quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO NATAL


Quando buscamos a verdadeira história do Natal, acabamos diante de rituais e deuses pagãos. Sabemos que Jesus Cristo foi colocado numa festa que nada tinha a ver com Ele. O verdadeiro simbolismo de Natal oculta transcendentes mistérios. Esta festividade tem sua origem fixada no paganismo. Era um dia consagrado à celebração do “Sol Invicto”. O Sol tem sua representação no deus greco-romano Apolo e, seus equivalentes entre outros povos pagãos são diversos: Ra, o deus egípcio, Utudos na Babilônia, Surya da Índia e também Baal e Mitra.

Mitra era muito apreciado pelos romanos, em seus rituais eram apenas os homens que participavam. Era uma religião de iniciação secreta, semelhante aos existes na Maçonaria. Aureliano (227-275 d.C.), Imperador da Roma, estabeleceu no ano de 273 d.C., o dia do nascimento do Sol em 25 de dezembro “Natalis Solis Invcti”, que significava o nascimento do Sol invencível. Todo O Império passou a comemorar neste dia o nascimento de Mitra-Menino, Deus Indo-Persa da Luz, que também foi visitado por magos que lhe ofertaram mirra, incenso e ouro. Era também nesta noite o início do Solstício de Inverno, segundo o Calendário Juliano, que seguia a “Saturnalia” (17 a 24 de dezembro), festa em homenagem à Saturno. Era portanto, solenizado o dia mais curto do ano no Hemisfério Norte e o nascimento de um Novo Sol. Este fenômeno astronômico é exatamente o oposto em nosso Hemisfério Sul.

Estas festividades pagãs estavam muito arraigadas nos costumes populares desde os tempos imemoráveis para serem suprimidas com a advento do Cristianismo, incluso como religião oficial por Decreto por Constantino (317-337 d.C), então Imperador de Roma. Como antigo adorador do Sol, sua influência foi configurada quando ele fez do dia 25 de dezembro uma Festa Cristã. Ele transformou as celebrações de homenagens à Mitra, Baal, Apolo e outros deuses, na festa de nascimento de Jesus Cristo. Uma forma de sincretismo religioso. Assim, rituais, crenças, costumes e mitos pagãos passam a ser patrimônio da “Nova Fé”, convertendo-se deuses locais em santos, virgens em anjos e transformando ancestrais santuários em Igrejas de culto cristão. Deve-se levar em consideração que o universo romano foi educado com os costumes pagãos, portanto não poderia ocorrer nada diferente.
Todavia, o povo cristão do Oriente, adaptou esta celebração para 6 de janeiro, possivelmente por uma reminiscência pagã também, pois esta é a data da aparição de Osíris entre os egípcios e de Dionísio entre os gregos.
Jesus, o “Filho do Sol”


No Mitraísmo/Cristianismo se observa surpreendentes analogias. Mitra era o mediador entre Deus e os homens. Assegurava salvação mediante sacrifício. Seu culto compreendia batismo, comunhão e sacerdotes. A Igreja Católica Romana, simplesmente “paganizou” Jesus. Modificou-se somente o significado, mantendo-se idêntico o culto. Cristo, substituiu Mitra, o “Filho do Sol”, constituindo assim um “Mito” solar equivalente, circundado por 12 Apóstolos. Aliás, curiosa e sugestivamente, 12 (n. de apóstolos), coincide com o número de constelações. Complementando as analogias astronômicas: a estrela de Belém seria a conjunção de Júpiter com Saturno na constelação do ano 7 a.C, com aparência de uma grande estrela.

Nova Ordem
Uma nova ordem foi estabelecida quando o decreto de Constantino oficializa o Cristianismo. Logo, livres de toda opressão, os que então eram perseguidos se convertem em perseguidores. Todos os pagãos que se atrevessem a se opor as doutrinas da Igreja Oficial eram tidos como hereges e dignos de severo castigo.

Culto às “Mães Virgens”
No Antigo Egito, sempre existiu a crença de que o filho de Ísis (Rainha dos Céus), nasceu precisamente em 25 de dezembro. Ísis algumas vezes é “Mãe”, outras vezes é “Virgem” que é fecundada de maneira sobrenatural e engravida do “Deus Filho”.

Tal culto à “Virgem” é encontrado entre os Celtas, cujo a civilização, os druídas (sacerdotes), praticam o culto baseado em um “Deus Único”, “Una Trindade”, a ressurreição, a imortalidade da alma e uma divindade feminina: uma “Deusa-Mãe”, uma “Terra-Mãe” e uma “Deusa Terra” também virgem, que se destinava a dar à luz a um “Filho de Deus”.
Este culto as “Deusas Virgens-Mães” está reiterado em muitas religiões e mitologias, inclusive civilizações pré-colombianas, como em numerosas mitologias africanas e em todas as seitas iniciáticas orientais.

A reconfortante imagem do arquétipo “MÃE” é primordial para existência humana. Este arquétipo pode assumir diversas formas: deusas, uma mãe gentil, uma avó ou uma igreja. Associadas a essas imagens surgem a solicitude e simpatia maternas, o crescimento, a nutrição e a fertilidade.
Culto ao “Deus-Herói”

Como afirmei, a concepção de uma “Rainha dos Céus” que dá à luz a um “Menino-Deus” e “Salvador” corresponde a um arquétipo básico do psiquismo humano e tem sua origem nos fenômenos astronômicos. Enviado por um “Ser Supremo”, que é o PAI, o FILHO assume suprimindo o PAI, como acontece em todas as sagas gregas, indo-europeias e diversas culturas. Coincidentemente, existe um padrão constante que quase sempre expressa o mesmo propósito: fazer do FILHO um HERÓI, que cumpre o mandato do PAI, sucedendo-o. Este HERÓI se faz causa de um ideal primeiro que se move ao longo da História como MODELADOR de uma cultura.

A versão do nascimento e infância de Jesus é uma repetição da história de muitos outros Salvadores e Deuses da humanidade. Ilustra bem a figura do “Arquétipo Herói”, comuns em qualquer cultura e que seguem sempre a mesma fórmula. Nascidos em circunstâncias misteriosas, logo exibe força ou capacidade de super-homem, triunfa na luta contra o mal e, quase sempre, morre algum tempo depois.
Este arquétipo reflete o tipo de amadurecimento sugerido pelos mitos: nos alerta para ficarmos atentos as nossas forças e fraquezas internas e nos aponta o conhecimento como caminho para se desenvolver uma personalidade saudável.
“Anexo a nossa consciência imediata”, escreveu Carl Jung, “existe um segundo sistema psíquico de natureza coletiva, universal e impessoal, que se revela idêntico em todos os indivíduos”. Povoando este inconsciente coletivo, afirmava, havia o que chamava de “arquétipos”, imagens primordiais ou símbolos, impressos na psique desde o começo dos tempos e, a partir de então, transmitidos à humanidade inteira. A MÃE, o PAI e o HERÓI com seus temas associados, são exemplos de tais arquétipos, representados em mitos, histórias e sonhos.

Eis que nasce Papai Noel

Com o passar do tempo, de gerações que foram sucedendo-se, veio o esquecimento e nem Mitra, nem Apolo ou Baal faziam mais parte do panteão de algum povo. Acabou restando somente símbolos: a árvore, a guirlanda, as velas, os sinos e os enfeites. Até que no séc. IV, mais exatamente no ano de 371, uma nova estrela brilha em nosso céu e na Terra nasce Nicolau de Bari ou Nicolau de Mira. A generosidade a ele atribuída granjeou-lhe s reputação de mágico milagreiro e distribuidor de presentes. Filho de família abastada, doou seus bens para os pobres e desamparados. Entretanto, tecia um grande amor pelas crianças e foi através delas que sua lenda se popularizou e que Nicolau acabou canonizado no coração de todas as pessoas.

No fim da Idade Média, ainda “espiritualmente vivo”, sua história alcançou os colonos holandeses da América do Norte onde o “bom velhinho” toma o nome de “Santa Claus”. Ao atravessar os Portais do Admirável Mundo, muito sobre o que ele foi escrito lhe rendeu vários apelidos, como: “Sanct Merr Cholas”, “Sinter Claes” ou “Sint Nocoloses”, e é considerado sempre como padroeiro das crianças.
O Papai Noel Ocidental
Até aproximadamente 65 anos atrás o Papai Noel era, literalmente, uma figura de muitas dimensões. Na pintura de vários artistas ele era caracterizado ora como um “elfo”, ora como um “duende”. O Noel-gnomo era gorducho e alegre, além de ter cabelos e barbas brancas.

No final do século XIX, Papai Noel já era capa de revistas, livros e jornais, aparecendo em propagandas do mundo todo. Cartões de Natal o retrataram vestido de vermelho, talvez para acentuar o “espírito de natal”. A partir daí o personagem Papai Noel foi adquirindo várias nuances até que em 1931 a The Coca-Cola Company, contrata um artista e transforma Papai Noel numa figura totalmente humana e universalizada. Sua imagem foi definitivamente adotada como o principal símbolo do Natal.

A imagem do Noel continuou evoluindo com o passar dos anos e muitos países contribuíram para sua aparência atual. O trenó e as renas acredita-se que sejam originárias da Escandinávia. Outros países de clima frio adicionaram as peles e modificaram sua vestimenta e atribuíram seu endereço como sendo o Polo Norte. A imagem da chaminé por onde o Papai Noel escorrega para deixar os presentes vieram da Holanda.

Hoje, com bem mais de 1700 anos de idade, continua mais vivo e presente do que nunca. Alcançou a passarela da fama e as telas da tecnologia. Hoje o vemos em filmes, shoppings, cinemas, no estacionamento e na rua. Ao longo desses dezessete séculos de existência, mudou várias vezes de nome, trocou inúmeras de roupa, de idioma e hábitos, mas permaneceu sempre a mesma pessoa caridosa e devotada às suas crianças. E, embora diversas vezes acusado de representar um veículo que deu origem ao crescente consumismo das Festas Natalinas, é preciso reconhecer que ele encerra valores que despertam, revivem e fortalecem os nossos sentimentos mais profundos. Sua bondade é tão contagiante que atinge tipo “flecha de cupido”, qualquer pessoa, independente de crença ou raça, o que evidencia a sua magia e seu grande poder de penetração no mundo.
Primeira Propaganda do Papai Noel da Coca-Cola (1931)

Espero que todos tenham um feliz dia de Mitra!
Lealcy B. Jr.


sábado, 9 de dezembro de 2017

COMO FAZER A MANUTENÇÃO DE UMA PLANTA


A ARVORE DA AMIZADE
(dedicado ao meu professor de jardinagem o grande cozinheiro BIDUCK)



Nome popular: Planta de Jade, Árvore da Amizade, Bálsamo de Jardim.

Nome científico: Crassula ovata.

Origem: África do Sul.

Família: Crassulaceae.

Categoria: Suculentas, arbustos tropicais.

Clima: Continental, Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Semiárido, Subtropical e Tropical

Diagnóstico:              
Apodrecimento de um dos troncos da árvore (arbusto) devido a ataques de nematoides que são parasitas que atacam pelo solo. As plantas afetadas apresentam as raízes cheias de fendas (sulcos) e podem provocar a morte do sistema radicular (raízes). Foi encontrado dentro da parte morta da planta resíduos fecais do nematoide (ou de outro tipo de praga) que não foi encontrado vivo na planta. Sendo que o tronco vivo estava inclinado para fora do vaso.



Tratamento:
> Umedecimento da terra e retirada da mesma até chegar no tecido morto;



> Análise do sistema radicular (raízes) da parte não afetada.


> Constatação de ataque de nematoides nas partes mortas que foram retirados e separados das partes vivas e em bom estado da planta.


> Pulverização da raiz com caldo de fumo e citronela.


> Isolamento da parte viva através de camada de esmalte na seção com a parte morta retirada.


> Reforma do recipiente da planta: Drenagem - aumento de furos para maior drenagem da umidade, colocação de esferas de argila expandida e manta de bidim, onde foi depositado uma camada de granulado higiênico de madeira (pellets) para maior absorção da umidade.









> Reforma dos Solo: mistura de 30% da terra que estava no vaso (argilosa e arenosa), 30% de areia e 40% de substrato para planta (Carolina).


> Reposição e posicionamento da planta no vaso com a posterior colocação do novo solo.


> Colocação de pedregulhos brancos (forração).


Observação: foi fixado uma novo galho de árvore de jade no vaso (reprodução por estaquia).




Cláudio Maffei
Formado pelo curso de Jardinagem do SENAC




domingo, 19 de novembro de 2017

UMA JOIA CHAMADA PEPITA

      Neste exato momento ela está deitada atrás de mim, roncando como fosse um ser humano. Adora passear com o rosto ao vento em cima da saveiro. Chora se me vê sair de carro sem levá-la, mas sempre quando eu volto está pronta para me oferecer o que parece um sorriso. Esta é a PEPITA, nossa fiel cachorra!
     Uma mistura de Dálmata provavelmente com um pouco de puro vira-lata é nossa fiel amiga, vinda do centro de zoonoses de Guarulhos nos idos de 2008, já apresenta alguns sinais da idade. Mesmo assim parece-nos feliz vivendo sua vida livremente entre entradas e saídas da nossa casa, ora agradando, ora desagradando a vizinhança com suas travessuras. Se assusta pelo tamanho, enternece pela doçura. Nunca mordeu ninguém. Um amorzinho de cadela!


O MILAGRE DA VIDA



     Há uma semana atrás depositei num pequeno vaso, com boa terra, duas sementes do fruto de um caju comprado em supermercado.
     Não é que de repente acontece um milagre e aquela semente explode com duas novas vidas (vidas estas que já estavam em potência dentro das sementes).
     Sem sombra de dúvidas é o milagre da vida que sempre está acontecendo ao nosso redor e não notamos!
     Se você ainda acha que não viu um milagre a sua frente, plante uma semente qualquer, numa boa terra e a umedeça, verá o incrível milagre da vida!


Mudinha deixando a semente em 19/11/2017 -  por volta das 15 horas





domingo, 8 de outubro de 2017

NÚMEROS SORTEADOS PELA LOTERIA FEDERAL DA AÇÃO ENTRE AMIGOS RADIOAMADORES




PRIMEIRO PRÊMIO: N.° SORTEADO: 984

SEGUNDO PRÊMIO: N.° SORTEADO: 304

TERCEIRO PRÊMIO: N.° SORTEADO: 107



AGRADECEMOS A TODOS AQUELES 
QUE COLABORARAM.

sábado, 30 de setembro de 2017

domingo, 16 de julho de 2017

LEANDRO KARNAL COMPARA A AULA A UM TEATRO


         Quase todos os professores dão a mesma aula muitas vezes. Em algumas escolas públicas e privadas, há muitas salas da mesma série. Um professor de baixa carga horária pode, por exemplo, entrar em dez salas da mesma série numa semana. Isso significa repetir o mesmo conteúdo muitas vezes. Você notará que a primeira aula de um conteúdo novo é um teste, uma experiência. Na segunda você vai acelerar tal coisa ou explicar melhor o que despertou muitos problemas na aula inaugural. É um aperfeiçoamento. A terceira aula de um mesmo conteúdo é, em geral, a melhor. É o apogeu. Você já saberá até qual piadinha funciona. Mas poderá existir a quarta, a quinta, a sexta. Você perceberá que a aula vai ficando mais curta e mais rápida. É o declínio.

         É o problema de todo ator que deve encenar a mesma peça diversas vezes. Quando eu cheguei a São Paulo para fazer pós-graduação, fui ver uma comédia de grande sucesso na época. O texto era leve e divertido e os dois atores trocavam muitas vezes de roupa no palco. Talentosos e com timing de humoristas profissionais, eles eram tão bons, que por vezes, interrompiam o texto para rirem de si mesmos, não aguentando os trejeitos um do outro. Achei aquilo o máximo: tudo era tão divertido que mesmos os atores paravam para rir.

         Passados alguns dias, recebi visita e levei meus convidados para verem a peça. Eu também queria rever. Lá estava tudo de novo: o bom texto, o talento dos atores, a risada fácil. O que me espantou era que eles paravam para rir nos mesmos lugares da primeira vez. O riso, tão natural e quase inesperado que interrompia o texto, era o mesmo da primeira vez e nos mesmos lugares. O que tinha me encantado pelo tom espontâneo, era pensado, marcado e repetido à exaustão.
         Os atores sabem que devem pensar nessas coisas e que há pouco espaço para o improviso no teatro profissional. A aula não é um teatro, mas, certamente, ser professor tem algo em comum com ser ator. Estamos diante de uma plateia. Temos algo a dizer e o público espera que o façamos. Devemos seduzir, encantar, realizar. O texto tem momentos mais rápidos e mais lentos.
         Os atores sabem que, quando há duas sessões, o público das 21 horas não quer saber se já houve tudo aquilo às 19 horas. Quem veio ver às 21 horas quer a experiência total e profunda e não deseja perguntar se as pessoas que encenam estão cansadas ou não. O aluno da terceira vez também não.

         Atores profissionais sabem guardar a voz. A voz humana é relaxante, quase sempre. Ouvir alguém induz ao sono. Se esta voz for continua e no mesmo tom o tempo todo, funciona como um processo de hipnose. O que fazer?
         Fale mais alto e mais baixo de acordo com o que você quer demonstrar. Reforce conceitos centrais ou conclusões com voz mais forte e mais pausada. Treine isso em casa algumas vezes. Levante-se e ande em direção aos vários pontos da sala. Movimente o corpo. Caminhe até os grupos que pareçam mais dispersos, sonolentos ou conversando. Faça pausas dramáticas. Um súbito silêncio pode chamar a atenção de alguns alunos. Aprenda a gesticular. Nunca deixe parecer que está numa sala de ginástica, mas jamais transmita o ritmo de um cortejo fúnebre.

         Seria irritante para a plateia se os atores demonstrassem que não sabem o texto. Para subir ao palco, eles decoram coisas por meses. Uma boa aula deve ser preparada. Esqueça aquelas bobagens de longos planos de aula com objetivos, meios, recursos etc., que ensinam em tantos lugares. Você não conseguirá manter esses planos detalhados ao longo dos meses. Pior, não conseguindo mais fazer de forma “arrumadinha” seu plano, a tendência será parar de fazer qualquer planejamento. É um erro fatal.
FONTE: Leandro Karnal - Conversas com um Jovem Professor,pp.23-25

sexta-feira, 14 de julho de 2017

ORIGEM DA VIDA: HIPÓTESE HETEROTRÓFICA E HIPÓTESE AUTOTRÓFICA


A EVOLUÇÃO DO METABOLISMO

            As características fundamentais de um ser vivo é possuir compostos orgânicos na constituição da sua estrutura (ou são formados por uma célula – unicelulares, ou várias células – pluricelulares) e ter a capacidade de reprodução.
 Todo ser vivo precisa de alimentos, que são degradados nos processos metabólicos para a liberação de energia e realização de funções. Esses alimentos degradados também podem ser utilizados como matéria-prima na síntese de outras substâncias orgânicas, possibilitando o crescimento e a reposição de perdas.
Existem duas hipóteses para explicar como os primeiros seres conseguiram obter e degradar o alimento para sua sobrevivência: a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica.




HIPÓTESE HETEROTRÓFICA

            Segundo essa hipótese, os primeiros organismos eram estruturalmente muito simples, sendo de se supor que as reações químicas em suas células também eram simples. Eles viviam em um ambiente aquático, rico em substâncias nutritivas, mas provavelmente não havia oxigênio na atmosfera, nem dissolvido na água dos mares. Nessas condições, é possível supor que, tendo alimento abundante ao seu redor, esses primeiros seres teriam utilizado esse alimento já pronto como fonte de energia e matéria-prima. Eles seriam Heterótrofos (hetero = diferente, trofos = alimento): organismos que não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de compostos inorgânicos, obtendo-os prontos do meio ambiente.
            Os seres capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de substância inorgânicas simples são chamados autótrofos (auto = próprio, trofos = alimento), como é o caso das plantas.
            Uma vez dentro da célula, esse alimentos precisa ser degradado. Nas condições da Terra atual, a via metabólica mais simples para se degradar o alimento sem oxigênio é a fermentação, um processo anaeróbio (an = sem, aero = ar, bio = vida). Um dos tipos mais comuns de fermentação é a alcoólica. O açúcar glicose é degradado em álcool etílico (etanol) e gás carbônico, liberando energia para as várias etapas do metabolismo celular.
            Esses organismos começaram a aumentar em número por reprodução. Paralelamente a isso, as condições climáticas da Terra também estavam mudando a ponto de não mais ocorrer síntese pré-biótica da matéria orgânica. Desse modo, o alimento dissolvido no meio teria começado a ficar escasso.
            Com o alimento reduzido e um grande número de indivíduos nos mares, deve ter havido muita competição, e muitos organismos teriam morrido por falta de alimento. Acredita-se que nesse novo cenário teria ocorrido o surgimento de alguns seres capazes de captar a luz solar com o auxílio de pigmentos como a clorofila. A energia da luz teria sido utilizada para a síntese de seus próprios alimentos orgânicos, a partir de água e gás carbônico. Teriam surgido assim os primeiros seres autótrofos: os seres fotossintetizantes (foto = luz, síntese = em presença de luz), que não competiam com os heterótrofos e proliferaram muito.
            Esses primeiros seres fotossintetizantes foram fundamentais na modificação da composição da atmosfera: eles introduziram o oxigênio no ar, e a atmosfera teria passado de redutora a oxidante. Até os dias de hoje, são principalmente os seres fotossintetizantes que mantêm os níveis de oxigênio na atmosfera, o que é fundamental para a vida no nosso planeta.
            Havendo disponibilidade de oxigênio, foi possível a sobrevivência de seres que desenvolveram reações metabólicas complexas, capazes de utilizar esse gás na degradação do alimento. Surgiram, então, os primeiros seres aeróbios, que realizavam a respiração. Por meio da respiração, o alimento, especialmente o açúcar glicose, é degradado em gás carbônico e água, liberando muito mais energia para a realização das funções vitais do que na fermentação.
            A fermentação, a fotossíntese e a respiração permaneceram ao longo do tempo e ocorrem nos organismos que vivem atualmente na Terra.




HIPÓTESE HETEROTRÓFICA


FERMENTAÇÃO  à      FOTOSSÍNTESE    à       RESPIRAÇÃO



HIPÓTESE AUTOTRÓFICA

            Alguns cientistas têm argumentado que os seres vivos não devem ter surgido em mares rasos e quentes, como proposto por Oparin e Haldane, pois a superfície terrestre, na época em que a vida surgiu, era um ambiente muito instável. Meteoritos e cometas atingiam essa superfície com muita frequência, e a vida primitiva não poderia se manter em tais condições.
            Logo no início da formação da Terra, meteoritos colidiam fortemente com a superfície terrestre, e a energia dessas colisões era gasta no derretimentos ou até mesmo na vaporização da superfície rochosa. Os meteoritos fragmentavam-se e derretiam, contribuindo com sua substância para a Terra em crescimento. Um impacto especialmente violento pode ter gerado a Lua, que guarda até hoje em sua superfície o registro desse período, que na superfície da Terra foi apagado, ao longo do tempo pela erosão.
            A maioria dos meteoritos se queima até desaparecer quando entra na atmosfera terrestre atual e brilha no céu como estrelas cadentes. Nos primórdios da Terra, os meteoritos eram maiores, mais numerosos e mais frequentes.
Alguns cientistas especulam que os primeiros seres vivos não poderiam ter sobrevivido a esse bombardeio cósmico, e propõem que a vida tenha surgido em locais mais protegidos, como o assoalho dos mares primitivos.
Em 1977, foram descobertas nas profundezas oceânicas as chamadas fontes termais submarinas, locais de onde emanam gases quentes e sulfurosos que saem de aberturas no assoalho marinho. Nesses locais a vida é abundante. Muitas bactérias que aí vivem são autótrofas, mas realizam um processo muito distinto da fotossíntese. Onde essas bactérias vivem não há luz, e elas são a base de uma cadeia alimenta peculiar. Elas servem de alimento para os animais ou então são mantidas dentro dos tecidos deles. Nesse caso, tanto os animais como as bactérias se beneficiam: elas têm proteção dentro do corpo dos animais, e estes recebem alimentos produzidos pelas bactérias.
A descoberta das fontes termais levantou a possibilidade de que a vida teria surgido nesse tipo de ambiente protegido e de que a energia para o metabolismo dos primeiros seres vivos teria ocorrido por um mecanismo autotrófico denominado quimiossíntese. Alguns cientistas acreditam que os primeiros seres vivos foram bactérias, que obtinham energia para o metabolismo a partir da reação entre substâncias inorgânicas, como fazem as bactérias encontradas atualmente nas fontes termais submarinas e em outros ambientes muito quentes (com cerca de 60 a 105̕ ) e sulfurosos. Segundo essa hipótese que toda a vida que conhecemos descende desse tipo de bactéria que devia ser autotrófica.
Os que argumentam a favor dessa hipótese baseiam-se em evidências que sugerem abundância de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, H2S que tem cheiro de ovo podre) e compostos de ferro na Terra primitiva. As primeiras bactérias devem ter obtido energia de reações que tenham envolvido esses compostos para a síntese de seus compostos orgânicos.
Algumas bactérias que vivem atualmente em fontes quentes e sulfurosas podem realizar a reação química a seguir, que pode ter sido a reação fundamental fornecedora de energia para os primeiros seres vivos:


FeS

+

H2S

à

FeS2

+

H2

+

Energia
Sulfato Ferroso

+
Gás Sulfídrico
à
Sulfeto Ferroso
+
Hidrogênio
+
Energia




           A energia liberada por essa reação pode ser usada pelas bactérias para quebrar o CO2 do meio e aproveitar o carbono na produção de compostos orgânicos essenciais para a vida.
            Assim, segundo essa hipótese, a quimiossíntese – um processo autotrófico – teria surgido primeiro. Depois teriam surgido a fermentação, a fotossíntese e finalmente a respiração.

            Os debates sobre a origem da vida são apaixonantes e existem opiniões diversas, porém a hipótese mais aceita nos meios científicos é a do metabolismo pela via heterotrófica, embora a hipótese autotrófica venha ganhando cada vez mais adeptos.

Fonte: Sônia Lopes_Bio Volume Único, Editora Saraiva, 2004

Veja também:

O NOME DA ROSA

O Nome da Rosa de Umberto Eco: Análise da Obra O Nome da Rosa  é um livro de 1980 escrito pelo italiano Umberto Eco. Em 1986 foi lançado o...

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