sexta-feira, 12 de maio de 2017

MATÉRIA DA PROVA PARA A SÉTIMO ANO


1 - RÚSSIA
2 - CHINA
3 - ÍNDIA
4 - ARÁBIA (Península Arábica)


Povos Árabes e Islamismo


História do Islamismo

Introdução

           A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).

           Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.

Vida do profeta Maomé

           Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.

           Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.

           Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.

           Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.

Livros Sagrados e doutrinas religiosas

           O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.

           Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos. A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.

Preceitos religiosos

           A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

           - Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;

           - Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;

           - Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;

           - Realização diária das orações;

           - Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.

Locais sagrados

           Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.

Divisões do Islamismo

           Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.


ISLAMISMO

(Livro didático: Projeto Araribá – História – 7.º Ano , páginas 42 e 43, A Arábia e os Árabes)


1)       Onde vivem os povos árabes?

Resposta: Os povos árabes são oriundos e vivem na Península Arábica.


2)       Qual sua língua e qual a origem desta?

Resposta: Eles falam o árabe que é uma língua semita que tem a mesma origem da língua dos Hebreus.


3)       Como podemos dividir geograficamente a Península Arábica?

Resposta: Podemos dividir a Península Arábica em duas partes: uma dominada pelos desertos, dunas e oásis e outra situada nas regiões costeiras banhadas pelas águas do Mar Vermelho e do Oceano Indico.


4)       O que são os oásis?

Resposta: São pequenas áreas servidas de fontes de água que possibilitam desenvolver a agricultura devido à fertilidade do solo.


5)       Como viviam os grupos humanos que habitavam o deserto arábico?

Resposta: Os povos árabes que habitavam o deserto não tinham unidade política; a maioria vivia dispersa, cada grupo com suas leis e chefes tribais.


6)       Como eram chamados esses povos do deserto?

Resposta: Eram denominados Beduínos.


7)       Como era a vida dos Beduínos?

Resposta: Eram nômades, viviam andando pelo deserto em grupos armados, controlando a vida dos agricultores e artesãos dos oásis. Criavam camelos, carneiros e cabras, animais capazes de suportar o clima quente e seco do deserto.


8)       Como eram chamadas as regiões banhadas pelo Mar Vermelho e pelo Oceano Indico pelos romanos?

Resposta: Os romanos chamavam essas regiões de Arábia Feliz (Yemmen, em árabe), pois eram mais chuvosas e férteis.


9)       O que propiciou o fato das regiões litorâneas da Península Arábica serem mais chuvosas e férteis para os seus habitantes?

Resposta: Possibilitaram um desenvolvimento maior da agricultura e do comércio, além da formação de vilarejos.


10)   Como surgiram as cidades Árabes?

Resposta: Os comerciantes e artesãos que moravam em vilarejos onde se realizavam feiras periodicamente, com o passar do tempo  essas feiras tornaram-se permanentes dando origem às cidades árabes.


11)    Qual era a principal atividade econômica praticada nas cidades Árabes?

Resposta:  O comércio, pois esses árabes sedentários urbanos trocavam produtos com as grandes caravanas de comerciantes beduínos, que traziam produtos do Oriente e de várias regiões da Arábia.


12)   Como era a religião dos povos árabes até o século VII?

Resposta: A religião destes povos era politeísta e fetichista, acreditavam em deuses que se incorporavam em pedras ou árvores e que espíritos bons e maus manifestavam-se na forma animal.


13)   Qual era o principal centro de culto e peregrinação dos Árabes e o que havia lá para se adorar?

Resposta: Era Meca onde havia um santuário conhecido como Caaba e no interior deste santuário ficavam centenas de símbolos religiosos tribais entre esses símbolos destacava a Pedra Negra, que segundo a tradição, era branca, mas escureceu devido aos pecados humanos.


14)    Como era Meca?

Resposta: Era uma cidade com intensa prática religiosa que a transformou num grande centro comercial para todos os povos árabes, estimulando assim, ainda mais a peregrinação para a cidade e também seu desenvolvimento comercial.


15)    Como Meca era comandada?

Resposta: Meca era guardada pelos integrantes da tribo dos coraixitas, que controlavam as atividades econômicas da cidade.



16)    O que é uma Tribo?

Resposta: Grupo formado por um chefe e seus seguidores, ligados a um ancestral comum.


17)   O que é um Beduíno?

Resposta: Palavra de origem árabe que significa “aquele que vive no deserto”.


18)   O que significa o politeísmo?

Resposta: Crença na existência de mais de um deus.


19)   Qual a definição para uma pessoa fetichista?

Resposta: Pessoa que cultua objetos considerados sagrados.


20)   Qual animal era muito importante para os beduínos árabes, devido sua resistência ao calor e também por transportar uma grande quantidade de carga?

Resposta: O Camelo.



ISLAMISMO

NASCIMENTO E A EXPANÃO DO ISLÃ

(Livro didático: Projeto Araribá – História – 7.º Ano , páginas 44 e 45)


1)       Quem foi Maomé?

Resposta: Profeta árabe, criador da doutrina religiosa denominada islamismo.


2)       Quando e onde nasceu Maomé?

Resposta: Nasceu na cidade de Meca, por volta do ano de 570.


3)       Quando era jovem o que Maomé fazia e o que isso proporcionou a ele?

Resposta: Desde muito jovem Maomé acompanhava as caravanas de comércio com os seus pais o que proporcionou a ele entrar em contato com diferentes povos.


4)       Quais as duas religiões do Oriente Médio que influenciaram Maomé e qual sua principal característica?

Resposta: Maomé entrou em contato com as duas grandes religiões do Oriente Médio: o judaísmo e o cristianismo, que tinham como característica principal o monoteísmo, ou seja, a crença em um único deus.


5)       Como foi que Maomé adotou uma nova doutrina e passou a ser seu propagador?

Resposta: Segundo a tradição no ano de 610 Maomé recebeu uma revelação divina do arcanjo Gabriel, três anos depois passou a pregar entre os árabes a existência de um único deus: Alá, nome que era usado para designar um dos deuses locais.


6)       Como se passou a chamar a nova religião e o que significa?

Resposta: A nova religião recebeu o nome de islã, palavra de origem árabe que significa “submissão total à Deus”.


7)       Como passaram a se chamar os seguidores da nova doutrina islamita?

Resposta: Muçulmanos


8)       O que significa a palavra Muçulmano?

Resposta: Muçulmano deriva do verbo árabe aslama, que quer dizer submetido a Deus.


9)       Qual a fonte principal da religião islâmica?

Resposta: O judaísmo, pois segundo a tradição o profeta Maomé seria descendente de Ismael, o primeiro filho de Abraão, que é o patriarca fundador do judaísmo.


10)   Por onde Maomé começou suas peregrinações e quais suas primeiras atitudes?

Resposta: Maomé iniciou sua pregação monoteísta por Meca, que era um centro religioso do mundo árabe e lá destruiu todos os símbolos divinos tribais que estavam na Caaba, para demonstrar que Alá era o único e verdadeiro Deus.


11)   O que aconteceu com Maomé em Meca?

Resposta: Foi hostilizado pela elite da cidade e pelos seguidores de outros deuses e Maomé teve que fugir em 622.


12)   Para onde emigrou Maomé?

Resposta: Em 622, Maomé fugiu para a cidade de Yatrib, que passou se a chamar de Medina nome de origem árabe que significa a “cidade do profeta”.


13)   O que é a Hégira?

Resposta: É o nome como ficou conhecido a fuga do profeta Maomé de Meca para Medina e este marca o início do calendário muçulmano.


14)   O que aconteceu com a doutrina de Maomé em Medina?

Resposta: Em Medina, Maomé, atraiu um grande número de seguidores e aliou-se aos chefes tribais conseguindo unificar as várias tribos  criando um único e grande Estado Árabe.


15)   O que é o Alcorão?

Resposta: Livro sagrado do islamismo que contém os ensinamentos transmitidos por Alá à Maomé


16)   O que é a Jihad?

Resposta: Na maioria das vezes a palavra “Jihad” é traduzida por guerra santa, porem significa literalmente “esforço em favor de Deus”. E para os muçulmanos trata-se de assumir o compromisso total com Alá, levando uma vida de acordo com os preceitos religiosos.


17)   Quando Maomé faleceu e qual problema ocorreu com a sua morte?

Resposta: O profeta Maomé morreu em 632 e iniciou uma luta pela sua sucessão, quando os califas passaram a chefiar os fiéis em meio de grandes disputas.


18)   O que significa a palavra Califa em árabe?

Resposta: Significa sucessores do profeta Maomé.


19)   Quem foi o escolhido para suceder o profeta Maomé?

Resposta: O escolhido para suceder Maomé foi Abu Bakr, um de seus primeiros seguidores.


20)   O que aconteceu após a morte de Abu Bakr?

Resposta: Iniciou-se o califado de Omar (634-644) este foi marcado pelas primeiras conquistas fora da Península Arábica: a Síria, o Egito, a Pérsia (atual Irã) e a Palestina foram conquistadas pelo Islã.


21)   O que foi a dinastia Omíada?

Resposta: A dinastia Omíada (661 – 650) iniciou-se com o quinto califa, e a partir daí o califado passou a ser hereditário e a capital do império foi transferida de Meca para Damasco, na Síria.


22)   Para onde se expandiu o Islã durante a dinastia Omíada?

Resposta: O islã expandiu-se para o Afeganistão, o norte da África e a Península Ibérica, constituindo o Império Muçulmano.


23)   Como foram os avanços dos Árabes na Europa?

Resposta: Após conquistar a península Ibérica os muçulmanos tentaram dominar o restante da Europa, mas foram barrados na Batalha de Poitiers em 732 pelos exércitos francos comandado por Carlos Martel, avô de Carlos Magno.


24)   Quem sucedeu a dinastia Omíada?

Resposta: No século VIII, a família dos Omíadas  foi substituída pela dos Abássidas, que transferiram a capital para Bagdá e reinou até 1258.


25)   Como os muçulmanos tratavam as outras religiões?

Resposta: A conversão forçada ao islã era proibida pelo Alcorão, devido a isso os muçulmanos adotaram políticas de estímulo à conversão, como oferecer isenção ou diminuição de impostos e facilidades para obter empréstimos e direitos políticos a outros povos o que impulsionou a conversão em massa dos povos conquistados.


26)   O que aconteceu com o islã após o século X?

Resposta: A partir do século X, o extenso território governado pelos Abássidas começou a enfraquecer politicamente, com o surgimento de dinastias regionais que favoreceu a invasão dos turcos-otomanos, que passaram a controlar a parte oriental dos domínios muçulmanos.



ISLAMISMO

ECONOMIA E CULTURA

(Livro didático: Projeto Araribá – História – 7.º Ano , páginas 46, 47 e 48)



1.       Os árabes foram grandes navegadores tanto no Mar Mediterrâneo quanto pelo Oceano Indico onde se apoderaram das principais rotas comerciais marítimas que ligavam o Ocidente e o Oriente. O que essa situação possibilitou?

Resposta: Possibilitou que os árabes comercializassem as mercadorias mais apreciadas da época: especiarias da Ásia oriental, pedras preciosas da Índia, seda da China e ouro, escravos e marfim da África.


2.       Além do comércio qual era outro destaque econômico dos povos Árabes?

Resposta: Os muçulmanos se destacavam também no artesanato, e seus produtos eram apreciados em todo o mundo medieval pela qualidade e variedade.


3.       Onde era produzido esse artesanato?

Resposta: Nas oficinas artesanais que se concentravam nas cidades e se especializaram na produção de alguns artigos.


4.       Qual era a principal produção artesanal de Bagdá?

Resposta: Vidros, jóias, cerâmicas e sedas.


5.       Qual era a principal produção de Toledo na Espanha Moura?

Resposta: Espadas de ferro.


6.       Qual era o nome das moedas árabes?

Resposta: Dinar de ouro


7.       Quais povos foram assimilados pela cultura árabe?

Resposta: Pelos egípcios, mesopotâmicos, persas que eram povos conquistados, pelos gregos, hindus e chineses que eram povos que mantinham relações comerciais com os árabes.


8.       Quais autores gregos foram traduzidos para o árabe?

Resposta: Platão e Aristóteles.


9.       Quais foram os avanços árabes na matemática?

Resposta: Os árabes aprimoraram e difundiram uma criação indiana, os símbolos de 0 a 9, conhecidos como algarismos indo-arábicos e também contribuíram para desenvolver a álgebra e a aritmética.


10.    Como se chamava a química para os árabes e o que quer dizer?

Resposta: Alquimia: em árabe alkimya, estudo de substâncias orgânicas para obter o elixir da longa vida e estudo dos metais e de suas supostas propriedades de transmutação em ouro.


11.    Quais foram as descobertas químicas produzidas pelos árabes?

Resposta: Produziram o álcool e o sabão e novas substâncias como e processos químicos como a extração do mercúrio, de novas fórmulas para preparar o vidro e o esmalte, as noções sobre ácidos e seus derivados.


12.    Quais foram os avanços árabes na medicina?

Resposta: ajudaram a identificar doenças contagiosas e formas de contaminação, fizeram a descoberta sobre a importância da higiene para a saúde e desenvolveram o conhecimento da Botânica por meio de criação de hortas medicinais.


13.    Qual livro importante foi reunido e escrito pelos árabes?

Resposta: As mil e uma noites.


14.    Quais destaques árabes na arquitetura?

Resposta: Deram especial importância às mesquitas (templos), ao palácio (sede do governo) e ao mercado.

20 ANOS SEM DARCY RIBEIRO, O ANTROPÓLOGO EDUCADOR


 DARCY RIBEIRO

            Neste ano de 2017 fazem vinte anos que perdemos o grande Darcy Ribeiro, nascido na bela cidade mineira de Montes Claros (onde começava o sertão nordestino) em 26 de outubro de 1922, filho de uma professora, a senhora Josefina Augusta da Silveira e de um farmacêutico, o senhor Reginaldo Ribeiro dos Santos. Em Monte Claros fez seu primeiros estudos e acabou entrando no Ginásio Episcopal de Montes Claros, mas não seguiu a carreira no clero.


            Também não seguiu a carreira de médico como seu pai queria, acabando por inclinar para as Ciências Sociais, onde em 1946 formou-se em Antropologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, dedicando seus primeiros anos de vida profissional ao estudo das populações indígenas do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia até 1956.


            A partir daí se notabilizou pelos seu trabalhos desenvolvido nas áreas de educação, sociologia e antropologia e começou a trabalhar com Anísio Teixeira na criação da Universidade de Brasília, elaborada no início da década de 1960, onde Darcy foi seu primeiro reitor. 


             Em 1961 redigiu o projeto do Parque Indígena do Xingu, criado neste mesmo ano. Além dessas proezas, foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Sendo posteriormente convidado por João Goulart para ser seu Ministro da Educação em 1962, no gabinete parlamentarista de Heitor Lima, e posteriormente Chefe da Casa Civil do governo presidencialista de Goulart.



            No período ditatorial teve seus direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar, viveu alguns anos no Uruguai. Voltou ao Brasil mesmo antes da Anistia e teve participação no processo das Diretas Já.


            Em 1983, Darcy Ribeiro, foi vice-governador de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, criando, planejando e implantando os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um visionário e revolucionário projeto de educação e assistência em tempo integras para as crianças cariocas, que incluía atividades recreativas e culturais para além do ensino formal, seguindo o que Darcy discutia com Anísio Teixeira.




            Infelizmente nas eleições de 1986, candidato apoiado por Leonel Brizola, Darcy Ribeiro concorreu pelo PDT com Fernando Gabeira (PT), Agnaldo Timóteo (PDS) e Moreira Franco, o atual Angorá da Lava-a-Jato e foi derrotado pelo mesmo.


            Darcy Ribeiro também foi um dos responsáveis pela criação e pelo projeto cultural do Memorial da América Latina inaugurado em 18 de março de 1989, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Eleito senador, Darcy foi responsável pelo projeto de lei que deu origem a polêmica Lei 93/94/96 que dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), exerceu seu mandato de senador de 1991 até 1997, sendo eleito a Academia Brasileira de Letras em outubro de 1992, ocupando a cadeira 11 do patrono Fagundes Varela. Publicou em 1995 um dos seus livros mais famoso: O Povo Brasileiro.

            Morreu de câncer em fevereiro de 1997 comovendo o Brasil, com sua incessante luta contra o processo cancerígeno, que tinha seus altos e baixos na vida do antropólogo que chegou até fugir do hospital.


            Darcy Ribeiro, sempre polêmico e ardoroso defensor de suas ideias, teve o reconhecimento e admiração até dos adversários e o amor daqueles que ela mais queria bem: O Povo Brasileiro.




            

terça-feira, 9 de maio de 2017

EM TEMPOS DE EXTREMISMOS É BOM LEMBRAR DE UM CONCEITO: O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO!


Estado democrático de direito é um conceito de Estado que busca superar o simples Estado de Direito concebido pelo liberalismo. Garante não somente a proteção aos direitos de propriedade, mais que isso, defende através das leis todo um rol de garantias fundamentais, baseadas no chamado "Princípio da Dignidade Humana".
O termo "estado democrático de direito" conjuga dois conceitos distintos que, juntos, definem a forma de funcionamento tipicamente assumido pelo Estado de inspiração ocidental. Cada um destes termos possui sua própria definição técnica, mas, neste contexto, referem-se especificamente a parâmetros de funcionamento do Estado ocidental moderno.


Democracia: Neste contexto específico, o termo "democracia" refere-se à forma pela qual o Estado exerce o seu poder soberano. Mais especificamente, refere-se a quem exercerá o poder de estado, já que o Estado propriamente dito é uma ficção jurídica, isto é, não possui vontade própria e depende de pessoas para funcionar.
Em sua origem grega, democratia quer dizer "governo do povo". No sistema moderno, no entanto, o povo não governa propriamente (o que representaria uma democracia direta). Assim, os atos de governo são exercidos por membros do povo ditos "politicamente constituídos", que são aqueles nomeados para cargos públicos através de eleição.
No Estado democrático, as funções típicas e indelegáveis do Estado são exercidas por indivíduos eleitos pelo povo para tanto, de acordo com regras preestabelecidas que regerão o pleito eleitoral.



O Direito: O estado de direito é aquele em que vigora o chamado "império da lei". Esta expressão engloba alguns significados:
1.   neste tipo de estado, as leis são criadas pelo próprio Estado, através de seus representantes politicamente constituídos;
2.   uma vez que o Estado criou as leis e estas passam a ser eficazes (isto é, aplicáveis), o próprio Estado fica adstrito ao cumprimento das regras e dos limites por ele mesmo impostos;
3.   o terceiro aspecto, que se liga diretamente ao segundo, é a característica de que, no estado de direito, o poder estatal é limitado pela lei, não sendo absoluto, e o controle desta limitação se dá através do acesso de todos ao Poder Judiciário, que deve possuir autoridade e autonomia para garantir que as leis existentes cumpram o seu papel de impor regras e limites ao exercício do poder estatal.
Outro aspecto da expressão "de direito" refere-se a que tipo de direito exercerá o papel de limitar o exercício do poder estatal. No estado democrático de direito, apenas o direito positivo (isto é, aquele que foi codificado e aprovado pelos órgãos estatais competentes, como o Poder Legislativo) poderá limitar a ação estatal, e somente ele poderá ser invocado nos tribunais para garantir o chamado "império da lei". Todas as outras fontes de direito, como o Direito Canônico ou o Direito natural, ficam excluídas, a não ser que o direito positivo lhes atribua esta eficácia, e apenas nos limites estabelecidos pelo último.
Nesse contexto, destaca-se o papel exercido pela Constituição. Nela, delineiam-se os limites e as regras para o exercício do poder estatal (onde se inscrevem as chamadas "garantias fundamentais"), e, a partir dela, e sempre tendo-a como baliza, redige-se o restante do chamado "ordenamento jurídico", isto é, o conjunto de leis que regem uma sociedade. O estado democrático de direito não pode prescindir da existência de uma Constituição e do integral respeito a ela, inclusive por parte dos órgãos institucionais encarregados de operar o direito, que não poderão funcionar com partidarismo ou como juízo ou tribunal de exceção.

Estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. O estado de direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas e dos direitos fundamentais.
Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas.
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, na qual se baseia a maioria dos estados ocidentais modernos, afirma a distinção dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e suas limitações mútuas. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o legislativo (Parlamento) limita o poder do executivo (Governo): este não está livre para agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que deve ser a expressão da vontade do povo. Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso a certas decisões governamentais e legislativas.
O estado de direito (em alemão, Rechtsstaat) se opõe assim ao Obrigkeitsstaat (estado baseado no uso arbitrário do poder) e às monarquias absolutas de direito divino (o rei no antigo regime pensava ter recebido seu poder de Deus e, assim, não admitia qualquer limitação a ele: "O Estado, sou eu", como Luís XIV) e às ditaduras, na qual a autoridade age frequentemente em violação aos direitos fundamentais. O estado de direito não exige que todo o direito seja escrito. A Constituição do Reino Unido, por exemplo, é fundada unicamente no costume: ela não dispõe de disposições escritas. Num tal sistema de direito, os mandatários políticos devem respeitar o direito baseado no costume com a mesma consideração que num sistema de direito escrito.
O poder do Estado é uno e indivisível. A função do poder se divide em três grandes funções: a função legislativa, a função judicial e a função executiva. A ausência de um Estado de direito forte segundo Hernando de Soto leva a decadência social e econômica.
 
Mohl - Hayek - Kant
Origem do termo “Estado de Direito”: Considera-se o livro Die deutsche Polizeiwissenschaft nach den Grundsätzen des Rechtsstaates (A Ciência Politica Alemã de acordo com os princípios do estado de Direito), do escritor alemão Robert von Mohl, como a obra seminal, inauguradora do pensamento teórico sobre o "império da lei". A obra foi escrita entre 1832 e 1834 e publicada em 1835. Além disso, existe corrente teórica do pensamento político alemão, que foi comandada pelo influente filósofo político Friedrich Hayek, que considera os escritos de Immanuel Kant como a base sobre a qual se construiria, mais tarde, o pensamento político de von Mohl.



LORD: DO NOT LET ME FALL INTO THE TEMPTATION OF CITING AUTHORS WITHOUT READING YOUR WORKS!



          I have read many discussions on facebook, some with a lot of bibliographic support, others not so much, in fact not based on critical sense.
          We start with the stupid mistakes of Portuguese (I'm not talking about jovial abbreviations, but of the same mistakes!), Where people do not even stop to click on the text corrector, sometimes I see people disqualifying the interlocutor exactly for some linguistic aberration.
          Common is also the disrespect of some netizens in relation to ideas contrary to yours and using words, at least, inelegant, not to say that some are even slang!
          I believe that the internet should be a space for plurality of ideas and respect for differences of all kinds. I keep Voltaire's centennial sentence about Rousseau's ideas:
          "I may not agree to a word of what you say, but I will defend to the death your right to say it."
          Given this, we go to a more delicate field: that of speaking / writing about an author without reading it, only superficially addressing what he has heard, or reading a summary of this author, rather than reading his work, or at least The work cited.
          Several people quoted Gramsci to say that he influenced and influenced Brazilian culture, education, and politics through his category of hegemony, so I asked them, in what Gramsci's work had they based themselves so I could read about it. The silence was the resounding response! At most, after stuttering enough they cite that they saw on the internet, or those a little more based quote the former astrologer and philosopher Olavo de Carvalho.
          So here is a humble tip for those who really want to have a serious, content-based debate, running away from common sense and postulating the critical sense, whether it's the left, center, right, conservative, reformist or revolutionary debater: no Fall into the temptation to quote authors without reading their works!

SENHOR: NÃO ME DEIXAIS CAIR NA TENTAÇÃO DE CITAR AUTORES SEM LER SUAS OBRAS!



    
            Tenho lido muitas discussões no facebook, algumas com bastante apoio bibliográfico, outras nem tanto, na verdade nem um pouco baseadas no senso crítico.
Começamos com os erros canhestros do português (não estou falando das abreviações joviais, mas sim dos erros mesmos!), onde as pessoas não param nem para clicar no corretor de texto, por vezes, vejo pessoas desqualificando o interlocutor exatamente por alguma aberração linguística.
Comum também é o desrespeito de alguns internautas em relação às ideias contrarias as suas e que usam palavras, no mínimo, deselegantes, para não dizer que algumas são de baixo calão mesmo!
Acredito que a internet deve ser um espaço para a pluralidade de ideias e de respeitos às diferenças de todos os tipos. Fico com a centenária frase de Voltaire sobre as ideias de Rousseau:
“Posso não concordar com uma palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las.”
Visto isso, vamos para um campo mais delicado: o de se falar/escrever sobre um autor sem lê-lo, apenas abordando superficialmente o que ouviu, ou a leitura de um resumo deste autor, ao invés de ler sua obra, ou pelo menos a obra citada.
Várias pessoas me citaram Gramsci para dizer que o mesmo influenciou e influencia a cultura, a educação e a política brasileira através de sua categoria de hegemonia, então perguntei aos mesmos, em qual obra de Gramsci eles tinham se baseado para eu poder ler a respeito. O silencio foi a rotunda resposta! Quando muito, depois de gaguejar bastante citam que viram na internet, ou aqueles um pouco mais baseados citam o ex-astrólogo e filósofo Olavo de Carvalho.

Então fica aqui uma humilde dica para aqueles que, realmente, querem fazer um debate sério, com conteúdo, baseado, fugindo do senso comum e postulando o senso crítico, seja o debatedor de esquerda, centro, direita, conservador, reformista ou revolucionário: não caiam na tentação de citar autores sem ler suas obras!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

UMA HOMENAGEM AO CAMPEÃO PAULISTA 2017: RELEMBRANDO A DEMOCRACIA CORINTIANA




A Democracia Corintiana foi um movimento surgido na década de 1980 no time brasileiro de futebol Corinthians, liderado por um grupo de futebolistas politizados como Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon. Constituiu o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro. 
Este foi um período da história do clube no qual decisões importantes como contratações, regras de concentração, direito ao consumo de bebidas alcoólicas em público, liberdade para expressar opiniões políticas e outros, eram decididas através do voto igualitário de seus membros, de modo que o voto do técnico, por exemplo, valia tanto quanto o de um funcionário ou jogador. Isso criou uma espécie de "autogestão" do time, algo revolucionário para o contexto em que estava inserido.

Documentário sobre a Democracia Corintiana
Em 1981, o Corinthians vinha de uma péssima campanha no campeonato brasileiro, assim como no Campeonato Paulista. Em abril de 1982, porém, acaba a gestão de Vicente Matheus na presidência, e Waldemar Pires é eleito para assumir o clube. Pires escolheu um sociólogo como diretor de futebol do time, Adilson Monteiro Alves, descrito por Gilvan Ribeiro, no livro "Casagrande e seus demônios", como "um jovem sociólogo com ideias revolucionárias para a administração esportiva". Adílson primava por ouvir os jogadores e outros membros da equipe corintiana. Somando este fator à presença de jogadores politizados no elenco, como Sócrates e Wladimir, iniciou-se, dessa forma, uma revolução dentro do Corinthians.

Vicente Matheus

Waldemar Pires
Adilson Monteiro (sociólogo, ideólogo da Democracia Corintiana)

A partir daí foi instituído um sistema de autogestão, em que jogadores, funcionários, comissão técnica e diretoria deliberavam sobre as mais variadas pautas - como contratações, demissões e escalação - com base em votações. Um aspecto importante era que todos os votos tinham peso igual.

Washington Olivetto
Wladimir (esquerda) Tânia Alves, Sócrates, Juca Kfouri e Osmar Santos em comício da Diretas Já

O Corinthians foi o primeiro clube a utilizar a camisa com dizeres publicitários. Por iniciativa do publicitário Washington Olivetto (vice-presidente de marketing do clube na época e um dos criadores do termo "Democracia Corintiana"), junto com o jornalista Juca Kfouri) o time estampava em suas camisas frases de cunho político, como "diretas-já" ou "eu quero votar para presidente". Isso no período da ditadura militar, quando os movimentos sociais começavam a se rearticular para a instituição de uma democracia. O movimento causou desconforto entre os militares que, através do brigadeiro Jerônimo Bastos, pediram moderação ao clube.


O resultado desse sistema revolucionário foi próspero. O time chegou de cara nas semifinais do campeonato brasileiro daquele ano, e conquistou o campeonato paulista em 1982 e em 1983. Além disso, durante o período de autogestão, o Corinthians quitou todas as suas dívidas, e ainda deixou para o próximo período uma reserva no caixa de US$ 3.000.000,00.


A partir de 1984 começa a articulação para criar o Clube dos 13, onde a figura do presidente e sua cadeira no clube eram essenciais para o ingresso. Paralelamente, o time amargou resultados ruins nas temporadas de 1984 e 85, e assistiu a clubes como o Flamengo, com modelo clássico de gestão, destacarem-se no cenário nacional. Logo depois, consolidar-se-ia ainda o futebol moderno vindo da Europa e trazendo meios privados e gerenciais de gestão de clubes. Houve articulação para voltar ao movimento no final dos anos 80, mas agora sem força, face a "nova ordem do futebol mundial" que despontava com a FIFA, UEFA e a Copa do Mundo de 1990. A Emenda Dante de Oliveira também contribuiu para o fim da Democracia Corintiana. Sócrates, que afirmou só deixar o Corinthians se ela não fosse aprovada, acabou, depois que ela não passou pelo Congresso, partindo para a Fiorentina, da Itália.





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