A FORÇA
DE TRABALHO ESCRAVIZADA INTRODUZIDA NO BRASIL PELOS EUROPEUS
O
comércio de escravos africanos iniciou-se em 1441, com os negros capturados
pelo português Antão Gonçalves na região do Senegal. A princípio se restringia
a Portugal, onde os cativos eram basicamente utilizados em serviços domésticos.
Logo, porém, deslocou-se para as ilhas do Atlântico, atendendo às exigências da
nascente lavoura açucareira, implantada pelo infante D. Henrique.
O
Brasil teria recebido os primeiros africanos por volta de 1538. Pouco depois,
contudo, o trafico seria interrompido – apesar das inúmeras cartas dos colonos
solicitando “negros da Guiné” para os canaviais.
O
trabalho pesado nas plantações não constava do programa de vida dos colonos,
que vinham para o Brasil mais na condição de empresários que de lavradores. A
força de trabalho escrava era, para eles, a solução ideal porque, sendo
relativamente barata e abundante, permitia multiplicar os lucros advindos da
comercialização dos produtos tropicais.
No
início da colonização, recorreu-se à escravização do indígena, antes empregado
como trabalhador livre na extração do pau-brasil. Essa alternativa mostrou-se
tão vantajosa que, ainda no século XVI, uma das principais atividades
econômicas de São Vicente era a captura do índio, vendido a seguir à grande
lavoura. Durante toda primeira metade do século XVII as reservas de força de
trabalho indígena organizadas nas reduções jesuíticas da bacia do rio Paraná
foram sistematicamente pilhadas pelos bandeirantes paulistas. O índio era então o “negro da terra”, em cuja
defesa se levantaram não só os jesuítas, mas também a própria Igreja e muitos
dos espíritos esclarecidos da Europa.
Diante
de tão vigorosos protestos, a Coroa portuguesa vacilou, assumindo
sucessivamente posições contrárias, até que fixou na justificativa da “guerra
justa”. Tratava-se do combate ao indígena em legítima defesa do colono –
resultando em grande número de prisioneiros que acabavam “justamente”
escravizados. A medida – que na verdade não passava de uma tentativa de
legitimar a escravização do índio – desencadeou uma nova série de protestos,
questionando-se, no mínimo, a “justiça” dessa guerra.
Se,
apesar de suas limitações, a escravização do índio fazia fortuna de muitos
colonos, não chegava, porém a constituir uma empresa tão lucrativa, para a
Metrópole, quanto o tráfico negreiro.
Assim,
paralelamente à “caça do índio”, organizou-se uma corrente de fornecimento de
africanos para as zonas canavieiras. Os preços eram altos, mas a rentabilidade
da agroindústria açucareira e a complementaridade entre o tráfico negreiro e as
plantações compensavam o investimento – realizado antes que o escravo passasse
a produzir. Indispensável à grande lavoura de exportação, a mão de obra negra
rapidamente se difundiu por toda a Colônia, concentrando-se nas regiões de
maior dinamismo econômico (o Nordeste açucareiro e, depois, a zona da
mineração). No fim do período colonial, 1/3 da população brasileira consistia
em cativos africanos ou de origem africana.
Os
negros escravizados no Brasil e nas colônias espanholas vinham de um continente
onde floresceram civilizações brilhantes, como o Império de Ghana, que atingiu
o apogeu ainda no século VII – pelo menos trezentos anos antes de Afonso
Henriques fundar a monarquia portuguesa.
Havia
uma grande diferença entre o escravismo existente nesses reinos africanos em
relação a escravização imposta pelos europeus, esta detonou um processo de
desarticulação dos Estados da África negra.
EM 1888, O BRASIL FOI O ÚLTIMO PAÍS DA AMÉRICA À
ABOLIR A ESCRAVIDÃO
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