domingo, 27 de maio de 2018

ENTREVISTA COM LEANDRO KARNAL


Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo e professor na Unicamp, o escritor e historiador Leandro Karnal se transformou em autor best-seller – com livros como Todos contra todos – O ódio nosso de cada dia (Leya), Diálogo de culturas (Contexto), Pecar e perdoar – Deus e o homem na história (HarperCollins), A detração – Breve ensaio sobre o maldizer (Unisinos), entre outros – e tem atuado como um dos intelectuais e pensadores mais solicitados do país para palestras, aulas e participações especiais que o transformaram em autêntico formador de opinião do Brasil contemporâneo. Ele acumula mais de 1 milhão de seguidores em redes sociais e seus vídeos e frases circulam com enorme popularidade na internet.
Super articulado e com um repertório de temas, argumentos e interesses que o aproximam de audiências das mais heterogêneas, Karnal, um ateu confesso, lançou recentemente dois novos livros, ambos realizados a quatro mãos e que têm a fé e a religiosidade como objeto de discussão. Em parceria com o Padre Fábio de Melo, fez Crer ou não crer (Planeta), que documenta várias conversas dos dois interlocutores. Com o professor Luiz Estevam de O. Fernandes é o coautor de Santos fortes – Raízes do sagrado no Brasil (Anfiteatro), em que reconstroem, com bom humor e simplicidade, biografias e hábitos religiosos do cotidiano de fé do Brasil a partir da trajetória de santos populares como São Jorge, São João e Santo Antônio, além de dedicarem um capítulo às múltiplas faces e títulos de Nossa Senhora e outro aos “santos fora do altar”, como Padre Cícero, escrava Anastácia e outros casos curiosos de devoção popular.
Colunista do jornal O Estado de S. Paulo e com participações diárias nas rádios e canais de TV do Grupo Bandeirantes, Karnal não para. Em janeiro de 2018 vai “refugiar-se” em um mês de estudo e pesquisa na Inglaterra, a terra do dramaturgo, para concluir um livro sobre Shakespeare. Também está trabalhando em um livro sobre preconceito e não perde de vista o desejo de melhorar seu texto, cuja fluência já é admirável, e seguir perseguindo a sabedoria como propósito de vida está lançando um livro com a monja zen budista Coen.
O senhor gosta de entrevistas? Por quê?
Leandro Karnal. A resposta deveria ser ambígua: sim porque é uma maneira de divulgar meu trabalho; sim porque por vezes existe empatia entre repórter/perguntas/entrevistado; sim porque as entrevistas mostram como alguém está me vendo e analisando; sim porque contemplam meu narciso; sim porque aprendo ao responder. Da mesma forma, não porque são muitas e perdem um pouco do viço da novidade; não porque repetem questões sobre as quais já falei inúmeras vezes; não porque algumas perguntas demandariam uma intimidade e uma sinceridade que ultrapassariam as fronteiras do permitido no momento e, por fim, não porque aparentemente o que eu queria dizer sobre um tema está em livros e palestras já minuciosamente explicitado.
Como surgiu a possibilidade de fazer Crer ou não crer?
Leandro Karnal. Li, há anos, Em que creem os que não creem (de Carlo Maria Martini e Umberto Eco), que era um debate epistolar entre um cardeal católico e um intelectual ateu. A ideia surgiu ali. Depois, mais recentemente, comprei A monstruosidade de Cristo (Slavoj Zizek e Jonh Milban) com propósito parecido mas maior pretensão e peso dos autores. A partir destas obras, pensei: o público brasileiro poderia ler algo entre pessoas que são conhecidas pela fé e pelo ateísmo. Acima de tudo, imaginei que o livro seria um bom debate pelo conteúdo, mas também pela atitude: nem eu e nem o Padre Fábio desejávamos “lacrar”, neologismo para calar o adversário com argumentos imbatíveis. Queríamos conversar sobre dois projetos distintos, com metas diversas, porém, mediadas pela humanidade de ambos e pela amizade.
Qual é o maior desafio para estabelecer o diálogo?
Leandro Karnal.Nenhum de nós é dogmático e ninguém precisava “vencer” o debate. Assim, quem procura sangue e apologética, vai se decepcionar com o texto. O Padre Fábio vive um cristianismo encarnado na existência, uma fé que busca o outro na sua fronteira e na sua especificidade. Ouso aproximar esta postura da de Jesus: janta com publicanos, festeja com Zaqueu, perdoa a adúltera e não faz da crença um aríete de humilhação do outro. Meu ateísmo nunca foi catequético e não quer ninguém abandonando sua crença por minha causa. A Cristologia encarnada do Padre Fábio e meu horror à catequese apologética aproximaram a conversa. Assim, embalados na serenidade do afeto, falamos das nossas posturas, convicções, alegrias e medos. Foi muito bom.
Como não cair na tentação do “ataque” ou da competição?
Leandro Karnal. A tentação do ataque revela insegurança do interlocutor e narciso fraturado. Ataco porque me incomoda e tento destruir minha dúvida atacando. Para alguns religiosos, a tentação tem origem no demônio. Para mim, tem origem na vaidade. Como a vaidade é o primeiro pecado de Lúcifer, podemos conversar tranquilamente sobre o lado obscuro da psique humana (ou da alma) que sente prazer provocando a dor no outro. A verdade está excluída deste tipo de debate. O debate vaidoso domina a internet. Como diria Paul Valéry, quem julga não vai ao fundo de uma questão.
De onde vem o seu interesse pelos santos populares do Brasil e como se deu o trabalho com o professor Luiz Estevam Fernandes para Santos fortes?
Leandro Karnal. Sou um estudioso de hagiografia há décadas. Meu doutorado tratou também disto. Dou cursos de pós-graduação sobre textos e fontes de sagrado, como a Bíblia ou a Legenda Áurea. Tenho um profundo interesse em tudo que expressa o humano. Luiz Estevam trabalha com América Colonial também e, como todo pesquisador de colônia, está imerso em fontes religiosas. O resultado foi um livro que nos deu muito prazer e muita vontade de debater e aprender.
O que é incontornável quando temas como fé e espiritualidade passam a ser objetos de interesse e pesquisa de um autor assumidamente ateu?
Leandro Karnal. Como pesquisa nada é incontornável. Uma vez eu disse a um entrevistador que eu era um ginecologista homem, pesquisava o que não tinha. A ideia é divertida, mas é parcial: o ginecologista não tem mas observa diariamente a existência real do que não possui no consultório. Poderia dizer: sou um psiquiatra, trabalho com esquizofrenia e tento entender os mecanismos do paciente que vê coisas que eu sei que não existem. Continuamos em um campo problemático, pois eu acabo de aproximar a fé de uma experiência de doença, algo que Freud imaginou, porém eu nunca compartilhei da convicção psicanalítica clássica sobre o tema. Eu prefiro dizer que o pesquisador, tendo fé ou não, tem a sedução do saber, a vontade de aprender, o desafio do seu objeto. O historiador Quentin Skinner diz que o bom pesquisador deve eleger temas fora da sua área de afeto, pois, caso contrário, acaba confundindo paixões com metodologia. Não segui o conselho do grande autor inglês: sou absolutamente seduzido por santos, relíquias, textos sacros, narrativas de milagres, peregrinações etc. Entro feliz em igrejas, observo imagens, participo de cerimônias, analiso liturgias e práticas. Estou finalizando um curso na pós da Unicamp sobre o teórico Michel de Certeau e a possessão [das freiras] de Loudun na França do século 17. Se fosse possível, passaria o resto da vida lendo e aprendendo sobre estes fatos, pois poucas coisas revelam tanto o humano como a religião e a religiosidade.
Que espaços podem ser preenchidos na história da cidadania no Brasil?
Leandro Karnal. Desde a origem, a cidadania no Brasil (ou nos EUA) foi concebida como um modelo ideal não acessível a todos. Na colônia, havia os “homens bons”, ou seja, brancos livres e ricos. Exerciam participação nas câmaras municipais. Nos EUA, o conceito era “nós, o povo” em 1776. Tanto lá como aqui o conceito ideal foi sendo ampliado para brancos pobres, negros, mulheres etc. Passados alguns séculos, nosso conceito de cidadania ainda é excludente. Pergunta técnica para cada um responder silenciosamente no seu quarto: o exército entrou na comunidade da Rocinha há pouco no Rio. Seria concebível a mesma operação em um condomínio de luxo da Barra da Tijuca ou em um prédio da Vila Nova Conceição, em São Paulo? Dependendo como você responder a esta pergunta de foro íntimo e de argumentação livre você estará demarcando um terreno sobre cidadania. Essa resposta é a sua fronteira sobre cidadania.
O que o senhor mais tem aprendido com seus alunos ou nas palestras que faz Brasil afora?
Leandro Karnal.Que o Brasil não é o governo do Brasil. Que o Brasil lota auditórios em uma sexta à noite para pensar sobre ética. Que o Brasil está muito irritado com os canalhas que nos governam, pelo menos com o grande número de canalhas, com honrosas e notáveis exceções de bons políticos. E, por incrível que pareça, a conclusão mais extraordinária é a mais banal: o Brasil não se resume a Rio e São Paulo.
A que atribui a sua habilidade com as palavras?
Leandro Karnal.Estudar literatura retórica ajuda muito: Cícero, Quintiliano, Bossuet, Vieira etc. Tenho um amor pelas palavras que foi reforçado na escola e encontrou apoio caseiro. Porém, existe uma prática também. Hoje eu falo um pouco melhor do que falava há 30 anos. Prática ajuda e, por fim, existe uma relação de desejo entre o orador e seu público e ela deve ser recíproca. Sou um professor: sempre quero que os alunos entendam. Para isto, humor, sínteses, imagens, gestos e gradação de voz ajudam. Meu objetivo maior é a compreensão. Conheço colegas brilhantes, geniais no conhecimento, densos no saber e que preferem nunca conspurcar a pureza do saber com sua sistematização para grandes públicos. Nunca achei que eles estivessem errados, mas meu objeto é o público e o que eu falo e escrevo é um signo aberto, mas acessível ao maior número possível.
Como lida com a notoriedade da pessoa pública em que se transformou?
Leandro Karnal.Nem sempre é fácil. A experiência do fã que me encontra é única e especial, mas para mim é a centésima do dia. Tenho me policiado sobre isto. Porém, nem sempre é fácil. Há aquele que gosta do que falo ou escrevo e sorri para mim, feliz e discreto. Há o que quer a foto apenas. Há o que imagina que sou seu amigo há tempos, porque a pessoa, como ouço, “vai para a cama comigo com frequência” (ou seja, ela me escuta quando vai dormir), todavia há o esquecimento que a intimidade, neste caso, é só dela. Há corporalidades variadas: algumas pessoas agarram muito, interagem não de forma calvinista, porém kamasútrica. E há os muito invasivos de jantares familiares ou até do momento no banheiro.
Que percepção tem da educação no Brasil em 2017?
Leandro Karnal.A escola é parte da minha vida. Acho que nós, educadores, estamos perdendo o bonde do mundo que rompeu com a memória como fonte e elegeu a criatividade como guia. Quando eu digo que perdemos o bonde já sinto que estou defasado até na metáfora. A escola, em geral, não percebeu que o celular é a memória das pessoas (como um HD externo) e que não há mais sentido na busca da memória como objetivo. Seria como insistir em usar nanquim na era do tablet ou reforçar números romanos como essenciais para a compreensão do mundo. O que é essencial é o aluno perceber o que é um sistema numérico simbólico ou posicional e isto ele pode saber estudando números maias.
Como lida com a responsabilidade de ser um formador de opinião?
Leandro Karnal. Este é um papel de grande responsabilidade e nem sempre tenho a extensão clara do que ocorre. Queria sempre lembrar que minha subjetividade permanece, que nunca é uma opinião isenta ou acima da história. Sempre insisto: não busque gurus, busque boas perguntas que uma pessoa pública pode estimular ou não. Nunca seja um minion.
O senhor diz que pessoas medíocres não conseguem perdoar o sucesso alheio. Isso acontece com o senhor?
Leandro Karnal. Acontece com todo mundo, inclusive comigo. Tenho a experiência que pessoas felizes com o que fazem (que pode ser algo muito simples) não se incomodam com o sucesso alheio. O ressentimento é uma erva daninha que nasce do solo da tristeza e da frustração. Todos invejamos e temos cobiça. Isso é parte da nossa natureza, minha inclusive. Porém, o que me incomoda é como algumas pessoas insistem em fazer o papel da mariposa e continuam se queimando ao tocar em uma luz que não é a sua. Pior, a luz da pessoa poderia ser intensa, bastaria deixar de se sentir atraído pela gravidade do astro ao lado. Queria dizer a todos, a todas e a mim mesmo sempre: busque sua luz, seu caminho, sua senda e sejam mais felizes. Há muita dor no voo vicário.
A que atribui o seu sucesso?
Leandro Karnal.Não sei. Realmente não sei. Talvez não exista uma explicação razoável e racional. Existem fatores: momento, preparo, inclinações e novos meios de difusão. Ao responder isto, já incorro na soberba de concordar que sou uma pessoa de sucesso. Seria também possível dizer que fama ou venda de livros ou demanda de palestras é sim um indicador de um tipo de sucesso. Em outros campos este brilho pode não ser tão intenso ou marcante. Ou seja: ninguém é um sucesso total.
Quais são os projetos que o mobilizam atualmente?
Leandro Karnal. Estou escrevendo sobre Shakespeare e vou passar o mês de janeiro estudando na Inglaterra para isto. Tenho um livro sobre preconceito sendo elaborado, quero melhorar minha escrita e mudar a maneira de fazer palestra de forma muito radical. Tenho tentado me reinventar e continuar pensando. Amo o que faço, adoro ser professor, adoro a Unicamp e meus alunos, sou feliz com as férias que faço com a família e gostaria de melhorar muito como pessoa. Está difícil, mas tenho grande mobilização interna para tentar ser sábio um dia. Mesmo!


Fonte: https://livrariadavila.com.br/entrevista-leandro-karnal/

GREVE, LOCAUTE OU PARALISAÇÃO POR QUE DEU NO SACO MESMO?


Não é a toa que muitos historiadores sugerem que fatos históricos só sejam realmente entendidos com algum tempo de ocorrência. Mas se atendêssemos a esse cuidado seria fácil. Como não gostamos de coisas fáceis vamos correr o risco e procurar entender do que se trata essa paralisação dos caminhoneiros, risco este que poderá ser uma versão equivocada da realidade.
Como dizia Marx o importante não é filosofar sobre revolução, mas sim fazê-la. Como Marx era alemão, traduzi da minha maneira.

Em primeiro lugar esse movimento dos caminhoneiros embora empolgante para quem viveu ouvindo a turma do barulho falando da greve geral revolucionária, e olha, desde que tenho um pouco de consciência política, lá pelos anos de 1986, não foi muito para frente e não acredito que essa paralisação não seja reflexo de uma greve geral revolucionária. No máximo, talvez, muito dificilmente o Temer seja defenestrado. Mas não seria um levante do proletariado que resolveu cruzar os braços.
Poderíamos pensar em Locaute (do inglês - lockout) que seria uma paralisação dos donos de transportadoras. Parece que alguns realmente estão dando um discreto apoio, principalmente pela sonhada redução de impostos. Mas também parece não encaixar essa paralisação nessa categoria.


O que realmente parece ao lançar um olhar sobre as lideranças do movimento é que realmente, o povo se encheu! Não dá mais para o pessoal ficar mamando nas tetas governamentais e o povo pagando tudo que se faz através de impostos abusivos e serviços precários.
Para basearmos a frase acima olha que discurso interessante postou hoje o senhor José Fonseca Lopes de 76 anos e presidente da ABCAM (Associação Brasileira de Caminhoneiros):



SOBRE OS PEDIDOS DE INTERVENÇÃO MILITAR:
ALERTA URGENTE!!!! – DIA 27/05/18 ÀS 13:20
Caminhoneiros, bom tarde!!! Estou observando que a maioria dos participantes dessa grande e única manifestação E NUNCA VISTA EM NOSSO PAÍS, proclamam por uma Intervenção Militar já!!! E confesso que estou muito assustado com essa posição. Então eu pergunto a todos esses que clamam por uma intervenção militar: - Vocês sabem o que é uma Intervenção Militar????

Em países onde vigora o Estado Democrático de Direito que o caso do BRASIL, algo como uma “intervenção militar” em que acontece o uso do poder das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) só pode ocorrer sob ordem dos poderes constituídos, isto é, dos conselhos formados por membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo e com a devida supervisão do Poder Judiciário. No Brasil, as intervenções militares, segundo a Constituição Brasileira de 1988, só podem efetivar-se legalmente em três casos específicos: 
1) intervenção federal; 
2) Estado de Defesa; 
3) Estado de Sítio.

Então pessoal, não podemos clamar por uma Intervenção Militar, esse pedido está equivocado e não será o remédio apropriado para a nossa situação.
Devemos tomar cuidado com o que estamos postando, porque numa intervenção militar os mesmos personagens continuaram no poder e penso que o povo quer mudar justamente isso, tirar esses hipócritas do poder agora. Não é isso mesmo que todos nós almejamos pessoal????
Se vocês querem saber o General Villas Boas está reunido neste momento na sala do Alto-Comando do exército (27/05), sob a coordenação do Ministro da Defesa e com a presença dos comandantes das Forças e outros militares, para uma vídeo-conferência com os responsáveis por áreas de atuação na solução da “greve dos caminhoneiros”.
Isso quer dizer que se for necessário as forças armadas por decisão do governo intervirão em favor da ordem a pedido do presidente da república e aí pergunto a todos: - é isso que estamos querendo???
Vamos pensar um pouco nisso!!!
Fonseca – Presidente da ABCAM



Uma posição bastante coerente, que me faz optar pela terceira posição que expus acima: nem uma greve geral dos trabalhadores unidos e conscientizados, nem um locaute por parte de maldosos patrões que querem que os preços subam e os impostos abaixem e sim de pessoas que devido a um erro estatal estratégico (onde o estado preferiu investir desde JK nas rodovias e não em ferrovias) estão com a paciência esgotada com a classe política brasileira e suas lambanças econômicas.

300 MIL VISITAS MERECE UMA CARA NOVA.

          Não fiquei acordado para ver, mas na passagem da noite de 26/05/2018 para 27/05/2018 conseguimos a visita de número 300.000. 
          Refletindo sobre o papel e objetivo do blog do maffei, depois de ficar quase seis meses sem postar nada, talvez uma ou outra matéria, pude notar a abrangência do mesmo até quando pouco acariciado de novas matérias. 
         Muitos alunos o utilizaram, assim como minhas páginas no facebook. Vários países utilizaram como material de pesquisa onde em quantidade de visitas foram 9.407 estadunidenses, 4.529 russos, 4.346 portugueses, 1.664 alemães, 615 espanhois, 493 hindus, 465 ucranianos, 448 poloneses, 397 franceses e a partir dessas quantidades o blogger não menciona.

          Em respeito a todos esses visitantes e também aos brasileiros que são a grande maioria: 268.298 vamos dar uma nova repaginada no blog do maffei que passará a ter as seguintes seções, cada uma com seu próprio ícone, sendo numeradas por assunto de um a dez e com o número em seguida sendo a quantidade de vezes que a seção publicou uma matéria, assim sendo:

1.0 - História - Senta que lá vem a História (um plágio de uma seção que existia num infantil da TV Cultura), mas o ícone é quase uma exigência: ou senta ou...? Notem também que uso História com letra maiúscula significando uma Ciência.


2.0 - Filosofia - FILOSOFANDO com o famoso O Pensador de Rodin, porém este está caricaturado de uma forma bastante interessante:


3.0 - Religiões - História das Religiões.


4.0 - Música e História da Música - Musicando:



5.0 - Política - Política se Discute sim! Mas não é por isso que se precise faltar com respeito.


6.0 - Biografias - Gente De Quem? Essa seção tem esse nome em homenagem a minha cidade, Porto Feliz, onde dificilmente se pergunta filho de quem você é? Mas sim você é gente de quem?


7.0 - Ciências - Em searas alheia. Por quê? Somos historiadores mas adoramos meter o pitaco nas searas dos outros.


8.0 - Geografia - Onde estou?



9.0 - Línguas - Fala aí... diz para mim!


10.0 - Literatura e livros - Livros, livros e mais...Kindle!


Bem, seja sempre bem vindo, não esqueça de fazer um comentário e até as 500 mil ou um milhão de visitas!

sábado, 26 de maio de 2018

O QUE É HISTORIA ? SE NÃO QUISER SE ATRAPALHAR ACHE A SUA PRÓPRIA DEFINIÇÃO !


MULTIPLAS DEFINIÇÕES PARA A PALAVRA HISTÓRIA

            Na semana passada fui convidado para um culto numa igreja evangélica onde as pastora preletora usou a seguinte expressão: “as palavras têm poder”. Confesso que acredito piamente nestas palavras, pois acredito que as palavras, em todas as línguas, foram criadas para exprimir algo material, ou até “espiritual” e nesse sentido carrega um poder quase oculto que transcende a forma banal como as pronunciamos.
            Depois desta longa introdução coloco aqui meu desejo, procurar múltiplas definições desta poderosa palavra: a História.
            Início com uma frase do cara famoso mais perto da minha humilde pessoa, esse cara sou eu mesmo e costumo em minhas aulas expressar que para mim História é:
“Ciência que tem como objeto os seres humanos num determinado lapso temporal que através de pesquisas buscam comprovar determinados fatos.” (Sir Cláudio Maffei)


            Já que o cara mais famoso que conheço não convence muito vamos procurar outras definições para a ciência representada pela musa grega Clio.
            Comecemos por Napoleão Bonaparte, que por sinal, não era historiador:
“A História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo”. (Napoleão Bonaparte)


            O segundo também não é historiador, mas a Literatura e a História andam muito próximas:
“Escrever a História é um modo de nos livrarmos do passado”. (Johann Goethe)


            Agora vamos para um filósofo, notem que estamos aproximando: “O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores” (Cícero)


            Continuemos com um filósofo e continuemos falando do historiador, a profissão daquele que faz a História. “O bom historiador escreve do passado, criticando o presente e projetando o futuro. Toda a História que vale é a do futuro”. (Agostinho Silva).


            Olha ele de novo, mas agora com uma concepção bastante difundida do que é História: “A História é a testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.” (Cícero) Quando seu professor falar que a História é a mestra da vida, dá um truco nele e diz Cícero!
            Agora vamos a alguns historiadores: “A História é, antes de tudo, um divertimento: o historiador sempre escreveu por prazer e para dar prazer aos outros. Mas também é verdade que a História sempre desempenhou uma função ideológica, que foi variando ao longo dos tempos”. (Georges Duby).


            “A incompreensão do presente nasce da ignorância do passado”. (Marc Bloch) Por essa dá para entender que o Bloch diria algo assim do que é História (a versão é daquele primeiro famosão): A História é a Ciência da compreensão do presente através da compreensão do passado).


            E agora uma do conhecido “pai da História”, e não me venham com a infame perguntinha de quem é a mãe: “Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro” (Heródoto).


            Agora vai uma mulher, mas já aviso, é pura coincidência, ela não é a mãe da história! “A História é filha de seu tempo” (Vavy Pacheco Borges).


            “Desde que um homem assume atitude de historiador, tem que esquecer todas as considerações, como o amor aos amigos e o ódio aos inimigos... Pois assim como os seres vivos se tornam inúteis quando privados de olhos, também a História da qual foi retirada a verdade nada mais é que um conto sem proveito” (Políbio).


            “Houve outrora um funcionário chamado ‘lembrete’. O título era um eufemismo para cobrador de dívidas. A tarefa oficial era lembrar às pessoas o que elas gostariam de ter esquecido. Uma das mais importantes funções do historiador é ser um lembrete”. (Peter Burke).


            E para terminar vamos a Jean Glénisson, historiador francês que vai busca a palavra em sua etimologia: “Os gregos foram os primeiros a utilizá-los: istwr significa, originalmente, aquele que sabe, o testemunho. Daí vem  istwria, a busca, a pesquisa, seguida de seus resultados: o saber, seja ele referente à natureza, à filosofia ou ao passado humano. Depois, certamente por influência de Heródoto – que intitula Histórias o resultado de suas pesquisas acerca das guerras entre gregos e persas – o termo assume o sentido particular de busca do conhecimento das coisas humanas, de saber propriamente histórico. Esta evolução parece estar terminada já na época de Políbio, no século II a.C. Com reserva de que, como o saber histórico daqueles tempos não conhecia o rigor atualmente exigido, associando-se ainda as fábulas e as lendas aos fatos precisos, a palavra empregada para designar o saber histórico significava: narrativa.


            Voltando as explanações do famosão citado acima, a História é a Ciência que estuda os seres humanos, homens, mulheres e outros gêneros que existirem e para ser Ciência precisa de um método que é a pesquisa em suas diferentes formas e uma conclusão ou confirmação/negação do que está sendo pesquisado. Zéfini!
           





sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O ÚLTIMO IMPERADOR E A IMPORTÂNCIA DE VOLTARMOS AOS CLÁSSICOS

Pu Yi em cena do Filme O Último Imperador de Bertolucci

Depois de 30 anos voltei a assistir o “Último Imperador”, filme de Bernardo Bertolucci de 1987. Linda película de espetacular honestidade e singeleza.
Com ele notei a necessidade de aprender tudo de novo. Isso mesmo, reler e rever livros já lidos e filmes já assistidos. Verdade! O “Último Imperador” que vi em 1987 pouco tem a ver com o que assisti hoje, poucas foram as cenas que relembrei, talvez lembrava-me apenas da investigação no penico do imperador e que ele se transformou num jardineiro.
Não lembrava mais de nada! Acredito eu que em 1987 procurei mais o viés revolucionário do filme, a mudança social advinda da revolução maoísta e a beleza de igualar um imperador a um jardineiro. Hoje olho o sofrimento de um povo, o chinês, e as atrocidades dos japoneses, a atrocidade da guerra, a evolução de um imperador arrogante para um jardineiro e bibliotecário!
A necessidade de reler e rever é premente. Ainda bem que hoje existe a internet e o baixar livros em pdf, que podem ser lidos no kindle. Outros tempos, outras realidades, outras visões.

Biografia do Imperador PU YI
Imperador Pu Yi (Xuantong)

Pu Yi (Pequim, 7 de fevereiro de 1906 – Pequim, 17 de outubro de 1967), também conhecido como Henry Pu Yi e oficialmente como imperador Xuantong, foi o último Imperador da China da Dinastia Qing de 1908 até sua abdicação forçada em 1912 devido à Revolução Xinhai. Ele também foi imperador do estado fantoche japonês de Manchukuo de 1934 até o final da Segunda Guerra Sino-Japonesa em 1945 sob o nome de Kangde.
O pequeno Pu Yi

Após o movimento revolucionário dirigido por Sun Yat-sen, foi proclamada a República em 12 de fevereiro de 1912. No entanto, foi permitido a Pu Yi continuar morando na Cidade Proibida, a sede imperial, onde manteve algumas de suas prerrogativas, inclusive o título de imperador.
O Imperador em seu trono e vestes imperiais

Em julho de 1917, com a tentativa de restauração da monarquia pelo general Chang Hsün, durante a presidência de Li Yüan-hung, Pu Yi foi novamente colocado no trono, onde permaneceu nominalmente por doze dias.
Em 1924, quando as tropas do Kuomintang ocuparam Pequim, Pu Yi se refugiou na embaixada do Japão, primeiramente em Pequim e depois em Tientsin.
Pu Yi em trajes ocidentais, pois ele amava o modo de vida britânico

Quando os japoneses invadiram a China setentrional, ocupando a Manchúria, em 1931, e mudando o nome da região para Manchukuo, Pu Yi ocupou o trono de 1°. de março de 1934a 1945, tornando-se imperador-fantoche dos japoneses e o último descendente da dinastia Manchu ou Qing 1934.
Após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a Manchúria foi devolvida aos chineses. Pu Yi foi capturado pelos soviéticos, em 1945, e deportado com toda a sua família para a Sibéria. "Libertado" em 1949 foi entregue aos comunistas chineses, que o internaram no "campo de reeducação para criminosos de guerra" de Fushun, até o fim dos anos 1950.

O prisioneiro Henry Pu Yi

Libertado, instalou-se em Pequim, por autorização do Presidente Mao. A partir de 1959, passa a trabalhar como jardineiro no jardim botânico da cidade. Posteriormente atuou como bibliotecário da "Conferência Consultiva Política do Povo Chinês". A partir de 1964, tornou-se membro dessa instituição.
Pu Yi e Mao Tsé Tung

Escreveu uma autobiografia A primeira metade de minha vida, traduzido em inglês como From Emperor to Citizen.

Casado várias vezes (com duas imperatrizes e três concubinas), morreu em 1967 de um cancro renal, sem deixar descendentes. Seu irmão Jin Youzhi herdou a chefia da Casa de Aisin Gioro (Dinastia Qing) sendo o pretendente do trono chinês até o seu falecimento em 10 de Abril de 2015, quando seu filho (e sobrinho de Pu Yi), Jin Yuzhang, herdou a chefia de dita Casa Imperial sendo o atual reclamante do trono chinês.
Sua vida inspirou o filme O Último Imperador, dirigido por Bernardo Bertolucci.



Você também pode assistir em:
O Último Imperador





Veja também:

ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA: DOIS MUNDOS, UM MESMO FASCÍNIO PELO PASSADO

Quando falamos em escavar o solo em busca de vestígios do passado, muitas pessoas imediatamente pensam em fósseis de dinossauros e utensílio...

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