Qual
a importância da História na vida das pessoas? Pergunta capciosa, difícil de
responder.
Imagine
que você está querendo namorar alguém e nada você sabe sobre ela. Não sabe onde
mora, não sabe quem são seus pais, seus costumes, suas manias, você só sabe que
está apaixonado por alguém.
Você
resolve chegar nessa pessoa e declarar seu amor desde a primeira vez que a
avistou. Fala que a ama muito, que irá fazê-la feliz para sempre, que quer
casar com ela, etc... etc... etc...
Ela
vira para você, e com muito jeito, lhe diz:
-
Olha, você é uma pessoa bonita, parece legal, mas minha opção sexual é outra,
não tenho nada a ver com você, desculpe-me, mas não vai dar, procure outra
pessoa.
Uau,
que pratada, hein?
Bem,
saber História, nada mais é do que pesquisar, analisar e contextualizar uma
situação ou pessoa, em outras palavras se informar.
É
claro que a opção sexual é algo intimo de cada um, mas se você tivesse
informado a respeito poderia se colocar diante da sua opção também e ver se
topava ou não a parada.
Para
uma pessoa se informar existe variadas maneiras, por documentos, jornais,
internet, bate-papo, entre outros.
O
historiador nada mais é do que um cara que busca informações no tempo e no
espaço para descobrir aquilo que ele se propõe a conhecer, principalmente para
escrever a respeito de tal assunto.
Essas
informações que a História nos fornece, pode tirar a gente de muitas
enrascadas, pois você não vai cometer um erro que você já sabe que outro
cometeu.
Por
exemplo: você não vai tirar notas baixa por que seu irmão levou uma bronca dos
seus pais, logo você vai estudar a partir da atitude do seu irmão, você não vai
precisar levar a bronca.
Essa
tal de história começou lá na Grécia com um tal de Heródoto, ele morava numa
cidade chamada, vejam só, Halicarnasso! Ele devia ser muito curioso e queria
saber tudo sobre uma guerra que aconteceu entre os persas e os gregos. Ele
conversou com muita gente, procurou saber sobre mapas, relatos de soldados,
procurou conhecer as armas utilizadas e escreveu um livro, adivinha o nome? É
esse mesmo História.
Olha
só como ele começa seu livro:
“Ao escrever a sua História,
Heródoto de Halicarnasso teve em mira evitar que os vestígios das ações
praticadas pelos homens se apagassem com o tempo e que as grandes e
maravilhosas explorações dos Gregos, assim como as dos bárbaros, permanecessem
ignoradas; desejava ainda, sobretudo, expor os motivos que os levaram a fazer
guerra uns aos outros”.
Quem
é curioso gosta de História, gosta de saber das coisas e sobre as coisas,
pesquisa sobre tudo, e provavelmente gosta de ler.
De
certa maneira tudo e todos tem sua História. Algumas pessoas ou coisas mexem
com mais vidas, outras menos. Sabendo-se o que aconteceu com uma determinada
pessoa podemos escolher um caminho diferente da dela, ou não!
A
História é uma ciência, o que quer dizer isso? Que ela tem um objeto de estudo.
Qual o objeto de estudo da História?
Essa
pode ser uma pergunta daquelas que tem múltiplas respostas:
- Os seres humanos em relação ao tempo;
- As sociedades humanas de diversas épocas;
- A influência temporal na vida dos seres humanos, dos grupos humanos e da vivência do homem e das mulheres no Planeta Terra.
Clio, a musa da História |
O
que podemos notar é que a ciência histórica está intimamente ligada a
existência dos seres humanos.
Para
a História ser uma Ciência ela precisa também ter um método de estudo, ou seja,
algumas regras, elementos e procedimentos básicos para que se possa pesquisar
sobre a vida dos seres humanos e determinada época, e, para complicar não
existe apenas uma metodologia, mas varias.
E,
por último, para ser uma Ciência a História que tem como objeto os seres
humanos em relação ao tempo e a pesquisa histórica como método tem que ter
comprovação, ou seja, através das diferentes tecnologias há necessidade que
certas afirmações (teses ou hipóteses) sejam comprovadas como verdadeiras.
Vamos
exemplificar.
Imagine
que um Historiador (que é a pessoa, o profissional que estuda a História e
aplica os seus métodos) faça a seguinte afirmação:
Tese ou hipótese: “Em Porto Feliz
não houve a escravização do povo negro”.
Ante-tese – antítese – através do
método de pesquisa histórica o Historiador vai procurar documentos antigos
(como jornais, certidões de nascimentos, cartas, recibos de compra e venda) e
encontra esta prova:
“Declaro que sou católico […] Declaro que sou natural
desta cidade, filho de Domingos e Joana, já falecidos. Declaro que sou casado
com Rosa de Arruda de cujo matrimônio não tivemos filhos algum, e não tendo por
isso herdeiros necessários, instituo por minha única herdeira a dita minha mulher.
Declaro que devo a minha comadre Cândida, escrava de Joaquim de Toledo, a
quantia de 400 mil réis. Declaro que deixo liberto o meu escravo João com a
condição dele pagar a dita minha comadre os 400 mil réis que lhe devo. Depois
de efetuado o dito pagamento lhe será entregue a
carta de liberdade. Declaro que deixo à Irmandade de
São Benedito a quantia de 16 mil réis, e igual quantia à Irmandade Nossa
Senhora da Boa Morte; e a mesma quantia para a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos
Homens. Declaro que quero que se me diga uma capela de missas por minha alma. Declaro
que deixo a minha ferramenta de carpinteiro para o meu escravo João. Rogo
queiram ser meus testamenteiros em primeiro lugar a minha mulher, em segundo o
senhor Evaristo Rodrigues Leite, e em terceiro o senhor José Cardoso; e por
essa forma dou por concluído este meu testamento que vai escrito e a meu rogo
assinado por Maximiano José da Mota por eu não saber escrever. Porto Feliz, [19/04/1860].”
(Museu Republicano Convenção de Itu (MRCI). Pasta 343.)
Este
documento que é um testamento de um carpinteiro demonstra que a tese está
errada, ou seja, que existiu escravismo e escravidão negra em Porto Feliz.
A
partir desta pesquisa o Historiador tem a seguinte conclusão ou síntese:
Síntese
– Em Porto Feliz existiu escravidão negra.
Desta
forma podemos dizer que a História é uma Ciência, pois possui OBJETO, MÉTODO E
CONFIRMAÇÃO.
Para
terminar vou deixar aqui uma dica do por quê estudar História, basta você
substituir a fala do ator (Robin Willians), onde ele diz poemas, e acrescentar
História e você saberá que como a poesia por que a História é importante para a
Humanidade.
“NÃO
LEMOS E ESCREVEMOS POEMAS
PORQUE
É BONITO
LEMOS
E ESCREVEMOS POEMAS
PORQUE
PERTENCEMOS A RAÇA HUMANA
E A
RAÇA HUMANA ESTÁ CHEIA DE PAIXÃO,
POESIA,
AMOR, LITERATURA, CARINHO
E A
VIDA EXISTE PARA ISSO”
(extraído
do filme Sociedade dos Poetas Mortos)