista, de vida curta e muito liberal, que nomeou seu amigo, o ex-vice-presidente e secretário do comércio Henry Wallace, para a presidência. Apesar de suas discordâncias com as políticas de Truman, Cliff Durr permaneceu um democrata leal durante a campanha conflituosa de 1948. Os Durr permaneceram na área de Washington D.C. por mais dois anos, e Clifford estabeleceu uma prática de direito privado que concentrava quase exclusivamente em casos de liberdade civil ganhando assim a atenção do FBI e vigilância intermitente por parte da agência. O interesse do FBI aumentou quando Durr se tornou presidente da instituição liberal esquerdista National Lawyers Guild em 1949. Os Durr deixaram Washington D.C. e passaram alguns meses infelizes em Denver, Colorado, onde Durr chefiou o National Farmers Union, depois voltou para o Alabama em 1951. Durr era dedicado ao seu estado natal e, apesar de problemas de saúde e outros obstáculos ele fez todos os esforços para estabeleceu uma prática jurídica geral em Montgomery no início dos anos 1950. A maioria de seus clientes desistiu em 1954, retirando suas causas de Clifford Durr, depois que o Subcomitê de Segurança Interna do Senado, chefiado pelo senador James O. Eastland arqui-segregacionista do Mississippi, chamou Virgínia Foster Durr para ir a Lousiana testemunhar em audiências, altamente propagandeadas, sobre o seu suposto envolvimento em ações subversivas e integracionistas na Southern Conference Education Fund (SCEF). A publicidade afetaria a prática jurídica de Cliff Durr, mas seu relacionamento pessoal muito próximo com diversos senadores e a semelhança de suas visões políticas garantiram sua presença ativa nessas audiências ameaçadoras e assustadoras. Como membro liberal do Comitê de Mulheres do Partido Democrata e presidente do Comitê Anti-Poll Tax da Conferência do Sul para o Bem-Estar Humano (uma organização mais ampla que precedeu a SCEF, mas faliu no final dos anos 40), Virginia Durr já havia se tornado uma inimiga de Eastland. Clifford Durr apareceu como advogado de seu bom amigo Aubrey Williams, residente de Montgomery presidente da SCEF e editor da revista da National Farmer’s Union, e ganhou infeliz notoriedade quando deu um soco na estrela anticomunista do governo, que mentiu sobre Virginia no seu depoimento. O senador do Texas Lyndon Johnson, um amigo dos anos de Washington D.C., ajudou a reprimir as perseguições patrocinadas por toda parte pelo senador Eastland e seu comitê, mas todas as esperanças de que o escritório de advocacia de Durr que representavam as empresas de Montgomery morreram em Nova Orleans. Depois das audiências com Eastland, Durr muitas vezes defendeu cidadãos negros de Montgomery em casos de direitos civis que refletiam, em sua mente, os casos de liberdade civil igual aos de profissionais, homens e mulheres, que ele tinha defendido em Washington D.C. Esses novos clientes, no entanto, raramente podiam pagar por seus serviços. Em dezembro de 1955, ele ajudou Rosa Parks a pagar a fiança na noite de sua prisão por se recusar a ceder seu lugar na seção branca de um ônibus público de Montgomery. Ele então ajudou Fred Gray, um jovem advogado afro-americano da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), na elaboração do apelo de Parks. No auge da era dos direitos civis, ele defendeu clientes que protestavam contra a brutalidade policial ou processos indevidos. Um longo caso federal finalmente justificou um grupo de estudantes, em sua maioria brancos presos, enquanto jantava num restaurante negro de Montgomery. Clifford abriu sua biblioteca jurídica e Virgínia abriu sua casa para novos advogados de direitos civis que precisavam de assistência e para trabalhadores de direitos civis atraídos para Montgomery. Como os Durr fizeram amigos rapidamente entre os filantropos liberais durante seus anos em Washington, eles receberam apoio financeiro que aumentou a capacidade dos Durrs de ajudar seus clientes e voluntários do movimento. Os Durrs mal conseguiam sobreviver financeiramente, apesar da ajuda externa, e as agências federais e estaduais os mantiveram sob vigilância até 1965, um ano depois que ele encerrou seu escritório de advocacia. Em 1969, os Durrs mudaram-se para “Pea Level”, a fazenda em Wetumpka que herdaram da família Judkins. O trabalho de direito civis de Durr lhe rendeu elogios e convites para falar em prestigiosas universidades estado-unidenses e em Oxford nos seus últimos anos. Ele recebeu prêmios do Southern Regional Council e da New York Civil Liberties Union. Um editorial do The Nation, intitulado “The Conscience of a Lawyer”, elogiou sua habilidade profissional e sua inclinação para se conduzir com honra, não importa quão difícil seja a situação. Clifford Dur. morreu em 12 de maio de 1975, e vários serviços memoriais o homenagearam, incluindo uma grande reunião em Washington D.C., onde os ecologistas (aqueles que bendizem, enaltecem) o elogiaram como um advogado e servidor público honesto e de princípios, e como homem devoto que trabalhou incansavelmente para apoiar o Projeto de Lei de Direitos, seu país e sua família. Tanto Clifford quanto Virginia Foster Dur. estão enterrados no cemitério Green Wood de Montgomery. Font: BROWN, Sarah Harte. Florida Atlantic in Encyclopedia of Alabama. Disponível em: http://encyclopediaofalabama.org/Article/h-1254. Acesso em 20 de dez. 2021.
[xxxviii] Rosa Louise McCauley Parks – É um dos símbolos mais duradouros da tumultuada era dos direitos civis de meados do século XX. Sua prisão em 1955 em Montgomery por se recusar a ceder seu assento no ônibus a um homem branco desencadeou o boicote aos ônibus de Montgomery e deu início a uma cadeia de eventos que resultou em uma legislação inovadora de direitos civis e ajudou a trazer Martin Luther King Jr. para a vanguarda como líder do movimento. Parks continuou a trabalhar pelas causas dos direitos civis durante toda a sua vida e recebeu as maiores honras do país por seu papel no movimento. Rosa Louise McCauley nasceu em Tuskegee em 4 de fevereiro de 1913, filha de James McCauley, carpinteiro e pedreiro, e Leona Edwards, professora. Ela passou grande parte de sua infância morando com os avós maternos em Pine Level, uma pequena cidade no sudeste do condado de Montgomery. Lá, ela começou sua educação numa escola totalmente para negros com um único professor atendendo todos os 50 alunos. Em 1924, Rosa McCauley, de 11 anos, matriculou-se na Escola Industrial de Montgomery para Meninas, que oferecia um currículo vocacional de culinária, costura e limpeza sob a instrução de brancos do norte. Doenças familiares obrigaram Rosa McCauley a abandonar a escola aos 16 anos, quando começou a limpar casas para brancos e a costurar. Aos 19 anos, ela se casou com Raymond Parks, um barbeiro de Wedowee, Randolph County. No início dos anos de 1940, Rosa Parks tornou-se ativa no capítulo de Montgomery da Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (NAACP), servindo como sua secretária e ensinando jovens sobre seus direitos e responsabilidades como cidadãos dos EUA. Por meio de seu trabalho como costureira, Rosa Parks entrou em contato com ativistas brancos dos direitos civis Clifford e Virginia Durr, e no verão de 1955 eles patrocinaram uma estadia de uma semana para ela na Highlander Folk School, no Tennessee. A escola foi fundada em 1932 como um centro de treinamento para ativistas sociais, e lá Parks aprendeu estratégias eficazes para protestar contra a segregação, incluindo métodos de piquetes e diretrizes para o estabelecimento de escolas de treinamento de cidadania para ajudar as pessoas a passar nos testes de votação. Após seu retorno, Parks redobrou seu compromisso com a comunidade de direitos civis e seu esforço para derrubar as leis Jim Crow que regulamentavam praticamente todos os aspectos da vida dos afro-americanos. em 1.º de dezembro de 1955, os aprendizados de Parks foram postos à prova. Ela embarcou num ônibus lotado depois do trabalho e se sentou. Quando um homem branco entrou e não conseguiu encontrar assento na seção exclusiva para brancos, o motorista do ônibus exigiu que Parks e três outros passageiros negros abrissem mão de seus assentos – todos os passageiros negros eram obrigados por lei deixar a fila, mesmo se apenas um passageiro branco precisasse de assento – Parks decidiu que havia chegado a hora de tomar sua posição; ela se recusou a se levantar e, a pedido do motorista, dois policiais de Montgomery a escoltaram para fora do ônibus e a levaram à prefeitura para ser presa. Os amigos Clifford Durr e Edgar D. Nixon, ex-presidente da Montgomery NAACP, pagaram sua fiança, e o advogado e ativista Fred Gray a representou no julgamento subsequente que resultou numa multa de 10 dólares. Embora não fosse sua intenção, a decisão de Parks de violar o decreto de segregação desencadeou um boicote de um ano aos ônibus de Montgomery pela população negra da cidade e gerou uma contestação da constitucionalidade do decreto no tribunal federal. Em dezembro de 1956, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos afirmou a decisão de um tribunal distrital contra a segregação no caso Browder versus Gayle, Parks fez uma primeira viagem simbólica perto da frente de um ônibus municipal. O boicote bem-sucedido serviu de inspiração para as comunidades negras em todo o país e estabeleceu Rosa Parks como a “mãe do movimento pelos direitos civis”. Buscando um alívio das ameaças de morte e outras pressões trazidas pela fama de Rosa, os Parks se mudaram para Detroit em 1957 para ficar perto de seu irmão. Parks retornou ao trabalho como costureira, mas continuou sendo uma porta-voz ativa da comunidade de direitos civis. Ela foi convidada a comparecer à cerimônia em 2 de julho na qual o presidente Lyndon B. Johnson assinou a Lei dos Direitos Civis de 1964, proibindo a segregação em acomodações públicas. No ano seguinte, ela voltou ao Alabama para ajudar a liderar a etapa final da marcha de Selma a Montgomery em busca do direito de voto no sul. Em 1965, Parks juntou à equipe do Representante dos EUA John Conyers, um dos principais membros afro-americanos do Congresso, e administrou o seu escritório em Detroit até sua aposentadoria em 1988. Em 1987, Parks foi cofundadora, com a amiga Elaine Eason Steele, o Rosa e Raymond Parks Institute for Self-Development, em homenagem a Raymond Parks, que morreu em 1977. A organização continua a promover a educação e o treinamento de habilidades para a vida de jovens das minorias sociais. Rosa Parks recebeu muitos prêmios e homenagens ao longo dos anos. Em 1996, o presidente Bill Clinton presenteou-a com a Medalha Presidencial da Liberdade. “Quando ela se sentou no ônibus”, declarou o presidente, “ela se levantou pelos ideais de igualdade e justiça e exigiu que todos nós fizéssemos o mesmo”. Em 1999, ela recebeu a medalha de Ouro do Congresso e, em 2001, apesar de sua saúde frágil, ela viajou para Montgomery para a inauguração da Biblioteca e Museu Rosa Parks. A Southern Christian Leadership Conference, organização de direitos civis fundada por Martin Luther King Jr. e outras figuras dos direitos civis, apresenta o Prêmio Rosa Parks Freedom todos os anos em sua homenagem. Durante seus últimos anos, Rosa Parks suportou sua cota de controvérsia e dor. Em 1994, ela foi roubada e espancada em sua casa por um intruso afro-americano, que escapou com uma pequena quantia de dinheiro. Mais tarde, ela se lembrou de perguntar ao agressor se ele sabia que ela era. O homem admitiu que sabia, mas não se importou. Em 1999, seus advogados processaram o grupo de hip hop OutKast por usar o nome dela na canção “Rosa Parks”. O processo foi resolvido fora do tribunal em 2005, gerou preocupação entre alguns de seus parentes de que seu nome estava sendo explorado por sua equipe jurídica. À medida que sua saúde piorava, Rosa Parks tornou-se mais reclusa. Ela morreu em Detroit em 25 de outubro de 2005. Em 2018, o estado do Alabama declarou 1.º de dezembro o “Dia de Rosa Parks” para comemorar suas realizações, gerou preocupação entre alguns de seus parentes de que seu nome estava sendo explorado por sua equipe jurídica. À medida que sua saúde piorava, Parks tornou-se mais reclusa. Rosa Parks morreu em Detroit em 25 de outubro de 2005. Em 2018, o estado do Alabama declarou 1º de dezembro o "Dia de Rosa Parks" para comemorar suas realizações. Fonte: GAILLARD, Frye. University of South Alabama in Encyclopedia of Alabama. Disponível em: http://encyclopediaofalabama.org/Article/h-1111 . Acesso em 20 de dez. 2021.
[xxxix]
Aurelia Eliscera Shine Browder – nascida em Montgomery, Alabama em
29 de janeiro de 1919 e falecida em 4 de fevereiro de 1971. Foi líder pioneira
dos direitos civis nas décadas de 1940, 1950 e 1960, foi a segunda detida e
presa pela ocupação nos ônibus segregados de Montgomery, em 1955. Foi a
requerente e demandante principal no processo contra a segregação no
transporte, denominado Brower versus Gayle, afirmado pela Suprema Corte dos
Estados Unidos, em 1956, e que causou o fim das leis “Separate But Equal”
(“Separados, mas Iguais”) originárias do caso Plessy versus Ferguson de 1886, e
pelo fim do transporte segregado em Montgomery, Alabama e, finalmente, em todo
o sul dos Estados Unidos. Em 1.º de fevereiro de 1956, às 12h45m, Aurelia E. S.
Browder, Claudette Colvin, Mary Louise Smith, Susie McDonald e Jeanette Reese
ajuizaram uma ação na Justiça Federal, e com exceção de Jeannete Reese que
desistiu do processo por não suportar o processo de intimidação da comunidade
branca, testemunharam perante um painel de três juízes federais; Frank M.
Johnson, Richard T. Rives e Seyborn Lynn, em 11 de maio de 1956 de seus
maus-tratos nos ônibus de Montgomery nas respectivas datas de 2 de março, 29 de
abril, 16 de outubro e 21 de outubro de 1955, que as levaram a apresentar esta
ação judicial. Elas foram incentivadas pela prisão de Rosa Parks, que foi
detida em 1.º de dezembro de 1955, pela mesma infração, portanto, estavam
determinadas a pôr fim aos ônibus segregados e à cidadania de segunda classe
para os negros na cidade de Montgomery, Alabama. Em 5 de junho de 1956, o
painel de três juízes decidiu por 2 a 1, que os ônibus segregados eram
inconstitucionais. A Suprema Corte manteve a decisão em 13 de novembro, 17 de
dezembro, 20 de dezembro e 21 de dezembro de 1956, quando a Suprema Corte
ordenou a dessegregação dos ônibus em Montgomery, Alabama, como remédio e
solução para o processo Browder versus Gayle. A decisão da Suprema Corte
legitimou o boicote aos ônibus, as ações de Martin Luther King Jr. e aos
dirigentes daquele movimento. Depois que as negociações de tentativa de
resolução entre o MIA (Montgomery Improvement Association) e a cidade de
Montgomery foram encerradas, a cidade de Montgomery indiciou todos os líderes
negros conhecidos e envolvidos no boicote aos ônibus e posteriormente
considerou Martin Luther King Jr. culpado de operar uma carona ilegal que
acarretava uma penalidade ou multa e prisão. Esta decisão deveria ser
notificada a todos os outros participantes do boicote aos ônibus de Montgomery;
no entanto, os casos de Browder (Browder versus Gayle e Browder versus Cidade
de Montgomery) foram arquivados, evitando assim a aplicação das ordens do
tribunal da cidade. Aurelia Browder ajudou a sustentar o boicote com o uso de
seus veículos para futuros passageiros. A Senhora Browder também foi ativa na
luta para aumentar o número de eleitores negros. Para esse fim, ela ensinou
muitos possíveis eleitores ajudando-os a passar nos exames de eleitor. Ela foi
diligente em seus esforos para eliminar o poll tax (taxa) cobrado dos eleitores
registrados. Ela transportou os eleitores para as urnas e eleitores para serem
registrados. A Senhora Aurélia E.S. Brower foi uma estudante do Alabama State
Teacher’s College; que se formou com honras, era membro da National Association
for the Advancement of Colored People (NAACP), da Southern Christian Leadership
Conference (SCLC), da Women’s Political
Council (WPC) e do Montgomery Improvement Association (MIA), quando ela se tornou
a reclamante principal na Decisão Landmark (ação judicial Browder versus
Gayle). Fonte: Site: Aurelia Es.Browder. Museu da Casa Histórica em Montgomery,
Alabama. Disponível em: https://aureliaesbrowder.wixsite.com/browderfoundation. Acesso
em 21 de dez. 2021.
[xl] William Armistead “Tacky” Gayle – (Tacky = Brega). Nascido em 5 de março de 1896 no
Condado de Montgomery, Alabama, EUA e faleceu no dia 5 de julho de 1965 no
local de nascença. Político estado-unidense do Partido Democrata, soldado e
autor de livros foi prefeito de Montgomery, principal réu no caso Browder
versus Gayle, nos anos de 1951 a 1959. Gayle era filho de William a. e Mary
Winn Gayle. Serviu durante a Primeira Guerra Mundial na Marinha dos Estados
Unidos. Mais tarde, ele frequentou a Universidade do Alabama de 1915 a 1916.
Após a guerra, ele trabalhou para a Anderson Coal Company como gerente. Gayle,
que ocupava o posto de Brigadeiro-General, foi nomeado pelo governador Bibb
Graves em 2 de abril de 1935 para servir como Ajudante Geral do Alabama.
Anteriormente, ele atuou como Adjutor Geral na administração de Graves. Ele
renunciou em 1.º de outubro de 1935 para se tornar comissário de Montgomery,
Alabama. Fonte: Site Beta People Pill. Disponível em: https://peoplepill.com/people/w-a-gayle. Acesso
em 21 de dez. 2021.
[xli] Ralph
David Abernathy – Nascido em 11 de março de 1926, filho de um fazendeiro do
Alabama, nas décadas de 1950 e 1960 surgiu como fundador e líder do movimento
pelos direitos civis. Aos 29 anos Abernathy foi um dos organizadores do
Montgomery Bus Boycott, que começou em dezembro de 1955. Ele era o mais próximo
e confidente de Martin Luther King Jr., membro fundador da Southern Christian
Leadership Coference (SCLC), e um integrante em grande parte dos eventos
históricos que ocorreram durante o auge do movimento pelos direitos civis.
Abernathy nasceu na comunidade de Hopewell do condado de Marengo, e era o décimo
de 12 filhos. Sua família foi mais bem-sucedida do que a maioria das famílias
negras estado-unidenses já que possuía uma fazenda de 500 acres (“uma
plantação”, como Abernathy mais tarde chamou) que proporcionou certa
independência financeira. Depois de servir no exército durante a Segunda Guerra
Mundial, Abernathy ingressou no Alabama State College (nos dias atuais Alabama
State University), graduando-se em 1950 em matemática. Abernathy aprendeu os
méritos do ativismo enquanto estava no estado do Alabama, liderando greves de
estudantes para melhorar as condições de alimentação e moradia na escola.
Abernathy então obteve um grau de mestrado na Atlanta University (nos dias
atuais Clark-Atlanta University) em 1951 e no mesmo ano tornou-se pastor da Primeira
Igreja Batista de Montgomery, uma grande e prestigiosa congregação
afro-americana, e aceitou o cargo de reitor em Alabama State. Em agosto de
1952, Abernathy casou-se com Juanita Odessa Jones, que se tornaria uma parte
importante das atividades de direitos civis de Abernathy e com quem teve quatro
filhos. Abernathy após sua prisão em Montgomery em 1954, conheceu Martin Luther
King Jr., natural de Atlanta, Geórgia e que tinha se tornado ministro na Igreja
Batista da Dexter Avenue, não muito longe da Primeira Igreja Batista de
Abernathy. Depois que King Jr se mudou para Montgomery, Abernathy, que era três
anos mais velho, serviu como seu mentor na comunidade ministerial negra da
cidade. Em dezembro de 1955, Abernathy, King Jr. e vários outros ativistas locais
criaram a Montgomery Improvement Association (MIA) depois que sua colega
ativista Rosa Parks foi presa por se recusar a ceder seu assento a um homem
branco em um ônibus municipal. Muitos líderes dos direitos civis em Montgomery
estavam procurando por uma faísca para desencadear protestos contra a severa
segregação nas regras sobre o transporte público. Abernathy e outros líderes da
MIA orquestraram um boicote aos ônibus que durou mais de um ano e chamou a
atenção nacional para os membros da MIA e para questões de direitos civis no
sul. Abernathy frequentemente dividia o pódio com Martin Luther King Jr. e
exortava o povo a não perder a fé. Em janeiro de 1957, em meio a uma onda de
violência branca após o bem-sucedido boicote aos ônibus, a casa e a igreja de
Abernathy foram severamente danificadas por explosões de bombas. Em agosto de
1957, Abernathy, King e outros fundaram a Southern Christian Leadership
Conference (SCLC), que se tornaria a organização de direitos civis mais visível
no sul. King Jr. foi empossado presidente e Abernathy com
secretário-tesoureiro. Abernathy mais tarde se tornaria vice-presidente da
organização e, em seguida, ascenderia à presidência após o assassinato de Martin
Luther King Jr. em 1968. Em 1961, Abernathy e sua congregação deram boas-vindas
aos Freedom Riders, um grupo integrado de direitos civis que viajava pelo sul
num ônibus para protestar contra a segregação. Abernathy ofereceu sua igreja,
que na sexta feira santa de março havia sido restaurada de um bombardeio quatro
anos antes, como o local para um comício realizado no terceiro domingo de maio.
Mas enquanto Abernathy e outros líderes dos direitos civis falavam em defesa
dos Freedom Riders, a Primeira Igreja Batista foi mais uma vez atacada. Uma
multidão enfurecida se reuniu do lado de fora, jogando pedras nas janelas e
ameaçando as pessoas que estavam lá dentro. Junto com Martin Luther King Jr.,
Abernathy exortou as pessoas na igreja a ficarem calmas. Em tais situações, de
acordo com o reverendo Thomas Gilmore, como líder dos direitos civis do
Alabama, Abernathy os enfrentou com firme determinação. Foi uma opinião
compartilhada por King Jr., que encontrou em Abernathy uma fonte de força em
tempos de dificuldade. Foi na qualidade de amigo próximo de King Jr. e segundo
em comando que Abenathy deu sua maior contribuição ao movimento dos direitos
civis. Mais tarde naquele ano, King Jr. voltou para Atlanta, uma cidade que
emergia como o centro do ativismo pelos direitos no sul, e ele estava ansioso
para que Abernathy o seguisse. Depois de receber a oferta do pastorado da
Igreja Batista da West Hunter Street em Atlanta, Abernathy decidiu se mudar com
sua família para lá também. Ao longo dos acontecimentos turbulentos da época,
ele serviu como amigo e alter ego de Martin Luther King Jr., enquanto eles
enfrentavam os perigos que acompanhavam os protestos. Em Montgomery, ele ajudou
a organizar e liderar a primeira onda de manifestações “sit-in” em Santo
Agostinho, em um movimento que aumentou o perfil dos protestos, Abernathy foi
preso junto com vários outros ativista por nadar numa piscina segregada. E em
Chicago, ele pregou em reuniões de massa e ajudou a liderar marchas por
moradia, local onde muitas vezes eram recebidos por multidões de brancos
atirando pedras. Em Birmingham, na sexta-feira santa, de 12 de abril de 1953, Martin
Luther King Jr. decidiu provocar o comissário de segurança da cidade, Eugene
“Bull” Connor, para prendê-lo na esperança de obter apoio para sinalizar
manifestações naquela cidade. Ele pediu a Abernathy que se juntasse a ele e,
após uma breve hesitação, Abernathy concordou.
Acompanhados pelo líder dos direitos civis de Birmingham, Fred
Shuttlesworth, os homens marcharam juntos para liderar a manifestação que
resultaria nessas prisões. O incidente provou ser histórico: ele produziu a
“Carta da Cadeia de Birmingham” de King Jr., um dos documentos mais famosos da
era dos direitos civis. Em 4 de abril de 1968, Abernathy e vários outros
ativistas estavam em Memphis com Martin Luther King Jr. para protestar contra o
tratamento injusto dos trabalhadores de saneamento da cidade. Abernathy estava
a poucos metros de distância quando um assassino atirou em King Jr. na varanda
de um motel. Abernathy tentou confortar King Jr. e permaneceu ao lado do amigo
enquanto ele morria. Os anos que se seguiram ao assassinato foram difíceis para
o movimento e ainda mais difíceis para o próprio Abernathy. Ele sucedeu King
como presidente do SCLC e, semanas após a morte de King Jr., ele liderou a
Campanha do Povo Pobre de 1968, um esforço nacional que incluiu uma marcha
sobre Washington D.C. em busca de maiores oportunidade econômicas e justiça
social. Mas com o passar do tempo, a mídia e muitas pessoas no país descobriram
que Abernathy não tinha o carisma e a credibilidade de Martin Luther King Jr.
Em 1977, Abernathy deixou o cargo de presidente do SCLC e concorreu sem sucesso
à Câmara dos Representantes dos EUA. Nos últimos anos de sua vida, Abernathy
dedicou-se mais completamente ao seu trabalho como ministro, tanto em sua
própria Igreja Batista na West Hunter Street, em Atlanta, quando como orador
procurado em outras igrejas afro-americana. Em 1989, ele publicou um livro de
memórias, “And the Walls Came Tumbling Down”. Abernathy morreu em Atlanta em 17
de abril de 1990 e foi enterrado na cidade, que batizou uma rodovia no centro
em sua homenagem. Fonte: GAILLARD, Frye.
University of South Alabama in Encyclopedia of Alabama. Disponível
em: http://encyclopediaofalabama.org/article/h-1110. Acesso em 21 de dez. 2021.
[xlii] Fred Lee Shuttlesworth – (1922 -2011). Pastor batista afro-americano e líder central do movimento pelos direitos civis em Birmingham, Shuttlesworth foi uma das figuras pioneiras na era dos direitos civis. A organização que ele fundo em 1956, o Movimento Cristão do Alabama pelos Direitos Humanos (Alabama Christian Moviment of Human Rights – ACMHR), juntou-se à Conferência de Liderança Cristã do Sul (Southern Christian Leadership Coference – SCLC) de Martin Luther King Jr. para protestar contra a segregação em Birmingham em 1963. Em parte como resultado dessas manifestações, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a Lei dos Direitos Civis de 1964. Nascido no condado de Montgomery em 18 de março de 1922, Shuttlesworth foi criado perto de Birmingham, na zona rural de Oxmoor, no condado de Jefferson. Criado por sua mãe obstinada, Alberta Robinson Shuttlesworth Webb, ele desenvolveu uma personalidade combativa que o preparou para a liderança dos direitos civis no Alabama. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele trabalhou como motorista de caminhão na Base Aérea de Brookley em Mobile e, depois de experimentar o que acreditava se um chamado ministerial, Shuttlesworth matriculou-se no extinto Cedar Grove Bible College em Mobile e mais tarde na Universidade de Selma, ambas instituições batistas. Ele finalmente se formou no Alabama State College em 1952 e se tornou o pastor da Primeira Igreja Batista de Selma. Conflitos de personalidade com diáconos levaram à sua destituição, no entanto, no início de 1953 ele assumiu como pastor da Igreja Batista Bethel no norte de Birmingham. Após sua mudança para Birmingham, Shuttlesworth se tornou ativo nos esforços de registro de eleitores da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e nas tentativas da Liga Cívica de limpar bares em Birmingham. Ele também apoiou o boicote aos ônibus de Montgomery em 1955. Em junho de 1956, Shuttlesworth fundo o ACMHR em resposta a uma injunção do tribunal do circuito do Alabama contra a NAACP. Pelos próximos 13 anos, Shuttlesworth e sua organização lideraram a agitação pelos direitos civis em Birmingham, começando com chamadas para integrar o Departamento de Polícia de Birmingham. Em dezembro de 1956, na esteira do vitorioso boicote aos ônibus de Montgomery, Shuttlesworth tentou dessegregar a Birmingham Transit Company. Depois que Shuttlesworth anunciou planos de liderar cavaleiros negros num protesto em 26 de dezembro, segregacionistas bombardearam sua casa. Shuttlesworth sobreviveu à explosão ileso, o que convenceu seus seguidores de que Deus o salvou milagrosamente “para liderar a luta” contra a segregação. Ironicamente os primeiros esforços de Shuttlesworth pelos direitos civis em Birmingham possibilitaram um retorno político do arqui-segregacionista Eugene T. “Bull” Connor, que prometeu aos eleitores que iria impedir pessoalmente integristas como Shuttlesworth de alcançar seus objetivos. Em 1957, Connor foi eleito comissário de segurança pública, iniciando assim uma disputa de seis anos entre Connor e Shuttlesworth – duas encarnações simbólicas e físicas das forças que separavam o sul na era da Resistência Massiva. Neste mesmo ano de 1957, Shuttlesworth ajudou seus colegas ministros e líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Ralph David Abernathy a fundar o SCLC, que tornou a organização de direitos civis mais importante do sul durante a década de 1960. Shuttlesworth também serviu como um dos oficiais originais do SCLC. Ele foi notícia nacional em setembro de 1957, quando foi severamente espancado enquanto tentava matricular duas de suas filhas na Philips High School, uma escola onde todos eram branco. O incidente, no entanto, logo foi ofuscado pelos eventos em torno da integração da Central High School em Little Rock, Arkansas. Buscando integrar Birmingham “em todas a frentes”, o ministro de Birmingham tornou-se, talvez, o ativista mais militante dos líderes dos direitos civis da sua época. Sua persistência irritou Connor de forma consistente, que usou a polícia e o corpo de bombeiros para tentar afastar os afro-americanos locais das reuniões semanais bem frequentadas do ACMHR. Connor também conspirou com segregacionistas em dois atentados à Igreja Batista Bethel, nenhum dos quais resultou em mortes. “Bull” Connor em 1963 desafiou Shuttlesworth a desafiar perigos na luta pela segregação que se tornaram lendários como quando ele tomou seu lugar com King Jr. e Abernathy como os “Três Grandes” do movimento civil. Ele frequentemente se gabava de que “tentou ser morto em Birmingham”, fazendo com que detratores questionassem sua sanidade mental na ocasião. Shuttlesworth viajava pelo país com frequência e em Greensboro, Carolina do Norte, em fevereiro de 1960, ele testemunhou os primeiros protestos de estudantes, uma tática que recomendou a King Jr. e trouxe aos alunos do Miles College de Birmingham. Em 1961, ele protegeu o Freedom Riders em sua casa depois que foram espancados por turbas no terminal de ônibus de Birmingham. Começando em 1958, Shuttersworth perseguiu King Jr. continuamente, insistindo que ele trouxesse o SCLC, e a mídia nacional de notícias que normalmente acompanhava King Jr., para Birmingham para protestos conjuntos com o ACMRH. Ele via a derrota da segregação em Birmingham como crucial para o sucesso do movimento pelos direitos civis em todo o sul. King Jr. mais deliberado e cauteloso não se comprometeria até ter certeza de que tal campanha era apoiada pelas classes profissionais negras da cidade. O estilo agressivo de Shuttlesworth e a falta de polimento educacional irritavam as sensibilidades da burguesia negra, que frequentemente o acusavam de arrogância egoística. No início de 1963, entretanto, King Jr. atendeu ao chamado de Shuttlesworth, e as duas organizações lançaram demonstrações históricas em Birmingham. Com base nos sete anos de esforço de Shuttlesworth e planejado com a ajuda de membros do ACMHR, as manifestações de Birmingham começara em abril e terminaram em 10 de maio de 1963, com as empresas da cidade concordando em começar a desagregar as lojas de departamentos do centro da cidade. Conforme os eventos desenrolavam, as agências de notícias internacionais retratavam marchas massivas que incluíam mais de 2.000 manifestantes jovens, muitos dos quais foram presos e que congestionavam completamente as prisões de Birmingham. Além de Birmingham, as manifestações pressionaram o presidente John F. Kennedy a introduzir no Congresso uma legislação que acabou se tornando a Lei dos Direitos Civis de 1964. Esta lei efetivamente acabou com a segregação em acomodações públicas nos Estados Unidos, e com a Lei de Direitos de Voto de 1965, formaram marcos legislativos do movimento pelos direitos civis. Ao se encontrar com King Jr., Shuttlesworth e outros no dia em que apresentou o projeto de lei, Kennedy observou: “se não fosse Birmingham, não estaríamos aqui hoje”. Depois de meados da década de 1960, as atividade de direitos civis de Shuttlesworth continuaram local e nacionalmente, mas ele manteve contato próximo com a comunidade afro-americana de Birmingham. Trabalhando com o primeiro prefeito negro de Birmingham, Richard Arrington, Shuttlesworth ajudou a concretizar o estabelecimento do Instituto e Museu dos Direitos Civis de Birmingham, onde uma estátua de Shuttlesworth recebe milhares de visitantes todos os anos. Em 1989, ele fundou a Shuttlesworth Housing Foundation, que ajuda os habitantes de Cincinnati de baixa renda a comprar suas primeiras casas. De 2003 a 2004, ele serviu como presidente interino da Southern Christian Leardship Conference. Em julho de 2008, a Autoridade do Aeroporto de Birmingham votou para homenagear Shuttlesworth, renomeando o aeroporto da cidade como Aeroporto Internacional de Birmingham-Shuttlesworth. Ele também continuou seu ministério pastoral até os oitenta anos na Igreja Batista Greater New Light em Cincinnati, Ohio. Ele sobreviveu a King Jr. e muitos líderes da luta pela liberdade dos negros e se tornou um ícone do movimento, relatando suas façanhas nos discursos do dia de Martin Luther King Jr., e admoestando a nação a continuar o trabalho em prol da harmonia racial e da justiça. Shuttlesworth morreu em 5 de outubro de 2011, em Birmingham. Fonte: MANIS, Andrew. Macon State College. Disponível em: University of South Alabama in Encyclopedia of Alabama. Disponível em: http://encyclopediaofalabama.org/article/h-1093. . Acesso em 21 de dez. 2021.
[xliii] Joseph Echols Lowery – Conhecido como o “decano do movimento pelos direitos civis”, Joseph E. Lowery (1921 – 2020) esteve na vanguarda da luta pela dessegregação e pelo direito de voto no sul dos Estados Unidos durante as décadas de 1950 e 1960. Lowery ajudou a estabelecer a Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC) em 1957 e serviu como presidente de 1977 a 1997. Ele continuou a mobilizar protestos pelos direitos civis nas décadas de 1970 e 1980 e foi fundamental para despertar o apoio político que impulsionou a carreira de personalidades como o prefeito de Birmingham, Richard Arrington Jr., e o senador da Geórgia e cofundador do Southern Poverty Law Center, Julian Bond. Lowery nasceu em Huntsville, condado de Madison, em 6 de outubro de 1921, filho de LeRoy Lowery, que administrava um salão de sinuca e um armazém, e Dora Kackler, professora em meio período. Ele tinha uma irmã. Mais tarde, Lowery lembraria de que a pequena população negra da cidade, em grande parte empregada na fábrica local, costumava ser aterrorizada pela Ku Klux Klan. Quando ele tinha 14 anos, Lowery foi espancado do lado de fora da loja de seu pai por um policial por não se afastar para permitir a entrada de um homem branco. Seu pai reclamou com as autoridades municipais sem nenhum efeito. Em 1928, Joseph começou sua educação na escola onde sua mãe lecionava. Em 1936, ele entrou na nona série na escola laboratório no campus do Instituto Estadual de Agricultura e Mecânica para Negros (atualmente Universidade de Agricultura e Mecânica do Alabama – AAMU), onde seu professor de economia e civismo, Samuel William, ajudou a moldar sua paixão pela justiça econômica e social. Lowery se formou em 1939 e matriculou-se no Knoxville College em Knoxville, Tennessee, naquele outono para estudar sociologia. Lowery voltou para Huntsville para cursar a AAMU em seu segundo ano, mas 1941 foi transferido para seu primeiro ano no Paine College em Augusta, Geórgia. Lowery tirou boas notas e se comprometeu com a fraternidade Alpha Phi Alpha e se graduou como bacharel em sociologia em 1943. Em seguida, Lowery assumiu o cardo de editor do jornal semanal Birmingham Informer, administrado por um amigo de LeRoy Lowery. O jornal destacou muitos dos atos de injustiça contra afro-americanos em Birmingham, e essa exposição motivou Joseph Echols Lowery a se tornar ministro. Ele recebeu seu bacharelado em divindade no Seminário Teológico Payne em Wilberforce, Ohio, em 1944, e seu doutorado no Instituto Ecumênico de Chicago em 1950, enquanto continuava seu trabalho no jornal em Birmingham. Em abril de 1948, Lowery casou-se com Evelyn Gibson, que se tornaria uma importante líder dos direitos civis por seus próprios méritos. O casal teria três filhas. Lowery se formou como bacharel em divindade no seminário em 1950 e, em seguida, assumiu o cargo de professor e pastor em Alexander City, condado de Tallapoosa. Em 1952, Lowery foi designado para a Igreja Metodista Unida de Warren Street em Mobile, onde logo se envolveu em atividades de direitos civis. Os conflitos raciais não eram tão graves em Mobile como em Montgomery e Birmingham nessa época porque o comissário branco de Mobile, Joseph Langan, simpatizava com os interesses dos residentes afro-americanos da cidade e trabalhava com grupos como o capítulo Mobile da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), liderado por John LeFlore, para fomentar a cooperação interracial. Lowery hospedou reuniões da NAACP em sua igreja e trabalhou com LeFlore para desenvolver organizações de direitos civis, como a Associação de Assuntos Civis do Alabama. Lowery se tornou um líder nas Alianças Ministeriais Interdenominacionais em Alexander City e Mobile, uma organização de ministros negros de várias denominações que trabalhavam para promover a reforma dos direitos civis. Esses líderes, incluindo Lowery, desenvolveram então um relacionamento informal com outros líderes em todo o sul, principalmente Martin Luther King Jr. em Montgomery e Fred Shuttlesworth de Birmingham. Lowery compareceu às reuniões iniciais, que o povo negro aparecia em massa, em dezembro de 1955 MIA (Montgomery Improvement Association) após a prisão de Rosa Parks e conheceu outros pastores que lideravam o movimento de dessegregação local em Montgomery, incluindo Ralph D. Abernathy. A interação de Lowery com esses líderes da MIA construiu uma rede que, por sua vez, o apoiou em seus esforços para dessegregar os ônibus de Mobile em 1956. Quando o Alabama proibiu a NAACP em junho de 1956, os ministros adotaram o papel da NAACP de discutir atividades em movimentos locais e formalizar o contato entre eles, com a coordenação de protestos em nível estadual. Em janeiro de 1957, King Jr. convidou 60 ministros e líderes negros de dez estados em todo o sudeste, incluindo Lowery, para se reunirem na Igreja Ebenezer em Atlanta para desenvolver uma estratégia regional de combate à segregação. O grupo, apelidado de Conferência de Lideres Negros do Sul sobre Transporte e Integração Não Violenta, se reuniu novamente em fevereiro em Nova Orleans, e o nome foi mudado para SCLC. Martin Luther King Jr. foi nomeado presidente e Lowery foi nomeado secretário; ele serviria como vice-presidente de 1957 a 1967. Em 1960, Lowery, Abernathy, Shuttesworth e o ministro de Montgomery, Solomon Seay Sênior, foram processados por difamação pelo comissário de polícia de Montgomery, Lester B. Sullivan, em conexão com um anúncio no The New York Times que alegou que os policiais de Montgomery usaram espigardas e gás lacrimogêneo contra estudantes manifestantes. Os nomes dos ministros foram incluídos sem seu conhecimento, mas mesmo assim foram considerados culpados na decisão do New York Times versus Sullivan proferida no tribunal do circuito de Montgomery e confirmada na Suprema Corte do Alabama. Os quatro ministros foram condenados a pagar 3 milhões de dólares, resultando no confisco do carro e da casa de Lowery, ordenado pelo estado. A Suprema Corte dos Estados Unidos anularia a decisão em 1964 no processo Abernathy versus Sullivan. Em 1961, Lowery deixou seu ministério em Mobile e assumiu o cargo de assistente administrativo do Bispo Michael Golden de Nashville, Tennessee, mas continuou no movimento pelos direitos civis e no SCLC. Em 1964, Lowery voltou a Birmingham para pastorear a Igreja Metodista Unida de St. Paul, onde pregou uma resposta não violenta às atividade cada vez mais violentas dos supremacistas brancos na cidade, incluindo o bombardeio da Sixteenth Street Baptist Church em 1963. Durante o período de preparação para a marcha Selma para Montgomery em março de 1965, Martin Luther King Jr. pediu a Lowery que pedisse ao ex-governador da Flórida Leroy Collins, que era conhecido por seu apoio público à integração em 1957 a presença na assinatura da Lei dos Direitos de Voto de 1965, para visitar Selma e reunir-se com King Jr. e autoridades da cidade e do condado para aumentar a conscientização nacional sobre a necessidade de melhorar os processos de registro eleitoral. King Jr. também pediu a Lowery que fizesse uma ligação pessoal para o presidente Lyndon B. Johnson para instá-lo a intervir em Selma. Em 25 de março, 25 mil manifestantes marcharam de Selma à capital do estado em Montgomery para defender o direito de voto e protestar contra as mortes de Jimmie Lee Jackson e James Reeb em 26 de fevereiro e 11 de março respectivamente. Lowery e uma delegação de 20 manifestantes entregaram uma petição ao secretário executivo do governador George Wallace exigindo falar com ele, mas a entrada no capitólio foi negada. Com o assassinato de Martin Luther King Jr. em 4 de abril de 1968 e a sucessão de Abernathy como presidente do SCLC naquele agosto, Lowery mudou-se para Atlanta para se tornar pastor da Igreja Metodista Unida Central, onde continuou seu ativismo. Ele auxiliou Julian Bond, do Comitê Não Violento de Coordenação dos Estudantes, com sua campanha para a legislatura da Geórgia em 1975. Em agosto de 1977, Lowery foi nomeado presidente do SCLC após a renúncia de Abernathy. Em 1979, Lowery se envolveu numa luta pelo poder com o líder do SCLC Hosea Williams que resultou na demissão de Lowery por Williams. No mesmo ano, Lowery juntou-se ao líder do capítulo local do SCLC de Birmingham, Abraham Woods, para protestar contra a morte provocada de Bonita Carter em 22 de junho de 1979 por um policial de Birmingham. O incidente gerou mais manifestações quando o policial não foi acusado de nenhum crime e foi apoiado pelo prefeito David Vann. Os afro-americanos começaram a apoiar Richard Arrington, eleito o primeiro prefeito afro-americano da cidade em 1979. Como presidente da SCLC, Lowery continuou a enfrentar o racismo no sul. No Alabama, em 1979, Lowery e o diretor de campo do SCLC, R.B. Cottonreader protestaram contra a condenação de Tommy Lee Hines, um afro-americano de 26 anos com deficiência mental dos condados de Decatur, Limestone e Morgan, que foi preso em 1971 por supostamente estuprar três mulheres brancas. Lowery, Evelyn Lowery e Cottonreader lideraram uma marcha em 26 de maio entre Decatur e Cullman, no condado de Cullman, após a condenação de Hines, que resultou num confronto e tiroteio com a Ku Klux Klan local em dois manifestantes e dois Klansmen ficaram feridos. Hines foi absolvido num tribunal do condado de Jefferson em 1980. Em 1983, a pedido de Lowery, Morris Dees do Southern Poverty Law Center prosseguiu com a acusação do ataque da Klan ao protesto; sete líderes da Klan e dois Klansmen foram indiciados federalmente em maio de 1984. Em fevereiro de 1982, Lowery ajudou a liderar uma das maiores marchas pelos direitos civis desde a marcha de 25 de março de 1965, de Selma a Montgomery. Começando em Corrolton, Geórgia com 300 apoiadores, terminou no Capitólio do estado do Alabama em Montgomery com 3.500 apoiadores para protestar contra a condenação de Julia Wilder e Maggie Bozeman de Carrolton por fraude eleitoral e para exigir uma extensão da Lei de Direitos de Voto de 1965. Lowery foi nomeado pastor em Cascade United Methodist Church em Atlanta em 1986. Lá, ele concentrou grande parte de sua energia em projetos dedicados a trazer oportunidade econômicas para as comunidades negras do sul. Ele serviu como membro do conselho da Metropolitan Atlanta Rapid Transit Autority e garantiu que as linhas passassem pelos bairros afro-americanos e trabalhou com os líderes do SCLC para iniciar um programa de recompra com o objetivo de remover as armas das comunidades negras Evelyn Lowery iniciou vários programas, incluindo educação sobre HIV/AIDS para comunidades negras e o Movimento Organizacional de Mulheres pela Igualdade Agora (WOMEN) como um braço do SCLC especificadamente dedicado aos direitos das mulheres e crianças afro-americanas; ela morreria em 2013. Lowery se aposentou como pastor sênior em 1992. Em outubro de 2001, os Lowerys estabeleceram o Joseph and Evelyn Lowery Center for Justice and Human Rigths na Clark Atlanta University. Em janeiro de 2009, Lowery deu a benção na posse do primeiro mandato presidencial de Barack Obama na Casa Branca. Lowery morreu em Atlanta em 27 de março de 2020. Fonte: RUDDER, Justin. Montgomery Alabama. Disponível em: University of South Alabama in Encyclopedia of Alabama. Disponível em: http://encyclopediaofalabama.org/article/h-3831. Acesso em 21 de dez. 2021.
[xliv] William Franklin “Billy” Graham Jr. – Nascido em Charlotte, Carolina do Norte em 7 de Novembro de 1918 e falecido em Montreat, Carolina do Norte em 21 de fevereiro de 2018. Foi um protestante evangélico, teólogo arminiano e pastor batista estado-unidense. Foi conselheiro espiritual de vários presidentes dos Estados Unidos e proeminente membro da Convenção Batista Sul. Billy Graham pregou pessoalmente para mais pessoas do que qualquer outro pregador da história ao redor do mundo. De acordo com a sua equipe, a partir de 1993, mais de 2,5 milhões de pessoas tinham dado “um passo à frente em suas cruzadas para receber Jesus Cristo com seu salvador pessoal”. A partir de 2008, a audiência de Graham’s lifetime, incluindo rádio e televisão, superou 2,2 bilhões de pessoas. Graham nasceu em uma fazenda leiteira em Charlotte, Carolina do Norte em 7 de novembro de 1918. Billy Graham foi levado pelos pais para a Associação de Igrejas Presbiterianas Reformadas. Depois de participar de várias reuniões de evangelismo, Graham se converteu aos 16 anos de idade em 1934. Após terminar o ensino médio na Escola Sharon (Sharon High School) em maio de 1936, Graham foi para a Faculdade Bob Jones (Bob Jones College), hoje chamada de Universidade Bob Jones (Bob Jones University), localizada na cidade de Cleveland, no Tennessee, mas achou extremamente sectário e transferiu para o Instituto Bíblico da Flórida, nos dias atuais Faculdade Trinity da Flórida (Trinity College of Florida) em 1937. Graham foi ordenado ao ministério pastoral dos batistas sulistas em 1939. No ano seguinte graduou-se em Teologia pelo Florida Bible Institute, cujo nome passou a ser Trinity College of Florida em 1947. Em 1943 formou-se em Antropologia pelo Wheaton College, no estado de Illinois. Durante o tempo em que esteve na Faculdade de Wheaton, Graham afirmou que a Bíblia é a “palavra infalível de Deus”. Depois de se formar na faculdade, Graham pastoreou a Igreja Batista da Vila de Western Springs (atualmente Western Springs Baptist Church) em Western Spring III. Antes de se juntar à Mocidade para Cristo, uma organização fundada para o ministério da juventude e militares durante a Segunda Guerra Mundial. Ele pregou em todo os Estados Unidos e na Europa na era pós-guerra imediato, emergindo como um jovem protestante evangelista ascendente. Ainda em 1943, Graham se juntou a Henrietta Mears, da Primeira Igreja Presbiteriana de Hollywood, que foi de ajuda imprescindível para a escolha do primeiro acampamento criado por ele, chamado de Forest Home Christian Camp (atualmente chamado de Forest Home Ministrie), às margens do lago Big Bear (Grande Urso) localizado no sudoeste da Califórnia. Em 1948, num quartel de hotel em Modesto (Califórnia), Graham e sua equipe evangelística estabeleceram o Manifesto de Modesto, um código de ética de vida e trabalho para se proteger contra acusações de abuso de poder, poder econômico e sexual. Este código inclui regras para coletar ofertas em igrejas, trabalhar apenas com igrejas que apoiavam o evangelismo cooperativo, usando estimativas oficiais de multidões em eventos ao ar livre e um compromisso de nunca ficar sozinho com uma mulher que não fosse sua esposa, a menos que outra pessoa estivesse presente. Em suas chamadas “cruzadas”, eventos evangélicos de massa que organizava desde 1948 em estádios, parques e outros locais públicos, Billy Graham há alcançou uma audiência direta de quase 210 milhões de pessoas em 185 países. O foco de seus sermões geralmente é “Jesus Cristo é o único caminho da Salvação”. De 1948 a 1952 ele foi presidente do Northwertern Bible College (atualmente Northwestern – St. Paul) em Minneapolis. A partir de 1949, Graham sai da obscuridade devido a influência dos dois principais jornalistas estado-unidenses da época, William Randolph Hearst e Henry Luce. O interesse de Hearst em Graham permanece um mistério, porque ambos nunca se encontraram. Em 1950, fundou a Associação Evangelística Billy Graham, uma organização de evangelização. A primeira “cruzada” feita com sucesso ocorreu na Austrália, em 1959. Esta cruzada foi considerada o início da evangelização em massa na história da Austrália e teve efeitos consistentes no crescimento do protestantismo em todo o mundo, tendo como consequência uma criação de numerosas igrejas num período d 15 anos. Em 24 de junho de 2005, Billy Grahan iniciou o que seria a sua última cruzada pela América do Norte, no Flushing Meadows Park em New York. Mas em Março de 2006, Billy Graham organizou o Festival da Esperança. Após a doença de Billy Graham, seu filho Franklin Graham cuida da instituição e das cruzadas e seu filho Will Graham, organiza cruzadas entre jovens. As cruzadas não tem lugar específico, podendo ser em uma larga avenida, estádio, parque ou na rua. Graham conseguiu organizar um “exército” de mais de 5 mil pessoas formando um gigantesco coral que cantam músicas, convidando as pessoas a participar. Politicamente, Graham foi registrado como membro do Partido Democrata (até 1960), apesar de que nos últimos anos, ele adotou uma posição flexível, escolhendo o partido mais apropriado para expor suas ideias. Ele tinha relações com os ex-presidentes Dwight Eisenhower, Richard Nixon, Lyndon B. Johnson, Bill Clinton, e da família Bush. Ele desfrutou de um relacionamento extremamente restrito com o ex-presidente Richard Nixon e em 1960 ajudou-o na campanha para presidente dando um forte suporte dos protestantes evangélicos, principalmente presbiterianos e batistas, que estavam preocupados com a candidatura do Católico Romano John Kennedy. Após a vitória presidencial de Nixon em 1968, Graham foi o conselheiro oficial, visitando com frequência a Casa Branca, servindo ocasionalmente serviços privativos religiosos para os presidentes desde então. A apenas dois dias das eleições presidenciais de 2000, Graham foi chamado para fazer a oração no café da manhã presidencial na Flórida com George W. Bush, que depois foi chamado formalmente para endossá-lo pelos seus atendimentos espirituais. Graham ganhou diversos prêmios, incluindo o Prêmio Templeton em 1982 por sua contribuição à ajuda e ao atendimento inter-religioso. E o Ronald Reagan Freedom Award por sua contribuição para o avanço da liberdade no mundo, em 2000. Billy Graham casou-se em 1943 com Ruth McCue Bell, que depois passou a se chamar Ruth Graham, ela era filha de missionários presbiterianos dos Estados Unidos, em missão na China. Seu pai, L. Nelson Bell, era cirurgião geral e destacado membro na história da antiga Presbyterian Church in the United States. Poucas pessoas tiveram mais influência em Billy Graham do que o Dr. Bell. O casal teve cinco filhos, dezenove netos e 28 bisnetos. Os filhos Franklin Graham e Anne Graham Lotz também são evangelistas, e passaram a controlar os negócios do pai, que se aposentou devido à idade avançada, ao mal de Parkinson e a outras doenças. Em 14 de junho de 2007, Ruth Graham morreu na residência do casal em Montreat, Carolina do Norte. Graham já planejava sua saída da vida pública devido a problemas de saúde, sofrendo durante muitos anos com a doença de Parkinson e outros problemas como fraturas no quadril e na pélvis, câncer de próstata e implante de uma derivação em seu cérebro para controlar o excesso de fluído. Também foi hospitalizado em 2011, 2012 e 2013 por problemas respiratórios. Billy Graham morreu em sua casa na Carolina do Norte no dia 21 de fevereiro de 2018 aos 99 anos. A notícia de sua morte foi dada por Jeremy Blume, porta-voz da Associação Evangelística Billy Graham. O pregador havia muito tempo vinha sofrendo de câncer, pneumonia e outras doenças. Billy completaria 100 anos em novembro. Na ocasião de sua morte, foi anunciado que seu corpo seria honrado na rotunda do Capitólio dos EUA, uma deferência geralmente prestada apenas a presidentes, militares e políticos, e que havia sido oferecida pela última vez em 2012, ao senador americano Daniel Inoue. A cidadãos privados, antes de Graham, a homenagem havia sido prestada apenas a três pessoas sendo Rosa Parks a última a recebê-la, em 2005. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Billy_Graham. Acesso em 21 de dez. 2021.
[xlv] Ella Josephine Baker – Nascida em Norfolk em 13 de dezembro de 1903 e falecida em New York em 13 de dezembro de 1986. Foi uma ativista dos direitos civis e humanos do afro-americanos. Atuante por mais de cinco décadas, ela trabalhou ao lado de alguns dos mais famosos líderes dos direitos civis do século XX, como W.E.B. DuBois (1868 – 1963, brilhante economista e professor, defensor do orgulho racial negro, também foi um dos fundadores da NAACP – Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor, em 1909. Fonte: SHUKER, Nancy. Martin Luther King. Coleção Os Grandes Líderes, Nova Cultural, 1987, p.25), Thrurgood Marshall, A. Philip Randolph e Martin Luther King Jr., além de orientar muitos ativistas emergentes, como Diane Nash, Stokely Carmichael, Rosa Parks e Bob Moses. Fonte 1: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ella_Baker. Acesso em 21 de dez. 2021. Ella Baker cresceu na Carolina do Norte, e desenvolveu um grande senso de justiça social desde cedo, em parte devido às histórias de sua avó que relatavam a vida sob a escravidão. Como escrava, sua avó havia sido chicoteada por se recusar a se casar com um homem escolhido para ela pelo proprietário de escravos. O orgulho e a resiliência de sua avó diante do racismo e da injustiça continuaram a inspirar a Senhora Baker ao longo de sua vida. Os avós maternos de Ella Baker compraram, viveram e cultivaram terras que antes faziam parte da plantação em que foram escravizados. Eles compraram o terreno por 250 dólares, que foram quitados em prestações. Essa compra foi motivo de grande orgulho para sua família, e eles se tornaram fazendeiros de sucesso. Baker estudou na Shaw University em Raleigh, Carolina do Norte. Como estudante, ela desafiou as políticas escolares que considerava injustas. Depois de se formar em 1927 como oradora da turma. Ella Baker mudou-se para a cidade de New York e começou a ingressar em organizações de ativismo social. Em 1930, ela ingressou na Liga Cooperativa de Jovens Negros, cujo objetivo era desenvolver o poder econômico dos negros por meio do planejamento coletivo. Ela também se envolveu com várias organizações de mulheres. Sempre comprometida com a justiça econômica para todas as pessoas e uma vez disse: “As pessoas não podem ser livres até que haja trabalho suficiente nesta terra para dar um emprego a todos”. Ella Baker começou sua militância no NAACP (National Association for the Advancement of Colored People – Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor – ver nota XXIII) em 1940. Trabalhou como secretária de campo e depois foi diretora de seção de 1943 a 1946. Inspirada pelo histórico boicote aos ônibus em Montgomery, Alabama, em 1955, Baker cofundou a organização “In Friendship” para arrecadar dinheiro para lutar contra as leis de Jim Crow no extremo sul. Em 1957, Baker mudou-se para Atlanta para ajudar a organizar a nova instituição de Martin Luther King Jr., a Southern Christian Leadership Conference (SCLC). Ela também fez uma campanha de registro de eleitores negros chamada Cruzada pela Cidadania. Em 1.º de fevereiro de 1960, um grupo de estudantes universitários negros da Universidade A&T da Carolina do Norte se recusou a deixar o balcão da lanchonete Woolworth’s em Greensboro, Carolina do Norte, onde o serviço foi negado. Baker deixou o SCLC após os protestos de Greensboro. Além de suas críticas à filosofia de organização do SCLC, Baker também enfrentou conflitos com seus colegas homens, Andrew Young descreveu Baker como uma “mulher determinada” e continuou a dizer: “A Igreja Batista não tinha tradição de mulheres em papéis de lideranças independentes, e o resultado foi a insatisfação geral”. Ella, então, se propôs a ajudar os novos militantes estudantis porque via os ativistas jovens e emergentes como um recurso e uma vantagem para o movimento. A senhora Baker organizou uma reunião na Shaw University para os líderes estudantis das manifestações em abril de 1960. A partir dessa reunião, o Comitê Coordenador do Estudante Não Violento – SNCC - nasceu. Em 19 de junho de 1968, Ella Baker faz o seguinte comentário a respeito do líder King Jr.: “Veja, eu acho que, para ser muito honesta, o movimento fez Martin em vez de Martin fazer o movimento. Isso não é um descrédito para ele, isso é, para mim, como deveria ser”. Adotando a teoria de Gandhi de ação direta não violenta, os membros do SNCC se juntaram as ativistas do Congresso de Igualdade Racial (CORE) para organizar os passeis pela liberdade de 1961. Em 1964, o SNCC ajudou a criar o Freedom Summer, um esforço para chamar a atenção nacional para o racismo no Mississippi e registrar eleitores negros. A senhora Baker, e muitos de seus contemporâneos, acreditavam que votar era a chave para a liberdade, acreditando como hoje que não exercendo a voz coletiva, o povo não pode influenciar as políticas e leis que impactam a vida do país. Com a orientação e o incentivo de Ella Baker, o SNCC tornou-se um dos principais defensores dos direitos humanos nos Estados Unidos. Ella Baker disse uma vez: “Isso pode ser apenas um sonho meu, mas acho que pode se tornar real”. O sonho de Ella Baker continuou através do seu legado juntado no Ella Center for Human Rights. Além de continuar seu envolvimento como conselheira do SNCC, Ella Baker atuou como consultora do Southern Conference Education Fund em meados da década de 1960 e ajudou a organizar o Partido Democrático da Liberdade do Mississippi, voltando posteriormente para New York nos finais dos anos 60, permanecendo uma ativa lutadora pelos direitos civis até a sua morte. A influência de Ella Baker se reflete no apelido que ela adquiriu: “Fundi”, uma palavra em suaíli que significa uma pessoa que ensina um ofício para a próxima geração. Baker continuou a ser uma líder respeitada e influente na luta pelos direitos humanos e civis até sua morte em 13 de dezembro de 1986, em seu 83.º aniversário. O Ella Baker Center for Human continua o seu legado com o slogan: “livros e não bares, empregos não cadeias e saúde e não algemas”, sabe-se que o sistema prisional é o maior provedor de cuidados de saúde mental e reabilitação do abuso de substâncias nos EUA, sendo que as prisões não podem continuar a ser resposta as crises de saúde pública, soluções baseadas em cuidados na comunidade, como defendia Ella Baker, são respostas como a saúde para todos, a educação pública gratuita e de qualidade e a moradia como um direito humano reconhecido, podem mudar a vida dos afro-americanos. Fonte Ella Baker Center Human Right. Disponível em: https://ellabakercenter.org/who-was-ella-baker/. Acesso em 21 de dez. 2021.
[xlvi] Izola Ware Curry – nascida em Ware em 14 de junho de 1916 em Adrian, Geórgia, EUA e falecida em 7 de março de 2015 em Jamaica States, Queens, New York, EUA. Foi uma mulher afro-americana que tentou assassinar o líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. ela esfaqueou King Jr. com um abridor de cartas em uma sessão de autógrafos no Harlem em 20 de setembro de 1958. Martin Luther King Jr. sobreviveu à tentativa de Curry. Izola Ware foi uma dos oito filhos, nascida em 1916. De uma família de meeiros perto de Adrian, Geórgia, numa cidade a cerca de 160 quilômetros de Savannah. Ela deixou a escola na sétima série e mais tarde se casou com um homem chamado James Curry quando ela tinha 21 anos. O casal se separou cerca de seis meses depois, e Izola se mudou para a cidade de New York, onde encontrou trabalho como governanta. Depois de se mudar para New York, Curry começou a sofrer delírios e esquizofrenia, particularmente contra a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) isso contribuiu para as dificuldades de arranjar novos empregos, e ela tentou em vários locais de e emprego até retornar a New York no final de 1958. Martin Luther King Jr. fez uma turnê para promover seu livro “Stride Toward Freedom” (“Caminhando em Direção à Liberdade”), logo após sua publicação. Durante uma sessão de autógrafos na loja de departamentos Blumstein no Harlem, em 20 de setembro de 1958, Curry se aproximou e perguntou se ele era Martin Luther King Jr. Quando ele respondeu afirmativamente, Curry o esfaqueou no peito com um abridor de cartas de aço. Um executivo de publicidade do The Amsterdam News, um importante jornal negro, agarrou e conteve Curry. Um espectador bem-intencionado estendeu a mão para puxar o abridor de cartas no peito de King, mas a essa altura os policiais da cidade de New York, Al Howard e Philip Romano haviam entrado em cena e agido rapidamente. Eles reconheceram imediatamente o risco de puxar o abridor e evitar um sangramento maior ou a ruptura de uma artéria vital, então ligaram para o hospital do Harlem para coordenar com os médicos como retirar King Jr. da loja em segurança, sem correr o risco que a faca fosse mexida. Isso incluiu um subterfúgio por parte do oficial Howard, anunciando à grande multidão reunida que o Dr. King Jr. seria levado para uma ambulância que chegava na frente da loja (e indo lá para esperar e manter o estratagema), enquanto na verdade, o oficial Romano e outros carregaram King Jr. cuidadosamente, ainda sentado em sua cadeira, para a parte de trás. Uma cirurgia cuidadosa foi necessária para remover a lâmina. Martin Luther King Jr. escreveu em sua autobiografia publicada postumamente que lhe foi dito: “a ponta da navalha do instrumento havia tocado minha aorta e todo meu peito teve que ser aberto para extraí-la. ‘Se você tivesse espirrado durante todas aquelas horas de espera’, disse o Doutor Maynard, ‘sua aorta teria sido perfurada e você teria se afogado em seu próprio sangue’”. Um psiquiatra diagnosticou Curry como uma esquizofrênica paranóica, relatando que Curry tinha um QI de 70 e estava em um grave “estado de insanidade”. Em 20 de outubro, ela foi considerada incapaz de compreender a acusação contra ela e foi internada no Hospital Estadual de Matteawan para Criminosos Insanos. Após 14 anos em Matteawan, Curry foi transferida para o Centro Psiquiátrico de Manhattan em Ward’s Island em Upper Manhattan, e depois para um programa de assistência residencial em Rosedale, Queens. Depois de uma queda resultando num ferimento na perna, Curry foi colocada numa casa de repouso em Jamaica, Queens, NY, onde residiu até sua morte por causas naturais. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Izola_Curry. Acesso em: 21 de dez. 2021.
[xlvii] Aubre de Lambert Maynard – 1901 – 1999. Foi um médico e cirurgião negro guiano-estado-unidense que se destacou por operar o Dr. Martin Luther King Jr. para salvar sua vida após uma tentativa de assassinato em 1958. Maynard era uma autoridade em feridas torácicas e abdominais. Maynard nasceu em Georgetown, Guiana e migrou para os Estados Unidos em 1906. Ele inicialmente frequentou o City College of New York em 1922 e mais tarde se matriculou na New York Medical School. Ele foi informado de eu a engenharia não tinha perspectivas para os negros e escolheu a faculdade de medicina. Ele morava na parte baixa de Manhattan. Em 1978, ele escreveu o livro “Surgeons to the Poor: The Harlem Hospital” (“Cirurgiões para os Pobres: O Hospital do Harlem”). Maynard atuou como Diretor de Cirurgia do Hospital do Harlem. Ele também salvou a vida de W. Averrell Harriman (político estado-unidense do Partido Democrata, empresário e diplomata. Foi embaixador dos EUA na União Soviética e no Reino Unido). Os policiais Nova-iorquinos Al Howard e Phil Romano levaram Martin Luther King Jr. numa cadeira até uma ambulância que o levou ao Hospital do Harlem e foram atendidos pelo Dr. Maynard e sua equipe de cirurgiões de trauma, Dr. John W.V. Cordice Jr. e Dr. Emil Naclerio. Como chefe de cirurgia, Maynard tentou remover o abridor de cartas do peito de King Jr., mas cortou a luva na lâmina; uma pinça cirúrgica foi usada para removê-la. Aubre L. Maynard, Farrow Allen e Cordice, junto com Emil Naclerio tiveram que operá-lo. Fizeram incisões e inseriram um espaçador de costela, tornado a aorta de King Jr. visível. Cordice traçou uma estratégia e salvou com sucesso o Dr. King Jr. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Aubre_de_Lambert_Maynard. Acesso em: 21 de dez. 2021.
[xlviii] Emil Naclerio – 1914 ou 1915 – 1985. Foi um médico e cirurgião estado-unidense que se destacou por operar o Dr. Martin Luther King Jr. para salvar sua vida após uma tentativa de assassinato em 1958. No Hospital do Harlem, para onde o Dr. King Jr. foi levado, a equipe de cirurgiões de trauma, Dr. John W.V. Cordice Jr., Dr. Emil Naclerio e o chefe de cirurgia Aubre de Lambert Maynard tentaram remover o abridor do peito de king, mas a lâmina cortou a luva do Dr. Maynard, então uma pinça cirúrgica foi usada para removê-la. Aubre L. Maynard, Farrow Allen e Cordice, junto com o Dr. Emi Naclerio, tiveram que operá-lo. Emil Naclerio, que estava num casamento, chegou ainda de smoking. Eles fizeram incisões e inseriram um espaçador de costelas, tornando a aorta de King Jr. visível. O Chefe de Cirurgia Dr. Maynard então entrou e tentou puxar a lâmina. Cordice traçou uma estratégia cirúrgica e salvou o Dr. King Jr. com sucesso. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Emil_NacleriEmil. Acesso em: 21 de dez. 2021.
[xlix] John
Walter Vicente Cordice Jr. – 1919 – 2013. Foi um medico e cirurgião
estado-unidense que se destacou por fazer parte da equipe que operou Martin
Luther King Jr. para salvar sua vida após uma tentativa de assassinato em 1958
no Harlem, NY. Cordice Jr. nasceu em 1919 em Durham, Carolina do Norte. Ele se
mudou para New York a fim de estudara na New York University para graduação e
na New York University School of Medicine. Seu pai, também médico, trabalhava
no Lincoln Hospital na Carolina do Norte, e nasceu em São Vicente, Índias
Ocidentais e morreu em 1958. Cordice ingressou no Exército em 1943 e serviu
como médico oficial dos aviadores de Tuskegee. Enquanto estava no Exército, ele
passou um ano na França, onde ajudou na primeira cirurgia cardíaca do país.
Cordice trabalhou no Harlem Hospital por quarenta anos chegando ao cargo de
Chefe de Cirurgia Torácica. Em 20 de setembro de 1958 Martin Luther King Jr.
foi atacado por Izola Curry com uma faca de abrir envelopes. Cordice junto com
os médicos Aubre L. Maynard, Farrow Allen e Emil Naclerio, foram chamados para
operar King Jr. cordice traçou uma estratégia que salvou a vida do líder dos
movimentos civis, já que a operação resultou em um grande sucesso. Ele foi tema
do livro “Quando o Harlem Quase Matou o Rei: O Esfaqueamento do Dr. Martin
Luther King Jr. em 1958”, de Hugh Pearson. Cordice residiu no Harlem e
posteriormente em Queens. Ele morreu de causas naturais aos 95 anos, em Iowa. Fonte: Wikipédia: HTTPS://en.wikipedia.org/wiki/John_W.V._Cordice. Acesso em 21 de
dez. 2021.
[l] Harry
H. Wachtel – Nascido em 26 de março de 1917 e falecido em 3 de fevereiro de
1997. Proeminente advogado de New York, começou a trabalhar para Martin Luther
King Jr. em 1962. Com o endosso de King Jr., Wachtel cofundou a Gandhi Society
for Human Rights, que como uma organização de caridade isenta de impostos,
efetivamente levantou fundos substanciais para o setor civil do movimento de
direis. Nos anos subsequentes, King Jr. passou a contar com o conselho jurídico
e o apoio moral de Wachtel, já que Wachtel era um dos organizadores de reuniões
com doadores proeminentes e funcionários do governo e se reunia com King Jr.
regularmente. Watchel nasceu na cidade de New York, e auto-intitulado estudante
radical, Watchel formou-se em direito pela Universidade de Columbia em 1940.
Com exceção do serviço militar durante a Segunda Guerra, Wachtel exerceu
continuamente a prática jurídica em empresas de New York em toda sua carreira.
Martin Luther King Jr. foi apresentado a Wachtel por meio de Clarence B. Jones,
o consultor jurídico de confiança de King Jr. Jones havia contratado a Wachtel
porque representava a empresa matriz de várias lanchonetes segregadas e Jones
estava interessado em prosseguir com as negociações de segundo plano sobre
dessegregação. Jones encontrou um aliado capaz e disposto em Wachtel, que
imediatamente ofereceu seus serviços jurídicos diretamente a King Jr. Após uma
série de trocas de cartas no final de 1961, King Jr. e Wachtel se conheceram no
início de 1962, quando King Jr. estava na cidade para uma arrecadação de fundos
para a Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC). Logo depois, Wachtel
escreveu a King Jr.: “Devo confessar que antes de nosso encontro, eu tinha um
profundo respeito por sua luta histórica e abnegada contra a incrustada
injustiça e desumanidade. As várias horas passadas com você mexeram comigo e
proporcionaram novas perspectivas”. Os dois imediatamente começaram a colaborar
na formação da Sociedade Gandhi pelos Direitos Humanos. Em 1963, Wachtel
juntou-se a Jones na defesa de Abernathy e três outros ministros em um processo
por difamação originado de um anúncio no New York Times. Wachtel rapidamente se
tornou parte do círculo íntimo de Martin Luther King Jr. e, de brincadeira, era
chamado de irmão gêmeo e confidente de King Jr. por Stanley Levison, também
advogado e judeu de New York. Em 1964, Wachtel formou um pequeno grupo
consultivo para King Jr., eles chamaram de Comitê de Pesquisa, que se reunia
regularmente no escritório de Wachtel e era formado por Jones, pelo líder
sindical Ralph Helstein, por Bayard Rustin e outros. Mais tarde naquele ano,
Wachtel se juntou a um grupo que acompanhava King Jr. para receber o Prêmio
Nobel da Paz. Wachtel permaneceu como conselheiro próximo de King até sua morte
em 1968, orientando-o em questões que vão desde a interação com o diretor do
Federal Bureau of Investigation J. Edgar Hoover, a obtenção de apoio de
conservadores religiosos, até a tomada de posições pública contra a Guerra do
Vietnã. O conhecimento de Wall Street e as conexões legais de Wachtel deram a
King Jr. acesso a doadores em potencial e tanto em governos de alto nível como
em contatos comerciais. Wachtel também desempenhou um papel fundamental na
organização de reuniões para Martin Luther King Jr. como vice-presidente Hubert
Humphrey e o presidente Lyndon B. Johnson. Após o assassinato de King, Wachtel
se tornou o advogado pessoal de Coretta Scott King. Ele também atuou como
administrador do SCLC e vice-presidente e consultor jurídico do King Center de
1969 a 1982. Wachtel morreu de mal de Parkinson em 1997. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/wachtel-harry-h. Acesso em 21 de
dez. 2021.
[li] Clarence Benjamin Jones – Nascido em 8 de janeiro de 1931, filho de pais que eram trabalhadores domésticos na Filadélfia, Pensilvânia, e foi criado em um lar adotivo em um internato na Nova Inglaterra. Ele frequentou a Universidade de Colúmbia no inicio de 1949, mas sua educação universitária foi interrompida pelo serviço militar. Jones foi convocado para o Exército em agosto de 1953, mas recebeu um dispensa “indesejável” como sendo um potencial risco à segurança nacional, em abril de 1955 por se recusar a assinar o Certificado de Lealdade das Forças Armadas afirmando que ele não era membro do Partido Comunista. Relatórios do Federal Bureau of Investigation (FBI) compilados em 1957 identificaram Jones como membro e líder da Liga da Juventude Trabalhista, descrita como uma organização de fachada do Partido Comunista, durante os anos que estudou em Columbia. Posteriormente, seu status de dispensa foi alterado para “honroso” graças a uma apelação. Após sua dispensa, Jones voltou a Columbia para concluir seu BA em 1956. Naquele ano, ele começou a frequentar a Escola de Direito da Universidade de Boston, obtendo seu LL.B (Bacharel em Direito – em latim “Legun Baccalaureus”, LL.B ou BL) em 1959. Ele e sua esposa Anne se mudaram para Altadena, Califórnia, onde Jones estabeleceu uma prática de advogado. Jones se juntou à equipe de advogados que defendiam Martin Luther King Jr. em meio ao julgamento dele acusado de fraude fiscal em 1960; o caso foi resolvido a favor de King Jr. em maio de 1960. Jones e sua família se mudaram para New York para ficar perto do escritório do Harlem da SCLC (Southern Christian Leadership Conference), e ele se juntou à empresa de Lubell, constituindo a parceria Lubell e Jones. Em 1962, Jones tornou-se conselheiro geral da Sociedade Gandhi para os Direitos Humanos, braço de arrecadação de fundos do SCLC. Mais tarde naquele ano, Jones aconselharia King Jr. a escrever ao presidente John F. Kennedy sobre a crise dos mísseis cubanos. Ele exortou King Jr. a fazer uma declaração porque “seu status como líder exige que você não se cale sobre um evento com questões tão decisivas para o mundo”. Jones acompanhou King Jr., Wyatt Tee Walker, Stanley Levison, Jack O’Dell e outros ao centro de treinamento do SCLC em Dorchester, Geórgia, para uma reunião estratégica do início de janeiro de 1963 para planejar a Campanha de Birmingham. Após a prisão de King Jr. em 12 de abril em Birmingham por violar uma injunção relacionada contra manifestações, Jones secretamente levou a resposta escrita à mão de King Jr. da prisão para oito clérigos de Birmingham que denunciaram os protestos no jornal. Foi datilografado e distribuído entre o clero de Birmingham e mais tarde impresso e distribuído nacionalmente como “Carta da Cadeia de Birmingham”. Jones ajudou a garantir o dinheiro da fiança para King Jr. e também para os outros manifestantes presos, voando para New York para encontrar o governador do estado, Nelson Rockefeller, que deu a Jones os fundos da fiança diretamente do cofre de sua família no Chase Manhattan Bank. Jones continuou a atuar como advogado e conselheiro de King Jr. pelo resto de sua vida, auxiliando-o na redação do discurso “Eu Tenho um Sonho” e preservando os direitos autorais de King desta importante obra; na atuação como parte da bem-sucedida equipe de defesa do SCLC no caso New York Times versus Sullivan; servindo como parte do staff de conselheiros de Martin Luther King Jr., chamado de “Comitê de Pesquisa”; e contribuindo com Vicente Harding e Andrew Young para o discurso de King Jr. “Além do Vietnã” na Igreja Riverside de New York em 4 de abril de 1967. Após a morte de Martin Luther King Jr., Jones serviu como um dos negociadores durante o motim na prisão de 1971 em Attica, e foi editor e co-proprietário do New York Amsterdam News de 1971 a 1974. Ao resumir seus sentimentos sobre a vida de Martin Luther King Jr., Jones comentou em 2007 numa entrevista “Exceto Abraham Lincoln e a Proclamação de 1863, Martin Luther King Jr. e, 12 anos e 4 meses de 1956 a 1968, fez mais para alcançar a justiça política, econômica e social na América do que qualquer outro evento ou pessoa nos 400 anos anteriores”. A confiança de King Jr. em Jones era antiga, pois em 1962 ele escreveu uma carta recomendando seu advogado e conselheiro, Clarence B. Jones, à Ordem dos Advogados do Estado de New York, nos seguintes termos: “Desde que conheço o Sr. Jones, sempre o vejo como um homem de bom senso, percepções profundas e grande dedicação. Também estou convencido de que ele é um homem de grande integridade”. (Martin Luther King Jr., 29 de maio de 1962). Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/jones-clarence-benjamin. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lii] New York Times Co. versus Sullivan – 17 de fevereiro de 1960 a 9 de março de 1964. Os eventos que levaram à decisão histórica da Suprema Corte dos Estados Unidos em 1964, confirmando a liberdade de imprensa sob a Primeira Emenda da Constituição dos EUA no caso do New York Times Co. versus Sullivan, começaram em março de 1960, depois que os apoiadores de Martin Luther King Jr. publicaram um apelo de arrecadação de fundos em nome do líder dos direitos civis. O apelo foi em resposta à prisão de King Jr. sob acusações de perjúrio, e irritou as autoridade do Alabama a ponto de moverem uma ação contra vários ministros negros cujos nomes apareciam no anúncio. Em 17 de fevereiro de 1960, dois delegados do xerife do condado de Fulton prenderam Martin Luther King Jr. em seu escritório na Igreja Batista Ebenezer e o levaram sob custódia. Um grande júri no Alabama emitiu um mandado de prisão de King Jr. por duas acusações de perjúrio por assinar declarações de impostos fraudulentas em 1956 e 1958. Em resposta à acusação de King Jr., um grupo de partidários do líder dos direitos civis se reuniram no apartamento de Harry Belafonte em New York para formar o Comitê de Defesa de Martin Luther King Jr. e a Luta pela Liberdade no Sul, para arrecadar dinheiro para a defesa de King Jr. e outras iniciativas de direitos civis. Sob a presidência de A. Philip Randolph, o comitê lançou imediatamente uma campanha de arrecadação de fundos com o objetivo de arrecadar 200 mil dólares. Em um comunicado à imprensa de 3 de março, o comitê denunciou as acusações contra King Jr. como uma “representação grosseira do fato”, porque a renda de King Jr. nunca “se aproximou” dos 45 mil dólares que as autoridades do Alabama alegaram que ele ganhou em 1958. Em resposta às acusações de perjúrio contra King Jr., um crime que poderia ter resultado numa sentença de cinco anos, o comitê publicou um anúncio de página inteira no New York Times intitulado “Heed Their Rising Voices”. O anúncio procurou demonstrar que a prisão de King Jr. foi politicamente motivada e parte de um esforço “para destruir aquele homem que, mais do que qualquer outro, simbolizava o novo espírito que agora está varrendo o sul”. A apelação solicitava doações que seriam divididas entre a defesa de King, o apoio aos manifestantes estudantis e a luta pelo direito de voto, e foi assinada por 84 apoiadores de King Jr., incluindo Jackie Robinson e Eleanor Roosevelt. As autoridades do Alabama, em particular o governador John Patterson, ficaram irritados com as declarações no anúncio, que acusava as autoridades estaduais e locais do Alabama de retaliarem os estudantes por protestarem e assediar King Jr. com repetidas prisões, L.B. Sullivan, um comissário da cidade de Montgomery, processou o New York Times por difamação e Patterson exigiu uma retratação imediata. Quatro ministros do Alabama cujos nomes apareceram no anúncio, Ralph Abernathy, Solomon S. Seay, Fred L. Shuttlesworth e Joseph Lowery, também foram processados, apesar do testemunho de que seus nomes foram usados sem seu conhecimento ou consentimento. Além de Sullivan e Patterson, três outros funcionários do Alabama processaram o Times e os quatro ministros por 500 mil dólares. O processo de Patterson também incluiu King Jr. como réu. Durante o julgamento no Alabama, Sullivan e seus advogados tentaram persuadir o júri de que as declarações feitas no anúncio eram difamatórias, falsas e prejudiciais à sua reputação. O júri decidiu a seu favor e os réus foram obrigados a pagar 500 mil dólares. Na apelação, os réus argumentaram que o processo de Sullivan violava a Primeira Emenda, mas o Tribunal do Alabama respondeu: “A Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos não protege publicações difamatórias”. A Suprema Corte do Alabama confirmou a decisão do tribunal inferior em 30 de agosto de 1962. Em uma tentativa final de reverter as decisões anteriores, Herbert Wechsler, professor da Columbia Law School e especialista em Constituição e Suprema Corte, foi convidado a lidar com o caso, em conjunto com Clarence Jones, Harry Wachtel e outros. Os argumentos de Wechsler persuadiram a Suprema Corte dos EUA a reverter a decisão do Alabama com base nas suposições de que o caso de Sullivan carecia de prova de “malícia real”, carecia de evidências de que as declarações eram “de e concernentes a” Sullivan e não produziu com clareza convincente evidências de que as declarações foram publicadas com “indiferença irresponsável se era verdadeiro ou falso”. Após a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em 9 de março de 1964, todas as acusações contra os réus foram retiradas. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/new-york-times-co-v-sullivan-376-us-254. Acesso em 21 de dez. 2021
[liii] Sociedade Gandhi para os Direitos Humanos (Gandhi Society for Human Rights) – Criada em 17 de maio de 1962 e durou até 29 de novembro de 1965. Também conhecida como Sociedade Gandhi, foi uma ideia de Harry Wachtel, um proeminente advogado de New York que foi apresentado a Martin Luther King Jr. por Clarence B. Jones, consultor jurídico de confiança de King Jr. A pedido deste, Wachtel juntou-se a Jones na defesa de quatro ministros da Southern Christian Leadership Conference (SCLC) em um processo de difamação, no caso New York Times versus Sulliman, originado de um anúncio no dito jornal. Wachtel se encontrou com King Jr. em New York no início de 1962 e discutiu a formação de um fundo isento de impostos para cobrir despesas relacionadas ao processo e canalizar o apoio financeiro necessário para o movimento não violento dos direitos civis. Com o endosso de King Jr., Wachtel, Jones e outro advogado de New York, Theodore W. Kheel, fundaram a Sociedade Gandhi para os Direitos Humanos. King foi nomeado presidente honorário e Jones atuou como conselheiro geral e diretor executivo interino. Os fundadores organizaram o lançamento da Gandhi Society em um almoço no Sheraton-Carlton Hotel em Washington D.C., em 17 de maio de 1962. King Jr. convidou vários indivíduos ilustres para servir no conselho de diretores. Jones insistiu na necessidade de que se fizesse publicidade para beneficiar a sociedade. Os senadores Jacob Javits (Partido Republicano – NY), Clifford Case (Partido Republicano – NJ) e Hubert Humphrey (Partido Democrata – MN) aceitaram os convites como convidados de honra do almoço. King Jr. e Kheel, presidente interino da Sociedade Gandhi, falaram no almoço para cerca de 90 pessoas. King Jr. observou que 17 de maio marcou o aniversário da histórica decisão de Brown versus Boarf of Education que tornou a segregação escolar inconstitucional; e que 1962 foi o 100.º aniversário da Proclamação de Emancipação do Presidente Lincoln, que abriu o caminho para a abolição da escravidão; e da morte de Henry David Thoreau, cujas ideias sobre a desobediência civil inspiraram Mahatma Gandhi. King Jr. afirmou no almoço que “nestes aniversários sobrepostos de triunfos liberais”, era apropriado “formar uma nova sociedade dedicada ao progresso através da não violência” que está (agora) impregnada no tecido da vida americana”. Ele também revelou que no início do dia o SCLC havia enviado ao presidente John F. Kennedy um documento “histórico” pedindo a emissão de uma ordem executiva proclamando que todas as formas de segregação eram contrárias à Constituição dos Estados Unidos. Em 29 de junho de 1962, a primeira reunião informal da diretoria da nova organização foi realizada em New York. Um comitê executivo eleito naquele dia, que incluía King Jr., passou a escrever uma declaração de missão definindo as atividades da sociedade para incluir a defesa legal e a ajuda em caso de direitos civis, materiais educacionais propagando métodos não violentos e atividades de registro eleitoral e assistência financeira a outras organizações e para novos projetos de direitos civis. Mordecai Johnson, presidente emérito da Howard University; William Kinstler, advogado especial da American Civil Liberties Union; e Benjamin Mays, presidente do Morehouse College, foram alguns dos membros ilustres do conselho da Sociedade Gandhi. A Esta sociedade também teve seus detratores. O Christian Century publicou um editorial de 13 de junho de 1962 que acusava King Jr. de canalizar energias reformistas para “um novo tipo de sectarismo estado-unidense (“A Gandhi Society?). King Jr. negou veementemente essas acusações em uma carta ao editor, afirmando que Gandhi, “um homem que nunca abraçou o cristianismo”, era “o maior cristão do mundo moderno”. Em janeiro de 1964, a situação financeira da organização levou Jones a garantir um empréstimo de 6 mil dólares para cobrir contas a descoberto da organização. Mais tarde, King Jr. doou 25 mil dólares de seu prêmio Nobel da Paz de 1964 para a Gandhi Society. A inação federal no processamento do pedido da sociedade para o status de isenção de impostos continuou a dificultar suas atividades de arrecadação de fundos. Wachtel relatou a King Jr. em 11 de agosto de 1965 que o status de organização sem fins lucrativos havia sido concedido pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, mas alguns dias depois ele escreveu a King Jr. sobre as muitas outras dificuldade enfrentadas pela organização. Em setembro de 1965, Wachtel propôs formalmente que a Sociedade fosse renomeada como American Foudation on Nonviolence e reconstituída com ex-membros do conselho da Gandhi Society. O nome foi mudado mais tarde ainda naquele ano. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/gandhi-society-human-rights . Acesso em 21 de dez. 2021
[liv] Robert Francis Kennedy – Procurador-geral dos Estados Unidos de 1961 a 1964, Robert F. Kennedy serviu como um dos conselheiros de maior confiança de seu irmão, o presidente John F. Kennedy, em questões de direitos civis. Embora Martin Luther King Jr. tenha criticado ousadamente o procurador-geral e o Departamento de Justiça por sua falha em investigar as violações dos direitos civis, ele escreveu a Kennedy em 1964 elogiando-o por seus esforços para aprovar a Lei dos Direitos Civis de 1964: “Seu trabalho capaz, corajoso e eficaz ao conduzir a Lei dos Direitos Civis de 1964 por meio de ambas as casas do Congresso, conquistou para você um lugar ainda mais fervoroso no coração das pessoas que amam a liberdade em todo o mundo. Acrescento aos deles meus sinceros e singelos agradecimentos” (carta de Martin Luther King Jr. de 24 de junho de 1964). Nascido em 20 de novembro de 1925, Robert Kennedy foi o sétimo de nove filhos de Joseph Patrick e Rose Kennedy. Apesar de um desempenho acadêmico medíocre no ensino médio, Kennedy foi admitido na Universidade de Harvard em 1944. Ele ingressou na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, mas foi dispensado após um ferimento. Bob Kennedy retomou seus estudos em Harvard, graduando-se em 1948. Ele estudou na University of Virginia Law School e obteve seu LLB em 1951. A carreira política de Robert Kennedy começou em 1946, quando ajudou a administrar a campanha do seu irmão para o Congresso em Massachusetts, John F. Kennedy. Pelos próximos anos Bob ajudou nas campanhas d seu irmão para o Senado dos Estados Unidos em 1952 e sua campanha presidencial de 1960. Entre as campanhas, Robert Kennedy serviu como assistente legal do senador Joseph R. McCarthy durante as infames audiências do Comitê de Atividades Não Americanas da Câmara. Ele também serviu no Comitê John McClellan do Senado dos Estados Unidos, que foi encarregado de investigar o crime organizado. Durante a campanha presidencial de 1960, Martin Luther King Jr. participou de um protesto, uma violação direta de sua liberdade condicional por dirigir com carteira de motorista inválida em 1960. John F. Kennedy ligou para Coretta Scott King para oferecer seu apoio e Robert Kennedy iniciou uma série de contatos com Ernest Vandiver, governador da Geórgia, que eventualmente levaram à libertação de King Jr. Robert Kennedy minimizou a importância do telefonema para a imprensa, explicando que foi pressionado a agir por causa das inúmeras ligações para a sede do comitê de campanha de Kennedy. Depois que seu irmão foi eleito presidente por uma estreita margem sobre Richard Nixon, Kennedy foi nomeado procurador-geral dos Estados Unidos. A relação entre o procurador-geral Robert Kennedy e o movimento pelos direitos civis foi testada quando Martin Luther King Jr. e várias centenas de manifestantes foram ameaçados por uma multidão furiosa do lado de fora de uma igreja de Montgomery, onde King Jr. estava realizando uma reunião em massa em apoio aos Freedom Riders. À medida que a multidão se tornava mais hostil, King Jr. temeu pelas pessoas lá de dentro e telefonou para Bob Kennedy, pedindo-lhe que interviesse. Kennedy garantiu a King Jr. que agentes federais estavam a caminho de Montgomery e propôs um período de reflexão para os Freedom Riders. James Farmer e Diane Nash rejeitaram a ideia de uma suspensão das manifestações. Delegados federais chegaram para proteger os manifestantes, mas à medida que o cerco continuava, os delegados foram eventualmente substituídos pela Guarda Nacional do Estado do Alabama sob ordens do governador John Patterson, esse controle estadual ao invés do apoio federal, desapontou Martin Luther King Jr. Embora o governo Kennedy tenha sido o primeiro a dar atenção substancial à luta pela liberdade no sul, King Jr. desafiou continuamente Robert Kennedy e o Departamento de Justiça a se comprometerem mais com os direitos civis. Um dia depois que a viagem interestadual dessegregada entrou em vigor, King Jr. enviou a Bob Kennedy uma queixa formal acusando o Departamento de Justiça de não cumprir a decisão da Comissão de Comércio Interestadual, depois que quatro estudantes em Atlanta foram presos por tentarem usar terminais de ônibus de forma integrada. “Parece”, escreveu Martin, “que apenas uma ação rápida e decisiva por parte de seu departamento deixará claro para todo cidadão o direito de viajar sem restrições, independentemente de raça, credo ou cor”. (Carta de Martin Luther King Jr., 2 de novembro de 1961). Entre 1961 e 1963, King Jr. registrou uma série de queixas junto a Bob Kennedy e ao Departamento de Justiça sobre a violência enfrentada por defensores dos direitos civis em Albany, Geórgia; Birmingham, Alabama; e Jackson, Mississippi. Em uma das respostas padrão de Kennedy para King Jr., ele expressou que o presidente “tem forte convicção de que estas questões devem ser satisfatoriamente resolvidas por meio de negociações entre a Comissão da cidade e cidadãos negros” (Carta de Robert F. Kennedy, 02 de setembro de 1962). A medida que a estatura de King Jr. aumentava como líder nacional, ele foi investigado de perto por J. Edgar Hoover e pelo Federal Bureau of Investigation (FBI). No início de 1962, o relacionamento de Martin Luther King Jr. com dois supostos comunistas, Jack O’Dell e Stanley Levison, causou alarme no FBI. Harris Wofford advertiu King Jr. contra a associação com O’Dell e Levison, uma advertência que o presidente John Kennedy repetiu a King Jr., que pediu a O’Dell e Levison, que renunciassem, mas achou difícil romper relações com Levison, que era um conselheiro de confiança. Em outubro de 1963, Robert Kennedy autorizou a instalação de escuta telefônica na casa e no escritório de King Jr. em resposta ao seu relacionamento contínuo com Levison. Após o assassinato do presidente Kennedy em 1963, Robert Kennedy continuou a servir como procurador-geral do presidente Lyndon Johnson até setembro de 1964. Em novembro daquele ano, ele foi eleito para o Senado dos Estados Unidos para representar New York. Como senador, Kennedy falou contra o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Em março de 1966, Martin Luther King Jr. aplaudiu a declaração de Bob Kennedy contra a guerra, invocando o legado de seu irmão, o ex-presidente: “Seu grande irmão nos levou longe em novas direções com seu conceito de um mundo de diversidade; sua posição nos leva ao próximo passo que requer que alcancemos a maturidade política para reconhecer e nos relacionar com todos os elementos produzidos pelas revoluções coloniais contemporâneas” (Carta de Martin Luther King Jr., 2 de março de 1966). No ano seguinte, King Jr. fez seu discurso mais abrangente sobre a guerra, “Além do Vietnã”, para uma multidão de 3.000 pessoas na Igreja Riverside em New York. Enquanto fazia campanha para presidência em 4 de abril de 1968, Bob Kennedy soube do assassinato de Martin Luther King Jr. durante um discurso num comício em Indianápolis, Indiana, Bob Kennedy informou a grande audiência negra sobre a morte de King Jr., advertindo-os para não ficarem “cheios de ódio e desconfiança com a injustiça de tal ato, contra todos os brancos”, pois “Martin Luther King Jr. dedicou sua vida ao amor e à justiça por outros seres humanos, e ele morreu por causa desse esforço”. (Discurso de Robert F. Kennedy em 4 de abril de 1968). Apenas dois meses depois, Kennedy foi assassinado na Califórnia enquanto fazia campanha para a presidência. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/kennedy-robert-francis. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lv] John Edgar Hoover – 1895 – 1972. Diretor do FBI que tinha severa repugnância com as visões comunistas e subversivas radicais, Hoover usava para contra-atacar táticas não convencionais para monitorar atividades relacionadas com essas visões, não se importando com a legalidade das mesmas. John Edgar Hoover ingressou no Departamento de Justiça em 1917 e foi nomeado diretor do Bureau de Investigação do Departamento em 1924. Quando o Bureau se organizou como Federal Bureau of Investigation (FBI) em 1935, Hoover instituiu o recrutamento de agentes e técnicas avançadas de coleta de informações. Durante sua gestão, ele enfrentou gângsteres, nazistas e comunistas. Mais tarde, Hoover ordenou vigilância ilegal contra suspeitos de serem inimigos do estado e oponentes políticos. Apesar de receber duras críticas do público, Hoover permaneceu diretor do FBI até sua morte em 2 de maio de 1972. John Edgar Hoover nasceu em 1.º de janeiro de 1895, filho de Dickerson Naylor Hoover e Annie Marie Scheitlin, dois funcionários públicos que trabalhavam para o governo dos Estados Unidos. Ele cresceu literalmente à sombra da política de Washington D.C., num bairro a três quarteirões do Capitólio. Hoover era o mais próximo de sua mãe, que servia com disciplinadora e guia moral da família. Ele viveu com ela até sua morte em 1938, quando ele tinha 43 anos. Altamente competitivo, Hoover trabalhou para superar um problema de gagueira aprendendo a falar rápido. Ele se juntou à equipe de debate no colégio, onde alcançou alguma notoriedade. Desejando entrar na política, ele trabalhou para a Biblioteca do Congresso após o colegial e frequentou aulas noturnas na Escola de Direito da Universidade George Washington, obtendo seus diplomas de LL.B (Bacharel em Direito) e LL.M (Mestre em Direito) em 1917. Naquele mesmo ano, durante o qual os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, Hoover obteve uma posição de isenção de recrutamento no Departamento de Justiça. Sua eficiência e conservadorismo logo chamaram a atenção do procurador-geral A. Mitchell Palmer que o nomeou para chefiar a Divisão de Inteligência Geral (GID), criada para reunir informações sobre grupos radicais. Em 1919, o GID conduziu incursões sem mandados de busca e prendeu centenas de indivíduos de grupos supostamente radicais. Embora conhecido na história como “Incursões Palmer”, Hoover era o homem por trás das cenas, e centenas de supostos subversivos foram deportados. No final de contas, Palmer sofreu politicamente com a reação e foi forçado a renunciar, enquanto a reputação de Hoover permaneceu estelar. Em 1924, Hoover, do 29 anos, foi nomeado diretor do Bureau de Investigações pelo presidente Calvin Coolidge. Há muito ele havia procurado o cargo e aceitou a nomeação com as condições de que o bureau estivesse completamente divorciado da política e que o diretor se reportasse apenas ao procurador-geral. Como diretor, Hoover pôs em prática uma série de mudanças institucionais. Ele demitiu agentes que considerava nomeados políticos ou não qualificados e ordenou verificações de antecedentes, entrevistas e testes físicos para os candidatos a novos agentes. Ele também obteve maior financiamento do Congresso e instituiu um laboratório técnico que conduzia métodos científicos para reunir e analisar evidências. Em 1935, o Congresso estabeleceu o Federal Bureau of Investigation e manteve Hoover como seu diretor. Durante a década de 1930, gângsteres violentos causavam estragos em pequenas cidades do Meio-Oeste. A polícia local ficou impotente contra o poder de fogo superior das gangues e os carros de fuga velozes. Organizações criminosas sindicadas também estavam acumulando poder nas grandes cidades. Hoover pressionou e recebeu autoridade para que os agentes do Bureau perseguissem esses grupos de acordo com as leis interestaduais federais. Gângsteres notórios como John Dilinger e George “Machine Gun” Kelly foram caçados e presos ou mortos. O Bureau tornou-se parte integrante do esforço de aplicação da lei do governo nacional e um ícone na cultura pop americana, dando aos agentes federais o apelido de “G-men”. Durante a Segunda Guerra Mundial, o FBI se tornou o baluarte da nação contra a espionagem nazista e comunista. O Bureau realizou investigações internas de contraespionagem e contrassabotagem dentro dos EUA, e o presidente Franklin Delano Roosevelt ordenou que o FBI administrasse a inteligência estrangeira no hemisfério ocidental. Tudo isso enquanto o Bureau continuava suas investigações sobre assaltos a bancos, sequestros e furtos de automóveis. Durante a Guerra Fria, Hoover intensificou sua postura anticomunista e antissubversiva pessoal e aumentou as atividades de vigilância do FBI. Frustrado com as limitações impostas às capacidades investigativas do Departamento de Justiça, ele criou o Programa de Contra-Inteligência ou COINTELPRO. O grupo conduziu uma série de investigações secretas, muitas vezes ilegais, destinadas a desacreditar ou desorganizar instituições políticas radicais. Inicialmente, Hoover ordenou verificações de antecedentes de funcionários do governo para evitar que agentes estrangeiros se infiltrassem no governo. Mais tarde, o COINTELPRO perseguiu qualquer organização considerada subversiva por Hoover, incluindo os Panteras Negras, o Partido Socialista dos Trabalhadores e a Ku Klux Klan. Hoover também usou do COINTELPRO para conduzir suas próprias vinganças pessoais contra adversários políticos em nome da segurança nacional. Rotulando Martin Luther King Jr. de “o negro mais perigoso para o futuro desta nação”, Hoover ordenou a vigilância 24 horas por dia à pessoa de King Jr., na esperança de encontrar evidências de influência comunista ou desvio sexual. Usando grampos ilegais e buscas sem justificativa, Hoover reuniu um grande arquivo que considerou uma prova contundente contra King Jr. Em 1971, as táticas da COINTELPRO foram reveladas ao público, mostrando que os métodos da agência incluíam infiltração, roubos, escutas telefônicas ilegais, evidências plantadas e falsos rumores vazando sobre grupos e indivíduos suspeitos. Apesar das duras críticas que Hoover e o Bureau receberam, ele permaneceu como seu diretor até a sua morte em 2 de maio de 1972, aos 77 anos de idade. Hoover moldou o FBI à sua própria imagem de disciplina e patriotismo. Ele também dirigiu a agência para a vigilância doméstica secreta e ilegal, estimulada pelo seu patriotismo conservador e paranoia. Suas táticas nefastas eram suspeitas há décadas por funcionários do governo, mas os presidentes de Truman a Nixon pareciam incapazes de despedi-lo devido à sua popularidade e ao custo político potencialmente alto. Em 1975, o Church’s Committee (após nomeado como seu presidente, o senador Frank Church do Partido Democrata de Idaho) conduziu uma investigação completa das operações da COINTELPRO e concluiu que muitas das táticas da agência eram ilegais e, em muitos caso, inconstitucionais. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. https://kinginstitute.stanford.edu/king-papers/documents/fbi-special-agent-charge-mobile-j-edgar-hoover. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lvi] Lei dos Direitos Civis (Law Civil Rights) – 2 de julho de 1964. Num discurso de 11 de junho de 1963, transmitido ao vivo pela televisão e rádio nacionais, o presidente John F. Kennedy revelou planos para buscar um projeto de lei abrangente de direitos civis no Congresso, declarando: “Esta nação, apesar de todas as esperanças e ostentações, não será totalmente livre até que todos os seus cidadão sejam livres” (Discurso de Rádio-TV do presidente Kennedy, 11 de junho de 1963). Martin Luther King Jr. felicitou o presidente Kennedy pelo seu discurso, chamando-o de “um dos apelos mais eloquentes, profundos e inequívocos por justiça e liberdade de todos os homens já feito por qualquer presidente” (Martin Luther King Jr., 11 de junho de 1963). A anterior Lei dos Direitos Civis de 1957, a primeira lei que trata dos direitos legais dos afro-americanos aprovada pelo Congresso desde a Reconstrução, estabeleceu a Divisão de Direito Civis do Departamento de Justiça e a Comissão de Direitos Civis dos Estados Unidos para investigar denúncias de discriminação racial. Antes do projeto de lei de 1957 ser aprovado, o Congresso havia removido, entretanto, uma cláusula que autorizaria o Departamento de Justiça a fazer cumprir a decisão Brown versus Conselho de Educação. A. Philip Randolph e outros líderes dos direitos civis continuaram a pressionar os principais partidos políticos e o presidente Dwight D. Eisennhower e John F. Kennedy para promulgar tal legislação e proibir a segregação. A legislação de direitos civis que Kennedy apresentou ao Congresso em 19 de junho de 1963 tratou dessas questões, e Martin Luther King Jr. defendeu sua aprovação. Em um artigo publicado após a Marcha de 1963 sobre Washington por Empregos e Liberdade, que colocava a questão: “O que vem a seguir?” King Jr. escreveu: “As centenas de milhares que marcharam em Washington marcharam para derrubar barreiras. Eles resumiam tudo em uma palavra NOW (AGORA). Qual é o conteúdo do NOW? Tudo, não algumas coisas, no projeto de lei de direitos civis do presidente faz pare do NOW” (Martin Luther King Jr., texto “In a Word – Now”). Apos o assassinato de John Kennedy em novembro de 1963, King Jr. continuou a pressionar pelo projeto, assim como fez o récem-empossado presidente Lyndon B. Johnson. Em sua coluna de 4 de janeiro de 1964 no New York Amsterdam News, King Jr. sustentou que a legislação estava “na ordem do dia na grande Marcha em Washington no verão passado. O negro e seus compatriotas por amor próprio e dignidade humana não serão negados” (Martin Luther King Jr., “A Look to 1964”). O projeto foi aprovado na Câmara dos Representantes em meados de fevereiro de 1964, mas ficou parado no Senado devido a uma obstrução de senadores do sul que durou 75 dias. Quando o projeto de lei finalmente foi votado e aprovado no Senado, Martin Luther King Jr. o saudou como algo que “traria alívio prático ao negro do sul e dará ao negro do norte um impulso psicológico de que ele tanto precisa. Em 2 de julho de 1964, o presidente Johnson assinou a nova Lei dos Direitos Civis de 1964 com a presença de King e outros líderes dos direitos civis. As disposições da lei criaram a Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego para tratar da discriminação racial e sexual no emprego e um Serviço de Relações Comunitárias para ajudar as comunidades locais a resolver disputas raciais; intervenção federal autorizada para garantir a eliminação da segregação de escolas, parques, piscinas e outras instalações públicas. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/civil-rights-act-1964. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lvii] Lei de Direitos de Voto de 1965 (Voting Rights Act) – Assinado por Lyndon B. Johnson em 6 de agosto de 1965. Este dia foi chamado de “um triunfo para a liberdade tão grande quanto qualquer vitória que já foi conquistada em qualquer campo de batalha” (Lyndon B. Johnson, “Remarks in the Capitol Rotunda). A lei surgiu sete meses depois que Martin Luther King Jr. lançou a campanha da SCLC com base em Selma, Alabama, com o objetivo de pressionar o Congresso a aprovar tal legislação. “Em Selma”, escreveu King Jr., “vemos um padrão clássico de privação de direitos, típico das áreas do Cinturão Negro do Sul, onde os negros são maioria” (Martin Luther King Jr., “Selma – The Shame and the Promise). Além de enfrentar testes de alfabetização arbitrários e taxas de votação, os afro-americanos em Selma e outras cidades do sul foram intimidados, assediados e agredidos quando tentaram registrar-se para votar. Ativistas de direitos civis encontraram forte resistência à sua campanha, que atraiu atenção nacional em 7 de março de 1965, quando trabalhadores de direitos civis foram brutalmente atacados por policiais brancos em uma marcha de Selma a Montgomery. O presidente Johnson introduziu o Voting Rights Act naquele mesmo mês, “com a indignação de Selma ainda fresca” (presidente Johnson, “Remarks in the Capitol Rotunda”). Em pouco mais de quatro meses, o Congresso aprovou o projeto. O Voting Rights Act de 1965 aboliu os testes de alfabetização e os impostos eleitorais destinados a privar os eleitores afro-americanos e deu ao governo federal a autoridade para assumir o registro eleitoral em condados com um padrão de discriminação persistente. “Esta lei cobre muitas páginas”, disse o presidente Johnson antes de assinar o projeto, “mas o cerne da lei é claro. Onde quer que, por padrões claros e objetivos, os estados e condados estejam usando regulamentos ou leis, ou testes para negar o direito de voto, eles serão derrubados”. No mesmo dia que o presidente Johnson assinou o projeto de lei, ele anunciou que seu procurador-geral, Nicholas Katzenbach, iniciaria ações judiciais contra quatro estados que ainda exigiam uma taxa para registrar eleitores. Embora King Jr. tenha chamado a lei de “um grande passo à frente na remoção de todos os obstáculos restantes ao direito de voto”, ele sabia que a cédula só seria uma ferramenta eficaz para a mudança social se os eleitores em potencial se livrassem do medo associado ao voto. Para cumprir esse objetivo e “livrar o corpo político estado-unidense do racismo”, o SCLC desenvolveu seu Departamento de Educação Política e Registro Eleitoral. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/voting-rights-act-1965. Acesso em 22 de dez. 2021
Lideranças do NOI à esquerda Elijah Muhammad e à direita Louis Farrakhan |
[lviii] Nation of Islam (Nação do Islam) – Seita Islâmica, cujo o lema é “Justice or Else”, fundada em 1930, com Sede nos Estados Unidos ministrada por Louis Farrakan e foi organizada por Elijah Muhammad, site www.noi.org. É um grupo político e religioso que se reclama de islâmico, fundado em Detroit, Michigan, em julho de 1930, por Wallace D. Fard Muhammad. Seus objetivos declarados são o de melhorar a condição social, econômica e de consciência espiritual dos afro-americanos nos EUA e no mundo. Os críticos descrevem a organização como sendo supremacista negra, antissemita e homofóbica. O Southern Poverty Law Center considera o grupo Nação do Islam como um grupo de ódio. A Nação do Islam ensina que houve uma sucessão de deuses mortais, todos homens negros nomeados por Alá. Afirma que o primeiro Alá criou os primeiros humanos, a tribo de Shabazz, de língua árabe e pele escura, cujos membros possuíam divindade interior e dos quais descendem todas as pessoas de cor. Ela afirma então que um cientista chamado Yakub criou posteriormente a raça branca, que não tinha divindade interior. Os brancos eram intrinsecamente violentos e derrubaram a tribo de Shabazz, tornando-se globalmente dominantes. Posicionando-se contra a sociedade dominada pelos brancos do Estados Unidos, a NOI faz campanha pela criação de um Estado-Nação Afro-americano independente e clama para que os afro-americanos sejam economicamente autossuficientes e separatistas. Uma tradição milenarista, afirma que o Alá atual logo chegará a bordo de uma nave espacial, o “Avião-Mãe”, ou a “Nave-Mãe”, para exterminar a raça branca e estabelecer uma utopia. Os membros se reúnem para adorar em edifícios chamados mesquitas ou templos; suas crenças são materialistas, rejeitando a existência de qualquer essência espiritual ou vida após a morte. Espera-se que os praticantes vivam vidas altamente disciplinadas, aderindo a códigos de vestimenta rígidos, requisitos dietéticos específicos e papéis patriarcais de gênero. A organização publica um periódico chamado “The Final Call”. A Nação do Islã não divulga quanto são seus membros; Lawrence A. Mamiya, professor no Vassar College, supõe que chegue perto de 50 mil pessoas. Após o desaparecimento de Wallace D. Fard Muhammad, em junho de 1934, o grupo passou a ser liderado por Elijah Muhammad, que estabeleceu locais de culto, uma escola, a Muhammad University of Islam, empresas e imóveis nos EUA e outros países. A organização tem sido uma forte defensora dos negócios afro-americanos. Houve diversas cisões e ramificações do grupo durante o período de liderança de Elijah Muhammad – destacando-se a saída do líder sênior Malcom X, que passaria a defender o sunismo. Após a morte de Elijah, seu filho, Warith Deen Mohammad alterou o nome da organização para “World Community of Islam in the West” (Comunidade Mundial do Islã no Ocidente) e tentou convertê-la ao sunismo. Em 1977, Louis Farrakhan rejeitou a liderança de Warith Deen Mohammad e restabeleceu o modelo original da Nação do Islã, assumindo o controle do principal templo, a Mesquita de Maryam, localizada em Chicago. Desde 2010, o estudo da Dianética pelos membros da organização vem sendo encorajado. Dianética palavra que vem do grego dia – através e nous – mente; é o conjunto de práticas pseudocientíficas propostas como terapia e que fazem parte do conjunto de crenças religiosas da cientologia. Porém a maior crença da NOI é de um Deus único de nome Alá. É ensinado que seu fundador, Master Fard Muhammad, é o Mádi. As crenças oficiais têm sido delineadas em livros, documentos e publicações da organização, assim como em discursos de Elijah Muhammad, Malcolm X, Farrakhan e outros pregadores. Muitos ensinamentos de Elijah Muhammad podem ser encontrados nos livros “Message to the Blackman in America” (“Mensagem para os Homens Negros da América”) e “The True History of Jesus as Taught by the Honrable Elijah Muhammad” (“A Verdadeira História de Jesus como Ensinada pelo Honorável Elijah Muhammad”). Lições escritas, passadas por W. Fard Muhammad ao seu aluno, Elijah Muhammad, também foram organizadas e publicadas sobre o nome de “The Supreme Wisdom” (“A Sabedoria Suprema”). Wallace Fard Muhammad pregava que a origem da humanidade era constituída por negros e que as pessoas de cor branca seriam uma raça de “demônios” criados por um cientista chamado Yakub (correspondente a Jacó na Bíblia Cristã) na ilha grega de Patmos. De acordo com os textos da Sabedoria Suprema Fard atribui aos homens brancos a classificação de demônios por terem formado uma cultura baseada em mentiras e morte. Os casamentos inter-raciais são proibidos: “Acreditamos que os casamentos mistos ou a miscigenação devem ser proibidos”. Uma série de organizações e acadêmicos consideram a Nação do Islã antissemita, afirmando que ela se envolveu na negação do Holocausto e interpretações antissemitas do Holocausto, e exagera sobre o papel dos judeus no comércio de escravos africanos, enquanto os historiadores tradicionais, como Saul S. Friedman, disseram que os judeus tiveram um papel insignificante. A Nação do Islã rejeitou repentinamente as acusações feitas contra ela como falsas e com motivação política. A Liga Antidifamação, a Southern Poverty Law Center, o Comitê Judaico-Americano, o Congresso Judaico-Americano, e o Instituto Stephen Roth para o Estudo do Antissemitismo e Racismo Contemporâneos condenaram a Nação do Islã como antissemita. Estudiosos da religião comparada argumentam que a Nação do Islã é antissemita e defende a negação do Holocausto. Por exemplo, no Global Journal of Classical Theology, o professor Richard V. Pierard escreve: “A negação do Holocausto é uma ação comercial da Ku Klux Klan, Neo-Nazi, Skinhead... e também pode ser encontrada em grupos de ódio negros como a Nação do Islã de Louis Farrakhan, alguns escritores afrocentristas e na retórica árabe anti-Israel. O fio condutor comum a todas essas manifestações é o antissemitismo; isto é, ódio ou antipatia pelos judeus. Um relatório do Instituto Stephen Roth para estudar o antissemitismo e o racismo afirma o seguinte: “Louis Farrakhan e a Nação do Islã (NOI), que ele dirige, têm um longo e documentado registro de retórica cheia de ódio e antissemita. Ao longo dos anos, ministros e representantes da NOI expressaram regularmente sentimentos antissemitas, antibrancos, anti-homossexuais e anticatólicos em seus discursos. Além disso, “The Final Call”, (“O Chamado Final”) o órgão de comunicação oficial da NOI, reflete o antissemitismo de Farrakhan e sua organização. O secretário do interior britânico, Jack Straw, e os advogados do Ministério do Interior também descreveram as opiniões de Farrakhan como “antissemitas e racialmente divisivas” e como resultado, ele foi banido do Reino Unido desde 1986. O secretário do Interior britânico, Jack Straw, e os advogados do Ministério do Interior também descreveram as opiniões de Farrakhan como "antissemitas e racialmente divisivas" e, como resultado, ele foi banido do Reino Unido desde 1986. Uma revista católica, “This Rock”, descreveu a Nação do Islã como antissemita e anticatólica. Vários humanistas seculares proeminentes escreveram que a NOI é antissemita. “Hating in the Name of God” (“Odiando em Nome de Deus”, texto de Benjamin Radford (Site do Conselho de Humanismo Secular), e o discurso de Madeline Weld no encontro anual de 1995 da Associação Humanista do Canadá são exemplos de tais críticas. Louis Farrakhan, em um discurso de 2014, chama “os judeus de ‘satânicos’ que controlam tudo, e principalmente todos, se eles são seus inimigos, você deve, deve ser alguém”. Em um discurso de outubro de 1918, Farrakhan se referiu aos judeus como cupins (térmitas): “Então, quando eles falam sobre Farrakhan, me chamam de odiador, você sabe o que eles fazem, me chamam de antissemita. Pare com isso, eu sou anticupim”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nation_of_IslaM. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lix] Malcom X – Nascido em 19 de maio de 1925 e falecido em 21 de fevereiro de 1965. Malcolm Little nasceu, filho de Louise Earl Little, em Omaha, Nebraska, em 19 de maio de 1925. Seu pai morreu quando ele tinha seis anos – vitima, segundo Malcolm, de um grupo racista branco. Após a morte de seu pai, Malcolm relembrou: “Algum tipo de deterioração psicológica atingiu nosso círculo famíliar e começou a desgastar nosso orgulho”. No final da década de 1930, a mãe de Malcolm foi internada e ele se tornou um pupilo do tribunal, criado por tutores brancos em várias escolas de reforma e lares adotivos. Malcolm ingressou na Nação do Islã (NOI) enquanto cumpria uma pena de prisão em Massachusetts sob a acusação de roubo. Pouco depois de sua libertação em 1952, ele se mudou para Chicago e se tornou um ministro sob Elijah Muhammad, abandonando seu “nome de escravo” e se tornando Malcolm X. No final da década de 1950, Malcolm havia se tornado o principal porta-voz da Nação do Islã. Embora Malcolm rejeitasse a mensagem de não violência de Martin Luther King Jr., ele o respeitava como um “companheiro na liderança de nosso povo”, enviando artigos para King Jr. já em 1957 e convidando-o a participar de reuniões em massa no início dos anos de 1960. Embora Malcolm estivesse particularmente interessado em que King Jr. ouvisse a mensagem de Elijah Muhammad, ele também procurou criar um fórum aberto para que os líderes negros explorassem soluções para o “problema racial”. King Jr. nunca aceitou os convites de Malcolm, deixando a comunicação com ele para sua secretária, Maude Ballou. Apesar de suas repetidas aberturas para King Jr., Malcolm não se absteve de criticá-lo publicamente. “A única revolução em que o objetivo é amar o inimigo”, disse Malcolm a uma audiência em 1963, “é a revolução negra... Isso não é revolução”. Na primavera de 1964, Malcolm se separou da NOI e fez uma peregrinação a Meca. Quando voltou, começou a seguir um curso semelhante ao de King Jr. – combinar liderança religiosa e ação política. Embora Martin Luther King Jr. tenha dito aos repórteres que a separação de Malcolm de Elijah Muhammad “não tem nenhum significado particular para os atuais esforços dos direitos civis”, ele argumentou que se “ganhos tangíveis não forem obtidos em breve em todo o país, devemos honestamente enfrentar a perspectiva de que alguns negros possam ser tentados a aceitar algum caminho oblíquo como aquele proposto por Malcolm X”. Dez dias depois, durante o debate no Senado sobre a Lei dos Direitos Civis de 1964, King Jr. e Malcolm X se encontraram pela primeira e única vez. Depois de dar uma entrevista coletiva no Capitólio sobre os procedimentos, King Jr. encontrou Malcolm no corredor. Como King Jr. relembrou em uma carta d 3 de abril: “No final da conferência, ele veio e falou comigo, e eu prontamente apertei sua mão”. King defendeu-se apertando a mão de um adversário dizendo que “minha posição é a bondade e reconciliação”. A principal preocupação de Malcolm durante o restante de 1964 era estabelecer laços com os ativistas negros que ele via como mais militantes do que King Jr. Ele se reuniu com vários funcionários do Comitê de Coordenação Não Violenta dos Estudantes (SNCC), incluindo o presidente do SNCC, John Lewis e o organizador do Mississippi, Fannie Lou Hamer. Malcolm viu sua recém-criada Organização da Unidade Afro-americana (OAAU) como uma fonte potencial de orientação ideológica para os veteranos mais militantes do movimento pelos direitos civis do sul. Ao mesmo tempo, ele buscou inspiração na luta sulista em seu esforço para revitalizar o movimento nacionalista negro. Em janeiro de 1965, ele revelou em uma entrevista que a OAAU iria “apoiar totalmente e sem comprometer qualquer ação de qualquer grupo que seja projetado para obter resultados imediatos significativos”. Malcolm pediu a união dos grupos de direitos civis, dizendo em um simpósio patrocinado pelo Congresso da Igualdade Racial: “Queremos liberdade agora, mas não vamos obtê-la dizendo apenas ‘We Shall Overcome’ (‘Nós Vamos Superar’). Temos que lutar para superar”. No início de 1965, enquanto King Jr. estava preso em Selma, Alabama, Malcolm viajou para Selma, onde teve um encontro privado com Coretta Scott King. “Não vim para Selma para dificultar o trabalho de King Jr.”, garantiu a Coretta: “Eu realmente vim pensando que poderia tornar isso mais fácil. Se os brancos perceberem qual é a alternativa, talvez eles estejam mais dispostos a ouvir o Dr. King”. Em 21 de fevereiro de 1965, poucas semanas após sua visita a Selma, Malcom X foi assassinado. King Jr. chamou seu assassinato de “grande tragédia” e expressou seu pesar por “ter ocorrido em um momento em Malcolm X estava... caminhando em direção a uma maior compreensão do movimento não violento”. Ele afirmou que o assassinato de Malcolm privou “o mundo de um líder potencialmente grande”. A morte de Malcolm sinalizou o início de batalhas amarga envolvendo os defensores das alternativas ideológicas que os dois homens representavam. Como defensor mais visível do nacionalismo negro na nação, o desafio de Malcolm X à abordagem multirracial e não violenta de Martin Luther King Jr. ajudou a definir o tom para os conflitos ideológicos e táticos que ocorreram na luta pela liberdade dos negros na década de 1960. Dadas as críticas abrasivas de Malcolm X a King Jr. e sua defesa do separatismo racial, não é surpreendente que King Jr. rejeitasse as aberturas ocasionais de um de seus críticos mais ferozes. No entanto, após o assassinato de Malcolm em 1965, King Jr. escreveu para sua viúva, Betty Shabazz: “Embora nem sempre concordássemos com os métodos de resolver o problema racial, sempre tive um profundo afeto por Malcolm e senti que ele tinha a grande capacidade de apontar a existência e a raiz do problema”. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/king-papers/documents/malcolm-x-0. Acesso em 22 de dez. 2021. Ver também no Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2017/05/malcolm-x.html. Acesso em: 20 de jan. de 2022.
[lx] Studant Nonviolent Coordinating Committee (SNCC – em português – Comitê de Coordenação Não Violento dos Estudantes) – Criada em 15 de abril de 1960 até 1.º de maio de 1971. O Comitê Coordenador Não Violento dos Estudantes foi fundado em abril de 1960 por jovens dedicados a táticas de ação direta não violenta. Embora Martin Luther King Jr. e outros esperasse que o SNCC servisse como a ala jovem da SCLC (Southern Christian Leadership Conference – Conferência de Liderança Cristã do Sul), os alunos permaneceram ferozmente independentes de King Jr. e do SCLC, gerando seus próprios projetos e estratégias. Embora diferenças ideológicas eventualmente causassem conflitos entre SNCC e SCLC, as duas organizações trabalharam lado a lado durante os primeiros anos do movimento pelos direitos civis. A ideia de uma organização de base local, foi concebida por Ella Baker, uma veterana dos direitos civis uma organizadora e funcionária do SCLC, que convidou estudantes universitários negros que tinham participado, no início de 1960 das sit-ins (ocupações), para um encontro na Universidade de Shaw em Raleigh, Carolina do Norte. Ella Baker encorajou os mais de 200 alunos participantes a permanecerem autônomos, em vez de se afiliarem ao SCLC ou a qualquer um dos outros grupos de direitos civis existentes. Martin Luther King Jr. emitiu um comunicado à imprensa no primeiro dia da conferência, caracterizando a época como “uma era de ofensiva por parte do povo oprimido”. Ele exortou os alunos a formar “algum tipo de organização contínua” e “aprofundar-se na filosofia da não violência”, aconselhando “Nosso objetivo último deve ser a criação da comunidade amada”. Na Conferência de Raleigh, os estudantes geralmente relutavam em comprometer a independência de seus grupos de protestos locais e votaram para estabelecer apenas um corpo de coordenação temporário. O estudante de teologia da Universidade de Vanderbilt, James Lawson, cujos workshops sobre ação direta não violenta serviram como campo de treinamento para muitos dos manifestantes estudantis de Nashville, elaborou uma declaração organizacional cujo propósito refletia o forte compromisso com a não violência aos moldes de Gandhi que caracterizou os primeiros anos da SNCC: “Afirmamos o ideal filosófico ou religioso da não violência como o fundamento do nosso propósito, o pressuposto de nossa fé e maneira de nossa ação. A não violência, à medida que cresce a partir das tradições judaico-cristãs, busca uma ordem social de justiça permeada pelo amor”. Em maio de 1960, o grupo se constituiu como uma organização permanente e o estudante da Fisk University Marion Barry foi eleito o primeiro presidente da SNCC. O surgimento da SNCC como uma força no movimento pelos direitos civis no sul veio em grande parte através do envolvimento de estudantes nas Freedom Riders (Viajantes da Liberdade) de 1961 destinadas a testar uma decisão da Suprema Corte de 1960 que declarou a segregação em instalações de viagens interestaduais inconstitucional. O Congresso da Igualdade Racial inicialmente patrocinou os Freedom Rides que começaram em maio de 1961, mas os segregacionistas atacaram violentamente os motociclistas que viajavam pelo Alabama. Os alunos de Nashville, sob a liderança de Diane Nash, resolveram terminar os passeios. Assim que o novo grupo de pilotos da liberdade demonstrou sua determinação em continuar os passeios no Mississippi, outros estudantes se juntaram ao movimento. No momento em que a Interstate Commerce Commission começou a aplicar a decisão que determinava tratamento igual em viagens interestaduais em novembro de 1961, o SNCC estava imerso nos esforços de registro de eleitores em McComb, Mississippi, em uma campanha de dessegregação em Albany, Geórgia, conhecida como Movimento Albany. King Jr. e a SCLC mais tarde se juntaram ao SNCC em Albany, mas surgiram tensões entre os dois grupos de direitos civis. O esforço de Albany, embora rendendo poucos ganhos tangíveis, foi um importante local de desenvolvimento para o SNCC. Na marcha de agosto de 1963 em Washington pro Empregos e Liberdade, o presidente do SNCC, John Lewis, foi um dos agendados para falar. Ele pretendia criticar o projeto de lei de direitos civis proposto por John F. Kennedy como “muito pouco e muito tarde” e se referir ao movimento como “uma revolução séria”. Lewis suavizou o tom do discurso proferido para apaziguar A. Philip Randolph e outros organizadores da marcha, mas permaneceu inflexível ao afirmar que o SNCC tinha “grandes reservas” em relação à legislação de direitos civis proposta por Kennedy. Ele alertou seu público: “Queremos nossa liberdade e queremos agora”. Em 1961, o organizador Bob Moses mudou-se para Jackson, Mississippi, e começou a organizar jovens residentes do Mississippi. Moses, que estava firmemente comprometido com a organização de base não hierárquica, juntou-se à equipe do SNCC e se tornou diretor de registro eleitoral do Conselho de Organizações Federadas do Mississippi no ano seguinte. Ele encontrou resistência considerável aos esforços de reforma dos direitos civis, mas o esforço de registro eleitoral no Mississippi criou condições para a reforma racial ao reunir três grupos cruciais: secretários de campo do SNCC dinâmicos e determinados, líderes regionais e locais influentes dos direitos civis do Mississippi e estudantes voluntários brancos que participou da eleição simulada “Freedom Vote” de outubro de 1963 e do Freedom Summer (1964). No início de 1964, o SNCC apoiou a formação do Partido Democrático da Liberdade do Mississippi em um esforço para desafiar a legitimidade do Partido Democrático todo formado por brancos no estado. As manifestações pelo direito ao voto que começaram em 1965 em Selma, Alabama, geraram debates ideológicos cada vez mais acirrados dentro do SNCC, já que alguns militantes desafiaram abertamente o compromisso anterior do grupo com táticas não violentas e sua disposição de permitir a participação de ativistas brancos. Distraído por questões polêmicas, as necessidades do dia a dia dos projetos em andamento do grupo sofreram. Em muitas comunidades do Deep South (sul profundo), onde o SNCC atraiu um considerável apoio negro, a influência do grupo diminuiu. No entanto, após a Marcha de Selma para Montgomery, Stokely Carmichael e outros organizadores do SNCC entraram na área rural entre Selma e Montgomery e ajudaram os residentes negros a lançar a Organização para a Liberdade do Condado de Lowndes, mais tarde conhecida como Partido dos Panteras Negras. Enquanto isso, vários funcionários do SNCC estabeleceram esforços de organização incipientes em guetos negros urbanos periféricos. Em maio de 1966, uma nova etapa na história do SNCC começou com a eleição de Carmichael como presidente. Carmichael se identificou com a tendência de afastamento da não violência e da cooperação interracial, sua eleição comprometeu as relações do SNCC com grupos de direitos civis mais moderados e muitos de seus apoiadores brancos. Durante o mês seguinte à sua eleição Carmichael expressou publicamente a nova orientação política do SNCC quando começou clamara por “Black Power” durante uma marcha pelo direito de voto no Mississippi. A exposição nacional dos discursos Black Power de Carmichael trouxe maior notoriedade ao SNCC, mas o grupo permaneceu internamente dividido sobre sua direção futura. Martin Luther King Jr. respondeu diretamente ao apelo de Carmichael e do SNCC por Black Power em seu livro de 1967, “Where Do We Go From Here: Chaos or Community?” (“Para Onde Vamos a Partir Daqui: Caos ou Comunidade?” Martin Luther King Jr. argumentou, “o poder político efetivo para os negros não pode vir por meio do separatismo”. Opondo-se ao apoio exclusivo aos candidatos eleitorais negros, King Jr. continua: “Os militantes do SNCC estão eminentemente corretos quando apontam que o Condado de Lowdes, Alabama não há liberais brancos ou moderados e nenhuma possibilidade de cooperação entre as raças no momento. Mas a experiência do Condado de Lowndes não pode ser considerada uma medida para toda a América”. Mesmo depois da demissão de um grupo de militantes de campo do SNCC em Atlanta que pediu a exclusão dos brancos, a organização foi enfraquecida por contínuos conflitos internos e ataques externos, junto com a perda de apoio financeiro do norte. A eleição em junho de 1967 de H. “Rap” Brown como novo presidente do SNCC tinha como objetivo reduzir a controvérsia em torno do grupo. Brown, no entanto, encorajou a militância entre os negros urbanos e logo uma campanha federal contra a militância negra prejudicou severamente a capacidade do SNCC de sustentar seus esforços de organização. O SNCC tornou-se um alvo do Programa de Contra-Inteligência (COINTELPRO) do Federal Bureau Investigation (FBI) em um estratagema concertado em todos os níveis do governo para esmagar a militância negra por meios abertos e encobertos. Os levantes urbanos espontâneos que seguiram ao assassinato de Martin Luther King Jr. em abril de 1968 indicaram um alto nível de descontentamento dos negros estado-unidenses. No entanto, até então, o SNCC tinha pouca habilidade para mobilizar uma força política efetiva. Seus mais dedicados organizadores comunitários deixaram a organização, que mudou seu nome para Comitê Coordenador Nacional de Estudantes. Embora ativista individual do SNCC tenha desempenhado papéis significativos na política durante o período de 1968, e muitas das ideias controversas que uma vez definiram o radicalismo do SNCC tenham se tornado amplamente aceitas entre os afro-americanos, a organização se desintegrou. No final da década, a vigilância do FBI dos escritórios restantes do SNCC foi interrompida devido à falta de atividade. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/student-nonviolent-coordinating-committee-sncc. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxi] Nelson
Audrey Rockfeller – Nascido em oito de julho de 1908 e falecido
em 26 de fevereiro de 1979. O Político e filantropo Nelson Rockefeller foi um
defensor declarado do movimento pelos direitos civis. Martin Luther King Jr. disse certa vez sobre o governador de quatro
mandatos de New York: “Se tivéssemos um ou dois governadores no Deep South (Sul
Profundo) como Nelson Rockefeller, muitos dos nossos problemas poderiam ser
prontamente resolvidos”. Rockefeller nasceu em 8 de julho de 1908, em Bar
Harbor, Maine, numa das famílias mais ricas do país. A preocupação com a vida
dos afro-americanos remontava a pelo menos três gerações de seu avô, o fundador
da Standard Oil, John D. Rockefeller, que com sua esposa, Laura Spelman
Rockefeller, havia financiado o Spelman College e a alma mater de Martin Luther
King Jr., o Morehouse College, Rockefeller se formou em Dartmouth em 1930 e
ingressou no Departamento de Estado no ano seguinte para supervisionar as
relações com a América Latina. Ele saiu cinco anos depois para fundar sua
própria organização sem fins lucrativos para promover o desenvolvimento na
região. Rockefeller entrou e saiu do governo na década seguinte, assumindo
papéis nas administrações de Harry S. Truman e também na de Dwight D.
Eisenhower e, em seguida, concorreu a governador do estado de New York em 1958.
O apoio de Rockefeller a Martin Luther King Jr. começou durante aquele ano
eleitoral quando os dois apareceram juntos, com a estrela do beisebol Jackie
Robinson e o presidente da Irmandade dos Carregadores de Carros de Passageiros,
A. Philip Randolph, em um comício patrocinado pela Marcha da Juventude pelas
Escolas Integradas. Depois que Rockefeller foi eleito, ele usou sua posição
para defender os direitos civis no sul. Quando King Jr. foi preso em um
protesto em Atlanta no mês de outubro de 1960, Rockefeller usou o púlpito de
uma igreja no Brooklyn, em New York, para aplaudir os ideais de King Jr.:
“Precisamos tornar o amor uma realidade em nosso próprio país. Quando o grande líder
espiritual, o reverendo Dr. Martin Luther King Jr., se encontra hoje na prisão
porque teve a coragem de amar, temos um longo caminho a percorrer na América”.
No início de 1962, Rockefeller se ofereceu para ajudar Martin Luther King Jr. a
abrir um escritório em New York da Southern Cristian Leadership Conferece
(SCLC), e depois que King Jr. foi preso quando apoiava o Movimento Albany, ele
expressou seu agradecimento pela resposta de apoio de Rockefeller em um jantar
que ele co-presidiu honrando a indução ao Hall da Fama de Robinson. “O
governador Rockefeller entendeu claramente os pontos de vista da nossa cruzada
e perguntou ao governo federal... se a cidade de Albany, na Geórgia, infringe
ou não os direitos constitucionais dos cidadãos negros com impunidade”. A
generosidade financeira de Rockefeller ajudou a reconstruir várias igrejas
bombardeadas no sul, e ele igualou a doação de 25 mil dólares que King Jr. fez
retirando de seu prêmio Nobel da Paz para a Sociedade Gandhi para os Direitos
Humanos. Durante a Campanha de Birmingham, Rockefeller secretamente deu a
Clarence Jones dinheiro do banco Chase Manhattan de sua família para tirar os
manifestantes da prisão. King Jr. escreveu em sua coluna no New York Amsterdam
News que Rockefeller tinha “uma verdadeira compreensão do que é a revolução
negra e um compromisso com os seus objetivos (Artigo de Martin Luther King Jr.,
“The Presidential Nomination” – “A Nomeação Presidencial”). Embora Rockefeller
não pudesse se juntar a Martin Luther King Jr. durante sua Marcha de Selma a
Montgomery de 1965, Rockefeller escreveu que tinha “a mais profunda simpatia e
respeito pelo propósito desta missão histórica”. Naquele outono, o governador
viajou para Atlanta para juntar a King Jr. como orador principal na celebração
anual do Dia do Homem da Igreja Batista Ebenezer. No ano seguinte, Rockefeller
conquistou seu terceiro mandato como governador de New York. Mais tarde, ele
nomeou Wyatt Tee Walker, diretor executivo da SCLC de 1960 a 1964, como seu
assistente especial para assuntos urbanos. Após o assassinato de King Jr.,
Rockefeller pediu à legislatura de New York para aprovar “uma série de medidas
que afetam vitalmente as vidas de todos os nossos cidadãos negros: empregos e
saúde, habitação, educação e treinamento para emprego”. Ele voou para Atlanta
em um jato fretado para assistir ao funeral de Martin Luther King Jr.
Rockefeller anunciou sua terceira e última oferta para a indicação presidencial
republicana em 30 de abril de 1968, perdendo nas primárias para Richard Nixon. Embora
tenha sido reeleito governador de New York em 1970 renunciou em 1973 para se
dedicar aos seus trabalhos de caridade. Depois que Nixon renunciou na esteira
do escândalo Watergate, o presidente Gerald Ford pediu a Rockefeller para
servir como vice-presidente dos Estados Unidos. Rockefeller cumpriu o mandato
de dois anos e depois se aposentou da vida pública. Ele morreu de ataque
cardíaco em 26 de janeiro de 1979. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr.
Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/rockefeller-nelson-aldrich. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxii] Stokely Carmichael – Nascido em 29 de junho de 1941 falecido em 15 de novembro de 1998. Como presidente do SNCC (Studant Nonviolent Coordinating Committee em português – Comitê de Coordenação Não Violento dos Estudantes), Stokely Carmichael desafiou a filosofia da não violência e alianças inter-raciais que definiram o movimento negro pelos direitos civis, apelando ao “Black Power”. Embora criticando o slogan “Black Power”, Martin Luther King Jr. reconheceu que “se Stokely Carmichael agora diz que a não violência é irrelevante, é porque ele, como um dedicado veterano de muitas batalhas, viu com seus próprios olhos a mais brutal violência branca contra os negros e trabalhadores brancos dos direitos civis, e ele viu isso ficar impune”. Carmichael nasceu em 29 de junho de 1941 em Port-of-Spain, Trinidad. Ele se mudou para New York quando tinha 11 anos, juntando-se aos pais, que haviam estabelecido lá 9 anos antes. Carmichael frequentou a elite da Bronx High School of Science, onde conheceu veteranos radicais negros e ativistas comunistas. Em 1960, como um sênior na escola, Carmichael aprendeu sobre os sit-in (ocupações) movimento de dessegregação no sul e juntaram ativistas do Congresso de Igualdade Racial (CORE) que protestavam em New York contra as lojas Woolworth, uma cadeia que manteve segregados os locais de refeição no sul do país. Carmichael se matriculou em filosofia na Howard University em 1960 e ingressou no Nonviolent Action Group da universidade, que era afiliado ao SNCC. Além de trabalhar contra a segregação em Washington D.C., Carmichael viajou para o sul na Freedom Riders (Viajantes da Liberdade). Quando os cavaleiros da liberdade viajaram para o Mississippi, Carmichael foi preso pela primeira vez. A Conferência de Liderança Cristã do Sul de Martin Luther King Jr. (SCLC) concedeu a Carmichael uma bolsa de estudos destinada a apoiar estudantes presos, e ele continuou seus estudos em Howard. Ao longo de seus quatro anos na faculdade, Carmichael participou de atividades de direitos civis que vão do Movimento Albany a greves em hospitais de New York. Depois de se formar em 1964, Carmichael se junto à equipe do SNCC em tempo integral, trabalhando no projeto Mississippi Freedom Summer (Verão da Liberdade) e no Mississippi Freedom Democratic Party (Partido Democrata da Liberdade de Mississipi). Carmichael ficou frustrado com o que viu como uma agitação malsucedida pelos direitos políticos e tornou-se cético em relação às perspectivas de ativismo interracial dentro da estrutura política existente. Após a Marcha de Selma para Montgomery, em março de 1965, Carmichael permaneceu no Alabama para ajudar afro-americanos rurais fora da cidade de Selma formar a Organização para a Liberdade do Condado de Lowndes, um grupo político independente e totalmente negro que ficou conhecido como Partido dos Panteras Negras (os ativistas Bobby Seale e Huey Newton mais tarde tomariam emprestado o símbolo dos Panteras Negras ao organizar a Festa dos Panteras Negras em Oakland, Califórnia em outubro de 1966). Ele se lembrou como as pessoas no Condado de Lowndes reagiram à liderança de Martin Luther King Jr.: “As pessoas amavam King Jr... Eu vi as pessoas no sul escalam umas às outras apenas para dizer – ‘Eu toquei nele! Eu toquei nele!’ (...) As pessoas não sabiam o que era SNCC”. Quando perguntado: “Você é um dos homens do Dr. King?” ele respondeu “Sim senhora, eu sou”. Carmichael sempre viu a não violência como uma tática, ao invés de considerá-la um princípio orientador. Em maio de 1966, Carmichael substituiu John Lewis como presidente do SNCC, um movimento que sinalizou uma mudança no movimento estudantil de uma ênfase na não violência e integração em direção à militância negra mais radical. Um mês depois, Carmichael, King Jr. e Floyd McKissick do CORE organizaram coletivamente uma marcha em apoio a James Meredith, que foi ferido por um atirador de elite no segundo dia de sua caminhada planejada de 220 milhas de Memphis, Tennessee a Jackson, Mississippi. Embora Carmichael e King Jr. se respeitassem, os dois homens travaram um debate acirrado sobre o futuro do movimento pelos direitos civis, o radicalismo negro e o potencial de integração. Quando a marcha chegou a Greenwood, Mississippi, Carmichael foi preso pela 27.ª vez. Em uma manifestação após sua libertação, ele pediu por “Black Power”. Martin Luther King Jr. desaprovou as conotações violentas do slogan, e Carmichael admitiu que tinha usado o termo durante a marcha para forçar King Jr. a se posicionar sobre o assunto. Embora Martin Luther King Jr. inicialmente tenha resistido publicamente se opor a Carmichael e ao Black Power, ele admitiu uma ruptura entre aqueles que ainda estão comprometidos com não violência e aqueles dispostos a usar todos os meios necessários para alcançar a liberdade. King Jr. e Carmichael chegaram a um acordo sobre a oposição pública á Guerra do Vietnã. Carmichael encorajou Martin Luther King Jr. a falar contra a Guerra, enquanto conselheiros como Stanley Levison o advertiram de que tal oposição poderia ter um efeito adverso nas contribuições financeiras para o SCLC. Quase um mês depois de fazer seu discurso “Além do Vietnã” na Igreja Riverside de New York em abril de 1967, King Jr. pregou “Porque me oponho à guerra no Vietnã” na Igreja Batista de Ebenezer, com Carmichael sentado na primeira fila a seu convite. Martin Luther King Jr. declarou perante a congregação: “Há algo estranhamente incoerente sobre uma nação onde a imprensa irá elogiá-lo quando você disser que não seja violento com Jim Clark, mas irá amaldiçoá-lo quando você disser que não seja violento com as criancinhas vietnamitas. Carmichael se juntou à congregação para aplaudir King Jr. de pé. Embora Carmichael se opusesse à decisão de expulsar brancos do SNCC, no final dos anos 1960 ele se juntou aos nacionalistas negros para enfatizar a unidade racial sobre assuntos raciais como base para futuras lutas negras. Depois de renunciar à presidência do SNCC em 1967, Carmichael fez uma viagem polêmica a Cuba, China, Vietnã do Norte e, finalmente, a Guine. Retornando aos Estados Unidos com a intenção de formar uma frente única negra em todo o país, ele aceitou o convite para se tornar primeiro-ministro do militante Partido dos Panteras Negras, com sede em Oakland. Em 1969, ele deixou os Panteras Negras após discordar da disposição do partido de trabalhar com brancos radicais. Carmichael mudou seu nome para Kwame Ture e mudou-se para a Guiné, onde se reuniu com o exilado líder ganense Kwane Nkrumah. Ele ajudou a formar o Partidos Revolucionário do Povo Africano em 1972 e exortou os radicais afro-americanos a trabalhar pela libertação africana e pelo pan-africanismo. Carmichael morreu de câncer na Guiné em 15 de novembro de 1998 aos 57 anos.Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em:https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/carmichael-stokely. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxiii] Laurie Pritchett – Nascido em 9 de dezembro de 1926 e falecido em 13 de novembro de 2000. Como chefe de polícia de Albany, Geórgia, Laurie Prictchett ganhou atenção nacional quando efetivamente frustrou os esforços do Movimento de Albany em 1961 e 1962. A resposta não violenta de Prichett às manifestações, incluindo as prisões em massa de manifestantes e a prisão de Martin Luther King Jr., foi vista como uma estratégia eficaz para encerrar a campanha antes que o movimento pudesse assegurar quaisquer ganhos concretos. Prichett nasceu em 9 de dezembro de 1926, em Griffin, Geórgia. Prichett frequentou a Auburn University e a South Georgia College antes de se formar na National Academy do Federal Bureau of Investigation e no Southern Police Institute da University of Louisville. Um veterano do Exército, ele também foi um membro condecorado e distinto de várias organizações de aplicação da lei. Em 1961, Pritchett havia ascendido para se tornar chefe de polícia de Albany. Em 1961, Charles Sherrod e Cordell Reagon, do Comitê de Coordenação do Estudante Não Violento (SNCC) começaram a organizar um movimento popular em Albany, Geórgia. Ganhando apoio de estudantes do Albany State College, ministros locais e outros membros da comunidade, o SNCC contestou a segregação racial em estações de ônibus e trens, bibliotecas, parques e hospitais; e discriminação na representação do júri, votação e emprego. Pritchett ordenou que seus oficiais aplicassem a lei sem usar violência em público e fizessem prisões sob as leis de proteção de ordem pública, em vez de sob as leis de segregação mais instáveis do ponto de vista jurídico. Pritchett, que havia previsto prisões em massa, providenciou para que centenas de manifestantes presos tivessem acesso às prisões nas cidades próximas. De acordo com King Jr. “o chefe Pritchett sentiu que, ao direcionar sua polícia para não ser violenta, ele havia descoberto uma nova maneira de derrotar as manifestações”. A convite de W.G. Anderson, presidente do Movimento Albany, Martin Luther King Jr. e a Southern Christian Leadership Conference chegaram a Albany em dezembro de 1961. A presença de King Jr. em Albany atraiu a atenção nacional para os protestos. Quando King Jr. e Ralph Abernathy foram considerados culpados de desfilar sem permissão em julho de 1962, um homem anônimo pagou a fiança dos defensores dos direitos civis. Martin Luther King Jr. queria permanecer na prisão para pressionar as autoridades municipais a negociarem de boa fé com o Movimento Albany e, em uma declaração após sua libertação, King Jr. disse: “Esta é uma vez que estou fora da prisão e não estou feliz por isso”. King Jr. e Abernathy foram presos novamente no final de julho, mas receberam sentenças suspensas e foram soltos. O julgamento trouxe muito alívio para Pritchett que estava bem ciente durante a campanha de que as manifestações aumentaram quando King Jr. foi preso. Em todo o movimento, as autoridades brancas da cidade de Albany nunca cumpriam nenhum dos compromissos alcançados com os manifestantes. Em dezembro de 1961, as manifestações foram temporariamente interrompidas pela promessa de que as estações de ônibus e trem seriam dessegregadas, os manifestantes seriam libertados da prisão e um comitê birracial seria formado para discutir questões de segregação em Albany. As autoridades municipais de Albany protelaram a implementação dessas mudanças e não apoiaram todas as partes do acordo. Apesar da desonestidade de alguns oficiais de Albany, no entanto, Martin Luther King Jr. acreditava que Pritchett era inerentemente uma boa pessoa. “Acredito sinceramente que o chefe Pritchett é um homem decente, mas ele está tão preso a um sistema que acaba nos dizendo uma coisa a portas fechadas e então ao abrirmos o jornal, pressionado ele diz outra coisa”. Em agosto de 1962, King Jr. deixou Albany sem conquistas tangíveis em relação aos direitos civis. Enquanto muitos na imprensa diziam que o movimento havia obtido “uma das derrotas mais impressionantes” juntamente na carreira de Martin Luther King Jr., Pritchett foi elogiado por seu uso da não violência. A abordagem não violenta de Pritchett deixou uma marca indelével em King Jr., que mais tarde escreveu sobre sua indignação com o uso de Pritchett dos “meios morais da não violência para manter os fins imorais da injustiça racial”. Depois de deixar Albany, Pritchett serviu com chefe da polícia em High Point, Carolina do Norte, até sua aposentadoria em 1975. Embora King Jr. e Pritchett fossem adversários na década de 1960, Pritchett mais tarde considerou King Jr. um “amigo pessoal muito próximo”. Laurie Pritchett morreu em 2000, com 73 anos. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/pritchett-lauri. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxiv] Wyatt Tee Walker – Nascido em 16 de agosto de 1929 e falecido em 23 de janeiro de 2018. Descrito por Martin Luther King Jr. como “uma das mentes mais perspicazes da revolução não violenta”, Wyatt Tee Walker serviu como diretor executivo da Southern Christian Leadership Conference (SCLC) de 1960 a 1964. Walker nasceu em Brockton, Massachusetts, filho de John Wise e Maude Pinn Walker. Wyatt Tee Walker formou-se “Magna Cum Laude” (do latim “Com Grandes Honras” alunos graduados com alto nível acadêmico) em 1950 na Virginia Union University em Richmond, Virginia, com bacharelado em química e física. Ele então entrou na Escola de Graduação em Religião da Virnginia Union, servindo como presidente do corpo estudantil antes de receber seu BD (Bacharelado em Divindade) em 1953. Em uma reunião do Movimento Inter-Seminário, Walker conheceu King Jr., então um estudante do Seminário Teológico Crozer. Em 1953, Walker aceitou o cargo de ministro na Igreja Batista Gillfield em Petersburg, Virginia. Walker também ocupou vários cargos de liderança com organizações locais de direito civis. Ele serviu como presidente do capítulo local da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor e como diretor estadual do Congresso da Igualdade Racial. Ele também foi fundador do Conselho de Relações Humanas na Virgínia, um grupo birracial que, trabalhava pela dessegregação, e liderou a Associação de Melhoramento de Petersburg, que teve como modelo a Associação de Melhoramento de Montgomery. Em 1959, Walker organizou e liderou a primeira Peregrinação de Oração para Escolas Públicas locais, um evento que protestou contra as tentativas oficiais do estado da Virgínia de bloquear a integração da escola pública. No mesmo ano, Walker também passo a fazer parte do conselho do SCLC. Em janeiro de 1960, King Jr. falou na segunda Peregrinação de Oração anula e em março daquele ano Walker decidiu permanecer na prisão depois de ser preso em protesto contra a segregação na Biblioteca de Petersburg. Enquanto isso, Martin Luther King Jr. havia enviado a ele uma oferta para se tornar o novo diretor executivo do SCLC. King Jr. expressou confiança de Walker “traria à maturidade plena uma organização que atualmente é um gigante adormecido”. Walker substituiu Ella Baker, que atuava como diretora interina desde que John Lee Tilley havia pedido demissão em 1959. Walker posteriormente mudou-se para Atlanta com sua família. Ele trouxe Dorothy Cotton e James R. Wood, dois de seus assistentes mais próximos da Petersburg Improvement Association, com ele para o SCLC. Como um administrador de firma, Walker trabalhou para colocar ordem nos esforços de arrecadação de fundos da organização e nas atividades abrangentes de sua equipe. Walker também foi um tático-chave, criando e avaliando estratégias de protesto, incluindo o “Projeto C”, a base para a Campanha de Birmingham do SCLC em 1963. O SCLC se beneficiou dos conselhos de Walker sobre estrutura e estratégia organizacional. Walker descreveu a si mesmo como alguém “que não se importava em ser amado para fazer isso – não me importava se as pessoas gostavam de mim, mas eu sabia que poderia fazer o trabalho”, uma atitude exemplar de uma mão pesada no estilo de liderança que ocasionalmente alimentava as tensões da equipe do SCLC. O estilo de liderança de Walker também alienou alguns jovens ativistas afiliados ao Comitê de Coordenação Não Violenta do Estudante. Esses conflitos foram as forças motivadoras por trás da eventual renúncia de Walker do SCLC em 1964. Quando Walker foi substituído pelo membro da equipe do SCLC Andrew Young, ele passou a trabalhar como vice-presidente de um novo empreendimento editoria, a Biblioteca do Patrimônio Negro. Em 1965, tornou-se presidente da organização, que buscava aumentar a atenção dada à história do negro nos currículos escolares. Walker e King Jr. mantiveram contato nos anos seguintes à renúncia de Walker, e King Jr. pregou em seu serviço de instalação de 1968 na Igreja Batista Cannan, elogiando Walker como “um homem alto, de estatura e coragem”, que contribuiu significativamente para o SCLC. Walker permaneceu ativo em atividades religiosas e de mudança social após deixar o SCLC. Em 1975 ele recebeu seu D. Min. (Doctor of Ministry – Doutor em Ministério) da Colgate-Rochester Divinity Scholl. Walker também serviu como assistente especial do governador de New York, Nelson Rockefeller, para assuntos urbanos e foi professor visitante no Princeton Theological Seminary e na New York University. Um especialista em música gospel, Walker publicou vários livros sobre o papel que a música desempenhou na tradição religiosa negra, incluindo “Somebody’s Calling My Name: Black Sacred Music and Social Change” (1979). Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/walker-wyatt-tee. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxv] James Luther Bevel – Nascido em 19 de outubro de 1936 e falecido em 19 de dezembro de 2008. Creditado por Martin Luther King Jr. por iniciar a Cruzada das Crianças durante a Campanha de Birmingham de 1963, James Bevel emergiu como um líder dos direitos civis nas fileiras do movimento estudantil de Nashville, Tennessee. Bevel estava ao lado de King Jr. durante muitas das principais campanhas da Southern Christian Leadership Conference (SCLC) e estava no Lorraine Motel na época do assassinato de King em 1968. Bevel nasceu em Itta Bena, Mississippi, em 19 de outubro de 1936. Ele serviu na Reserva Naval dos EUA em 1954 e 1955 antes de entrar no American Baptist Theological Seminary em Nashville, Tennessee. Ele foi ordenado como ministro batista em 1959 e passou a pastorear a Igreja Batista de Chestnut Grove. Durante este período Bevel se juntou com o colega seminarista John Lewis, Diane Nash, da Universidade Fisk, e da Vanderbilt James Lawson no movimento Nashville para iniciar no local uma campanha sit-in (ocupações) no início de fevereiro de 1960. Nesse mesmo ano, Bevel e outros ativistas de Nashville participaram da reunião de fundação do Comitê de Coordenação Não Violenta do Estudante (SNCC) na Shaw University. Bevel e Nash ajudaram a liderar o Freedom Riders (Viajantes da Liberdade) em 1961 e se casaram no mesmo ano. Em 1962, Bevel deixou o SNCC para se tornar secretário de campo do SCLC para o Mississippi. Bevel e Nash se mudaram para o Alabama na primavera de 1963 e desempenharam papéis importantes, junto com Dorothy Cotton, Andrew Young, Bernard Lee, Fred Shuttlesworth e o Movimento Cristão de Alabama pelos Direitos Humanos, na campanha para dessegregar Birmingham. À medida que o número de participantes adultos dispostos a ir para a prisão diminuía, Bevel começou a recrutar estudantes negros de escolas, faculdades e igrejas de Birmingham para participarem dos protestos. As manifestações em massa de estudantes desencadearam uma resposta violenta da polícia que chamou a atenção nacional para Birmingham. Uma semana depois, os líderes da cidade chegaram a um acordo com os líderes do movimento. Enquanto se preparava para trabalhar no movimento de registro de eleitores do Alabama que mais tarde culminaria na Marcha Selma to Montgomery de 1965, Bevel informou King Jr. que mais funcionários eram necessários para construir um movimento não violento no Alabama. Bevel temia que ativistas não comprometidos com a não violência estivessem conduzindo as “manifestações com o objetivo de enfrentamento físico” e que essas táticas resultassem em “tumultos e mortes” Ele aconselhou, “A fim de compensar estas tendências, o projeto de ação direta não violenta deve executar um programa que vai (permitir) mais negros tornar-se convencidos da eficácia da não violência e os princípios da mesma”. Bevel ainda implorou a King Jr. para colocar “toda a equipe não violenta” no projeto Alabama. Sua pressão valeu a pena e, na reunião da equipe executiva de maio de 1964, King Jr. recomendou que o SCLC aumentasse sua presença no Alabama. Bevel liderou esse esforço como chefe do Departamento de Ação Direta do SCLC. Bevel mudou-se para Chicago em 1965 para começar a lançar as bases de uma campanha não violenta pelos direitos civis do norte. Bevel passou a diretor nacional do Comitê de Mobilização da Primavera para Acabar com a Guerra do Vietnã em 1967 e, no ano seguinte, juntou-se a King Jr. nos esforços para vencer a greve dos trabalhadores do saneamento de Memphis. Bevel deixou o SCLC após a morte de Martin Luther King Jr. e se envolveu no Partido Republicano e na Marcha do Milhão de 1995. Ele faleceu em 19 de dezembro de 2008 de câncer no pâncreas. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/bevel-james-luther. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxvi] Ku Klux Klan – Organização terrorista que surgiu nos Estados Unidos, no século XIX, e ficou marcada por ser a maior organização do tipo na história desse país. É conhecida por utilizar uma roupa macabra e por promover atos de violência contra negros, judeus, católicos e outros. No contexto em que foi criada, essa organização perseguia negros libertos e pessoas que apoiavam a concessão de maiores direitos aos negros no sul do Estados Unidos. Chegou a contar com quatro milhões de membros em meados da década de 1920. A Ku Klux Klan surgiu logo depois da Guerra Civil Americana. Criada como uma diversão pelos seus primeiros organizadores, a Klan tornou-se um grupo que promoveu o terror no sul dos Estados Unidos. Perseguia, espancava e assassinava negros libertos e pessoas que defendiam os direitos civis para os afro-americanos. Ficou conhecida por enforcar suas vítimas e promover incêndios criminosos em casas que eram habitadas por negros. Os membros da Klan utilizavam uma roupa macabra para espantar suas vítimas e também para esconder suas identidades. A partir da década de 1920, passaram a incendiar cruzes, o que ampliou o ar macabro da organização. A atuação histórica da Ku Klux Klan é dividida em três grandes fases. A fase atual foi iniciada em meados da década de 1950 em resposta ao fortalecimento do movimento negro que lutava pelos direitos civis dessa comunidade nos EUA. A Ku Klux Klan surgiu nos Estados Unidos, mais precisamente no estado do Tenneessee, após o fim da Guerra de Secessão (também conhecida como Guerra Civil Americana ocorrida de 1861 a 1865). Essa organização também é conhecida como “KKK” (em referência às letras iniciais de cada palavra) ou simplesmente “Klan”. A Klan surgiu em um período da história estado-unidense conhecido como Reconstrução e iniciado logo após o termino da Guerra Civil. Nesse período, o sul dos Estados Unidos reagiu às medidas defendidas pelos políticos do norte de ampliar os direitos civis e políticos dos negros nos EUA. Inicialmente, a KKK surgiu apenas como uma organização que reunia cidadãos da comunidade local, mas pelo contexto dos acontecimentos e pelo preconceito contra os negros, a Klan tornou-se um grupo extremamente violento. Os cientistas políticos e historiadores caracterizam a Klan como uma organização da extrema-direita. Essa classificação é realizada com base na análise de sua ideologia, que atualmente inclui ideais como o supremacismo branco, antissemitismo, xenofobia, etc. Ao longo do tempo, a Klan teve a sua história resumida em três fases. A primeira fase de atuação ocorreu no período de 1866 e 1869. Alguns estudiosos do tema estendem essa fase até 1871, quando o governo americano decretou uma lei para combater a Ku Klux Klan. Nessa fase, a pequena organização surgida no Tennessee ganhou expressividade no sul dos EUA e só perdeu força com a repressão governamental. A segunda fase da Klan iniciou-se a partir de 1915, quando foi lançado um filme chamado “The Birth of a Nation” (“O Nascimento de uma Nação”). Esse filme apresentou uma imagem heroica da Klan e, por isso, é considerado o responsável pelo renascimento da organização. Essa fase da Klan estendeu-se até meados da década de 1940 e foi o período de maior força da Ku Klux Klan. Nessa fase, a Klan chegou a contar com aproximadamente quatro milhões de membros espalhados por todo o território dos Estados Unidos. Ao longo da década de 1920, os membros da Klan começaram a fazer aparições públicas, ganharam influência na política em determinados locais e adicionaram a sua xenofobia, o antissemitismo e o anticatolicismo. A terceira fase da Klan foi iniciada em meados da década de 1950 e é considerada uma reação ao movimento surgido na comunidade afro-americana que lutava pelos direito civis para essa comunidade nos EUA. Essa fase permanece em vigor até os dias atuais, apesar de haver um visível enfraquecimento da organização. A fundação da Ku Klux Klan aconteceu oficialmente no começo de 1866 (alguns pesquisadores falam que pode ter ocorrido no final de 1865). A organização foi criada na cidade de Pulaski, localizada no estado do Tennessee, por seis ex-oficiais do Exército Confederado, portanto, foi criada por soldados de alta patente que lutaram na Guerra Civil Americana. A princípio, a Klan era apenas uma organização formada por homens brancos de boa condição financeira da cidade de Pulaski. Eles se reuniram secretamente nas florestas da região e faziam rituais secretos durante a madrugada como forma de diversão. Por causa do contexto histórico em que o sul dos Estados Unidos estava, a organização radicalizou-se. Os Estados Unidos tinham acabado de passar pela Guerra de Secessão, conflito interno em que sulistas (chamados de Confederação) lutaram contra os nortistas (chamados de União). A guerra foi causada por um conflito que dividia a sociedade estado-unidense na época: a questão da expansão do trabalho escravo para os novos territórios conquistados no oeste. Esse impasse que dividia nortistas e sulistas ampliou-se quando Abraham Lincoln foi eleito presidente dos Estados Unidos. Pouco depois disso, os estados sulistas declararam secessão (separação) dos Estados Unidos e, em resposta a isso, o estados nortistas (União) declararam guerra contra os confederados em 1861. A guerra foi finalizada em 1865, quando as tropas confederadas renderam-se à União e foram reintegradas aos Estados Unidos. No final da guerra, o sul, além de derrotado, estava arrasado economicamente e enfrentaria profundas transformações por causa da abolição do trabalho escravo, decretado pelo presidente Abraham Lincoln. O período logo após o fim da Guerra de Secessão tinha como desafios promover a integração política dos sulistas com a União, recuperar a economia do sul dos Estados Unidos e promover a integração econômica dos negros libertos. Nesse contexto começaram a ser debatidas questões que concederiam direito de voto aos negros, além de fornecer para essa população os direitos civis, que juridicamente os tornariam iguais aos americanos brancos. Era debatida também a possibilidade de negros libertos terem direito a possuírem propriedade privada. Esse debate apavorava a sociedade sulista, marcada pelo preconceito racial contra os negros. A resposta dos sulistas conservadores foi um pacote de leis aprovado em muitos estados sulistas, o chamado Black Codes. Essas leis restringiam as liberdades dos negros em muitos sentidos e, em questões trabalhista, obrigavam-nos a viver em uma espécie de esquema de servidão. Essa medida gerou uma resposta do Congresso estado-unidense, que visava realizar uma reconstrução radical para tornar-se mais rígidas as transformações na sociedade sulista e aumentar o controle dos políticos nortistas sobre o sul dos Estados Unidos. Foi neste contexto de insatisfação dos sulistas com as mudanças em curso que surgiu a Ku Klux Klan. Os fundadores da Klan eram todos de famílias com boas condições financeiras. Seus nomes eram: Frank McCord, John Kennedy, Richard Reed, Calvin Jones, John Lester e James Crowe. Ele fundaram a maior organização terrorista dos Estados Unidos, que foi responsável por milhares de assassinatos. O nome da organização criada pelos ex-oficiais foi inspirado em uma palavra do idioma grego, Kyklos, que significa círculo. Essa palavra foi adaptada para Ku Klux e adiciona da à expressão Klan em referência a clan (significando clã). A roupa usada era uma vestimenta longa de cor branca e um capuz cônico e tinha como função amedrontar e proteger a identidade dos membros da Klan. A cruz em chamas e a cruz no emblema da Klan só foram oficializadas como símbolos da organização na segunda fase. A Ku Klux Klan existe até hoje, embora sua expressão seja bem mais enfraquecida em relação ao que a organização já foi um dia. A Klan é acompanhada por instituições como o Southern Poverty Law Center, entidade que monitora a atuação de organizações extremistas em território estado-unidense. De acordo com essa entidade, a Klan possui nos dias atuais 72 células espalhadas pelos EUA – algumas com atuação estritamente local – e possui de 5 mil a 8 mil membros. A Klan é uma organização bastante enfraquecida por causa da atuação do governo estado-unidense que combate seu crescimento, mas também pelo surgimento de outras organizações extremistas de supremacistas brancos, que atraíram membros da Klan. Atualmente, a Klan possui em sua ideologia ideias supremacistas anticatólicas, antissemitas, antiliberais e anticomunistas, promovendo o discurso de ódio contra negros, mulçumanos e LGBTs. O movimento também tem forte relação com movimentos neonazistas. Fonte: Site História do Mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/ku-klux-klan.htm. Acesso em 22 de dez. de 2021.
[lxvii] Theophilus Eugene “Bull” Connor – Nascido em 11 de julho de 1897 e falecido em 10 de março de 1973. Um ardente segregacionista que serviu por 22 anos como comissário de segurança pública em Birmingham, Alabama, “Bull” Connor usou sua autoridade administrativa sobre a polícia e o corpo de bombeiros para garantir que Birmingham continuasse, como Martin Luther King Jr. a descreveu, “a cidade mais segregada da América”. Em 1963, a violenta resposta de Connor e sua força policial às manifestações durante a Campanha de Birmingham impulsionou o movimento pelos direitos civis para os holofotes nacionais. Theophilus Eugene Connor nasceu em 11 de julho de 1897, em Selma, Alabama. Após a morte de sua mãe quando tinha oito anos, Connor viajou pelo país com seu pai, que se mudou de um lugar para outro como telégrafo de ferrovia. Connor nunca se formou no ensino médio, mas aprendeu telegrafia com seu pai e usou essa habilidade para conseguir emprego em estações de rádio, tornando-se locutor de rádio. A carreira política de Connor começou em 1934, quando ele usou sua popularidade como locutor esportivo em Birmingham para ganhar uma cadeira na Câmara dos Representantes do Alabama. Depois de cumprir um mandato na Câmara, ele foi eleito para a Comissão da Cidade de Birmingham, onde se tornou conhecido por sua oposição intransigente à integração. Quando Birmingham votou pela conversão de um sistema de comissão municipal para um sistema de prefeito/conselho em 1962, Connor concorreu a prefeito. Embora tenha sido derrotado por Albert Boutwell em um segundo turno eleitora na primavera seguinte, Connor se recusou a deixar o seu cargo e ainda manteve o controle da polícia e dos bombeiros da cidade quando a Conferência de Liderança Crista do Sul e o Movimento Cristão de Alabama pelos Direitos Humanos lançaram um grande ataque à segregação na cidade em abril de 1963. No relato de Martin Luther King Jr. de 1964 sobre a campanha, “Porque não Podemos Esperar”, ele caracterizou Connor como “um racista que se orgulhava de saber como lidar com o negro e mantê-lo em seu ‘lugar’”. Durante os primeiros dias da campanha, Connor evitou confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes. Adotando uma estratégia que frustraram com sucesso as manifestações em Albany, Geórgia, a polícia de Birmingham prendeu onda após onda de manifestantes sem abusos. Em 2 de maio de 1963, quando os líderes da campanha convocaram os jovens estudantes para apoiar o protesto, a polícia prendeu mais de 900 participantes da “Cruzada das Crianças”. Em 3 de maio, no entanto, Connor ordenou que os bombeiros usassem suas mangueiras em manifestantes e curiosos, e enquanto os manifestantes fugiam com a força das mangueiras, Connor ordenou aos policiais que perseguissem com os cães. Nos dias seguintes, as reportagens de televisão e jornais de todo o país mostraram imagens de policiais e bombeiros usando mangueiras, cachorros e cassetetes para forçar manifestantes do centro de Birmingham. A indignação nacional forçou o governo de John F. Kennedy a enviar um negociador, Burke Marshall, a Birmingham. A Campanha de Birmingham terminou em 10 de maio quando um acordo foi alcançado entre líderes negros e representantes da comunidade empresarial de Birmingham que levou a cidade a dessegregação. Em 23 de maio de 1963, a Suprema Corte do Alabama ordenou que Connor e os outros comissários da cidade desocupassem seus escritórios. Em um ano, Connor ganhou a eleição para a Comissão de Serviço Público do Alabama, onde atuou como presidente até 1972.Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/connor-theophilus-eugene-bull. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxviii] Festa do Chá (The Tea Party) – Há mais de 250 anos, vastas regiões do nordeste da América do Norte eram dominadas colonialmente pela Inglaterra. Os imigrantes das colônias gozavam de poucos direitos, e o produto do seu trabalho servia a um único objetivo: enriquecer a metrópole. A Inglaterra cobrava impostos das colônias sobre produtos como chá, açúcar, vinho, papel e tinta. Os migrantes se perguntavam na época se era legítimo deixar-se comandar pela coroa inglesa dessa forma, mesmo sem estar representado no parlamento inglês. Vários deles começaram então a exigir a extinção dos impostos enquanto não pudessem ter representantes participando das decisões governamentais. A resistência contra a metrópole crescia a cada dia. Em 1768, John Dickinson escreveu a primeira canção patriótica dos Estados Unidos, a “Liberty Song” (“Canção da Liberdade”). Na época, foi iniciado um verdadeiro boicote aos produtos ingleses. As mulheres das colônias inglesas americanas, por exemplo, começaram a tecer seus próprios panos, deixando de comprar tecidos ingleses. Os imigrantes passaram evitar até mesmo o consumo do chá e do açúcar vindos da Inglaterra. O comércio era dominado em grande parte pelos traficantes, que obviamente não cobravam impostos. O governo inglês, por sua vez, forçado a reagir rapidamente, decidiu em 1770 extinguir todas as taxas especiais cobradas das colônias americanas. Restaram apenas os impostos sobre o chá inglês. Principal produto de consumo da sociedade americana da época, o chá era apreciado não só pela elite, mas por todas as camadas da população. Exatamente por isso, a insistência da metrópole no imposto sobre o chá causou grande irritação entre os imigrantes nas colônias. Essa irritação cresceu ainda mais quando o governo inglês, em maio de 1773, deu à Companhia da Índia Oriental (East India Company) permissão para vender sua produção de chá sob condições especiais à colônia. Interessada em ajudar a companhia, a metrópole inglesa permitiu que ela deixasse de pagar taxas alfandegárias, em função das dificuldades financeiras em que se encontrava. Outros comerciantes das colônias temeram que a Companhia da Índia Oriental pudesse passar a monopolizar o mercado e opuseram-se então, por razões econômicas, à entrada desse chá no país. Enquanto os navios da companhia aportavam em New York, Filadélfia, Charleston e Boston, os comerciantes locais organizavam movimentos de resistência. Em duas cidades, os navios foram obrigados a retornar ao destino de origem. Apenas em Boston, o governador conseguiu fazer que o chá fosse desembarcado. Na noite do dia 16 de dezembro de 1773, cinco mil pessoas reuniram-se na cidade para protestar contra a decisão oficial. Um grupo de 50 a 100 homens, fantasiados de índios, foram até o porto de Boston, esvaziaram os navios e atiraram cerca de 45 toneladas de chá ao mar. George Hewes, um dos participantes da ação, descreveu mais tarde o ocorrido: “De manhã, depois que nós atiramos o chá ao mar, descobrimos que ainda havia grandes quantidades boiando sobre a água. Para evitar que qualquer pessoa pudesse pegar esse chá para uso pessoal, foram enviados três pequenos barcos a todos os lugares onde ele ainda podia ser avistado. Ali, os homens empurravam o chá com os remos, até que ele ficasse completamente molhado e, com isso inaproveitável”. O acontecimento ficou conhecido em todo o país sob o nome de “Boston Tea Party” (“Festa do Chá de Boston”). Os homens que lançaram o chá ao mar foram imitados em várias outras cidades do país e acabaram ficando conhecidos como os primeiros heróis do movimento pela independência dos Estados Unidos. Segundo explica o alemão Hartmut Keil, especialista em assuntos relativos à América do Norte, “a maioria desses homens era de trabalhadores braçais, entre eles operários da construção civil, pintores e carpinteiros. Alguns intelectuais estavam também presentes – um professor e um médico, por exemplo, - o que prova o alcance da manifestação”. Após o ocorrido, o governo inglês puniu severamente os habitantes de Boston, fechando o porto da cidade e delegando aos militares o direito de ocupar casas de civis. No entanto, o movimento de independência não se deixou abalar por tais medidas. Três anos depois da “Festa do Chá de Boston”, 13 colônias fundariam os Estados Unidos da América. Fonte: Site DW Made for Minds. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/1773-rebeli%C3%A3o-do-ch%C3%A1-em-boston/a-355171. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxix]Brown Chapel – Igreja
Metodista Episcopal Africana (Brow Chapel African Metodist Episcopal) –
Construída em 1908 e o arquiteto foi A.J. Farley, situada no Boulevard Martin Luther King Jr., número 410 em Selma,
Alabama, Estados Unidos. Esta igreja foi um ponto de partida para as Marchas
Selma – Montgomery em 1965 e, como local de encontro e também serviu de
escritório da SCLC (Southern Christian Leadership Conference) durante o
Movimento Selma, desempenhou um papel importante nos eventos que levaram à
adoção da Lei do Direito de Voto de 1965. A reação da nação à marcha do
“Domingo Sangrento” de Selma é amplamente creditada por tornar a aprovação da
Lei do Direito de Voto politicamente viável no Congresso dos Estados Unidos.
Foi adicionado ao Registro de Marcos e Patrimônio do Alabama em 16 de junho de
1976 e posteriormente declarado um marco histórico nacional em 4 de fevereiro
de 1982. Fonte: Site: String Fixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Brown_Chapel_A.M.E._Church_(Selma,_Alabama), Acesso
em 22 de dez. 2021.
[lxx] The
New School – Universidade situada na cidade de New York, sendo que a maior
parte de suas instalações está em Greenwich Village. Desde a sua fundação, em
1919 por John Dewey, e durante a maior parte da sua história, a universidade
foi conhecida como New School for Social Research. Fonte Wikipédia. Disponível
em: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_New_School. Acesso
em 21 de dez. 2021.
[lxxi] Jawaharlal Nehru – Nascido em 14 de novembro de 1889 e falecido em 27 de maio de 1964. Primeiro chefe de governo da Índia independente (primeiro-ministro), Jawaharlal Nehru era seguidor de Mahatma Gandhi e havia defendido a liberação da Índia do domínio britânico. O trabalho político e social de Nehru ajudou a criar uma Índia independente em 1947 e inspirou Martin Luther King Jr. em sua própria luta pela liberdade dos afro-americanos nos EUA. Durante a viagem de King Jr. à Índia em 1959, que ele chamou de “uma das experiências mais concentradas e reveladoras” de sua vida, ele encontrou com Nehru. Jawaharlal Nehru era filho de um advogado e político rico, nasceu em 14 de novembro de 1889, em Allahabad, Índia. Era o mais velho de três filhos, Nehru foi educado em casa até os 15 anos, quando continuou seus estudos na Inglaterra. Ele recebeu um BA (1910) do Trinity College, Cambridge, e, depois de estudar direito no Inner Temple em Londres, Nehru foi chamado para a advocacia em 1912 e voltou à Índia para praticar a lei. Após seu retorno à Índia, Nehru juntou-se ao movimento de desobediência civil de Gandhi e, em 1923, tornou-se secretário-geral do Comitê do Congresso de toda a Índia. Nehru serviu de fonte de inspiração para Martin Luther King Jr. durante o Boicote aos Ônibus de Montgomery. Um ano antes de os dois homens se conhecerem, King Jr. escreveu numa cópia de seu livro recém publicado, “Stride Toward Freedom”, em relação a Nehru com as palavras: “Em agradecimento por sua genuína boa vontade, sua ampla preocupação humanitária e a inspiração de sua grande luta pois a Índia deu a mim e aos 50 mil negros de Montgomery”. King Jr. e Nehru se encontraram em 10 de fevereiro de 1959, na casa do primeiro-ministro. Durante aquela visita, Nehru e King Jr. discutiram a possibilidade de universidades indianas fornecerem assistência para estudantes afro-americanos. Embora Nehru apoiasse a proposta, ele reconheceu que “ninguém na Índia pobre havia pensado em oferecer bolsas de estudos para estudantes da América rica”. Os dois homens também discutiram métodos baseados na não violência e na vitalidade do gandhianismo em toda a Índia. Nehru e King Jr. mantiveram uma correspondência casual até a morte de Nehru em maio de 1964. Em um telegrama para a filha de Nehru, Indira Gandhi, Martin Luther King Jr. disse que a morte do primeiro-ministro foi uma “grande perda para o mundo inteiro” e que “gerações ainda não nascidas serão inspiradas por sua vida nobre”. Escrevendo em “The Legacy of Nehru: A Memorial Tribute”, publicado um ano após a morte de Nehru, King Jr. disse: “Em todas essas lutas da humanidade para chegar a um verdadeiro estado de civilização, a figura imponente de Nehru permanece invisível, mas sentida em todos os movimentos libertários. O mundo sente sua falta e, por ser tão lembrado, é uma força viva no mundo trêmulo de hoje”. O legado de Nehru foi continuado por sua única filha, Indira Gandhi, que serviu como a terceira primeira-ministra da Índia independente até seu assassinato em 1984. Hoje a poderosa influência de Nehru na Índia ainda é amplamente reconhecida.Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/nehru-jawaharlal. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxii] Roy Ottaway Wilkins – Nascido em 30 de agosto de 1901 e falecido em 8 de setembro de 1981. Secretário executivo da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) de 1955 a 1977, Roy Wilkins colaborou com Martin Luther King Jr. em muitas das principais campanhas do movimento pelos direitos civis. Embora Wilkins favorecesse uma abordagem legal para alcançar a igualdade racial em vez de campanhas de ação direta não violentas defendidas por King Jr., os dois líderes reconheceram que ambos os métodos eram essenciais para o avanço da causa dos direitos civis. Por ocasião do 30.º aniversário de Wilkins com a NAACP, King escreveu a ele: “Você provou ser um dos grandes líderes de nosso tempo. Por meio de sua eficiência como administrador, sua preocupação humanitária genuína e sua devoção inabalável aos princípios da liberdade e da dignidade humana, você cavou para si um nicho imperecível nos anais da história contemporânea”. Wilkins nasceu em 30 de agosto de 1901, em Saint Louis, Missouri. Criado em Saint Paul, Minnesota, Wilkins frequentou uma escola secundária integrada e se formou na Universidade de Minnesota em 1923. Enquanto estava na faculdade, ele ficou chocado ao saber do linchamento de três homens negros na vizinha Duluth, e se dedicou à causa de direitos civis. Wilkins ingressou na NAACP e, após se formar, conseguiu um emprego no Kansas City Call, um influente jornal negro. Seu trabalho editorial chamou a atenção do então secretário executivo da NAACP, Walter White, que o trouxe a New York como seu principal assistente em 1031. Nessa função, Wilkins investigou as condições de vida dos negros do sul nos campos de trabalho de diques do rio Mississippi e defendeu leis antilinchamento. Em 1934, Wilkins conseguiu W.E.B. DuBois como editor da The Crisis, a revista da NAACP. Mais tarde, Wilkins serviu como administrador de assuntos internos da NAACP. Quando White morreu em 1955, Wilkins foi escolhido para substituí-lo. No segundo mês do Boicote aos Ônibus de Montgomery, Wilkins enviou a Martin Luther King Jr. uma doação para ajudar a Montgomery Improvement Association (MIA) em seus esforços. Em fevereiro de 1956, três meses após o início do boicote, a NAACP ofereceu assessoria jurídica à MIA e pediu que as sessões da NAACP levantassem fundos para o boicote. King Jr. estava “bastante consciente da dependência (da MIA) em relação à NAACP”, cujo apoio legar foi fundamental para permitir que o boicote continuasse. King escreveu a Wilkins: “Tenho dito ao nosso povo o tempo todo que as grandes vitórias do negro foram obtidas por meio do trabalho assíduo da NAACP”. Wilkins se orgulhava do trabalho jurídico diligente e da presença institucional da sua organização. Embora ele reconhecesse que “o protesto de Montgomery... chamou a atenção e o coração do mundo e provavelmente despertou mais unidade e orgulho entre os negros do que qualquer coisa que aconteceu em um quarto de século”, ele acreditava que “o que venceu o caso Montgomery foi não o caminhar das pessoas corajosas, mas uma decisão da Suprema Corte... garantida pela habilidade de (um) advogado da NAACP. Em 1963, após o assassinato do secretário de campo da NAACP, Medgar Evers, Wilkins ficou furioso com a decisão de Martin Luther King Jr. lançar uma arrecadação de fundos para sua própria organização como um memorial ao líder dos direitos civis assassinado. Os planos de King Jr. para arrecadação de fundos foram abandonados, e os dois puderam refazer a união a uma causa comum para ajudar a organizar a Marcha em Washington por Empregos e Liberdade várias semanas depois. Apesar de suas diferenças de ponto de vista, os dois líderes sempre tiveram o cuidado de enfatizar publicamente sua cooperação e admiração mútua. King Jr. disse a um repórter: “Acho que podemos trabalhar juntos de uma maneira muito colaborativa e criativa. “Não precisa haver conflito”. Wilkins também elogiou o trabalho de king Jr., reconhecendo que a campanha de King em Birmingham “fez a nação perceber que, finalmente, a crise havia chegado”. Como muitos líderes moderados dos direitos civis, Wilkins discordou da decisão de King Jr. de manifestar contra a Guerra do Vietnã e chegou a enviar um memorando aos capítulos da NAACP instruindo-os a não usar o nome da NAACP durante as manifestações contra a guerra. Apesar das tensões durante o conflito armado, os dois líderes permaneceram alinhados em seu compromisso com a integração e lutaram para conter os crescentes apelos por “Black Power”. Em 1967, Wilkins foi nomeado pelo presidente Lyndon B. Johnson para servir em sua Comissão Consultiva Nacional sobre Desordens Civis, encarregada de investigar as causas dos distúrbios urbanos. O relatório da Comissão divulgado em 29 de fevereiro de 1968, advertia: “Nossa nação está se movendo em direção a duas sociedades, uma negra e uma branca – separadas e desiguais”. Embora King Jr. tenha considerado as conclusões da comissão “oportunas”, ele argumentou que as recomendações “foram feitas quase até o último detalhe e foram ignoradas quase até o último detalhe”. Nos últimos dois meses de vida de King Jr., ele juntamente com Wilkins deram seu apoio à Greve dos Trabalhadores de Saneamento de Memphis. O discurso de Wilkins aos trabalhadores atraiu uma multidão de milhares de pessoas. Após o assassinato de Martin Luther King Jr., Wilkins continuou a liderar a NAACP por quase uma década. Ao longo dos anos de 1970, ele criticou os presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, escrevendo em sua autobiografia: “Achei que o Senhor Nixon tentaria ser o presidente de todas as pessoas; em vez disso, ele se aliou aos piores inimigos das crianças negras”. A década de 1970 também foi uma época turbulenta para a NAACP, com a morte ou aposentadoria de vários funcionários nacionais importantes. Wilkins se aposentou da NAACP em 1977 e morreu em setembro de 1981. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/wilkins-roy-ottaway. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxiii] National Association for the Advancement of Colored People (Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor – NAACP) – Fundada em 12 de fevereiro de 1909. Na época do nascimento de Martin Luther King Jr. em 1929, a Associação Nacional para o Progresso da Pessoa de Cor (NAACP) já era a maior e mais influente organização de direitos civis dos EUA. O pai de King Jr. Martin Luther King Sênior, fazer parte do comitê executivo da filial da NAACP de Atlanta; e em 1944, King Jr., presidiu o comitê de aumento de sócios do Conselho Juvenil da NAACP de Atlanta. Embora King Jr. acreditasse no poder da ação direta não violenta, ele entendia que funcionava melhor quando combinada com os esforços de litígio e lobby da NAACP. A organização foi formada em 1909 quando brancos progressistas juntaram forças com W.E.B. Dubois e outros jovens negros do Movimento Niagara, um grupo dedicado aos plenos direitos políticos e civis dos afro-americanos. A NAACP inicialmente se concentrou em acabar com a prática de linchamento e, embora os esforços de lobby não tenham persuadido o Congresso a aprovar leis antilinchamento, a publicação de 1919 do relatório da NAACP intitulado “Trinta Anos de Linchamento nos Estados Unidos” convenceu o presidente Woodrow Wilson e outros políticos a condenar a violência da turba. Em 1940, a NAACP estabeleceu seu braço legal sem fins lucrativos, o Legal Defense and Educational Fund (LDF). Sob a direção de Thurgood Marshall, o LDF venceu o caso histórico de 1954, Brown versus Board of Education, que determinou que a educação segregada era inconstitucional. Os ativistas da NAACP também trabalharam em nível local. Em 1955, Rosa Parks, membro da NAACP, recusou-se a ceder seu assento em um ônibus em Montgomery, ajudando a lançar o Boicote aos Ônibus de Montgomery que trouxe Martin Luther King Jr. aos holofotes nacionais. A NAACP apoiou o boicote ao longo de 1956, fornecendo advogados da NAACP e pagando custos legais. O Secretário Executivo da NAACP, Roy Wilkins, incentivou pessoalmente as filiais a arrecadar fundos para a Montgomery Improviment Association (MIA). Em uma cara de 1.º de maio de 1956, King Jr. agradeceu a Roy Wilkins, dizendo: “Este profundo espírito de cooperação da NAACP nos dará coragem e vigor renovados para continuar”. King Jr. reconheceu os benefícios desta parceria e incentivaram as igrejas de Montgomery a se tornarem membros vitalícios da NAACP. No verão de 1956, King Jr. fez o primeiro de muitos discursos em destaque numa convenção nacional da NAACP. Nos anos seguintes, a NAACP concedeu a King Jr. seu maior prêmio, a Medalha Spingarn. Em sua carta de agradecimento King Jr. escreveu a Wilkins: “Estou totalmente de acordo com o programa da NAACP. Você terá meu apoio moral e financeiro em todos os momentos”. Em 1957, a NAACP e a nova organização de King Jr., a Southern Christian Leadership Conference (SCLC), começaram a colaborar em campanhas de direitos civis, começando com a Peregrinação de Oração pela Liberdade em Washington D. C. No ano seguinte, King Jr. e Wilkins se reuniram com o presidente Eisenhower para defender uma legislação de direito civis. Embora tensões surgissem entre o SCLC e a NAACP, tanto King Jr. quanto Wilkins, foram rápidos em negar publicamente qualquer discórdia entre as duas organizações. Em 1962, a NAACP fez uma parceria com o SCLC, o Comitê Coordenador Não Violento dos Estudantes (SNCC), a Liga Urbana Nacional e o Congresso da Igualdade Racial (CORE) para lançar o Projeto de Educação Eleitoral, uma campanha de mobilização e registro eleitoral popular. As organizações juntaram-se à irmandade dos carregadores de carros de passageiros no ano seguinte para organizar a Marcha em Washington por Empregos e Liberdade. Ao longo de meados da década de 1960, enquanto King Jr. continuava a fazer parceria com os jovens ativista do SNCC e do CORE, a NAACP procurou se distanciar das organizações mais radicais e voltadas para a ação. No entanto, em 1966, o NAACP e o SCLC estavam em desacordo com o CORE e o SNCC porque esses grupos começaram a defender o “Black Power” e excluir os membros brancos. Apesar da oposição da NAACP à declaração pública de King Jr. em 1967 contra a Guerra do Vietnã, Wilkins e King Jr. continuaram a trabalhar de perto em questões de direitos civis. Ambos pressionaram uma ação imediata para atender às necessidades dos negros urbanos e culparam os distúrbios raciais do verão de 1967 pela falta de empregos. O SCLC e o NAACP foram ambos acusados de serem moderados demais durante o final dos anos de 1960 e início dos anos 1970. A NAACP foi perdendo membros progressivamente durante o período mais radical, e o clima político sob os presidentes Richard Nixon e Gerald Ford continuou a prejudicar a organização. Em 1986, a NAACP mudou sua sede de New York para Baltimore, onde iniciou uma lenta recuperação. Com um século de existência, a NAACP continua a ser a voz multirracial nacional mais forte em prol da igualdade política, educacional, social e econômica. Fonte: Stanford.The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/national-association-advancement-colored-people-naacp. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxiv] Whitney Moore Young – Nascido em 31 de julho de 1921 e falecido em 11 de março de 1971. Serviu como diretor executivo da National Urban League de 1961 a 1971, os anos críticos do movimento dos direitos civis. Embora a National Urban League não estivesse envolvida em protestos de ação direta, Young frequentemente colaborava com Martin Luther King Jr., que apreciava quando cada líder desempenhava um papel diferente no movimento e elogiava a “vitalidade criativa” de Young. Whitney Moore Young nasceu em 31 de junho de 1921, em Lincoln Ridge, Kentucky. Ele cresceu no campus do Lincoln Institute, uma escola secundária para negros onde seu pai foi presidente. Depois de se formar no Lincoln Institute, ele se matriculou no Kentucky State College, onde o corpo discente era todo negro, tornando-se presidente de sua turma sênior e vice-presidente da Alpha Phi Alpha Fraternity, da qual King Jr. se juntou mais tarde. Após a formatura, ele se alistou no Exército. Young teve sua primeira experiência como mediador racial na França durante a Segunda Guerra Mundial, uma função que o inspirou a seguir uma carreira no serviço social quando foi dispensado. Young começou a ser voluntário na National Urban League enquanto estava na Universidade de Minnesota, onde obteve seu mestrado em serviço social em 1947. Em 1954, Young mudou-se para Atlanta para se tornar reitor da Escola de Trabalho Social da Universidade de Atlanta, e também co-presidiu o Conselho de Relações Humanas de Atlanta. Em 21 de junho de 1958, King Jr. solicitou sugestões de Young sobre tópicos a serem discutidos em uma reunião que ele havia requerido ao presidente Dwight D. Eisenhower e entre importantes líderes afro-americanos. Young telegrafou a King Jr. no mesmo dia, expressando sua “total confiança em você, que nos representa”. Young foi escolhido a dedo por um representante da Fundação Rockefeller, um importante doador da Liga Urbana Nacional, para suceder Lester Granger como chefe da organização. Depois de passar um ano na Universidade de Harvard com uma bolsa da Fundação Rockefeller, Young foi eleito diretor executivo da National Urban League em fevereiro de 1961. King Jr. parabenizou Young, escrevendo: “Estou convencido de que eles não poderiam ter encontrado uma pessoa melhor para o emprego”, e oferecendo toda a sua assistência. Nos anos seguintes, King Jr. convidou Young para falar na convenção anual da Southern Christian Leadership Conference (SCLC). O discurso de Young foi um sucesso tão grande que o SCLC o reproduziu para todos os participantes da conferência. Em 1963, por iniciativa do filantropo Stephen Currier, King Jr., Young e representantes de cinco outros grupos de direitos civis começaram a se reunir regularmente para discutir a possibilidade de colaborar com o movimento. O grupo mais tarde ficou conhecido como Conselho de Liderança dos Direitos Civis Unidos, ou Conselho da Unidade. Embora a Urban League estivesse mais comprometida com o serviço social do que com a ação direta, Young tomou a controversa decisão de co-patrocinar a Marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade com outros membros do Conselho da Unidade. Como outros líderes moderados dos direitos civis, Young não concordou com a posição de King Jr. contra a Guerra do Vietnã, dizendo que a primeira prioridade dos negros era a “sobrevivência neste país” e que as questões de direitos civis e guerra “deveriam permanecer separadas”. A oposição de King Jr. à guerra levou â sua oposição do presidente Lyndon B. Johnson, mas a postura de Young aproximou-o do governo. A pedido de Johnson, Young viajou ao Vietnã duas vezes, retornando com relatos positivos das relações raciais nas forças armadas. Somente depois que Johnson deixou o cargo em 1969, Young começou a pedir uma retirada rápida do Vietnã. Em seu papel de mediador entre brancos e negros, Young foi frequentemente rotulado de moderado, apesar de sua própria crença de que “ninguém que trabalha para negros é moderado. Somos todos militantes de maneiras diferentes”. A morte repentina de Young em 1971 em Lagos, Nigéria, chocou a nação. O presidente Nixon enviou um jato especial da Força Aérea para resgatar seu corpo, e seu funeral contou com a presença de mais de 6 mil pessoas, incluindo Coretta Scott king. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/young-whitney-moore. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxv] National Urban League (Liga Urbana Nacional) – Criada em 29 de setembro de 1910. Martin Luther King Jr. e a Southern Christian Leadership Conference (SCLC) uniram-se à National Urban League na luta pelos direitos econômicos dos afro-americanos. Em um telegrama de 31 de julho aos oficiais e delegados as organização por ocasião de sua convenção nacional de 1963, King Jr. elogiou a entidade, escrevendo: “Sua tenaz constância em buscar justiça econômica para a comunidade negra pagou grandes dividendos”. Ele prometeu “total apoio do SCLC aos seus objetivos finais de completa liberdade econômica, social e espiritual para toda a humanidade”. Fundada em 1910, a National Urban League aconselhou e auxiliou migrantes negros recentemente vindos das áreas rurais para áreas urbanas no norte e sul, treinando assistentes sociais para essa população e proporcionando oportunidades educacionais e de emprego na indústria. O conselho da Liba Urbana foi interracial desde os primeiros dias. Sob a liderança de Lester Granger, diretor executivo de 1941 a 1961, a Liga apoiou a marcha de 1941 de A. Philip Randolph no Movimento Washington para combater a discriminação contra os negros durante a Segunda Guerra Mundial e defendeu a integração dos sindicatos. Em um telegrama de 16 de janeiro de 1957, Granger enviou saudações a King Jr. durante a reunião de fundação do SCLC e elogiou “sua conferência pelos passos diretos que você está tomando para encontrar soluções práticas para os problemas críticos que os cidadãos negros estão enfrentando nos dias atuais”. Em 23 de junho de 1958, Granger juntou-se a King Jr., Randolph e Roy Wilkins em uma reunião com o presidente Dwight D. Eisenhower para solicitar que a Lei dos Direitos Civis de 1957 fosse aplicada pelo Departamento de Justiça “aja agora para proteger o direito dos cidadãos de se registrar e votar” e promover a “não discriminação no emprego público”. Os oficiais da Liga também participaram da Conferência de Liderança sobre Direitos Civis com Martin Luther King Jr., Wilkins e outras organizações de direitos civis e sindicatos para se reunir com líderes congressistas em janeiro de 1960 sobre o andamento de um novo projeto de lei de direitos civis. Em setembro de 1960, King Jr. dirigiu-se à Urban League durante sua Conferência do Aniversário de bodas de Ouro da entidade e caracterizou a relação entre ela e outras “organizações de direitos civis mais militantes”, dizendo que ambos os tipos de grupos “devem aceitar o outro como um parceiro necessário na luta complexa, mas emocionante para libertar os negros, e assim salva a alma da América”. Líderes como Whitney M. Young, que chefiou a organização de 1961 até sua morte em 1971, trouxeram a organização para mais perto de um envolvimento toda no movimento pelos direitos civis. Embora não pudesse participar totalmente dos protestos por causa de seu status de isenção de impostos, a Liga contribuiu por meio de diferentes ações, como hospedar reuniões – como as realizadas por King Jr., Randolph e outros planejadores da Marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade – em sua sede em New York. Embora Young discordasse de King Jr. a respeito de sua oposição à Guerra do Vietnã, a Liga endossou a Operação Breadbasket do SCLC em Chicago naquele ano. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/national-urban-league. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxvi] Asa Philip Randolph – Nascido em 15 de abril de 1889 em Crescent City, Flórida, EUA e falecido em 16 de maio de 1979 em Manhattan, New York, EUA. A. Philip Randolph, a que Martin Luther King Jr., chamou de “verdadeiramente o Deão (dignitário eclesiástico que preside o local) dos líderes negros”, desempenhou um papel crucial em obter o reconhecimento dos afro-americanos nas organizações trabalhistas. Um socialista pacifista, Randolph fundou a Brotherhood of Sleeping Car Porters (Irmandade dos Carregadores de Carros de Passageiros), o primeiro sindicato negro bem-sucedido, e fundou também o Negro American Labor Council (NALC – Conselho dos Trabalhadores Negros Americanos). Era o filho mais novo de um pastor pobre, porém profundamente comprometido com a política racial, Randolph nasceu em Crescent City, Flórida, em 15 de abril de 1889. Ele se formou no Instituto Cookman de Jacksonville em 1911, mudando-se para New York logo depois. Em 1917, Randolph e Chandeler Owen fundaram o Messenger, um jornal socialista afro-americano que criticava o envolvimento estado-unidense na Primeira Guerra Mundial. Após a fundação da Irmandade dos Carregadores de Carros de Passageiros em 1925, Randolph conseguiu obter o reconhecimento do sindicato da Pullman Palace Car Company em 1937. Quando o sindicato assinou seu primeiro contrato com a empresa, o número de membros aumentou para quase 15 mil pessoas. Em 1941, Randolph ameaçou uma marcha sobre Washington D.C., se o governo federal não abordasse a discriminação racial na indústria de defesa. Em resposta, o presidente Franklin D. Roosevelt emitiu a Ordem Executiva 8802, que proibiu a discriminação na indústria de defesa e estabeleceu a Comissão de Práticas Justas de Emprego. Randolph também ajudou a formar a Liga para a Desobediência Civil Não Violenta contra a Segregação Militar, que influenciou a decisão do presidente Harry S. Truman de cancelar a segregação das forças armadas em 1948. Depois que a Federação Americana do Trabalho se fundiu com o Congresso de Organizações Industriais para formar a AFL-CIO em 1955, Randolph foi nomeado para o conselho executivo da nova organização, quando se tornou um de seus primeiros dois vice-presidentes negros. Como oficial trabalhista, Randolph ganhou significativo apoio sindical para o movimento pelos direitos civis e aliou-se a Martin Luther King Jr. e outras organizações em iniciativas como a Peregrinação de Oração pela Liberdade de 1957. Em 1959, Randolph fundou o NALC (Conselho dos Trabalhadores Negros Americanos – Negro American Labor Council) num esforço para apresentar efetivamente as demandas dos trabalhadores negros ao movimento trabalhista. Randolph e a NALC ajudaram a iniciar a Marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade, durante a qual Martin Luther King Jr. fez seu famoso discurso “Eu Tenho um Sonho”. Randolph dedicou sua vida à conquista da igualdade racial e econômica. Por ocasião do 70.º aniversário de Randolph, King Jr. participou de uma noite em sua homenagem no Carnegie Hall de New York. King Jr. elogiou a recusa de Randolph “em vender sua raça por uma bagunça de sopa” e creditou-o por nunca ter “medo de desafiar um poder estatal injusto” ou “falar abertamente contra a estrutura de poder”. Randolph morreu em 16 de maio de 1979 aos 90 anos. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/randolph-philip. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxvii] The Brotherhood of Sleeping Car Porters (A
Irmandade dos Carregadores de Carros de Passageiros) – Fundada
em 1925, a The Brotherhood of Sleeping Car Porters foi a primeira organização
sindical liderada por afro-americanos a receber uma carta patente na Federação
Americana do Trabalho. O BSCP reuniu uma adesão de 18.000 trabalhadores
ferroviários de passageiros em todo o Canadá, México e Estados Unidos. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Brotherhood_of_Sleeping_Car_Porters. Acesso
em 22 de dez. 2021.
[lxxviii] John Robert Lewis – Nascido em 21 de Fevereiro de 1940 e falecido em Atlanta em 17 de julho de 2020. Celebrado como um dos jovens líderes mais corajosos do movimento pelos direitos civis, John Lewis, membro fundador e presidente do Comitê de Coordenação Estudantil Não Violento (SNCC), contribuiu enormemente para os movimentos estudantis da década de 1960. Ele descreveu Martin Luther King Jr., como “a pessoa que, mais do que qualquer outra, continuou a influenciar minha vida, que me fez ser quem eu era”. Nascido em 21 de fevereiro de 1940, Lewis foi criado em uma fazenda perto de Troy, Alabama, onde seus pais eram meeiros. Lewis teve contato com Martin Luther King Jr. e suas ideias pela primeira vez quando ouviu um dos sermões do jovem ministro no rádio. Este foi um momento revolucionário para Lewis, que pensava em King Jr. como um “Moisés” de seu povo, alguém que usou “a religião organizada e o emocionalismo dentro da igreja negra como um instrumento, como um veículo para a liberdade. Inspirado por essa ideia do Evangelho Social, Lewis começou a pregar nas igrejas locais quando tinha 15 anos. Após se formar no colégio, Lewis matriculou-se no American Baptist Theological Seminary em Nashville. O primeiro encontro direto de Lewis com King Jr. ocorreu no verão de 1958, quando ele viajou para Montgomery para buscar a ajuda de King num processo de transferência para a Troy State University, uma instituição totalmente branca perto de sua casa. Lewis se encontrou com King Jr., Ralph Abernathy e Fred Gray na Primeira Igreja Batista de Abernathy, e eles decidiram que contribuiriam com sua assistência financeira e jurídica para “o menino de Tróia”, como King Jr. o chamava. Os pais de Lewis, no entanto, temiam as possíveis repercussões do processo. Lewis reconheceu os sentimentos dos pais e voltou a American Baptist naquele outono. Enquanto em Nashville, Lewis participou de workshops de ação direta liderados por James Lawson e veio a abraçar a filosofia de Gandhi de não violência. Lewis envolveu-se fortemente com o movimento em Nashville e participou de uma série de manifestações estudantis no início de 1960 com o objetivo de integrar cinemas, restaurantes e outros negócios. Em abril de 1960, ele ajudou a formar o SNCC e mais tarde participou do Freedom Riders (Viajantes da Liberdade) em 1961. Durante essa campanha, Lewis percebeu as implicações potenciais de seu envolvimento no movimento depois de ser severamente espancado por jovens brancos. Confrontando com a possibilidade de não se formar na American Baptist ao ser encarcerado por participar de uma manifestação, ele afirmou: “Esta é (a) decisão mais importante da minha vida, decidir desistir de tudo, se necessário, pelo Freedom Rides, para que a justiça e a liberdade possa chegar ao Deep South (Sul profundo). Lewis recebeu o BA do American Baptist Theological Seminary em 1961. Reconhecendo-o como “um dos jovens mais dedicados de nosso movimento”, a Southern Christian Leadership Conference (SCLC) elegeu-o para seu conselho no ano seguinte, na tentativa de trazer mais jovens para a organização. Em 1963 ele foi escolhido por aclamação presidente do SNCC. Como líder da organização, Lewis frequentemente se via dividido entre sua lealdade aos SNCC e seu relacionamento com King Jr. Lewis disse a King Jr. que “sempre foi uma grande preocupação minha não ter havido comunicação suficiente entre o SCLC e o SNCC”, no entanto, este não era um sentimento compartilhado por outros membros de nenhum dos grupos. A decisão de Lewis de “manter uma ligação com o Dr. King Jr. e o SCLC” rendeu-lhe muitas críticas dentro do SNCC. Lewis, no entanto, valorizou King Jr. como o homem que finalmente o colocou no caminho de sua vida e escolheu manter fortes laços com ele e com o SNCC. Com presidente do SNCC, Lewis participou de muitos eventos mais importantes do movimento pelos direitos civis. Em 28 de agosto de 1963, ele proferiu um dos discursos principais da Marcha em Washington por Empregos e Liberdade. Outros líderes dos direitos civis aconselharam Lewis a revisar seu discurso por causa de suas críticas contundentes à inação do governo federal, mas a versão final foi considerada como “o discurso mais polêmico e militante da marcha”, proclamando que “marchamos hoje pelos empregos e liberdade, mas não temos nada do que nos orgulhar” e pergunta de forma acusatória: “De que lado esta o governo federal?” Lewis passou a desempenhar um papel crucial no “Summer Freedom” (Verão da Liberdade) de 1964 coordenando ações de recenseamento eleitoral e programas de ação comunitária no Mississippi. Em 7 de março de 1965, Lewis e Hosea Williams lideraram várias centenas de manifestantes de protestos na ponte Edmund Pettus em Selma, Alabama, em uma manifestação com o objetivo de chamar a atenção para o aumento dos direitos de voto no sul. A marcha ficou conhecida como “Domingo Sangrento”, por causa das surras brutais que muitos dos manifestantes receberam das tropas estaduais; o próprio Lewis foi severamente atacado e fraturou o crânio. O envolvimento de Lewis com o SNCC terminou no ano seguinte quando Stokely Carmichael ganhou a eleição para a presidência, e Lewis percebeu que a organização estava caminhando para uma direção mais radical que entrava em conflito com seu “compromisso pessoal com a não violência”. Lewis continuou seu envolvimento com os direitos civis nos últimos anos como chefe das iniciativas de registro de eleitores administrada pelo Conselho Regional do Sul e pelo Projeto de Educação Eleitoral. Em 1977, o presidente Jimmy Carter o escolheu para chefiar a ACTION, uma agência federal de voluntários. Ele tentou entrar no governo naquele mesmo ano com uma campanha para o Congresso através da Câmara, mas não obteve sucesso. Ele serviu no conselho municipal de Atlanta de 1982 a 1986, quando derrotou Julian Bond nas primárias democratas do Congresso e foi eleito para a Câmara dos Representantes, onde cumpriu vários mandatos. Morreu em 17 de julho de 2020, aos 80 anos de câncer no pâncreas. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/lewis-john. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxix] James Leonard Farmer Jr. – Nascido
em 12 de janeiro de 1920 e falecido em 9 de julho de 1999. Foi cofundador do
Congresso de Igualdade Racial (CORE – Congress of Racial Equality), James
Farmer foi um dos principais líderes da luta pela liberdade dos
afro-americanos. Em uma entrevista de 1997, Farmer disse: “Não vejo futuro para
a nação sem integração. Nossas vidas estão interligadas, nosso trabalho está
interligado, nossa educação está interligada”. Farmer atribuiu a Martin Luther King Jr. e ao Boicote aos Ônibus de
Montgomery a educação do público sobre táticas não violentas: “Não tínhamos
mais de explicar a não violência às pessoas. Graças a Martin Luther King Jr.
esse conceito era uma palavra familiar. Farmer nasceu em 12 de janeiro de 1920,
em Marshall, Texas, onde seu pai ensinava teologia no Wiley College, escola
totalmente formada por negros. Quando Farmer tinha seis meses de idade, sua
família mudou-se para Holly Springs, Mississippi. Ao longo de sua vida, Farmer
contou a história de sua mãe, que sempre tinha que explicar porque ela não
podia comprar um refrigerante para ele numa drogaria, uma experiência que o
inspirou desde muito jovem a lutar contra a injustiça. Depois de se formar no
Wiley College em 1938, ele se matriculou na Howard University School of
Divinity, onde conheceu os ensinamentos do líder da independência da Índia,
Mohandas K. Gandhi. Ao receber seu BD em 1941, ele recusou a ordenação como
ministro metodista porque “não senti que poderia pregar o Evangelho numa igreja
segregada”. Farmer recebeu o status de objetor de consciência durante a Segunda
Guerra Mundial e se tornou secretário de relações raciais da Fellowship of
Reconciliation (FOR – Irmandade da Reconciliação), uma organização pacifista.
Um ano depois, em 1942, Farmer cofundou o CORE com um grupo interracial de
alunos da Universidade de Chicago. Na década de 1940, a CORE foi pioneira nas
estratégias de ação direta não violenta, incluindo as táticas de ocupações
(sit-ins), cárceres e Freedom Riders usadas posteriormente no movimento pelos
direitos civis durante a década de 1960. Depois de uma breve passagem pela
Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (NAACP) no final dos anos 1950,
Farmer se tornou o primeiro diretor nacional do CORE em 1961. Naquele mesmo
ano, Farmer mobilizou o CORE para realizar corridas de liberdade inter-raciais
destinadas a testar a decisão da Suprema Corte sobre transportes interestadual
de ônibus na região sul. O grupo organizou um teste semelhante em 1947, chamado
de “Jornada de Reconciliação”, que culminou com a prisão dos cavaleiros
(viajantes). Os viajantes da liberdade (Freedom Riders) de 1961 enfrentaram
resistência violenta ao longo de sua jornada. Ao chegar a Montgomery, Alabama,
Farmer encontrou uma multidão rebelde que ameaçou invadir a Primeira Igreja
Batista de Ralph Abernathy, onde os viajantes da liberdade e outros
manifestantes se reuniam com Martin Luther King Jr., que estava presente para
oferecer apoio. King Jr. tentou mobilizar ajuda, o procurador-geral dos EUA,
Robert F. Kennedy, pediu a Farmer que concordasse com um período de reflexão e
suspendesse as viagens integradas. Farmer respondeu: “Por favor, diga ao
procurador-geral que estamos resfriando há 350 anos. Se nós resfriarmos mais,
estaremos congelados. O Freedom Riders continuará”. Com a proteção de oficiais
dos Estados Unidos e da Guarda Nacional do Alabama, os viajantes continuaram
sua jornada. Preso em Jackson, Mississippi, no ato de integração de um
restaurante na rodoviária, Farmer e os viajantes se recusaram a pagar a fiança
e passaram 40 dias na Penitenciária Estadual de Parchman. Dois anos depois, a
prisão de Farmer em Plaquemine, Lousiana, por protestar contra a brutalidade policial,
o impediu de falar na March, 1963 on Washington for Jobs and Freedom, um evento
copatrocinado pelo CORE. Quando a influência do nacionalismo negro tomou conta
do CORE, Farmer deixou o cargo de Diretor Nacional em 1966 e cortou todos os
laços com a organização dez anos depois. Posteriormente foi derrotado pela
candidata democrata Shirley Chisholm na disputa pelo Congresso de 1968 para o
12.º distrito de New York, ele serviu na administração Nixon no Departamento de
Saúde, Educação e Bem-Estar, onde foi encarregado de aumentar o papel de
minorias na agência. Em 1980, Farmer mudou-se para Fredericksburg, Virginia,
onde escreveu sua autobiografia “Lay Bare the Heart” (“Desnudar o Coração”) de
1985 e lecionou no Mary Washington College. O presidente Bill Clinton concedeu
a Farmer a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior homenagem civil do país,
em 1998. Ele morreu no ano seguinte aos 79 anos. Fonte: Stanford. The Martin
Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/farmer-james. Acesso em 22 de dez. 2021.
[lxxx] Congress of Racial Equality (CORE – Congresso
de Igualdade Racial) – Fundação de 1.º de janeiro de 1942. Fundado
por um grupo interracial de estudantes de Chicago, o Congresso de Igualdade
Racial (CORE) foi o pioneiro no uso de ação direta não violenta na luta pelos
direitos civis no EUA. Junto com sua organização mãe, a Fellowship of
Reconciliation (FOR – Irmandade da Reconciliação), os membros do CORE
aconselharam e apoiaram Martin Luther King
Jr. durante o Boicote aos Ônibus de Montgomery. King Jr. trabalhou com o CORE
no final dos anos de 1950 e meados dos anos 1960, quando o CORE abandonou sua
dedicação a não violência e adotou políticas separatistas negras, como o Black
Power. Os primeiros ativistas do CORE, James Farmer, Bayard Rustin, Homer Jack
e George Houser, todos foram afiliados a For, uma organização internacional de
paz e justiça, influenciado por Gandhi, na década de 1940, o CORE usou sit-ins
(ocupações) e outras ações diretas não violentas para integrar restaurantes e
empresas de Chicago. Em 1947, o CORE organizou a Jornada de Reconciliação, uma
viagem de ônibus integrada multiestadual pelo Upper South (Sul Superior) para
testar a decisão da Suprema Corte do ano anterior contra a segregação em
viagens interestaduais. Este precursor dos Freedom Riders de 1961 foi recebido
com o mínimo de violência, embora vários dos viajantes tenham sido presos e dois
foram condenados a trabalhar na Carolina do Norte. Nas primeiras semanas após o
início do Boicote aos Ônibus de Montgomery ativistas filiados ao CORE, como
James Peck, Rustin e Jack, visitaram King Jr. Jack escreveu a seus colegas:
“Nunca esperei um protesto tão disciplinado e eficaz no sul em 1956” e sugeriu
que o CORE enviasse militantes de campo para apoiar o movimento. Durante o
Boicote aos Ônibus de Montgomery, o CORE divulgou o trabalho de King Jr. em
seus panfletos. Em outubro de 1957, King Jr. concordou em servir no Comitê
Consultivo do CORE. Nos anos seguintes, a organização de King Jr., a Southern
Christian Leadership Conference (SCLC), trabalhou com a CORE em vários
projetos, incluindo a Peregrinação de Oração de 1959 e 1960 para escolas públicas
em apoio à educação integrada, o Projeto de Educação do Leitor e a Campanha de
Chicago. O CORE apoiou os negros do sul durante o movimento sit-in de 1960;
secretários de campo do CORE, viajaram pelo sul, aconselhando estudantes
ativistas sobre métodos não violentos. O CORE organizou os Freedom Riders na
primavera de 1961. Modelados após a Jornada de Reconciliação dos anos
anteriores, os passeios levaram um grupo integrado através do Deep South (Sul
Profundo). Embora King Jr. apoiasse os Freedom Riders, ele os considerava muito
perigosos para participar deles. Em Anniston, Alabama, um ônibus foi atacado
por uma bomba incendiaria e seus passageiros em fuga foram forçados a entrar no
meio de uma multidão de brancos furiosos. À medida que a violência contra os
Freedom Riders aumentava, o CORE considerou interromper o projeto. Um Comitê de
Coordenação da Freedom Riders foi formado por representantes do Comitê de
Coordenação Não Violento do Estudantil, CORE e SCLC para sustentar as viagens.
Após o Freedom Riders, o CORE se concentrou no registro eleitoral. Em 1962,
junto com os outros grupos de direitos civis, o CORE se juntou ao Conselho de
Organizações Federadas (COFO), que coordenou as atividades de organização de
direitos civis locais e nacionais no Mississippi. Os esforços do COFO
culminaram no Freedom Summer de 1964 e no Mississippi Freedom Democratic Party
(MFDP), que desafiou a delegação oficial totalmente branca do estado na
Convenção Nacional Democrática de 1964. O Assassinato de três militantes do CORE,
Michael Schwener, Andrew Goodman e James Chaney, no Mississippi no verão de
1964, juntamente com o sucesso limitado do MFDF), levou muitos ativistas,
incluindo alguns do CORE, a ficarem desencantados com a não violência. Em 1966,
uma luta pelo poder dentro do CORE forçou Farmer a deixar o cargo de diretor
nacional, deixando o radical Floyd McKissick em seu lugar. Depois que King Jr.
trabalhou com McKissick durante o verão de 1966 na Meredith March Against Fear
(Meredith Marcha contra o Medo), o CORE adotou uma plataforma baseada no Black
Power e limitou o envolvimento dos brancos na organização. Após o assassinato
de Martin Luther King Jr., McKissick o chamou de “o último príncipe da não
violência” e declarou que a não violência era “uma filosofia morta”. A partir
desse ponto, o CORE concentrou seus esforços no nacionalismo negro e na
autodeterminação política da comunidade negra. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr.
Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/congress-racial-equality-core. Acesso em
22 de dez. 2021.
[lxxxi] Bayard Rustin – Nascido em 17 de março de 1912 e falecido em 24 de agosto de 1987. Conselheiro próximo de Martin Luther King Jr. e um dos organizadores mais influentes e eficazes do movimento dos direitos civis, Bayard Rustin, foi carinhosamente referido como “Sr. March-on-Washington” por Asa Philip Randolph. Rustin organizou e liderou uma série de protestos nas décadas de 1940, 1950 e 1960, incluindo a Marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade. Devido a homossexualidade de Rustin e a antiga filiação ao Partido Comunista levaram alguns a questionar o relacionamento de King Jr. com ele, King Jr., porém, reconheceu a importância das habilidades e a dedicação de Rustin ao movimento. Em uma carta de 1960, King Jr. disse a um colega: “Estamos totalmente comprometidos com o método da não violência em nossa luta e estamos convencidos de que a perícia e o compromisso de Bayard nesta área serão de valor inestimável”. Nascido em 17 de março de 1912, Rustin foi um dos 12 filhos criados por seus avós, Janifer e Julia Rustin, em West Chester, Pensilvania. O compromisso de Rustin com a não violência ao longo da vida começou com sua educação quaker e a influência de sua avó, cuja participação na Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor resultou em líderes da comunidade negra, como W.E.B. DuBois e Mary McLeod Bethune, visitando a casa dos Rustin durante a infância de Bayard. Depois de se formar na West Chester High School, Rustin estudou intermitentemente na Wilberforce University, Cheyney State Teachers College e City College of New York. Enquanto estudante no City College of New York na década de 1930, Rustin ingressou na Young Communist League (YCL). Atraído pelo que acreditava ser o compromisso dos comunistas com a justiça racial, Rustin deixou a organização quando o Partido Comunista mudou de ênfase da atividade de direitos civis em 1941. Pouco depois de sua saída do YCL, Rustin foi nomeado organizador da juventude da proposta de março de 1941 em Washington, pelo líder sindical A. Philip Randolph. Durante esse período ele ingressou na Fellowship of Reconciliation (FOR) e foi cofundador do Congresso de Igualdade Racial (CORE). Rustin organizou campanhas e conduziu workshops sobre ação direta não violenta para ambas as organizações, atuando como secretário de campo e, em seguida, diretor de relações raciais do FOR. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele passou mais de dois anos na prisão como objetor de consciência. Em 1947, Rustin foi preso com outros participantes da Jornada de Reconciliação do CORE, um teste para as decisões da Suprema Corte barrando a segregação em viagens interestaduais que serviram de modelo para os Freedom Riders de 1961. Depois de passar 22 dias brutais nas mãos de gangues de cadeia ou gangue de estrada da Carolina do Norte, Rustin publicou um reportagem em vários jornais que levou à reforma da prática de manter gangues de prisões. Uma gangue de cadeia era um grupo de prisioneiros acorrentados para realizar trabalhos braçais ou fisicamente desafiadores como forma de punição, como consertar edifícios, construir estradas ou limpar terrenos. Em 1948, Rustin foi para a Índia por sete semanas para estudar filosofia gandhiana da não violência. Vários anos depois, ele viajou para a África com o patrocínio do FOR e pela American Friends Service Committee, onde trabalhou com movimentos de independência da África Ocidental. Apesar de sua gestão bem-sucedida no FOR, Rustin foi convidado a renunciar à organização em 1953, após sua prisão e condenação por acusações relacionadas à atividade homossexual. No ano seguinte, foi nomeado secretário executivo da Liga dos Resistentes à Guerra, cargo que ocupou até janeiro de 1965. Rustin se tornou o principal conselheiro de Martin Luther King Jr. durante o Boicote aos Ônibus de Montgomery. Ele visitou Montgomery pela primeira vez em fevereiro de 1956 e publicou um “Diário de Montgomery”, no qual, ao observar uma reunião da Montgomery Improvement Association (MIA), ele escreveu: “Enquanto observava as pessoas se afastando, tive a sensação de que nenhuma força na terra pode parar este movimento. Tem todos os elementos para tocar o coração dos homens”. Rustin forneceu a King Jr. uma compreensão profunda das ideias e táticas não violentas em um época que King tinha apenas uma familiaridade acadêmica com Gandhi. Rustin mais tarde lembrou: “O glorioso é que ele chegou a uma compreensão profunda da não violência por meio da própria luta e das leituras e discussões que teve durante o processo de protesto”. King reconheceu as vantagens do conhecimento, contatos e habilidades organizacionais de Rustin e o convidou para servir como seu conselheiro, ciente de que a formação de Rustin seria controversa para outros líderes dos direitos civis. Como assistente especial de King Jr. Rustin assumiu vários papéis, incluindo revisor, escritor fantasma, professor de filosofia e estrategista da não violência. Rustin também foi fundamental na formação da Southern Christian Leadership Conference (SCLC), propondo a Martin Luther King Jr. em dezembro de 1956 eu criasse um grupo que unisse líderes negros no sul que possuíssem “laços com massas de pessoas para que seus projetos de ação sejam apoiados por ampla participação do povo. Rustin desenvolveu as diretrizes para a discussão da reunião de fundação do SCLC em janeiro de 1957. Embora Rustin tenha ajudado a redigir muitas das memórias de Martin Luther King Jr., em “Stride Toward Freedom”, Rustin não permitiu que seu nome fosse creditado no livro, dizendo a um associado: “Eu não sinto que ele deve carregar este tipo de fardo”. Rustin foi fundamental na organização da Peregrinação de Oração pela Liberdade de 1957. Ele escreveu vários memorandos para King Jr. delineando os objetivos da marcha e aconselhando King Jr. sobre os tópicos que ele deveria cobrir em seu discurso. Com Randolph, ele também coordenou as marchas de 25 de outubro de 1958 e 18 de abril de 1959 pelas escolas integradas. Em 1963, Randolph começou a organizar a Marcha em Washington por Empregos e Liberdade. Apesar das preocupações de muitos dos líderes dos direitos civis, Rustin foi nomeado vice-diretor da marcha. Em menos de dois meses, Rustin orientou a organização de um evento que traria mais de 200 mil participantes à capital do país. De 1965 a 1979, Rustin foi presidente e, mais tarde, copresidente do A. Philip Randolph Institute, uma organização de sindicalistas negros dedicada à igualdade racial e à justiça econômica. A partir dessa posição, Rustin promoveu sua visão de que o progresso futuro dos afro-americanos dependia de alianças entre negros, liberais, trabalhistas e grupos religiosos. Rustin morreu em 24 de agosto de 1987, de apendicite. Um obituário no New York Times relatou: “Olhado para trás em sua carreira, o Sr. Rustin, um Quaker, escreveu uma vez: ‘Os principais fatores que influenciaram minha vida são: 1) táticas não violentas; 2) meios constitucionais; 3) procedimentos democráticos; 4) respeito pela personalidade humana; e 5) uma crença de que todas as pessoas são uma.’” Rustin deixou Walter Naegle, seu parceiro de dez anos. Diz-se que a filosofia pessoal de Rustin foi inspirada pela combinação do pacifismo Quaker com o socialismo (como ensinado por Asa Philip Randolph) e a teoria do protesto não violento popularizada por Mahatma Gandhi. O presidente Ronald Reagan emitiu uma declaração sobre a morte de Rustin, elogiando seu trabalho pelos direitos civis e “pelos direitos humanos em todo o mundo”. Ele acrescentou que Rustin “foi denunciado por ex-amigos, porque nunca desistiu de sua convicção de que as minorias na América poderiam e teriam sucesso com base sem seus méritos individuais. Em 8 de agosto de 2013, o presidente Barack Obama concedeu a Bayard Rustin a Medalha Presidencial da Liberdade, postumamente, esta medalha é o maior prêmio dos Estados Unidos. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/rustin-bayard. Acesso em 23 de dez. 2021. Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bayard_Rustin. Acesso em: 21 de janeiro 2022.
[lxxxii] Communist Party of United States (Partido Comunista dos Estados Unidos da América – CPUSA) – Partido político dos Estados Unidos que foi, desde sua fundação em 1919 até o final da década de 1950, um dos mais importantes partidos de esquerda do país. Seu número de membros atingiu o pico de 85 mil pessoas em 1942, quando os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial; o CPUSA havia se reunido com entusiasmo em favor de um esforço de guerra soviético-estado-unidense contra a Alemanha nazista. Em 1919, inspirado pela Revolução de Outubro da Rússia (1917), dois partidos comunistas americanos emergiram da ala esquerda do Partido Socialista da América (SPA): o Partido Comunista da América (CPA), composto pelas federações de língua estrangeira do SPA e liderado pela considerável e influente Federação Russa, e o Partido Comunista Trabalhista da América (CLP), o grupo predominantemente de língua inglesa, Eles foram estabelecidos legalmente, mas logo foram forçados à clandestinidade. Embora os dois partidos brigassem e várias facções se separassem para estabelecer grupos de comunistas rivais a Internacional Comunista encorajou a unificação dessas organizações. Em 1922, o CPA fundiu-se com o Partido Comunista Unido (que foi estabelecido quando o CLP se juntou a uma facção separatista do CPA) para criar o Partido dos Trabalhadores da América (WPA). Quando o United Toilers of America, um grupo que adotou as mesmas táticas do WPA, combinado com esta última organização, o partido se renomeou de Partido dos Trabalhadores (Comunista), finalmente optando pelo nome de Partido Comunista dos Estados Unidos da América em 1929. Durante a década de 1920, o braço sindical do CPUSA, a Liga Educacional Sindical, promoveu o sindicalismo industrial em relação à Federação Americana do Trabalho (AFL), de orientação sindical artesanal. Quando essa estratégia fracassou o CPUSA, sob ordens de Moscou, transformou a Liga Educacional Sindical na Liga da Unidade Sindical em 1929, que se dedicava a organizar sindicatos industriais imigrantes não qualificados, afro-americanos e mulheres trabalhadoras. Embora a Liga da Unidade Sindical não tenha sido tão bem-sucedida quanto a AFL, ela forneceu um campo de treinamento para os organizadores do CPUSA quando eles se tornaram ativos nos sindicatos do Congresso de Organizações Industriais (CIO). Durante os primeiros anos da Grande Depressão, os CPUSA emergiram como militantes comprometidos do movimento dos desempregados. Mais tarde, na década de 1930, com aproximadamente 65 mil membros e o liberalismo do New Deal varrendo o pais, o CPUSA tornou-se influente em muitos aspectos da vida nos Estados Unidos. Houve também um número intocável de “companheiros de viagem” que simpatizaram com os objetivos do partido, embora nunca tenham se tornado membros dele. Naquela época, os membros do CPUSA se tornaram líderes nacionais, regionais e comunitários em organizações liberais, culturais e estudantis. Além disso, por causa de seus papéis como sindicato industrial organizadores durante a metade dos anos 1930, eles se tornaram uma grande força em vários sindicatos do CIO importantes no início dos anos 1940. Na cidade de New York, um reduto de apoio partidário onde os comunistas se engajaram ativamente na luta pela moradia, os candidatos do CPUSA foram eleitos para o conselho municipal durante seu apogeu. Após a Segunda Guerra Mundial, com o início da Guerra Fria e a ascensão do sentimento antissoviético, o CPUSA passou a ser cada vez mais atacado. Privado de influência significativa no movimento trabalhista quando o CIO expulsou 11 sindicatos liderados pelo CPUSA em 1949 e 1950, o CPUSA sofreu perdas adicionais de poder em muitas organizações de esquerda quando foi submetido ao macarthismo no início dos anos 1950. Em 1956, o apoio à invasão soviética da Hungria e da revelação dos Crimes de Joseph Stalin por Nikita Khrushchev no Discurso Secreto do 20.º Congresso do Partido Comunista da União Soviética levou a deserções sem massa do CPUSA. Embora os comunistas ocupasse posições de liderança em várias organizações antiguerra do Vietnã durante as décadas de 1960 e 1970, eles exerceram pouca influência no movimento trabalhista dos EUA. Mesmo o partido tendo feito muitas e significativas contribuições para movimentos radicais, especialmente durante as décadas de 1930 e 1940, o apoio inabalável do CPUSA a Stálin e à União Soviética (URSS) prejudicou a agremiação não apenas aos olhos de amplos seguimentos da população, mas também entre outros liberais e ativistas de esquerda. Fonte: Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Communist-Party-of-the-United-States-of-America. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxiii] John Fitzgerald Kennedy – Nascido em 29 de maio de 1917 e falecido em 22 de novembro de 1963. Originário de uma família rica e politicamente proeminente de Boston, John Kennedy se formou na Universidade de Harvard em 1940. Depois de servir na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, ele seguiu seu pai na política e conquistou três mandatos na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e oito anos no Senado antes de garantir a nomeação do Partido Democrata para presidente em 1960. A campanha presidencial de 1960 entre o democrata John F. Kennedy e o candidato republicano Richard Nixon provou ser uma das eleições mais disputadas da história dos EUA, e uma na qual Martin Luther King Jr. e o movimento pelos direitos civis desempenharam um papel central. Durante a campanha presidencial de 1960, John Kennedy intercedeu quando King foi condenado por violação de liberdade condicional após participar de uma manifestação em Atlanta. Seguindo as recomendações de assessores de campanha, Kennedy ligou para Coretta Scott King para oferecer sua condolência e seu irmão, Robert F. Kennedy, fez ligações que ajudaram a apressar a libertação de King Jr. sob fiança da Prisão Estadual da Geórgia em Reidsville. Em comunicado após sua libertação, Martin Luther King Jr. disse a repórteres que tinha “uma grande dívida de gratidão para com o senador Kennedy e sua família”, e minimizou as motivações políticas do candidato: “Tenho certeza que o senador fez isso por causa de sua preocupação real e de sua inclinação humanitária”. Embora pressionado por repórteres, King Jr. se recusou a apoiar Kennedy, explicando que seria impróprio para ele fazer isso como líder da não partidária Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC). No dia da eleição, Kennedy derrotou Nixon por menos de um por cento do voto popular, uma margem de vitória que destacou a importância do apoio afro-americano. Inicialmente, John Kennedy agiu com cautela em relação aos direitos civis. Apesar dos apelos de King Jr. e outros líderes dos direitos civis para a intervenção federal durante a violência em torno do Freedom Riders e do Movimento Albany, a administração John Kennedy produziu pouco progresso político sobre os direitos civis das minorias raciais. Em 1962, John Kennedy começou lentamente a avançar uma agenda de direitos civis com a participação de sua administração na criação do Projeto de Educação Eleitoral. Mais tarde naquele ano, ele enviou tropas federais para Oxford, Mississippi, para conter os distúrbios na Universidade do Mississippi após sua integração por James Meredith. A campanha de 1963 em Birmingham, liderado pela SCLC e líderes locais, provou ser um catalisador para um maior envolvimento federal na luta. A mídia nacional mostrou imagens de manifestantes pacíficos sendo atacados por cães policiais e mangueiras de água de alta pressão varrendo as pessoas na rua, e John Kennedy não teve escolha a não ser aumentar os esforços para restaurar a paz. Em 11 de junho de 1963, ele abordou diretamente as preocupações nacionais sobre os direitos civis: “Somos confrontados principalmente por uma questão moral. É tão antigo quando as escrituras e tão claro quanto a Constituição americana. O cerne da questão é se todos os americanos devem ter direitos e oportunidades iguais, se vamos tratar nossos compatriotas como queremos ser tratados”. Como a legislação proposta por Kennedy foi obstruída no Congresso, Martin Luther King Jr. e outros líderes dos direitos civis pressionaram o presidente para uma ação e prosseguiram com os planos para a Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, marcada para o final de Agosto. Em uma reunião com King Jr., John Kennedy inicialmente expressou preocupação sobre a marcha e seus efeitos sobre o projeto de lei de direitos civis pendentes. King Jr. garantiu a John Kennedy as intenções pacíficas do evento e o presidente não solicitou o cancelamento da manifestação. Duas semanas após a Marcha em Washington, uma explosão de dinamite na Sixteenth Street Baptist Church em Birmingham, Alabama, matou quatro meninas. Martin Luther King Jr. ficou arrasado com as mortes, escrevendo para John Kennedy: “Em algumas horas estarei indo para Birmingham. Implorarei sinceramente ao meu povo que permaneça não violento… Estou convencido de que, a menos que algumas medidas sejam tomadas pelo governo federal para restaurar um senso de confiança na proteção de vidas, membros e propriedade, meus apelos cairão em ouvidos surdos e nós teremos o pior holocausto racial que esta nação já viu”. Pouco dias depois, John Kennedy encontrou-se com King Jr. e outros líderes a respeito da intervenção federal na luta pelos direitos civis. A legislação de direitos civis de John Kennedy permaneceu paralisada no Congresso quando ele foi assassinado em 22 de novembro de 1963, Martin Luther King Jr. escreveu um epitáfio ao presidente assassinado em uma coluna publicada no New York Amsterdam News, um mês após a morte de John Kennedy. Proclamando que todos podemos aprender algo com John Kennedy devido sua morte, King Jr. escreveu que a morte do ex-presidente “diz a todos nós que este vírus do ódio que se infiltrou nas (veias) de nossa nação, se não for controlado, levará inevitavelmente à nossa condenação moral e espiritual”. Concluindo o elogio, King Jr. descreveu a vida de John Kennedy como um desafio para “avançar com mais determinação para livrar nossa nação dos vestígios de segregação e discriminação racial”. Levaria mais oito meses de batalhas com os políticos do sul antes que a Lei dos Direitos Civis fosse assinada em 2 de julho de 1964. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/kennedy-john-fitzgerald. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxiv] Walter Philip Reuther – Nasceu em 1.º de setembro de 1907, em Wheeling, West Virginia, um dos quatro filhos do oficial de trabalho Valentine Reuther e sua esposa, Anna. Aos 15 anos Walter Philip Reuther foi trabalhar na Wheeling Steel Corporation, servindo como aprendiz de ferramenteiro e fabricante de matrizes. Em 1927 ele foi para Detroit e, em 1931, era capataz, supervisionando outros 40 trabalhadores ferramenteiros e fabricantes de matrizes na Ford Motor Company. Durante esses anos, ele concluiu o ensino médio e frequentou a Wayne State Universy por três anos. Reuther deixou a Ford em 1932 e, em 1933, ele e seu irmão Victor embarcaram numa viagem ao redor do mundo de três anos, viajando pela Inglaterra, Rússia, Ásia Central, China e Japão e observando o trabalho automotivo e o movimento trabalhista nestes países. Reuther tendo uma boa capacidade de organização tornou-se o primeiro presidente da West Side (Lado Oeste) Local 174 do UAW (United Auto Workers – sindicato) recém-fundado, aumentando a adesão de 78 membros para 30 mil membros entre 1936 e 1937, o que fez com que ele fosse um dos precursores dos sit-ins (ocupações) nas manifestações que os líderes dos direitos civis iriam usar na década de 1960. Reuther foi eleito presidente nacional do UAW em 1946, cargo que ocupou até sua morte em 1970. Em 1946, ele também se tornou vice-presidente do Congresso de Organizações Industriais (CIO), acendeu a presidência desse órgão em 1952 e esteve na vanguarda do esforço para fundir o CIO com a Federação Americana do Trabalho (AFL), formando a Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO) em 1955. Com a fusão dos dois órgãos, Reuther tornou-se vice-presidente da AFL-CIO e também atuou como presidente do Departamento de Sindicato Industrial. Seu mandato nesse cargos terminou quando o UAW se retirou da AFL-CIO em 1968. Durante seus anos como um dos principais líderes trabalhistas, Reuthers assumiu posições de peso dentro e fora do movimento trabalhista no que diz respeito aos direitos civis. Ele fez parte dos conselhos consultivos nacionais da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e do Congresso da Igualdade Racial (CORE), exortou sindicalistas a participarem da Peregrinação de Oração pela liberdade em maio de 1957, juntou-se à convocação de protestos no final daquele ano contra o regime do apartheid na África do Sul, e foi um orador escalado na convenção de fundação em maio de 1960 do Negro American Labour Council (NALC). Reuther convidou Martin Luther King Jr. para ser orador na celebração do 25.º aniversário do UAW no ano seguinte, e em 1965 marchou com King Jr. na Marcha de Selma para Montgomery. Ele mobilizou o UAW e outros sindicatos em nome da marcha de agosto de 1963 em Washington. Ele tentou obter o endosso da AFL-CIO para a marcha, mas o apoio morno do presidente George Meany fez Reuther comentar: “A declaração é tão anêmica que você teria que dar uma transfusão de sangue para mantê-la viva em seu caminho para a máquina mimeografa”. Reuther falou no evento, em mais tarde naquele dia disse que o evento “prova além de qualquer dúvida… que os homens livres, apesar de seus diferentes pontos de vista, apesar de suas diferenças raciais e religiosas, podem se unir em uma grande questão moral como os direitos civis e a busca por oportunidades iguais e direitos de cidadania plenos”. Após o assassinato de Martin Luther King Jr., Reuther marchou com Coretta Scott King em Memphis em 8 de abril, em apoio à resolução pacífica da greve de saneamento daquela cidade, e doou o maior cheque de qualquer fonte externa, 50 mil dólares, para os trabalhadores do saneamento em greve. Quando ele e sua esposa morreram num acidente de avião em 1970, Coretta Scott King elogiou Reuther, dizendo: “Ele estava lá pessoalmente quando as nuvens de tempestade eram densas”. Por ocasião do 25.º aniversário da United Auto Workers (UAW), Martin Luther King Jr. escreveu uma carta ao presidente do sindicato Walter Reuther, parabenizando-o e observando: “Mais do que qualquer pessoa na América, você se destaca como o símbolo brilhante da democracia no sindicalismo”. King tinha um aliado forte em Reuther, que deu apoio crítico à Marcha de 1963 em Washington por Empregos e Liberdade e era um defensor das táticas de direitos civis de King Jr. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/reuther-walter-philip. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxv] United Automobile Works (UAW – União dos Trabalhadores
Automotivos) – nome completo International Union, United Automobile, Aerospace
and Agricultural Implement Workers of América, ou ainda chamada de 1941 a 1962
– United Automobile, Aircraft and Agricultural Implement Workers of America e
de 1935 – 1941 – United Automobile Workers of America, era um sindicato
industrial estado-unidense de trabalhadores automotivos e de outros veículos,
com sede em Detroit, Michigan, e representando trabalhadores dos Estados
Unidos, Canadá e Porto Rico. A criação do United Automobile Workers (UAW)
resultou de tentativas feitas pelo Comitê de Organização Industrial (CIO) para
organizar trabalhadores automotivos. Até a aprovação da Lei Nacional de
Relações Trabalhistas (Lei Wagner) em 1935, os representantes da indústria
automotiva se recusaram a ceder. Os organizadores comuns do sindicato
retaliaram organizando “sit-down”, greves semelhantes às que foram eficazes na
França. O sucesso dessas greves, junto com a eleição do presidente Franklin
Delano Roosevelt em 1936 e a decisão da Suprema Corte de sustentar a Lei Wagner
no ano seguinte, levou os fabricantes de automóveis mudar sua política. A
General Motors (GM) foi a primeira empresa a reconhecer o UAW como agente de
barganha de seus funcionários, e a maior parte da indústria logo a seguiu. O
conflito violento persistiu, no entanto, antes que a Ford Motor Company e o UAW
finalmente chegassem a um acordo em 1941. Walter Reuther, um antigo e vigoroso
organizador trabalhista, tornou-se presidente do sindicato em 1946 e ocupou o
cargo até sua morte em 1970. Ele também foi eleito presidente da CIO (nessa
época renomeado como Congresso de Organizações Industriais) em 1952. Na
liderança de Reuther, o UAW assinou uma série de contratos plurianuais com os
principais fabricantes automotivos que definiram o padrão para todos os
sindicatos industriais nos EUA. Os contratos garantiam salários que seriam
ajustados ao custo de vida, planos de saúde, férias anuais e seguro-desemprego
para complementar os fornecidos pelo governo. Quando a Federação Americana do
Trabalho (AFL) e o CIO se fundiram em 1955, Reuther manteve importantes
posições de liderança. Somente George Meany, presidente da AFL-CIO combinada,
era mais poderoso. O atrito entre os dois homens fez com que o UAW se retirasse
da AFL-CIO em 1967, com o UAW ingressando na Irmandade Internacional de Equipes
no mesmo ano. A insatisfação com a corrupção no grupo, no entanto, levou à
dissolução da aliança em 1972. Em 1981, o UAW se afiliou novamente com a
AFL-CIO. Os membros do sindicato posteriormente tiveram que conceder que alguns
de seus benefícios econômicos duramente conquistados fossem anulados para
ajudar os fabricantes de automóveis estado-unidenses a competir coma as
importações estrangeiras. Esta política provocou a separação de trabalhadores
automotivos canadenses da matriz em 1985 e 1986. Em 1996, o UAW iniciou uma
nova era de negociação coletiva onde enfocou a segurança no emprego, e um bônus
de quantia única, além de auxílar com as mensalidades e limitações à
terceirização. Essa nova era enfatizava a cooperação, a segurança no emprego e
o compartilhamento de riquezas. Fonte: Site Enciclopédia Britânica. Disponível
em: https://www.britannica.com/topic/United-Automobile-Workers. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxvi] Lincoln Memorial no National Hall – imponente monumento em Washington D.C., em homenagem a Abraham Lincoln, o 16.º presidente dos Estados Unidos, e “as virtudes da tolerância, honestidade e constância no espírito humano”. Projetado por Henry Bacon em um plano semelhante ao do Paternon em Atenas, a estrutura foi construída em um pântano recuperado ao longo das margens do rio Potomac. A seleção do local causou polêmica; o porta-voz da Câmara dos Representantes, Joseph Cannon, preferiu um local mais proeminente em Potomac, afirmando: “Nunca vou permitir que um memorial a Abraham Lincoln seja erguido naquele maldito pântano”. A pedra fundamental foi colocada em 1915 e o memorial concluído foi dedicado a mais de 50 mil pessoas em 30 de maio de 1922. O único filho sobrevivente de Lincoln, Robert Todd Lincoln, compareceu à cerimônia. O presidente Warren G. Harding e o Chefe de Justiça da Suprema Corte William Howard Taft, um ex-presidente, proclamaram discursos. Ironicamente, apesar da fama de Lincoln como o “Grande Emancipador”, as cerimônias de dedicação foram estritamente segregadas; até mesmo Robert Moton, presidente do Tuskegee Institute, que falou na cerimônia, não foi autorizado a sentar-se na plataforma do orador e, em vez disso, foi obrigado a sentar-se numa área reservada para afro-americanos. O Lincoln Memorial inclui 36 colunas de mármore do Colorado, uma para cada estado da União na época da morte de Lincoln em 1865; cada coluna tem 13,4 metros de altura. Os nomes dos 48 estados contíguos estão listados acima da colunata, e as datas de sua admissão à União estão gravadas em algarismos romanos. Como o Havaí e o Alasca alcançaram a condição de estado várias décadas após a conclusão do Lincoln Memorial, seus nomes estão inscritos em uma placa localizada nos degraus da frente. O interior apresenta uma estátua de Lincoln sentada de 5,8 metros, feita em mármore branco da Geórgia. Foi montado no locar a partir de 28 peças e repousa sobre um pedestal de mármore do Tennessee. A estátua foi desenhada por Daniel Chester um francês e esculpida pelos irmãos Piccirilli de New York. Inscrito na parede sul do monumento esta o Discurso de Gettysburg de Lincoln, e na parede norte seu segundo discurso inaugural. No teto estão duas pinturas de Jules Guerin, “Reunião e Progresso” e “Emancipação de uma Raça”. Em um eixo direto leste-oeste com o Monumento a Washington e o Capitólio dos Estados Unidos, o Lincoln Memorial ser como terminal para a extremidade oeste do Mall. Ele está situado no Reflecting Pool perto do Memorial dos Veteranos do Vietnã e do Memorial dos Veteranos da Guerra da Coréia. O Lincoln Memorial foi um símbolo importante do movimento americano pelos direitos civis, Marian Anderson, a famosa contralto afro-americana, com o apoio da primeira-dama Eleanor Roosevelt, recebeu permissão do Departamento do Interior para se apresentar no Lincoln Memorial em 1939, após ter sido negado o direito de cantar no Constitution Hall pelas Filhas da Revolução Americana. Em 1963, no 100.º aniversário da Proclamação de Emancipação, o líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. fez seu famoso discurso “Eu tenho um Sonho” na escadaria do Lincoln Memorial para mais de 200 mil pessoas.Fonte: BIGLER, B. Philip. Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Lincoln-Memorial-monument-Washington-DC. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxvii] Mahalia Jackson – Nascida em 26 de outubro de 1911 e falecida em 27 de janeiro de 1971. Considerada a “Rainha do Evangelho”, Mahalia Jackson cantou em todo o mundo, apresentando-se com a mesma paixão na inauguração presidencial de John Kennedy que exibiu quando em eventos de arrecadação de fundos para a luta pela liberdade dos afro-americanos. Uma grande defensora do movimento pelos direitos civis, Martin Luther King Jr. a chamou de “uma benção para mim… (e) uma benção para os negros que aprenderam por meio dela a não se envergonhar de sua herança”. Mahalia Jackson nasceu em Nova Orleans em 26 de outubro de 1911. Seu pai trabalhava em três empregos e sua mãe, uma empregada doméstica, morreu quando Mahalia era jovem. Criada em uma família batista devote, Mahalia Jackson cresceu cantando em corais. Ela se mudou para Chicago aos 16 anos e continuou a cantar em igrejas e a fazer turnês com um quinteto gospel. Mahalia Jackson lançou seu primeiro álbum em 1934, mas foi seu álbum de 1947, “Move on Up a Little Higher” (“Suba um Pouco mais Alto”) que trouxe fama a ela. O álbum vendeu oito milhões de cópias e Mahalia Jackson rapidamente se tornou uma celebridade internacional, apresentando shows com ingressos esgotados no Carnagie Hall e, mais tarde, apresentando seus próprios programas de radio e de televisão em Chicago. Já como um ícone, Mahalia Jackson conheceu Ralph Abernathy e Martin Luther King Jr. na Convenção Batista Nacional de 1956. King Jr. perguntou mais tarde se ela poderia se apresentar em Montgomery para os militantes do recém-bem-sucedido boicote aos ônibus. Em 17 de maio de 1957, ela se juntou a King Jr. no terceiro aniversário da decisão Brown versus Conselho de Educação, cantando na Peregrinação de Oração pela Liberdade em Washington D.C. Ela posteriormente apareceu frequentemente com Martin Luther King Jr., cantando antes de seus discursos e para a SCLC (Southern Christian Leardship Conference) em campanha de arrecadação de fundos. Em um comunicado à imprensa do SCLC de 1962, King Jr. escreveu que Mahalia Jackson “apareceu em vários programas que ajudaram na luta antissegregação no sul, mas agora ela indicou que deseja se envolver na luta regularmente”. Mahalia cantou “I Been ‘Buked and I Been Scorned’” (“Eu fui ‘Criticada e Desprezada’”) antes de Martin Luther King Jr. subir ao púlpito na Marcha de 1963 em Washington para Empregos e Liberdade. Mais tarde, expressando sua gratidão a Mahalia Jackson, King Jr. escreveu: “Quando me levantei para falar, já estava feliz. Não pude deixar de pregar. Milhões de pessoas em todo o país disseram que foi meu melhor momento. Não sei, mas se foi, você, mais do que qualquer pessoas, ajudou-me a fazê-lo”. Mahalia disse que esperava que sua música pudesse “quebrar um pouco do ódio e do medo que divide os brancos e negros neste país”. Além da inspiração que seu canto proporcionou ao movimento, Mahalia também contribuiu financeiramente. Após o assassinato de King, Mahalia Jackson honrou seu ultimo pedido cantando “Preciouss Lord” em seu funeral. Quando a própria Mahalia Jackson morreu de insuficiência cardíaca em 1972 aos 60 anos, Coretta Scott King comentou que “as causas da justiça, liberdade e fraternidade perderam uma verdadeira campeã cuja dedicação não conhecia escuridão”. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/jackson-mahalia. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxviii] George Raveling – Nascido em 27 de junho de 1937 em Washington D.C. É um ex-jogador e técnico de basquete universitário estado-unidense. Ele jogou na Villanova University e foi o treinador principal na Washington State University de 1972 a 1983, na University of Iowa de 1983 a 1986 e na University of Southern California de 1986 a 1994. Raveling é o diretor global de marketing esportivo de basquete da Nike desde que se aposentou como técnico em 1994. Também é ex-comentarista da FOX Sports Net, ele é membro do Naismith Memorial Basketball Hall of Fame. Nascido e criado em Washington D.C., Raveling não jogou basquete até o nono ano. Ele estava matriculado em Saint Michael’s, um internato católico em Hoban Heights, Pensilvânia, que foi fundado como orfanato em 1916 perto de Scranton e fechado em 2010. O empregador de sua avó o ajudou a se inscrever no internato. O pai de Raveling morreu quando ele tinha 9 anos e sua mãe foi internada quando ele tinha 13, então os estudos acadêmicos se tornaram uma ambição e uma das forças mais influentes em sua vida. George Raveling fez faculdade na Villanova University, perto de Filadélfia, e jogou basquete pelos Wildcats. Um rebatedor notável, ele bateu recordes de rebote em um único jogo e temporada em sua época. Raveling foi capitão do time em sua temporada sênior, destaque na capa do guia de mídia de 1960, e levou os Wildcats a aparições consecutivas no National Invitation Tournament (NIT) em 1959 e 1960. O Philadelphia Warriors (Guerreiros da Filadélfia) o selecionou na oitava rodada do draft (escolha dentro de uma rodada de jogos) de 1960 da NBA. George Raveling tornou-se treinador assistente em sua alma mater, a Villanova University, e depois mudou-se para Maryland em 1969 na equipe do novo treinador principal, Lefty Driesell. Em College Park, ele se tornou o primeiro treinador afro-americano na Atlantic Coast Conference (ACC). Em 28 de agosto de 1963, enquanto Martin Luther King Jr. acenava para uma audiência de mais de 200 mil participantes da “Marcha em Washington”, Raveling perguntou a King Jr. se ele poderia ter o discurso. King entregou a Raveling as páginas originais datilografadas “Eu Tenho um Sonho”. Raveling estava no pódio com King Jr. naquele momento, tendo se oferecido para fornecer segurança. Ele ainda tem o original e recebeu uma oferta de mais de três milhões de dólares pelo discurso em 2013. Ele recusou a oferta. Contratado na Pullman em abril de 1972, Raveling foi o primeiro treinador de basquete afro-americano na Conferência do Pacifico – 8. Ele treinou o Washington State Cougars de 1972 a 1983 com duas participações em torneios da NCAA durante seus onze anos de treinador. A primeira foi em 1980 e marcou a primeira vez que a WSU foi incluída na chave da NCAA desde o Segundo lugar em 1941; a segunda foi três anos depois, em 1983. Raveling foi um dos treinadores mais vencedores na história do basquete do estado de Washington, com um recorde de 167 – 136 (0,551) e sete temporadas de vitória, incluindo cinco consecutivos da campanha de 1975 – 1976 até a temporada de 1980. Enquanto estava no WSU, Raveling foi o técnico da região oeste no Festival de Esportes Olímpicos dos Estados Unidos em 1979 e um técnico assistente nas seletivas dos Estados Unidos em 1980. Entre seus jogadores de destaque estavam James Donaldson, Craig Ehlo, Don Collins, Bryan Rison e Steve Harriel, que receberam honras do All-Pac-10 como primeiro time. Donaldson jogou na NBA e na CBA depois de estabelecer o record da WSU em rebotes de bola e terminar em terceiro na pontuação. Ehlo, transferido para a faculdade Junior do Texas, foi selecionado na terceira rodada do draft da NBA de 1983 pelo Houston Rockets; ele jogou quatorze temporadas com quarto times da NBA, acumulando uma carreira respeitável de 7.492 pontos, 2.456 assistências e 3.139 rebotes. Raveling foi vencedor do UPI Pac – 8 Coach do ano de 1976, e treinador do ano de 1976 e 1983, e foi vice-campeão nacional para AP treinador do ano de 1983. Ele foi homenageado pela WSU com sua introdução no Pac – 12 Hall of Honor. Raveling sucedeu Lute Olson como treinador principal na Universidade de Iowa em abril de 1983, e guiou os Hawkeyes a temporadas de 20 vitórias consecutivas e vagas em torneios da NCAA em 1985 e 1986. Nas Olimpíadas de 1984 em Los Angeles, ele atuou como assistente técnico da equipe dos EUA, composta por universitários. Bob Knight era o treinador principal e Steve Alford e Michael Jordan eram os guardas dessa equipe. Arremessando 63,9% do chão, a equipe dos EUA conquistou o nono título olímpico com uma vitória convincente por 96 – 65 sobre a Espanha no jogo pela medalha de ouro. Durante seus três anos em Iowa, Raveling foi provavelmente mai conhecido por suas revelações e jogadores excepcionais, incluindo B.J. Armstrong, Kevin Gamble, Ed Horton, Roy Marble e Greg Stokes, todos os quais passaram jogar na NBA. Em março de 1986, ele voltou ao Pac – 10 como treinador principal da University of Southern California (USC) em Los Angeles. Hank Gathers e Bo Kimble foram contratados para a USC pelo treinador Stan Morrison e seu principal assistente, David Spencer. Eles se juntaram a Tom Lewis, e Rich Big, como a classe de recrutamento “Quatro Estrelas Calouros”. Após uma temporada (11 vitória e 17 derrotas) treinando o USC, os treinadores Morrison e Spencer foram demitidos após o término da temporada de 1985-1986, apesar de terem vencido o Pac – 10 do ano anterior. Foi relatado que os jogadores não permaneceriam a menos que certas condições fossem satisfeitas, incluindo ter uma palavra a dizer a respeito da próxima comissão técnica. A USC contratou Raveling como o próximo treinador dos Trojans. Raveling deu aos jogadores um prazo para responder se permaneceriam no time. Como eles não responderam, ele revogou as bolsas de estudo de Gathers, Kimble e Lewis. A polêmica declaração de Raveling foi: “Você não pode deixar que os índios administrem a reserve”, disse ele. “Você tem que ser forte também. Às vezes você tem que dizer a eles que têm que sair”. Lewis foi transferido para Pepperdine. Big permaneceu na USC. Durante a carreira de Raveling na USC, os Trojans avançaram para o torneio da NCAA em 1991 e 1992 competiram no NIT em 1993 e 1994. Raveling foi nomeado Treinador Nacional do Ano da Kodak (1992), Treinador de Basquete do Ano (1992) pela Week e Treinador Nacional do Ano da CBS/Chevrolet (1994). Raveling e Sonny Vaccaro eram amigos íntimos, a ponto dele ser o padrinho do segundo casamento de Sonny. Mas Raveling teve um desentendimento com Sonny por causa dos acampamentos de verão com os alunos d basquete do colégio, que eram dirigidos por Sonny. Na manhã de 25 de setembro de 1994, o jipe de Raveling sofreu uma colisão com dois carros em Los Angeles. Ele ficou gravemente ferido, com nove costelas quebradas, uma pélvis e clavícula fraturadas e um pulmão colapsado. Ele estava na terapia intensiva devido a um sangramento na cavidade torácica por duas semanas. Citando o acidente automobilístico e a longa reabilitação, ele se aposentou como técnico da USC aos 57 anos de idade em 14 de novembro de 1994. Raveling trabalhou com diretor de Basquete Internacional da Nike desde sua aposentadoria da USC, e é autor de dois livros sobre exercícios de rebote, “War on the Boards” e “A Rebounder’s Workshop”. Ele atuou como comentarista para a CBS Sports e FOX Sports Net. Em 8 de setembro de 2018, ele foi selecionado pelo ex-técnico de basquete da Universidade de Maryland, Lefty Driesell, como um dos apresentadores de Driesell após sua introdução no Naismith Hall of Fame. Em 2013, Raveling recebeu o prêmio John W. Bunn pelo conjunto de sua obra pelo Naismith Memorial Basketball Hall of Fame. Em 21 de novembro de 2013, ele recebeu o prêmio Lapchick (em memória do treinador de basquete de Joe Lapchick St. John, junto com Don Haskins e Thereza Grentz. Raveling foi introduzido no Hall of Fame do Basquete Universitário em 2013. Em 14 de fevereiro de 2015, foi anunciado que George Raveling seria introduzido no Naismith Memorial Basketball Hall of Fame quando ele foi selecionado por eleição direta pelo Comitê de Eleição Direta de Contribuintes. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/George_Raveling. Acesso em 23 de dez. 2021.
[lxxxix] Lyndon Baines Johnson – Nascido em 27 de agosto de 1908 e falecido em 22 de janeiro de 1973. Johnson nasceu na zona rural do Texas em 1908. Ele se formou no Southwest Texas State Teachers College em 1930 e lecionou brevemente em escolas públicas do Texas antes de se tornar secretário de um congressista do Texas em Washington D.C.. Em 1937, Johnson foi eleito para cumprir um mandato de um representante do Texas que morreu durante o cumprimento do cargo. Em 1948, foi eleito senador, tornando-se democrata, e então líder da minoria. Em 1954, Johnson se tornou o segundo homem mais jovem a ser nomeado líder da maioria no Senado. A partir desta posição de poder, Johnson usou sua influência política para projetar a aprovação dos Atos de Direitos Civis de 1957 e 1960. Quando John F. Kennedy garantiu a indicação presidencial do Partido Democrata em 1960, ele surpreendentemente escolheu Johnson como seu companheiro de chapa, esperando que o senador do Texas atraísse os eleitores do sul. Pouco depois de vencer a eleição, Kennedy nomeou Johnson presidente do Comitê do Presidente sobre Oportunidades Iguais de Emprego. Com o incentivo de Johnson em 11 de junho de 1963, Kennedy enquadrou os direitos civis em termos morais pela primeira vez durante um discurso nacional. Após o assassinato do presidente Kennedy em 22 de novembro de 1963, Johnson desafiou o Congresso a aprovar a legislação dos direitos civis que estava num impasse no momento da morte de Kennedy. Martin Luther King Jr. apoiou Johnson publicamente, dizendo que Johnson o ensinou a reconhecer que havia “novos elementos brancos” no sul “cujo amor por sua terra era mais forte do que o controle de velhos hábitos e costumes” e expressou otimismo de que o apoio de Johnson beneficiaria os afro-americanos. Em 2 de julho de 1964, Johnson assinou o Civil Rights Act of 1964, um projeto de lei de longo alcance que esperava “eliminar os últimos vestígios de injustiça na América”. King Jr. apoiou Johnson enquanto ele transformava o projeto em lei. Um mês depois, eles entraram em confronto sobre o reconhecimento de delegados do Partido Democrático da Liberdade do Mississippi (MFDP) na Convenção Nacional Democrata de 1964. O MFDP buscou reconhecimento como delegação legítima do Partido Democrata do Mississippi em vez da delegação “regular” toda branca. No entanto, Johnson temia que essa mudança custasse a ele votos democratas do sul na próxima eleição contra o republican Barry Goldwater e recomendou um acordo que King Jr. eventualmente apoiou. Mais tarde naquele ano, Johnson obteve uma vitória decisiva na eleição de 1964, conquistando a maior margem popular da história presidencial. Martin Luther King Jr. havia feito campanha ativamente por Johnson e saudou a vitória, dizendo: “As forças da boa vontade e do progresso triunfaram”. Nos primeiros meses do mandato do presidente eleito Lyndon Johnson, King Jr. juntou-se a uma campanha pelo direito de voto em Selma, Alabama, onde menos de 2% dos eleitores negros elegíveis haviam conseguido se registrar para votar. A brutalidade da polícia branca durante a Marcha de Selma a Montgomery incitou Johnson a enviar um projeto de lei de direitos de voto ao Congresso. Ao apresentar o projeto de lei, Johnson refletiu publicamente sobre a pobreza e o racismo que encontrou ao lecionar no ensino médio para crianças imigrantes mexicanas no Texas. King Jr. chamou o discurso de Johnson de “um dos apelos mais eloquentes, inequívocos e apaixonados pelos direitos humanos já feito por um presidente dos Estados Unidos”. Johnson assinou a Lei de Direitos de Voto de 1965, transformando em lei em 6 de Agosto. Durante os primeiros quarto anos de mandato de Johnson como presidente, ele se desviou das criticas de King Jr. que lhe eram transmitidas quase que diariamente pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) através do diretor J. Edgar Hoover, que alimentou a animosidade pessoal contra Martin Luther King Jr. Johnson via King Jr. como um aliado natural para sua agenda de direitos civis, solicitando conselhos de King Jr. sobre essas questões e colaborando em táticas para aprovar a legislação no Congresso. Esse relacionamento, juntamente com o histórico de direitos civis de Johnson, fez King Jr. inicialmente hesitar em falar contra as políticas do seu governo no Vietnã. Quando questionado sobre sua opinião por jornalistas em março de 1965, King cautelosamente declarou que era “simpático” à situação de Johnson, mas não acreditava que “a violência pode resolver o problema”. No final de 1966, o ultimo telefonema de King Jr. para Johnson foi feito para discutir o Vietnã. Nos meses que se seguiram, Johnson tentou encontrar Martin Luther King Jr. em duas ocasiões, mas King Jr. cancelou os dois compromissos. Johnson ficou perplexo e pediu a seus assessores que descobrissem o que King Jr. estava evitando. Em 4 de abril de 1967, a resposta foi revelada a Johnson em um discurso “Além do Vietnã”, que King Jr. fez na Igreja Riverside de New York em conjunto com clérigos e leigos preocupados com o Vietnã. Em discurso, Martin Luther King Jr. disse que ele foi movido a “quebrar a traição de meus próprios silêncios e falar do fogo do meu próprio coração” contra a Guerra do Vietnã, e em uma acusação devastadora das políticas de Johnson, King Jr. chamou o governo dos Estados Unidos “o maior provedor de violência do mundo hoje”. Chocado por ser o alvo de King Jr. e sentindo-se pessoalmente traído, Johnson cedeu à pressão de Hoover e pediu a seu secretário que distribuísse as informações do FBI sobre os laços de King com o suposto comunista Stanley Levison a repórteres confiáveis. Um ano depois, em uma entrevista coletiva para a Campanha dos Pobres, King Jr. anunciou que não apoiaria Johnson na eleição presidencial de 1968. “Eu era um grande apoiador”, lembra King Jr. “Votei no presidente Johnson e vi grande esperança ali, e sinto muito, mas muito triste com o curso de ação que ele seguiu”. Em 31 de março de 1968, Johnson chocou a nação ao declarar que não buscaria a reeleição e prometeu que passaria o restante de seu mandato buscando “uma paz honrosa” no Vietnã. Quatro dias depois, em 4 de abril de 1968, King Jr. foi assassinado. Johnson escreveu em suas memórias que raramente sentiu uma “sensação de impotência mais aguda do que no dia em que Martin Luther King Jr. foi morto”. Menos de uma semana depois, Johnson invocou a memória de King Jr. quando ele sancionou a Lei dos Direitos Civis de 1968. Entre outras disposições, o projeto de lei proibia a discriminação em moradias financiadas pelo governo federal e criava novas penalidades para aqueles que ameaçar ou ferir pessoas que exercessem seus direitos civis. Em seu ultimo ano como presidente, Johnson interrompeu os bombardeios no Vietnã do Norte e pressionou por negociações de paz. Ele não viveria, entretanto, para ver a paz no Vietnã; ele morreu de ataque cardíaco em seu rancho no Texas em 22 de fevereiro de 1973. Os cinco anos de mandato do presidente Johnson geraram uma legislação crítica a favor dos direitos civis e programas inovadores de combate a pobreza por meio de sua iniciativa “Great Society”, embora sua presidência tenha sido prejudicada pelo manejo incorreto da Guerra no Vietnã. Martin Luther King Jr. chamou as eleições de Johnson de “um dos melhores momentos da América” e tenha acreditado que Johnson tinha uma “compreensão de incrível da profundidade e da dimensão do problema da injustiça social”, a oposição aberta de King jr. à Guerra do Vietnã prejudicou seu relacionamento com Johnson e pôs fim a uma aliança que permitiu grandes reformas dos direitos civis nos EUA. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/johnson-lyndon-baines. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xc] Edmund Winston Pettus (Bridge – ponte) – 1821 –
1907 – Foi o ultimo general-brigadeiro confederado do Alabama a servir no
Senado dos Estados Unidos. Advogado, ele foi um líder do Partido Democrata do
estado de Alabama, mas não ocupou cargos públicos até os 75 anos. E foi senador
por 10 anos até sua morte em 1907. Pettus nasceu no Condado de Limestone em 6
de julho de 1821, filho de John e Alice Winston Pettus, era o caçula de nove
filhos. Ele foi educado em escolas públicas e frequentou o Clinton College em
Smith County, Tennessee. Ele então estudou direito com William Cooper em
Tuscumbia, Condado de Colbert. Depois de ser admitido na ordem do advogados em
1842, mudou-se para Gainesville, Condado de Sumter, e abriu um escritório com
Turner Reavis. Alegadamente, Pettus era uma figura impressionante no tribunal,
com quase dois metros de altura e uma voz profunda. Pettus casou-se com Mary
Lucinda Chapman em 1838 ou 1844 (as fontes são discordantes), com quem teve
três filhos, dois dos quais morreram na infância, e duas filhas. Pettus serviu
como tenente na Guerra do México de 1847 a 1849 com um regimento dos
Voluntários do Alabama. Quando a guerra acabou, ele viajou para a Califórnia a
cavalo com amigos para participar da corrida do ouro. Ele voltou ao Alabama
dois anos depois, cruzando a América Central no istmo do Panamá; muitos anos
depois se oporia à construção do Canal do Panamá enquanto senador. Pettus
estabeleceu-se em 1851 em Carrollton, condado de Pickens. Depois de servir como
procurador do distrito (1853 – 1855) e juiz (1855), ele se mudou para Cahaba,
Condado de Dallas, onde morava quando a Guerra Civil estourou em 1961. Durante
o breve período do Alabama como república, Pettus era um comissário no
Mississippi, onde seu irmão, John J. Pettus, era governador. Em agosto de 1861,
foi eleito major da Vigésima Infantaria do Alabama, que ajudou a recrutar em
Cahaba. No mês de outubro seguinte, ele foi elevado ao posto de
tenente-coronel. Pettus provou ser um líder engenhoso em algumas operações mais
difíceis das campanhas ocidentais. Ele foi capturado em Vicksburg, Mississipi,
com uma fonte dizendo que ele escapou e foi para casa de seu irmão no
Mississippi; depois disso, ele se tornou coronel da Vigésima Infantaria do
Alabama após a morte do general Isham Garrett. Em 18 de setembro de 1863, foi
promovido a general de brigada, comandando o regimento Vigésimo, Vigésimo
Terceiro, Trigésimo, Trigésimo primeiro e Quadragésimo Sexto do Alabama. Pettus
participou em várias batalhas, incluindo Missionary Ridge e Nashville no
Tennessee e Kennesaw Montain na Geórgia. Poucos dias antes da rendição da
Confederação, Pettus foi gravemente ferido em uma das últimas escaramuças da
guerra. Após a recuperação Pettus estabeleceu outra
residência em Selma, condado de Dallas, retomou sua prática jurídica e se
tornou uma força poderosa na política do Alabama. No Partido Democrata, ele foi
presidente da delegação estadual a cada convenção nacional de 1872 a 1896. Em
1877, Petttus serviu como Grande Dragão da Ku Klux Klan no Alabama. Depois de
não conseguir garantir uma nomeação do presidente Grover Cleveland e insultado
por comentários sobre sua idade, aos 75 anos Pettus decidiu concorrer ao Senado
dos EUA em 1896. Em uma eleição que incluía John Hollis Bankhead, o governador
William C. Oates e o titular James L. Pugh, Pettus venceu a eleição. No Senado,
Pettus foi nomeado presidente do Comitê Judiciário por causa de sua ampla
experiência jurídica e serviu no Comitê de Assuntos Militares, no Comitê de
Descarte de Papel e no Comitê de Dotações do Exército. Ele apoiou o Gold
Standard Act de 1900 (que estabeleceu o ouro como padrão único para resgatar
papel-moeda, em contraste com aqueles que apoiavam o uso do ouro e da prata) e
impostos que beneficiavam grandes proprietários de terras. Ele se opôs à guerra
com a Espanha até que ela se tornasse realidade e também se opôs à Décima
Sétima Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que declarava que os
senadores dos Estados Unidos seriam eleitos diretamente pelos cidadãos do estado,
e não por seus legislativos. Durante o debate sobre o Canal do Panamá no
Congresso, Pettus apoiou conscienciosamente o senador do Alabama, John Tyler
Morgan, que sugeria que a construção do cana fosse na Nicarágua em vez de ser
no Panamá. Pettus também trabalhou para obter verbas para construir eclusas e
represas no rio Coosa e em Muscle Shoals, bem com solicitar verbas para outras
melhorias estaduais. As idades avançadas de Pettus (85) e Morgan (82) levaram o
Partido Democrata do Alabama a realizar uma eleição especial, chamada de
“sapato morto”, para escolher seus sucessores no caso de um ou ambos não
conseguirem completar seus mandatos. O congressista John Hollis Bankhead foi
escolhido como sucessor de Morgan, e Joseph F. Johnston como de Pettus. O movimento
incomum provou ser presciente. Em uma viagem de férias para Hot Springs,
Carolina do Norte, Pettus sofreu um derrame em 25 de julho de 1907 e morreu em
27 de julho. Ele está enterrado no cemitério de Live Oak em Selma. A ponte
Edmundo Pettus em Selma, mais tarde o local do Domingo Sangrento durante o
movimento pelos direitos civis, foi nomeada em sua homenagem. É uma ponte em
arco de aço medindo 250 pés projetada pelo conterrâneo de Selma, Henson
Stephenson, e concluída em 1940. A ponte foi nomeada em homenagem ao oficial
confederado e senador dos EUA. A ponte se tornou um símbolo da luta pelos
direitos civis no Alabama como resultado da marcha de Selma para Montgomery em
1965. Fonte: WATSON, Elbert
L. Carolina do Sul. University of South
Alabama in Encyclopedia of Alabama. Disponível em: http://encyclopediaofalabama.org/article/h-2962. Acesso
em 21 de dez. 2021.
[xci] Coordinating Council of Community Organizations (CCCO– Conselho Coordenador de Organizações Comunitárias) – Foi a organização local de Chicago que fez parceria coma Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC) para lançar o Movimento pela Liberdade de Chicago. Os detalhes da fundação e da sua organização são incertos. Suas primeiras ações importantes foram protestos, boicotes e marchas contra o superintendente da escola de Chicago, Benjamin Willis, no início dos anos 1960. Willis adotou uma política de minimizar a interação entre alunos negros e brancos no enorme sistema de escolas públicas de Chicago. As escolas em bairros negros sob sua supervisão sofriam de superlotação. Willis respondeu não realocando alunos, mas empregando salas de aula móveis e sessões duplas em escolas predominantemente para negros. Em 1964, o CCCO era chefiado por um professor negro, Alberty Raby, que logo se tornou um líder em tempo integral da organização. O CCCO era uma coalizão de grupos locais de direitos civis, incluindo o Congresso de Igualdade Racial de Chicago, os Amigos da Área de Chicago do SNCC, o Conselho Interracial Católico de Chicago e a Liga Urbana de Chicago. A presença do CCCO como um poderoso órgão estratégico local foi crucial para a seleção de Chicago para a primeira grande campanha do SCLC no Norte. Ainda assim, os objetivos divergentes das duas organizações e as diferenças de opinião entre as organizações locais e nacionais levaram a desentendimentos frequentes entre os dois grupos sobre o curso do movimento. O CCCO foi dissolvido no final de 1967, logo após o fim do movimento e a renúncia de Raby como convocador. Fonte: Disponível no Site The Middlebury Blog Network: Disponível em:https://sites.middlebury.edu/chicagofreedommovement/coordinating-council-of-community-organizations/. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcii] Albert Raby – Nascido
em 20 de fevereiro de 1933 e falecido em 23 de novembro de 1988. Organizador da
coalizão de grupos de direitos civis de Chicago conhecido como Conselho
Coordenador de Organizações Comunitárias (CCCO), trabalhou em estreita
colaboração com Martin Luther King Jr. de
1965 a 1967. Depois que King Jr. trouxe a Conferência de Liderança Cristã do
Sul (SCLC) para o norte para lançar sua Campanha de Chicago em janeiro de 1966,
ele disse a um repórter da Ebony que havia escolhido vir para aquela cidade
“principalmente por causa de Al Raby. Já fazia algum tempo que observara Albert
e devo dizer que fiquei enormemente impressionado com seu trabalho e com a sinceridade
de seu compromisso”. Raby nasceu em Chicago em 1933. Depois que seu pai morreu,
quando ele ainda era um bebê, sua mãe lutou para criar quatro filhos sozinha.
Antes e depois da escolar, Raby entregava mantimentos e vendia jornais, antes
de abandonar totalmente a escola sem terminar a oitava série. Quando ele tinha
20 anos, Raby foi convocado para o Exército. Após sua baixa no Exército, ele se
matriculou na escolar noturna, obtendo seus diplomas de ensino fundamental e
médio em dois anos. Ele então obteve um certificado de ensino no Chicago
Teathers College. Em 1960, Raby começou a lecionar para a sétima série em uma
escolar para negros. Em 1962 ele se envolveu ativamente com Professores para
Educação Integrada, um movimento local que exigia que a cidade abordasse a
desigualdade nas escolas. Como era delegado de professores para o CCCO que
surgia, Raby foi bastante ágil e logo foi escolhido como o convocador do CCCO,
tornando-o o principal organizador e porta-voz do grupo. Raby organizou com
sucesso um boicote escolar em 22 de outubro de 1963, levando 300 mil alunos a
não irem à escolar para exigir uma educação pública integrada e melhorada. As
manifestações aumentaram em junho de 1965, quando Raby e centenas de outras
pessoas foram presas enquanto bloqueavam um importante cruzamento no centro da
cidade. No início de julho de 1965, respondendo ao apelo de Raby por ajuda,
Martin Luther King Jr. concordou em ira a Chicago no final daquele mês para uma
mobilização de três dias, durante a qual ele e Raby falaram em mais de uma
dúzia de comícios nos bairros. Buscando chamar a atenção para a situação
difícil dos afro-americanos urbanos no norte, King Jr. e seus associados no
SCLC decidiram que deveriam ir para Chicago, mudando-se para lá em janeiro de
2966. Pouco depois, Raby e King Jr. tornaram-se copresidentes de uma nova
organização chamada Movimento pela Liberdade de Chicago, uma coalizão de CCCO,
SCLC e outras organizações de direitos civis de Chicago. Ao longo do ano, a
dupla colaborou em inúmeras manifestações, encontros comunitários e reuniões
com autoridades municipais enquanto tentava acabar com a educação racista,
problemas de habitação e práticas contra o desemprego. Raby estava co King Jr.
quando segregacionistas nos distritos de Lawn e Gage Park de Chicago atiraram
pedras nos manifestantes, que defendiam a construção de moradias. Em Agosto de
1966, os esforços da campanha culminaram em um acordo de cúpula sobre moradia
entre empresários imobiliários, grupos cívicos e religiosos, o prefeito Richard
Daley e o Movimento pela Liberdade de Chicago. Embora os líderes governamentais
e empresariais da cidade tenham concordado com várias concessões de habitação,
o acordo ficou aquém de alcançar a dessegregação em toda a cidade. Embora King
Jr. e Raby tenham continuado a trabalhar juntos em 1967, o SCLC mudou
amplamente suas prioridades de Chicago, deixando para trás seu programa de
Operação Celeiro sob a liderança de Jesse Jackson. Raby pediu demissão do CCCO
em 1967 para estudar história na Universidade de Chicago. Em 1970, ele entrou
para a política com delegado da Convenção Constitucional de Illinois e, em
1973, começou a trabalhar na administração do governador de Illinois, Dan
Walker, como contato com a autoridade habitacional do estado. Depois de perder
uma eleição apertada para vereador de Chicago em 1975, ele ingressou no governo
do presidente Jimmy Carter em Washington D.C. Dois anos depois, Raby estava em
Gana trabalhando como diretor de voluntários do Peace Corps. Ele retornou a
Chicago em 1982 para comandar a campanha eleitoral bem-sucedida do primeiro
prefeito negro de Chicago, Harold Washington. Raby mais tarde serviu na
Comissão de Relações Humanas da Cidade. Raby morreu de ataque cardíaco em 1988,
aos 55 anos. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/raby-albert. Acesso em
23 de dez. 2021.
[xciii] Marquette Park (Chicago) – Maior parque do lado sudoeste de Chicago, Illinois, EUA, possuindo 323
acres (1,31 Km²), está localizado a 41,768° N e 87,703° W no bairro de Chicago
Lawn. O parque leva o nome do Padre Jacques Marquette (1637 – 1675). Faz parte
de um sistema de 14 parques projetados em 1903 pelos irmãos Olmsted, sendo o
maior dos revolucionários parques de bairros criados pela South Park Comission
no início do século XX. O superintendente na época J. Frank Foster imaginou os
“novos parques como ‘espaços para respirar’ com belo paisagismo que forneceriam
serviços educacionais e sociais aos congestionados bairros de imigrantes da
cidade”. “Os reformadores sociais lançaram um movimento de playground para
criação de parques adicionais”. Em 1899 e 1903, a legislatura estadual autorizou
as três comissões de parques: Lincoln Park Commission, West Part Commission e
South Park Commission, para adquirir propriedades para novos parques. “A South
Park Commission abriu um sistema de 10 parquess de bairro inovadores em 1905,
que logo inspirou parques semelhantes nos sistemas West e Lincoln Park e em
outras cidades dos EUA. Os planos originais para o Marquette Park previam “um
campo de golf em duas ilhas rodeadas por lagoas naturais; ginásios internos e
externos; piscinas e piscinas rasas; playground infantil; jardins formais; e um
bosque de concertos”. Devido ao seu tamanho, a construção do parque foi mais
lenta do que a maioria dos outros no sistema, e várias características do plano
original foram abandonadas devido dificuldades com a paisagem. Ainda assim, em
1913, o campo de golfe de 18 buracos foi inaugurado e “em 1917, o parque
incluía campos de jogos, um parque infantil, quadra de tênis, casas de
propagação para o berçário e um grande abrigo de golfe de design clássico”. No
início dos anos 1930, a Grande Depressão causou a falência de todos os
distritos do parque. Em 1934, as 22 agências Independentes foram consolidadas
no Chicago Park District. Após a consolidação das comissões do parque de
Chicago no Chicago Park District em 1934, os funcionários do parque
redesenharam o abrigo de golfe, construíram estações de conforto e expandiram
trilhas para caminhada no parque para incluir as ilhas. Em 1935, o apoio
público ajudou a garantir uma estátua, localizada no canto nordeste do parque
perto da West Marquette Road e da South California Avenue, em homenagem aos
aviadores lituano-americanos Steponas Dariu e Stasys Girenas que morreram
durante o voo transatlântico do Lituanica. Um grande monumento de pedra de
granito homenageando aqueles que serviram na área durante a Primeira Guerra
Mundial pode ser encontrado no canto noroeste do parque, perto da West
Marquette Road e South Homan Avenue. Montada nesta pedra está uma placa de
bronze que diz: “Esta placa e o olmo adjacente estão aqui como um memorial para
aqueles desta comunidade que serviram na Guerra Mundial de 1914 a 1918”. O
Marquette Parque e o bairro ao redor dele se tornaram famosos por serem palcos
de muitos comícios violentos e racialmente carregados entre os anos 1960 e
1980. A SCLC (Conferência de Liderança Cristã do Sul), presidida pelo Dr.
Martin Luther King Jr., decidiu levar seu protesto ao norte em 1966. Durante o
Movimento pela Liberdade de Chicago, King Jr. liderou um grupo de manifestantes
nas áreas habitadas de brancos perto do Parque Marquette em Chicago. Uma
multidão de 4 mil residentes do Marquette Park se reuniu para assistir a
marcha, alguns agitando bandeiras confederadas ou jogando garrafas, tijolos e
pedras nos manifestantes. Uma das pedras atingiu King Jr. na cabeça acima de sua
orelha direita, mas ele não ficou gravemente ferido e continuou a marcha. Os
moradores do Parque Marquette também apedrejaram carros e ônibus que
transportavam negros e, após a marcha entraram em confronto com a polícia. É um
equívoco comum que o incidente em o Dr. Martin Luther King Jr. foi atingido por
uma pedra tenha acontecido no subúrbio de Chicago, chamado de Cícero, em vez de
Marquette Park, mas o Movimento pela Liberdade de Chicago nunca marchou em
Cícero. O incidente em Marquette Park foi parte dos protestos liderados pelo
Movimento pela Liberdade de Chicago, do qual Martin Luther King Jr. era
copresidente. Foi uma campanha de um ano por moradias, iniciada em janeiro de
1966, quando King Jr. e sua esposa Coretta se mudaram para uma favela de North
Lawdale, no lado oeste de Chicago. King Jr. e o SCLC e o movimento queriam
fazer de Chicago uma cidade racialmente aberta. Eles queriam que fosse um lugar
onde todos pudessem comprar casas ou alugar apartamentos sem medo de ataques
raciais. A marcha não teve sucesso que King Jr. e o SCLC esperavam. Um acordo
bastante vago foi firmado com o prefeito de Chicago, Richard J. Daley, contendo
promessas (não cumpridas) de legislação habitacional aberta e melhoria nas
condições de vida. Esta marcha foi parte de uma série de marchas coordenadas
pelo Movimento de Liberdade de Chicago – uma união do SCLC de King Jr. e do
CCCO (Conselho Coordenador das Organizações de Chicago), liderado pelo
copresisente de King Jr. em Chicago, professor Al Raby. Em 2016, um memorial a
Martin Luther King Jr. foi erguido no parque. Na década de 1970, o líder do
Partido Nacional Socialista da América, Frank Collin, regularmente fazia
manifestações no parque. Depois que o Chicago Park District baniu Collin e seus
nazistas, ele propôs uma marcha no subúrbio judeu de Skokie. Uma decisão da
Suprema Corte no caso Partido Nacional Socialista da América versus Vila de
Skokie, ordenou que a marcha fosse permitida com base na primeira emenda. Para
evitar um confronto violento com a Liga de Defesa Judaica, a ACLU em que a NSPA
não marcharia em Skokie, mas em vez disso, Chicago permitiria que o grupo
retornasse ao parque. Na tarde de sexta-feira, 8 de dezembro de 1972, o voo 553
da United Airlines caiu dois quarteirões a oeste do parque em uma área residencial,
matando 43 pessoas a bordo e duas no solo. O Boing 737 – 222 estava se
aproximando do aeroporto Midway e o acidente foi atribuído a um erro do piloto;
houve 18 sobrevivente, incluindo os três comissários de bordo. Entre as vítimas
fatais estavam o congressista George W. Collins e a correspondente da CBS News,
Michele Clark. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Marquette_Park_(Chicago). Acesso
em 23 de dez. 2021.
[xciv] Richard Joseph Daley – Nascido
em 15 de maio de 1902 em Chicago, Illinois, EUA e falecido em 20 de dezembro de
1976, também em Chicago. Foi prefeito de Chicago de 1955 até sua morte em 1976;
ele foi reeleito a cada quatro anos até 1975. Daley foi chamado de “o último
grande patrão da cidade” por causa do seu controle rígido da política de
Chicago por meio de um patrocínio generalizado de empregos. Ele alcançou grande
poder na política nacional do Partido Democrata. Admitido na ordem dos
advogados de Illinois em 1933, Daley serviu como deputado estadual e senador
(1936 – 1946), diretor estadual de receita (1948 – 1950) e escrivão do Condado
de Cook (1950 – 1955) antes de ser eleito prefeito. Durante sua gestão na
prefeitura de Chicago, ganhou confiança da comunidade empresarial por meio de
projetos de renovação urbana e construção de rodovias em grande escala e por
meio de uma reforma radical no departamento de polícia. A administração Daley
foi criticada, entretanto, por sua relutância em relação à segregação para
aquisição de moradia para negros e também devido à segregação nas escolas
públicas, além do encorajamento de construções vendidas no centro da cidade e
pelas demonstrações de autoritarismo durante a Convenção Nacional Democrata de
1968. Seus últimos anos de mandato houveram vários escândalos com membros da
sua administração, que acabaram manchando também o nome de Daley. O filho mais
velho de Dayle, Richard M. Daley, foi prefeito de Chicago de 1989 a 2011.
Richard Michael Daley. Nascido em 24 de abril de 1942 em Chicago, Illinois,
EUA, foi um advogado e político americano, que foi eleito prefeito de Chicago
em 1989 e que desempenhou um papel importante para transformar-la em uma
dinâmica cidade internacional. Richard M. Daley é o primeiro filho de Richard
Joseph Daley, que foi prefeito de Chigago de 1955 a 1976 e era considerado “o
último chefão de Chicago”. O jovem Daley formou-se na DePaul University em 1964
e em direito em 1968. Ele foi eleito pelo Partido Democrata para o Senado por
Illinois em 1972 e serviu até 1980. Naquele ano, tornou-se procurador do estado
de Illinois em Cook. Na corrida para prefeito de Chicago em 1983, Daley
concorreu sem sucesso contra os titulares Jane Byrne e Harold Washington pela
indicação democrata. Washington venceu e se tornou o primeiro afro-americano
prefeito da cidade de Chicago. No ano seguinte, Daley foi reeleito procurador
do estado. Depois que Washington morreu no cargo em 1987, Daley venceu uma
eleição especial para prefeito em 1989 e foi vitorioso com facilidade nas
eleições subsequente. Desde o início, Daley procurou criar a imagem de uma
cidade administrada profissionalmente e muito bem gerida. Ele trabalhou para
tornar Chicago favorável a desenvolvimento de negócios e supervisionou um boom
de desenvolvimento à medida que a cidade se tornava importante destino para
diversos profissionais. Daley recebeu elogios por se concentrar em questões de
qualidade de vida, revitalizando as margens do lago de Chicago – destacado pela
abertura em 2004 do Millennium Park, que possui jardins, esculturas e uma sala
de concertos ao ar livre, projetada por Frank Gehry – onde se planou milhares
de árvores em toda a cidade. Além disso, Daley envolveu-se em grandes esforços
para trazer os Jogos Olímpicos de 2016 para Chicago; em 2007, a cidade foi
escolhida com candidata dos Estados Unidos para sediar os Jogos de 2016, mas
Chicago acabou perdendo a candidatura para o Rio de Janeiro. No entanto,
críticas e controvérsias também cercaram Daley. À medida que a cidade se
enobreceu, alguns reclamaram que os benefícios do desenvolvimento não se
espalharam por todas as partes da cidade igualmente. Em 1995, Daley assumiu o
controle das escolas públicas de Chicago e fez esforços para aumentar as taxas
de graduação e os níveis de leitura, mas o sucesso foi apenas razoável. Em
2005, mesmo ano em que a revista Time o listou como um dos cinco melhores
prefeitos de cidades grandes do país, um escândalo eclodiu sobre as práticas de
contratação da cidade. Vários funcionários da cidade foram indiciados e
posteriormente condenados por aceitar suborno e promover candidatos menos
qualificados e politicamente ligados à administração em detrimento de outros.
Embora Daley tenha sido interrogado como parte da investigação federal, ele não
foi acusado e negou qualquer envolvimento nas atividades ilegais. Ele enfrentou
outra dificuldades enquanto o déficit orçamentário da cidade aumentava. Em um
esforço para aumentar a receita, ele apoiou a privatização de certas operações
do governo e, em 2008, a cidade concedeu seu sistema de paquímetros por 1,6
bilhões de dólares. O negócio recebeu muitas críticas, especialmente depois que
os preços dos estacionamentos aumentaram consideravelmente. Daley também foi
uma força motriz por trás da iniciativa de ter Chicago como sede dos Jogos
Olímpicos de Verão de 2016. Em 2007, a cidade foi escolhida como a cidade-sede
dos EUA, mas em outubro de 2009 foi eliminada no primeiro turno de votação do
Comitê Olímpico Internacional. Em setembro de 2010, Daley anunciou que não se
candidataria à reeleição no ano seguinte e, em dezembro de 2010, ultrapassou o
pai e se tornou o prefeito de Chicago com mais tempo no cargo. Ele deixou a
prefeitura em 16 de maio de 2011. Fonte: GILLETT, Charlie. Site Enciclopédia
Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Richard-M-Daley. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcv] Jesse Louis Jackson – Em 1966, Jesse Jackson começou a liderar a Operation Breadbasket (Operação Cesta de Pão), um programa da SCLC (Southern Christian Leadership Conference) em Chicago. Frequentemente visto como protegido de Martin Luther King Jr., Jackson rapidamente conquistou um lugar no círculo íntimo de King Jr. Embora King Jr. achasse a ambição de Jackson perturbadora às vezes, o vice-presidente executivo do SCLC, Andrew Young, chamou Jackson de “um líder nato”. Jesse Louis Jackson nasceu em Greenville, Carolina do Sul, em 8 de outubro de 1941, filho de mãe adolescente e solteira. Jackson foi aluno de honra e presidente de classe no ensino médio e recebeu uma bolsa de estudos para atletas na Universidade de Illinois em 1959. Ele voltou para a Carolina do Sul após um ano, entretanto, transferindo-se para o North Carolina A&T College d Greensboro. Em Greensboro, ele se tornou ativo no movimento pelos direitos civis, juntando-se ao capítulo local do Congresso da Igualdade Racial (CORE) e participando de sit-ins (ocupações) e manifestações. Ciente do trabalho do SCLC na época, um precoce Jackson escreveu a King Jr.: “Prezado Senhor, acho que você nunca levará Deus a Albany, Geórgia. Pois Ele é sábio o suficiente para esperar até que E = MC² traga mudanças. Boa sorte, porém!” Em 1964, Jackson se formou na faculdade e mudou-se para Chicago com uma bolsa Rockefeller para estudar no Seminário Teológico de Chicago. Em março de 1965, ele organizou com um grupo de colegas estudantes para ir de carro até Selma, no Alabama, em resposta ao chamado de Martin Luther King Jr. por apoiadores da campanha local pelo direito de voto. Antes de retornar a Chicago, Jackson pediu a Ralph Abernathy um cargo na equipe do SCLC, a fim de lançar as bases para a Campanha de Chicago. Embora King Jr. mal conhecesse Jackson, ele arriscou e o cedeu um cargo. Em janeiro de 1966, King Jr. mudou-se para Chicago para lançar o movimento do norte do SCLC. Jackson logo abandonou o seminário para ajudar King Jr. em tempo integral, tornando-se coordenador de Chicago do programa de desenvolvimento e capacitação econômico do SCLC, e a Operação Breadbasket. King Jr. ficou impressionado com a capacidade de Jackson de liderar a Operação Breadbasket, dizendo: “Nós sabíamos que ele faria um bom trabalho, mas ele fez muito mais que um bom trabalho”. Jackson foi logo promovido a líder nacional da Operação Celeiro. King disse a um público de Chicago que ninguém poderia ser “mais eficaz” do que Jackson. Apesar dos elogios de King Jr. ao trabalho de Jackson, alguns dias antes do assassinato de King Jr. ele criticou Jackson por seguir sua própria agenda em vez de apoiar o grupo. Jackson magoado com a desaprovação do seu mentor, disse-lhe: “Tudo vai ficar bem”. King Jr, respondeu com raiva que tudo não ia ficar bem e que ele precisava que Jackson e toda a equipe do SCLC trabalhassem em prol de uma visão comum para os EUA. King Jr. e Jackson se reconciliaram em Memphis, Tennessee, depois que King Jr. ligou para Jackson em Chicago e pediu-lhe para se juntar a ele. Jackson estava conversando com King Jr. de baixo da varanda do Lorraine Motel quando King foi morto. Após a morte de Martin Luther King Jr. em abril de 1968, Jackson continuou a dirigir a Operação Celeiro. Seguindo os passos de King Jr., ele foi ordenado ministro batista. Artigos de jornais após a morte de King Jr. o chamaram de “sucessor de Martin Luther King Jr.” e escreveram sobre ele como “o líder negro mais persuasivo no cenário nacional” (“Líder dos Direitos Emergentes”). Apesar das tensões entre a liderança do SCLC, Jackson permaneceu no SCLC até 1971, quando formou sua própria organização, People United to Save Humanitary (PUSH). Em 1984, Jackson fundo a National Rainbow Coalition, uma organização de justiça social, e buscou a indicação presidencial no Partido Democrata, ganhando 3,5 milhões de votos e ajudando a registrar um milhão de novos eleitores. Em sua segunda tentativa de indicação em 1988, Jackson venceu várias primárias antes de ser derrotado pelo governador de Massachusetts, Michael Dukakis. Em 1996, a National Rainbow Coalition se fundiu com a PUSH para formar a Rainbow/PUSH Coalition. A mais recente organização de Jackson, o Wall Street Project, continua a missão da Operação Breadbasket de criar oportunidades econômicas para as minorias. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/jackson-jesse-louis. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcvi] Operation Breadbasket (Operação Cesta de Pão) – 23 de outubro de 1962. Em 1962, a SCLC (Southern Christian Leadership Conference) lançou a Operação Breadbasket em Atlanta, Geórgia e era baseada numa operação congênere, a Operação Celeiro. De acordo com Martin Luther King Jr.: “A premissa fundamental do Celeiro é simples. Os negros não precisam patrocinar um negócio que lhes nega empregos ou promoção (ou) simples cortesia”, continua King Jr., “Muitos negócios de varejo e indústrias de consumo”, explicou ele, “esgotam o gueto vendendo aos negros sem devolver à comunidade nenhum dos lucros por meio de práticas justas de contratação”. A Operação Celeiro foi modelada a partir de um programa de patrocínio seletivo desenvolvido por Leon Sullivan na Filadélfia, Pensilvânia. King Jr. trouxe Sullivan para Atlanta em outubro de 1962 para se encontrar com os ministros locais sobre a replicação do programa. A Operação Cesto de Pão (breadbasket) usou o poder persuasivo dos ministros negros e a força organizadora das igrejas para criar oportunidade econômicas nas comunidades negras. O grupo obteve estatísticas de emprego para indústrias que vendiam seus produtos em comunidades negras e, se essas estatísticas demonstrassem que os negros estavam subempregados ou restritos a cargos subalternos, os ministros da Operação Celeiro pediam à empresa para “negociar uma prática de emprego mais justa”. Se a empresa recusou, o clero encorajava seus paroquianos a boicotar produtos selecionados e piquetes a empresas que vendiam esses produtos. Em 1967, a Breadbasket de Atlanta havia negociado empregos gerando um total de 25 milhões de dólares por ano em novas receitas para a comunidade negra. A operação Breadbasket se expandiu para Chicago em 1966 como parte da Campanha de Chicago do SCLC. King Jr. chamou-o de “programa de um sucesso espetacular” do SCLC em Chicago. Sob a liderança do estudante do Seminário Teológico de Chicago, Jesse Jackson, a Breadbasket visou cinco negócios na indústria de laticínios. Enquanto três empresas negociaram para adicionar empregos negros imediatamente, duas concordaram apenas após boicotes. A Operação Cesta de Pão em Chicago passou a ter como alvo as engarrafadoras da Pepsi e da Coca-Cola, e depois as redes de supermercados, ganhando 2 mil novos empregos no valor de 15 milhões por ano em novas receitas para a comunidade negra nos primeiros 15 meses de sua operação. Indo além dos empregos e patrocínio para negócios de propriedade de negros, a Operação Breadbasket com sede em Chicago tornou-se um evento cultural, focado em workshops semanais de sábado, que atraiu milhares de pessoas para ouvir Jackson pregar pessoalmente e também no rádio. Jackson se tornou o diretor nacional dos programas da Operação Breadbasket em 1967. Após o assassinato de King Jr. em 1968, Jackson continuou a liderar o programa; no entanto, surgiram tensões entre Jackson e o novo líder do SCLC, Ralph Abernathy, sobre a arrecadação de fundos e a localização da sede nacional do Celeiro. Abernathy queria que Jackson mudasse o Breadbasket de Chicago para Atlanta no início de 1971, mas Jackson recusou e renunciou ao SCLC em dezembro. Uma semana depois, ele lançou sua própria organização de capacitação econômica chamada Operação PUSH (People United to Save Humanity). A Operação Cesto de Pão de Chicago continuou ao longo do ano seguinte, passando por várias mudanças de lideranças antes de sua eventual extinção. Fonte: Stanford. The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute. Disponível em: https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/operation-breadbasket. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcvii] CIA (Central Intelligence Agency – Agência Central de Inteligência) – Principal agência de inteligência estrangeira e contraespionagem do governo dos EUA. Criada formalmente em 1947, a Agência Central de Inteligência (CIA) surgiu a partir da Segunda Guerra Mundial originada anteriormente no Escritório de Serviços Estratégicos (OSS). Os esforços anteriores de inteligência e contraespionagem dos Estados Unidos foram conduzidos pelos militares e pelos agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation) e sofrendo duplicação, competição e falta de coordenação nas ações de inteligência, problemas que afetam, até certo ponto, a agência mesmo no século XXI. Os Estados Unidos foram a última das grandes potências a estabelecer uma agência de inteligência civil responsável pela coleta de informações secretas para os formuladores de políticas estratégicas, tanto civis, diplomáticas e militares. Antes de 1942, o país não tinha nenhuma agência de inteligência civil. As informações coletadas de forma assistemática pelo Escritório de Inteligência Naval, pela inteligência do Exército dos EUA e pelo FBI. As informações coletadas raramente eram compartilhadas com outras agências governamentais e às vezes nem mesmo eram fornecidas aos formuladores de políticas do governo. Um exemplo trágico, por causa das rivalidades entre os escritórios de inteligência do Exército e da Marinha, que não queriam comprometer a “segurança” de suas informações, o presidente Franklin Delano Roosevelt não recebeu informações confidenciais sobre o Japão nos meses anteriores ao ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941. Em junho de 1942, Roosevelt criou o OSS para reunir em uma única organização as vertentes fragmentadas e descoordenadas da inteligência sobre as potências estrangeiras em relação aos Estados Unidos. Um escritório semelhante para esse fim, o Escritório do Coordenador de Informações, tina sido criado em julho de 1941, porém, havia fracassado como resultado da pressão hostil do Departamento de Estado e dos serviços de inteligência militar e também do FBI. William J. (“Wild Bill”) Donavan, que incentivou Roosevelt a criar uma agência de informações, tornou-se o chefe do OSS após sua fundação e foi o grande responsável por construir a organização e por melhorar sua capacidade de realizar análises de inteligência econômica e política para gestores políticos seniores (Roosevelt descreveu Donavan como um homem que tinha 100 novas ideias por dia, das quais 95 eram terríveis – embora ele acrescentasse que poucos homens tiveram 5 boas ideias em suas vidas. Donavan apoiou o uso de venenos exóticos contra alvos inimigos e uma vez propôs o uso de morcegos para lançar aramas incendiárias contra o Japão). No decorrer da Segunda Guerra Mundial, o OSS, com uma equipe de aproximadamente 12 mil funcionários, coletou e analisou informações sobre áreas do mundo nas quais as forças militares dos EUA estavam operando. Usou agentes dentro da Europa ocupada pelos nazistas, incluindo Berlim; realizou atividades de contrapropaganda e desinformação; produziu relatórios analíticos para formuladores de políticas; encenou “operações especiais” (por exemplo, sabotagem e demolição) atrás das linhas inimigas para apoiar guerrilheiros e combatentes da resistência. Antes da invasão da Normandia pelos Aliados em junho de 1944, mais de 500 agentes do OSS trabalhavam na França ocupada. Entre os relatórios encomendados ao OSS estavam as avaliações da indústria alemã e capacidade de fazer guerra e um perfil psicológico do ditador alemão Adolf Hitler que concluiu que ele provavelmente cometeria suicídio se a Alemanha fosse derrotada. Sob a direção capaz, embora não ortodoxa, de Donavan, o OSS foi notavelmente eficaz, apesar da inexperiência inicial da maioria de seu pessoal. Apesar de seus sucessos, o OSS foi desmantelado no final da guerra. Em 1946, o presidente Harry S. Truman, reconhecendo a necessidade de um estabelecimento coordenado de inteligência pós-guerra, criado por ordem executiva seria um Grupo Central de Inteligência e uma Autoridade Nacional de Inteligência, os quais recrutaram ex-membros importantes do OSS. Como na época do OSS, havia problemas de desconfiança e rivalidade entre a nova agência civil e os serviços de inteligência militar e o FBI. Em 1947, o Congresso aprovou a Lei de Segurança Nacional, que criou o Conselho de Segurança Nacional (NSC) e, sob sua direção, a CIA. Com amplo poder para conduzir operações de inteligência estrangeira, a CIA foi encarregada de assessorar o NSC em questões de inteligência, correlacionar e avaliar as atividades de inteligência de outras agências governamentais e realizar outras atividades de inteligência conforme o NSC pudesse exigir. Embora não tenha acabado coma as rivalidades com os serviços militares e o FBI, a lei estabeleceu a CIA como o serviço de inteligência mais proeminente do país. A agência era popularmente considerada a contraparte estado-unidense da agência da União Soviética, a KGB (dissolvida em 1991), embora, ao contrário da KGB, a CIA fosse proibida por lei (Lei de Segurança Nacional) de conduzir operações de inteligência e contraespionagem em solo doméstico. Em contraste, a maioria das operações da KGB ocorreram dentro da União Soviética e contra cidadãos soviéticos. A CIA é chefiada por um diretor e um vice-diretor, dos quais apenas um pode ser oficial militar. Até 2004, o diretor de inteligência central (DCI) era responsável por gerenciar todas as atividades de coleta de inteligência dos Estados Unidos – pela Reforma da Inteligência e ao Ato de Prevenção ao Terrorismo de 2004, um diretor e um vice-diretor de inteligência nacional, responsável por coordenar as atividades de todas as agências dos EUA envolvidas na coleta de dados de inteligência, incluindo a CIA, foram nomeados pela primeira vez em 2005 – retirado de vários campos, incluindo não apenas inteligência, mas também militar, política e empresarial. O DCI atua como o principal conselheiro de inteligência do presidente e muitas vezes é seu confidente íntimo. Alguns diretores de inteligência desempenharam papéis essenciais na formulação da política externa dos EUA – por exemplo, Allen W. Dulles durante a administração Dwight D. Eisenhower (1953 – 1961) e William Casey durante o governo Ronald Reagan (1981 – 1989) – embora outros, particularmente durante o governo Bill Clinton (1993 – 2001), tenham sido menos importantes a esse respeito. A CIA está organizada em quatro grandes diretorias: 1.ª) A Diretoria de Inteligência – analisa as informações coletadas por meios abertos de fontes como a mídia de notícias e por meios secretos de agentes de campo, fotografias de satélite e interceptação de telefone, celular e outras formas de comunicação, essas análises tentam incorporar a inteligência de todas as fontes possíveis (Durante a Guerra Fria, a maior parte desse trabalho concentrou-se nas forças armadas e no complexo militar-industrial da União Soviética. 2.ª) A Diretoria de Operações – responsável pela espionagem (ou seja, espionagem ou coleta clandestina de inteligência) e operações secretas especiais e muitas vezes ilegais, incluindo subversão – as atividades clandestinas são realizadas sob vários disfarces, incluindo a capa diplomática usada por praticamente todos os serviços de inteligência, bem como corporações e outras empresas de “fachada” que a CIA cria ou adquire, apesar da natureza elaborada de algumas operações secretas, tais atividades representam apenas uma pequena fração do orçamento geral da CIA. 3.ª) A Diretoria de Ciência e Tecnologia – responsável por manter a agência a par dos avanços científicos e tecnológicos, pela realização de operações técnicas (por exemplo, coordenação de inteligência de satélites de reconhecimento) e por supervisionar o monitoramento da mídia estrangeira – durante a Guerra Fria, o material recolhido de reconhecimento aéreo produziu informações detalhadas sobre questões tão variadas quanto a safra de grãos soviética e o desenvolvimento de mísseis balísticos soviéticos – as informações obtidas por meio desses satélites era críticas para o processo de controle de armas, acordos alcançados durante o SALT (Strategic Arms Limitation Talks) na década de 1970 mencionou especificamente o uso de satélites para monitorar o desenvolvimento de arma, sendo que essa Diretoria é fundamental na concepção de satélites espiões e na interceptação das comunicações de outros países. 4.ª) A Diretoria de Administração – responsável pelas finanças e assuntos pessoais da CIA, ela também contém o Escritório de Segurança, que é responsável pela segurança do pessoal, instalações e informações, bem como por descobrir espiões dentro da CIA. Fonte: PRINGLE, Robert W. Fonte: GILLETT, Charlie. Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Central-Intelligence-Agency. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcviii] National Mobilization Committee to End The War in Vietnam (Comitê de
Mobilização Nacional para Acabar com a Guerra do Vietnã) – Conferência não
excludente de grupos que se opunham ao envolvimento dos EUA no Vietnã em “sua
interferência ilegal e imoral nas vidas e fortunas de um povo a dez mil milhas
da América”. Esses grupos começaram durante o verão de 1966, quando um grupo
intercolegial do corpo docente conhecido como Comitê Interuniversitário para
Debate sobre Política Externa, organizou o primeiro campus de ensino sobre o
Vietnã em 1965, e convocou uma conferência nacional sobre os oponentes da
guerra em 10 e 11 de setembro em Cleveland, Ohio. Nessa conferência, foi criado
o Comitê de Mobilização do dia 8 de Novembro. O comitê atuou como um grupo
nacional que planejava chamar a atenção a guerra cada vez mais violenta e
brutal durante o período pré-eleitoral naquele outono. Robert Greenblatt
(professor Cornell e membro do Comitê Interuniversitário para Debate Sobre
Política Externa), Edward Keating (editor de Ramparts) e Sidney Peck (professor
da Western Reserve University e também membro do Comitê Interuniversitário)
eram as principais lideranças deste movimento. Após as eleições de novembro de
1966, em uma reunião em 26 de novembro, o Comitê de Mobilização de 8 de
Novembro se organizou formalmente no Comitê de Mobilização da Primavera para o
Fim da Guerra do Vietnã, comumente conhecido como “o MOBE”. Sua principal
tarefa na época era organizar um comício em massa em 15 de abril de 1967, tanto
na cidade de New York quanto em São Francisco. Após essa manifestação, o grupo
mudou seu nome para Comitê de Mobilização Nacional para Acabar com a Guerra do
Vietnã. O MOBE inicialmente tinha dois escritórios principais: um na Broadway
em New York e outro em San Francisco, com um escritório regional em Los
Angeles. Em 1968, a sede de New York foi transferida para a Beekman Street até
março de 1969, quando o grupo foi convidado a desocupar o escritório. O
reverendo James Bevel era seu diretor nacional. O principal objetivo do MOBE
era mobilizar a opinião pública contra a Guerra do Vietnã e contra outras
injustiças da sociedade como a desigualdade racial vivida pelos negros
estado-unidenses. Ele procurou fundir uma coalizão de grupos de paz existentes
e desencadear a formação de novos grupos de ação em todo o país. Fez isso
organizando manifestações de protesto em massa nas principais cidade
estado-unidenses, enviando um delegação diretamente ao presidente Johnson,
distribuindo panfleto ao Congresso em uma campanha de ação direta não violenta,
apoiando projetos de programas de resistência e pedindo a libertação dos
negros. A.J. Muste concluiu um de seus apelos de resistência contra a guerra
com a pergunta: “O que estamos esperando?” (“What are we waiting for?”), este
se tornou o lema do MOBE. O MOBE esteve mais ativo durante o ano de 1967,
quando organizou dois grandes comícios. As primeiras manifestações em massa
foram realizadas em 15 de abril, tanto na cidade de New York, onde 400 mil
manifestantes se reuniram em Sheep Meadow no Central Park e caminharam até as
Nações Unidas, quanto em San Francisco, onde 75 mil pessoas apoiaram a
manifestação. Os palestrantes em New York incluíram o Dr. Benjamin Spock,
Stokely Carmichael e Dr. Martin Luther King Jr. em 21 de outubro, 150 mil
pessoas se reuniram em Washington D.C. para “Confrontar os Warmakers”. A parada
marchou até o Pentágono em meio a 2.500 militares e agentes federais e 700
prisões, sob a acusação de brutalidade policial por parte do grupos pacifistas.
Todos esses eventos receberam cobertura da imprensa nacional, aumentando a
conscientização sobre o crescente sentimento antiguerra. Em 1968, o MOBE propôs
mudar “da dissidência para a resistência”. O anúncio do presidente Johnson em
março de reduzir drasticamente o bombardeio do Vietnã do Norte produziu um
padrão de contenção temporário nas ações do MOBE e de outros grupos pacifistas.
Em abril, o MOBE cooperou com os Estudantes por uma Sociedade Democrática em
“Dez Dias de Protesto”. Em agosto, eles participaram das manifestações em
Chicago em torno da Convenção Nacional Democrática, que resultou em três dias
de tumulto entre os manifestantes e a polícia do prefeito Daley. Como
resultado, o líder do MOBE Dave Dallinger foi indiciado no início de 1969 e
acusado de conspirar para causar distúrbios em Chicago. O MOBE pediu uma
campanha de greve eleitoral em novembro, argumentando que nenhum dos candidatos
presidenciais (Nixon e Humphrey Wallace) era um verdadeiro candidato pela paz.
Em janeiro de 1959, o enfraquecido MOBE participou das manifestações inaugurais
quando Nixon foi empossado presidente. Naquele verão, remanescentes do MOBE se
reconstituíram no Comitê de Nova Mobilização para Acabar com a Guerra do
Vietnã, com sede em Washington D.C. Este grupo se dividiu durante 1970 com
alguns membros ingressando na Coalizão de Ação pela Paz Nacional (NPAC) e
outros na Coalizão Popular pela Paz e Justiça (PCPJ). Como muitas de suas
organizações de paz durante aquele período conturbado, o MOBE foi acusado de
abrigar comunistas e hippies. Tentou apoiar os protestos de guerra e libertação
negra sem comprometer com nenhum dos dois. Sua ênfase em protestos não
violentos foi frequentemente prejudicada pela cobertura da imprensa que enfocou
atos de violência ocorridos durante os protestos em massa. O MOBE conseguiu, no
entanto, mostrar aos estado-unidenses a crescente hostilidade contra a guerra
entre civis e soldados e apoiar o aumento dos direitos do afro-americanos. Os
registros do Comitê de Mobilização Nacional para Acabar com a Guerra do Vietnã,
MOBE, incluem atas esparsas (setembro de 1966 a dezembro de 1968) de seus
comitês administrativos e de trabalho, bem como de outros comitês menores. Há
comunicados e correspondências tanto da MOBE nacional quanto da regional,
cobrindo todo o período de sua existência e também correspondência nacional e
internacional (1966 – 1969). O material pertencente a eventos específicos da
MOBE inclui propostas, pacotes, publicações, textos de discursos, reportagens e
memorandos. Uma seção de Referência contém informações de interesse para o MOBE
e há correspondência recebida por eles de outras organizações. Há reportagens
de jornais e editoriais de todas as partes do país, maioria descrevendo as
manifestações de massa do MOBE realizadas em 1967. Os correspondentes incluem
James Bevel, Dave Dellinger, A.J. Muste e Sidney Peck. Fonte: Site Coleção da Paz do Swarhmore College. Disponível em: https://www.swarthmore.edu/library/peace/DG051-099/dg075nmc.htm. Acesso em 23 de dez. 2021.
[xcix]
Muhammad Ali (Cassius Clay) – (1942 – 2016). Foi um pugilista
estado-unidense, considerado um dos maiores boxeadores da história. Muhammad
Ali, foi o nome adotado por Cassius Marcellus Clay Jr., nascido na cidade de
Louisville, Kentuchy, EUA, no dia 17 de janeiro de 1942. Seu pai era um pintor
de faixas e cartazes e sua mãe era uma empregada doméstica. Ele começou a
treinar boxe com apenas 12 anos de idade. Em 1960, com 18 anos ganhou sua
primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, competindo na categoria
meio-pesado contra o polonês Zbigniew Pietrzykowski. Ainda em 1960, Muhammad
Ali venceu sua primeira luta profissional realizada em Louisville, contra o
também estado-unidense Tunney Hunsaker, em uma decisão que durou seis rounds.
Foi o início de uma série de 19 vitórias em 19 lutas, quando colecionou 15
nocautes. Em 15 de fevereiro de 1964, disputou o cinturão dos pesos-pesados,
quando conquistou seu primeiro título mundial contra o campeão Sonny Liston,
quando venceu por nocaute técnico no sétimo round. Em seguida, engatou uma
sequência de dez defesas do cinturão saindo vencedor em todas elas. Com 19 anos
“Cassius Clay” foi apresentado a Elijah Muhammad, líder de um movimento
conhecido como “Nação do Islã”, um grupo religioso fundado em Detroit. Criado
na Igreja Batista pelos pais, foi atraído pela causa, que incluía o ódio racial
dada a violência de brancos contra negros nos EUA. Ali frequentava as reuniões,
mas mantinha seu envolvimento escondido do grande público. Em 1962 conheceu
Malcolm X, que se tornou seu mentor no islamismo. Inicialmente, Ali foi
recusado pela Nação do Islã, devido a sua carreira no boxe, e condenado elas
segregacionistas brancos que o admiravam dentro das cordas. Sua aproximação com
Malcolm X e com Elijah e o racha dos dois, ganhou manchetes dos jornais. Na sua
primeira luta com Sonny Liston, os membros da Nação estavam presentes na
comitiva de Ali. Ao conquistar o título, em fevereiro de 1964, Cassius Clay
anunciou sua adesão ao islamismo. Logo em seguida trocou o “nome de escravo”
por outro espiritual. Dali para frente seria Muhammad Ali (Muhammad de Maomé e
Ali de elevado), nome decisivo para a história estado-unidense. Em fevereiro de
1966, o campeão mundial de pesos pesados, Muhammad Ali tornou-se apto para ir a
Guerra do Vietnã. Quando soube da notícia pelos jornais que foram à sua procura
em Miami, Ali disparou: “Não tenho nada contra esses vietcongues”. A recusa do
alistamento foi levada aos tribunais e lhe custou à perda do título mundial,
foi banido do boxe por três anos, além de ser condenado a cinco anos de prisão.
O processo de Ali chegou até a Suprema Corte que lhe deu razão visando as
convicções éticas, morais e religiosas e acabou por anular a condenação, e Ali
foi obrigado a pagar uma multa de 10 mil dólares ao governo estado-unidense.
Quando regressou aos ringues, em 1971, Ali reconquistou o cinturão em um duelo
épico chamado a “Luta do Século”, mas perdeu para Joe Frazier, depois de 15
rounds, por decisão dos juízes. No dia 31 de outubro de 1974, Muhammad Ali e
George Foreman protagonizaram um confronto que ficou conhecida como “A Luta do
Século”, realizada no Zaire (hoje República do Congo), na África. Muhammad Ali
estava com 32 anos. Depois de alguns rounds, Foreman foi à lona e Ali
reconquistou, após 10 anos, o título de campeão mundial de pesos pesados. Entre
1975 e 1977 foram dez lutas vitoriosas que lhe garantiram o cinturão. Em 1978,
Ali perdeu o título de campeão do mundo para Leon Spinks, mas na revanche
realizada sete meses depois, Ali recuperou o cinturão. Ele voltou ao ringue
mais duas vezes, mas foi derrotado por Larry Holmes em 1980 e Trevor Berbick em
1981. Depois de 61 lutas profissionais, 56 vitórias com 37 nocautes, em sua
vitoriosa carreira, Muhammad Ali se tornou uma lenda. Em 1984, já fora do boxe,
Ali revelou que sofria do Mal de Parkinson. Realizou diversos trabalhos de
caridade pelo mundo. Foi nomeado Mensageiro da Paz pela ONU e condecorado com a
Medalha Presidencial da Liberdade, maior condecoração civil dos EUA. Em 1996,
acendeu a pira dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Em 2002, Ali foi homenageado com
uma estrela na calçada da fama de Hollywood. Sua estrela é a única a ser
colocada numa superfície vertical, conforme seu pedido de que o nome Muhammad
não seja pisado. Muhammad Ali Faleceu em Scottsdale, Arizona, Estados Unidos,
no dia 3 de junho de 2016. Fonte: FRAZÃO, Dilva.
e-Biografia. Disponível em: https://www.ebiografia.com/muhammad_ali/amp/. Acesso
em 23 de dez. 2021.
[c] New York Riverside Church – A Riverside Church é uma igreja interdenominacional no bairro de Morningside Heights em Manhattan, New York, no quarteirão delimitado por Riverside Drive, Claremont Avenue, 120th Street e 112nd Street perto do campus de Morningside Heights da Universidade de Colúmbia e em frente à tumba de Grant. É associada à American Baptist Churches USA e à United Church of Christ. A igreja foi concebida pelo empresário filantropo e batista John D. Rockefeller Jr. em conjunto com o ministro presbiteriano Harry Emerson Fosdick como uma grande igreja interdenominacional em Mornigside Heights, cercada por instituições acadêmicas. A igreja já havia possuído outros nomes como Igreja Batista da Mulberry Street, Igreja Batista da Quinta Avenida e Igreja Batista da Park Avenue. Seus arquitetos foram Allen & Collens e Henry C. Pelton, sendo seu tipo arquitetônico baseado no Neogótico Inovador e foi iniciada em 21 de novembro de 1927 e concluída em 5 de outubro de 1930, tendo capacidade para 2.100 pessoas. A largura da sua nave é de 89 pés (27 metros) tendo 22 pisos e a altura do pináculo é de 392 pés (119 metros), possuindo 44 sinos no carrilhão. O edifício original foi inaugurado em 1930; foi projetado por Henry C. Pelton e Allen & Collens no estilo neogótico . Ele contém uma nave composta por cinco vãos arquitetônicos; um mor na parte da frente da nave; uma torre de 22 andares e 119 m acima da nave; um nariz e uma capela; e uma passagem enclausurada que se conecta a entrada leste da Avenida Claremont. Perto do topo da torre está a característica principal da igreja, um carrilhão de 74 sinos - o mais pesado do mundo - dedicado à mãe de John Rockefeller Jr., Laura Spelman Rockefeller. Uma ala de sete andares foi construída ao sul do edifício original em 1959 com um projeto de Collens, Willis & Beckonert, e foi renomeada para Martin Luther King Jr. em 1985. O Stone Gym ao sudeste, construído em 1915 como um dormitório, foi projetado por Louis E. Jallade e foi convertido em um ginásio em 1962. A Igreja Riverside tem sido um ponto focal do ativismo global e nacional desde seu início, e tem uma longa história de justiça social em adesão à visão original de Fosdick de uma igreja “interdenominacional, interracial e internacional”. Sua congregação inclui membros de mais de quarenta grupos étnicos. A igreja foi designada como um marco da cidade pela Comissão de Preservação de Marcos da Cidade de New York em 2000 e foi listada no Registro Nacional de Locais Históricos de 2012. Várias pequenas congregações batistas, incluindo a Mulberry Street Baptist Church que foi estabelecida em 1823 por um grupo de 16 congregantes, foram fundadas em Manhattan após a Guerra Revolucionária Americana. A igreja da Mulberry Street ocupou pelo menos três locais no Lower East Side e dois locais na Broadway em Midtown Manhattan antes de se mudar para um local permanente na Fifth Avenue e 46th Street na década de 1860. O empresário William Rockefeller foi o primeiro de vários familiares Rockefeller a frequentar como membro da Igreja Batista da Quinta Avenida; ele se tornou um grande financiador da igreja na década de 1870. William e seu irmão John D. Rockefeller mais tarde se tornaram curadores da igreja e muitos de seus serviços foram realizados na casa dos Rockefeller. Cornelius Woelfkin, que se tornou ministro da igreja em 1912, começou a liderar a igreja em uma direção mais modernista. No início do século XX, a Quinta Avenida estava experimentando um crescente desenvolvimento comercial e o prédio da igreja ficou em ruínas. A congregação vendeu a antiga sede em 1919 e comprou um terreno na Park Avenue e na 63rd Street no ano seguinte. O filho de John Rockefeller, John D. Rockefeller Jr., financiou a metade do custo projetado de 1 milhão de dólares. A nova igreja, apelidada de “Pequena Catedral”, foi projetada por Henry C. Pelton em parceria com Francis R. Allen e Charles Collens. O culto final no local da Quinta Avenida foi realizado em 3 de abril de 1922, e a renomeada Igreja Batista de Park Avenue realizou sua primeira palestra no novo local na semana seguinte. Em 1924, John D. Rockefeller Jr. doou 500 mil dólares para a Catedral de St. John the Divine em Morningside Heights, que ficava mais longe da localização da Park Avenue, em uma tentativa malsucedida de influenciar a ideologia da catedral numa direção progressiva. No janeiro seguinte, Harry E. Edmonds – líder da Internacional House em Mornigside Heights para cuja construção Rockefeller havia fornecido fundos – escreveu a Rockefeller para propor a criação de uma nova igreja no bairro. Edmonds sugeriu que o pastor progressista Harry Emerson Fosdick deveria chefiar tal igreja. Rockefeller então contou aos líderes da Igreja Batista de Park Avenue sobre o plano e contratou um agente para inspecionar o local planejado da igreja. Woelfkin pediu demissão em meados de maio de 1925 e Rockefeller Jr. imediatamente começou a procurar um novo ministro, em última análise, decidindo por Fosdick que recusou as ofertas de Rockefeller várias vezes, dizendo que “não quero ser conhecido como o pastor do homem mais rico do país”. Fosdick afirmou que aceitaria a posição de ministro nas condições de que a igreja se mudasse para Mornigside Heights, seguisse uma política de liberalismo religioso, removesse a exigência de que os membros fossem batizados e se tornasse não denominacional. No final de maio de 1925, Fosdick concordou em se tornar ministro da Igreja Batista de Park Avenue. Apenas quinze por cento dos fiéis votaram contra a indicação de Fosdick. Sob a liderança de Fosdick, a congregação dobrou de tamanho em 1930. Os novos membros eram diversos; das 158 pessoas que se juntaram no ano após Fosdick se tornar ministro, cerca de metade não eram batistas. Embora alguns congregantes existentes tivessem dúvidas se a Igreja Batista de Park Avenue deveria se mudar de edifício recém-concluído, a junta da igreja, que era a favor da recolocação, afirmou que os congregantes não teriam que pagar nenhum dos custos para a nova igreja. Morningside Heights, onde a nova igreja seria localizada, estava sendo rapidamente desenvolvida como um bairro residencial cercado de várias instituições de ensino superior, incluindo o Union Theological Seminary e a Internacional House New York. O desenvolvimento tinha sido estimulado pela presença de Riverside Park e Riverside Drive nas proximidades, bem como a construção do New York City Subway’s Broadway-Seventh Avenue Line – a moderna linha de trem sobre trilhos da Brodway. Rockefeller considerou brevemente um local em Morningside Driven na proximidade leste de Mornigside Heights, entre as ruas 117th e 118th. Ele acabou escolhendo um local maior na esquina sudeste da Riverside Drive com a 122nd Street na fronteira oeste do bairro, com vista para o Riverside Park a oeste e o Claremont Park ao norte. Rockefeller sentiu que o local da Riverside Drive era mais facilmente visível porque fazia fronteira com o rio Hudson e seria visto por usuários recreativos da Riverside Drive. Em maio de 1925, Rockefeller finalizou a compra do terreno da nova igreja em Riverside Drive. Em julho daquele ano, ele trocou sua compra anterior de um terreno emMorningside Drive por outro em Riverside Drive. Pouco depois, ele adquiriu mais terreno, após o qual ele teve uma fachada de 250 pés (76 metros) na Riverside Drive para a nova igreja. No momento da aquisição, três prédios de apartamentos e duas mansões ocupavam o futuro local da igreja. Rockefeller desejava manter os apartamentos no local por vários anos para financiar a eventual construção da igreja. Rockefeller era o presidente do comitê encarregado de desenvolver um novo prédio para a igreja. Nas esperança de evitar publicidade, em vez de efetuar um concurso de projetos arquitetônicos ele pediu em particular a vários escritórios de arquitetura que apresentassem os projetos para o edifício. Rockefeller tentou minimizar seu papel no processo de planejamento e construção, pedindo que seu nome fosse omitido dos relatos da mídia e da discussão sobre a igreja, embora com pouco sucesso. Seu papel no processo de seleção levantou preocupações dos administradores da igreja, incluindo Fosdick, que acreditava que tal envolvimento financeiro próximo poderia colocar a igreja em “uma posição vulnerável”. John Roach Straton, reverendo da Calvary Baptist Church na 57th Street em Midtown Manhattan, criticou o envolvimento de Rockefeller e zombeteiramente sugeriu que fosse chamada de Igreja de Sacônia, em homenagem à empresa petrolífera que os Rockefellers dirigiam. Georges S. Chappell, escrevendo na The New Yorker sob o pseudônimo de “T-Square”, disse que o projeto “era conhecido pela maioria das mentes seculares como a Catedral Rockefeller”. Nem Rockefeller nem Fosdick tinham requisitos rígidos para o estilo arquitetônico da igreja. Rockefeller pediu que o novo prédio incluísse um espaço para o carrilhão da Igreja Baptista da Park Avenue, que ele doou. A maioria dos planos envolvia uma igreja de frente para a 122nd Street e envolvendo os prédios de apartamentos existentes no local. A exceção foi um plano de Allen & Collens e Henry C. Pelton – que projetou a Park Avenue Baptist Church – que previa uma igreja neogótica com sua entrada principal lateral, de frente para a Riverside Drive, com um campanário e torres de apartamentos para o vizinho Seminário Teológico Union. O comitê de construção removeu as torres de apartamento do plano da igreja e Allen, Collens e Pelton foram selecionados para projetar a nova igreja em fevereiro de 1926. Como parte dos planos, haveria um frontal de 375 pés (114 metros) – mais tarde 392 pés (119 metros) – torre do sino, um auditório para 2.400 lugares e salas de atletismo. O edifício ocuparia um lote de 100 pés (30 metros) por 225 pés (69 metros). Não havia espaço para uma capela nos planos originais, então Rockefeller propôs trocar terras com o Union Theological Seminary. Em maio de 1926, Rockefeller deu a Union um prédio de apartamentos na Avenida Claremont, 99, a nordeste da igreja. Em troca, a Riverside Church recebeu um pequeno lote a sul, permitindo a construção da capela e a proposta de passagem do claustro para a Avenida Claremont. Rockefeller optou por atrasar o processo de construção até que os aluguéis dos inquilinos existentes do local se expirassem em outubro de 1926. Os planos oficiais foram apresentados ao Departamento de Edifícios da cidade de New York em novembro daquele ano. No mês seguinte, a congregação votou pela aprovação dos planos de construção a um custo de 4 milhões de dólares. Pelton e Collens então foram para a França para procurar igrejas nas quais modelar o projeto da Igreja Riverside. Eles eventualmente escolheram a Catedral de Chartres do século XIII como seu modelo. Marc Eidlitz & Son, Inc. foi contratado como empreiteiro para a construção da nova igreja de Riverside Drive. Em 21 de novembro de 1927, a pedra fundamental cerimonial da igreja foi lançada, marcando o início da construção. A pedra angular incluía itens como a Bíblia de Woelfkin e artigos do New York Times sobre a nova igreja. O prédio da igreja na Park Avenue e três casas germinadas adjacentes por 1,5 milhão em abril de 1928. No mesmo mês, o boletim oficial mensal da Park Avenue Baptist Church anunciou que seu carrilhão de 53 sinos existente seria expandido para 72 sinos quando fosse transferido para Riverside Drive, tornando-o o maior conjunto de sinos do mundo. No final de 1928, três incêndios ocorreram após o início dos andaimes de madeira ao redor da nova igreja. Em 22 de dezembro de 1928, um desses incêndios causou 1 milhão em danos e destruiu quase completamente o interior, embora o exterior permanecesse praticamente intacto. Grande parte dos danos foi coberta por uma apólice de seguro colocada no prédio. Pouco depois do incêndio de dezembro de 1928, Rockefeller anunciou que continuaria com a construção depois que os sinistros do seguro fossem liquidados. O incêndio atrasou a conclusão do interior em seis meses. Em fevereiro de 1929, a congregação começou a buscar doações para continuar a construção; Rockefeller doou 1,5 milhões de dólares, que quando combinado com os lucros da venda do prédio da Park Avenue, forneceu 3 milhões de dólares em fundos. A construção de um necrotério na Igreja Riverside foi aprovada em março de 1929. Enquanto a construção estava em andamento, a congregação se mudou temporariamente para Templo Beth-El na Quinta Avenida com a Rua 76th por nove meses, começando em julho de 1929. A primeira parte do prédio da nova igreja a ser concluída, o salão de montagem sob o auditório, foi inaugurada em outubro de 1929. Em dezembro, Fosdick formalmente apresentou planos para renomear a igreja de “Igreja Batista de Park Avenue” para “Igreja Riverside”. O sino foi içado até o topo do carrilhão da torre no início de setembro de 1930, a torre concluída no final daquele mês, e a primeira aula da escola dominical foi realizada em 29 de setembro. A igreja foi concluída em 5 de outubro de 1930 no mesmo dia o primeiro serviço foi realizado no altar; contou com a presença de 3.200 pessoas. Todo o espaço da nave e do porão foi preenchido e milhares de pessoas quiseram entrar. No mês seguinte, os funcionários receberam duas pinturas a óleo da coleção de Rockefeller Jr. Os primeiros oficiais da Igreja Riverside foram eleitos em dezembro de 1930 e a igreja foi formalmente dedicada a um serviço interdenominacional dois meses depois. O custo total de construção foi estimado em 4 milhões de dólares. Nos primeiros anos do novo edifício, os jornalistas frequentemente se referiam à igreja em associação com Rockefeller – que procurava reduzir a ênfase em seu papel na construção da igreja – ou Fosdick. A conclusão da Riverside Church contrastou fortemente com a Catedral de St. John the Divine, que permaneceu incompleta aos quase quatro décadas. O plano de Allen & Collens foi descrito pelo arquiteto Robert AM Stern como o culminar de um “desejo por uma catedral alta entre pessoas com ideias altas em seu cotidiano”, que começou quando St. John’s foi proposto em 1889. Apesar da conclusão da Igreja Riverside, Rockefeller sentiu que os arredores ainda precisavam ser melhorados. Em 1932, ele anunciou que pagaria por um paisagismo de 350 mil dólares do adjacente e decrépito Parque Sakura. Rockefeller contratou os Irmão Olmsted para renovar o parque e o projeto foi concluído dois anos depois. Quando o Union Theological Seminary anunciou que construiria um novo prédio de apartamentos na 99 Claremont Avenue, Rockefeller se ofereceu para trocar seu prédio vizinho na 122nd Street e Clarmont Avenue pelos lotes ao sul da igreja, que pertenciam ao seminário. O terreno foi permutado em 1931 depois que Rockefeller se ofereceu para financiar parte da construção do dormitório. Em 1935, o terreno sob a igreja foi doado a Rockefeller ele comprou um lote na Riverside Drive e na 122nd Street do St. Luke’s Hospital, após o qual passou a possuir todas as terras ao longo do lado leste da Riverside Drive entre as ruas 120 e 122nd. Rockefeller gastou um total de 10,5 milhões de dólares na aquisição de terras e construção de igrejas. A conclusão do novo prédio da igreja em Morningside Heights resultou em um aumento constante no número de membros da congregação. Em maio de 1946, a congregação tinha 3.500 membros, um aumento de 800 em vinte anos. De acordo com uma brochura publicada pela igreja “logo todas as salas... estavam em uso sete dias por semana”, e as matrículas na escola dominical da igreja aumentaram proporcionalmente. A Igreja Riverside tornou-se um ícone da comunidade e um centro religioso de Morningside Heights. Em 1939, a igreja tinha mais de 200 funcionários em cargos de meio período e período integral, e mais de 10 mil pessoas por semana compareciam aos serviços religiosos e sociais, eventos esportivos e programas de emprego. Além de seu culto de domingo de manhã bem frequentado, a Igreja Riverside hospedava os cultos da Comunhão todos os primeiros domingos à tarde, bem como os cultos do Ministério da Música nas outras tardes de domingo. A Riverside Guild, a irmandade dos jovens adultos, realizava cultos de adoração durante as noites de domingo. Casamentos e funerais também eram realizados na igreja. Em 1942, a Escola De Midshipen da Reserva Naval dos Estados Unidos em Columbia começou a usar a Igreja Riverside para serviços, atraindo 2.000 participantes em média e continuou a realizar seus serviços na igreja até outubro de 1945. Em junho de 1945, Fosdick anunciou que deixaria o cargo de ministro sênior em maio seguinte. Isso estimulou a busca por um novo pastor e, em março de 1946, Robert James McCraken foi escolhido para o cargo e tornou-se oficialmente o pastor titular da Igreja Riverside naquele mês de outubro. Fosdick e McCracken se mantinha em respeito mútuo para que a transição entre os ministros ocorresse sem problemas. Nas duas décadas seguintes McCracken continuou a política de liberalismo religioso de Fosdick. Em 1956, na metade do mandato de McCracken, a igreja conduziu um relatório interno e descobriu que a estrutura organizacional estava desordenada e que a maioria dos funcionários não sentia que nenhuma pessoa estava no comando. Como resultado, seis conselhos foram criados e colocados sob a supervisão dos diáconos e curadores. Os conselhos dividiram o poder em “uma série de minirreinos”, de acordo com um pastor posterior, Ernest T. Campbell. A construção da ala Martin Luther King Jr., ao sul da igreja existente, começou em 1955. A ala de sete andares foi projetada por Collens, Willis & Becknert, sucessores de Allen & Collens; seu custo de 15 milhões de dólares foi financiado por Rockefeller. A ala foi dedicada em dezembro de 1959 e continha instalações adicionais para os programas da igreja. Uma antena fictícia de 15 pés (4,6 metros) foi colocada no topo do carrilhão de 392 pés (119 metros) de altura da Igreja Riverside no início daquele ano para determinar se poderia ser usada pela Universidade de Columbia estação de rádio WKCR (89,9 Mhz FM), apesar da forte oposição dos paroquianos e da comunidade local. No entanto, a igreja decidiu colocar uma antena no topo do carrilhão para sua própria estação de rádio, a altura da antena estando 440 pés (130 metros) acima do nível do solo. Riverside Church começou a operar a estação de rádio WRVR (106,7 Mhz FM) em 1961 e continuou a operá-la até 1976. Em 1960, a congregação da Riverside Church votou para se juntar à United Church of Christ, a denominação sucessora da Congregacional Igrejas Cristãs. Rockefeller comprou o Stone Gym, um edifício existente do Union Theological Seminary a sudeste da igreja original, e o reabriu como uma instalação comunitária em abril de 1962, após uma renovação de cinco anos. Em abril de 1967, McCracken anunciou que deixaria seu cargo como ministro, citando questões de saúde. Ernest T. Campbell tornou-se o novo pastor em novembro de 1968. Menos de um ano depois, o líder dos direitos civis James Forman interrompeu um sermão na Igreja Riverside, citando-a como uma das várias igrejas pelas quais os negros estado-unidense poderiam pedir reparações pela escravidão. Isso levou a igreja a divulgar seus dados financeiros em 1970 pela primeira vez; os números avaliaram o edifício em 86 milhões de dólares e a dotação financeira total de 18 milhões de dólares, bem como a criação de um Fundo de 450 mil dólares para Justiça Social para desembolsar reparações em três anos. Após um estudo da missão metropolitana d 1972, vários ministérios voltados para a melhoria das condições sociais na área da cidade de New York foram formados na Igreja Riverside. O mandato de Campbell foi marcado por vários sermões controversos e crescentes conflitos entre as diretorias, conselhos e equipe da igreja. Em junho de 1976, Campbell renunciou repentinamente, sentindo que seu estilo de liderança não era suficiente para reconciliar essas divergências. No mesmo mês viu a entrega do ministério à primeira pastora da igreja, Evelyn Newman. Por votação em agosto de 1977, William Sloane Coffin foi escolhido como o próximo ministro sênior da Igreja Riverside. Coffin oficiou seu primeiro serviço religioso em novembro de 1977. Neste ponto, o tamanho da congregação estava diminuindo por vários anos, mas após a escolha de Coffin como ministro sênior, o número de membros aumentou para 2.627 no final de 1979, e a frequência anual total para os serviços matinais aumentou de 49.902 em 1976 para 71.536 em 1978. O mandato de Coffin também foi marcado por sermões teologicamente liberais, muitos dos quais eram controversos, embora ele fosse mais tradicional em seu culto. Esta era também a visão de Channing E. Phillips, o primeiro afro-americano candidato à presidência do Partido Democrata dos EUA, sendo contratado como ministro do planejamento e coordenação da Riverside. Coffin anunciou sua intenção de renunciar em julho de 1987 para se tornar presidente da organização de luta pelo desarmamento SANE/Freeze e fez seu último sermão naquele dezembro. A Igreja Riverside formou um comitê que conduziu uma busca nacional por seu próximo ministro sênior no ano seguinte. Em fevereiro de 1989, o comitê escolheu James A. Forbes, professor do vizinho Seminário Teológico Union, para o cargo. A congregação votou quase unanimemente para aprovar a seleção de Forbes e ele se tornou o primeiro ministro sênior negro da igreja. Na época, entre um quarto e um terço da congregação era negra ou hispânica. As tensões entre Forbes e o ministro executivo David Dyson logo se desenvolveram sobre questões como a duração dos sermões de Forbes e suas escolhas musicais. A tensão cresceu e um mediador foi contratado depois que Forbes tentou demitir Dyson, A disputa foi resolvidas quando Dyson renunciou em outubro de 1992. Em 1996, a Igreja Riverside começou a conduzir um estudo sobre o uso e os serviços atuais do prédio, e no mês de outubro seguinte, Body Lawson, Ben Paul Associated Architects and Planners publicou o Plano Diretor da Igreja Riverside. O plano incluía uma grande adição no lado leste da Riverside Church, consistindo na realocação da entrada da Claremont Avenue, pavimentação do pátio, reconfiguração do lobby do claustro e construção de um prédio de sete andares sobre o ginásio. Este plano foi controverso entre os fiéis, alguns dos quais solicitaram à Comissão de Preservação de Marcos da Cidade de New York (NYCLPC) para designar a igreja para evitar a alteração da aparência original da entrada da Avenida Claremont. Em dezembro de 1998, a congregação votou para nomear oficialmente a igreja para o status de marco histórico. Apenas o edifício da igreja original foi nomeado; a indicação excluiu a Ala Martin Luther King Jr., apesar dos pedidos dos preservacionistas para que toda a estrutura fosse considerada para designação de marco. O NYCLPC aprovou o status de marco para a igreja original em maio de 2.000. Duas controvérsias envolvendo a Igreja Riverside surgiram no início dos anos 2.000; uma alegação de abuso sexual pelo diretor de um programa de basquete na igreja e uma alegação de má gestão financeira devido a uma redução de 32 milhões na dotação entre 2000 e 2002, enquanto a acusação de má gestão financeira foi prolongada por vários anos de processos judiciais, embora a Suprema Corte de New York tenha rejeitado uma ação judicial sobre o assunto. Forbes anunciou sua aposentadoria em setembro de 2006 e realizou seu último sermão em junho de 2007. Naquela época, a igreja possuía 2.700 fiéis, uma grande proporção dos quais eram negros e hispânicos. A igreja tinha um orçamento operacional anual de 14 milhões e uma equipe paga de 130 pessoas. Outra busca em todo o país, com duração de um ano, por um novo ministro sênior teve início e, em agosto de 2008, foi anunciado que Brad Braxton havia sido selecionado como o sexto ministro sênior da Igreja de Riverside. O mandato de Braxton foi marcado por disputas teológicas; congregantes discordaram se a igreja deveria assumir uma posição fundamentalista ou progressista, bem como uma ação judicial sobre seu salário, que um porta-voz da igreja afirmou ser 457 mil dólares. Em junho de 2009, Braxton apresentou uma carta de renúncia devido a essas disputas. Nos cinco anos seguintes, a Igreja Riverside não teve nenhum ministro sênior e, em 2014, sua congregação diminui para 1.670 membros, uma perda de mais de mil pessoas desde 2007. Em 2012, a igreja e seus anexos foram listados no Registro Nacional de Locais Históricos. Em junho de 2014, Amy K. Butler foi selecionada como a sétima ministra sênior da igreja, tornando-se primeira mulher a ocupar esse cargo. Em setembro de 2018, foi anunciado que a Riverside Church compraria o vizinho McGiffert Hall na Claremont Avenue e 122nd Street por 45 milhões de dólares. O dormitório ficava em um terreno que John Rockefeller Jr. havia doado ao Union Theological Seminary e, sob o acordo de doação, a igreja tinha o direito de primeira oferta para compra o prédio, caso ele fosse colocado à venda. Em julho de 2019, o conselho governante da igreja anunciou que o contrato de Butler não seria renovado, e o conselho da igreja e Butler divulgaram uma carta conjunta afirmando que a renúncia de Butler e do conselho era mútua. Um ex-membro do Conselho da igreja disse posteriormente que Butler foi demitido depois que ele e várias outras funcionárias sofreram assédio sexual por outro ex-membro do conselho, o Dr. Edward Lowe. De acordo com o ex-membro do conselho, apesar da extensa investigação anterior do conselho sobre a conduta de Lowe, o conselho não conduziu uma investigação tão completa sobre as alegações contra Butler antes de votar para romper as negociações do contrato. A mídia mais tarde relatou que Butler havia levado funcionários subordinados a uma loja com tema sexual durante uma conferência em Minneapolis, onde ela comprou vibradores para subordinados e acenou com um cartão de crédito da igreja enquanto pagava as compras. Michael E. Livinsgston se tornou o ministro sênior interino. Pinturas de Heinrich Hofmann que foram compradas por Rockefeller Jr. e doadas à igreja em novembro de 1930 estão expostas no prédio. Cristo no Templo (1871) e Cristo e o Jovem Rico (1889) são exibidos na sala de reuniões sob a nave e geralmente são trancados dentro dos armários. O Cristo de Hofmann no Getsêmani (1890) é exibido na capela do Getsêmani. O edifício principal da Riverside Church contém 51 janelas com vitrais, exceto pequenas janelas de grisaille. Estes foram criados em estilo mosaico, que estava se tornando mais popular na época da construção da igreja. Desta, 34 janelas estão na nave; a maioria deles inclui iconografia religiosa. Geralmente, as janelas ricamente coloridas estão no lado oeste do edifício, que é considerado o lado “claro”, enquanto aquelas com cores suaves estão no lado “escuro” oriental. Os vidraceiros franceses Jacques Simon da Catedral de Reims e Charles Lorin da Catedral de Chartres foram contratados para criar o vidro das janelas do crestório na nave. Lorin projetou os vitrais no lado oeste do clerestório, enquanto Simon projetou aqueles no lado leste. Ambos os conjuntos de janelas representam temas religiosos e governamentais gerais e também incorporam iconografia secular e representações de não-cristãos. As janelas do clerestório se parecem muito com as de Chartres e incluem uma rosa com janelas de lanceta. As outras janelas da nave foram criadas pela empresa Reynolds, Francis and Rohnstock, com sede em Boston, retrata 138 cenas em contextos religiosos e não religiosos. Os três grupos de vitrais na abside e os nove vitrais no Salão Sul foram criados por Harry Wright Goodhue. Gregor T. Goethals criou dois mosaicos para o quarto e o sétimo andares da ala Martin Luther King Jr. O mosaico do quarto andar retrata eventos descritos no Antigo Testamento, enquanto o mosaico do sétimo andar retrata a história da Criação. Os detalhes esculturais mais proeminentes do edifício estão na fachada da Riverside Drive. A entrada principal abaixo da torre é coroada pro cinco arquivoltas concêntricas com esculturas dos seguidores e profetas de Jesus incrustadas em cada seção. O terceiro arco da entrada principal tem representações de filósofos, incluindo Ralph Waldo Emerson, Immanuel Kant e Pitágoras, enquanto o segundo arco representa cientistas Albert Einstein, Charles Darwin e Hipócrates. Outras figuram representam os meses do ano. As colunas emoldurando as ombreiras das portas abaixo da arquivoltas são decoradas com capitéis e gárgulas na parede superior e inferior, e uma única figura no meio. No tímpano, por cima das portas e por baixo das arquivoltas, encontra-se a figura de Cristo sentado, que está ladeada pelos símbolos dos evangelistas. Quando a Igreja Riverside foi concluída, houve controvérsia sobre a inclusão de Einstein, um judeu vivo, porque as outras figuras representavam pessoas que haviam morrido. De acordo com a publicação Church Monthly, durante a construção, o comitê encarregado da iconografia da igreja propôs retratar 20 cientistas, não incluindo Einstein, na fachada. O corpo docente, no entanto, decidiu por unanimidade que Einstein deveria ser incluído porque ele foi indiscutivelmente um dos 14 “principais cientistas de todos os tempos”. A entrada da capela na Riverside Drive a sul da entrada principal contém duas arquivoltas que são suportadas por dois conjuntos de colunas. As arquivoltas representam símbolos do zodíaco e a segunda arquivolta contém uma moldura decorativa elaborada. Um relevo do tímpano abaixo das arquivoltas retrata a Virgem Maria ladeada por dois anjos que são imagens espelhadas um do outro. Elementos esculpidos também são colocados em nichos que se espalham pela fachada da igreja. Acima da entrada principal na fachada oeste estão esculturas de sete reis. As estátuas também estão incluídas nos nichos da torre, bem como em nichos da fachada da entrada do claustro para o leste. A fachada também tem gárgulas, que estão fora do carrilhão perto do topo da torre. A seção norte do telhado da nave contém o Anjo da Ressurreição, uma estátua de bronze de um trompetista no topo de um pedestal. As talhas no interior da igreja correspondem aos respectivos usos das áreas em que estão inseridas. Por exemplo, os 20 medalhões de quadrifólio inscritos na grade da capela-mor retratam os típicos “interesses, ênfases, atividades, ritos e cerimônias” que se realizam dentro da capela-mor. Ao redor do púlpito estão esculturas de dez profetas do Antigo Testamento. Acima da nave, a parede sul da galeria superior de assentos contém nichos de várias camadas, cujas camadas superiores contêm figuras esculpidas de ministros. Os dois nichos centrais contêm um molde da escultura de gesso dourado de Jacob Epstein, Cristo em Majestade. A tela da capela-mor com sete painéis na parte de trás desta capela é esculpida em pedra de Caen. Ele retrata figuras influentes, incluindo o compositor Johann Sebastian Bach, o presidente dos EUA, Abraham Lincoln, o artista Michelangelo, a reformadora social Florence Nightingale e o autor Booker T. Washington. Os painéis retratam médicos, professores, profetas, humanitários, missionários, reformadores e amantes da beleza. Acima da porta entre o claustro e a base da torre estão estátuas dos arquitetos Henry Peltons e Charles Collens, bem como do empreiteiro geral Robert Eidlitz. Quando a ala Martin Luther King Jr. foi construída a escultura Madonna and Child de Jacob Epstein, encomendada em 1927, foi colocada no pátio entre a ala Martin Luther King Jr. e a entrada do claustro. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Riverside_Church. Acesso em 23 de dez. 2021.
[ci] Revista Life – Revista fotográfica mensal (1936 – 1972) publicada na cidade de New York, A Life pioneira em foto jornalismo e uma das grande forças no desenvolvimento desse campo. Foi por muito tempo uma das revistas americanas mais populares e amplamente imitadas. Foi fundada por Henry Luce, editor da Time, e rapidamente se tornou a pedra angular de suas publicações Time-Life. Desde o início a Life enfatizou a fotografia, com fotos de notícias envolventes e soberbamente escolhidas, ampliadas por recursos fotográficos e ensaios fotográficos sobre uma variedade internacional de tópicos. Seus fotógrafos eram a elite de seu ofício e gozavam da estima mundial. A cobertura da Life da Segunda Guerra Mundial, Coréia, Vietnã e inúmeras guerras regionais foi consistentemente vívida, autêntica e comovente. Gradualmente, a revista começou a admitir mais escrita em sua páginas, escolhendo cuidadosamente seus redatores e editores de texto. A Life deixou de publicar em grande parte porque os custos de preparação, impressão e envio de cada edição superaram suas receitas de publicidade. Reapareceu em vários números especiais depois de 1972 e, em seguida, em 1978, em escala reduzida e com periodicidade mensal. Em março de 2.000, a empresa matriz da Life, Time Inc., anunciou que estava abandonando sua publicação mensal e usaria o nome da Life para artigos e livros especiais. Fonte: Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Life-magazine. Acesso em 23 de dez. 2021.
[cii] The Washington Post ou Washington Post ou, ainda, Post – Jornal Diário Estado-unidense, é o periódico de maior circulação publicado em Washington D.C, e foi fundado em 6 de dezembro de 1877 por Stilson Hutchins, tornando-se o mais antigo jornal existente da área. Sua sede fica na 130 K Street NY, na capital dos EUA. Pertence a Jeff Bezos e Nash Holdings e já foi premiado com o Prêmio Politzer como Serviço Público. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Washington_Post. Acesso em 23 de dezembro de 2021.
[ciii] Highlander Research and Education Center (1932 – 1961) anteriormente Highlander Folk School – organização ativista americana (fundada em 1932) que busca a igualdade social, econômica e política. Tornou-se especialmente conhecido por seu envolvimento no movimento estado-unidense pelos direitos civis durante os anos 1950. Suas atividades incluem organização, treinamento de liderança e desenvolvimento de jovens. A organização começou como Highlander Folk School, que foi fundada por Myles Horton (que permaneceu uma de suas forças motrizes até sua morte em 1990), Don West e Jim Dombrowski, entre outros, durante a Grande Depressão. Seu nome refletia tanto sua inspiração – as escolas secundárias populares da Escandinávia, que Horton havia visitado anteriormente – e a população que a escola inicialmente procurava ajudar – aqueles que viviam nos Apalaches, às vezes chamados de “montanheses”. A escola, localizada em Monteagle, condado de Grundy, Tennessee, oferecia aulas que erram atividades socioeducativas. A cultura popular do condado foi expressa por meio do canto e do toque de canções de montanha, que – junto com as reuniões religiosas – se tornaram parte do modelo educacional, assim como aulas que eram centradas nos problemas dos residentes. Muitos desses problemas estavam relacionados ao trabalho. Os salários do condado de Grundy estavam entre os mais baixos dos sindicatos da Works Progress Administration (WPA) do país. Highlander, portanto, tornou-se um centro de organização do trabalho, e a escola colaborou com sindicatos em nível local para desenvolver lideranças e ajudou os trabalhadores em várias greves e ocupações. Na década de 1950, o foco da Highlander mudou para os direitos civis, pelos quais se tornou mais conhecido. Ela começou a oferecer workshops para desenvolver líderes no movimento, e participantes notáveis que incluíam Rosa Parks e Martin Luther King Jr. Mais tarde na década seguinte, Septima Poinsette Clark, que trabalhou em Highlander, participou de sua campanha de recenseamento eleitoral e desempenhou um papel de fundamental importância na criação das escolas de cidadania em Highlander, que foram projetadas para ajudar na alfabetização e promover um senso de empoderamento político dentro da comunidade negra. No entanto, com seu papel cada vez maior no movimento pelos direitos civis, a escola enfrentou um maior escrutínio. Em meio a acusações de que defendia o comunismo, a Highlander foi investigada pela legislatura do Tennessee e, em 1961, sua autorização foi revogada. A propriedade da escola foi confiscada pelo estado e, mais tarde naquele anos, a Highlander mudou-se para Knoxville, Tennessee, onde reabriu como Centro de Pesquisa e Educação Highlander. Posteriormente voltou sua atenção para as questões sociais dos Apalaches. Com a crescente dependência da comunidade de programas de bem-estar social, Highlander começou a usar seus recursos educacionais para aumentar a autossuficiência das pessoas. Em 1971, mudou-se para New Market, Tennessee, e mais tarde envolveu-se em questões ambientais e apoiou esforços antiglobalização. Também trabalhou para a reforma das leis de imigração e foi ativa em iniciativas internacionais de paz.Fonte: MOSLEY, Melissa R. Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Highlander-Research-and-Education-Center. Acesso em 23 de dez. 2021.
[civ] Karl Heinrich Marx – Nascido em 5 de maio de 1818 em Thier, província do Reno, Prússia (Alemanha) e falecido em 14 de março de 1883 em Londres, Inglaterra. Foi filósofo, sociólogo, historiador, economista e revolucionário. Publicou com Friedrich Engels Manifest der Kommunistischen Partei em 1848, comumente conhecido como o Manifesto Comunista, o panfleto mais célebre da história do movimento socialista. Ele também foi o autor do livro mais importante do movimento, Das Kapital. Esses e outros escritos de Marx e Engels formam a base do corpo de pensamento conhecido como marxismo. Fonte: MacLellan, David T. Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Karl-Marx. Acesso em 23 de dez. 2021. Ver também o Blog do Maffei, Karl Marx. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/01/karl-marx-o-prometeu-de-treves.html. Acesso em 21 de jan. de 2022.
[cv] Allard Kenneth Lowenstein – Nascido em 16 de janeiro de 1929 em Newark, New Jersey, EUA e falecido em 14 de março de 1980, com 51 anos, em New York, NY, EUA. Acadêmico, ativista político e diplomata estado-unidense que era conhecido por sua luta incessante contra a injustiça em muitas formas, evidenciada por sua participação em causas como antiapartheid, direitos civis e protestos antiguerra. Graduado pela Yale Lae School em 1954, Lowenstein lecionou na Stanford University, na North Carolina State University e no City College de New York. Durante a década de 1960, ele participou de um Freedom Ride (Passeios da Liberdade) com um grupo de estudantes universitários do norte, pegando um ônibus para o Mississippi para apoiar os direitos civis dos afro-americanos de lá. Em 1968, Lowenstein amargou sua esperança em relação à reeleição do presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson e procurou persuadir o senador de Minnesota, Eugene McCarthy a, a concorrer contra ele em uma plataforma de “paz”, opondo-se à Guerra do Vietnã. Embora McCarthy tenha perdido a nomeação para vice-presidente de Hubert H. Humphrey, sua campanha foi tão eficaz que Johnson finalmente retirou seu nome da indicação. De 1968 a 1970, Lewenstein serviu no Congresso dos EUA como representante democrata do 5.º distrito de Long Island, mas não foi reeleito em seis outras tentativas. Em 1977, ele foi nomeado representante dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos da ONU e, no final do ano, tornou-se representante dos EUA no Conselho de Tutela da ONU. Lowenstein foi assassinado em seu escritório de advocacia por Dennis Sweeney, um ex-aluno com problemas mentais que havia trabalhado como ele durante o movimento pelos direitos civis. Fonte: MacLellan, David T. Site Enciclopédia Britânica. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Allard-K-Lowenstein. Acesso em 23 de dez. 2021.
[cvi] William Sloane Coffin Jr. – Nascido
em 1.º de junho de 1924 em New York, NY, EUA e falecido em 12 de abril de 2006
em Stratford, Vermont, EUA. Casado com Eva Rubinstein, William Sloane Coffin
Jr. era um clérigo estado-unidense e ativista da paz, foi ordenado na Igreja
Presbiteriana e, mais tarde, recebeu uma posição ministerial na Igreja Unida de
Cristo. Era formado pela Universidade de Yale, pela Yale Divinity School, pelo
Seminário Teológico Union e pela Phillips Academy. William Sloane Coffin Jr.
foi capelão da Universidade de Yale que protestou contra a Guerra do Vietnã e
foi indiciado como criminoso pelo governo dos EUA por conspirar para ajudar
jovens a evitar o alistamento militar. Coffin Jr. nasceu com considerável
riqueza e posição social, quando ele tinha 11 anos, seu pai morreu e ele
cresceu na companhia de tutores e professores na Nova Inglaterra e em Paris,
França. Ele se formou na Andover Academy em 1942, passou um ano estudando piano
na Yale School of Music e, em seguida, no meio da Segunda Guerra Mundial,
alistou-se no Exército dos EUA. Ele saiu da Escola de Candidatos a Oficiais
como segundo-tenente e foi enviado para a Europa em 1945. Já fluente em francês
e alemão, ele passou a dominar a língua russa e serviu por dois anos como
oficial de ligação com as forças estado-unidenses e soviéticas. Ele retornou à
Universidade de Yale de 1947 a 1949 para completar seu diploma universitário e
para o treinamento religioso no Union Theological Seminary. No entanto, por
causa da sua habilidade de falar russo, ele foi recrutado para uma missão de
três anos para a CIA na Europa. Em 1953, Coffin voltou para a Universidade de
Yale, desta vez para a Yale Divinity School para um treinamento que o levaria a
se tornar um ministro presbiteriano ordenado. Apesar de sua formação no
Exército e na CIA, o púlpito era uma progressão natural, afinal, ele recebeu o
nome de seu tio, Henry Sloane Coffin, que foi presidente do Union Theological
Seminary por 19 anos (1926 – 1945). De comportamento um tanto agressivo e
atlético, o jovem Coffin não se encaixava na imagem de um prelado. Ele andava
de motocicleta por onde quer que fosse. Ele tocava piano clássico e se casou
com a filha do famoso violinista Arthur Rubinstein. Finalmente, ele foi
destemido ao chamar a atenção para a discriminação e a injustiça. Depois de se
tornar um ministro, Coffin conseguiu um emprego de um ano como capelão interino
na Andover Academy. No ano seguinte (1957 – 1958), ele foi capelão no Williams
College em Massachusetts. No ano seguinte, ele foi nomeado capelão da
Universidade de Yale e New Haven, Connecticut, cargo que ocupou nos 17 anos
seguintes. A vinda de Coffin para a Yale coincidiu com o início do protesto
social em todo os Estados Unidos. Os negros estado-unidenses sob a liderança de
Martin Luther King Jr. já haviam transformado um sistema de ônibus
segregado no Alabama. Jovens estudantes brancos corajosos viajavam para o sul
para ajudar a acabar com o racismo. Outros ainda estavam nas ruas do país
protestando contra a pena de morte, contra a guerra nuclear e contra a
injustiça em toda a parte. Essa tinha sido a abordagem de Coffin aos problemas
da sociedade desde o início, e promovendo suas próprias campanhas. Seu primeiro
protesto foi contra o antissemitismo em Yale. A segunda foi conseguir a
admissão de mais estudantes africanos em Yale. Ele teve sucesso em ambos os
empreendimentos. O terceiro projeto de Coffin na primavera de 1961 foi se
juntar a vários outros ministros e estudantes negros e brancos para um “passeio
pela liberdade” (“Freedom Riders”) em um ônibus da Trailways pelo Alabama e
Geórgia. Essas viagens provocaram o medo racista em alguns brancos do sul,
estimulando-os a atacar e queimar os ônibus e espancar os passageiros. Coffin e
seus amigos foram presos antes que qualquer turba os alcançasse, mas a reação
do corpo docente e da administração de Yale não aprovaram o fato de seu capelão
ter se colocado na posição de cumprir pena em uma prisão no sul. Nos cinco anos
seguintes, a participação estado-unidense na fatídica Guerra do Vietnã
aumentou. No início, a maioria dos jovens estado-unidense atendeu o chamado da
nação às armas. Mas, à medida que as listas de baixas aumentaram, o debate
sobre a política dos EUA se intensificou e o número de pessoas que desaprovavam
a intervenção militar estado-unidense no Vietnã cresceu. Coffin e um grande
número de outros ministros nunca nutriram qualquer dúvida de que a política
externa anticomunista do governo estava errada. O massacre dos vietnamitas era
para eles um grande mal. Mais uma vez, para consternação de muitos de seus
colegas de Yale, o capelão Coffin começou protestar. Ele ajudou estabelecer
comitês para reavaliar a política externa dos EUA. Ele foi um dos fundadores do
Clero e Leigos Preocupados com o Vietnã, um poderoso grupo de paz. Em 1967, os
Estados Unidos tinham centenas de milhares de combatentes no Vietnã. O
antagonismo com a guerra nos EUA passou do protesto verbal para a resistência
total e para a crítica contundente e militante contra o alistamento. Esses
foram chamados de atos de desobediência civil. Eles foram justificados nas 13
colônias inglesas na América desde que os peregrinos fugiram da perseguição da
Coroa Britânica. Os escritos de Henry David Thoreau também sustentaram ideologicamente
seu uso. De acordo com a teoria da desobediência civil, sempre que os governos
ou maiorias se comportam de forma imoral, aqueles que são prejudicados podem
apelar além da lei civil para a “consciência” ou “lei superior”. O capelão
Coffin apelou para a lei superior em outubro de 1967, quando ele e outras
quatro pessoas (Benjamin Spock, Marcus Raskin, Michael Ferber e Mitchell
Goodman) receberam cartas de recrutamento de homens que se recusaram a servir
no Vietnã e as devolveram ao procurador-geral dos Estados Unidos. O governo
federal não reconheceu a desobediência civil como outra coisa senão a violação
da lei. Ele prontamente os indiciou por conspiração para ajudar a resistência
ao alistamento – um crime pelo qual os condenados poderiam receber sentenças de
prisão e pesadas multas. O tribunal recusou-se a permitir que Coffin e seus
amigos colocassem a própria Guerra do Vietnã em julgamento, e Coffin foi
considerado culpado. Ele apelou do caso e, finalmente em 1970, todo o assunto
foi simplesmente encerrado. Coffin foi o orador favorito nas manifestações
antiguerra no início dos anos 1970. Ele voou para Hanói, no Vietnã do Norte, em
setembro de 1972 para trazer de volta dois prisioneiros de guerra que haviam
sido libertados. Em 1976, ele renunciou o cargo em Yale e, um ano depois,
tornou-se o ministro sênior da Igreja Riverside na cidade de New York. Em
Riverside, uma igreja construída por John D. Rockefeller, Coffin encontrou uma
plataforma para sua ideologia política. A igreja interdenominacional era
conhecida por seu foco em programas e questões sociais, e enquanto Coffin
servia como ministro, ele se concentrava no desemprego, delinquência juvenil e
drogas. Durante esse tempo, Coffin continuou seu trabalho com o clero e os
leigos interessados, mas em vez de se concentra no Vietnã, o grupo trabalhou
internacionalmente pra o controle de armas. Uma das ações mais polêmicas de
Coffin ocorreu em 1979, quando ele foi um dos quatro cristãos não militares a
viajar a Teerã para visitar os reféns estado-unidenses que estavam detidos na
embaixada dos EUA. Aparentemente, o papel dos quatro ministros era inspecionar
os reféns e garantir ao mundo que eles não estavam sendo maltratados. Parecia
que ele estava desempenhando mais que o papel de ativista político, quando do
seu retorno ele exortou o governo dos Estados Unidos a assumir uma postura mais
“humilde religiosa em relação aos captores e reconhecer a justiça de algumas
das queixas do Irã contra os EUA”. Em 1989, Coffin deixou seu cargo na Igreja
Riverside para assumir a diretoria executiva da SANE/FREEZE, uma organização
antinuclear mais tarde conhecida como Peace Action. Na qualidade de diretor
executivo, Coffin buscou a dissolução da OTAN e a eliminação das armas
nucleares de curto alcance. Em 1990, Coffin foi nomeado presidente nacional da
SANE/FREEZE. Mais tarde, na década de 1990 se opôs ao envolvimento dos Estados
Unidos na Guerra do Golfo e pediu o envio de tropas para a Bósnia. Em
“Christian Century” Coffin foi citado como tendo dito: “Eu percebi pela
primeira vez quando o genocídio do regime de Pol Pot no Camboja veio à tona que
a violência dentro das fronteiras poderia ser ainda pior do que a violência
através das fronteiras”. Muitos aplaudiram Coffin por suas posições políticas
radicais, por exemplo, quando o presidente de Yale, A. Bartlett Giamatti disse:
“Você nos deu energia”. Outros não foram tão elogiosos, como Carl McIntyre, do
Conselho Internacional de Igrejas Cristãs, que disse: “Durante o Vietnã, ele
contribuiu para o espírito de rendição que finalmente se apoderou do nosso
país”. Pouco antes de sua morte, Coffin fundou a Faithful Security (Segurança
Fiel), uma coalização de pessoas de fé comprometidas a trabalhar por um mundo
livre de armas nucleares. Coffin foi casado três vezes. Seus dois primeiros
casamentos, com Eva Rubinstein e Harriet Gibney, terminaram em divórcio. Teve
como terceira esposa Virginia Randolph Wilson (Randy). Eva Rubinstein, sua
primeira esposa e mão de seus filhos era filha do pianista Arthur Rubinstein. A
perda de seu filho Alexander num acidente de carro em 1983 inspirou um dos
sermões mais solicitados de Coffin. Seu outro filho David Coffin é músico folk.
William Coffin recebeu no início de 2004 a notícia que tinha apenas seis meses
de vida devido a um coração enfraquecido. Coffin e sua esposa moravam na
pequena cidade de Strafford, Vermont, a algumas casas de distância do seu irmão
Ned, até sua morte em 12 de abril de 206, quase dois anos depois da trágica
notícia que duraria só seis meses, morreu aos 81 anos de vida bem vivida.Fonte:
Site Your Dictionary. Disponível em: https://biography.yourdictionary.com/william-sloane-coffin-jr. Acesso
em 24 de dez. 2021.
[cvii] Norman Thomas – Nascido
em 20 de novembro de 1884 em Marion, Ohio, EUA e falecido em 19 de dezembro de
1968 em Cold Spring Harbor, New York, EUA. Foi um assistente social estado-unidense,
ministro evangélico, escritor, político candidato à presidência pelo Partido
Socialista da América. Formado pela Universidade de Princeton, pela
Universidade Bucknell e pelo Seminário Teológico da União. Fundador da União
Americana pelas Liberdades Civis. Escreveu os seguintes livros: “As I See it”
(“Da maneira que eu vejo”), “Socialism Re-examined” (“Socialismo Reexaminado”)
e “A Socialist’s Faith” (“A Fé Socialista”). Quando jovem, Thomas distribuía
jornais para Warren G. Harding, um futuro presidente dos Estados Unidos. Thomas
frequentou a faculdade e se formou na Princeton University em 1905. Enquanto
estava em Princeton, Thomas estudou com Woodrow Wilson, outro futuro presidente
dos Estados Unidos. Depois de se formar em Princeton, Thomas tornou-se
assistente social em New York. Ele também estudou para se tornar um ministro
presbiteriano no Union Theological Seminary. Em 1911, ele foi ordenado e
aceitou um cargo na Igreja Presbiteriana do East Harlem na cidade de New York.
Thomas interessou-se pelo socialismo e passou a desempenhar um papel mais ativo
nos movimentos sociais e na política. Por causa de suas opiniões pacifistas,
Thomas se opôs à Primeira Guerra Mundial e declarou que o conflito era “imoral”
e “sem sentido”. Em 1914, ele ajudou a estabelecer a Fellowship (Comunhão para
a Reconciliação) for Reconciliation, uma organização que se opunha à guerra. Em
1917, Thomas juntou-se à National Civil Liberties Union para se opor às medidas
de guerra do governo do presidente Woodrow Wilson. A posição de Thomas como objetor de
consciência que o atraiu para o Partido Socialista da América (SPA) uma organização
partidária fortemente antimilitarista. Quando o líder do SPA Morris Hillquit,
fez sua campanha para prefeito de New York em 1917 numa plataforma antiguerra,
Thomas escreveu para ele expressando seus bons votos. Para sua surpresa,
Hillquit escreveu de volta, incentivando o jovem ministro a trabalhar em sua
campanha, o que Thomas fez energicamente. Logo depois, o próprio Thomas
ingressou no Partido Socialista, pois acreditava ser um socialista cristão.
Thomas contribuiu com artigos para várias revistas e jornais. Em 1918, ele
estabeleceu uma revista chamada The World Tomorrow em janeiro de 1918, Thomas
foi contratado como editor pago. Juntamente com Devere Allen, Thomas ajudou a
tornar a The Word Tomorrow a voz principal do ativismo social cristão liberal
de sua época. De 1921 a 1922, Thomas atuou como editor associado do The Nation.
Ele também escreveu artigos para The Unemployed e uma série de outras revistas.
Ao longo de sua vida, Thomas escreveu vários livros, incluindo “Is Conscience a
Crime?” (“É a Consciência um Crime?” – 1927), “As I See It” (“Como eu Vejo” –
1932), “A Socialist Faith” (“Uma Fé Socialista” – 1951), “The Test of Freedom”
(“O Teste da Liberdade” – 1954), “The Prerequisites of Peace” (“Os
Pré-Requisito da Paz” – 1959) e “Socialism Reexamine” (“Socialismo Reexaminado
–1963). Em 1924, Thomas, um membro do Partido Socialista foi o candidato de seu
partido para governador de New York. Ele perdeu, mas continuou a buscar cargos
políticos. Em 1928, 1932, 1936, 1940, 1944 e 1948, concorreu à presidência como
socialista. Thomas perdeu as eleições por um grande número de votos. Em todas
as eleições, Thomas apresentou uma plataforma socialista. Ele também encorajou
os estado-unidenses a se tornarem isolacionistas. Os isolacionistas se opuseram
ao envolvimento dos EUA nas relações exteriores. Thomas ajudou a estabelece o
American First Committee, uma organização que incentivou o governo dos Estados
Unidos e as empresas estado-unidense a concentrarem suas atividades na nação em
vez de em outros países. Após o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, Thomas
apoiou a entrada estado-unidense na Segunda Guerra Mundial. Thomas foi uma das
poucas figuras públicas a se opor ao encarceramento de nipo-americanos pelo
presidente Roosevelt após o ataque de Pearl Harbor. Thomas também fez campanha
contra a segregação racial, o esgotamento ambiental e as leis e práticas
antitrabalho, e a favor da abertura dos EUA às vítimas judias da perseguição
nazistas na década de 1930. Thomas foi um dos primeiros defensores do controle
de natalidade A defensora desta prática Margaret Sanger o recrutou para
escrever “Algumas Objeções ao Controle de Natalidade consideradas” em
"Religious and Ethical Aspects of Birth Control", editado e publicado
por Sanger em 1926. Thomas acusou a Igreja Católica de opiniões hipócritas
sobre sexo, como exigir padres a serem celibatários e sustentando que os leigos
dever fazer sexo apenas para reproduzir. “Essa doutrina de procriação
irrestrita é estranhamente inconsistente nos lábios de homens que praticam o
celibato e pregam a continência”. Thomas também foi muito crítico em relação ao
sionismo e das políticas de Israel em relação aos árabes nos anos do pós-guerra
(especialmente após a crise de Suez) e muitas vezes colaborou com o Conselho
Americano para o Judaísmo. Depois de 1945, ele procurou fazer da esquerda
antistalinista o líder da reforma social, em colaboração com líderes
trabalhistas como Walter Reuther. Em 1961, ao lançar o álbum, “The Minority
Party in America, apresentando uma entrevista com Norman Thomas”, pela Folkways
Records, que focava o papel do terceiro mundo. Thomas morreu aos 84 anos em 19
de dezembro de 1968, em Cold Spring Harbor, New York, onde morava há alguns
anos. De acordo com seus desejos, ele foi cremado e suas cinzas foram
espalhadas em Long Island. Fonte: Site Ohio History Connection. Disponível em: https://ohiohistorycentral.org/w/Norman_Thomas. Acesso
em: 24 de dez. 2021.
[cviii] Central Park – New York – é um parque dentro da cidade de New York. Possui uma área de 3,41 km² e está localizado no distrito de Manhattan. Foi inaugurado em 1857 com 3,15 Km² e é considerado, por muitos nova-iorquinos, um oásis dentro da grande floresta de aranha-céus existente na região. Seus arquitetos foram Frederick Law Olmsted (1822 – 1903) e Calvert Vaux (1824 – 1895), sendo aberto em 1858 e fundado de 1857 a 1876, tendo cerca de 42 milhões de visitas em cada ano. O Central Park é o maior e mais importante parque público em Manhattan, New York. Ocupa uma área de 840 acres (340 hectares) e se entende entre as ruas 59th e 110th (cerca de 2,5 milhas – aproximadamente 4 quilômetros) e entre a Quinta e a Oitava avenidas (cerca de 0,5 milhas – 0,8 quilômetros). Foi um dos primeiros parques estado-unidenses a ser desenvolvido usando técnicas de arquitetura paisagística. Na década de 1840, a crescente urbanização de Manhattan levou o poeta e editor William Cullen Bryant e o arquiteto paisagista Andrew Jackson Downing a pedir que um novo e grande parque fosse construído na ilha. Suas opiniões ganharam amplo apoio e, em 1856, a maior parte das terras atuais do parque foram compradas por cerca de 5 milhões de dólares, que foram apropriados pela legislatura estadual. A limpeza do local, que foi iniciada em 1857, envolveu a remoção de uma fábrica de caldeiraria, muitos casebres espalhados e fazendas esquálidas, gado solto e vários ralos e esgotos abertos. Um plano foi elaborado pelos arquitetos Frederick Law Olmstede e Calvert Vaux que preservaria e realçaria as características naturais do terreno para fornecer um parque pastoril para os moradores da cidade; em 1858, o plano foi escolhido entre 33 escritos na competição por um prêmio de 2 mil dólares. Durante a construção do parque, milhões de carrinhos de terra e solo foram deslocados para construir o terreno, cerca de 5 milhões de árvores e arbustos foram plantados, um sistema de abastecimento de água foi instalado e muitas pontes, arcos e estradas foram construídos. O Central Park concluído foi inaugurado oficialmente em 1876 e ainda é uma das maiores conquistas em paisagismo artificial. O terreno e a vegetação do parque são altamente variados e variam de gramados planos, encostas suaves e vales sombreados a ravinas íngremes e rochosas. O parque oferece vistas e passeios interessantes em quase todos os pontos. O Metropolitan Museum of Art fica no parque, de frente para a Quinta Avenida. Há também um zoológico, um rinque de patinação no gelo, três pequenos lagos, um teatro ao ar livre, uma concha acústica, muitos campos de jogos e parques infantis, várias fontes e centenas de pequenos monumentos e placas espalhadas pela área. Há também uma delegacia de polícia, vaias fortificações que datam do início do século XIX e a “agulha de Cleópatra” (um antigo obelisco egípcio). O parque tem vários caminhos pedonais e ciclovias, e várias estradas o atravessam. Fonte: Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Parque Central". Enciclopédia Britânica, 6 de fevereiro de 2020, https://www.britannica.com/place/Central-Park-New-York-City. Acessado em 24 de dezembro de 2021.
[cix] Organização das Nações Unidas (ONU) – organização internacional criada no pós-guerra e que tem como principal objetivo garantir a paz no mundo. Com sede em New York, atualmente, a ONU conta com 192 países. Ao término da Segunda Guerra Mundial a Europa estava destruída e mais de 45 milhões dos seus habitantes havia morrido em decorrência do conflito. Os custos materiais e humanos da guerra haviam se revelado altíssimos e evidenciavam a necessidade de se criar mecanismos para impedir que um conflito de tamanha proporção voltasse a ocorrer. Pensando nisso, em uma reunião realizada em São Francisco, nos Estados Unidos, em 24 de outubro de 1945, 51 Estados assinaram a carta de fundação da Organização das Nações Unidas, que teria como objetivo garantir a paz e intermediar os conflitos entre países. A ONU substituiu a Liga das Nações, fundada pós-Primeira Guerra. Apesar de seu principal objetivo ser manter a paz, a ONU também passou a apoiar e desenvolver uma ampla agenda, que contempla a promoção dos direitos humanos e do desenvolvimento social e econômico, a proteção do meio ambiente e a promoção de ajuda humanitária em casos de desastres ambientais e conflitos armados. A ONU é organizada de acordo com a seguinte estrutura: a) Assembleia Geral: órgão deliberativo que tem como funções principais tratar questões que atinjam diretamente a paz ao redor do mundo; b) Conselho de Segurança: único órgão da ONU cujas decisões são compulsórias para outros países. Seu principal objetivo é manter a paz, analisar e discutir problemas que ameacem a segurança ao redor do mundo e procurar soluções para conflitos; c) Apesar da ONU ser composta por 192 Estados membros, apenas cinco países possuem assento permanente no conselho, são eles: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Além de comporem o conselho permanente, esses países possuem direito a veto a questões de segurança; d) Além dos países com assento permanente, a assembleia geral indica dez membros para comporem os assentos rotativos por um período de dois anos; e) Conselho Econômico e Social (ECOSOC): atua na coordenação dos trabalhos voltados ao desenvolvimento econômico e social das nações; f) Conselho de Tutela: seu objetivo era ajudar os territórios sob tutela da ONU a se organizarem como Estados Independentes. Sua extinção se deu em 1994, três anos após Palau, o último território sob tutela da ONU, tornar-se soberano; g) Corte Internacional de Justiça: também chamado de Tribunal de Haia, trata-se do órgão jurídico da ONU. A corte internacional tem o poder de decisão sobre litígios internacionais, inclusive aqueles que envolvam Estados não membros; h) Secretariado: atua na assessoria dos órgãos da ONU. Além dessa estrutura, a ONU possui organismos intergovernamentais e programas voltados para o desenvolvimento dos direitos humanos, questões ambientais, patrimônio, etc. Entre esses organismos estão a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Organização Mundial de Saúde (OMS), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), etc. Também fazem parte da estrutura da ONU a Universidade das Nações Unidas (UNU) e o ACNDUDH (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos). Apesar de seu compromisso de garantir a paz no mundo, a organização é acusada de agir tendenciosamente e ser utilizada para a defesa dos interesses políticos dos membros permanentes do Conselho de Segurança. O caso da Guerra na Síria é emblemático da forma como a organização é ineficiente na defesa da paz. Apesar de o país estar em guerra desde 2011, a ONU não tem interferido no conflito por causa do impasse que existe no Conselho de Segurança entre Rússia e Estados Unidos sobre que medidas devem ser tomadas na região em conflito. Como ambos países têm direito a veto no Conselho de Segurança, até o momento nenhuma medida foi tomada pela ONU para interferir no conflito. Fonte: LEITÃO, Joyce Oliveira. Site Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com/geografia/organizacao-das-nacoes-unidas-onu/. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cx] Cultura Hippie – também soletrado hippy membro, durante os anos 1960 e 1970, de um movimento contracultural que rejeitou os costumes da vida estado-unidense dominante. O movimento se originou em campi universitários nos Estados Unidos, embora tenha se espalhado para outros países, incluindo Canadá e Grã-Bretanha. O nome derivado de “hip”, um termo aplicado aos Beats dos anos 1950, como Allen Ginsberg e Jack Kerouac, que geralmente eram considerados os precursores dos hippies. Embora o movimento tenha surgido em parte como oposição ao envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnã (1955 – 1975), os hippies muitas vezes não estavam diretamente envolvidos na política, ao contrário de seus ativistas conhecidos como “Yippies” (Partido Internacional da Juventude). Os hippies era, em grande parte, um grupo de adolescentes e jovens brancos de classe média que pertenciam ao o que os demógrafos chamam de geração baby boom. Eles se sentiram alienados da sociedade de classe média, que consideravam dominada pelo materialismo consumista e pela repressão. Os hippies desenvolveram seu próprio estilo de vida distinto, por meio do qual construíram um senso de marginalidade. Eles experimentaram arranjos de vida comunitária ou cooperativa, e muitas vezes adotaram dietas vegetarianas baseadas em alimentos não processados e praticavam medicina holística. Os hippies também eram conhecidos por seu estilo único, preferindo cabelos longos e vestidos casuais, muitas vezes não convencionais, às vezes em cores “psicodélicas”. Muitos homens cresceram barbas, e tanto homens quanto mulheres usavam sandálias e contas. Os chamados vestidos longos e esvoaçantes eram populares entre as mulheres, e os óculos sem aros, tanto para homens quanto para mulheres. Para muito o “Whole Earth Catalog”, que apareceu pela primeira vez em 1968, tornou-se fonte para as necessidades da vida. Foi crucial para os ex-moradores urbanos que praticavam a agricultura de semissubsistência nas áreas rurais (no que veio a ser chamada de movimento de volta a terra). Os hippies tendiam a abandonar a sociedade, renunciando a empregos regulares e carreiras, embora alguns desenvolvessem pequenos negócios que atendiam a outros hippies. Muitos críticos notaram que o hippies tinham o luxo de poder “checar” a sociedade e comentaram sobre a incongruência da participação dos hippies no movimento pelos direitos civis, no qual os negros estado-unidenses estavam lutando pelo direito de participar plenamente na sociedade. Os hippies defendiam a não violência e o amor, uma frase popular sendo: “Faça amor, não faça guerra”, pelo que às vezes eram chamados de “filhos das flores”. Eles promoveram a abertura e a tolerância com alternativas às restrições e arregimentação que viam na sociedade de classe média. Os hippies frequentemente praticavam relações sexuais abertas e viviam em vários tipos de grupos familiares. Eles comumente buscavam orientação espiritual de fontes fora da tradição judaico-cristã, particularmente do budismo, hinduísmo e outras religiões orientais, e as vezes em várias combinações. A astrologia também era popular, e o período era frequentemente referido como a Era de Aquário. Os hippies promoveram o uso recreativo de drogas alucinógenas, principalmente maconha e LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico), nas chamadas viagens de cabeça, justificando a prática como forma de ampliação da consciência. Na verdade, as drogas foram uma das razões apontadas para se caminhar na “trilha hippie”. Entre 1957 e 1978, cerca de 100 mil jovens dos Estados Unidos e da Europa Ocidental viajaram por terra através da Iugoslávia, Bulgária ou Grécia para a Turquia, Índia, Marrocos, Irã, Afeganistão ou Nepal. Além das drogas, eles buscavam a iluminação ou algo “exótico”. Ambos folk e Rock eram parte integrante da cultura hippie. Cantores como Bob Dylan e Joan Baez e grupos como os Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane e Rolling Stones estavam entre os mais intimamente identificados com o movimento. O musical “Hair”, um celebração do estilo de vida hippie, estreou na Broadway em 1968, o filme “Easy Rider”, que refletia os valores e a estética hippie, apareceu em 1969. O romancista Ken Kesey (autor de “One Flew Over the Cuckoo’s Nest” – “Um Voo Sobre o Ninho do Cuco) foi um dos mais conhecidos porta-vozes literários do movimento, mas se tornou igualmente famoso pelos passeios de ônibus que fez com um grupo chamado “Merry Pranksters” (Alegres Brincalhões). Reuniões públicas, festivais de música e às vezes protestos, muitas vezes desculpas para celebrações da vida eram uma parte importante do movimento hippie. O primeiro “estar” (“to be”) chamado de Reunião das tribos, foi realizada em San Francisco em 1967. Iniciou o “Verão do Amor” em que até 100 mil membros da contracultura viajaram pelos Estados Unidos e convergiram no distrito de Haight-Ashbury da cidade de San Francisco. Muitos compareceram ao Festival Internacional de Pop de Monterey, mas outros foram atraídos por promessas utópicas de “paz e amor”. A situação, no entanto, acabou se transformando no caos. O distrito sucumbiu à superlotação, ao crime (“amor livre” costumava ser usado para desculpar o estupro) e às condições nada higiênicas. Em outubro de 1967, um funeral simulado, chamado de cerimônia da “Morte do Hippie”, foi realizado por alguns que permaneceram em San Francisco. Apesar desse fim simbólico, o movimento de contracultura continuou. Festivais de música ao ar livre era outra forma de reunião pública para os hippies, com cerca de 300 apresentações ocorrendo nos EUA entre 1967 e 1971. Os festivais mais conhecidos foram realizados em 1969: Woodstock, um evento de três dias na zona rural do estado de New York, e o show gratuito no Altamont Speedway perto de Livermore, Califórnia. O primeiro atraiu cerca de 400 – 500 mil pessoas e se tornou virtualmente sinônimo do movimento. Este último, no entanto, foi planejado às pressas e imediatamente se tornou indisciplinado. A gangue de motociclista do Hells Angels (Anjos do Inferno), contratada para fornecer segurança, espancou espectadores e músicos. Um membro do clube, Alan Passaro, esfaqueou fatalmente uma adolescente negra, Meredith Hunter, durante o set dos Rolling Stones. As reuniões públicas dos hippies nem sempre tiveram fins calamitosos. Na verdade, muitos hippies participaram de uma série de aulas em faculdades e universidades nas quais a oposição à Guerra do Vietnã foi explicada, e eles participaram de protestos e marchas contra a guerra. Eles se juntaram a outros manifestantes na “moratória – uma manifestação nacional – contra a guerra de 1969. Os hippies também estiveram envolvidos no desenvolvimento do movimento ambiental. O primeiro Dia da Terra foi realizado em 1970, e muitos participaram de palestras que educaram os ouvintes sobre a importância da preservação do meio ambiente. Em meados da década de 1970, o movimento havia diminuído e, na década de 1980, os hippies deram lugar a uma nova geração de jovens que pretendiam fazer carreira nos negócios e que vieram a ser conhecidos com yuppies (jovens profissionais urbanos). No entanto, em atitudes mais relaxadas em relação ao sexo, na nova preocupação com o meio ambiente e em uma redução generalizada da formalidade. Seus trajes e algumas de suas práticas entraram na cultura dominante, e a palavra hippie se tornou um termo amplo para uma pessoa que superficialmente compartilha alguns dos mesmos interesses da cultura hippie, como comer uma dieta vegetariana ou ter um interesse em culturas orientais. Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "hippie". Enciclopédia Britânica, 30 de julho de 2021, https://www.britannica.com/topic/hippie. Acessado em 24 de dezembro de 2021.
[cxi] Conferência Massey de 1967 (em inglês: Massey Lectures) – Palestras anuais que transcorrem durante uma semana, sobre tópicos políticos, culturais e filosóficos, no Canadá. Surgiram em 1961, denominadas em memória de Vincent Massey, governador-geral do Canadá. Seu propósito é “habilitar autoridades competentes a reportar os resultados e estudos originais sobre assuntos fundamentais de interesse contemporâneo”. Dentre os mais destacados conferencistas incluem-se Northrop Frye, John Kenneth Galbraith, Noam Chomsky, Margaret Atwood, Ursula Franklin e os laureados com o Nobel George Wald, Willy Brandt, Doris Lessing e em 1967 Martin Luther King Jr. Conferências Massey – Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncias_Massey. Acesso em 24 de dez. de 2021.
[cxii] Thich Nhat Hanh – Nascido em 1926 no Vietnã. A pronúncia do nome de Thich Nhat Hanh, em inglês é Tik N’yat Hawn, contudo, desde que o idioma vietnamita é uma língua tonal, isto é, apenas uma aproximação estreita de como se iria pronunciar em vietnamita. (o nome dele é, por vezes escrito com erros ortográficos como Thich Nhat Hahn, Thich Nhat Han, e Thich Nat Han). Monge budista, pacifista, escritor e poeta vietnamita. Nguyen Xuân Bao, um dos mestres do zen-budismo mais conhecidos e respeitados no mundo de hoje, poeta e ativista da paz e dos direitos humanos. Nascido na região central do Vietnã, ele se juntou aos monges na idade de dezesseis anos. Por ocasião da Guerra do Vietnã, os mosteiros se defrontaram com a questão de aderir ou não, exclusivamente, à vida contemplativa e continuar a meditar nos mosteiros, ou ajudar a população que sofria sob bombardeios e outras devastações da guerra. Nhat Hanh foi um dos que optaram por fazer as duas coisas, ajudando a fundar o movimento do budismo engajado. Desde então, tem dedicado sua vida ao trabalho de transformação interior para benefício dos indivíduos e da sociedade. Em Saigon, no início dos anos 1960, Thich Nhat Hanh fundou a Escola de Serviço Social da Juventude, uma organização de apoio popular que passou a se dedicar à reconstrução de aldeias bombardeadas, criação de escolas e centros médicos, reassentamento de famílias desabrigadas, e organizando cooperativas agrícolas. Reunindo cerca de 10 mil estudantes voluntários, a organização baseou o seu trabalho nos princípios budistas de não violência e ação compassiva. Apesar da denúncia do governo de sua atividade, Thich Nhat Hanh também fundou uma universidade budista, uma editora e uma revista influente ativista da paz no Vietnã. Depois de visitar os EUA e a Europa, em 1966, em missão de paz, ele foi proibido de retornar ao Vietnã. Em viagens posteriores para os EUA, elaborou um processo de paz para as autoridades federais e do Pentágono, incluindo Robert McNamara. Ele pode ter mudado o curso da história dos EUA, quando persuadiu Martin Luther King Jr. a se opor publicamente à Guerra do Vietnã, sendo que isso ajudou a galvanizar o movimento pela paz. No ano seguinte, Luther King Jr. indicou-o para o Prêmio Nobel da Paz. Posteriormente, Thich Nhat Hanh chefiou a delegação budista nas Conversações de Paz em Paris. Em 1982, no exílio na França, fundou Plum Village, uma comunidade budista, onde continua seu trabalho para aliviar o sofrimento dos refugiados, os presos políticos e famílias famintas no Vietnã e todo Terceiro Mundo. Também recebeu o reconhecimento por seu trabalho com os veteranos do Vietnã, retiros de meditação, e seus escritos sobre a arte da meditação, atenção e paz. Já foram publicados 40 títulos em inglês. Em setembro de 2001, poucos dias após os atentados suicidas terroristas ao World Trade Center, ele abordou as questões da não violência e do perdão, em um discurso memorável na Igreja Riverside, em New York. Thich Nhat Hanh continua a viver em Plum Village na comunidade de meditação fundada por ele, onde ensina, escreve e conduz retiros em todo o mundo sobre “a arte de viver consciente”. Um dos principais ensinamentos de Thich Nhat Hanh é que, através da plena consciência, podemos aprender a viver no momento presente, em vez de apegarmos ao passado ou futuro. Residindo no momento presente é, de acordo com Thich Nhat Hanh, a única maneira de realmente desenvolver a paz, em si mesmo e no mundo. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Thich_Nhat_Hanh. Acesso em 24 de dez. de 2021.Ver Blog do Maffei. Cronologia da vida de Thich Nhat Hanh. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/01/trich-nhat-hanh-um-monge-vietnamita.html. Acesso em 21 de jan. 2022.
[cxiii] Capitólio – O Capitólio não é um prédio como outro qualquer dos Estados Unidos, mas sim um edifício imponente e surpreendente. Seu interior abriga nada menos que o Congresso dos EUA, o qual engloba a Câmara Alta, integrada pelo Senado, e a Câmara Baixa, formada pelos deputados. A construção, muito procurada pelos turistas que visitam os Estados Unidos, está situada na capital do país, a cidade de Washington D.C. (Distrito de Colúmbia), na Colina do Capitólio, que dá nome a este bairro, no topo do National Mall, parque nacional que se estende deste centro político até o monumento de Washington. A estrutura do Capitólio foi planejada inicialmente por William Thornton, médico de origem escocesa. Seus primeiros esboços foram mais tarde alterados por Stephen Hallet, Benjamin Latrobe e, logo depois, por Charles Bulfinch. Sua atual cúpula iluminada, de incrível altura, e as laterais da Câmara de Deputados e do Senado foram criadas por Thomas U. Walter e August Schoenborn, e arrematadas sob a liderança de Edward clark. Este célebre prédio é dominado pela abóboda centras e por suas duas divisões, uma para o Senado, na direção norte, e outra para a Câmara dos Representantes (deputados), localizada no sul do Capitólio. Sobre estas alas desdobram-se galerias de onde os turistas podem assistir às sessões políticas que aí se desenrolam. Seu projeto arquitetônico se baseia no modelo neoclássico. A mais ou menos 90 metros de distância do solo ergue-se majestosa a Estátua da Liberdade (não confundir com a Estátua da Liberdade de New York), conhecida também como Liberdade Armada ou tão somente Liberdade. Esculpida em bronze pelo artista Thomas Crawford, foi inserida na Cúpula do Capitólio em 1863. Contraditoriamente, embora seu tema seja a liberdade, ela foi guindada a sua atual posição por trabalhadores escravos. Concebido como o marco zero da capital estado-unidense, sua pedra fundamental foi assentada em 18 de setembro de 1793, em um evento singular, pelo presidente George Washington, primeiro presidente do país livre, considerado o Pai dos Estados Unidos da América. Dizem que, hoje, esta pedra angular está situada próxima à Suprema Corte. Em sua superfície foi entalhado um símbolo de origem maçônica, inscrito em 1893, cem anos depois de seu posicionamento no local da construção. Depois de algum tempo ela foi transferida de lugar no interior da estrutura do prédio. Sua edificação teve início em 1793, dois anos depois um terreno concedido por Maryland, um dos Estados estado-unidense, foi escolhido para ser o Distrito de Colúmbia, onde seria erguida a futura capital do país. Vários arquitetos contribuíram, ao longo dos anos, para a construção do capitólio. Internamente ele é revestido com várias criações de Constantino Brumidi. A primeira sessão realizada pelo Congresso na sede do Capitólio foi em 17 de novembro de 1800, mesmo com a construção ainda inconclusa. Sua edificação foi toda realizada com a ajuda de escravos afro-americanos, pois trabalhadores livres não se adaptaram ao regime imposto por esta obra. O Capitólio foi alvo, muitas vezes, de ataques terroristas. O mais recente ocorreu em 24 de julho de 1998, quando Russel Weston Eugene Jr. ocupou o prédio e atirou, assassinando dois seguranças. Crê-se que, nos atentados que marcaram o 11 de setembro, ele tinha sido um dos objetivos dos invasores do voo 93 da United Airlines. Depois deste evento as condições de segurança do edifício foram radicalmente transformadas. Os veículos são rigorosamente revistados e as pessoas vistoriadas com detectores de metais, enquanto suas posses são meticulosamente submetidas a aparelhos de raios-x. Fonte: Site Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com/estados-unidos/capitolio/. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxiv] Henry George – Nascido em 2 de setembro de 1839 na Filadélfia, Pensilvânia, EUA e falecido em 29 de outubro de 1897 em New York, NY, EUA. Foi um reformador e economista que em “Progresso e Pobreza” (1879) propôs um imposto único: o imposto estadual que retire, de forma única, toda a renda econômica tributável – inclusive a renda do uso de terras nuas, ma não de melhorias – e elimine todos os outros impostos. Deixando a escola antes de seu 14.º aniversário, George trabalhou por dois anos com balconista em uma importadora e depois foi para o mar, navegando para a Austrália e a Índia. De volta à Filadélfia, em 1856, ele aprendeu a composição tipográfica e, em 1857, alistou-se como mordomo em um navio de faros, o Shubruck, com destino ao serviço na costa do Pacífico. Ele largou o navio em São Francisco para se juntar à corrida do ouro no Canadá, onde entretanto, chegou tarde demais. Em 1858 ele voltou para a Califórnia. Lá ele trabalhou para jornais e participou do Partido Democrata até 1880. No processo, ele desenvolveu habilidades de redação e oratória, mas sem alcançar muito sucesso financeiro. Após anos de trabalho intermitente como tipógrafo e cinco anos como editor de vários jornais, incluindo o San Francisco Chronicle, em 1871 ele e dois sócios começaram o San Francisco Daily Evening Post, mas dificuldades de crédito os forçaram a fechá-lo em 1875. George havia fracassado em várias tentativas de obter um cargo eletivo, mas em 1876 ele garantiu uma nomeação política como inspetor estadual de mediadores de gás que lhe permitiu trabalha em “Progresso e Pobreza”, o que capturou o espírito de descontentamento que surgiu da depressão econômica de 1873 a 1878. Este livro popular foi traduzido para muitos idiomas. Sua transmissão foi reforçada pelos panfletos de George, suas contribuições frequentes para revistas (notavelmente Frank Leslie’s Illustrated Newspaper) e suas viagens e palestras nos EUA e nas Ilhas Britânicas. Ao observar a economia estado-unidense da década de 1870, George se perguntou por que o aumento de riqueza do país parecia estar sempre acompanhado de um aumento da pobreza? Em “Progresso e Pobreza”, ele escreveu: “A tendência do que chamamos de progresso material é, de forma alguma, melhorar a condição da classe mais baixa no que se refere ao essencial para uma vida humana saudável e feliz. Mais ainda, que isso deprime ainda mais a condição da classe mais baixa... É como se uma imensa cunha estivesse sendo forçada, não por baixo da sociedade, mas pelo meio da sociedade. Aqueles que estão acima do ponto de separação são elevados, mas aqueles que estão abaixo são esmagados”. Ele pensou ter encontrado a resposta para a sua pergunta em seu estudo sobre os aumentos de preços em terrenos na Califórnia como resultado da construção da ferrovia transcontinental. Como base para seu argumento, George deu um novo significado à doutrina ortodoxa, ou “ricardiana” (em homenagem ao economista inglês David Ricardo), do aluguel. Ele aplicou a lei dos rendimentos decrescentes e o conceito de “margem de produtividade” apenas à terra. Ele argumentou que, uma vez que o progresso econômico acarretava uma crescente escassez de terras, o proprietário ocioso obtinha retornos cada vez maiores às custas dos fatores produtivos do trabalho e do capital. George imaginou que a receita anual do governo com esse “imposto único” seria tão grande que haveria um superávit para a expansão das obras públicas. Seu argumento econômico foi reforçado e dominado por apelos humanitários e religiosos. O remédio específico de Henry George não teve nenhum resultado prático significativo, e poucos economistas de reputação o apoiaram. Os críticos observaram que os impostos sobre os valores dos sítios podem reduzir o incentivo para torná-los valiosos, enfraquecendo assim a intenção do imposto. No entanto, a ênfase enérgica de George no “privilégio”, sua demanda por igualdade de oportunidades e sua análise econômica sistemática provaram ser um estímulo para reformas dentro da ordem. George mudou-se para a cidade de New York em 1880. Em 1886, ele se tornou o candidato a prefeito das forças reformistas. Em uma disputa espetacular, ele perdeu por pouco para o candidato democrata, Abram Stevens Hewitt, e terminou substancialmente à frente do candidato republicano, Theodore Roosevelt. Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Henry George". Encyclopedia Britannica , 25 de outubro de 2021, https://www.britannica.com/biography/Henry-George. Acessado em 24 de dezembro de 2021.
[cxv] American Federation of State, County, and Municipal Employes (AFSCME) –A AFSCME foi fundada durante a Grande Depressão com base em uma ideia simples - que um serviço civil profissional é essencial para uma democracia forte. Os negócios do povo devem ser conduzidos por indivíduos dedicados a servir suas comunidades, não por aqueles que têm ligações próximas com políticos. Esta ideia sustentou a AFSCME por quase nove décadas, à medida que cresceu de uma organização incipiente de alguns milhares de pessoas para uma das forças mais poderosas do movimento trabalhista. 1932 – um pequeno grupo de empregados profissionais de colarinho branco em Madison, Wisconsin, temendo perder seus empregos no serviço público devido ao patrocínio político, formou a Wisconsin State Employees Association (WSEA), que mais tarde se tornaria o Wisconsin State Employees Union. 1933 – Os membros da WSEA realizam reuniões, marcham, manifestam e fazem lobby forte no Legislativo estadual para derrotar um projeto de lei que teria desmantelado o sistema de serviço público estadual. 1935 – Associações de funcionários semelhantes surgem em 19 estados; na convenção da Federação Americana do Trabalho (AFL), o grupo, agora conhecido como Federação Americana de Funcionários Estaduais, Municipais e Municipais (AFSCME), passa a ser um “departamento” da Federação Americana de Funcionários Governamentais (AFGE). 1936 – A AFSCME recebe uma carta patente da AFL; Arnold Zander é escolhido como o primeiro presidente internacional da AFSCME depois de formar uma coalizão de 20 funcionários locais do setor público em todo o país. 1938 – Dois mil trabalhadores do saneamento na Filadélfia entram em greve para protestar contra as demissões e cortes salariais e ganhar o primeiro acordo de barganha da AFSCME com uma grande cidade. 1936 – 1945 – O AFSCME concentra-se em fazer lobby nas legislaturas estaduais para aprovar ou fortalecer as leis do serviço público; o número de membros aumenta de 10 mil para 73 mil pessoas. 1945 – 1946 – Fim da Segunda Guerra Mundial; o período do pós-guerra é marcado por uma onda de greves enquanto os trabalhadores – 3,5 milhões em 1945 e 4,6 milhões em 1946 – fazem greve por salários mais altos na economia do pós-guerra; também há agitação no setor público, com a greve de funcionários municipais em várias cidades. 1947 – Oito estados aprovam leis que penalizariam funcionários públicos em greve; O Congresso aprova a Lei Taft-Hartley, que restringe os sindicatos do setor privado e torna mais fácil para os empregadores interromper as greves. 1955 – AFL e CIO (Congresso de Organizações Industriais) se fundem para formar a AFL-CIO; A associação AFSCME passa de 100 mil membros. 1958 – Uma série de greves e manifestações na cidade de New York pressionam o prefeito Robert Wagner a assinar uma ordem executiva concedendo direitos de negociação coletiva aos sindicatos que representam os funcionários da cidade; sob a liderança do Presidente do Conselho Distrital 37 Jerry Wurf, AFSCME começa a ganhar as eleições que o tornam o sindicato de trabalhadores públicos mais forte da cidade. 1961 – O presidente John Kennedy emite a Ordem Executiva 10988, legitimando a negociação coletiva para funcionários federais e criando uma atmosfera favorável para todos os funcionários públicos. 1964 – Jerry Wurf – atuando em uma plataforma de organização agressiva, lutando por direitos de negociação coletiva para funcionários públicos e reforma sindical / democracia sindical – é eleito o segundo presidente internacional na convenção bienal AFSCME. 1965 – Uma convenção especial da AFSCME reescreve os estatutos da AFSCME e inclui uma Declaração de Direitos para os membros do sindicato, a primeira no movimento trabalhista estado-unidense. No final do ano, vários estados promulgam leis de negociação coletiva para funcionários públicos; A afiliação da AFSCME chega a 250 mil membros. Meados da década de 1960 – Mais estados aprovam leis de negociação coletiva; As demandas da AFSCME por respeito aos funcionários públicos estão vinculadas ao movimento pelos direitos civis e grupos progressistas que protestam contra a injustiça econômica, racial e social. 1968 – Trabalhadores do Saneamento de Memphis, Tennessee, fazem greve pelo reconhecimento sindical e contra as práticas discriminatórias da cidade; Dr. Martin Luther King Jr., marcha com os trabalhadores em greve e é assassinado; a cidade concorda em reconhecer o sindicato dos trabalhadores, AFSCME Local 1733. 1972 – William Lucy é eleita secretária-tesoureira da União Internacional; uma ativista dos direitos civis ao longo da vida, Lucy trabalhou em estreita colaboração com o Dr. Martin Luther King, Jr. em Memphis, Tennessee e liderou a delegação trabalhista para a África do Sul após a eleição do presidente Nelson Mandela. 1975 – Na Pensilvânia, cerca de 46 mil trabalhadores estatais representados pela AFSCME fazem greve por salários justos – a primeira greve legal em grande escala de funcionários públicos. Meados de 1970 – Mais de 60 associações de funcionários independentes são afiliadas à AFSCME. 1978 – A New York Civil Service Employees Association (CSEA), com 250 mil membros, é afiliada à AFSCME e empurra os membros para mais de 1 milhão de pessoas. Década de 1980 – Em uma era de sentimento antitrabalhador público, AFSCME aumenta muito seu ativismo político e visibilidade e ajuda a eleger candidatos endossados pelo AFSCME em todos os níveis de governo; direitos de negociação coletiva são conquistados em três novos estados: Illinois, Ohio e Nebraska. 1981 – O presidente Ronald Reagan desfaz uma greve da PATCO (Organização Profissional de Controladores de Tráfego Aéreo), dando início a uma era de ataques a trabalhadores dos setores público e privado.A delegação de 60 mil membros da AFSCME, a maior de qualquer sindicato, lidera o Dia de Solidariedade da AFL-CIO – uma demonstração massiva em Washington, D.C., exigindo tratamento justo para os trabalhadores estado-unidenses. Trabalhadores da cidade em San Jose, Califórnia, membros do AFSCME Local 101, travaram a primeira greve na história do país sobre a questão da igualdade salarial para mulheres trabalhadoras. O presidente da AFSCME, Jerry Wurf, morre. Após sua morte, membros do sindicato e amigos criaram o Fundo Memorial Wurf para homenagear sua vida e legado. Ele fornece suporte para pesquisa, bolsa de estudos e desenvolvimento de liderança para promover o sindicalismo do setor público e fortalecer a capacidade dos líderes sindicais de enfrentar os desafios do século XXI. Gerald McEntee é escolhido como o terceiro presidente internacional do sindicato. Ele começou sua carreira na AFSCME em 1958 como membro e continuou como organizador e líder na Pensilvânia. Ele liderou a campanha para sindicalizar mais de 75 mil funcionários do serviço público na Pensilvânia – a maior mobilização sindical nos Estados Unidos na época. 1989 – O Sindicato Nacional dos Funcionários do Hospital e da Saúde (NUHHCE) é afiliado à AFSCME e solidifica o sindicato como a voz principal pelos direitos dos trabalhadores da saúde. 1990 – O número de membros da AFSCME ultrapassa os 1,2 milhões de pessoas. 1998 – Os delegados na Convenção da AFSCME se comprometem com um programa ousado de organização agressiva. 2001 – 60 mil funcionários do serviço público em uma dúzia de estados e em Porto Rico se organizam com a AFSCME – o maior ano único de organização em três décadas. 2002 – Outros 55 mil trabalhadores ingressam na AFSCME; o número de membros chega a 1,3 milhão. 2004 – Os delegados da Convenção AFSCME aprovaram a Resolução do Século XXI, criando um comitê para examinar todos os aspectos do sindicato e fazer recomendações à Convenção AFSCME de 2006. 2006 – A AFSCME aumentou suas fileiras para 1,6 milhões de membros.O plano Power to Win do século XXI foi adotado na 37ª Convenção Internacional AFSCME, e os delegados participaram de uma reunião na prefeitura para discutir a implementação do plano.Devido aos esforços de base em todo o país, a AFSCME ajudou a impedir que o governo Bush privatizasse a Previdência Social.Por meio de esforços conjuntos, o sindicato ajudou a conquistar as casas de seis governadores e a reconquistar as câmaras legislativas em 10 estados, além de reconquistar a Câmara dos Representantes e o Congresso dos EUA. 2007 – O sindicato criou uma nova marca e identidade que incluiu o novo logotipo e slogan: “We Make American Happen”. 2008 – 40 mil voluntários são mobilizados para eleger o presidente Barack Obama e o vice-presidente Joe Biden. 2009 – A AFSCME foi o principal sindicato organizador da AFL_CIO. O AFSCME desempenhou um papel importante na conquista da reforma do sistema de saúde e na obtenção de alívio fiscal para os estados por meio do American Reinvestment and Recovery Act (ARRA).AFSCME convocou a primeira Conferência Nacional Next Wave, para novos e jovens líderes de sindicatos e conselhos locais. Perto de 600 Next Wavers convergem em Chicago, Illinois. 2010 – Lee A. Saunders foi eleito secretário-tesoureiro internacional em julho na Convenção Internacional. Saunders ingressou na Associação de Funcionários do Serviço Civil de Ohio (OCSEA) quando trabalhava para o estado de Ohio aos 20 anos. Saunders trabalhou para AFSCME em muitas funções desde 1978, mais recentemente como assistente executivo da AFSCME no mandato do Presidente Gerald McEntee. Nessa função, ele foi responsável por administrar a operação política e legislativa mais eficaz da história do movimento trabalhista estado-unidense.2011 – Em fevereiro de 2011, quase 200 mil funcionários do serviço público de Wisconsin, incluindo mais de 60 mil membros da AFSCME, perderam o direito de negociar coletivamente sobre cuidados de saúde, aposentadoria e condições de trabalho. Em resposta, dezenas de milhares de manifestantes protestaram no Capitólio em Madison por meses. Uma campanha de recall foi montada que resultou na destituição de dois senadores estaduais republicanos. Em Ohio, o Senado Bill 5 (SB 5) tinha como alvo a negociação coletiva para funcionários públicos. Os membros do AFSCME, trabalhando com outros sindicatos e parceiros de coalizão, reuniram assinaturas suficientes para colocar um referendo de revogação na votação de novembro de 2011 em Ohio. Os habitantes de Ohio votaram esmagadoramente pela revogação do SB 5 e pela proteção da negociação coletiva para funcionários públicos. 2012 – Lee A. Saunders é eleito presidente internacional em junho na Convenção Internacional, tornando-se o primeiro presidente afro-americano do sindicato. Saunders sucede Gerald McEntee, que serviu ao sindicato como presidente por mais de 30 anos e supervisionou o crescimento da AFSCME em número de membros e poder político. Sob a liderança de Saunders, o sindicato realiza sua maior mobilização eleitoral para reeleger o presidente Barack Obama.O ataque da direita aos direitos dos trabalhadores continua, à medida que políticos antissindicais em Indiana e Michigan promulgam leis de direito ao trabalho destinadas a enfraquecer o poder sindical. 2013 – A AFSCME continuou a organizar agressivamente novos membros, adicionando milhares de trabalhadores de serviços médicos de emergência e 7,5 mil prestadores de cuidados domiciliares de Vermont, que mais tarde ganharam aumentos de até 30% em seu primeiro contrato. 2014 – A AFSCME inicia o programa 50 mil Stronger para organizar novos membros, contando em grande parte com organizadores de membros voluntários, ou VMOs. A União Internacional e os afiliados não apenas atingem essa meta, mas quase o dobram - adicionando 92.155 membros até a Convenção Internacional em julho. 2015 – O presidente Saunders dá início ao AFSCME Strong, uma expansão abrangente da campanha 50 mil Stronger para fortalecer o sindicato no local de trabalho e agregar novos membros, a fim de superar os ataques de bilionários e políticos anti-sindicais. 2016 – O presidente Saunders é reeleito na 42 ª Convenção Internacional. Um perfil do New York Times naquele verão destaca a mudança que AFSCME Strong representa, chamando-o de “empreendimento ambicioso” que “já está pagando dividendos”, creditando o presidente Saunders por sua “atenção às bases (AFSCME).” Por uma margem esmagadora, os trabalhadores do Sindicato de Funcionários Públicos, Local 1 no norte da Califórnia votam para se afiliar à AFSCME, adicionando mais de 6,5 mil novos membros. 2017 – Os republicanos assumem o controle total da legislatura e do gabinete do governador em Iowa e rapidamente eliminam os direitos de negociação coletiva dos funcionários públicos. O Arquivo 291 da Câmara limitou drasticamente o escopo do que a AFSCME e outros sindicatos podem negociar e exigiu eleições tendenciosas para recertificar sindicatos que contam aqueles que não votaram como votos “não”. No entanto, os funcionários públicos de Iowa votaram por mais de 90% de margem para manter seu sindicato em cada um dos três anos desde que a lei entrou em vigor. Elissa McBride torna-se secretária-tesoureira da AFSCME. McBride serviu ao movimento trabalhista por três décadas como membro, organizador, treinador e líder. De 2001 a 2017, ela foi diretora do Departamento de Educação e Liderança da AFSCME. 2018 – Milhares se reúnem em Memphis para marcar o 50 º aniversário da greve de 1968 trabalhadores do saneamento e do assassinato do Dr. Martin Luther King Jr., que estava na cidade para apoiar os trabalhadores, levando uma chamada à ação para a justiça econômica e social para todas as pessoas que trabalham. A Suprema Corte dos Estados Unidos, em uma decisão partidária 5-4 no caso Janus versus AFSCME Council 31 , anula um precedente de quatro décadas, determinando que os trabalhadores do setor público cobertos por acordos coletivos de trabalho podem evitar o pagamento de sua parte justa do custo de representação sindical. O caso Janus , financiado por ricos interesses corporativos especiais, é um ataque à liberdade dos trabalhadores, o culminar de uma campanha orquestrada de décadas para destruir o poder dos sindicatos. Mas por causa do trabalho de base estabelecido pela campanha AFSCME Strong, o sindicato retém 94% dos trabalhadores que representa e experimenta um crescimento de mais de 9 mil membros pagantes e 18 mil aposentados pagantes em relação ao ano anterior. 2019 –A AFSCME continua a expandir os direitos dos trabalhadores do serviço público garantindo a negociação coletiva para 40 mil provedores de cuidados infantis familiares na Califórnia e 20 mil funcionários estaduais em Nevada, a maior expansão dos direitos de negociação coletiva para trabalhadores estaduais em qualquer lugar do país em 16 anos.Fonte: Site da AFSCME. Disponível em: https://www.afscme.org/about/history. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxvi]Templo Mason – Situada em Memphis, Tennessee, EUA. É um santuário cristão internacional e a sede central da Igreja de Deus em Cristo , o maior grupo pentecostal afro-americano do mundo. O prédio foi nomeado em homenagem ao Bispo Charles Harrison Mason , fundador da Igreja de Deus em Cristo, que está sepultado em uma cripta de mármore dentro do Templo. O Templo foi dedicado em 1945, para substituir o "Tabernáculo" original que foi incendiado em 1936. A capacidade é de 3.732 pessoas. O Templo Mason era o maior edifício da igreja pertencente a uma denominação cristã predominantemente negra nos Estados Unidos na sua inauguração. Foi o local do famoso último discurso de Martin Luther King Jr .: " I've Been to the Mountaintop ", em 3 de abril de 1968; King Jr. foi assassinado no dia seguinte. Uma placa na parede externa próxima à entrada detalha o evento. Fonte: Site String Fixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Mason_Temple. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxvii] Igreja de Deus em Cristo (God in Christ Church) – Denominação protestante estado-unidense.Igreja predominantemente afro-americana pentecostal que se originou nos Estados Unidos como uma conseqüência do movimento de santidade .A data e o local de estabelecimento do grupo são disputados entre dois corpos de membros, mas o papel fundador de um pregador dinâmico chamado Charles H. Mason é reconhecido por ambos. Durante o final do século XIX, Mason liderou igrejas de evangélicas em Jackson, Mississippi e Memphis, Tennessee . Quando a notícia do derramamento de bênçãos pentecostais na Apostolic Faith Gospel Mission em Los Angeles chegou até ele, ele próprio viajou para lá e recebeu o batismo no Espírito Santo . Ele voltou para sua congregação e começou a pregar a necessidade de uma experiência religiosa carismática . As tensões se desenvolveram e uma facção não pentecostal se retirou. Mason passou a convocar uma Assembleia Geral e a declarar que a Igreja de Deus em Cristo era doravante pentecostal. Naquela primeira Assembleia Geral, que se reuniu em Memphis por volta de 1907, Mason foi eleito superintendente geral de cerca de 12 igrejas localizadas principalmente no Tennessee , Arkansas , Mississippi e Oklahoma .Por décadas, Mason supervisionou quase sozinho as atividades da denominação. Em 1933, entretanto, ele cedeu alguma autoridade a quatro bispos assistentes e, mais tarde, a superintendentes estaduais. Essa forma de governo da igreja, com sua adesão à autoridade episcopal, não é característica da maioria dos grupos pentecostais contemporâneos que combinam elementos da doutrina congregacional e presbiteriana. Em questões doutrinaria, entretanto, há pouca diferença entre a Igreja de Deus em Cristo e outros grupos carismáticos, especialmente as Igrejas de Deus e a Igreja Pentecostal da Santidade , que enfatizam o perfeccionismo. No início do século XXI, o grupo relatou mais de seis milhões de membros em mais de 60 países. A sede fica em Memphis.Britannica, The Editors of Encyclopaedia. “Igreja de Deus em Cristo”. Enciclopédia Britânica , 31 de julho de 2015, https://www.britannica.com/topic/Church-of-God-in-Christ. Acessado em 24 de dezembro de 2021.
[cxviii] Lorraine Motel – O
Lorraine Motel ficou para sempre gravado na memória coletiva dos Estdos Unidos
com o assassinato de Martin Luther King Jr. em 1968, mas mesmo antes daquele 4
de abril fatídico, a propriedade em 450 Mulberry Street tinha uma história
fascinante por si só. Antes de ser a Lorraine , era o Marquette Hotel que
atendia à clientela negra na segregada Memphis. Então, em 1945, o empresário
negro Walter Bailey comprou o hotel, que ele rebatizou de Lorraine em homenagem
a sua esposa Lorre e a popular canção de jazz “Sweet Lorraine”. O motel se
tornou um destino para negros e apareceu no Livro Verde dos Motoristas Negros
ou “Guia Verde”, que identificou estabelecimentos que recebiam viajantes negros
quando as restrições da lei Jim Crow ofereciam opções limitadas de serviços e
hospedagem. Além das diferenças de nome e clientes, Bailey fez alterações
físicas no motel. Nas duas décadas seguintes, o Lorraine acresceu um segundo
andar e quase trinta quartos, além de estacionamento para carros, grandes
janelas frontais e uma piscina. O novo design do Lorraine era popular na
Califórnia nos anos 1950 e 1960. O letreiro da Lorraine, com sua moldura
turquesa, oval amarelo e círculos brancos, é um excelente exemplo dessa
tendência. Com seu exterior estilizado, excelente café e serviço superior, o
motel hospedava mais do que apenas viajantes; o Lorraine também foi palco de importantes
encontros de negócios e celebrações de casamentos. O Lorraine foi a parada
preferida de muitos negros que vieram a Memphis. Seu livro de visitas era um
verdadeiro quem é quem das celebridades negras dos anos 1940, 1950 e 1960.
Artista como Louis Armstrong, Cab Calloway, Nat King Cole, Sarah Vaughn, Sam
Coole, Aretha Franklin e Otis Redding foram todos hóspedes no motel e duas
canções famosas foram compostas no Lorraine: “The Midnight Hour” de Wilson
Pickett’s e “Knock on Wood” de Eddie Floyd. Grandes nomes do beisebol da Negro
League, como Stchel Paige, Josh Gibson e Jackie Robinson, ficaram no Lorraine
quando estavam em Memphis. Também foi preferido por figuras importantes nas
comunidades negras de negócios e políticas. Martin Luther King Jr. ficava lá em
suas viagens a Memphis. O Lorraine Motel refletiu as mudanças monumentais
experimentadas pelos negros nos Estados Unidos do pós-guerra muito antes
daquele momento em 1968, quando fora da sala 306 marcou o lugar do edifício na
história estado-unidense, no dia 04 de abril com o assassinato de Martin Luther
King Jr. Fonte: Site National
Civil Rights Museum, At The Lorraine Motel. Disponível em: https://www.civilrightsmuseum.org/news/posts/the-famous-lorraine-motel. Acesso
em 24 de dez. 2021.
[cxix] Walter Baileey – Juntamente com sua esposa Loree, compraram o Lorraine Hotel em 1945, e o batizaram em homenagem a sua esposa e à música “Sweet Lorraine” que ficou famosa com Nat King Cole. Em 1955, os Baleys expandiram o negócio tornando um motel moderno com entrada tipo drive-up comum na cultura estado-unidense por ser mais conveniente para os hóspedes.Fonte: Facebook do National Civil Rights Museum, At The Lorraine Motel. Disponível em: https://m.facebook.com/NCRMuseum/photos/a.10150193129639417/10158669575779417/. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxx] Ben Branch – Nascido em 8 de janeiro de 1928 e falecido em 27 de agosto de 1987 em Chicago, Illinois, EUA. Foi um empresário estado-unidense, saxofonista tenor de jazz e líder de banda. Ficou mundialmente conhecido como uma das últimas pessoas com quem Martin Luther King Jr. falou momentos antes do seu assassinato em 1968. Com seu irmão, Thomas, no trompete, Branch era um membro da seção de trompas nas primeiras gravações de B.B. King para a Bullet Records em 1949. “Minhas primeiras gravações foram para uma empresa de Nashville chamada Bullet, a empresa Bullet Record Transcription”, lembra B.B. King. “Tive metais naquela primeira sessão. Tive Phineas Newborn no piano; seu pai tocava bateria e seu irmão, Calvin, tocava guitarra comigo. Tive Tuff Green no baixo, Ben Branch no sax tenor, seu irmão, Thomas Branch, no trompete e uma trombonista feminina”. Branch trabalhou com B.B. King novamente em uma gravação de Memphis no início de 1952 com a B.B. King Orchestra com, entre outros, Hank Crawford e Ike Turner. Durante grande parte da década de 1950, Branch foi líder da banda da casa, The Larg, no Curry’s Club em North Memphis, o que proporcionou ao jovem Isaac Hayes seus primeiros shows profissionais. O baixista do Future M.G., Donald “Duck” Dunn, foi o primeiro membro branco da big band de Branch, no início dos anos 1960. Em 1982, Branch fundou o American Music Hall of Fame, uma escola particular de música em Chicago. Poucos meses antes de sua morte, Branch apareceu com sua banda no Chicago Blues Festival de 1987, apoiando Rosco Gordon. Branch também gravou com os irmãos Jack McDuff e Etta James, Little Milton e Phil Upchurch. Branch foi graduado em música pela Tennessee State University. Branch foi presidente da Doctor Branch Products Inc., fundada em 1983, em Chicago, Illinois, a única empresa fabricante de refrigerantes de propriedade negra no país. A empresa finalmente assinou um acordo de 335 milhões de dólares com o Kemmerer Bottling Group, engarrafador de vários refrigerantes bem conhecidos, incluindo 7Up, para distribuir as bebidas Doctor Branch Products. Como diretor musical da Operação Breadbasket do SCLC, ele liderou a Orquestra e o Coro Breadbasket que realizaram apresentações beneficentes para o Dr. Martin Luther King Jr. e a Operação PUSH. Momentos antes de ser assassinado, King Jr. acabara de pedir a Branch para interpretar um spiritual negro, “Precioso Senhor, Pegue Minha Mão”, em um comício que deveria acontecer duas horas depois. Cannoball Adderley, na introdução à faixa-título de seu álbum Country Preacher, de 1969, faz uma menção específica a Branch em reconhecimento aos seu trabalho como líder da Orquestra e Coro da Operação Breadbasket. Enquanto diretor musical da Orquestra Breadbasket e Operation PUSH ele conseguiu que o cantor gospel Deleon Richards se apresentasse no Chicago Stadium (mais tarde United Center). Morreu no Provident Medical Center depois de sofrer um derrame em 27 de agosto de 1987. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Ben_Branch. Acesso em: 24 de dez. 2021.
[cxxi] James Earl Ray –Nascido em 10 de março de 1928 em Alton, Illinois, EUA e falecido em 23 de abril de 1998 em Nashville, Tennessee. Assassino estado-unidense do afro-americano líder da defesa dos direitos civis Martin Luther King Jr. Ray tinha sido um vigarista, ladrão de postos de gasolina e lojas, que cumpriu pena de prisão, uma vez em Illinois e duas vezes no Missouri, e recebeu pena suspensa em Los Angeles. Ele escapou da penitenciária do estado do Missouri em 23 de abril de 1967; e em Memphis, Tennessee, quando um ano depois , quando em 4 de abril de 1968, de uma janela de uma pensão vizinha ao Lorraine Motel, ele atirou em Martin Luther King Jr., que estava na varanda do quarto do motel. Ray fugiu para Toronto, conseguiu um passaporte canadense por meio de uma agência de viagens, voou para Londres (5 de maio), depois para Lisboa (provavelmente em 7 de maio), onde conseguiu um segundo passaporte canadense (16 de maio), e de volta a Londres (provavelmente em 17 de maio). Em 8 de junho, ele foi detido pela polícia de Londres no aeroporto de Heathrow quando estava para embarcar para Bruxelas; o FBI o havia estabelecido como o principal suspeito quase imediatamente após o assassinato. De volta a Memphis, Ray se declarou culpado, perdendo o julgamento e foi condenado a 99 anos de prisão. Meses depois, ele retratou sua confissão, sem efeito. Em junho de 1977, Ray escapou da prisão de Brushy Mountain (Tennessee) e permaneceu foragido por 54 horas antes de ser recapturado em uma enorme operação de caça a sua pessoa. Ao renunciar à sua culpa, Ray levantou o espectro de uma conspiração por trás do assassinato de Martin Luther King Jr., mas ofereceu poucas evidências para apoiar sua afirmação. Mais tarde, seus apelos por um novo julgamento foram encorajados por alguns líderes dos direitos civis, principalmente a família King. Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "James Earl Ray". Encyclopaedia Britannica, 19 de abril de 2021, https://www.britannica.com/biography/James-Earl-Ray. Acessado em 24 de dezembro de 2021.
[cxxii] St.
Hospital Joseph – era um hospital operado por católicos na
Avenida Overton, n.º 220. Sendo nele que Martin Luther King Jr. foi declarado
morto em 4 de abril de 1968. O hospital foi erguido pelas Irmãs de São Francisco
em 1885. Ele se transformou posteriormente em um centro médico com 1212 leitos.
Em 1997, o hospital iniciou uma fusão com a Baptist Memorial Health Care. A
propriedade e os edifícios foram vendidos ao St. Jude Children’s Research
Hospital. Todos os prédios, exceto um, foram posteriormente demolidos para dar
lugar à expansão do St. Jude. A fusão do St. Joseph e do St. Joseph-Baptist foi
concluída em 1998. Site Historic Memphis. Disponível em: http://historic-memphis.com/memphis-historic/hospitals/hospitals.html. Acesso
em 24 de dez. 2021.
[cxxiii] Taylor Branch – Nascido em 14 de janeiro de 1947 em Atlanta, Geórgia, EUA. Escritor e historiador estado-unidense, mais conhecido por sua trilogia de livros que narram a vida de Martin Luther King Jr. e grande parte do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Estudou na Westminster Schools, na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e na Universidade de Princeton, ganhou a Medalha Nacional de Humanidades e o Prêmio Pulitzer de História. Taylor Branch se formou na Westminster Schools em Atlanta em 1964. De lá, ele foi para a Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill com uma bolsa de estudos Morehead. Formou-se em 1968 e obteve um M.P.A. (Master of Public Administation – M.P.Adm.) da Escola Woodrow Wilson de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Princeton em 1970. Foi professor de política e história no Groucher College de 1998 a 2000. Taylor Branch trabalhou como editor-assistente no The Washington Monthly de 1970 a 1973; foi editor da Harper’s em Washington de 1973 a 1976; e foi colunista da Esquire Magazine em Washington de 1976 a 1977. Ele também escreveu para uma variedade de outras publicações, incluindo The New York Times Magazine, Sport, The New Republic e Texas Monthly. Em 1972, Taylor Branch trabalhou na campanha do candidato democrata à presidência George McGovern no Texas. Taylor Branch dividia um apartamento em Austin com Bill Clinton, e os dois desenvolveram uma amizade que dura até hoje. Ele também trabalhou com Hillary Rodham, então namorada de Bill Clinton e colega de classe na Yale Law School, e mais tarde esposa de Clinton. O livro de Taylor Branch sobre o ex-presidente Bill Clinton, “The Clinton Tapes: Wrestling History With The President”, foi escrito a partir de muitas entrevistas gravadas e conversas entre os dois, a maioria das quais ocorreram na Casa Branca durante os dois mandatos de Clinton e que não foram divulgada publicamente até 2009, na época da publicação do livro. Taylor Branch recebeu uma bolsa de estudos da MacArthur Foundation Fellowship (também conhecida como “Genius Grant”) em 1991 e a National Humanities Medal em 1999. Em 2008, ele recebeu o prêmio Dayton Litaeary Peace Prize pelo conjunto de sua obra, apresentado pelo convidado especial Edwin C. Moses. Em 2013, ele coproduziu “Schooled: The Price of College Sports” com base em seu livro de 2011, “O Cartel”. Em 2015, ele recebeu o prêmio BIO da Biographers Internacional Organization, por suas contribuições para a arte das biografias. Taylor Branch declarou que os israelitas hebreus negros tiveram sua cidadania negada sob a lei israelense de retorno por causa do alegado sentimento antinegro entre os judeus israelenses. Taylor Branch foi criticado por Seth Forman, que disse que as alegações parecem infundadas, particularmente à luz do transporte aéreo de Israel de milhares de judeus etíopes negros no início de 1990. Um grupo de ativistas dos direitos civis estado-unidense liderados por Bayard Rustin investigou e concluiu que o racismo não era a causa da situação dos hebreus negros. Branch mora em Baltimore, Maryland, com sua esposa Christina Macy, e seus dois filhos, Macy (nascido em 1980) e Franklin (nascido em 1983). Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Taylor_Branch. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxxiv ]Martin Luther King Jr. National Historic Site – é uma área da cidade de Atlanta, Geórgia constituída de várias construções relacionadas à vida do pastor e ativista Martin Luther King Jr. No total, as construções somam 0,14 Km² de área construída. A área foi designada Local Histórico Nacional em 10 de outubro de 1980. O Martin Luther King Jr. Center Nonvilent Social foi fundada em 1968 por Coretta Scott King. Deste complexo faz parte a Igreja Batista Ebenezer (Ebenezer Baptist Church) que foi fundada em 1886 pelo ex-escravo John A. Parker durante a Era da Reconstrução. O prédio atual foi concluído em 1922 e naquela época Martin Luther King Sênior e Alberta Christine Williams casaram-se e tiveram quatro filhos dentre eles Martin Luther King Jr. Em 1960, Martin Luther King Jr. torna-se pastor da igreja e inicia seus protestos contra a segregação racial. Através da religião, King Jr. desenvolveu uma postura ecumênica que uniu os afro-americanos na luta pelos direitos Civis. Desde 2005, a igreja é dirigida pelo Reverendo Raphael Gamaliel Warnock. Também faz parte do complexo, a casa onde Martin Luther King Jr. nasceu em 1929, (King Birth Home) está situada na Auburn Avenue. A casa, em estilo vitoriano, foi construída em 1895 e comprada pelos avós maternos de King Jr. A família King se mudou definitivamente para esta casa após o casamento de Martin Luther King Sênior. e Alberta Williams, em 1926. A família residiu lá até 1941. Atualmente, o segundo andar abriga um centro de visitantes, regulado pelo National Park Service.Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King,_Jr.,_National_Historic_Site. Acesso em 24 de dez. 2021.
[cxxv] Hubert Horatio Humphrey Jr. – Nascido
em 27 de maio de 1911 em Wallace, Dakota do Sul, EUA e falecido em 13 de
janeiro de 1978 em Waverly, Minnesota, EUA. Foi o 38.º vice-presidente dos
Estados Unidos (1965 – 1969) na administração do democrata do presidente Lyndon
B. Johnson e também foi candidato presidencial do Partido Democrata em 1968. Um
líder liberal quando esteve no Senado dos EUA (1949 – 1965 e 1971 – 1978), ele
construiu sua base política em uma coalizão Democrata-Fazendeiros-Trabalhista
quem lembra o Movimento Populista. Hubert Humphrey era filho de Hubert H.
Humphrey Sênior, um farmacêutico, e de Christine Sannes. Depois de estudar
farmácia e trabalhar na drogaria da sua família em Dakota do Sul, Humphrey
mudou-se para Minneapolis para entrar na Universidade de Minnesota, onde se
graduou em 1939. Ele fez um trabalho de graduação na Lousiana State University
e voltou para Minnesota para dar aulas na faculdade e trabalhar como
comentarista de rádio. Em 1944 ele se tornou o gerente de campanha de Minnesota
para o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt. Durante este período, ele
foi fundamental na fusão dos partidos Democrata e Argricultor-Trabalhista do
estado. Depois de uma candidatura malsucedida à prefeito de Minneapolis em
1943, Humphrey venceu as eleições dois anos depois. Na Convenção Nacional
Democrata de 1948, ele liderou um esforço malsucedido para incluir uma forte
plataforma de direitos civis na plataforma presidencial do partido. No mesmo
ano, foi eleito para o Senado dos Estados Unidos, onde atuou pelos 16 anos
seguintes; em 1961 ele se tornou o líder assistente da maioria. Como senador,
ele desenvolveu a reputação de debatedor eficaz e franco, um criador prolífico
de legislação e um líder parlamentar habilidoso. Ele foi aclamado especialmente
por obter apoio bipartidário para o Tratado de Proibição de Testes Nucleares
(1963) e a Lei dos Direitos Civis (1964). Quando ele se tornou vice-presidente
de Lyndon B. Johnson, a reputação anterior de Humphrey como um “benfeitor”
superficial e abrasivo, foi suplantada por uma imagem mais conservadora,
especialmente depois que ele defendeu a participação estado-unidense na Guerra
do Vietnã, ele foi muitas vezes vilipendiado por oponentes de esquerda da
administração Johnson. Como vice-presidente, ele atuou como presidente do
Conselho Consultivo Nacional do Corpo de Paz, coordenador do programa de
combate à pobreza e presidente do Conselho dos Direitos Civis, e trabalhou com
o Congresso para aprovar a Lei de Direitos de Voto e o Medicare. Após a
retirada de Johnson do páreo das eleições presidenciais de 1968, Humphrey
buscou a indicação democrata, embora tenha optado por não contestar as
primárias contra Eugene McCarthy e Robert F. Kennedy, que foi assassinado na
noite das primárias da Califórnia. Embora o partido estivesse profundamente
dividido, Humphrey conquistou a indicação em uma convenção tumultuada em
Chicago, mas ficou muito atrás do republicano Richard M. Nixon nas pesquisas.
Sua sorte começou a mudar no final de setembro, quando anunciou seus planos de
interromper a campanha de bombardeios no Vietnã do Norte, caso fosse eleito. Subindo
de forma constante nas pesquisas ao longo de outubro, ele acabou perdendo por
apenas 510 mil votos, uma das margens mais estreitas em qualquer eleição
presidencial até então nos EUA. Muitos observadores concluíram que ele teria
vencido a eleição se tivesse ocorrido uma semana depois. Depois de deixar o
cargo, ele persegui seu interesse pela educação lecionando no Macalester
College em St. Paul, Minnesota, e na Universidade de Minnesota, e atuando como
consultor da Encyclopaedia Britannica. Ele foi reeleito para o Senado em 1970
como candidato do Partido Democrata-Fazendeiro-Trabalhista. Ele procurou sem
sucesso a nomeação democrata para presidente em 1972 e considerou uma
candidatura presidencial em 1976. Depois disso, ele escreveu sua autobiografia,
“A Educação de um Homem Público: Minha Vida e Política” (1976, reeditado em
1991), e desempenhou um papel ativo como estadista mais velho e sábio do
partido no Senado. Observadores dentro e fora do Senado o consideravam um dos
gigantes da história daquele órgão legislativo. Britannica, The Editors of
Encyclopaedia. "Hubert Humphrey". Enciclopédia Britânica, 23 de maio.
2021, https://www.britannica.com/biography/Hubert-Humphrey. Acessado em 25 de
dezembro de 2021.
[cxxvi] Percy Foreman – Embora o advogado Percy Foreman tenha morrido em 1988, a empresa do Texas que ele fundou leva seu nome: Foreman, DeGeurin & Nugent. Foreman, que já foi agraciado com o prêmio de “melhor advogado do mundo”, atuou como advogado em Houston por mais de sessenta anos, lidando com casos de assassinato e divórcio. Ele teria dito uma vez: “Gosto mais de um julgamento de assassinato – há uma testemunha a menos falando.” Foreman era uma figura lendária no tribunal, com as características de advogados homenageadas nos filmes em preto e branco dos anos 1940 e 1950: uma figura imponente, uma voz que enchia a sala e formidáveis habilidades de interrogatório. Filho de um homem de lei da zona rural, Foreman largou a escola aos quinze anos, mas acabou se graduando por meio de cursos por correspondência e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Texas. Após a formatura, ele trabalhou brevemente como promotor assistente, mas finalmente abriu sua própria empresa em Houston na década de 1930. Foreman começou a enfrentar os promotores e desenvolveu uma reputação de advogado “procurado” em casos de assassinato. Conforme descrito por Foreman, DeGeurin & Nugent, a filosofia de Foreman muitas vezes pode ser resumida a “Você nunca deve permitir que o réu seja julgado. Experimente outra pessoa – o marido, o amante, a polícia ou, se o caso tiver implicações sociais, a sociedade em geral. Mas nunca o Réu”. O perfil da revista Time chamava de “o maior, mais ousado e mais brilhante advogado criminal dos Estados Unidos”. Em 1966, Foreman representou Candance Mossler e Melvin Lee Powers em um dos primeiros julgamentos de homicídio altamente divulgados nos Estados Unidos – ambos foram absolvidos. Posteriormente, as revistas Time e Life fizeram o perfil de Foreman. O julgamento de Mossler Power foi apenas um dos muitos casos infames. Foreman representou várias figuras notáveis ao longo da sua carreira, de mafiosos a Jack Ruby, o homem que atirou no assassino de John F. Kennedy. James Earl Ray, o homem condenado pelo assassinato de Martin Luther King Jr., contratou Foreman na véspera de seu julgamento. Foreman convenceu Ray a aceitar uma oferta de confissão em vem de enfrentar a execução. Os historiadores jurídicos do Texas frequentemente se referem ao julgamento de Diego Carlino, onde Foreman acusou o xerife e um Texas Ranger de arrancar uma confissão de seu cliente. Após o veredicto de inocente, os homens da lei pularam o cerco no tribunal e foram atrás de Foreman. Muitos advogados pediram a Foreman que apresentasse acusações criminais, mas ele teria dito: “Não guardo malícia em relação a esses pobres asseclas da lei equivocados”. A prática da lei consumiu a vida de Percy Foreman. Certa vez, ele reduziu o pagamento de dois dias a um ex-sócio por se juntar a um ex-advogado-cliente em uma celebração de vitória fora do país. Foreman, citado no site de sua empresa, “Para mim, exercer a advocacia é tudo. Eu não pratico o direito para tirar férias e jogar golfe”. A teoria do litígio de Foreman era: “Você não aborda um caso na justiça abstrata – você entra para vencer”. Mas, no que diz respeito a si mesmo, uma citação de Foreman de seu obituário do New York Times de 1988 expressa isso da melhor maneira: “Não há melhor advogado de defesa nos Estados Unidos do que eu”. Fonte: Site Trial Lawer National Portrait Gallery. Disponível em: https://www.triallawyerportraits.org/percy-foreman. Acesso em 25 de dez. 2021.
[cxxvii] Lee
Harvey Oswald – Nascido em 18 de outubro de 1939 em New Orleans, Lousiana, EUA e
falecido em 24 de novembro de 1963 em Dallas, Texas, EUA. Acusado assassino do
presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy em Dallas em 22 de novembro de
1963. Ele próprio foi morto a tiros dois dias depois por Jack Ruby (1911 –
1967) na Cadeia do Condado de Dallas. Uma comissão especial do presidente sobre
o assassinato do presidente John F. Kennedy, mais conhecida como Comissão
Warren por que era chefiada pelo oficial de Justiça Earl Warren, investigou de
29 de novembro de 1963 a 24 de setembro de 1964, e concluiu que Oswald sozinho
disparou os tiros matando Kennedy e que não havia evidências de que Oswald ou
Ruby tivessem feito parte de qualquer conspiração. Em janeiro de 1979, um
Comitê Especial de Assassinatos da Câmara dos Representantes dos Estados
Unidos, após uma investigação de dois anos, relatou que um segundo assassino
também pode ter disparado um tiro e que pode ter havido uma conspiração. A
evidência permaneceu altamente discutível. Lee Harvey Oswald nasceu dois meses
após a morte de seu pai; sua mãe casou-se novamente por três anos, mas a
família mudou-se com frequência entre 1939 e 1956. Em outubro de 1956, Oswald
largou o colégio e entrou para os fuzileiros navais dos Estados Unidos. Um
atirador competente, mas um fuzileiro naval indiferente, ele começou a
expressar pontos de vista pró-soviéticos e politicamente radicais e, em um
apelo severo, garantiu a libertação do corpo em 11 de setembro de 1959. Nove
dias depois ele partiu para a União Soviética, onde tentou sem sucesso se
tornar um cidadão soviético. Em Minsk, onde foi designado para trabalhar,
conheceu e se casou, em 30 de abril de 1961, com Marina Nilolayevna Prusakova.
Treze meses depois, em junho de 1962, ele pôde retornar aos Estados Unidos com
sua esposa e sua filha de três meses, June Lee. Em janeiro de 1963, Oswald
comprou um revólver .38 e, em março um rifle e uma mira telescópica, pelos
correios. Em 10 de abril, em Dallas, ele supostamente atirou, mas errou, em um
ultradireitista, Edwin A. Walker, em ex-general do Exército. Mais tarde naquele
mês, ele deixou sua esposa com um amigo em Dallas e foi para Nova Orleans, onde
montou uma filial individual do Comitê Jogo Limpo por Cuba e distribuiu
folhetos pró-Castro. Em setembro foi para a Cidade do México, onde, segundo a
Comissão Warren, tentou em vão conseguir um visto para Cuba e obter permissão
soviética para retornar a URSS. Em outubro, ele retornou a Dallas e conseguiu
um emprego no Depositário de Livros Escolares do Texas. Às 12:30 PM em 22 de
novembro de 1963, a partir de uma janela no sexto andar do edifício do
Depositário, Oswald, usando seu rifle end-mail, supostamente disparou três
tiros que mataram o presidente Kennedy e feriu o governador do Texas John B.
Connally em uma carreata em veículo aberto em Dealey Plaza. Oswald pegou um ônibus
e um táxi para sua pensão, partiu e a cerca de um quilômetro de distância foi
parado pelo patrulheiro J.D. Tippit, que acreditava que Oswald se parecia com o
suspeito já descrito no rádio da polícia. Oswald matou Tippit com seu revolver
end-mail (1:15 PM). Por volta das 1:45 PM, Oswald foi apreendido no Texas
Theatre por policiais em resposta a relatos de um suspeito. Às 1:30 AM em 23 de
novembro, ele foi formalmente acusado pelo assassinato do presidente Kennedy.
Na manhã de 24 de novembro, enquanto era transferido de uma cela de prisão para
um escritório de interrogatório, Oswald foi baleado por um perturbado dono de
uma boate de Dallas, Jack Ruby. Ruby foi julgado e considerado culpado de
assassinato (14 de março de 1964) e condenado à morte. Em outubro de 1966, um
tribunal de apelações do Texas reverteu a condenação, mas antes que um novo
julgamento pudesse ser realizado, Ruby morreu de um coágulo sanguíneo,
complicado por um câncer em 3 de janeiro de 1967. Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Lee Harvey Oswald".
Encyclopedia
Britannica, 20 Nov. 2021, https://www.britannica.com/biography/Lee-Harvey-Oswald.
Acesso em 21 de dez. 2021.
[cxxviii] Jerry Ray – Irmão de James Earl Ray, assassino de
Martin Luther King Jr., conta sua perspectiva única do assassinato do líder dos
direitos civis em 4 de abril de 1968 em “Memoir of Injustice”. O livro lançado
em 2011, faz um relato em primeira pessoa de uma época tumultuada. A editora
Kris Millegan declara: “Com o feriado nacional que se aproxima, é adequado que
prestemos atenção às palavras de Martin Luther King Jr. em seu discurso de
aceitação do Prêmio Nobel de 1964: ‘Eu acredito que a verdade desarmada e o
amor incondicional terão a palavra final na realidade. É por isso que o certo,
temporariamente derrotado, é mais forte do que o mal triunfante’”. “Memoir of
Injustice” inclui informações não divulgadas anteriormente sobre um dos eventos
mais significativos da história estado-unidense moderna, desmascarando o mito
de que James Earl Ray era um racista e documenta sua localização real em um dos
dias críticos que levaram ao assassinato de Martin Luther King Jr. O livro dá a
chave para um código usado pelos irmãos no planejamento de uma fuga da prisão e
apresenta um relato revelador sobre a manipulação da mídia em reportagens sobre
relações raciais e o sistema de justiça criminal dos Estados Unidos. “Memoir of
Injustic” transmite um apelo urgente à ação para corrigir algumas das muitas
injustiças que cercam esses eventos, como a recusa do governo dos Estados
Unidos em testar rigorosamente a suposta arma do crime, e incentiva o apoio de
uma nova legislação federal. A ex-congressista Cynthia McKinney diz sobre
“Memoir of Injustice”: “A verdade do assassinato de Martin Luther King Jr.
nunca foi totalmente revelada. O FBI, COINTELPRO, CIA, CHAOS e a Operação
Lanterna Spike da Inteligência do Exército trabalharam juntos para prevenir a
ascensão de um ‘messias negro’ e substituir o Dr. Martin Luther King Jr. por um
‘negro limpo’. Tamara Carter é uma pesquisadora experiente, que ajudou na
redação da Lei de Registros de Martin Luther King Jr. que apresentei no
Congresso. Seu livro fornece novos detalhes sobre James Early Ray, o Patsy que
foi acusado de matar o Dr. King Jr., mas era claramente inocente. Somente com
pesquisas excelentes como essa, vamos chegar à verdade”. Jerry Ray é um
ativista e testemunha involuntária dos eventos em torno do assassinato de
Martin Luther King Jr. ele apareceu no “Good Morning America”, no “Phil Donahue
Show” e no “Tavis Smiley Show”. Tamara Carter é ativista, professora e
pesquisadora independente dos assassinatos de MLK Jr. e JFK. Ela também é
membro fundadora e organizadora da Coalition on Political Assassinations. Fonte:
Site Cision Prweb. Disponível em: https://www.prweb.com/releases/2012/1/prweb9075036.htm. Acesso em 25 de dez. 2021.
[cxxx] Ronald Denton Wilson – É um
ministro de Igreja que alegou que seu pai, e não James Earl Ray, foi quem
assassinou Martin Luther King Jr. em um motel em Memphis
em 1968. O reverendo Ronald Deton Wilson disse que não poderia mais manter o
segredo de seu pai morto, Henry Clay Wilson, que liderou um grupo de três
conspiradores responsáveis pelo assassinato de King Jr. “Meu pai era o cara
principal”, disse Wilson de Keystone Heights, ao norte de Gainesville, Flórida.
“Não era uma coisa racista; ele pensava que Martin Luther King Jr. estava
ligado ao comunismo e queria tirá-lo do caminho”. Mas o jornal Gainville Sun
citou Wilson dizendo que seu pai pertencia à Ku Klux Klan e participava de
espancamentos de negros. Seu pai também havia disparado contra casas em St.
Augustine, Flórida, durante a visita de King Jr. em 1963. “Meu pai disse que
James Earl Ray não teve nada a ver com o tiroteio a não ser comprar um rifle
para eles”, citou ao jornal, o ministro Wilson que referiu ao caso: “Meu pai
foi quem atirou no Dr. King Jr.” Ray foi condenado a 99 anos de prisão pelo
assassinato e morreu em abril de 1998. Wilson disse que queria tirar o segredo
de 34 anos de seu peito, mas não apresentou nenhuma evidência física para
apoiar sua afirmação. O Sr. Wilson, é pastor da Igreja Nova Aliança não
denominacional em Graham, ao norte de Gainesville, disse que seu pai morreu em
1990 de complicações por enfisema. Disse também que seu pai estava em Memphis
em 4 de abril de 1968 e atirou em King Jr. porque ele pensava que matá-lo era
do interesse do país. “Ele dizia que era uma atitude patriótica”. Disse “que
precisava salvar o país”. Wilson afirmou que estava presente quando seu pai e
dois outros homens conspiraram em uma reunião em Gainesville em março de 1968
para matar King. Wilson disse que viu um rifle e 100 mil em uma mala. Ele
disse que os homens eram membros da Ku Klux Klan e queriam que King fosse morto
porque pensavam que ele era comunista. Wilson disse que não poderia se
apresentar enquanto seu pai e os outros homens estivessem vivos. O último
dos homens morreu em 1996. Wilson ainda disse que sua família e uma editora em
Indiana entraram em contato sobre um possível livro sobre seu pai.Porém
Ronald Wilson não ofereceu documentos, fotos ou testemunhas para
corroborar sua história. Um porta-voz o FBI em Jacksonville,
Ron Grenier, disse que as autoridades entrevistaram Wilson e estavam levando
suas declarações a sério, mas a questão não havia chegado ao nível de uma
investigação completa. O Sr. Brenier disse que o nome do pai do Sr. Wilson não
tinha aparecido em investigações anteriores sobre o assassinato. William
Pepper, advogado do King Center em Atlanta, disse que muitas pessoas o
contataram fazendo alegações semelhantes às de Wilson, mas ele descartou a
maioria. Quando o Sr. Wilson estava prestes a revelar detalhes sobre a
localização de uma arma do crime, seu filho, Steve, de 39 anos, também pastor,
o interrompeu dizendo que a família gostaria de ler uma declaração expressando
simpatia pela família King e dizendo que seu pai não faria mais declarações
públicas.Fontes: Site The Sydney Morning Herald. Disponível: https://www.smh.com.au/world/my-father-killed-king-says-pastor-34-years-on-20020406-gdf6du.html.
Acesso em 25 de dez. 2021. Site Tampa Bay Times. Disponível em: https://www.tampabay.com/archive/2002/04/04/minister-my-father-killed-mlk/. Acesso em
25 de dez. 2021. Site First Coast News. Disponível em: https://www.firstcoastnews.com/article/news/local/st-augustine/florida-man-claims-his-father-actually-killed-mlk/77-535677282.
Acesso em 25 de dez. 2021.
[cxxxii] Gerald
Leo Posner – Nascido em 20 de maio de 1954 em San Francisco, Califórnia, EUA.
É um jornalista investigativo estado-unidense e autor de treze livros,
incluindo “Caso Encerrado: Lee Harvey Oswald e o Assassinato de JFK” (1993),
que explora o assassinato de John F. Kennedy e “Killing The Dream: James Earl
Ray and the Assassination of Martin Luther King Jr.” (1998), sobre o
assassinato de Martin Luther King Jr. um escândalo de plágio envolvendo artigos
que Posner escreveu para o The Daily Beast e seu livro “Miami Babylon” surgiu
em 2010. Em 2015, o Chicago Tribune chamou Posner de “um investigador pitbull
impiedoso”. Posner nasceu em San Francisco, California, filho único de Jerry e
Gloria Posner. Seu pai era judeu e sua mãe era católica e ambos era San
Franciscanos nativos, sendo seu pai sindicalista. Posner foi criado como
católico e foi educado no St. Ingnatius College Preparatory e graduou-se summa
cum laude pela University of California, Berkeley em 1975. Em 1978, ele recebeu
seu JD pela University of California, Hastings College of the Law, onde ele
atuou como editor executivo associado da Law Review da Universidade. Aos 23
anos, ele ingressou no escritório de advocacia Cravath, Swaine & Moore como
um dos mais jovens advogados já contratados pelo escritório. Em 1980, ele abriu
um escritório particular com um parceiro. Em 1981, ele representou Deborah Ann
Fountain, Miss Estado de New York, contra o concurso Miss América depois que
Fountain foi desqualificada por encher seu sutiã. Ele deixou o direito em 1986,
quando seu primeiro livro, sobre a vida e fuga do nazista Josef Mengele, foi
publicado pela McGraw Hill. O primeiro livro de Posner, co-escrito com o
jornalista britânico John Ware, foi a biografia de 1986, “Mengele: The Complete
Story”. O livro foi o resultado de um processo pro Bono (de forma gratuita sem
cobrar honorários) de cinco anos que Posner moveu em nome de sobreviventes dos
experimentos médicos de Mengele em Auschwitz. Posner e Ware obtiveram acesso
exclusivo a 5 mil páginas dos diários de Mengele e papéis pessoais para seu
livro. O livro foi reconhecido pela crítica como a biografia “definitiva” de
Mengele. Posner testemunho perante o Senado dos Estados Unidos em 1986 sobre
como Mengele usou um passaporte internacional da Cruz Vermelha para viajar com
segurança da Europa para a Argentina em 1949. Ele também testemunhou sobre a
descoberta feita por ele mesmo e Ware de que Mengele havia sido capturado duas
vezes pelas tropas do Exército dos EUA em 1945, mas foi libertado nas duas
vezes antes que as autoridades percebessem que ele estava em várias listas de
procurados. Em junho de 1986, Posner apareceu com o único filho de Mengele,
Rolf Mengele, no Phil Donahue Show. O colunista Lewis Grizzard chamou o
programa ao vivo de uma hora de “uma peça incrivelmente atraente de jornalismo
televisivo”. Parte do conteúdo de “Mengele: The Complet Story” foi utilizado
pelo Escritório de Operações Especiais (OSI) do Departamento de Justiça dos
Estados Unidos, que em fevereiro de 1985 iniciou uma investigação aprofundada
sobre as atividades de Mengele no pós-guerra e seu paradeiro. A investigação,
feita em conjunto com o United Stats Marshals Service, foi lançada após
alegações de que Mengele esteve sob custódia ou teve qualquer relacionamento
com instituições ou funcionários do governo dos Estados Unidos após a Segunda
Guerra Mundial. Em seu relatório oficial ao Procurador-Geral dos Estados Unidos
em 1992, “In the Matter of Josef Mengele”, o OSI observou que estava em dívida
com Posner por obter uma declaração de testemunha sobre o paradeiro de Mengele
de outubro de 1945 a 1.º de agosto de 1948. Em 1988, Posner publicou “Warlords
of Crime: Chinese Secrets Societies: The New Mafia” uma denúncia de tríades e
sindicatos internacionais de heroína. Posner e sua esposa Trisha, viajaram para
Hong Kong, o Triangulo Dourado, Holanda, San Francisco, Londres e New York para
conduzir pesquisas pessoais com traficantes de drogas. Clarence Petersen, revisando
o livro para o Chicago Tribune comentou: “Posner... é convincente pelos fatos
que reuniu, ainda mais porque sua narrativa é em grande parte a história de
como ele conseguiu essa história, o que foi contado pelos criminosos e pelos
agentes da lei aqui e no exterior e, o mais convincente de tudo, o que ele viu
com seus próprios olhos. Ele não dramatiza; ele não precisa. A história
assustadora que ele desenterrou fala por si mesma”. A ex-detetive de New York e
romancista de best-sellers, Dorothy Uhnak, escreveu no The New York Times que
“’Warlords of Crime’ é poderoso, assustador e, infelizmente, não ficção”. A
Touchstone Pictures comprou os direitos do filme para “Warlords of Crime”. “Os
Bioassassinos” é o único romance de Posner e é um thriller de guerra biológica
ambientado na Guerra Fria. De acordo com Publishers Weekly, “o primeiro romance
de Posner, um thriller cujo desenvolvimento depende fortemente das descrições
convincentes do autor sobre a tecnologia no trabalho de inteligência. A
narrativa funciona dentro das convenções atuais de seu gênero: o princípio é
uma máscara para a conveniência; o cinismo substitui a convicção; proficiência
implica virtude. Mas Posner, autor de obras de não ficção sobre Josef Mengele e
sociedades secretas chinesas, lida bem com seu material. Suas descrições são
inteligentes; seus personagens embora um tanto bidimensionais, são convincentes
em seu contexto; e seu enredo é construído para satisfazer leitores exigentes.
O livro de Posner de 1991, “Crianças de Hitler: Filhos e Filhas de Líderes do
Terceiro Reich” falam sobre si mesmos e seus pais incluíam entrevistas
detalhadas com uma dúzia de filhos de altos funcionários nazistas. O livro foi
bem recebido. Karen Stabiner escreveu em sua crítica para o Los Angeles Times:
“Este é um livro hipnotizante e de gelar o sangue, um conjunto de histórias
orais dos filhos e filhas de 11 dos principais homens de Hitler. Quase não é
possível ler mais do que algumas páginas de cada vez; o contraste entre a
experiência inocente da infância e a terrível compreensão dessa experiência que
veio com o tempo é suficiente para fazer você chorar”. Christopher
Lehmann-Haupt no The New York Times questionou se o tratamento da duração do
livro de Posner era necessário para estudar os filhos dos perpetradores (aquele
que comete crime ou delito – agressor) nazistas. “Talvez tivesse sido mais
esclarecedor se o Sr. Posner tivesse estudado menos casos com mais intensidade,
ou mesmo um único caso do ponto de vista mais íntimo”. Em seu livro de 1993, “Case
Closed” (“Caso Encerrado”), Posner afirmou que Lee Harvey Oswald agiu sozinho
no assassinato de John F. Kennedy e o assassino de Oswald, Jack Ruby, agiu
independentemente também. “Caso Encerrado” foram um best-seller do New York
Times e finalista do Prêmio Pulitzer de História de 1994. Foi também o assunto
de uma edição dupla do US News and World Report, e apresentado em programas
como ABC’s 20/20, CBS Special Reports e PBS’s Frontline. O livro foi comprado
para uma minissérie para a televisão por David L. Wolper, o produtor da
aclamada minissérie “Roots”. Em sua autobiografia de 2003, “Produtor: A
Memoir”, Wolper citou seu fracasso em fazer filmes de “Case Closed” e do Livro
“Cuban Missile Crisis, One Hell a Gamble: Khrushchev, Castro e Kennedy”, como suas
duas maiores decepções na carreira. Em 1993, Posner testemunhou perante o
Subcomitê de Legislação e Segurança Nacional do Comitê de Operações
Governamentais da Câmara dos Estados Unidos sobre as conclusões do livro “Caso
Encerrado”. Em 1998, o Assassination Records Review Board fez uma breve
referência a este testemunho ao discutir duas tentativas malsucedidas de obter
as notas de entrevista de dois médicos, James Humes e J. Thornton Boswell, que
Posner disse que possuía. “Caso encerrado geralmente atraiu aclamação crítica
da mídia; o Chicago Tribune, o Toronto Sun, o The Sydney Morning Herald e o
Newsday todos citaram a pesquisa “meticulosa” de Posner em suas respectivas
análises. Em sua crítica para o Chicago Tribune, Jeffrey Toobin escreveu: “Ao
contrário de muitos dos outros 2.000 livros que foram escritos sobre o
assassinato de Kennedy, “Caso Encerrado” de Posner é um trabalho resolutamente
lógico. Mais importante, “Caso Encerrado” é totalmente convincente em sua tese,
que parece, à luz de tudo que aconteceu nos últimos 30 anos, quase
revolucionária. Sua tese é a seguinte: Lee Harvey Oswald matou Kennedy
sozinho... Eu comecei “Case Closed” como um cético – e um pouco desconcertado
pelo título presunçoso. Para mim, a verdade histórica é sempre algo escorregadio.
As chances de saber com certeza o que aconteceu em qualquer evento – muito
menos um tão obscuro quanto o assassinato de Kennedy – parecem remotas. Mas
este livro fascinante e importante me conquistou. Caso encerrado, de fato”.
“Caso Encerrado” também atraiu críticas generalizadas de acadêmicos envolvidos
em pesquisas de assassinato, bem como de pesquisadores de assassinatos não
acadêmicos que argumentava que ele continha imprecisões factuais. Por exemplo,
o historiador David Wrone escreveu que “um grande número de erros factuais
impregna o livro”. Vicente Bugliosi, cujo próprio livro “Reclaiming History
concorda amplamente com as conclusões de Posner, porém acusou Posner de
“omissões e distorções”, mas também descreveu “Case Closed” como “um trabalho
impressionante”. Ele “talvez seja o inimigo público n.º 1 dos membros do que
pode ser chamado de indústria da conspiração JFK”, escreveu o jornalista Paul
Galloway. Coincidindo com o 50.º aniversário do assassinato de Kennedy em 2013,
a Gallup divulgou uma pesquisa nacional mostrando que embora a maioria (61%)
dos estado-unidenses ainda acreditasse que uma conspiração estava por trás da
morte de JFK, o número daqueles que pensaram que era um assassino solitário
(30%) foi a maior em 46 anos. Embora alguns comentaristas da grande mídia, como
The Independent, tenham dito que “para os americanos, JFK nunca será o caso
encerrado”, outros como The Economist citaram “Caso Encerrado” e concluíram,
“50 anos depois, encare isso, Oswald fez isso”. O historiador Robert Dallek
chamou “Caso Encerrado” de “confiável”, e disse: “o melhor livro sobre este
assunto é de um homem chamado Gerald Posner, chamado ‘Caso Encerrado’, acho que
ele respondeu de forma muito eficaz a todas as teorias da conspiração, e há
tantas delas.” O jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer, Hector Tobar escreveu
no Los Angeles Times que “Case Closed” foi “o livro que me curou das
conspirações de JFK de uma vez por todas”. O “Caso Encerrado” continuou a gerar
opiniões amplamente divergentes. O diretor de cinema Oliver Stone disse em uma
conferência sobre o assassinato de JFK em Pittsburgh que “Case Closed” foi
desacreditado e “não há nada no filme (JFK) que eu voltaria atrás”. Posner, no
dia do 50.º aniversário da morte de Kennedy, disse a Anderson Coopr da CNN que
“a única coisa que ele (Stone) acerta em ‘JFK’ é a data em que Kennedy foi
morto” . O livro “Matando o Sonho” (“Killing the Dream) de Posner. O livro
“Matando o Sonho” (“Killing the Dream), foi tão polêmico quanto o livro “Caso
Encerrado”. “Killing the Dream”, livro editado pela Random House em 1998 de
Gerald Leo Posner, analisa o assassinato de Martin Luther King Jr. em 4 de
abril de 1968 por James Earl Ray. O livro concluiu que o assassino confesso,
James Earl Ray, matou Martin Luther King Jr. agindo sozinho, provavelmente na
esperança de coletar uma recompensa dos segregacionistas pelo assassinato.
Entre outras partes de seu livro, Posner rastreou pela primeira vez o
misterioso “Raoul”, apontado por James Earl Ray como o mentor de uma conspiração
para matar King Jr. e incriminar Ray. Depois de resolver a história de Raoul de
Ray, Posner desafiou como uma farsa a história de conspiração amplamente
impressa de que atiradores Boinas Verdes do 20.º Grupo de Forças Especiais
estavam em Memphis no dia do assassinato. “Killing the Dream” foi a maior
reinvestigação privada do assassinato de King Jr. em 30 anos. Como foi
encerrado o caso, “Killing the Dream” foi amplamente elogiado e adotado pela
grande imprensa, e entre as transmissões nacionais que apresentavam o livro
incluíam a CBS 48 Hours, Charlie Rose e TODAY. Richard Bernstein no The New
York Times escreveu que o livro foi “o estudo mais abrangente e definitivo
sobre o assassinato de Martin Luther King Jr. até hoje... Ele (Posner) prestou
um serviço valioso ao colocar o assassinato do líder dos direitos civis sob sua
lente de aumento. Conclui-se este livro com a certeza de que não há segredos
obscuros a permanecer, que nenhum detalhe inexplicável precisa atormentar a
compostura nacional”. O jornalista e colunista vencedor do Prêmio Pulitzer por
duas vezes Anthony Lewis, na The New York Times Book Review, disse: “Com
‘Killing the Dream’, ele (Posner) escreveu um livro excelente: um modelo de
investigação, meticuloso em sua descoberta e apresentação de evidências,
imparcial em sua exploração de cada afirmação. E é um livro maravilhosamente
legível, tão emocionante quanto uma história de detetive de primeira classe”.
Por outro lado, os teóricos da conspiração se irritaram com “Killing the
Dream”, criticando Posner por basear-se em parte em “uma avaliação psicológica
de James Earl Ray, que ele (Posner) não está qualificado para dar, e ele
descarta evidências de conspiração no assassinato de King Jr. como tentativas
cínicas de explorar a tragédia”. William Pepper, o último advogado de defesa de
Ray, repetidamente rejeitou o livro de Posner, descrevendo-o com impreciso e
enganoso. Dexter King, um dos filhos de Martin Luther King Jr., também o
criticou. Em 1999, a família King, representada por Pepper, abriu um processo
civil no qual um júri encontrou evidências de conspiração envolvendo Loyd
Jowers, o proprietário de um restaurante perto do local do assassinato. Em
resposta a esse veredicto, Posner disse ao The New York Times, “Aflige-me muito
que o sistema legal tenha sido usado de maneira tão insensível e ridícula em
Memphis. Se a família King queria um carimbo de borracha de sua própria visão
dos fatos, eles conseguiram”. Posner, aparentemente, deu uma trégua na
controvérsias dos assassinatos em seu livro de 2003, “Motown: Music, Money, Sex
and Power”, uma história de negócios de uma das grandes gravadoras
estado-unidenses de maior sucesso. Janet Maslin do The New York Times disse que
o livro era “realmente um livro muito mais respeitável do que seu título sugere”
e conclui que “Felizmente, o Sr. Posner, um ex-advogado de Wall Street, tem um
bom ouvido para contos, de altura ou de forma. E ele também investiga
assiduamente as práticas de negócios que azedaram a história da Motown”. A
maior parte da grande imprensa ecoou o San Francisco Chronicle que concluiu que
“Posner oferece a história mais objetiva e totalmente precisa da marca até
hoje, além de um retrato detalhado e complexo de seu fundador, Berry Gordy”. Em
sua resenha do New York Times do programa da Broadway de 2013 sobre “Motown:
The Musical”, Charles Isherwood observou: “Para uma história completa e
coerente da fábrica musical de Mr. Gordy, você precisa verificar o livro
cativante de Gerald Posner ‘Motown: Music, Money, Sex and Power’”. As críticas de
alguns da Motown foi que Posner era “surdo para tons de música”, mas
invariavelmente observou que, uma vez que ele havia escrito uma história de
negócios, não uma revisão da música da gravadora, “para seu crédito Posner
afirma ser nada mais do que um historiador de qualquer maneira...”. Em 2003, a
Random House publicou “Why America Slept” (“Porque a América Dormiu?”) de
Posner, que discute a conspiração terrorista da Al-Qaeda responsável pelos
ataques de 11 de setembro de 2001. No livro, Posner afirma que o príncipe Ahmed
Bin Salman Bin Abdulaziz Al Saud tinha ligações com a Al-Qaeda e tinha
conhecimento prévio dos ataques de 11 de setembro. Esta afirmação foi
fortemente negada pela família do príncipe Ahmed, que apontou que ele na
verdade amava os Estados Unidos, passava um tempo em sua casa lá e investia
pesadamente na indústria de corridas de cavalo dos Estados Unidos. O príncipe
Ahmed, e dois outros príncipes nomeados por Posner e o chefe da Força Aérea do
Paquistão morreram dias depois de um coágulo sanguíneo após uma operação
simples, um acidente de carro envolvendo apenas um veículo, desidratação no
deserto e uma explosão de helicóptero. Os três homens estavam na casa dos
quarenta e um anos e um na casa dos vinte anos. Em “Why America Slept”, Posner se
tornou o primeiro jornalista a revelar os detalhes de um interrogatórios
estado-unidense contra um dos suspeitos de maior escalão da Al-Qaeda capturados
até o momento. “Why America Slept” alcançou a segunda posição na lista dos mais
vendidos do The New York Times. Em seu livro de 2005 “Secrets of the Kingdom:
The Story of the Secret Saudi-US Connection” (“Segredos do Reino: A História
das Conexões Secretas entre Arábia Saudita e Estados Unidos”), Posner fornece
um relato da relação comercial e pessoal “estreita” entre a Casa Saudita e o
governo dos EUA, incluindo discussões sobre tecnologia da “bomba suja” e as
manobras financeiras e políticas em torno do 11 de setembro. Posner também
afirma que os sauditas construíram um elaborado cenário do Juízo Final em torno
de seus campos de Petróleo. Os sauditas negaram isso, e algum ceticismo foi
expresso sobre a plausibilidade do relato de Posner sobre tal esquema. De
acordo com Posner, ele e sua esposa Trisha foram proibidos de entrar na Arábia
Saudita como resultado do livro. O livro Miami Babylon de 2009 explora a
história de Miami Beach com um foco particular na corrupção, extravagância e
tráfico de drogas. Em uma crítica do New York Times, Byron Burroughs disse:
“Onde Posner prospera é contando as histórias dos primeiros desenvolvedores e
artista que previram o que Miami Beach se tornaria e trabalharam contra todas
as probabilidades para construí-la”. Alguns dos indivíduos entrevistados por
Posner para “Miami Babylon” reclamaram de erros graves de citação e imprecisões.
“Miami Babylon” foi escolhida para uma série de televisão. O nome original do
livro foi listado como “American Babylon”, mas foi alterado antes da
publicação. “God’s Bankers” (“Banqueiros de Deus”) é um livro de 2015 baseado
em 200 anos de história das finanças do Vaticano e do Banco do Vaticano.
Tornou-se o terceiro best-seller de Posner no New York Times (depois de “Case
Closed” e “Why America Slept”) em 22 de fevereiro de 2015. No New York Times,
Damon Linker disse que “Os ‘Banqueiros de Deus’ fornecem uma história exaustiva
de maquinações financeiras no centro da Igreja Católica em Roma, desde as
últimas décadas do século XIX até os esforços sinceros, mas ainda inconclusivos
do papa Francisco para reformar a burocracia labiríntica da igreja... De lá,
Posner tece uma história extraordinariamente intrincada de intriga, corrupção e
criminalidade organizada... O efeito cumulativo do trabalho de detetive de
Posner é uma sensação aguda de repulsa – junto com uma mistura de admiração e
ceticismo sobre os esforços do papa Francisco para reformar o Banco do Vaticano
e seus facilitadores da Cúria”. Trine Tsouderos escreveu no Chicago Tribune: “O
advogado que virou autor de Wall Street, Gerald Posner, expõe tudo em seu livro
profundamente pesquisado e argumentado com paixão, “God’s Bankers”. De acordo
com a Publishers Weekly, “Posner usa suas habilidades investigativas
superlativas para cria um olhar fascinante e abrangente sobre o lado sórdido da
Igreja Católica... Acessível e bem escrito, Posner é a história definitiva do
tópico até hoje.” Kirkus Review disse: “Um repórter obstinado busca
exaustivamente o nefasto enriquecimento do Vaticano, dos Borgias ao papa
Francisco... Um trabalho meticuloso que abre as portas do lendário Vaticano,
permitindo a quebra do sigilo”. O Booklist disse que: “Uma década de pesquisa
exaustiva na história profunda e misteriosa das finanças do Vaticano é uma
tarefa monumental, mas o controverso autor Posner prova mais do que este
desafio assustador. (...) É uma leitura rápida que traz a história viva em cada
página. O livro irá cativar aqueles que preferem sua não-ficção histórica
repleta de contos da vida real de assassinato, poder e intriga”. Alguns
revisores notaram que os “Banqueiros de Deus” contêm imprecisões, a mais séria delas
é a alegação de Posner no capítulo 11 de que Bernardino Nogara, o diretor do
tempo de guerra da Amministrazione Speciale per la Santa Sede do Vaticano, era
um agente da inteligência nazista. Esta alegação é baseada na descoberta de um
homem chamado Nogara mencionado no relatório de interrogatório do recrutador da
Abwehr Reinhard Reme, que ele sugere que só poderia ser Bernardino Nogara, que,
portanto, trabalhou para os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A Drª
Marilyn Mallory, uma estudiosa familiarizada com os pontificados dos papas Pio
XI e Pio XII, refutou Posner em um artigo de 2015 no Inside the Vatican,
afirmando que o relatório do interrogatório, encontrado nos Arquivos Nacionais
de Londres, identifica o homem como Bruno Nogara, um professor de uma escola de
Veneza que foi preso pelos Aliados em abril de 1945. Diante dessas evidências,
Posner alterou a versão em brochura de os “Banqueiros de Deus”, afirmando que
na página 137 havia de fato dois agentes da Abwehr chamados Nogara: Bruno Nogara
e Branch Nogara, listados no Apêndice C do relatório do interrogatório de Reme.
Posner argumenta que é Bruno Nogara, que está listado como membro da Unidade
Abwehr 257 sob Reichsstatthalter Hubert Pfannenstiel, enquanto Branch Nogara
está listado na Unidade Abwehr 254, comandado por Reichsstatthalter Ernest
Schmidt-Burck. Assim, havia duas unidades Abwehr diferentes sob dois
comandantes diferentes e, portanto, dois Nogaras diferentes. Mas The Tablet, um
jornal católico com sede em Londres, aponta que a fonte citada por Posner, uma
cópia da qual pode ser lida online, identifica claramente Branch Nogara não
como uma pessoa, mas como a pequena cidade de Nogara localizada ao norte do rio
do Pó, onde a Unidade Abwehr 254 mantinha seu depósito de suprimentos. De acordo
com o Tablet, não existe uma segunda pessoa chamada Nogara. Citando divagações
no “God’s Bankers”, Posner escreveu um editorial com um artigo de opinião no
Los Angeles Times em 13 de fevereiro de 2015, conclamando o papa Francisco a
“aprovar a liberação de documentos da era do Holocausto do Vaticano em seus
arquivos secretos. Eles provavelmente contêm não apenas respostas sobre como
cedo o Vaticano soube do assassinato em massa de inocentes pelos nazistas, mas
também de documentos crucialmente importantes do Banco do Vaticano, fundado em
junho de 1942.”. Subsequentemente, Posner começou a coletar assinaturas online
em petições ao papa Francisco para liberar os arquivos do Banco do Vaticano na
Segunda Guerra Mundial e os documentos do Holocausto do Vaticano. Posner disse
que seu objetivo era conseguir mais de 1.000 assinaturas para apresentar ao
papa Francisco quando este visitasse os Estados Unidos em setembro de 2015. A
história de Posner sobre a indústria farmacêutica estado-unidense, “PHARMA”,
foi publicada pela editora Simon & Schuster Avid Reader Press em 10 de
março de 2020. Kirkus disse que o livro é “Uma chocante e estimulante
condenação de uma indústria que claramente precisa de melhor policiamento”. O
Centro Literário selecionou “PHARMA” como um dos “livros mais esperados de
2020” e, em uma crítica, o autor John Freeman afirmou: “O gato está fora da
bolsa com este livro, todos nós sabemos que a indústria farmacêutica foi um
desastre para muitos estado-unidenses, mas Gerald Posner é especialista em
dizer o que você não sabe: sem seus best-sellers do New York Times como “Case
Closed” e livros como “Hitler’s Children” ou “God’s Banker”, o que ele
aperfeiçoou está alcançando o tipo de repulsa que só um mergulho massivo de
pesquisa pode trazer... Posner criou um leviatã médico para nossos tempos”.
Beth Macy, autora de “Dopesick”, diz que “eu poderia não colocar para baixo de
“PHARMA” de Gerald Posner, a história definitiva de como uma família, os
Sacklers, partiu para obter requintadamente ricos lucros nas costas de
inocentes estado-unidenses, e então culpou os chamados ‘abusadores’ em vez de
sua própria droga altamente viciante”. Natasha Singer no The New York Book
Review disse que o livro era “A fulminante acusação enciclopédica de uma
indústria de medicamentos, que muitas vezes parece priorizar lucros sobre os
pacientes... (“PHARMA”) lê-se como uma versão farmacêutica de romances de
policiais e Ladrões”. O New York Times Book Review também selecionou “PHARMA”
como uma das “11 escolhas semanais do editor”, chamando o livro de “Este
trabalho importante”. “PHARMA” incluiu uma ampla cobertura da epidemia de
opiáceos e da família Sackler. No STAT News, Posner listou algumas de suas
novas descobertas sobre a família Sackler: “Achei que entendia o império de
opióides dos Sacklers. Documentos surpreendentes que encontrei mostram que eu
estava errado”. Na revista WIRED (revista estado-unidense de publicação mensal
com sede em San Francisco, Califórnia), no artigo “A mãe assumiu que perdeu seu
filho para Pharma devido seu marketing de OxyContin”, Posner escreveu sobre
Marianne Skolek, que se tornou uma ativista contra a Purdue Pharma e seu
analgésico narcótico, OxyContin, depois que uma filha morreu de overdose.
PHARMA foi publicado um dia antes da Organização Mundial da Saúde declarar a
COVID-19 uma pandemia. Uma semana antes da publicação, Posner escreveu um
artigo de opinião no The New York Times, “Grandes farmacêuticas podem
representar um obstáculo para o desenvolvimento de vacinas”. Ele chamou o
COVID-19 de “o caso de teste definitivo para saber se as empresas farmacêuticas
poderiam finalmente se tornar parceiras plenas em uma parceria
público-privada”. O penúltimo capítulo de Posner é intitulado “The Coming
Pandemic”. A bioquímica Karen Bush disse a Posner numa entrevista de 2016 que,
quando se trata da próxima pandemia “Não é uma questão de se, é uma questão de
quando”. O Dallas Morning News escreveu que enquanto “Muito antes do
coronavírus, Gerald Posner começou a escrever ‘PHARMA’, que alerta sobre ‘The Coming
Pandemic’”. Em Literatury Hub, Posner escreveu: “Sobre a quase impossibilidade
de planejar o combate a uma pandemia viral”. A Sociedade de Editores e
Escritores de Negócios Americanos selecionou “PHARMA” como finalista do Best
Business Book of 2020. O Florida Book Award selecionou “PHARMA” para seu prêmio
de medalha de outro para melhor livro de não ficção geral 2020. Posner confiou
em suas reportagens de “PHARMA” para escrever uma série de artigos de opinião
em publicações nacionais sobre as deficiências na indústria farmacêutica ou
sobre as preocupações de que a família Sackler pudesse não ser responsabilizada
por seu papel no marketing de OxyContin em seu ambiente privado da sua empresa
farmacêutica, Pardue Pharma. No Los Angeles Times, ele defendeu a nomeação de
um examinador independente na falência da Purdue Pharma para que o caso não
deixasse “sem resposta as muitas questões preocupantes sobre a extensão total
do papel da família (Sackler) em acender e alimentar a epidemia de opióide para
seu próprio lucro”. Posner posteriormente co-escreveu dois artigos de opinião
sobre os Sacklers no The New York Times. Em julho de 2020, ele se juntou ao
professor de direito de falências Ralph Brubaker em um artigo intitulado “Os
Sacklers Poderiam Sair Sem Isso”. Posner escreveu: “O que está em jogo é se
algum dia haverá uma avaliação justa da responsabilidade pela epidemia de
medicamentos prescritos na América”. Em dezembro, Posner se juntou a outro
professor de direito de falência, Jonathan C. Lipson, em um artigo de opinião
do New York Times intitulado “The Sacklers Last Poison Pill”. Além da Sacklers
e da Purdue Pharma, Posner juntou-se a Margarida Jorge, diretora de campanha da
Lower Drug Price Now, em um artigo de opinião da Newsweek que criticava os
executivos farmacêuticos por lucrarem com rumores e comunicados à imprensa
sobre as vacinas e tratamentos de COVID-19. E em fevereiro de 2021, Posner
escreveu no (USA Today) pedindo ao presidente Biden para não tornar Janet
Woodcock a diretora permanente da Food and Drug Administration (FDA). Posner
escreveu que “O governo Biden deve evitar recompensar qualquer funcionário do
governo que contribuiu para a crise dos opióides por ter se tornado a epidemia
de medicamentos prescritos mais letal da história americana”. Posner também
ajudou a revelar a história do papel da McKinsey & Company em aconselhar a
Pardue Pharma sobre como dinamizar suas vendas de OxyContin em declínio. Tucker
Carlson, ao entrevistar Posner sobre sua reportagem de que os Sacklers podem
escapar da justiça por seu papel na epidemia de opióides, disse que: “Gerald
Posner pode ser o repórter investigativo mais conhecido e completo do país”.
Posner apoiou fortemente Al Gore durante a eleição presidencial de 2000 e
escreveu um editorial no Wall Street Journal logo após os ataques de 11 de
setembro, revertendo sua opinião sobre George W. Bush. Mais tarde, ele mudou de
opinião novamente; em outubro de 2006, em “Na Open Letter to the President”,
publicado no The Huffington Post, ele voltou à sua posição original de que Bush
era um mau presidente sufocado por sua teimosia. Ele também escreveu sobre questões investigativas para o The New York
Times, The New Yorker, Vanity Fair, Talk, Newsweek, Time, Miami Herald e The
Daily Telegraph. Ele foi um colaborador regular do Today Show da NBC, bem como de
outros programas nacionais no History Channel, CNN, FOX News e CBS. Ele era um
convidado frequente no Countdown do MSNBC com Keith Olberman. Membro do
Conselho Consultivo da União Nacional dos Escritores, Posner também é membro do
Authors Guild, Internacional PEN, The Committee to Protect Journalist e Phi
Beta Kappa. Ele trabalhou em todos os seus projetos com sua esposa Trisha
Posner, que também é autora e artista. Posner foi o repórter investigativo
chehe do The Daily Beast, até que renunciou por acusações de plágio em 2010.
Posner foi um painelista regular no History Center, o programa semana de
discussão de assuntos atuais do History Channel, de 2000 a 2002. Ele também
teve um papel no ar em documentários de transmissão, incluindo entre outros o
Frontiline 1993 “Who Was Lee Harvey Oswald?”; Who Killed JFK: The Final
Chapter” (1994); “Hitler e Stalin, A Legacy of Hare” (1994); “The Secret KGB –
JFK Assassination File” (1999); Canal de História “Jack Ruby on Trial” (2004);
“Gangs of New York”, History Channel (2002); “Conspiracy”, série de TV (2004 –
2005); “Beyond Biba – A Portrait of Barbara Hulanicli”, (2009); “Roads to
Memphis”, um olhar sobre o assassinato de Martin Luther King Jr.; American
Experience PBS, 2010; e “JFK Assassination The Definitive Guide”, History
Channel. Posner também foi consultor histórico em dois episódios relacionados
ao Holocausto – “Liberation and Revenge” e “Frenzied Killing”, ambos em 2005 –
da série de documentários “Auschwitz: The Nazis and the ‘Final Solution’”. Ele
também foi o consultor de “Herança”, um documentário de 2006 sobre a história
de Monika Hertwig e seu esforço para lidar com a enormidade de crimes de seu
pai, o comandante do campo de concentração de Cracóvia-Plaszów, Amon Goeth. E
em 2013, Posner foi novamente consultor histórico, desta vez para a PBS/NOVA
“Cold Case JFK”, um exame balístico atualizados do assassinato de JFK. Posner
foi produtor consultor do documentário “The Barrel of a Gun”, de Tigre Hill,
sobre o assassinato de um policial da Filadélfia e do assassino condenado,
Mumia Abu-Jamal em 1981. Em 1999, na primeira edição de setembro da Talk
Magazine, Posner escreveu sobre os erros de investigadores franceses e
britânicos na morte de Diana, Princesa de Gales, em 1997 (“Al Fayed’s Rage”).
De acordo com Posner, “um ativo agente da inteligência dos EUA” afirmou que ele
ouviu “uma parte de uma conversa sem data entre (a princesa) Diana e Di Lima
(então esposa do embaixador brasileiro nos EUA)”. A gravação informou Posner,
“foi uma das várias coletadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA)”. De
acordo com Posner, “A NSA nunca mirou diretamente em Diana, mas pegou suas
conversas como uma parte incidental de uma operação de monitoramento separada”.
A NSA se recusou a reconhecer a existência de fitas de vigilância, mas admitiu
que havia “39 documentos confidenciais sobre Diana, totalizando 124 páginas”. A
notícia de que a NSA poderia ter espionado, mesmo inadvertidamente, a Princesa
de Gales, causou furor no Reino Unido. Posner também relatou que o motorista do
carro em que Diana foi morta, Henri Paul, se encontrou com seu encarregado da
inteligência francesa horas antes do acidente fatal. “Na verdade, de acordo com
um oficial de segurança estado-unidense e um agente de inteligência
estado-unidense, Paul passou as últimas horas antes do acidente com um oficial
de segurança da DGSE (Direction Génerale de La Sécurité Extériure – França).
Isso pode ser uma notícia nova para a polícia francesa; em um relatório
interno, um jornal francês relatou que o comandante de polícia chamado Jean
Paul Copetti concluiu que “não era possível” determinar o paradeiro de Henri
Paul naquela época. Em 2006, a Scotland Yard divulgou o “Relatório de Inquérito
da Operação Paget sobre a Alegação de Conspiração para Assassinato: Diana,
Princesa de Gales e Emad El-Din Mohamed Abdel Moneim Fayed. A Operação Paget
foi o resultado de uma investigação de vários anos pela polícia britânica sobre
as questões persistentes sobre se a morte da princesa Diana poderia ter sido
resultado de um crime. Os investigadores da Operação Paget entrevistaram
Posner. O relatório final confirmou que o piloto Henri Paul tinha em sua posse
12.560 francos franceses no momento de sua morte. Essa foi a quantia que Posner
relatou que o encarregado da inteligência de Henri Paul havia dado a ele em
dinheiro apenas algumas horas antes do acidente fatal. De acordo com os
investigadores britânicos, “A DGSE afirmou não conhecer Henri Paul. Gerald Posner deu a ‘fonte’ de informações de
que estavam com Henri Paul na noite de sábado. Mesmo que correta, a fonte
afirmou que o encontro foi de natureza rotineira e não conectado com a visita
da princesa de Gales a Paris. Ela aparentemente só foi discutida de passagem”.
A Operação Paget, também analisou as acusações de Posner sobre a NSA no
capítulo 15 do relatório, “Agência Central de Inteligência/Agência de Segurança
Nacional, EUA”. Quanto à parte de uma conversa gravada que Posner ouviu, os
investigadores britânicos concluíram “A inferência das informações de Geral
Posner foi que a Embaixada, e não a Princesa de Gales, foi objeto de
interceptação telefônica... As fontes de Gerald Posner não indicaram que a
própria princesa de Gales estava sob vigilância seletiva da NSA. A importância
de tais informações, se houvesse alguma, não seria perdida nas fontes e é
razoável supor que eles teriam transmitido essas informações para Gerald Posner
se eles estivessem de posse delas”. O New York Times intitulou sua cobertura da
Operação Paget como “A Palavra Final sobre a Morte de Diana (Não Aposte
Nisto)”. Ele relatou o que Posner ouviu quando a fonte de inteligência jogou
para ele uma pena parte de uma fita de vigilância”. “Stevens” (codinome do
agente) disse se sentir confiante de que nada lhe foi ocultado e acrescentou
que, mesmo que as agências de inteligência estivessem espionando Diana, o que
não acontecia, não teriam ouvido nada de Interessante. Por exemplo, o escritor
investigativo estado-unidense Gerald Posner diz na reportagem que, por meio de
uma fonte, ouviu interceptação de uma ligação telefônica entre Diana e Lúcia
Flecha de Lima, esposa do então embaixador brasileiro. A inferência diz o
relatório, foi que a embaixada, e não Diana, estava sendo grampeada. O que
ouviu? ““Eu só consegui decifrar uma mulher britânica e uma mulher com um leve
sotaque hispânico falando sobre estilos de cabelo”, disse ele”. Em 2010, Posner
foi o repórter investigativo chefe do The Daily Beast. Após a revelação de que
várias histórias de Posner para o The Daily Beast continham partes plagiadas de
artigos em outras publicações, Posner pediu demissão do Beast. De acordo com
Posner, o plágio foi inadvertido e resultado dos “prazos compactos” do Beast e
que teria confundindo sua pesquisa reunida a partir de recortes de artigos de outras
publicações com sua própria escrita nos “arquivos principais” que ele montou em
cada história. Alegações de plágio também surgiram em relação a seu livro Miami
Babylon (outubro de 2009). Posner disse que o plágio do Miami Babylon ocorreu
por causa de um novo sistema de “notas finais”, porque um indivíduo que ele
entrevistou leu uma das fontes plagiadas e a reiterou durante a entrevista, e
porque ele confundiu a escrita de outras pessoas com a sua própria após
digitalizar os documentos de origem em um banco de dados de computador. O Miami
New Times também descobriu que Posner “parece adicionar, subtrair ou atribuir
incorretamente as citações” e exibiu uma séria de tais “citações aparentemente
alteradas ou atribuídas incorretamente”. Para todos os exemplos mostrados,
Posner citou um artigo fonte, onde um exame da fonte mostrou que a citação dada
na escrita de Posner foi substancialmente alterada (por exemplo, palavras
adicionadas), nunca dita pelo sujeito, atribuída incorretamente ou usada fora
do contexto. Posner subsequentemente contratou o advogado Mark Lane, ameaçando
processar o Miami New Times com base em interferência ilícita (ou seja, que a
investigação e o relato desse caso prejudicaram o relacionamento comercial de
Posner com seus editores) e sofrimento emocional. Em comunicado à imprensa,
Posner afirmou “Embora eu esteja convencido de que Lee Harvey Oswald assassinou
o presidente Kennedy, sempre acreditei que se Mark Lane representasse Oswald,
ele teria sido absolvido. É por isso que Mark Lane foi a escolha óbvia como meu
próprio advogado”. Logo depois disso, o Miami New Times publicou evidências de
plágio adicional de várias fontes em “Secrets of the Kingdom” e “Why America
Slept?”. De acordo com o estudioso sênior do Poynter Institute, Roy Peter
Clark, “Isso constitui plágio por qualquer definição que eu possa imaginar.
(...) A captura de material de outra pessoa que é tão extenso não pode, em
minha opinião, ter sido feita acidentalmente”. Também foram apresentadas
evidências indicando que Posner repetidamente “apagou” elementos do escândalo
jornalístico de sua página na Wikipédia. De acordo com Posner, os relatos da
mídia detalhando suas transgressões jornalísticas foram na verdade o resultado
de um “esforço coordenado” para “desacreditar... Miami Babylon ‘por causa da’
história nua e crua e investigativa do livro”. Em 3 de maio de 2013, Posner foi
citado em uma ação federal movida pelo famoso autor Harper Lee em Manhattan.
Lee alegou que Samuel Pinkus, genro de seu agente literário, a enganou para
ceder seus direitos de “To Kill a Mockingbird”, direcionando os royalties a
serem pagos a uma corporação formada por Posner para esse propósito. Antes de
Posner apresentar uma resposta, ele e outro réu fizeram um acordo com Lee e
foram dispensados do processo. As partes não divulgaram os termos do acordo.
Posner disse ao Miami Herald: “Eu era simplesmente a pessoa errada nomeada no
processo errado”. “À Lei 360”, disse: “Fico grato que a denúncia foi
indeferida. Nunca houve fundamento para essa ação contra mim”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Gerald_Posner. Acesso
em 25 de dez. 2021.
[cxxxiii] William Francis Pepper – Nascido
em 16 de agosto de 1937 em New York, NY, EUA. Advogado no Reino Unido foi
admitido na ordem em vária jurisdições nos EUA. Seu trabalho principal é sobre
direito comercial internacional. Ele representou governos no Oriente Médio,
África, América do Sul e Ásia. Hoje, Pepper representa o palestino Sihan
Bechara Sihan, o atirador condenado pelo assassinato do senador Robert F.
Kennedy em junho de 1968. Bill Pepper foi amigo de Martin Luther King Jr. no
último ano de sua vida. Alguns anos após a morte de King Jr., Bill Pepper
passou a representar James Earl Ray em sua confissão de culpa e subsequente
condenação. Pepper acredita que Ray foi incriminado pelo governo federal e que
King Jr. foi morto por uma conspiração que envolveu o FBI, a CIA, os militares,
a polícia de Memphis e figuras do crime organizado de Nova Orleans e Memphis.
Mais tarde, ele representou James Earl Ray num julgamento simulado na
televisão, na tentativa de obter a Ray o julgamento que ele nunca teve. Ele
então representou a família King em um julgamento civil por homicídio culposo,
da família King contra Loyd Jowers e “outros co-conspiradores desconhecidos”.
Durante um julgamento que durou quatro semanas, Bill apresentou mais de setenta
testemunhas. Jowers, testemunhando por depoimento, afirmou que James Earl Ray
era um bode expiatório e não estava envolvido no assassinato. Jowers
testemunhou que o policial de Memphis Earl Clark disparou os tiros fatais. Em 8
de dezembro de 1999, o júri de Memphis considerou Jowers o responsável e
concluiu que o plano de assassinato incluía também “agências governamentais”. O
júri levou menos de uma hora para decidir a favor da família King pela quantia
solicitada de 1 dólar. William Pepper está fortemente envolvido com a defesa
dos Direitos Humano, por um tempo convocando o Seminário Internacional de
Direitos Humanos da Universidade de Oxford, durante o qual indivíduos como Hugo
Chaves, o então presidente da Venezuela, aceitaram convites para discursar no
seminário. Pepper mora nos Estados Unidos atualmente, mas não principalmente,
pois ele viaja com frequência para a Inglaterra. Fonte: Site William
Pepper.com. Disponível em https://williampepper.com/. Acesso
em 25 de dez. 2021.
[cxxxiv] Comissão Church – (em inglês, Church Committee) foi uma comissão de inquérito criada no
âmbito do Senado dos Estados Unidos em 1975, sobre a presidência do Senado
Frank Church (Democratas – Idaho) com o objetivo de investigar atividades
ilegais d Central Intelligence Agency (CIA), da National Segurity Agency (NSA)
e do Federal Bureau of Investigation (FBI), depois que algumas dessas
atividades foram reveladas pelo escândalo Watergate. Dentre os temas
investigados pela comissão, incluem-se: experiência em seres humanos, violações
de domicílios e interceptações de comunicações sem autorização judicial e
assassinatos. Foram muitas as investigações da comissão. As mais importantes e
que provocaram maiores escândalos estão ligadas ás revelações do programas
MKULTRA, da CIA, e COINTELPRO, do FBI. Em 1975 muitas atividades da CIA e do FBI
foram investigadas pelo Church Committee mas muitas outras ainda seriam
investigadas nas décadas seguintes. Todas atividades do programa COINTELPRO de
Edgar Hoover, foram consideradas ilegais. Em ‘977, o repórter Carl Berstein
escreveu um artigo na revista Rolling Stone, afirmando que a relação entre a
CIA e a mídia era muito mais extensa do que o Comitê revelou. Também disse que
o comitê tinha encoberto essas relações, porque “revelariam relações
embaraçosas nas décadas de 1950 e 1960 com algumas das organizações e
indivíduos mais poderosos do jornalismo estado-unidense”. Fonte: Wikipédia.
Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Church. Acesso
em 25 de dez. 2021.
[cxxxviii] House
Un-American Activities Committee (Comitê de Atividades Antiamericanas – HUAC) – Títulos
Alternativos – Committee on Un-American Activities; Committee to Investigate
Un-American Activies, Dies Committee – Comitê da Câmara dos Representantes dos
EUA, estabelecido em 1938 sob Martin Dies como presidente, conduziu
investigações durante as décadas de 1940 e 1950 sobre supostas atividades
comunistas. Os investigados incluíam muitos artistas e animadores, incluindo
Hollywood Tem, Elia Kazan, Pete Seeger, Bertolt Brecht e Arthur Miller. Richard
Nixon foi um membro ativo no final dos anos 1940, e um dos casos mais famosos
do comitê foi o de Alger Hiss. Em abril de 1948, o Comitê de Atividades Não
Americanas da Câmara (HUAC) enviou ao plenário para votação um projeto de lei
de Nixon e Karl Mundt, ambos republicanos, que procurou proibir muitas
atividades do Partido Comunista, embora não o proibisse totalmente; o projeto
foi aprovado pela Câmara, mas foi reprovado no Senado. Alegando que a
necessidade de uma legislação “para controlar atividades comunistas” era
inquestionável, o projeto afirmava em parte: Dez anos de investigação pelo
Comitê de Atividades Não Americanas e por seus predecessores estabeleceram: 1)
que o movimento comunista dos EUA é controlado por estrangeiros; 2) que seu
objetivo final com respeito ao EUA é derrubar nossas instituições americanas
livres em favor de uma ditadura comunista totalitária a ser controlada do
exterior; 3) que suas atividades são realizadas por métodos secretos e
conspiratórios; e 4) que suas atividades, tanto por causa da alarmante marcha
das forças comunistas no exterior quanto por causa do escopo e da natureza das
atividades comunistas aqui nos EUA, constituem uma ameaça imediata e poderosa à
segurança dos Estados Unidos e do Modo de Vida Americano. As ações do HUAC
resultaram em várias condenações por desacato ao Congresso e uma “lista negra”
de muitos que se recusaram a responder suas perguntas. Altamente polêmico por
suas táticas, o HUAC foi criticado por violar os direitos da Primeira Emenda.
Sua influência havia diminuído na década de 1960; em 1969, foi renomeado como
Comitê de Segurança Interna e, em 1975, foi dissolvido. Fonte: Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Comitê de
Atividades Antiamericanas da Câmara". Enciclopédia Britânica , 28 de jan.
de 2020,
https://www.britannica.com/topic/House-Un-American-Activities-Committee.
Acessado em 25 de dezembro de 2021.
[clxii] Martin Luther King Jr. Memorial no National Mall em Washington D.C. – É a mais recente adição à coleção de memoriais no National Mall.
Dedicada em 16 de outubro de 2011 (o 16º aniversário da Marcha do Milhão de
Homens em 1995 em Washington D.C.), a estrutura de pedra exemplifica os valores
fundamentais do Rev. Dr. Martin Luther King Jr. durante sua busca pelos
direitos civis; liberdade, democracia e oportunidade para todos.O memorial
nacional tem 9 metros de altura e consiste em três peças de granito. Inspirado
pelo discurso do Dr. Kings “Eu tenho um sonho”, onde ele diz: “Com esta fé,
seremos capazes de extrair de uma montanha de desespero, uma pedra de
esperança”. Uma figura de Martin Luther King está esculpida na "Pedra da
Esperança", que fica além da "Montanha do Desespero". Os
visitantes do memorial literalmente passam pela “Montanha do Desespero”,
significando as lutas enfrentadas pelo Dr. King durante sua vida. O memorial
está posicionado em quatro belos hectares no canto sudoeste da Tidal Basin, e é
cercado por cerejeiras que florescem todos os anos para adornar o aniversário
da morte prematura do Dr. King Jr. O Dr. Reverendo Martin Luther King Jr. foi o
rosto do ativismo não violento no movimento pelos direitos civis e é
reconhecido internacionalmente por sua dedicação para acabar com a segregação
racial e a discriminação. Em 1963 ele foi nomeado “Homem do Ano” pela Time
Magazine e em 1964, o Dr. King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Perto do fim de
sua vida, o Dr. King redirecionou seu trabalho para incluir o fim da pobreza e
da Guerra do Vietnã. Ele foi assassinado em 1968.Fonte: Site Trust for the National Mall. Disponível em: https://nationalmall.org/explore?gclid=Cj0KCQiAwqCOBhCdARIsAEPyW9nL9GzSMxJOjch04WJIV4JQRjbI5d8lpmegadvuZfkiWRhQ7YhTUcEaAh5vEALw_wcB. Acesso
em 26 de dez. 2021.