Tenho
lido muitas discussões no facebook, algumas com bastante apoio bibliográfico,
outras nem tanto, na verdade nem um pouco baseadas no senso crítico.
Começamos com os erros canhestros
do português (não estou falando das abreviações joviais, mas sim dos erros
mesmos!), onde as pessoas não param nem para clicar no corretor de texto, por
vezes, vejo pessoas desqualificando o interlocutor exatamente por alguma
aberração linguística.
Comum também é o desrespeito de
alguns internautas em relação às ideias contrarias as suas e que usam palavras,
no mínimo, deselegantes, para não dizer que algumas são de baixo calão mesmo!
Acredito que a internet deve ser
um espaço para a pluralidade de ideias e de respeitos às diferenças de todos os
tipos. Fico com a centenária frase de Voltaire sobre as ideias de Rousseau:
“Posso não concordar com uma
palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las.”
Visto isso, vamos para um campo
mais delicado: o de se falar/escrever sobre um autor sem lê-lo, apenas abordando
superficialmente o que ouviu, ou a leitura de um resumo deste autor, ao invés
de ler sua obra, ou pelo menos a obra citada.
Várias pessoas me citaram Gramsci
para dizer que o mesmo influenciou e influencia a cultura, a educação e a
política brasileira através de sua categoria de hegemonia, então perguntei aos
mesmos, em qual obra de Gramsci eles tinham se baseado para eu poder ler a
respeito. O silencio foi a rotunda resposta! Quando muito, depois de gaguejar
bastante citam que viram na internet, ou aqueles um pouco mais baseados citam o
ex-astrólogo e filósofo Olavo de Carvalho.
Então fica aqui uma humilde dica
para aqueles que, realmente, querem fazer um debate sério, com conteúdo,
baseado, fugindo do senso comum e postulando o senso crítico, seja o debatedor
de esquerda, centro, direita, conservador, reformista ou revolucionário: não
caiam na tentação de citar autores sem ler suas obras!
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