sexta-feira, 20 de maio de 2022

RENASCIMENTO - OS LUCROS DO COMÉRCIO FAZEM RENASCER AS ARTES, AS LETRAS E AS CIÊNCIAS...




                              


     



      Graças ao comércio cada vez mais intenso com o Oriente, muitos comerciantes europeus, principalmente das cidades italianas, acumularam grandes fortunas. Com isso eles dispunham de condições materiais para financiar a produção artística de escultores, pintores, arquitetos, músicos, escritores, etc.

         Nos séculos XV e XVI a produção artística e literária foi tão intensa e variada, que esse período recebeu uma denominação especial: Renascimento, também conhecido como Renascença. 

         O Renascimento caracterizou-se pelos seguintes traços:

·        Retorno à cultura greco-romana. Segundo os renascentistas, os gregos e os romanos tinham um conhecimento mais amplo da vida e de suas possibilidades do que o homem da Idade Média.

A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio. Encontra-se no Vaticano e celebra o auge do Renascimento, ao expor vários sábios do ocidente (de diversas épocas) contrapondo suas idéias e sistemas. Os personagens do centro da imagem representam Platão e Aristóteles. Fonte: https://bit.ly/2SEbbQh

·        Valorização do homem. Com o Renascimento, o centro de todas as atenções – até então situado nas coisas divinas – passou a ser o próprio homem.

Teto da Capela Sistina no Vaticano - Pintura de Michelangelo

·        Mudança no conceito de “homem ideal” era o cavaleiro, o santo e o herói. Na Renascença, é o homem culto e o artista.

·        Valorização da razão e da natureza. O Renascimento foi marcado por um racionalismo profundo, que se traduziu na adoção de métodos experimentais e de observação da natureza.



       O Renascimento manifestou-se primeiramente nas cidades italianas; depois se difundiu por toda a Europa.

         



    No Renascimento italiano destacaram-se os seguintes representantes:


·        LEONARDO DA VINCI (1452 – 1519): foi pintor, arquiteto, escultor, físico, engenheiro escritor e músico, tendo se destacado em todos esses ramos da arte e da ciência. É autor, entre outros quadros famosos, da Gioconda e da Santa Ceia.


·        MICHELÂNGELO BUONARROTI (1475 – 1564): arquiteto, escultor e pintor. Ajudou a projetar a grandiosa cúpula da Basílica de São Pedro, em Roma, e deixou outras obras imortais, como as esculturas Pietá, Davi e Moisés e as pinturas da Capela Sistina, na Basílica de São Pedro.

·        RAFAEL SANZIO (1483 – 1520): autor de várias madonas (uma série de representações da Virgem Maria com o menino Jesus) e de retratos de papas e reis.



·        SANDRO BOTTICELLI (1444 – 1510): também pintou um grande número de madonas, além de quadros de inspiração religiosa e pagã, como A primavera, O nascimento de Vênus.

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·        GALILEU GALILEI (1564 -1642): matemático, físico e astrônomo. Foi um dos primeiros estudiosos a usar o método experimental para estudar a natureza e comprovar suas teorias. Construiu a primeira luneta astronômica, por meio da qual demonstrou que o centro do Universo é o Sol e não a Terra. Por isso, foi perseguido pela Igreja, que defendia a teoria de que a Terra era o centro do Universo. Ameaçado de morte na fogueira, ele viu-se obrigado a negar suas convicções.

·        NICOLAU MAQUIAVEL (1469 – 1527): estadista e historiador escreveu O príncipe, um tratado sobre política e governo. O sistema político exposto nessa obra – o maquiavelismo – é a caracterizado pelo princípio de que os fins justificam os meios.

 

 

        Os principais representantes do Renascimento fora da Itália foram:

 

Nos Países Baixos

         No campo da literatura e da filosofia, podemos citar ERASMO DE ROTTERDAM (1466 - 1536). Profundamente cristão e moralista, foi considerado o mais ilustre humanista da Renascença. Criticou violentamente a sociedade de seu tempo na obra Elogio da loucura.


         Na pintura destacaram-se JAN VAN EYCK (1390 – 1441) e REMBRANDT (1606- 1669), autor de obras famosas como O bom samaritano e Lição de anatomia.

 


Na França

         Entre os renascentistas franceses merecem destaque FRANÇOIS RABELAIS (1494 – 1555), que satirizou a monarquia e o cristianismo, e MICHEL DE MONTAIGNE (1533 – 1592), célebre filósofo e moralista, autor de Ensaios.

 

Na Inglaterra

         O principal representante do Renascimento inglês foi sem dúvida WILLIAM SHAKESPEARE (1564 – 1616) que escreveu peças teatrais como Hamlet, Otelo, MacBeth, Romeu e Julieta.

 Na Espanha

         Na pintura o expoente foi EL GRECCO (1548 - 1625). Entre seus quadros mais importantes estão O enterro do Conde de Orgaz, e Adoração dos pastores. Na literatura renascentista espanhola temos de destacar MIGUEL DE CERVANTES (1548 – 1616), que escreveu o imortal Dom Quixote de la Mancha.



 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

A CRISTANDADE MEDIEVAL - PODER E GLÓRIA

 


 

    Em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas invasões ou migrações germânicas e ao esfacelamento do Império Romano, praticamente apenas a Igreja Católica, com sede em Roma, conseguiu manter-se como instituição. Ver-se-á os Vândalos na África, os Visigodos na Hispania, os Francos na Gália, os Anglos e Saxões nas Ilhas Britânicas, os Ostrogodos/Lombrados na Itália. Consolidando sua estrutura religiosa, a Igreja foi difundindo o cristianismo entre os povos bárbaros, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana. Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal. O termo católico (adjetivo grego que significa “Universal”) é usado a partir do Concílio de Trento (1545 - 1563) para designar a Igreja Romana em oposição às Igrejas da Reforma.

    Antes, o termo utilizado era Cristandade.

Periodização


Idade Média
(Medium Aevum ou Middle Age): Termo usado para o período situado entre a Antiguidade e a Idade Moderna. Conceito estipulado no período do Renascimento (XVI) voltado somente para a região da Europa Ocidental, ou seja, não há Idade Média na África, Japão, China... Tem como marco inicial o ano de 476 d.C (fim do Império Romano no Ocidente – tomada de Roma, pelo imperador germânico Odoacro) e tem seu término ao redor de 1300. Suas características, entretanto, nunca foram às mesmas no tempo ou no espaço, pois não havia unidade nesse período.

É preciso dizer o contexto específico.

O período está dividido em:

  • Alta Idade Média (séc. VI - X)
  • Idade Média Central (séc. XI - XIII)
  • Baixa Idade Média (séc. XIV e XV).

    Há até hoje um forte preconceito sobre este período, tomado como “Idade das Trevas”, “Escuridão”, de “Pestes e Guerras”, não havia “cidades, nem comércio”, dentre outros adjetivos. Contudo, deve ser levado em consideração que num período de mil anos, não houve apenas pestes, guerras..., Temos que ter um olhar consciente: nesse período houve a criação das Universidades, da letra minúscula, Parlamento, Hospitais, Tribunal com Júri, aperfeiçoamento da Matemática, geografia, escrita... Devemos estudá-la sem preconceitos, com um olhar crítico e consciente.


A Cristandade

    Entende-se Cristandade por um sistema de relações da Igreja e do Estado (ou qualquer outra forma de poder político) numa determinada sociedade e cultura. Ela perdura até praticamente a Revolução Francesa (1789), com várias modalidades dentro desse processo através dos séculos.

    Na história do cristianismo, o sistema iniciou-se por ocasião da Pax Ecclesiae em 313 (paz concedida pelo imperador Constantino à Grande Igreja), com o Edito de Milão (põe fim às perseguições) e deu origem à primeira modalidade de Cristandade dita “constantiniana” a qual se apresenta como um sistema único de poder e legitimação da Igreja e do Império tardo-romano.

   As características gerais desta modalidade “constantiniana” são, entre outras, o cristianismo apresentar-se como uma religião de Estado, obrigatória, portanto para todos os súditos; a relação particular da Igreja e do Estado dar-se num regime de união; a religião cristã tender a manifestar-se como uma religião de unanimidade, multifuncional e polivalente; o código religioso cristão, considerado como o único oficial, ser, todavia diferentemente apropriado pelos vários grupos sociais, pelos letrados e iletrados, pelo clero e leigos.

  A Sociedade Medieval era divida em 3  ESTADOS ou ORDENS:  uns rezam (monges) – outros combatem (guerreiros/cavaleiros) - outros trabalham (servos):


    Unidade religiosa: restauração do Império Romano // Sacro Império Romano (França) // Sacro Império Romano-Germânico (Alemanha)

    A Igreja se torna rica e poderosa (estrutura Feudal = terras, casas, tesouros) devido as alianças com os poderosos (reis, imperadores).

q      Carlos Magno  (768-814) – poder sagrado – rei e sacerdote: missão espiritual e política (novo Moisés / Davi) -  reino político = reino de Deus na terra. (fundamento:  “A Cidade de Deus”)  implica adesão total ao reino e à Igreja: “Ou se batiza ou morre!”

    Estado e Igreja têm um único objetivo: vêem de Deus e devem levar a humanidade ao seu fim supremo. 

    O PAPA: torna-se origem, cabeça  (caput = cefalização – vértice) e fonte do povo cristão. Poder ilimitado: até mesmo depor reis e imperadores, exército, guerras,  cobrar impostos por terras...

Papa Gelásio I (492): teoria das “2 Espadas” (Lc 22,38; 1Cor 2,15) – o poder espiritual não  pode ser julgado por ninguém (nemine iudicatur)






Papa Gregório VII:
renovou estes princípios e combateu o poder político imperial por causa das investiduras. Foi exilado.

 



  

ROMA / CÚRIA: centro administrativo do poder (Sede Apostólica)

IGREJA HIERÁRQUICA: educadora do povo: dioceses, mosteiros: grandes centros de cultura e poder econômico: ALTO CLERO. Mas: BAIXO-CLERO: pouca formação, meios pobres, paróquias no meio rural, onde estavam os pobres.


LEIGOS: homens do mundo, súditos da hierarquia (senhores da nobreza, cavaleiros).

                Mas... os pobres: servos de gleba, meeiros, semi-servidão...

 






Séc. X: fundo do poço da degeneração: um papa chegou ao trono com 18 anos! Famílias controlavam o papado: assassínios, adultério...

 



     


Monges (início) – vida de pobreza, oração

    





Missionários: grandes santos

    






    Mendicantes: o contra-ponto do poder: a pobreza.

 





    Clero pobre: paróquias do interior (embora às vezes degenerasse...)

 




                DISSENÇÕES

               A intromissão imperial, a luta por questões teológicas e litúrgicas levaram ao 1o. grande rompimento – 1054: Cisma Oriental – Igreja Romana Latina X Igreja Ortodoxa grega

                Crises que levaram a um novo tempo histórico e eclesiológico: A REFORMA PROTESTANTE  E A MODERNIDADE.

 



Ver também no blog do Maffei - A Igreja na Idade Média

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