domingo, 12 de março de 2017

EGYPT CIVILIZATION

A Civilização do Antigo Egito


O EGITO ANTIGO
Uma civilização às margens do rio Nilo

            “Dádiva do Nilo”, segundo a expressão de Heródoto, historiador grego do século V a.C., o Egito Antigo era na realidade um extenso oásis com mais de 1.000 quilômetros de comprimento por 10 a 20 quilômetros de largura no norte da África.
            O vale do Nilo compreendia o Alto Egito, ou Terra do Sul, e o Baixo Egito, ou Terra do Norte.
            De junho a outubro, as águas do Nilo inundavam as terras de ambas as margens. Depois das cheias, os camponeses iniciavam as sementeiras num terreno fertilizado pelos sedimentos trazidos pela inundação.
            Inicialmente o Egito estava dividido num grande número de pequenos Estados independentes: os nomos. Em seguida esses Estados uniram-se, formando dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. Finalmente, lá pelo ano de 3.200 a.C., o Egito foi unificado e submetido á autoridade de um único soberano, que os egípcios chamavam de faraó.


            Os historiadores dividem a História do Antigo Egito em quatro períodos:
  • PERÍODO ARCAICO (3.200 a.C. – 2.800 a.C). Nesse período os exércitos egípcios lutaram com os núbios e os beduínos (povos do deserto) pela posse de matérias-primas, tais como pedra, cobre e ouro.
  • ANTIGO IMPÉRIO (2.800 a.C. – 2.100 a.C.). O Egito, nesse período, foi um Estado pacifista e dedicado à construção de obras de drenagem e irrigação que impulsionaram o desenvolvimento da agricultura. Nesse período foram construídas também as grandes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época. O Antigo Império terminou principalmente por causa do enfraquecimento da autoridade do faraó, diante do poder dos grandes proprietários de terras e dos chefes dos diversos nomos.
  • MÉDIO IMPÉRIO (2.100 a.C. – 1580 a.C.). Príncipes do Alto Egito restauraram a unidade política do império e estabeleceram em Tebas a nova capital. Foi um período de boa administração e bastante prosperidade. Terminou por causa de agitações políticas internas que enfraqueceram o país, permitindo que fosse invadido pelos hicsos, povo nômade de origem asiática, que tinham melhores armas que os egípcios.
  • NOVO IMPÉRIO (1580 a.C.- 715 a.C.). O Egito, nesse período, teve como capital Tebas e, depois, Saís. O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas. Terminou por causa das agitações internas e novas ondas de povos invasores. O Egito, então, entrou em decadência e foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.) pelos persas (525 a.C.), pelos gregos (332 a.C.) e pelos romanos (30 a.C.).
           

            A sociedade egípcia era organizada segundo uma hierarquia muito rígida:
  • Na parte superior da sociedade estava o faraó, um verdadeiro deus vivo;
  • Abaixo vinham os membros da nobreza, constituída pelos parentes do faraó, pelos altos funcionários do palácio e pelos grandes sacerdotes;
  • Os escribas preenchiam os cargos da administração.
  • Os soldados formavam um grupo especial e em geral gozavam de pouca estima da população. Eles nunca atingiam os postos de comando, pois estes eram reservados à nobreza.
  • Os camponeses e os artesãos compunham a maioria da população e viviam do seu trabalho nos campos e nas atividades artesanais.
  • Haviam povos que eram escravizados.
 
O povo Hebreu foi escravizado pelo Egito
Acima Moisés liberta o povo Hebreu, abrindo o mar para fugir das tropas do Faraó (Êxodo)
            O Estado, na sociedade egípcia, que no início foi apenas o organizador das obras necessárias ao bem-estar de todos, passou a explorar cada vez mais o trabalho das comunidades. O homem comum, por sua vez, passou a ter que trabalhar exaustivamente para manter e aumentar os privilégios da camada dirigente. Os faraós, então passaram a construir templos, pirâmides e obras religiosas em geral, para lembrar ao povo a força, a grandeza e o poder sobrenatural do Estado.
            A religião desempenhava um papel muito importante na vida dos antigos egípcios. todos os aspectos da vida das pessoas eram reguladas por normas religiosas.
            No Antigo Egito a religião  deixou sua marca em quase todos os setores da vida: a arte era uma expressão de simbolismo religioso; a literatura e a filosofia estavam repletas de ensinamentos religiosos.
            Os antigos egípcios acreditavam numa vida após a morte. É graças a essa crença que hoje sabemos tanto sobre eles, pois a maior parte do que conhecemos baseia-se nas pinturas e nos objetos deixados por eles nos túmulos.
            As pinturas representavam geralmente cenas da vida cotidiana dos egípcios.
            Eles construíram grandes túmulos, dos quais os maiores foram as pirâmides que eram os túmulos dos faraós.
            Os egípcios desenvolveram três sistemas básicos de escrita; o hieroglífico (utilizado pelos escribas), o hierático (utilizado pelos sacerdotes) e o demótico (simplificado e popular).
            No campo das ciências, os egípcios desenvolveram principalmente a aritmética, a astronomia e a medicina.
            As artes estavam voltadas para a glorificação das obras do faraó.



E não se esqueçam os Egípcios embora pertençam aos povos da antiguidade oriental estavam localizados na ÁFRICA!



MESOPOTAMIC CIVILIZATION

A CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA

            
A estreita faixa de terra comprimida entre os rios Tigre e Eufrates foi chamada pelos gregos, na Antiguidade de Mesopotâmia, isto é, “terra entre rios”. Essa rica planície atraiu uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros, formando o que denominamos civilização mesopotâmica. Entre esses povos temos: os sumérios, os babilônicos, os assírios e os caldeus.


Mapa atual de onde ficava a antiga Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre.

  • OS SUMÉRIOS (4.000 a.C. – 1900 a.C.) estabeleceram-se no baixo vale do Eufrates (hoje sul do Iraque) e fundaram aí uma das mais antigas civilizações. A invenção da escrita é atribuída a eles. Como artistas, os sumérios salientaram-se nos trabalhos em metal, na lapidação de pedras preciosas e na escultura. O edifício característico da arquitetura suméria é o zigurate (construção em forma de torre, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo).
  • OS BABILÔNIOS (1900 a.C – 1200 a.C) estabeleceram-se ao norte da região dos sumérios. Fundaram Babilônia, sua capital. Hamurabi, um rei babilônico, conseguiu conquistar toda a Mesopotâmia, fundando um vasto império ao qual impôs a mesma administração e as mesmas leis de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço etc.). É o famoso código de Hamurabi, o primeiro conjunto de leis escritas da História.
  • OS ASSÍRIOS (1200 a.C – 612 a.C.) aos poucos foram conquistando as regiões vizinhas à Babilônia e constituíram um vasto império. Estabeleceram sua capital ora em Nínive ora em Assur.
  • OS CALDEUS (612 a.C. – 539 a.C.) foram sem dúvida, os mais capazes cientistas de toda a História mesopotâmica, tendo deixado importantes contribuições no campo da astronomia.
            Vejamos alguns aspectos relacionados com a civilização mesopotâmica:
  • Relações Sociais: Sociedade dividida em castas – sacerdotes, aristocratas, militares e comerciantes (castas privilegiadas) e artesãos, camponeses e escravos (maioria da população).
  • Religião: Os mesopotâmicos adoravam diversas divindades. Cada cidade tinha um deus próprio e, quando uma alcançava predomínio político sobre as outras, seu deus também tornava mais cultuado. No tempo de Hamurabi, por exemplo, o deus Marduc da Babilônia foi adorado por todo o império.
  • Organização Política: As cidades pertenciam a um deus, representado pelo rei. O rei, auxiliado pro sacerdotes, funcionários e ministros, legislava em nome das divindades.
  • Atividade econômicas: As principais atividades econômicas era a agricultura e o comércio. Desenvolveram também a tecelagem, fabricavam armas, jóias e objetos de metal.
      O legado mesopotâmico: devemos aos mesopotâmicos vários elementos de nossa própria civilização. Vejamos alguns:
·        O ano de 12 meses e a semana de 7 dias;
·        A divisão do dia em 24 horas;
·        A crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco;
·        O hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua;
·        O círculo de 360 graus;

·        O processo aritmético da multiplicação.

Zigurat

FORMAÇÃO DOS PRIMEIROS POVOAMENTOS NO ORIENTE PRÓXIMO E ÁFRICA

O POVOAMENTO INICIAL DO ORIENTE

            As primeiras comunidades humanas que se desenvolveram no Oriente instalaram-se numa vasta região que vai da Mesopotâmia à Índia e do Egito à China. Elas se estabeleceram às margens de grandes rios como o Nilo, o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Amarelo.




                Essa ligação entre os rios e as primeiras comunidades humanas, Heródoto deixou registrada:

“O país da Assíria recebe pouca chuva: esta pouca chuva dificulta crescer a raiz do trigo; mas, graças à irrigação com a água do rio, cresce a plantação. Não é como no Egito, onde o rio sobe até os campos cultivados; a irrigação na Assíria é manual ou através de ‘máquinas elevatórias’. Porque a Babilônia inteira, tal como o Egito, esta cortada por canais; o maior deles tem até barcos que ligam o Eufrates, ao Tigre, onde foi construída a cidade de Nínive.” (Heródoto, Histórias, Livro I)

                Nas terras banhadas por esses rios, aproveitando-se das condições naturais, o homem organizou a sua sobrevivência.

A POPULAÇÃO FORMADORA DO ORIENTE

                O vasto território que abrange a chamada “Meia-lua Fértil”, passando pelo Egito, pela Mesopotâmia até o norte do golfo Pérsico, foi ocupado por três grupos humanos: os camitas, os semitas e os indo-europeus.
                Esses grupos, segundo os relatos bíblicos, são originários de Cam, Sam e Jafet, os filhos de Noé.
                Os três grupos humanos, semitas, camitas e indo-europeus, povoadores da “Meia-lua Fértil” no Antigo Oriente apresentavam características culturais semelhantes.
                Os semitas, povos nômades, chegaram do deserto da Arábia, e se instalaram nas margens dos grandes rios. No Nilo, por exemplo, misturaram-se aos camitas, que tinham chegado do deserto da África. Deslocaram-se, também para as planícies do Tigre e do Eufrates, onde se mesclaram aos sumérios, que habitavam a região.
                Dessa mistura formaram-se os acádios, os assírios e os babilônicos, os hebreus, os fenícios e os árabes.
                Os indo-europeus chegaram da Rússia Meridional e ocuparam vastas áreas da Ásia Menor, do planalto iraniano, da Índia, da Grécia e da Europa ocidental. Deles originaram-se os hititas, os medos, os persas, os gregos, os itálicos e vários povos bárbaros invasores do Império Romano do Ocidente.
                Os Indo-Europeus fixados nos vales do Indo e do Ganges, na Índia, entraram em contato com os sumérios da Mesopotâmia. Depois, avançaram até as margens do rio Amarelo, onde organizavam a civilização chinesa.
                O estudo das sociedades que se desenvolveram nessa vasta região banhada por grandes bacias fluviais é muito importante não só porque aí foi o chamado berço do mundo, mas principalmente porque parte da formação cultural dos povos ocidentais foi construída com o aproveitamento de muitas experiências realizadas pelos povos orientais.


sábado, 11 de março de 2017

A ÍNDIA (PARTE 2)




História da Republica da Índia

Em 15 de agosto de 1947, o governo britânico transferiu a soberania sobre o subcontinente indiano para os recém-formados Estados independentes da Índia e do Paquistão (este último, na ocasião, incluía o território que viria a tornar-se o Bangladesh). A Índia tornou-se então um domínio independente no âmbito da Commonwealth britânica, governado pelo primeiro-ministro Jawaharlal Nehru. Com a promulgação de sua constituição, em janeiro de 1950, a Índia adotou a forma política republicana e laica, mantendo-se como membro da Commonwealth.



Os primeiros anos do novo Estado indiano foram atribulados, com acontecimentos como a maciça troca populacional com o Paquistão, a Guerra Indo-Paquistanesa de 1947 e a integração de mais de 500 Estados principescos de modo a formar um país integrado.
Cerca de 10 milhões de hindus e sics que residiam no Punjabi, na Província da Fronteira Noroeste, no Baluchistão, em Bengala Oriental e no Sind migraram para a Índia, temendo permanecer num Paquistão muçulmano. Conflitos étnicos mataram mais de um milhão de hindus, sics e muçulmanos e desestabilizaram ambos os países ao longo da fronteira comum e nas cidades de Calcutá, Délhi e Lahore. A violência extinguiu-se em setembro de 1947, graças aos esforços conjuntos de Índia e Paquistão e à greve de fome de Mahatma Gandhi. O assassinato deste último por um fanático hindu em janeiro de 1948 foi um golpe sério para o país.
As tratativas bilaterais no sentido de proteger as minorias dos dois lados da fronteira preveniram uma guerra por motivo étnico, mas terminaram por fracassar diante da questão da Caxemira.

O processo de integração federal

A Índia britânica compreendia 17 províncias e algumas centenas de Estados principescos. As províncias foram entregues pelos britânicos quer à Índia, quer ao Paquistão, em certos casos após serem divididas (casos do Punjabi e de Bengala). Aos soberanos dos Estados principescos, entretanto, foi concedido o direito de permanecer independentes ou de unir-se a um dos dois novos países. Diante da perspectiva de herdar um território fragmentado em reinos de estilo medieval, o governo indiano, por iniciativa de Sardar Vallabhbhai Patel (então ministro do interior), buscou assegurar a primazia do poder central e da constituição federal que então se preparava, mesmo que à custa da ameaça e do uso, em alguns casos, de força militar.
Neste processo de partilha entre Paquistão e Índia, a adesão da Caxemira a este último país tornou-se uma fonte de controvérsia que terminou por provocar a primeira Guerra Indo-Paquistanesa, de 1947 a 1949. Um cessar-fogo supervisionado pela ONU permitiu à Índia manter dois-terços do território contestado.
Após a independência, o Partido do Congresso, a que pertenciam Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru, assumiu o governo da Índia, com Nehru e, posteriormente, sua filha Indira Gandhi e seu neto Rajiv Gandhi, à frente, exceto por dois breves intervalos nos anos 1970 e 1980. As primeiras eleições gerais após a promulgação da constituição da Índia mantiveram o partido no poder e conferiram a Nehru seu segundo mandato como primeiro-ministro.
A Lei de Reorganização dos Estados, sancionada em 1956, extinguiu os estados indianos criados em 1947 e constituiu uma nova estrutura federativa, baseada em estados formados a partir de critérios étnicos e linguísticos. Formou-se um estado de etnia exclusivamente tâmil, o Tâmil Nadu, a partir do antigo estado de Madras, do qual foram retirados Kerala e as regiões de língua télugo. Em 1960, criaram-se os estados de Maharashtra e Guzerate, por meio da dissolução do antigo estado de Bombaim.

Política externa e conflitos armados
A política externa de Nehru inspirou o Movimento Não-Alinhado. Em 1961, a Índia invadiu e anexou a colônia portuguesa de Goa, na costa ocidental do subcontinente e dando cabo do Estado Português da Índia. Em 1962, China e Índia foram à guerra por conta de uma controvérsia de fronteira nos Himalaias, resultando na derrota das forças indianas. Embora tenha evacuado os territórios ocupados no nordeste, a China manteve o Aksai Chin, na Caxemira, e reivindica da Índia o estado de Arunachal Pradesh e, até recentemente, o Siquim.

Índia pós-Nehru

Com a morte de Nehru em 1964, subiu ao poder Lal Bahadur Shastri. Índia e Paquistão voltaram a enfrentar-se militarmente em 1965, devido à Caxemira.
Em 1966, Indira Gandhi assumiu o cargo de primeira-ministra e adotou políticas de corte socialista, de maneira a manter sua popularidade. Em 1969, uma tentativa de expulsá-la do Congresso Nacional Indiano terminou por dividir o partido.
Em 1971, Indira e seu Partido do Congresso venceram as eleições e nacionalizaram o setor bancário, bem como outras medidas de cunho socialista, além de aproximar o país da URSS. A Índia interveio na guerra civil então em andamento no Paquistão Oriental, após a fuga de milhares de refugiados da perseguição do exército paquistanês. O conflito - a terceira guerra indo-paquistanesa - resultou na independência do Paquistão Oriental, com o nome de Bangladesh. Em 1974, a Índia testou a sua primeira bomba nuclear, no deserto do Rajastão. Em abril de 1975, o Siquim tornou-se o 21º estado indiano, após um plebiscito.
Nos anos 1970, intensos esforços governamentais culminaram na autossuficiência alimentar da Índia.
Em 1975, confrontada com problemas políticos e econômicos e acusações de corrupção, Indira declarou estado de emergência e suspendeu grande parte das liberdades civis. Convocou eleições em 1977, para buscar legitimar-se nas urnas, mas foi derrotada por Moraji Desai à frente de uma coalizão de cinco partidos de oposição. Desai tornou-se o primeiro chefe de Governo da Índia não pertencente ao Partido do Congresso.
Em 1979, o governo Desai fracassou, incapaz de enfrentar a corrupção e a deterioração da economia. Formou-se então um governo interino chefiado por Charan Singh, ao qual se seguiu o retorno de Indira ao poder, em janeiro de 1980.
Indira foi assassinada em outubro de 1984, por seus próprios guarda-costas sics, no contexto de operações de repressão a uma rebelião sic no Punjabi.
Sucedeu-a no cargo de primeiro-ministro seu filho Rajiv Gandhi, que empreendeu reformas para reduzir a interferência do Estado na economia e procurou promover o desenvolvimento tecnológico do país. No campo da política externa, aproximou a Índia dos Estados Unidos, movimento contrário ao que sua mãe havia feito nas décadas anteriores.
O governo Rajiv enviou uma força de paz indiana ao Sri Lanka que terminou por entrar em conflito com os separatistas tâmeis, tornando-se alvo de ataques de nacionalistas cingaleses. A intervenção da Índia custou a vida de milhares de soldados indianos e posteriormente custaria também a vida de Rajiv.
Após as eleições de 1989, o Partido do Congresso - sustentáculo do governo Rajiv - não logrou formar um governo com maioria absoluta do parlamento. O Janata Dal, coalizão de partidos oposicionistas, formou então um governo chefiado por V.P. Singh, com o apoio do Bharatiya Janata, do partido nacionalista hindu, e dos comunistas. Esta coalizão heteróclita fracassou em novembro de 1990, quando o poder passou às mãos de um grupo dissidente do Janata Dal, apoiado pelo Congresso e chefiado por Chandra Shekhar como primeiro-ministro. Esta aliança também fracassa, nas eleições de junho de 1991.
Em maio de 1991, durante campanha no estado de Tâmil Nadu em prol do Partido do Congresso, Rajiv Gandhi foi assassinado por uma extremista tâmil do Sri Lanka. Nas eleições, o Partido do Congresso ganhou 213 assentos no parlamento e formou um governo de coalizão, com P.V. Narasimha Rao à frente. O novo governo lançou um programa de liberalização e de reformas econômicas progressivas que abriu a economia indiana ao comércio e aos investimentos internacionais.
Durante a primavera de 1996, os derradeiros meses do governo Rao foram perturbados por diversas questões de corrupção, o que contribuiu para os piores resultados eleitorais da história do Partido do Congresso. O partido Bharatiya Janata ganhou a maioria relativa do parlamento nas eleições de maio daquele ano e formou um governo de coalizão sob o primeiro-ministro Atal Bihari Vajpayee que durou exatamente 13 dias. Outra coalizão, chefiada pelo Janata Dal, emergiu para constituir novo governo, chamado Frente Unida, chefiado por H.D. Deve Gowda. Esta administração durou menos de um ano. Assumiu então o cargo de primeiro-ministro Inder Kumar Gujral, apoiado pela Frente Unida, composta por 16 partidos.
Em novembro de 1997, o Partido do Congresso retirou seu apoio à Frente Unida, provocando novas eleições, em fevereiro de 1998, que levaram ao poder o Bharatiya Janata, com um governo de coalizão chefiado novamente por Vajpayee. Em 11 e 13 de maio de 1998, a Índia efetuou uma série de testes nucleares subterrâneos. Os Estados Unidos, sob a presidência de Bill Clinton, procuraram impor sanções econômicas, mas o país continuou a recusar-se a assinar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Em 1999, a Índia travou o chamado conflito de Kargil, na Caxemira, contra uma infiltração de tropas paquistanesas e militantes irregulares.
Novas eleições em setembro de 1999 mantiveram Vajpayee e seu partido no poder, embora com uma nova coalizão chamada Nova Aliança Democrática.
Nas eleições legislativas de maio de 2004, o Partido do Congresso, tendo à frente Sonia Gandhi, viúva de Rajiv, conquistou uma vitória histórica que o reconduziu ao poder. De origem italiana, Sonia foi fortemente criticada pelos nacionalistas do Bharatiya Janata e decidiu ceder o cargo de primeiro-ministro a Manmohan Singh, de origem sic.




A ÍNDIA (PARTE 1)

História da Índia pré independência



A história da Índia tem início, com o registro arqueológico, da presença do homo sapiens há cerca de 34.000 anos. Uma civilização da Idade do Bronze emergiu em época aproximadamente contemporânea às civilizações do Oriente Médio. Como regra, a história da Índia abrange todo o subcontinente indiano, correspondente às atuais República da Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri-Lanca, Nepal e Butão.

A civilização do Vale do Indo surgiu no século XXXII a.C. e atingiu a maturidade a partir do século XXV a.C. Seguiu-se lhe a civilização védica. A origem dos indo-arianos é um ponto de relativa controvérsia. A maioria dos estudiosos acredita em algum tipo de hipótese de migração indo-ariana, segundo a qual os arianos, um povo seminômade possivelmente da Ásia Central ou do norte do Irã, teriam migrado para o noroeste do subcontinente entre 2000 a.C. e 1500 a.C. A natureza de tal migração, o local de origem, e até mesmo a própria existência dos arianos como povo distinto, são fortemente discutidos. Até algumas décadas atrás, havia quase unanimidade sobre a ocorrência de uma invasão ariana que teria ocorrido aproximadamente 1500 a.C. e que teria destruído a civilização do Vale do Indo, mas achados arqueológicos e geológicos recentes levaram a questionar essa teoria.
Os autores que aceitam a hipótese da invasão ou migração ariana consideram que a fusão da cultura védica com as culturas dravídicas que lhe eram anteriores (presumivelmente os descendentes da civilização do Vale do Indo) aparentemente resultou na cultura indiana clássica, embora os detalhes específicos do processo são controversos. Alguns entendem, por outro lado, que a civilização do Vale do Indo era essencialmente védica e que se teria espalhado para partes da Europa entre o sexto e o segundo milênio a.C.

Os nascimentos de Mahavira e de Buda no século VI a.C. marcam o começo da fase mais bem registrada da história indiana. Pelos 1500 anos seguintes, a Índia produziu a sua civilização clássica e, segundo alguns historiadores, a maior economia do mundo antigo entre os séculos I e XV d.C., ao controlar entre um terço e um quarto da riqueza mundial até a época Mogol, após o quê declinou rapidamente sob domínio britânico.
Às incursões por exércitos árabes e centro-asiáticos nos séculos VIII e XIII seguiram-se as de comerciantes da Europa, a partir do final do século XV. A Companhia Inglesa das Índias Orientais foi fundada em 1600 e iniciou, desde 1757, a colonização de partes da Índia. Na altura de 1858, após derrotar uma confederação sic no Punjabi em 1849, a coroa britânica assumira o controle político de virtualmente todo o subcontinente. Tropas indianas no exército britânico desempenharam um papel vital em ambas as guerras mundiais. A resistência não-violenta ao colonialismo britânico, chefiada por Mahatma Gandhi, Vallabhbhai Patel e Jawaharlal Nehru, levou à independência frente ao Reino Unido em 1947. O subcontinente foi partilhado entre a República da Índia, secular e democrática, e a República Islâmica do Paquistão. Como resultado de uma guerra entre aqueles dois países em 1971, o Paquistão Oriental tornou-se o Estado independente de Bangladesh. No século XXI, a Índia tem obtido ganhos expressivos em investimento e produção econômicos, constituindo-se na maior democracia do mundo, com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, e na quarta maior economia do planeta.

Fora do sul da Ásia, a história, a cultura e a política da Índia frequentemente se sobrepõem aos países vizinhos. A cultura, economia e política indianas exerceram influência ao longo de milênios na história e na cultura de países no sudeste asiático, no leste e no centro da Ásia, como Indonésia, Camboja, Tailândia, China, Afeganistão, Tajiquistão, Mianmar, Laos, Irã e Turquemenistão. Após incursões árabes na Índia no início do segundo milênio, missões semelhantes em busca da lendária riqueza indiana influenciaram fortemente a história da Europa medieval, a partir da chegada de Vasco da Gama. Cristóvão Colombo “descobriu” a América quando procurava uma nova rota para a Índia, e o Império Britânico obteve grande parte de seus recursos após a incorporação da Índia (a "Joia da Coroa") do final do século XVIII até 1947.

ILLUMINATIS: MITO OU VERDADE?

É muito comum, entre meus alunos, principalmente quando leciono sobre iluminismo, a afirmação (note que eu falei em afirmação e não pergunta) sobre a existência dos "Illuminatis", logo acredito que um artigo sobre esse assunto sirva para enriquecer o debate e desmitificar algumas sensações do momento. No final dou minha opinião sobre se acredito que os Iluminatis são mito ou realidade.



O que há de real por trás do mito dos Illuminati?

Jaime González
Da BBC Mundo em Los Angeles

Com a entrada do novo século e a popularização da internet, uma teoria ganhou muita popularidade: a suposta existência da Ordem dos Illuminati, cuja origem remonta a uma sociedade secreta de mesmo nome criada na Alemanha no fim do século XVIII e que estaria integrada aos poderes políticos e econômicos, cujo objetivo final seria estabelecer uma nova ordem mundial através de um governo global.
Em fóruns de discussão na web é comum ver internautas citarem os Illuminati para explicar muitos dos problemas atuais do planeta.
Políticos como George W. Bush ou Barack Obama, ou magnatas como George Soros, foram acusados de fazer parte desta organização. Até o papa Francisco e a rainha Elizabeth 2ª já foram apontados como membros da ordem.
Outros acreditam ser possível ver a simbologia ligada aos Illuminati em vídeos de artistas como Beyoncé, Jay-Z, Lady Gaga e Katy Perry: pentagramas, pirâmides e o famoso "olho que tudo vê" que aparece nas cédulas de dólar.
Mas, de onde veio este mito dos Illuminati e por que ainda existem pessoas que acreditam na existência de um grupo que desapareceu há mais de dois séculos?

A ordem real

A Ordem dos Illuminati foi fundada em 1776 na Baviera, Alemanha, pelo jurista Adam Weishaupt.

O objetivo desta sociedade secreta inspirada nos ideais do iluminismo e na estrutura da maçonaria, era acabar com o obscurantismo e com a forte influência que, na época, a igreja exercia sobre a esfera política.
Depois que o príncipe Karl Theodor chegou ao poder, a Ordem dos Iluminati, assim como outras sociedades secretas, foi declarada ilegal e dissolvida, em 1785.Mas, alguns acreditam que ela continua operando na clandestinidade.
Autores como o francês Agustín Barruel (1741-1820), a britânica Nesta Helen Webster (1876-1960) ou o canadense William Guy Carr (1895-1959) vincularam a ordem com eventos como a Revolução Francesa de 1789, as Revoluções em vários países europeus de 1848, a Primeira Guerra Mundial ou a Revolução Bolchevique, de 1917.
Há até quem diga que os fundadores dos Estados Unidos eram membros da ordem e que o Federal Reserve, o banco central americano, foi criado para ajudar a cumprir os objetivos de dominação global da organização. Nas últimas décadas, apareceram referências aos Illuminati em obras como a trilogia satírica de ficção científica The Illuminatus (1975), de Robert Shea e Robert Anton Wilson, ou Anjos e Demônios (2000), de Dan Brown, assim como nas letras de alguns artistas da cena hip hop.
Tudo isso fez com que os Illuminati se transformassem em protagonistas de várias teorias conspiratórias que se alastraram pela internet, onde é possível encontrar milhares de páginas dedicadas à ordem.

'Loucura'

"É uma loucura que hoje em dia existam pessoas que acreditem na existências dos Illuminati", disse o escritor e historiador americano Mitch Horowitz.
"Os cidadãos têm preocupações legítimas sobre como funcionam os poderes políticos e econômicos, mas, em vez de canalizar estas preocupações de forma eficaz para que haja mais transparência, alguns preferem acreditar em histórias de fantasia sobre uma organização que deixou de existir há mais de 200 anos", disse ele à BBC Mundo.

De acordo com Horowitz, "há escritores e jornalistas que contribuem com a paranoia em torno dos Illuminati e as pessoas se deixam convencer porque é interessante pensar que existe um grupo secreto que domina o mundo".
"Se estudarem o que realmente eram os Illuminati, perceberiam que se tratava de uma organização política cujos ideais estavam baseados em uma sociedade mais justa e que gostavam da iconografia relacionada com o mundo do oculto", afirmou.
Para Horowitz, devido ao mistério que tem para o público, muitos artistas gostam de usar um pouco desta iconografia em seus clipes."Os músicos entendem a atração e usam símbolos como o pentagrama, o obelisco ou o olho que tudo vê, mas isto não os converte em membros de uma sociedade secreta."

'Sociedades interconectadas'

Entre os que acreditam na existência dos Illuminati está o escritor americano Mark Dice, autor de um livro sobre a suposta ordem.
"Com certeza os Illuminati estão cercados de fantasias, mas quando se separa a realidade da ficção, acredito que há provas que demonstram que é um grupo real que continua existindo hoje em dia", disse o escritor à BBC Mundo.
Dice disse que, depois da dissolução em 1785, "os Illuminati continuaram operando através de várias sociedades secretas interconectadas como o Grupo de Bilderberg (conferência anual privada que reúne cerca de cem líderes políticos dos EUA e Europa) ou o Conselho de Relações Exteriores (centro de estudos baseado nos Estados Unidos)".
"Estas organizações compartilham os objetivos dos Illuminati, seus métodos de funcionamento, seus símbolos e terminologia", afirmou.
Segundo Dice eles não precisam usar o nome Illuminati pois "eles sabem quem são e o que estão fazendo".
"Nos últimos anos, o Grupo de Bilderberg foi exposto, já que com a internet não é fácil ser um grupo secreto."
Para Dice, os meios de comunicação podem ser culpados por este segredo ter ficado tanto tempo escondido.
"Como não é de interesse público que a cada ano cem das pessoas mais poderosas do planeta se reúnam em um hotel, cercados de guardas armados, para conversar sem microfones sobre como querem influir no futuro do planeta?"
O escritor garante que os Illuminati querem "criar um governo global de inspiração socialista" e "usam artistas de fama global para promover sua causa".

Culpa da internet?

Jesse Walker, autor do livro The United States of Paranoia ("Os Estados Unidos da Paranoia", em tradução livre), afirma que a "internet foi fundamental para potencializar e propagar o fenômeno dos Illuminati".
"Hoje são vinculados com todo tipo de teorias, tanto por grupos de extrema-direita como de extrema-esquerda, que os usam segundo a própria conveniência", explicou Walker em entrevista à BBC Mundo.
O escritor disse ainda que, nos últimos anos, alguns artistas como o rapper Jay-Z incluíram pequenas referências aos Illuminati em suas aparições públicas para se divertir, alimentando ainda mais as teorias de conspiração que vinculam a ordem também à indústria do entretenimento.
"Teorias de conspiração são uma parte intrínseca da psique humana. Somos criaturas que buscam padrões para dar um sentido ao mundo que nos cerca. Se há lacunas em uma história, temos que buscar explicações."
Walker lembra que há "motivos reais para medo ou ansiedade, já que, algumas vezes, algumas teorias conspiratórias se mostram certas, como no caso do escândalo das escutas da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), ou quando é revelado que algum político está recebendo subornos".
"Mas quando se combina o medo com a busca de padrões, surgem teorias como a dos Illuminati".
Mas, para o escritor, o problema é que "muitos não têm conhecimento suficiente para diferenciar o que é real do que não é".

Fonte: Site BBC Brasil

Eu acredito sem medo de errar que os Iluminatis são um mito nos dias atuais que embalam as crenças daqueles que querem ver um mundo obscuro e cheio de mistificações, muito perdoável para a imaginação das crianças, porém beirando ao ridículo para os adultos que se embalam no mesmo tipo de sonho!




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