sexta-feira, 30 de abril de 2021

GLOSSÁRIO PARA MEMÓRIA PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

     
     Relendo Memória Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis resolvi fazer um glossário e no livro coloquei as palavras que me eram desconhecidas, para isso usei os dicionários da net.
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MACHADO DE ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Editora Globo. Coleção Obras Completas. São Paulo, 1997.



1)                (Prólogo da 3ª Edição) STERNE, Laurence - Nasceu em Clonmel, Irlanda em 25 de novembro de 1713 e faleceu em Londres em 18 de março de 1768, foi um escritor e clérigo anglicano irlandês, famoso pelo seu romance “A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy”. Aos dez anos de idade, Sterne foi mandado para Halifax, na Inglaterra, para estudar. Anos mais tarde, estudou no Jesus College (Cambridge0 e se tornou pastor da Igreja Anglicana em Yorkshire, eventualmente se tornando pastor remunerado da Catedral de Iorque em 1733. O bisavô de Sterne fora ordenado arcebispo de Iorque em 1664. “A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy” foi originalmente publicado em vários volumes, os dois primeiros aparecendo em 1759, e os demais no decorrer dos dez anos seguintes. Controverso, o livro teve reações dissonantes entre os escritores da época, mas o humor grosseiro foi bem aceito pela sociedade londrina. Hoje, o livro é tido como precursor do fluxo de consciência. Mais tarde, Sterne publicou “Jornada Sentimental pela França e Itália” (1768) baseado em suas viagens pela Europa devido à tuberculose, além de diversos sermões. “Tristam Shandy” faz uso de técnicas hostis ao leitor, como sequências de dezenas de asteriscos e páginas em branco. Unidos a esses elementos, com a falta de consistência do enredo e a ausência de uma conclusão satisfatória, Sterne consegue o efeito de paródia do (então recente) romance como forma literária. De especial interesse para leitores de língua portuguesa, “A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristam Shandy teve influência decisiva na obra de Machado de Assis, influência admitida livremente em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Já a obra “Viagem Sentimental” mistura gêneros e estilos, influenciando “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett. Sterne morreu em Londres. Seu corpo foi roubado após a morte, tendo sido assunto de uma aula de anatomia em Cambridge, antes de ser devolvido ao túmulo. (Wikipédia – 16/03/2021).



2)                (Prólogo da 3ª Edição) MAISTRE, Xavier de. Nasceu em Chambéry em 8 de novembro de 1763 e morreu em São Petersburgo, Russia em 12 de junho de 1852, foi um escritor francês, mais conhecido pelo seu famoso livro “Viagem ao Redor do meu Quarto”, e sua continuação, “Expedição Noturna ao Redor do meu Quarto”. De Maistre teve carreira militar e, em 1792, passou a lutar ao lado dos russos, chegou a patente de general no exército russo. Em 1805 tornou-se diretor da biblioteca do Museu Real de São Petersburgo. Casou-se com uma nobre russa, Sophie Zagriatzky, dama de honra da czarina. Também foi um dos escritores que influenciou as obras de Machado de Assis. (Wikipédia – 16/03/2021).



3)                (Página 3) Brás Cubas revela ter inventado um medicamento sublime – um emplasto anti-hipocondríaco – DESTINADO A ALIVIAR A NOSSA MELANCÓLICA HUMANIDADE. Penso um pouco próximo de Machado, gostaria de inventar um emplasto DESTINADO A ALIVIAR A NOSSA HUMANIDADE MELANCÓLICA.

4)                (Página 5) CAVOUR, Conde de (Camilo Paolo Filipo Giulio Benso) nasceu em Turim em 10/08/1810 e faleceu em Turim em 06/06/1861. Foi um político italiano que ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino da Itália entre 23 de março de 1861 e 6 de junho de 1861. Era um estadista do Reino da Sardenha, depois da Itália, líder agricultor, financeiro e industrial. Ele foi indicado neste cargo pela segunda vez em 1860 com o apoio francês e foi o arquiteto da unificação de todo o norte da Itália sob a liderança de Vitor Emanuel II em 1859. Cavour utilizou-se da expedição de Garibaldi à Sicília e Nápoles no ano seguinte para trazer estes Estados para a Itália unificada. Na mesma época, ordenou a invasão dos Estados Pontifícios. A habilidade diplomática de Cavour em manter o consentimento das potências europeias e a fidelidade de Garibaldi no dito “Itália e Vitor Emanuel” levaram assim, à proclamação do Reino da Itália no dia 17 de março d 1861. Primeira pessoa a ocupar o cargo de primeiro-ministro italiano, em fevereiro de 1861, morreu quatro meses depois, ainda negociando para assegurar a completa unificação italiana com a inclusão de Veneza e dos Estados Pontifícios. (Wikipédia, 18/03/2021).



5)                (Página 6) GREGOROVIUS, Ferdinand – nasceu em 19 de janeiro de 1821 em Neidenburg na Prússia Orienta, Reino da Prússia e morreu em 1.° de maio de 1891 em Monique, Reino da Baviera) foi um historiador alemão especializado na história medieval de Roma. É o mais conhecido por Wanderiahre in Italien seu relato das viagens a pé que percorreu na Itália na década de 1850, e o monumental Die Geschichte der Stadt Rom im Mittelalter (História de Roma na Idade Média), um clássico da literatura medieval e início da história renascentista. Ele também escreveu biografia do Papa Alexandre VI e Lucrécia Bórgia, além de obras sobre a história bizantina e Atenas Medieval, e traduziu autores italianos para o alemão entre eles Giovanni Melis. De acordo com o padre jesuíta John Hardon, Gregorovius era “um inimigo amargo dos papas”. (Wikipédia, 18/03/2021)





6)                (Página 8) CHIMÈNE QUI L’EÜT DIT? RODRIGUE, QUI L’EÜT CRU - A mitologia clássica está entre as demonstrações de erudição de Brás Cubas, o narrador-protagonista, que se utiliza de grande número de referências a culturas e literaturas diversas, como a francesa, por exemplo. É o caso de um trecho do Capítulo VI do romance Memórias póstumas cujo título é “Chimène, qui l‘eût dit? Rodrigue, qui l’eût cru?”, que em português significa “Chimène, quem o teria dito? Rodrigue, quem o teria acreditado?”. Trata-se de referência direta à tragédia Cid, de Corneille (1606-1684). O fragmento retomado do texto-fonte é: “CHIMÈNE: Rodrigue, qui l’eût cru? .../RODRIGUE: Chimène, qui l’eût dit?” (Corneille, Cena IV, Ato III, 1961, p.56, apud Passos, 1996.  Nesse capítulo, o VI, Brás Cubas está à beira da morte e recebe a visita de Virgília. Ao retomar os versos de Corneille invertidos, o discurso machadiano altera-lhe o tom, de acordo com Passos (1996, p.38), que interpreta o diálogo aí existente e chega à conclusão de que “os papéis assumidos já não têm a mesma relevância”. Segundo ele, os versos chamados ao diálogo intertextual são um dos pontos altos da peça, e resumem “no alexandrino o sentido da fatalidade e do amor” (ibidem, grifo nosso). Os dois grandes personagens apaixonados da obra de Corneille aparecem comparados a dois grandes personagens cínicos machadianos – Brás Cubas e Virgília. O efeito parodístico se faz presente nessa ligação, que, a nosso ver, tem a intenção explícita de redimensionar a tradição por meio da presença da obra de Corneille, que é retomada com a intenção de rebaixamento, de apequenamento do gênero trágico. Passos (p.37, grifo nosso) afirma que a narrativa machadiana assume “uma visão de mundo onde não há mais a possibilidade do efeito trágico, mas apenas a verificação fria, talvez gélida, da impossibilidade do sentimento pleno, vivido na sua expansão máxima. (RAMOS, Maria C. Tommasello_O Espaço das Referências à Mitologia Clássica nas Memória Póstumas... e a Tradição Literária. p. 14).

7)                (Página 8) Ezequias – foi o 13.º rei de Judá, e reinou por 29 anos (726 – 697 a.C.). Era filho de Acaz e de Abi, filha de Zacarias (II Reis 18:2) ou Abia (2 Cr 29:1). Ezequias reinou conjuntamente com seu pai de 729 a 715 a.C. e, com a idade de 25 anos, tornou-se rei absoluto. No exato primeiro dia do seu reinado, reparou as portas e purificou a Casa/Templo de Yauh. Reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da Páscoa (II Crônicas 29:3 e 30:5). Além disso, combateu a idolatria em Judá proibindo o culto aos deuses pagãos, determinando também que fosse destruída a serpente de bronze construída na época de Moisés, pois novamente o povo estava adorando-a. E, devido à sua obediência, a Bíblia relata que Deus trouxe paz ao seu reino. Enquanto cuidou do templo, providenciou a adoração adequada. De acordo com a Bíblia, Ezequias, ao ser confrontado pelo grande Rei da Assíria, Senaqueribe, orou a Deus e foi salvo do cerco de Jerusalém (por volta do ano 701 a.C.), através de um anjo enviado por Deus, que teria exterminado cento e oitenta e cinco mil soldados assírios durante a noite. Também no contexto do cerco, ordenou a construção do Túnel de Ezequias, para impedir as tropas de Senaqueribe de terem acesso ao precioso líquido, desviando o curso da água de fora das muralhas de Jerusalém para dentro da mesma. Segundo a Bíblia, após a expulsão dos assírios, Ezequias experimenta um novo milagre. Tendo adoecido gravemente acometido do que a Bíblia chama de úlcera (alguns acreditam tratar-se de um câncer), o profeta Isaías veio lhe dizer que iria morrer. Não se conformando, Ezequias pôs-se a orar e Isaías retorna com outra mensagem de Deus informando um acréscimo de mais 15 anos à vida do rei. E, como prova do cumprimento dessa palavra, Deus deu um sinal a Ezequias, fazendo atrasar dez graus a sombra do relógio solar construído por Acaz. Tendo se recuperado, cometeu um sério equívoco ao mostrar os seus tesouros aos mensageiros de Merodaque-Baladã II, rei da Babilônia. Devido a isso, foi advertido pelo profeta Isaías, prevendo o futuro cativeiro dos judeus, o que ocorreu numa invasão de Nabucodonosor II, no reinado de Zedequias. Ezequias faleceu em 696 a.C., mas seu filho Manassés (708 a.C – 642 a.C.) assumiu a posse de rei aos 12 anos, permitindo a idolatria em Jerusalém e fazer Judá cair em pedaços.

8)                (Página 8) Água de Juventa. Para a mitologia romana, Juventa foi uma ninfa que Júpiter (Zeus, na mitologia grega) transformou numa fonte que rejuvenescia as pessoas, daí a origem da palavra juventude. A metáfora da “água de Juventa” traz em si o simbolismo da água viva. Era à fonte de Juventa que os mortos desciam, nela eram banhados e dela subiam vivos. Juventa era a deusa da juventude, sobretudo da adolescência. (Blog EntreMentes. Disponível em: http://blogdopg.blogspot.com/2011/11/agua-de-juventa.html acessado em: 20/03/2021).



9)                (Página 8) A BABA DE CAIM - “Creiam-me, o menos mal é recordar; ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota da baba de Caim.” – Machado de Assis. Relendo Machado, a gente sempre encontra no que pensar, na evolução dos tempos, nos caminhos das vidas, nos respeitos silenciosos ou barulhentos, na verdade do medo, na estupidez do terror, na intolerância ignorante de saberes ou de reflexões ausentes. O mesmo Machado de Assis, lá adiante, nem lembro se na mesma obra, explicita (...) Dizer isso e ampliar os gestos na direção da política é, por via das dúvidas, querer fazer sobreviver a raiva por perder como se perder deixasse de ter em si o fato de que o outro ganhou. Se o jogo foi limpo, desculpa, você perdeu e prepare-se para tentar ganhar adiante. Aí está o rasgo da felicidade presente, o ódio da baba de Caim, a inveja, repito, a intolerância que desafia o bom senso e nos remete à pobreza do não saber como ganhar. Parece até que estamos às raias da piração porque só ficamos satisfeitos em ter razão se conseguirmos provar que os outros estão totalmente errados. Insisto: é a gota da baba de Caim. (Macário Batista. O Estado, Fortaleza, Ceará, Brasil. Disponível em: https://www.oestadoce.com.br/coluna/o-odio-da-baba-de-caim/#:~:text=%E2%80%9CCreiam%2Dme%2C%20o%20menos,.%E2%80%9D%20%E2%80%93%20Machado%20de%20Assis. Acesso em: 20/03/2021.


10)          (Página 10) BUFFON, Conde de (George-Louis Leclerc). Nasceu em Montbad em 7 de setembro de 1707 e faleceu em Paris em 16 de abril de 1788) foi um naturalista, matemático e escritor francês. As suas teorias influenciaram duas gerações de naturalistas, entre os quais se contam Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin. A localidade de Buffon, na Côte-d’Or, foi o senhorio da família Leclerc. Seu pai, Benjamin Leclerc, era o Senhor de Dijon e Montbard. Frequentou o Colégio dos Jesuítas a partir da idade de dez e, em seguida, a Universidade de Angers. Começou por estudar Direito, mas logo começou a concentrar seus interesses em matemática e ciências. Foi forçado a sair mais tarde da universidade após se envolver em um duelo, e se lançar em uma grande viagem pela Suíça, Itália e Inglaterra em companhia do jovem Lorde Kingston. Em 1732, herdou uma considerável quantia em dinheiro, que possibilitou dedicar-se aos seus estudos científicos. Retornando quando o novo casamento de seu pai ameaçou sua herança. Contrapôs antigos relatos sobre a história em geral, biologia e geologia que não eram baseados na Bíblia. Produziu uma grande obra com 44 volumes - História Natural - (sua meta eram 50 volumes). Nela se retrata um estudo comparativo das ciências, analisando os reinos animais, vegetal e humano, sob descrição científicas e considerações filosóficas, e o fez tão popular quanto Voltaire e Rousseau. Em 1776 O conde de Buffon disse que os animais precedem de outros animais. Foi precursor de Lamarck e Darwin, com suas concepções filosóficas e o estudo das espécies, que foram ótimos subsídios para o progresso da biologia. É considerado um dos maiores biólogos do seu tempo, Buffon, segundo Darwin, foi um dos primeiros a estudar cientificamente a origem das espécies. Georges-Louis Leclerc mudou-se para Paris, onde conheceu Voltaire e outros intelectuais. Ele ingressou na Academia Francesa de Ciências na idade de 27 (1733). Tornou-se o encarregado do Jardin du Roi (depois Jardin des Plantes), em Paris a partir de 1739 reunindo espécies zoológicos e botânicos. Durante seu período no cargo que ele converteu o jardim real em museu e em centro de pesquisa, e o parque foi consideravelmente ampliado, com a adição de muitas árvores e plantas de todo o mundo. Na matemática, Georges de Buffon propôs o método estatístico, hoje reconhecido como um dos métodos de Método de Monte Carlo, para o cálculo de. Tal método é conhecido como Agulha de Buffon, proposto pelo mesmo no século XVIII. Foi o primeiro cientista a formular a teoria catastrófica para a formação do sistema solar; segundo ele, os planetas existentes teriam sido formados à custa de matéria separa do Sol devido a uma colisão desta estrela com um cometa. Na sua primeira publicação, com repercussões profundas no conhecimento de então. Épocas da Natureza, descreveu as suas ideias profundas sobre a formação do globo terrestre. Publicou o se célebre livro História Natural (44 volumes) entre 1749 e 1789, e, postumamente, foi ainda publicada a História Natural dos Minerais (1789). (Wikipédia. 20/03/2021).



11)          (Página 11) Asna de Balaão – ou Jumenta de Balaão. Encontrada no Livro dos Números, foi a jumenta que levou Balaão de Petor até Ir-Moabe. Por três vezes, a jumenta viu o Anjo do Senhor de espada na mão, e desviou-se do caminho, protegendo Balaão de ser morto, e sendo fustigada por Balaão, em todas as vezes. Na terceira vez, a jumenta falou com Balaão, explicando que tinha salvo sua vida. (Bíblia: Números 22: 5 – 33).



12)          (Página 16) Cômodo (em latim: Commodus Lanúvio) nasceu em 31 de agosto de 161 em Roma, e faleceu em 31 de dezembro de 192) foi um imperador romano que governou de 180 a 192. Durante o reinado do seu pai, o imperador Marco Aurélio, ele o acompanhou durante as guerras marcomanas em 172 e depois numa turnê pelas províncias orientais em 176. Ele se tornou o Cônsul em 177, se tornando o mais jovem a assumir essa posição na história romana, sendo mais tarde elevado ao estatuto de coimperador junto com o pai. Sua ascensão ao poder imperial foi a primeira desde o ano 79 em que um filho sucedeu ao pai, quando no caso foi Tito e Vespasiano. Ele também foi o primeiro imperador a ter um pai e um avô (que tinha adotado seu pai) que também tinham sido imperadores. Cômodo foi ainda o primeiro imperador (e o único até 337) a ser “nascido no roxo”, ou seja, no reinado de seu pai imperador. Cômodo também foi o primeiro e último, portanto, o único imperador romano da história a atuar dentro dos limites da arena dos gladiadores. Quando assumiu o controle total e único em Roma, o Império estava em relativa paz, mas as intrigas e conspirações políticas levaram Cômodo a adotar um estilo mais ditatorial e a engrossar o culto à personalidade, de caráter divino, ao redor dele mesmo. Seu assassinato, em 192, marcou o fim da Dinastia Nerva-Antonina. Ele foi sucedido no trono por Pertinax, o primeiro do Ano dos cinco imperadores, abrindo uma era de instabilidade política em Roma pelo próximo século. (Wikipédia. 20/03/2021).



13)          (Página 17) TARTUFO (em francês Le Tartuffe) é uma comédia de Molière, e uma das mais famosas da língua francesa em todos os tempos. Sua primeira encenação data de 1664 e foi quase que imediatamente censurada pelos devotos religiosos que, no texto, foram retratados na personagem-título como hipócritas e dissimulados. Os devotos sentiram-se ofendidos, e a peça quase foi proibida por esta razão, pelos tribunais do rei Luís XIV de França, onde tinham grande influência. Na língua portuguesa, o termo tartufo, como em outros idiomas, passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso, originando ainda um série de derivados como tartufice, tartufico ou ainda o verbo tartuficar significando enganar, ludibriar com atos de tartufice. Molièrè utiliza em seu texto elementos de sofisticada linguagem cômica, abordando com mordacidade as relações humanas que envolvem a religião, o poder e a ascensão social. Utilizando-se como mote a aristocracia francesa, em luta por manter seus privilégios, a burguesia ascendente, ávida por ampliar seu status quo e ainda o papel intrigante dos religiosos, é, no entanto, através da popular e sábia "Dorina", a empregada, que Molière desconstrói a hipocrisia de estrutura social da 'época, desmascarando o farsante "Tartufo". Este personagem é símbolo dessa bem comportada estrutura, usando-a a seu bel-prazer, a seu único e exclusivo proveito, sendo capaz de mentir, roubar, fraudar, especular, transgredir normalmente com o único objetivo de granjear mais privilégios. E tudo em nome de Deus. A peça, apesar de retratar uma situação que antecedeu a ascensão da burguesia, mantém-se atual ao denunciar males eternos e "universais", como a corrupção, a hipocrisia religiosa, a ocupação de cargos de mando e relevo por espertalhões. (Wikipédia. 20/03/2021).



14)          (Página 23) TERTULIANO – em latim Quintus Septimius Florens Tertullianus – nasceu aproximadamente em 160 e faleceu aproximadamente em 220. Foi um prolífico autor das primeiras fases do cristianismo nascido em Cartago na província romana da África Proconsular. Ele foi o primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus) em latim. Ele também foi um notável apologista cristão (a apologética, do grego “defesa verbal” é a disciplina teológica própria de uma certa religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias, esta palavra deriva-se do deus grego Apolo) e polemista contra a heresia. Organizou e avançou a nova teologia da Igreja antiga. Ele talvez seja mais famoso por ser o autor mais antigo cuja obra sobreviveu a utilizar o termo “Trindade” (em latim Trinitas) e por nos dar a mais antiga exposição formal ainda existente sobre a teologia Trinária. É um dos padres latinos. Algumas das ideias de Tertuliano não eram aceitáveis para os ortodoxos e, no fim de sua vida, ele se tornou um montanista. O montanhismo foi um movimento cristão fundado por Montano por volta de 156 – 157, (ou 172), que se organizou e difundiu em comunidades na Ásia Menor, em Roma e no Norte da África. Por ter se originado na região da Frígia, Eusébio de Cesárea relata em sua História Eclesiástica (V. 14 -16) que ela era chamada de “heresia Frígia” na época. (Wikipédia. 20/03/2021).



15)          (Página 32) Touro de Europa – Europa, na mitologia grega, era filha do rei da Fenícia, Agenor, e irmã de Cadmo. Foi raptada por Zeus que se disfarçou de touro para que sua ciumenta mulher, Hera não percebesse. Ele levou Europa para a ilha de Creta, o que levou Cadmo a procura-la e, na jornada, fundar a cidade de Tebas. Em Creta, Europa teve três filhos: Minos, Radamento e Sarpedão. (Wikipédia, 22/03/2021).



16)          (Página 32) Leda e o Cisne – na mitologia grega, era rainha de Esparta, esposa de Tíndaro. Certa vez, Zeus transformou-se em um cisne e seduziu-a. Dessa união, Leda chocou dois ovos, e deles nasceram Clitemnestra, Helena, Castor e Pólux. Helena e Pólux eram filhos de Zeus, mas Tíndaro os adotou, tratando-os como filhos de sangue. Seu pai era Téstio, filho de Ares e Demonice, filha de Agenor, filho de Pleuron, sua mãe era Eurythemis, filha de Cleoboea. Seus pais tiveram vários filhos, dentre os quais destaca-se Althaea, casada com Eneu, rei de Calidão que foram pais de Dejanira, esposa de Héracles (Hércules). (Wikipédia, 22/03/2021).



17)          (Página 32). Dânae e a Chuva de Ouro, foi, segundo a mitologia grega, uma princesa que foi alvo do amor de Zeus, de quem teve um filho. Dânae era filha de Acrísio, rei de Argos, e de Eurídice. Desapontado por não ter herdeiros masculinos, Acrísio procura um oráculo, o qual respondeu-lhe que mesmo se escondesse no fim da Terra, seria morto pelo seu neto, filho de Dânae. A princesa era ainda virgem e, para que jamais tivesse um filho o rei aprisionou-a numa torre de bronze (segundo a tradição, poderá tê-la escondido também num quanto subterrâneo, cujas paredes se ergueram em bronze, ou numa caverna), que manteve constantemente vigiada por seus guardas mais valorosos. Pretendia, assim, evitar que ela lhe desse um herdeiro, seu futuro assassino. Apesar de todos esses cuidados, Zeus, tomado de amores pela jovem e bela princesa, transmuta-se numa chuva de ouro, e penetra no edifício por um orifício no teto deste, caindo sobre o colo de Dânae, engravidando-a. Para alguns autores, esta forma alegórica subentende que o deus havia em verdade subornado regiamente aos vigias, a fim de assim entrar no claustro em que sua amada estava presa. Dânae é heptaneta de Urano, hexaneta de Cronos e pentaneta de Poseidon. Foi assim gerado Perseu. Tomando ciência do ocorrido, ordenou Acrísio que fossem, mãe e filho, lançados ao mar, dentro de um baú de madeira. Foi a solução encontrada para que não atraísse contra sai a ira do deus, matando-lhe um filho: as águas supostamente, matá-los-iam. Mas o destino não favoreceu Acrísio: a pedido de Zeus, Poseidon acalmou os mares, e ambos sobreviveram. Levados pelas correntes até a ilha de Sérifo, foram encontrados por pescadores que então os levaram até o monarca local, Polidectes. Acolhidos por Dites (ou Dictis), irmão do soberano, este educa a criança. O rei acaba apaixonando-se por Dânae. Após alguns anos, pretende desposá-la mas, temendo que o jovem filho se opusesse, ordena-lhe que mate a terrível Medusa, esperando que este fracassasse, morrendo. Este monstro petrificava todos aqueles atingidos por seu olhar, mas o jovem herói consegue realizar seu intento e, na volta, jogos atléticos comemorativos são realizados em Larissa. Ali, na plateia, está presente o rei Acrísio. Este foi alvejado por um dardo (ou disco, em algumas versões) lançado por Perseu, cumprindo a profecia. Interpreta-se este mito como sendo a chuva a fertilizar o solo com suas gotas douradas. Dânae significaria, assim, a terra ávida pela umidade, que apenas Zeus poderia fecundar. (Wikipédia, 22/03/2021).



18)          (Página 33). KLOPSTOCK, Friedrich Gottiieb – poeta alemão nascido em Quedlimburgo em 2 de julho de 1724 e falecido em Hamburgo em 14 de março de 1803. Antigo aluno da escola de Schulpforta, estudou teologia nas universidades de Jena e Leipzig, Discípulo de Johann Jakob Bodmer e da escola suíça, descobriu com entusiasmo a obra de John Milton. Decidiu escrever uma epopeia religiosa chama Messias, à qual se dedicou durante vinte anos (1748 a 1768). Com esta obra em vinte cantos, Klopstock tornou-se o poeta mais admirado da jovem geração. Antes de publicá-la, já se consagrara com suas primeiras odes (Na Meine Freund, de 1747). Dedicou-se também ao teatro. Escreveu inicialmente tragédias: A Morte de Adão, de 1757 e Salomão, de 1763. No entanto, destacou-se com o teatro patriótico, representado pela trilogia centralizada na personagem Hermann, herói da resistência da velha Germânia aos romanos. Embora tivesse passado grande parte da sua vida na Dinamarca, onde recebia uma pensão do rei Frederico V, foi um dos precursores do movimento nacional na Alemanha. Saudou com entusiasmo as revoluções americana e francesa. Porém, quando a República Francesa quis torna-lo cidadão honorário, Klopstock recusou em sinal de protestos contra os excessos da revolução na França. Contribuiu ainda nos campos da filologia e da história da literatura. (Wikipédia, 22/03/2021).



19)          (Página 36). Brás Cubas afirma que (...) Marcela amou-o durante quinze meses e onze contos de réis. Pesquisando e comparando o conto de réis com o real próximo a 1850 apuramos que 1Conto de Réis equivalia à R$ 123.000,00. Logo 11 x 123.000,00 equivale a R$ 1.353.000, ou seja, mais de um milhão de reais. Diniz Numismática. Conversão Hipotética do Réis para o Atual Real. Disponível em: https://www.diniznumismatica.com/2015/11/conversao-hipotetica-dos-reis-para-o.html. Acesso em 20 de mar. 2021.



20)          (Página 39). Bakbarah – Barbeiro e pobre namorado do conto “Mil e Uma Noites”. HAUTUM, Milton. UOL. Folha de São Paulo (25/08/2018). Em Brás “Cubas”, morto narra substância da vida. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/08/em-bras-cubas-morto-narra-substancia-da-vida-escreve-milton-hatoum.shtml. Acesso em 23 Mar. De 2021.


21)          (Página 41). Ode Horaciana. A ode horaciana, posteriormente imitada em larga escala pelos humanistas, inclui temas sugeridos pelos poetas gregos antigos como Alceu, Safo, Anacreonte e seus imitadores e Píndaro, e pelos poetas helenísticos, nomeadamente os epigramatistas. A contrário das odes públicas de Píndaro, a ode horaciana é privada e pessoal. É de salientar que, quer Píndaro quer Horácio foram os geradores da ode clássica e influenciaram largamente o seu desenvolvimento no Renascimento europeu. CEIA, Carlos_E_Dicionário de Termos Literários. Disponível em: https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/ode/#:~:text=A%20ode%20horaciana%2C%20posteriormente%20imitada,poetas%20helen%C3%ADsticos%2C%20nomeadamente%20os%20epigramatistas. Acesso em: 25 de mar. 2021. As odes horacianas têm mais de uma estrofe, todas seguindo a mesma estrutura de rima e métrica. A forma segue a do poeta lírico romano Horácio (65-8 AEC). Exemplo: “Ode aos Confederados Mortos” de Allen Tate.



22)          (Página 47). LORD BYRON – George Gordon Byron, 6.º Barão de Byron, nascido em Londres em 22 de janeiro de 1788 e faleceu em Missolonghi em 19 de abril de 1824. Conhecido como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das figuras mais influentes do romantismo. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os extensos poemas narrativos Don Juan, A Peregrinação de Childe Harold e o curto poema lírico She Walks in Beauty. Byron é considerado um dos maiores poetas britânicos e permanece vastamente lido e influente. Ele percorreu toda a Europa, especialmente Itália, onde viveu durante sete anos. No fim da vida Byron juntou-se à Guerra de Independência da Grécia contra o Império Otomano, motivo pelo qual muitos gregos reverenciam-no como um herói nacional. Morreu aos trinta e seis anos de idade de uma febre contraída em Missolonghi. Muitas vezes descrito como o mais extravagante e notório dos maiores poetas românticos, Byron foi tanto festejado quando criticado em sua vida pelos seus excessos aristocráticos. Incluindo altas dívidas, numerosos casos amorosos com homens e mulheres (como, por exemplo, com a meia-irmã da escritora Mary Shelley, Claire Clairmont), além de boatos de uma relação escandalosa com sua meia-irmã, autoexílio e bissexualidade sendo também um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha. Segundo consta, a causa da morte parece ter sido uremia (elevação de ureia no sangue), complicada por febre reumática. Sua filha, Ada Lovelace, colaborou com Charles Babbage para o engenho analítico, sendo considerada assim a mãe da ciência da computação. (Wikipédia, 25/03/2021).



23)          (Página 48). Pretos ou escravos de ganho, no contexto do Brasil colonial e do Império eram escravos obrigados pelos seus senhores a realizar algum tipo de trabalho nas ruas, levando para casa ao fim do dia uma soma de dinheiro previamente estipulada. Foi relativamente comum este tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria. Embora conhecida desde o século XVII nas áreas urbanas, na época do Império a prática foi mais controlada pelo estado, que concedia licença aos proprietários para o seu uso. As principais atividades a que se dedicavam eram as de carregadores, doceiras e pequenos consertos, embora alguns senhores induzissem as escravas à prostituição, o que era proibido por lei. Esses escravos, apesar de que podiam ser terrivelmente punidos se não arrecadassem os valores exigidos pelos seus senhores, tinham certas vantagens sobre os outros tipos de escravos, isso porque tinham maior mobilidade, fazendo com que tivessem mais possibilidades de circulação do que os escravos das áreas rurais e mineradoras. (Wikipédia, 25/03/2021).



24)          (Página 49). Catão, o Jovem – Marco Pórcio Catão Uticense, nasceu em Roma, 95 a.C., e faleceu em Útica em 46 a.C. Foi um político romano célebre pela sua inflexibilidade e integridade moral, bisneto de Marco Pórcio Catão, o Velho, que exerceu vários cargos na República Romana. Partidário da filosofia estoica, era avesso a qualquer tipo de suborno. Opunha-se, particularmente, a Júlio César (é retratado por Salústio com a antítese deste estadista). Suicidou-se depois da vitória de César na Batalha de Tapso (esta batalha foi uma das principais batalhas da Segunda Guerra Civil da República Romana, travada em 6 de abril de 46 a.C. a data é do calendário romano antes das reformas de Júlio César, no calendário juliano, a data seria 7 de fevereiro de 46 a.C. Perto de Tapso, na moderna Tunísia. As forças republicanas dos pompeianos, lideradas por Metelo Cipião, foram decisivamente derrotadas pelos veteranos de Júlio César. Depois desta derrota, Metelo Cipião e seu principal aliado, Catão, o Jovem, se suicidaram). (Wikipédia, 25/03/2021).



25)          (Página 95). Albrecht Gessler, também conhecido como Herman Gessler (nascido no século XIV) foi um lendário governador tirano da Casa de Habsburgo, em Altdorf, Suíça. Seu comando brutal acarretou a rebelião de Guilherme Tell, eventualmente, a independência da Suíça. A lenda. De acordo com as Crônicas Helvéticas (um dos relatos mais antigos da história da Suíça), em 1307, Gessler, para testar a lealdade do povo aos imperadores, levantou um pilar na praça central de Altdorf e dispôs seu chapéu no topo, ordenando que todos que passassem por lá saudassem e fizessem uma reverência a ele. Tell, muito orgulhoso e famoso por sua pontaria com a besta, se recusou publicamente a saudar o chapéu. A ira cruel de Gessler foi atenuada pela curiosidade de testar as habilidades de Tell, então deu-lhe a opção de ser executado ou disparar a besta a uma maçã na cabeça de seu filho em uma única tentativa. Tell partiu a maçã com a besta de forma bem-sucedida, salvando sua própria vida e a de seu filho. Quando Gessler perguntou o motivo de ele ter preparado duas flechas, Tell mentiu e disse que foi por força de hábito. Depois de assegurado de que não seria morto, Tell admitiu que a segunda flecha seria para acertar o tirano caso seu filho se ferisse. Gessler, furioso, prendeu Tell e o levou de barco pelo Lago dos Quatro Cantões até Kussnatch para passar o resto de sua vida em um calabouço. Uma inesperada e intensa tempestade deixou a tripulação do barco assustada, e já que Guilherme Tell era melhor marinheiro, deram o controle da embarcação para ele. Ao invés de ir em direção ao calabouço, ele escapou para a costa. Lá, ele preparou uma emboscada e matou Gessler com uma flecha, iniciando uma jovem rebelião da confederação contra o regime austríaco. (Wikipédia, 29/03/2021).



26)          (Página 95). BOSSUET, Jacques-Bénigne (nascido em Dijon em 27 de setembro de 1627 e faleceu em Paris em 12 de abril de 1704) foi um bispo e teólogo francês, um dos principais teóricos do absolutismo por direito divino, defendendo o argumento que o governo era divino e que os reis recebiam seu poder de Deus. Foi autor de “La Politique Tirée de l’Écriture Sainte”, publicada postumamente em 1709, na qual defende a teoria do Direito Divino dos reis justificando que Deus delegava o poder político aos monarcas, conferindo-lhes autoridade ilimitada e incontestável. O caso mais exemplar de governante que adotou as ideias de Bossuet foi Luís XIX de França, chamado “Rei Sol”. (Wikipédia, 29/03/2021).



27)          (Página 126). Pegas de Sintra. Sala do Palácio Nacional de Sintra, palácio que possui o maior conjunto de azulejos mudéjares (é um termo que deriva do árabe que significa "doméstico" ou "domesticado" e que se utiliza para designar os muçulmanos ibéricos que permaneceram em território conquistado pelos cristãos, e sob o seu controle político, durante o longo processo da chamada Reconquista, que se desenvolveu ao longo da Idade Média na Península Ibérica. A estes muçulmanos foi permitido prosseguir a prática da sua religião, utilizar o seu idioma e manter os seus costumes. Durante a Idade Moderna foram obrigados a converter-se ao cristianismo, passando assim a denominar-se mouriscos). Esta sala tem o nome de Sala das Pegas devido às 136 pegas pintadas no teto. Cada pega segura uma rosa, símbolo da casa da rainha Dona Filipa de Lencastre e a frase “por bem”. Uma lenda conta que o seu marido, Dom João I (1385 a 1433) foi surpreendido por umas senhoras da corte beijando uma cortesã que as levou a “piar” sobre o assunto. O rei justificou-se perante a sua rainha com a desculpa que foi “por bem”. Em seguida fez pintar as 136 pegas (o número de senhoras da corte na altura) para que nunca se esqueçam do nível de discrição que se devem de respeitar. (Portugal Virtual. Disponível em: https://portugalvirtual.pt/sintra/pt/palacio-nacional-sintra.php. Acesso em: 01 de abr. de 2021).



28)          (Página 130). Livro dos Sete Selos. Os Sete Selos é um conceito da escatologia cristã, que vem do Livro do Apocalipse, da Bíblia Cristã, onde um livro com sete selos é descrito em Apocalipse 5:1. Os Sete Selos foram abertos pelo Leão de Judá. Apocalipse 5:5 diz: “E um dos anciões disse até mim: Não chores eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e desatar os sete selos”. Judá era geralmente o reino entregue ao príncipe herdeiro de Israel. Jesus na tradição cristã, é o Rei dos reis, e não o príncipe herdeiro. O Leão de Judá é uma referência deliberada direta a um príncipe digno “do sangue de Cristo”. Os Sete Selos foram abertos, um a um, pelo Cordeiro. Apocalipse 5:6 diz: “E eis que, no meio do trono e dos quatro animais, e no meio dos anciões, um Cordeiro como tinha sido morto, tendo sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra”. Em Resumo: 1.º Selo – Conquista Mundial, Cavalo Branco; 2.º Selo – Conflito e guerra, Cavalo Vermelho; 3.º Selo – Fome e escassez, Cavalo Preto; 4.º Selo – Morte, Cavalo Amarelo: 5.º Selo – Visão do martírio, ou mártires; 6.º Selo – Perturbações “cósmicas” ou sinais do céu, e a marcação dos 144 mil; 7.º Selo – Soar das sete trombetas dos sete anjos e o Juízo Final. Estudiosos bíblicos associam os sete selos com os sete Espíritos de Deus, e outros termos bíblicos referidos ao número sete. Os selos podem conter símbolos comumente interpretados como a morte, a fome, as guerras mundiais, o martírio, terremotos e o Anticristo. O livro também afirma que haverá “sete trombetas” anunciando os aspectos do “Fim dos Tempos”: a humanidade a ser julgada, os mares se voltando para o sangue, feridas no corpo das pessoas, epidemias, infertilidade, e a introdução das “sete taças”. Essas bacias são um terço do mar, a humanidade, a água, a vida animal, os navios, as culturas, e a terra, todos sendo tragados por um abismo infinito. (Wikipédia, 02/04/2021).




29)          (Página 131). Delicadeza de Zéfiro. Também conhecido como deus Zefir na Bruxaria Floral é o deus do vento do oeste. É um dos filhos de Eos e Astreu, sendo seus irmãos Bóreas, Noto e Eurus. Foi casado com Íris e vivia numa caverna na Trácia. Na mitologia romana, este deus era associado a Favônio. O mito do vento Zéfiro diz que este fecundava as éguas de certa região da Lusitânia tornando os cavalos dessa zona invulgarmente velozes. Consta na Ode Marítima de Avieno. Zéfiro é também considerado uma brisa suave ou vento agradável, pois era o mais suave de todos os ventos tido benfazejo, frutificante e mensageiro da primavera. (Wikipédia, 02/04/2021).



30)          (Página 139). Zenão ou Zenon de Eléia, grego nascido cerca de 490/485 a.C. e falecido em 430 a.C.?) foi um filósofo pré-socrático da escola eleática que nasceu em Eleia, hoje Veleia, Itália.  Discípulo de Parmênides de Eleia, defendeu de modo apaixonado a filosofia do mestre. Seu método consistia na elaboração de paradoxos (pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria). Deste modo, não pretendia refutar direto as teses que combatia mas sim mostrar os absurdos daquelas teses (e, portanto, sua falsidade). Acredita-se que Zenão tenha criado cerca de quarenta destes paradoxos, todos contra a multiplicidade, a divisibilidade e o movimento (que nada mais são que ilusões, segundo a escola eleática). Ao contrário de Heráclito de Éfeso, Zenão exerceu atividade política. Consta que teria participado de uma conspiração contra o tirano local, sendo preso e torturado até a morte. Considerado por Aristóteles como o criador da dialética. (Wikipédia, 02/04/2021).



31)          (Página 139). Sêneca. Lúcio Aneu Sêneca, nasceu em Corduba cerca de 4 a.C. e morreu em Roma em 65, foi um filósofo estoico e um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido também como Sêneca, o Moço, o Filósofo, ou ainda o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estoico durante o Renascimento inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista. Sêneca foi simultaneamente dramaturgo de sucesso, uma das pessoas mais ricas de Roma, estadista famoso e conselheiro do imperador Nero. Sêneca teve que negociar, persuadir e planejar seu caminho pela vida. Ao invés de filosofar da segurança da cátedra de uma universidade, ele teve que lidar constantemente com pessoas não cooperativas e poderosas e enfrentar o desastre, o exílio, a saúde frágil e a condenação à morte. Sêneca correu riscos e teve grandes feitos. (Wikipédia, 02/04/2021).



32)          (Página 143). LAPLACE, Pierre-Simon, Marquês de Laplace, nasceu em Beaumont-em-Auge, em 23 de março de 1749 e faleceu em Paris em 5 de março de 1827) foi um matemático, astrônomo e físico francês, que organizou a astronomia matemática, resumindo e ampliando o trabalho de seus predecessores nos cinco volumes do seu Mécanique Céleste (Mecânica Celeste) – 1799 – 1825. Esta obra-prima traduziu o estudo geométrico da mecânica clássica usada por Isaac Newton para um estudo baseado em cálculo, conhecido como mecânica física. Foi eleito membro da Royal Society, em 1789. Ele também formulou a equação de Laplace. A transformada de Laplace aparece em todos os ramos da física matemática – campo em cuja formação teve um papel principal. O operador diferencial de Laplace, do qual depende muito a matemática aplicada, também recebe seu nome. Ele se tornou conde do império em 1806 e foi nomeado marquês em 1817, depois da restauração dos Bourbons. (Wikipédia, 03/04/2021).



33)          (Página 146). PASCAL, Blaise, nascido em Clermont-Ferrand em 19 de junho de 1623 e faleceu em Paris, em 19 de agosto de 1662. Foi um matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês. Prodígio, Pascal foi educado por seu pai. Os primeiros trabalhos de Pascal dizem respeito às ciências naturais e ciências aplicadas. Contribuiu significativamente para o estudo dos fluidos. Ele esclareceu os conceitos de pressão e vazio, estendendo o trabalho de Evangelista Torricelli. Pascal escreveu textos importantes sobre o método científico. Aos 19 anos inventou a primeira máquina de calcular, chamada de máquina de aritmética, depois roda de pascalina e finalmente pascalina. Construiu cerca de vinte cópias na década seguinte. Matemático de primeira linha, criou dois novos campos de pesquisa: primeiro, publicou um tratado de geometria projetiva aos dezesseis anos; então, em 1654, ele desenvolveu um método de resolver o "problema dos partidos", que, dando origem, no decorrer do século XVIII, ao cálculo das probabilidades, influenciou fortemente as teorias económicas modernas e as ciências sociais. Como teólogo e escritor destacou-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos, e sua obra influenciou os ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista. Na sequência de uma experiência mística, em finais 1654, faz a sua "segunda conversão" e abandona as ciências para se dedicar exclusivamente à filosofia e à teologia, num período marcado pelo conflito entre jansenistas e jesuítas. No ano seguinte, recolhe-se à abadia de Port-Royal-des-Champs, centro do jansenismo. Só voltaria às ciências após "novo milagre" (1658). São desse período as suas principais contribuições no campo filosófico-religioso: As cartas provinciais (1656-1657), conjunto de 18 cartas escritas em defesa do jansenista Antoine Arnauld - oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos teólogos de Paris - e Pensamentos, fragmentos reunidos e publicados postumamente (1670), onde foi concebida sua defesa ao cristianismo. Nos Pensamentos encontra-se também a sua frase mais citada: "O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece”. Depois de uma experiência mística que experimentou em novembro de 1654, dedicou-se à reflexão filosófica e religiosa, sem renunciar ao trabalho científico. Escreveu durante este período The Provincials and Thoughts, publicado somente após a sua morte, que ocorreu dois meses após o seu 39.º aniversário, quando já se encontrava muito doente (sujeito a enxaquecas violentas em particular). Em 8 de julho de 2017, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o Papa Francisco anunciou que Blaise Pascal "merece a beatificação" e que planeja iniciar o procedimento oficial. (Wikipédia, 03/04/2021).



34)          (Página 146). JANSENISMO doutrina religiosa inspirada nas ideias de um bispo de Ypres, Cornelius Otto Jansenius. Como movimento tem caráter dogmático, moral e disciplinar, que assumiu também contornos políticos, e se desenvolveu principalmente na França e na Bélgica, nos séculos XVII e XVIII, no seio da Igreja Católica e cujas teorias acabaram por ser consideradas controversas por esta, desde 16 de outubro 1656, através da bula Ad sacram subscrita pelo papa Alexandre VII. Defende uma interpretação das teorias de Agostinho de Hipona sobre a predestinação contra as teses tomistas do aristotelismo e do livre-arbítrio. (Wikipédia, 03/04/2021).



35)          (Página 147). PROMETEU. Na mitologia grega é um titã (da segunda geração), filho de Jápeto (filho de Urano; um incesto entre Urano e Gaia) e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. Algumas fontes citam sua mãe como sendo Tétis, enquanto outras, como Pseudo-Apolodoro, apontam para Ásia oriental, também chamada de Clímene, filha de Oceano. Foi um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência, responsável por roubar o fogo de Héstia e dá-lo aos mortais. Zeus, que temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os próprios deuses o teria então punido por este crime, deixando-o amarrado a uma rocha por toda a eternidade enquanto uma grande águia comia todo o dia seu fígado – que se regenerava no dia seguinte. O mito foi abordado por diversas fontes antigas (entre elas dois dos principais autores gregos, Hesíodo e Ésquilo), nas quais Prometeu é creditado – ou culpado – por ter desempenhado um papel crucial na história da humanidade. (Wikipédia, 04/04/2021).




36)          (Página 147). ÉSQUILO. Nascido em Elêusis, cerca de 525/524 a.C. e faleceu em Gela em 456/455 a.C.) foi um dramaturgo da Grécia Antiga. É reconhecido frequentemente como o pai da tragédia, e o mais antigo dos três trágicos gregos cujas peças ainda existem (os outros são Sófocles e Eurípedes). De acordo com Aristóteles, Ésquilo aumentou o número de personagens usados nas peças para permitir conflitos entre eles; anteriormente, os personagens interagiam apenas com o coro. Apenas sete de um total estimado de setenta a noventa peças feitas pelo autor sobreviveram à modernidade; uma destas, Prometeu Acorrentado, é tida hoje em dia como sendo de autoria de um autor posterior. Pelo menos uma das obras de Ésquilo foi influenciada pela invasão persa da Grécia, ocorrida durante sua vida. Sua peça Os Persas continua sendo uma grande fonte de informação sobre este período da história grega. A guerra teve tamanha importância para os gregos e para o próprio Ésquilo que, na ocasião de sua morte, por volta de 456 a.C., seu epitáfio celebrava sua participação na vitória grega em Maratona, e não seu sucesso como dramaturgo. Sobre sua morte, reza a lenda que, ao visitar Gela, na ilha de Sicília, uma ave de rapina (possivelmente uma águia ou um abutre-barbudo, também conhecido por quebra ossos), confundindo sua careca com uma rocha, deixou cair um casco de tartaruga em sua cabeça, matando-o (o abutre-barbudo é conhecido por jogar ossos em cima de rochas para quebrá-los, e assim, retirar facilmente o tutano). A mesma lenda conta ainda que este "momento surreal" tem um toque de ironia: Ésquilo estava passeando ao ar livre justamente porque havia ouvido, em uma profecia, que o teto de uma casa cairia em sua cabeça – e apostou que, do lado de fora, escaparia do destino trágico. (Wikipédia, 04/04/2021).



37)          (Página 147). GULLIVER (1726) – Jonathan Swift. Originalmente “Viagens a Diversos Países Remotos do Mundo, em Quatro Partes, por Lemuel Gulliver, a Princípio Cirurgião e mais Tarde Capitão de Vários Navios” (renomeado em 1735), é um romance satírico do escritor irlandês Jonathan Swift. É o trabalho mais conhecido de Swift, e também um clássico da literatura inglesa. Lilliput é uma das ilhas fictícias do romance "As Viagens de Gulliver". Swift apresentou-a como parte de um arquipélago, juntamente com a ilha de Blefuscu, algures no Oceano Índico. O livro também relata que as duas ilhas são inimigas. Nessa ilha, a personagem principal deparou-se com a população de pessoas minúsculas (com menos de seis polegadas de altura, cerca de 15 centímetros), chamadas liliputeanos, que o tomaram por gigante. Posteriormente, em Brobdingnag, o protagonista é considerado uma pequena pessoa entre gigantes. (Wikipédia, 04/04/2021).



38)          (Página 149). Dalmácia é uma região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina (Neum) e Montenegro (Bocas de Cattaro), na costa leste do mar Adriático, estabelecendo-se entre a ilha de Pag a noroeste e a baía de Kotor a sudeste. A Dalmácia interior (Zagora) ocupa uma faixa até cerca de 50 Km do mar, sendo muito estreita na região mais a sul. A Dalmácia está dividida em quatro sub-regiões, cujas capitais são Zadar, Sibenik, Split e Dubrovnik. Entre outras cidades na Dalmácia contam-se Kastela, Sinj, Solin, Omis, Dnin, Metkovic, Makarska, Trogir, Ploce, Trilj e Imotski. As maiores ilhas dálmatas são Dugi, Otok, Ugljan, Pasman, Brac, Hvar, Korcula, Vis, lastovo e Mjet. Devido a correntes marítimas e ao modo como os ventos sopram no Adriático, a água do mar é mais limpa e quente na Dalmácia que no lado italiano. A costa inclui um largo número de reentrâncias e ilhas, estreitos, baías e praias, tornando-se atrativa para desportos náuticos e turismo. (Wikipédia, 06/04/2021).




39)          (Página 149). Ópera Norma. Norma é uma ópera trágica em dois atos, De Vincenzo Bellini, com libreto de Felice Romani, cuja estreia ocorreu no Teatro Alla Scala, de Milão no dia 26 de dezembro de 1831. Essa ópera é considerada o ponto alto da tradição do bel canto. O papel principal (Norma) é geralmente avaliado como um dos mais difíceis do repertório soprano. O papel foi criado para Giuditta Pasta, que também encarnou, pela primeira vez, o personagem Amina na ópera La sonnambula. Personagens: Norma – alta sacerdotisa: soprano dramático-coloratura; Adalgisa – sacerdotisa: mezzo-soprano lírico (originalmente, soprano lírico); Pollione – pró-cônsul romano na Gália: Tenor; Oroveso – chefe druida: baixo; Clotilde – amiga e confidente de Norma: Soprano (originalmente, mezzo-soprano); Flávio – centurião romano e companheiro de Pollione: tenor. (Wikipédia, 06/04/2021).



40)          (Página 163). Le Grand VÉFOUR. O primeiro grande restaurante em Paris, na França, foi inaugurado nas arcadas do Palais-Royal (antigo palácio real, o pátio de entrada com tela fica de frente para a Place du Palais-Royal, em frente ao Louvre. Originalmente chamado de Palais-Cardina, foi construído para o Cardeal Richelieu cerca de 1633 a 1639 pelo arquiteto Jacques Lemencier. Richelieu a legou a Luís XIII e Luís XIV a deu a seu irmão mais novo, Felipe I, duque de Orléans. Filipe e os sucessores duques de Órleans fez alterações tão extensas ao longo dos anos, quase nada resta do design original de Lemercier) em 1784 por Antoine Aubertot, como o Café de Chartres, e foi comprado em 1820 por Jean Véfour que conseguiu se aposentar em 3 anos, vendendo o restaurante para Jean Boissier. O restaurante, com sua decoração neoclássica do início do século XIX de grande espelhos em molduras douradas e supraportes pintado – um supraporte é uma pintura ou alívio colocado acima de uma porta ou portal, podendo pendurar livremente ou ser integrado no quadro da porta, continua sua tradição gastronômica no mesmo local “uma cidadela repleta de história da culinária francesa clássica”. (Wikipédia, 06/04/2021).



41)          (Página 163). Conde Molé. Louis Mathieu nasceu em Paris em 24 de janeiro de 1781 e faleceu em Paris em 23 de novembro de 1855 foi um político e estadista francês que ocupou o 18.º cargo de primeiro-ministro na França. (Wikipédia, 06/04/2021).



42)          (Página 163). Duque de La Rochefoucauld (François). Nasceu em Paris em 15 de setembro de 1613 e faleceu em Paris em 17 de março de 1680. Foi um moralista francês, François VI, príncipe de Marcillac, e, mais tarde, duque de Rochefoucauld. São dele as famosas frases: “O orgulho é igual em todos os homens (ricos ou pobres), só diferem os meios e as maneiras de mostra-los”, “A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude”. (Wikipédia, 06/04/2021).




43)          (Página 164). DOMICIANO – Tito Flávio Domiciano, nasceu em 24 de outubro de 51 e faleceu em 18 de setembro de 96, foi imperador romano de 14 de setembro de 81 até sua morte a 18 de setembro de 96. Tito Flávio Domiciano era filho de Tito Flávio Sabino Vespasiano com sua mulher Domitila e irmão de Tito, a quem ele sucedeu. A sua juventude e os começos da sua carreira transcorreram à sombra do seu irmão Tito, que alcançou considerável renome militar durante as campanhas na Germânia e Judeia dos anos 60. Esta situação manteve-se durante o reinado do seu pai Vespasiano, coroado imperador a 21 de dezembro de 69, após um longo ano de guerras civis conhecido como o ano dos quatro imperadores. Ao tempo em que o seu irmão gozou de poderes semelhantes aos do seu pai, ele foi recompensado com honras nominais que não implicavam responsabilidade alguma. À morte do seu pai a 23 de junho de 79, Tito sucedeu-lhe pacificamente, mas o seu curto reinado finalizou abrupta e inesperadamente à sua morte por doença, a 13 de setembro de 81. Ao dia seguinte, Domiciano foi proclamado imperador pela guarda pretoriana. O seu reinado, que duraria quinze anos, seria o mais longo desde o de Tibério. As fontes clássicas descrevem-no como um tirano cruel e paranoico, localizando entre os imperadores mais odiados ao comparar a sua vileza com as de Calígula ou Nero. Porém, a maior parte das afirmações a respeito dele têm a sua origem em escritores que foram abertamente hostis para com ele: Tácito, Plínio, o Jovem e Suetônio. Estes homens exageraram a crueldade do monarca ao efetuar adversas comparações com os cinco bons imperadores que o sucederam. Como consequência, a historiografia moderna recusa a maior parte da informação que contêm as obras destes escritores ao considerá-los pouco objetivos. É descrito como um autocrata despiedado, mas eficiente, cujos programas pacíficos, culturais e econômicos foram precursores do próspero século II, comparado com o turbulento crepúsculo do século I. A sua morte marcou o final da dinastia flaviana, bem como a instauração da dinastia antonina. (Wikipédia, 07/04/2021).



44)          (Página 164). SUETÔNIO – Caio Suetônio Tranquilo, nasceu em Roma em 69 d.C. e faleceu cerca de 141 d.C. Foi um escritor latino, filho de um tribuno da décima terceira legião, dedicou-se às armas e às letras. Escreveu as Vidas dos Doze Césares, tendo sido contemporâneo na idade adulta apenas do último dos seus biografados, Domiciano. Viveu a era dos cinco bons imperadores (Nerva, Trajano, Adriano, Antônio Pio e Marco Aurélio). Teve prestígio na corte de Adriano, tendo sido secretário as epistolis. Caiu, porém, em desagrado por ter monopolizado o interesse da imperatriz Sabina. Foi afastado no ano 122 e a partir daí passou a se dedicar a escrever história. Suetônio foi um grande estudioso dos costumes de sua gente e de seu tempo e escreveu um grande volume de obras eruditas, nas quais descrevia os principais personagens da época. Foi, sobretudo, um indiscreto devassador das intimidades da corte romana, dando-nos uma visão íntima dos vícios dos imperadores e das picuinhas que dividiam a nobreza. (Wikipédia, 07/04/2021).



45)          (Página 165). ANACREONTE – nasceu em Teos em 563 a.C. e faleceu em Teos em 478 a.C., foi um poeta lírico grego. Foi conselheiro de Polícrates, tirano de Samos. Com a morte deste em 522 a.C., partiu para Atenas, onde foi recebido por Hiparco, filho de Pisístrato. Tendo ele sido assassinado em 514 a.C., o poeta voltou para sua terra natal, onde morreu. A poesia de Anacreonte chegou até nós sob a forma de fragmentos. Cantava as musas, Dioniso e o amor. Foi muito apreciado pelos gregos, e seu estilo, posteriormente conhecido como "anacreôntico", foi muito imitado ao longo da antiguidade e do período bizantino, tendo nos chegado diversas odes anacreônticas. Segundo Clemente de Alexandria, ele foi o inventor das canções de amor. (Wikipédia, 07/04/2021).



46)          (Página 165). O HUMANITISMO. Fases: 1) ESTÁTICA – anterior a toda a criação; 2) EXPANSIVA – começo das coisas; 3) DISPERSIVA – aparecimento do homem; 4) CONTRATIVA – absorção do homem e das coisas. Livro: MACHADO DE ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas.



47)          (Página 166). IDUMEIA – Terra dos Edomitas, no período macabeu e romano, era uma região localizada no território que havia sido das tribos israelitas de Simeão e Judá, não sendo incluído o coração da antiga Edom, chegando ao redor de Hebrom até Betsur, cerca de 26 Km ao sudoeste de Jerusalém. Os idumeus eram os remanescentes dos edomitas. João Hircano I havia invadido a Idumeia no segundo século a.C. e este permitiu que vivessem sob a condição de que deveriam seguir a Lei Judaica o qual foi aceita pelo povo. (Wikipédia, 07/04/2021).



48)          (Página 169). PANGLOSS – tutor e professor do jovem Candido na obra prima de Voltaire “Candido ou o Otimismo” (1759). O professor Pangloss é um otimista cujo mantra é “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”. Como ao longo da obra, Cândido e Pangloss são alvo de um um conjunto interminável de desastres, o primeiro vai progressivamente duvidando das ideias do segundo, colocando em causa a teoria do mestre na enigmática última frase do texto - "devemos é cultivar o nosso jardim" - que valeu dezenas de interpretações diferentes ao longo dos tempos. Voltaire ao satirizar, via Pangloss, a corrente filosófica conhecida como "otimismo", defendida pelo alemão Gottfried Leibniz, foi então o primeiro escritor a ser cunhado de "pessimista", à época um neologismo, na publicação Révue de Trévoux, por padres jesuítas que tendiam a concordar com o pensamento leibniziano. O pessimismo nasceu então do otimismo e o otimismo popularizou-se graças a um pessimista. São os dois, de facto, faces da mesma moeda. MOREIRA, João Almeida. Entre Voltaire e Pangloss. Site Dinheiro Vivo. Disponível em: https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/entre-voltaire-e-pangloss-12668792.html . Acesso em: 07 de ab. 2021.



49)          (Página 181). STENDHAL - Henri-Marie Beyle – nasceu em Grenoble em 23 de janeiro de 1783 em Paris, e morreu em 23 de março de 1842, foi um escritor francês. Seus romances de formação “O Vermelho e o Negro” (1830), “A Cartuxa de Parma” (1839) e Leuwen (inacabado) fizeram dele, ao lado de Flaubert, Victor Hugo, Balzac e Zola, um dos grandes romancistas franceses do século XIX. Em seus romances, caracterizados por um estilo econômico e deliberadamente seco, Stendhal busca “a verdade, a dura verdade” no campo psicológico e, essencialmente, aborda jovens com aspirações românticas de vitalidade, força de sentimento e sonhos de glória. (Wikipédia, 07/04/2021).



50)          (Página 182). HELVÉTIUS, Claude Adrien, nasceu em Paris em 26 de janeiro de 1715 e morreu em Paris em 26 de dezembro de 1771, foi um filósofo e literato francês. Filho de um médico de Luís XV, estudou com os jesuítas no colégio Louis-le-Grand. Aos 23 anos, obteve o cargo de caseiro geral, com uma boa renda que lhe permitiu levar uma vida sem problemas, frequentando os meios literários e artísticos. Casando-se, retirou-se para o campo, onde se dedicou à literatura. Hesitou muito tempo antes de encontrar o gênero literário que lhe convinha, até apresentar sua obra filosófica “Do espírito”. Devido sobretudo ao seu anticlericalismo, o livro foi condenado por uma carta apostólica do papa Clemente XIII, em 1759. Com isso, Helvétius resolveu nada mais publicar. Em 1764 foi à Inglaterra e, no ano seguinte, à Prússia. A amizade com o enciclopedista Jean le Rond d'Alembert abriu-lhe as portas da Academia de Berlim. Deixou diversas obras publicadas postumamente, dentre as quais “Verdadeiro sentido do sistema da natureza e Do homem, das faculdades intelectuais e de sua educação”, sendo que esta última foi condenada pelo parlamento francês e queimada. Influenciado pelas ideias de John Locke e Condillac, Helvétius pretendeu ampliar o empirismo às questões morais e políticas. Considerava que todas as ideias eram apenas afecções dos sentidos, não havendo qualquer faculdade especial de reflexão que fosse distinta das sensações. Essa fonte única de todo conhecimento servia de base para a doutrina ética e social segundo a qual todos os homens eram iguais e teriam as mesmas aspirações. Todos os comportamentos humanos seriam fundamentados no interesse - impulso para a obtenção do prazer e a eliminação da dor. Através da educação, os homens deveriam ser levados a fazer com que seus interesses individuais coincidissem com os interesses da coletividade. Mas para isso era indispensável combater os grandes obstáculos constituídos pelas superstições e preconceitos religiosos, fomentados, segundo Helvétius, pelo egoísmo da classe sacerdotal. (Wikipédia, 07/04/2021).



51)          (Página 183). SILOGISMO. Substantivo masculino que dentro da Lógica significa raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão) [p.ex.: "todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os gregos são mortais"]. Dicionário Google Virtual. Disponível em: https://www.google.com/search?q=significado+de+silogismo. Acesso em 07 de abr. 2021.



52)          (Página 184). Ministério Paraná. O mais famoso gabinete no 2° Reinado ficou conhecido como Ministério da Conciliação, em vigor de setembro de 1853 a maio de 1857. Presidido pelo marquês de Paraná - e, após sua morte, em 1856, pelo duque de Caxias -, o gabinete marcou o período mais estável do reinado de dom Pedro 2º, abrigando nomes dos partidos Liberal e Conservador - daí o epíteto de "conciliação"... Site Educação Uol – História do Brasil. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/parlamentarismo-1-pedro-2-e-os-gabinetes-ministeriais.htm. Acesso em 08 de abr. 2021. Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná, nasceu em São Carlos do Jacuí em 11 de janeiro de 1801 e faleceu no Rio de Janeiro em 3 de setembro de 1856, foi um estadista, diplomata e magistrado brasileiro. (Wikipédia, 08/04/2021).



53)          (Página 186). FILOPEMEN. Nasceu em Megalópolis em 253 a.C. e faleceu em Mesene em 184 a.C., foi um general e político grego que ocupou o cargo de estratego da Liga Aqueia em oito ocasiões. Desde sua primeira nomeação como estratego em 209 a.C., Filopemen ajudou a converter a Liga Aqueia numa importante potência militar na Grécia. Foi denominado “o último dos gregos” por um escritor romano anônimo. (Wikipédia, 08/04/2021).



54)          (Página 186). HIPÓCRATES – nascido em Cós em 460 a.C. e faleceu em 370 a.C. na Tessália é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado “pai da medicina”, apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras do florescimento intelectual grego, como Demócrito, Sócrates e Aristóteles. Hipócrates era um asciepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde. Nascido numa ilha grega, os dados sobre sua vida são incertos ou pouco confiáveis. Parece certo, contudo, que viajou pela Grécia e que esteve no Oriente Próximo. Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode diagnosticar doenças como a malária, papeira, pneumonia e tuberculose. Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Muitos de seus comentários nos Aforismos são ainda hoje válidos. Seus escritos sobre anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação quanto sobre procedimentos práticos. Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde" primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico. Hipócrates fundamentou a sua prática (e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade) na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) que, consoante às quantidades relativas presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doença e dor (discrasia). Esta teoria influenciou, por exemplo, Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores e que dominou o conhecimento até o século XVIII. Sua ética resume-se no famoso Juramento de Hipócrates. Porém, certos autores afirmam que o juramento teria sido elaborado numa época bastante posterior.Na filosofia prática da medicina atribuída à Hipócrates, e reunida no Corpus Hippocraticum, as doenças, durante um certo tempo, evoluem de forma silenciosa até alcançarem o momento crucial, chamado krisis (crise), momento em que a doença se define, rumo à cura ou não. O bom médico deve identificar o kairós (momento oportuno) de agir. Esse tempo (kairós) não dura muito tempo (khronos) e, portanto, o médico não tem tempo a perder. (Wikipédia, 08/04/2021).



55)          (Página 191). EZEQUIEL, que significa “A Força de Deus ou Deus Fortalece” foi um sacerdote que profetizou por 22 anos durante o século VI a.C., através de visões que teve durante o exílio da Babilônia, tal como registrado no Livro de Ezequiel. O cristianismo vê Ezequiel como um profeta, e o judaísmo considera seu livro como parte de seu cânone, considerando-o o terceiro dos principais profetas. O islamismo fala de um profeta chamado Dhul-Kifl que costuma ser associado com Ezequiel. (Wikipédia, 08/04/2021).



56)          (Página 194). GUIZOT, Pierre Guillaume – nasceu em Nîmes em 4 de outubro de 1787 e faleceu em Saint-Quen-le-Pin em 12 de setembro de 1874, foi um político e historiógrafo francês, liberal-conservador. Ocupou o cargo de primeiro-ministro da França, entre 19 de setembro de 1847 a 23 de fevereiro de 1848. Guizot, ministro da Instrução Pública, determinou, em 1834, na Faculdade de Direito de Paris, a instalação da primeira cátedra de Direito Constitucional. Entregou-a a um professor italiano, Pellegrino Rossi, que publicou em seguida um curso de direito constitucional em vários volumes (Paris, 1866). (Wikipédia, 08/04/2021).



57)          (Página 194). LEDRU-ROLLIM – Alexandre-Auguste Ledru-Rollin, nasceu em 2 de fevereiro de 1807 em Paris e faleceu em Paris em 31 de dezembro de 1874. Foi um político francês, um campeão das classes trabalhadoras (Socialista) que foi forçado ao exílio após a derrota da Revolução Francesa de 1848. (Wikipédia, 08/04/2021).



58)          (Página 201). VESPASIANO – Tito Flávio Vespasiano. Nasceu em Falacrina em 17 de novembro de 9 d.C. e morreu em Roma em 23 de junho de 79 d.C., foi um imperador romano, o primeiro da dinastia flaviana, que ocupou o poder em 69 d.C., logo após o suicídio de Vitélio e o conturbado ano dos quatro imperadores. Foi proclamado imperador pelos seus próprios soldados em Alexandria. Sucederam-lhe sucessivamente dois dos seus filhos, Tito e Domiciano. De origem modesta, descendia de uma família da ordem equestre que atingira o classe senatorial durante os reinados dos imperadores da dinastia júlio-claudiana. Designado cônsul em 51, ganhou renome como comandante militar, destacando-se na invasão romana da Britânia (43). Comandou as forças romanas que fizeram face à primeira guerra judaico-romana de 66 Quando se dispunha a sitiar Jerusalém, a capital rebelde, o imperador Nero suicidou-se, mergulhando o império num ano de guerras civis conhecido como o "ano dos quatro imperadores". Após a rápida sucessão e falecimento de Galba e Otão e a ascensão ao poder de Vitélio, os exércitos das províncias do Egito e Judeia proclamaram Vespasiano imperador a 1 de julho de 69 No seu caminho para o trono imperial, Vespasiano aliou-se com o governador da província da Síria, Caio Licínio Muciano, quem conduziu as tropas de Vespasiano contra Vitélio, enquanto o próprio Vespasiano tomava o controle sobre a província do Egito. A 20 de dezembro, Vitélio foi derrotado e no dia seguinte Vespasiano foi proclamado imperador pelo senado. Pouca informação sobreviveu aos dez anos de governo de Vespasiano. Destaca-se o programa de reformas financeiras que promoveu, tão necessário após a queda da dinastia júlio-claudiana, a sua bem-sucedida campanha militar na Judeia e os seus ambiciosos projetos de construção como o Anfiteatro Flávio, conhecido popularmente como o Coliseu Romano. Instituiu um imposto sobre a urina humana, ingrediente chave na indústria antiga da lavagem e processamento de tecidos, justificando com a famosa frase: Pecúnia non olet (“Dinheiro não tem cheiro”). Reformulou o senado e a Ordem Equestre e desenvolveu um sistema educativo mais amplo. Reprimiu a sublevação da Gália, mas incompatibilizou-se com os meios senatoriais. O período de seu governo ficou marcado por uma eficaz administração econômica quer na capital do império quer nas províncias, com um aumento significativo do tributo anual e a implementação de medidas econômicas muito mais severas, o que permitiu atingir níveis de progresso assinaláveis nas finanças do Estado, tendo inclusive angariado fundos para a construção do templo dedicado a Júpiter Capitolino e para o Coliseu de Roma. Após a sua morte a 23 de junho de 79, foi sucedido no trono pelo seu filho maior, Tito. (Wikipédia, 08/04/2021).



59)          (Página 202). Cantuária também conhecida pelo seu nome em inglês, Canterbury, é uma cidade do sudeste da Inglaterra pertencente ao condado de Kent. É o principal centro religioso do Reino Unido por abrigar o arcebispo da Cantuária, líder espiritual da Igreja Anglicana, com sede espiritual na catedral da Cantuária. (Wikipédia, 08/04/2021).



60)          (Página 203). PIREU - é um município vizinho a Atenas e situado em sua zona urbana, no qual se localiza o porto daquela cidade, o principal da Grécia. O Pireu é capital da subprefeitura de mesmo nome, na Ática, faz parte da região metropolitana e situa-se na baía de Falero. A população em 2001 era de 175.697 habitantes. O local já era usado como ancoradouro no século VII a.C. O Pireu tornou-se o porto de Atenas, substituindo Falero, desde as guerras médicas, mas perdeu sua importância na época bizantina e turca até ao século XIX. Atualmente continua a ser o principal porto que faz a ligação da parte continental da Grécia às suas ilhas. (Wikipédia, 08/04/2021).




61)          (Página 203). DIÓGENES DE SINOPE. Nasceu em Sinope de 404 a 412 a.C. e faleceu em Corinto, cerca de 323 a.C., também conhecido como Diógenes, o Cínico, foi um filósofo da Grécia Antiga. Os detalhes de sua vida são conhecidos através de anedotas (chreia), especialmente as reunidas por Diógenes Laércio em sua obra Vidas e Opiniões de Filósofos Eminentes. Diógenes de Sinope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto. Posteriormente estabeleceu-se em Corinto, onde continuou a buscar o ideal cínico da autossuficiência: uma vida que fosse natural e não dependesse das luxúrias da civilização. Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria, sua vida consistiu duma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta. (Wikipédia, 08/04/2021).










quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

HISTÓRIA DA IGREJA ORTODOXA

 


A IGREJA ORTODOXA

 

           



    

    Traduzindo do latim ortodoxa seria literalmente considerada “igreja da opinião correta” ou “igreja da glória verdadeira”, como é traduzida por exemplo pelos eslavos. Também é chamada como Igreja Católica Ortodoxa ou Igreja Ortodoxa Oriental sendo uma comunhão de igrejas cristãs autocéfala, herdeiras da cristandade do Império Romano Oriental que reconhece o primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla desde que a sede de Constantinopla e Roma deixaram de comungar, resultando no Grande Cisma. Reivindica ser a mesma instituição anunciada por Jesus, considerando seus líderes sucessores dos apóstolos.


            


Pentecostes
    Após o Pentecoste (século I), no ano 325 o Primeiro Concílio de Niceia reconheceu a autoridade já exercida pelos bispos de Roma, Alexandria e Antioquia sobre os bispos de certas outras províncias do Império Romano. Em 381 o Primeiro Concílio de Constantinopla concedeu ao bispo da recém-fundada nova capital do império a precedência sobre os de Alexandria e Antioquia.



Justiniano I
    No Concílio de Calcedônia (451) o bispo de Jerusalém obteve a independência do bispo de Antioquia. O imperador Justiniano I (527 – 565) por primeiro restringiu o título de “patriarca” para designar exclusivamente o bispo de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém e especificou as funções de lideranças destes cinco patriarcas, disposição adotada depois pelo Concílio Quinissexto de 692. Depois da separação entre Roma e os quatro outros bispos, a Igreja Ortodoxa aumentou o número de seus patriarcados e outras Igrejas autocéfalas.

Patriarca Kirill de Moscou e toda a Rússia na Páscoa Ortodoxa de abril de 2014.


 

    A Igreja Ortodoxa tem uma longa história de cerca de dois mil anos, contando-se a partir da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande Cisma em 1054. Desde então, os ortodoxos não reconhecem a primazia papal, a cláusula Filioque[1] e não aceitam muitos dos dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana em séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs e em geral têm uma história hagiográfica à parte do catolicismo romano.

    



    No seu conjunto, a Igreja Ortodoxa é a terceira maior confissão cristã (atrás do catolicismo e do protestantismo), e também a segunda maio instituição cristã do mundo (atrás da Igreja Católica Romana), contando ao todo com aproximadamente 250 milhões de fiéis, concentrados sobretudo nos países da Europa Oriental. As maiores igrejas ortodoxas são a russa, a romena e a ucraniana.

 



Distribuição de Cristãos Ortodoxos Orientais no mundo por país

  mais de 75%
  50% - 75%
  20% - 50%
  5% - 20%
  1% - 5%

 abaixo de 1%, mas tem autocefalia local



EVOLUÇÃO HISTÓRICA

ANTIGUIDADE

   Até o século XI, os cristãos da Igreja Ortodoxa e da Católica Romana têm uma história comum, que começa com a instituição do cristianismo por Jesus de Nazaré e sua difusão por seus discípulos, que, como o relatado no livro bíblico do Ato dos Apóstolos, espalharam-se a partir da cidade de Jerusalém, fundando a primeira comunidade denominada cristã e Antioquia e depois se espalhando, pela Europa Ocidental, Oriente Médio, Ásia e Norte da África. Por volta do século IV, a Cristandade já chegara às mais diversas regiões, apesar das perseguições movidas por poderes tradicionalmente pagão, e diversas escolas exegéticas haviam se desenvolvido, como a Escola de Antioquia e a Escola Catequética de Alexandria. A ortodoxia cristã, no entanto, era ameaçada por diversas doutrinas consideradas heréticas como o arianismo, o novacionismo e o adocionismo, além das muitas seitas gnósticas. Em 313, no entanto, o Édito de Milão, finalmente instituiu a liberdade religiosa no Império Romano, o que foi seguido por uma progressiva cristianização do Império a partir da conversão do imperador Constantino no ano de 324. Foi então convocado o Primeiro Concílio de Niceia que buscou a unificação da Cristandade, a solidificação dos preceitos da fé cristã, o anátema das principais heresias da época e a composição de um credo comum ortodoxo, o Credo Niceno.

Ícone do Imperador Constantino e os padres do Primeiro Concílio de Niceia (325)
detentores do credo-miceno-constantinopolitano de 381.

    Neste Concílio, estabeleceu-se que em cada província civil do Império Romano o corpo dos bispos deveria ser encabeçado pelo bispo da capital providencial (o bispo metropolita) mas reconheceu a autoridade supermetropolitana já exercida pelos bispos de Roma, Alexandria e Antioquia. Além disso, decretou que o bispo de Jerusalém tivesse direito a honra especial, embora não a autoridade sobre outros bispos. Quando a residência do imperador romano e o senado foram transferidos para Constantinopla em 330, o Bispo de Roma perdeu influência nas igrejas orientais, em benefício do Bispo de Constantinopla. Ainda assim, Roma continuou a ter uma autoridade ecumênica especial devido à sua ligação tradicional com o apóstolo Pedro e seu passado como capitão do Império Romano.

 

    No ano de 381, foi realizado, na parte oriental do império o Primeiro Concílio de Constantinopla que decretou a divindade do Espírito Santo, lançado do anátema sobre os macedonianos e tendo suas decisões acatadas pelas igrejas ocidentais. Em 431, o Primeiro Concílio de Éfeso proclamou a despeito dos nestorianos, que a Virgem Maria era Teótoco (“Mãe de Deus”), o que gerou a Igreja do Oriente, até hoje separada das grandes comunhões cristãs. Em 451, o Concílio de Calcedônia condenou o monofisismo. Isto gerou um cisma na Igreja de Alexandria liderado por Dióscoro, que, apesar de não professar a doutrina monofisita de Êutiques, rejeitava a resolução de Calcedônia, gerando a formação da Igreja Copta. Progressivamente, grupos no Levante e na Armênia rejeitariam o Concílio e se uniriam aos coptas, dando origem às chamadas igrejas ortodoxas orientais, que ainda se expandiriam pela África e Índia.

 

Concílio de Calcedônia teve como objetivo resolver as disputas teológicas relativas à natureza de Jesus Cristo e os cismas intensificados pelo Concílio de Éfeso, sobretudo entre as Sés de Antioquia e Alexandria. Um importante cânone foi o reconhecimento da Sé de Constantinopla como tendo as mesmas prerrogativas e privilégios que a Sé de Roma, vindo, somente nos assuntos eclesiásticos, logo depois da velha Capital. A principal consequência do Concílio de Calcedônia foi repudiar as doutrinas Monofisista, para quem a natureza de Jesus seria unicamente divina, e Nestoriana, onde em Cristo haveria duas pessoas, uma humana e outra divina e que também negava que Maria pudesse ser a mãe de Deus. O Credo resultante do Concílio de Calcedônia

Distanciamento entre o Ocidente e Oriente

            Uma série de dificuldades estimulou um progressivo distanciamento entre Roma e os demais patriarcados. Primeiramente, a quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano em 395 e a queda do Império Romano do Ocidente em 476, Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo governo. No século VI, o imperador Justiniano I empreendeu uma série de campanhas militares na parte ocidental ocupada pelos germânicos e que resultou na conquista da península itálica, mas foi posteriormente perdida no século VIII com a progressiva penetração dos lombardos. Mais tarde, com a ascensão do Islamismo, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega e o Ocidente, de língua latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir. No século VIII, Roma colocou-se sob a proteção do Império Carolíngio, o que criou uma situação em que as Igrejas em Roma e em Constantinopla estavam no seio de dois impérios distintos, fortes e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura.

            O primeiro grande cisma entre o Ocidente e o Oriente seria o Cisma Acaciano, a partir de 484, quando a tentativa por parte Igreja de Constantinopla de reconciliar-se com os não calcedônios gerou a desaprovação por parte do Papa Félix III, ultimamente levando Acácio de Constantinopla a riscar o nome de Félix dos seus dípticos. As tentativas de reconciliação só seria vitoriosas na Páscoa de 519. No ano de 553, foi convocado o Segundo Concílio de Constantinopla, que aprofundou as decisões do concílio ecumênico anterior. Tentativas posteriores de reconciliação com os não calcedônios levariam ao monotelismo e ao monoenergismo condenados no Terceiro Concílio de Constantinopla em 681. Em 787, dado o surto iconoclasta em Constantinopla, Irene de Atenas convocou o Segundo Concílio de Niceia, para ratificar a ortodoxia da veneração de imagens especialmente pelo trabalho de São João de Damasco. Este episódio é frequentemente referido como “Triunfo da Ortodoxia”.

            Além do anteriormente citado, a situação de afastamento ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular, a inclusão no sexto século, pela Igreja Latina, da cláusula Filioque (significa “e do filho” e indicava que o Espírito Santo procedia tanto do pai como do filho), no credo nicenoconstantinopolitano, considerada herética pelos ortodoxos) e a adoção gradativa de rituais diferentes entre si. Ao mesmo tempo, acentuou-se pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade incontestada sobre todo o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de honra. O atrito entre Cristandade Latina e grega se intensificou com a cristianização do Império Búlgaro, quando missionários da Frância Oriental, da Alemanha e do Império Bizantino chocaram-se na região, deflagrando disputas, por exemplo, quanto à linguagem dos ofícios e ao uso do Filioque, que mesmo ainda não utilizado em totalidade pela Igreja Latina, já fora introduzido pelos francos e alemães.

            Tais disputas chegaria a seu ápice no Cisma de Fócio, quando após o Imperador Miguel III, o Ébrio depor ao Patriarca Inácio I de Constantinopla em benefício de São Fócio em 858, o Papa Nicolau I condenou a Sé de Constantinopla em 863, que fatalmente excomungou o Papa em 867. Durante o Cisma, em 865, o príncipe Boris I da Bulgária, temendo uma invasão bizantina, aceitou o batismo das mãos não do clero alemão, mas do bizantino. O cisma apenas seria resolvido em 867, com a morte de Miguel III, mas, em 879, Basílio I, o Macedônio convocou o Quarto Concílio de Constantinopla reabilitando São Fócio que condenava em seus escritos o Filioque como blasfemo além de da autocefalia à Igreja da Bulgária. Alguns autores ortodoxos chegam a considerar este o Oitavo Concílio Ecumênico.

            O mesmo patriarca Fócio foi conhecido por ter tomado esforços massivos para a cristianização dos eslavos enviando os jovens missionários Cirilo e Metódio para a Grande Morávia no ano de 862, a pedido de seu próprio soberano, o Duque Rastilau. Para isto, os irmãos codificaram a língua eslava eclesiástica com base no dialeto que aprenderam dos eslavos de Salônica, compondo para tal o alfabeto glagolítico (baseado em seu conhecimento anterior de múltiplos sistemas de escrita) e traduziram a Bíblia e livros litúrgicos do rito bizantino para o idioma. Após a morte de Cirilo, Metódio e Rastilau, no entanto (os três hoje venerados como santos tanto na Igreja Ortodoxa quando na Igreja Católica Romana), Zuentibaldo I, provavelmente por pressão do clero franco, perseguiu seus discípulos (chamados Cirilo-metodista), que foram presos, escravizados ou exilados para a Bulgária, onde seguiram sua missão evangélica sob a liderança de Santos Clemente de Ocrida e Naum de Preslava em que compensaram a expulsão do clero grego fornecendo em eslavônico. Os Cirilo-metodistas ainda se expandiram rapidamente para a Sérvia (que já era considerada um pais cristão por volta de 870, com a conversão de Multímero e outros nobres) e à Russia de Quieve.

            Esta parte do clero franco que expulsara os missionários Cirilo-metodista de língua eslavônica da Morávia aderia à chamada heresia trilíngue, ou heresia pilaciana, que dizia só ser possível adorar a Deus em hebraico, grego ou latim.

            Todas a supracitadas tensões acumuladas fatalmente à ruptura entre as igrejas, em 1054, com a excomunhão mútua entre autoridades da Igreja Católica Ocidental e da Igreja Ortodoxa Oriental (Grécia, Rússia e outras terras eslavas, além de Anatólia, Cáucaso, Síria, Egito, etc., incluindo áreas onde muitos dos cristãos já pertenciam a Igrejas Ortodoxas Orientais). A essa divisão historiografia ocidental chama Cisma do Oriente e do Ocidente, ou simplesmente Grande Cisma.

 

Ortodoxia grega nos séculos posteriores ao Cisma

            A relação entre a Igreja Ocidental e a Oriental fica ainda pior no decorrer da Quarta Cruzada, que sela a divisão entre a igrejas. O saque à Basílica de Santa Sofia e o estabelecimento do Império Latino são até hoje motivos de tensão, ainda que o primeiro tenha sido repudiado pelo Papa Inocêncio à época, só sendo todavia emitidas desculpas oficiais por João Paulo II, aceites por Bartolomeu I de Constantinopla.

            Tentou-se restabelecer a união no Segundo Concílio de Lyon (em 1274) e no Concílio de Florença (em 1439). Foram feitas pressões para um restabelecimento da comunhão neste segundo, ainda que canonicamente contestáveis e recebidas com oposição por personalidades como São Marcos de Éfeso, mas a união acabou se desfazendo com a Queda de Constantinopla. Algumas comunidades ortodoxas fatalmente entrariam em comunhão em períodos diferentes, juntas formando parte da Igreja Católica Orienta.

            Entre 1341 e 1351, foram congregados um série de concílios, coletivamente conhecidos como Quinto Concílio de Constantinopla, afirmando a ortodoxia da teologia hesicasta de São Gregório Palamas, condenando o racionalismo do filósofo Barlaão da Calábria. Alguns ortodoxos chamam a este, o Nono Concílio Ecumênico.

            Em 1453, Constantinopla cai nas mãos do Império Otomano, que fatalmente toma quase todos os Balcãs. O Egito era tomado pelo islamismo desde o século VIII, mas a Ortodoxia ainda era forte na Rússia, que passaria a ser referida como Terceira Roma. O Patriarca de Constantinopla tem autoridade administrativa sobre os rumes do Império Otomano, que permite certa liberdade de culto no Império. No Império Russo, a Igreja Ortodoxa Russa era uma instituição desconectada do Estado até 1666, com a deposição do Patriarca Nikon (conhecido pelas reformas que levaram ao cisma dos velhos crentes), influenciada por Aleixo I.

            Sob o jugo otomano, os cristãos ortodoxos, organizados sob o millet romano, experienciaram um congelamento da antes florescente atividade missionaria, além de eventuais mártires e uma hierarquia crescentemente corrompida em decorrência das pesadas taxações impostas pelos otomanos. O berat, a aprovação do sultão para o ocupante do posto de Patriarca Ecumênico, por exemplo, era frequentemente vendido àquele que oferecesse mais dinheiro, e muitos patriarcas foram depostos e restituídos por questões financeiras: dos 159 patriarcas que ocuparam o trono durante o período otomano, apenas 21 tiveram mortes naturais enquanto exerciam o pontificado, enquanto 105 foram retirados pelos turcos, 27 abdicaram (frequentemente por coação externa) e 6 sofreram mortes violentas. Por outro lado, o poder do Patriarca de Constantinopla teve sua máxima extensão histórica como a subjugação de outros povos ortodoxos sob domínio turco, com o restante da Tetrarquia, ainda que canonicamente autocéfala, tendo extrema influência turca, e as igrejas da Bulgária e Sérvia gradualmente passando para o domínio direto de Constantinopla. Adicionalmente, a estrutura de imperium in império dos milletler permitiu que as identidades locais ortodoxas fossem preservadas através dos séculos, de forma que a partir do início do século XIX algumas culturas fossem restauradas como estados-nações independentes.

 

Idade Contemporânea

            No século XVIII, a Igreja Ortodoxa volta a estar presente no Hemisfério Ocidental, com a chegada de missionários russos ao Alasca em 1867, então parte do Império Russo. Mesmo no atual estado estadunidense do Alasca, 12,5% da população se declara ortodoxa. Em 1721, Pedro I abole o Patriarcado e transforma a Igreja em um instituição estatal, o que só é interrompido com Revolução de Outubro. O ressurgimento da posição no entanto, não duraria muito com o Patriarcado sendo extinto pelo governo comunista após a morte do Patriarca Tikhon. Em 1943, no entanto, o Patriarcado foi reconstituído por Joseph Stalin. Ainda haveria perseguições sob Khrushchev, que chegou a fechar 12.000 igrejas. Menos de 7.000 permaneciam ativas à altura de 1982. Hoje, de acordo com os dados de 2016, a Igreja Ortodoxa Russa dispões de cerca de 35 mil paróquias pelo mundo.

            Com o ateísmo de Estado dos regimes comunistas que se implantaram em nações com presença ortodoxa como na Europa Oriental, regiões asiáticas da União Soviética e China, a Igreja Ortodoxa sofreu fortemente com perseguição e censura, o caso mais drástico provavelmente sendo o da Albânia de Enver Hoxha, declarada oficialmente ateísta e tendo sua igreja nacional fechada entre 1967 e 1992. Em outros países, no entanto, como na Romênia, a Igreja teve relativa liberdade, apesar do forte controle por parte da polícia e de experiências como as tentativas de lavagem cerebral de crentes na prisão de Pitesti o que por fim seria rigorosamente punido pelo Estado.

            Com a queda das ditaduras comunistas na Europa Oriental, começaram pela Albânia em 1986 e depois por uma queda abrupta de todas as restantes entre 1989 e 1992, as jurisdições da Igreja Ortodoxa oprimidas por estes regimes começaram a tomar mais liberdade. Em 2007, a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, que separara do Patriarcado de Moscou após o Patriarca Sérgio de Moscou, na prisão, jurar aliança ao Estado Comunista, restaurou a comunhão. Em 2016, em Creta, foi congregado um Concílio Pan-Ortodoxo como planejado desde os anos 60.

 

Diferenças para outras confissões

            Apesar de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que começa com a fundação da Igreja primitiva e com a difusão do cristianismo pelos apóstolos uma série de dificuldades ocasionou o progressivo distanciamento entre o Bispo de Roma e os Patriarcas. Primeiro veio a quebra da unidade política. Com a divisão do Império Romano em 395, a queda do império Romano do Ocidente em 476 e o fracasso da tentativa de Justiniano de reunificar o império a partir de 535, o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo. A partir do século VII, com a ascensão do islamismo, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, tornaram-se mais difíceis, e a unidade cultural se deteriorou.

            Em que pesem diferenças teológicas, organizativas e de espiritualidade não desprezáveis, a Igreja Ortodoxa é, em muitos aspectos, semelhante à Igreja Católica: preserva os sete sacramentos (ainda que reconheça outros sacramentos e o número exato de sete tenha sido emprestado dos catecismos católicos romanos), o respeito a ícones e o uso de vestes litúrgicas no seus cultos (denominados de Divina Liturgia). Seu fieis são chamados de cristãos ortodoxos.

 

Culto

            De forma geral, a Igreja Ortodoxa está fortemente associada ao rito bizantino, ainda que este traga variações locais. Até o século XVII, havia consideráveis diferenças entre os ritos eslavos e os bizantinos, mas reformas do Patriarca Nikon de Moscou diminuíram tal variedade, aproximando drasticamente o uso pela Igreja Ortodoxa Russa daquele encontrado em livros litúrgicos de procedência constantinopolitana, gerando recensão crescentemente introduzida em outras igrejas eslavas em decorrência da influência russa sobre ortodoxos sob jugo otomano.

            Esta medida, contudo, não privou a Igreja Ortodoxa de sua diversidade litúrgica original. A Igreja Ortodoxa Georgiana, por exemplo, preserva alguns traços de suas práticas anteriores à introdução do rito bizantino no país, como formas particulares de iconografia e canto polifônico, crescentemente reforçadas por esta igreja como forma de reafirmação nacional. A instituição dos Edinoverie, velhos crentes admitidos na Igreja Rússia oficial a partir do século XVIII, reintroduziu as práticas pré-nikonianas na Igreja. Ainda, o fenômeno da Ortodoxia de rito ocidental a partir do século XIX reabriu as portas para diversos ritos romanos adaptados, estes não praticados por ortodoxos desde o fim do Mosteiro de Amálfion no século XIII, reduto beneditino no Monte Atos.

            O ano litúrgico ortodoxo, pelas particularidades de seus desenvolvimentos locais e por escolhas (por vezes arbitrárias) de inclusão, tem uma forma geral rígida, mas com grande variedade de detalhes em cada recensão.

 

Comunhão Ortodoxa

            A Igreja Ortodoxa é formada pela comunhão plena de catorze jurisdições eclesiásticas autocéfalas (mais a Igreja Ortodoxa na América, apenas parcialmente reconhecida) que professam a mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de Constantinopla, embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os patriarcas de cada uma dessas igrejas são independentes. Desta forma, diz-se que o Patriarca de Constantinopla é o primeiro entre iguais. A maior parte das igrejas ortodoxas usa o rito bizantino.

            A Igreja Ortodoxa para os ortodoxo, o chefe único e líder da Igreja, e sem intermediários, representantes ou legatários, é o próprio Jesus. A autoridade suprema na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo, que se compõe de todos os patriarcas chefes das igrejas autocéfalas e dos arcebispos primazes das igrejas autônomas, que se reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

            A autoridade suprema regional em todos os patriarcados autocéfalos e igrejas ortodoxas autônomas é da competência do Santo Sínodo local. Uma igreja autocéfala possui o direito a resolver todos os seus problemas internos com base na sua própria autoridade, tendo também o direito de remover qualquer dos seus bispos, incluindo o próprio patriarca, arcebispo ou metropolitana que presida esta igreja.

 

Jurisdições

            As jurisdições que formam a Igreja Ortodoxa, com algumas das respectivas igrejas autônomas e exarcados. Os quatro primeiros são os mais antigos patriarcas, que carregam a tradição da pentarquia. Os cinco seguintes são os pequenos patriarcas, posteriormente reconhecidos pelo Patriarca de Constantinopla. As seis últimas igrejas são autocéfalas, mas não têm seus líderes reconhecidos como patriarcas.

           

            PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA

                        à Igreja Ortodoxa Filandesa

                        à Igreja Ortodoxa Apostólica Estoniana (autonomia reconhecida                         por Constantinopla, mas não por Moscou).

           

            PATRIARCADO DE ALEXANDRIA

           

            IGREJA DE ANTIÓQUIA

           

            PATRIARCADO DE JERUSALÉM

                        à Igreja Ortodoxa do Sinai

           

            PATRIARCADO DA BULGÁRIA (autocefalia reconhecida em 927)

 

            PATRIARCADO DA GEÓRGIA (autocefalia reconhecida em 1008)

 

            PATRIARCADO DA SÉRVIA (autocefalia reconhecida em 1119)

                        à Arquidiocese de Ocrida

 

            PATRIARCADO DE MOSCOU (autocefalia reconhecida em 1589).

                        à Igreja Ortodoxa Ucraniana (autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla).

                        à Igreja Ortodoxa Japonesa (autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla).

                        à Igreja Ortodoxa Chinesa (autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla; situação excepcional).

           

            PATRIARCA DA ROMÊNIA

 

            IGREJA ORTODOXA POLONESA

 

            IGREJA ORTODOXA DO CHIPRE

 

            IGREJA DA GRÉCIA

 

            IGREJA ORTODOXA ALBANESA

 

            IGREJA ORTODOXA TCHECA E ESLOVACA

 

            IGREJA ORTODOXA NA AMÉRICA (reconhecida como autocéfala pela Russa, a Búlgura, a Georgiana, a Polonesa e a Tcheca e Eslovaca).

 

            IGREJA ORTODOXA DA UCRÂNIA (reconhecida como autocéfala por Constantinopla, Alexandria, Igreja da Grécia e Igreja do Chipre).

 

            Entre as igrejas sem-autônomas existe a Igreja Ortodoxa Cretense, Igreja Ortodoxa Estoniana, Igreja Ortodoxa da Letônia e a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior.

            Entre as igrejas não reconhecidas, seja por cisma ou não reconhecimento de seu auto-governo por nenhuma instituição senão elas mesmas:

 

            IGREJA ORTODOXA MACEDÔNIA cuja autocefalia é objeto de oposição pela IGREJA SÉRVIA e não mantém reações com outras jurisdições.

 

            A METRÓPOLE DA BESSARÁBIA, proclamada autônoma dentro da Romena, mas objeto de oposição por parte da Russa.

 

            Dentre as igrejas não reconhecidas, existiam o PATRIARCADO DE KIEV e a IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA UCRANIANA, que foram integradas na IGREJA ORTODOXA DA UCRÂNIA pelo concílio de unificação ocorrido em 15 de dezembro de 2018, que voou pela unificação das jurisdições ortodoxas ucranianas existentes: a IGREJA ORTODOXA UCRANIANA (PATRIARCADO DE KIEV), a IGREJA ORTODOXA AUTOCÉFALA UCRANIANA e uma parcela da IGREJA ORTODOXA UCRANIANA obediente ao PATRIARCADO DE MOSCOU. Em outubro de 2018, o PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA anulou a excomunhão de seu clero em passo para a declaração de autocefalia dos ortodoxos ucranianos, pelo que a IGREJA ORTODOXA RUSSA, sob cujo Sínodo está a IGREJA ORTODOXA UCRANIANA canônica rompeu a comunhão com Constantinopla. Outra ruptura parcial de comunhão ocorreu entre Antióquia e Jerusalém desde abril de 2014, em virtude da discordância sobre qual das duas teria jurisdição sobre o Katar.

 

DIÁSPORA

No Brasil

            A Igreja Ortodoxa é presente no Brasil tanto por imigrantes e seus descendentes quanto por comunidades inteiras de brasileiros convertidos. A primeira Divina Liturgia do país da qual se tem registro foi celebrada em 1897, com a primeira paróquia, a Igreja da Anunciação à Nossa Senhora, construída em São Paulo em 1904 pela comunidade sírio-libanesa e presidida pelo Arquimandrita Silvestros As-Seghir como vicariato patriarcal da Igreja de Antioquia, emergindo da mesma comunidade. Em 1958, esta comunidade seria elevada ao status de arquidiocese, com Dom Ignatios Ferzli presidindo-a como o primeiro bispo residente no país.

            Hoje existem paróquias das igrejas de Antioquia (tanto pela Arquidiocese Ortodoxa Antioquina de São Paulo e Todo o Brasil quanto por Vicariato Patriarcal), da Russa, do Patriarcado Ecumênico (tanto pela Arquidiocese Grega quanto pela Eparquia Ucraniana), da Polonesa e da Sérvia no país. As duas últimas comunidades são basicamente compostas por brasileiros convertidos, mas estes também se encontram presentes nas outras, que recebem brasileiros e fazem atividade missionária pelo país. O censo demográfico do Brasil de 2010 contou 131.571 cristãos ortodoxos no Brasil.

            Há paróquias perfeitamente canônicas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Ceará. Há quatro bispos diocesanos residentes no país: Dom Chrisóstomo Muniz Freire, Dom Ambrósio Cubas, Dom Damaskinos Mansour e Dom Jeremias Ferens. Há ainda outros bispos residentes no exterior com jurisdição direta sobre o Brasil, além de um vicariato patriarcal de Antioquia no Rio de Janeiro.

 

Em Portugal

            Apesar de toda a Europa Ocidental ser clamada como território canônico próprio pelo Patriarcado Ecuménico, existem em Portugal, além da presença da Igreja Grega sob o omofório deste Patriarca, a Igreja Ortodoxa Búlgara, a Russa e a Romena. O XV Recenseamento Geral da População de Portugal contou 56.550 ortodoxos no país dentre a população com 15 anos ou mais, apesar de, como no caso do Brasil, fazer-se necessário atentar-se para grupos que não são parte da Igreja, como a dita Igreja Católica Ortodoxa Lusitana. Não há bispos residentes em Portugal em comunhão com o restante da Igreja, apesar de já ter havido no passado, antes de os bispos da Igreja Ortodoxa Polonesa no país separar-se do Sínodo.

 

Em Moçambique

            Há paróquias ortodoxas em Moçambique, todas no território eclesial da Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria. Estas paróquias já estiveram, em momentos diferentes, sob a Metrópole de Johanesburgo e sob a Diocese do Zimbábue, mas existe desde 2006 uma Diocese de Maputo, hoje ocupada pelo Bispo João Tsaftarides. A primeira paróquia ortodoxa no sul da África foi edificada no país, o Templo Sagrado da Santa Trindade, a partir de 1876. A maior parte dos ortodoxos do país é de origem grega, mas há nativos convertidos. O Censo de 2007 contabilizou apenas as maiores denominações religiosas no país, deixando de lado a população ortodoxa.

 

 

FONTE: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa. Acesso em: 25 de fev. 2021.

 



[1] Cláusula Filioque. Filoque – em latim: “e (do) Filho” – é uma frase encontrada na versão do Credo Niceno-constantinopolitano em uso na Igreja Latina. Ela não está presente no texto grego desse credo como formulado originalmente no Primeiro Concílio de Constantinopla, onde se lê apenas que o Espírito Santo procede “do Pai”. Frequentemente diz-se que o primeiro caso conhecido da inserção da palavra Filioque na versão latina do Credo niceno-constantinopolitano ocorreu no Terceiro Concílio de Toledo (589) e que a sua inclusão a partir daí se espalhou espontaneamente por todo o Império dos Francos. No século IX, O Papa Leão III, ainda que aceitando doutrina da procedência do Espírito Santo do Pai e do Filho, se opôs à adoção da cláusula Filioque. Em 1014, porém, o canto do credo – com a Filioque – foi adotado na celebração da missa em Roma. A inserção foi inspirada pela doutrina tradicional no ocidente e encontrada também em Alexandra, que foi declarada dogmaticamente pelo Papa Leão I em 447, e que chamava filoquismo. A esta doutrina opõe-se à doutrina do Monopatrismo, formulada por Fócio, patriarca de Constantinopla que manteve a frase “que procede do Pai” do Credo niceno-constantinopolitano.    Os conflitos entre os defensores dessas duas doutrinas contribuíram para o Grande Cisma do Oriente de 1054 e ainda constituem um obstáculo para as tentativas de reunião das Igrejas Católica e Ortodoxa.

 


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