DARCY RIBEIRO
Neste ano de
2017 fazem vinte anos que perdemos o grande Darcy Ribeiro, nascido na bela cidade
mineira de Montes Claros (onde começava o sertão nordestino) em 26 de outubro
de 1922, filho de uma professora, a senhora Josefina Augusta da Silveira e de
um farmacêutico, o senhor Reginaldo Ribeiro dos Santos. Em Monte Claros fez seu
primeiros estudos e acabou entrando no Ginásio Episcopal de Montes Claros, mas
não seguiu a carreira no clero.
Também não
seguiu a carreira de médico como seu pai queria, acabando por inclinar para as
Ciências Sociais, onde em 1946 formou-se em Antropologia pela Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, dedicando seus primeiros anos de vida
profissional ao estudo das populações indígenas do Pantanal, do Brasil Central
e da Amazônia até 1956.
A partir daí se
notabilizou pelos seu trabalhos desenvolvido nas áreas de educação, sociologia
e antropologia e começou a trabalhar com Anísio Teixeira na criação da
Universidade de Brasília, elaborada no início da década de 1960, onde Darcy foi
seu primeiro reitor.
Em 1961 redigiu o projeto do Parque Indígena do Xingu,
criado neste mesmo ano. Além dessas proezas, foi o idealizador da Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF). Sendo posteriormente convidado por João
Goulart para ser seu Ministro da Educação em 1962, no gabinete parlamentarista
de Heitor Lima, e posteriormente Chefe da Casa Civil do governo
presidencialista de Goulart.
No período
ditatorial teve seus direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar,
viveu alguns anos no Uruguai. Voltou ao Brasil mesmo antes da Anistia e teve
participação no processo das Diretas Já.
Em 1983, Darcy
Ribeiro, foi vice-governador de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, criando,
planejando e implantando os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um
visionário e revolucionário projeto de educação e assistência em tempo integras
para as crianças cariocas, que incluía atividades recreativas e culturais para
além do ensino formal, seguindo o que Darcy discutia com Anísio Teixeira.
Infelizmente
nas eleições de 1986, candidato apoiado por Leonel Brizola, Darcy Ribeiro
concorreu pelo PDT com Fernando Gabeira (PT), Agnaldo Timóteo (PDS) e Moreira
Franco, o atual Angorá da Lava-a-Jato e foi derrotado pelo mesmo.
Darcy Ribeiro
também foi um dos responsáveis pela criação e pelo projeto cultural do Memorial
da América Latina inaugurado em 18 de março de 1989, no bairro da Barra Funda,
em São Paulo. Eleito senador, Darcy foi responsável pelo projeto de lei que deu
origem a polêmica Lei 93/94/96 que dispõe sobre as Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira (LDB), exerceu seu mandato de senador de 1991 até 1997, sendo eleito
a Academia Brasileira de Letras em outubro de 1992, ocupando a cadeira 11 do
patrono Fagundes Varela. Publicou em 1995 um dos seus livros mais famoso: O
Povo Brasileiro.
Morreu de
câncer em fevereiro de 1997 comovendo o Brasil, com sua incessante luta contra
o processo cancerígeno, que tinha seus altos e baixos na vida do antropólogo
que chegou até fugir do hospital.
Darcy Ribeiro,
sempre polêmico e ardoroso defensor de suas ideias, teve o reconhecimento e
admiração até dos adversários e o amor daqueles que ela mais queria bem: O Povo
Brasileiro.
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