sábado, 15 de abril de 2017

HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA - GEOGRAFIA E POVOAMENTO - PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO


Podemos dividir a História da Grécia nos seguintes períodos: Pré-Homérico (séc. XX a XII a.C.), Homérico (séc. XII a VIII a.C.), Arcaico (séc. VIII a VI a.C.) e Clássico (séc. V e IV a.C.).

O Meio Ambiente e a Localização da Grécia
A Grécia Antiga começava no sul do Monte Olimpo na parte meridional da Europa conhecida como Bálcãs. O território grego é cortado ao meio pelo Golfo de Corinto, ao Norte deste golfo fica a Grécia Continental; ao sul a Grécia Peninsular. A forma do território grego se assemelha a uma mão aberta no Mar Mediterrâneo. Existindo ainda uma terceira parte: a Grécia Insular, formada pelas ilhas numerosas espalhadas pelo Mar Egeu.



O relevo da Grécia Continental apresenta numerosas cadeias montanhosas e nos seus meandros existem planícies férteis que isoladas territorialmente serviram para criar Estados locais onde a comunicação interna era muito difícil.
A Grécia Peninsular apresenta um litoral intensamente recortado, com golfos e baías que penetram profundamente no território tornando a navegação entre os diversos pontos da costa facilitada.
Na Grécia Insular, as numerosas ilhas espalhadas pelo Mar Egeu também facilitava consideravelmente a comunicação com o exterior. As ilhas do Egeu eram pontos de apoio que permitiam a navegação com terra sempre à vista. Como as técnicas navais eram ainda precárias essa possibilidade era fundamental pois o marinheiros não se aventuravam à navegação em mar aberto procurando manter a navegação de cabotagem.
Essa condições geográficas foram determinantes para entendermos algumas das características gregas como facilidade de se integrarem com o exterior, importância do comércio e da navegação e a fundação de colônias na Ásia Menor e na península Itálica.


Povoamento da Grécia Antiga – o Período Pré-Homérico



                Os habitantes da Hélade, os helenos, que era como os gregos se autodenominavam, são de origem indo-europeia. Os indo-europeus também chamados arianos, começaram a chegar no território grego por volta do ano 2.000 a.C.
                O primeiro grupo indo-europeu a chegar foi o dos AQUEUS. Vinham com seus rebanhos em busca de melhores pastagens e foram ocupando as melhores terras que encontraram, e tornaram-se sedentários. Nesse processo de ocupação assimilaram povos mais antigos existentes na Grécia, como os Pelágios ou Pelasgos, de origem desconhecida.
                Aos poucos, os AQUEUS formaram alguns núcleos urbanos: Micenas, Tirinto e Argos, sendo destes o mais importante o núcleo de Micenas. Os habitantes desta cidade entraram em contato com a Ilha de Creta. Nesta ilha existia uma civilização bastante avançada. Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a civilização CRETO-MICÊNICA, fruto da integração das duas culturas.
                Por volta de 1700 a.C., os núcleos indo-europeus na Grécia foram sensivelmente fortalecidos com a chegada de dois novos grupos arianos: os JÔNIOS e os EÓLIOS. Esses povos realizaram uma integração pacífica com os habitantes que encontraram na península Balcânica. A essa altura a civilização creto-micênica estava atingindo o máximo de seu esplendor.
                Os CRETENSES tinham muito a ensinar aos AQUEUS: técnicas agrícolas, navais, valores religiosos, etc. Eles dominavam todo o Mar Egeu. Mas os AQUEUS aprenderam tão bem que superaram seus mestres e acabaram destruindo a civilização cretense: por volta de 1400 a.C., os gregos tomaram Cnossos, a principal cidade de Creta.



                A destruição da supremacia cretense permitiu aos AQUEUS estender as suas atividades comerciais e de pirataria até as costas da Ásia Menor, na rota do peixe seco e do trigo, na entrada do Mar Negro (Ponto Euxino).
                Durante uma dessas viagens, nos inícios do século XII a.C., os gregos destruíram a cidade de Tróia (Ilion, em grego), que ocupava uma posição estratégica nos estreitos, entre o Mar Egeu e o Mar Negro. Isso deu aos gregos o controle do tráfico marítimo na região.
                A civilização micênica estava atravessando um momento importante: expandia em direção à Ásia. Mas iniciou-se uma nova invasão na península grega, chegavam os DÓRIOS, último grupo de povos indo-europeus a penetrar no território heleno. Mais aguerridos, ainda nômades, conhecedores de armas de ferro, os DÓRIOS arrasaram as cidades gregas. Micenas ficou em ruínas.
                A população das cidades micênicas fugiu e se espalhou, muitos se retirando para lugares afastados, protegidos dos DÓRIOS, no interior do território, outros fugiram para o exterior: numerosas colônias foram fundadas pelos gregos surgindo assim nas costas da Ásia Menor e em outros lugares do Mar Mediterrâneo uma continuação da civilização micênica.
                Esse processo de dispersão recebeu o nome de DIÁSPORA e esta foi a primeira diáspora grega.
                Com a chegada dos DÓRIOS, começou um novo período na história da Grécia: a vida urbana desapareceu, a população regrediu para uma vida mais primitiva, voltando a se organizar em pequenas comunidades, cuja célula básica era a grande família ou o GENOS.
               




sexta-feira, 14 de abril de 2017

UM FILME PARA A SEXTA-FEIRA SANTA: A PAIXÃO DE CRISTO


Aproveitando o ensejo da data para uma reflexão cristã nada com revermos também a paixão de Cristo.

APRENDENDO SOBRE KARMA NUM MOSTEIRO DA TAILÂNDIA



O breve e bonito Documentário realizado por Jörg Dittmar sobre Karma, de aproximadamente 12 minutos, no link abaixo nos informa de uma das principais características do Budismo. Pela beleza, mesmo que não se acredite, vale a pena assistir, pois ele passa num simples mosteiro na Tailândia, onde a fotografia, paisagem e mensagem são belíssimas.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: REVENDO O FILME LUTERO.




A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma nesta milenar instituição.

Como estamos chegando nos 500 anos do início deste movimento que tal revermos o filme Lutero? Aí está ele pelo you tube, basta clicar:

https://youtu.be/PlP-Xt4LLNg

quarta-feira, 12 de abril de 2017

COMO FUNCIONA O CONTRABANDO DE PETRÓLEO DO ESTADO ISLÂMICO?



Todas as partes do conflito sírio se beneficiam dos hidrocarbonetos baratos do EI

O excedente é contrabandeado através de uma nebulosa rede de traficantes


As acusações feitas pelo Governo russo sobre o envolvimento da Turquia e da família do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, com o contrabando de petróleo do Estado Islâmico (EI) reacenderam o debate sobre os hidrocarbonetos gerenciados pelo grupo jihadista. Mas, quais são as dimensões reais desse comércio? Especialistas do Irã, Iraque, Síria, Turquia, Estados Unidos e Reino Unido consultados pelo EL PAÍS concordam que a questão não é tão simples como Moscou tenta apresentar, uma vez que envolve uma rede difusa de intermediários e traficantes.


O Estado Islâmico controla sete campos de petróleo na Síria e, no Iraque, após as ofensivas dos curdos e do Exército, seus ativos foram reduzidos basicamente a três poços pequenos. Para Valérie Marcel, analista de petróleo da Chatham House, os números divulgados por diversos meios de comunicação até agora, de que o EI teria uma produção de até 100.000 barris de petróleo por dia (bpd), com um lucro diário de 3 milhões dólares (11,2 milhões de reais), são "exagerados". "A produção não é mais do que, no máximo, 40.000 bpd", afirma Marcel. Outras instituições, como a Agência Internacional de Energia, calculam a metade desse volume. Considerando que o preço internacional do petróleo caiu drasticamente nos últimos 18 meses, diversas fontes consultadas acreditam que o lucro anual do EI com o comércio ilegal de petróleo não deve superar 100 ou 200 milhões de dólares (entre 370 milhões e 750 milhões de reais).
O sírio Aymenn Jawad al-Tamimi é um dos poucos pesquisadores que teve acesso a demonstrações financeiras do EI e que decidiu publicá-las. Em uma delas, que analisa as contas da província de Deir ez Zor durante o mês de dezembro de 2014, foram registrados 1,99 milhão de dólares (7,4 milhões de reais) em receitas petrolíferas. Portanto, Tamimi destaca que, se esses são os rendimentos da província petrolífera mais importante que o EI tem na Síria, os lucros do grupo com o petróleo não podem ser tão altos como os que estavam sendo divulgados.


Além disso, os bombardeios dos EUA e da Rússia modificaram muito o comércio de petróleo. "Há um ano, era o próprio EI que gerenciava toda a cadeia produtiva: a produção, o refino e o transporte até a fronteira. Mas, agora, os bombardeios tornam esse negócio perigoso, por isso o terceirizaram", disse Marcel. "Muita gente participa no processo. Qualquer um que precisa de dinheiro entra no negócio porque, no leste da Síria, onde estão os poços, praticamente não há outra atividade de trabalho", diz Joshua Landis, professor universitário e diretor do blog Syria Comment: "Depois que os EUA bombardearam as refinarias fixas e móveis do EI, o petróleo agora é refinado em qualquer lugar, por exemplo, em pequenas poças no quintal das casas, o que torna mais difícil acabar com o processo, porque significaria bombardear aldeias inteiras".
Isso faz com que o petróleo sírio, que já é de baixa qualidade, contenha ainda mais impurezas. "Mas é o utilizado em toda a Síria, porque há um embargo internacional. É preciso conseguir energia de algum lugar, e o petróleo do EI é o mais barato", continua Landis, acrescentando que “toda a zona rebelde funciona com esse petróleo", tanto que, às vezes, o Estado Islâmico troca a commodity por armas que as diversas katibas rebeldes recebem do exterior, incluindo dos membros da coalizão contra o EI: "Os hidrocarbonetos também são comprados pelos curdos e pelo regime, que é particularmente dependente do gás do EI para manter suas usinas elétricas em funcionamento". No final de novembro, o Tesouro dos EUA anunciou sanções contra seis entidades e quatro indivíduos de nacionalidades síria e russa por terem participado de um esquema financeiro que permitia que Damasco pagasse o EI por suas compras de petróleo.

"Devemos levar em conta que o comércio na Síria não parou por causa da guerra, e o transporte de mercadorias de uma área para outra continua. Todas as partes estão interessadas que esse tipo de comércio continue, porque um tem o que o outro precisa", argumenta o cientista político sírio-espanhol Gabriel Garroum Pla. Para ele, as imagens de centenas de caminhões cruzando a fronteira entre a Síria e a Turquia divulgadas pelo Ministério da Defesa russo, como uma prova da conexão da Turquia com o petróleo do EI, "não são conclusivas". "Que exista contrabando de petróleo é inegável, sempre existiu. Que seja um comércio estrutural dirigido por grandes empresas estatais, não é plausível", acrescenta. Uma das razões alegadas pelas autoridades turcas em sua defesa é o volume relativamente pequeno desse tráfico. Segundo Valérie Marcel, o EI exporta para fora da Síria e do Iraque "não mais do que um quarto de sua produção", ou seja, entre 5.000 e 10.000 bpd, uma quantidade ínfima em comparação com o consumo de petróleo diário na Turquia: 720.000 bpd.

"Antes, a exportação era feita diretamente para a Turquia, porque era muito fácil jogar uma mangueira ou um tubo do outro lado da fronteira para escoar o petróleo", lembra Landis. No entanto, este ano o EI perdeu o controle de boa parte da fronteira com o vizinho do norte, e o Exército turco reforçou a vigilância. Agora, a operação é apoiada em redes de traficantes, ou mesmo comerciantes individuais que compram petróleo do EI em Raqqa, Deir ez Zor ou Mossul — por preços que variam de 4 a 15 dólares por barril, segundo várias fontes — que, por sua vez, o revendem para levá-lo para fora da Síria e do Iraque com a conivência de algumas autoridades locais, ou subornando funcionários das alfândegas. Segundo o Governo da Rússia, uma das rotas de contrabando passa pelo território rebelde e, depois, atravessa a Turquia; a segundo atravessa áreas controladas por milícias curdas-sírias e pelo regime; e a terceira entra em território turco depois de cruzar parte do Curdistão iraquiano.
Alguns relatórios destacam também que o EI estaria aproveitando as velhas redes de contrabando na região curda, que eram utilizadas pelo Partido Baath iraquiano para contornar o embargo na época de Saddam Hussein. De fato, o antecessor do atual grupo jihadista, o Estado Islâmico do Iraque, já tinha experiência em comercializar petróleo iraquiano quando, por volta de 2009, tornou-se forte em Mossul e concentrou-se na atividade mafiosa.
Abu Bakr al-Baghdadi, nomeado 'califa' pelo Estado Islâmico

Um coronel da inteligência iraquiana, citado pelo site al-Araby al-Jadeed, afirma que a cidade de Zakho, no Curdistão iraquiano, tornou-se um dos mercados fornecedores de petróleo comprado do EI, que é vendido a “máfias do contrabando formadas por curdos da Síria e do Iraque, juntamente com alguns cidadãos turcos e iranianos". O grupo estaria tirando proveito do movimento incessante de caminhões através da fronteira turco-iraquiana e da disputa pelo petróleo curdo: o Governo de Bagdá considera ilegais as exportações de petróleo do Governo do Curdistão iraquiano, por isso as grandes empresas do setor não o compram até que tenha chegado aos mercados internacionais, a fim de não criar problemas com o Executivo central.
O Curdistão iraquiano exporta diariamente 560.000 barris de petróleo através de um oleoduto que liga o porto de Ceyhan, na Turquia, mas também "várias centenas de caminhões" (ou seja, um mínimo de 20.000 barris) cruzam diariamente essa fronteira carregados de petróleo, de acordo com números fornecidos ao EL PAÍS por Sherko Jawdat, presidente da Comissão de Indústria do Parlamento regional curdo. A distribuição do petróleo comprado originalmente do EI estaria sendo facilitada pela camuflagem entre esses caminhões e pela vista grossa da Turquia na entrada, não inteiramente legal, do petróleo curdo. O Governo regional do Curdistão nega esse fato e assegura que monitora todo o seu petróleo. Mas Ruba Husari, analista do Iraqi Oil Forum, acredita que atividades "muito suspeitas" envolvem tais exportações.

FONTE: EL PAÍS, JAN/2016


O GRANDE ALEXANDRE DA MACEDONIA

Alexandre, o Grande



Rei da Macedônia (356 a.C. - 13/6/323 a.C.). Responsável pela unificação do mundo antigo sob a cultura grega. Filho do rei Felipe II e da rainha Olímpia, nasce em Pela, antiga capital da Macedônia, região no norte da Grécia. Sob a influência do filósofo Aristóteles, seu preceptor dos 13 aos 16 anos, passa a apreciar filosofia, medicina e ciências. Assume o trono aos 20 anos, após o assassinato do pai. Nos seus 13 anos de reinado, Alexandre, também conhecido como Magno (do latim, grande), cria o maior império territorial conhecido até então. Domina a Grécia, a Palestina e o Egito, avança através da Pérsia e da Mesopotâmia e chega à Índia. Organiza o Império Macedônico em nove reinos, ou diádocos, considerados propriedades privadas. Funda mais de setenta cidades, várias delas com o nome de Alexandria. Dessas, a mais famosa, seria localizada no delta do rio Nilo, no Egito. Essas cidades servem para o intercâmbio comercial com China, Arábia, Índia e interior da África. Suas conquistas e a criação dos reinos diádocos difundem a cultura grega no Oriente. A fundação da Biblioteca de Alexandria, com 700.000 volumes, transforma a cidade em um centro irradiador da cultura helenística. Contrai uma febre e morre, aos 33 anos, na Babilônia.

Aristóteles – O professor (preceptor)


Filósofo grego (384 a.C.-322 a.C.). Considerado o fundador da lógica, sua obra tem grande influência na teologia cristã na Idade Média. Nasce em Estagira, antiga Macedônia, atual província da Grécia. Muda-se para Atenas aos 17 anos, onde permanece como discípulo de Platão por 20 anos. Após a morte de Platão, passa três anos em Assos, na Ásia Menor, e muda-se para a ilha de Lesbos. Em 343 a.C., é chamado para ser professor de Alexandre, o Grande, da Macedônia. 




Quando Alexandre assumiu o trono, voltou a Atenas e, em 335 a.C., organizou sua própria escola, o Liceu (com bases aristotélicas), voltada para a pesquisa das ciências naturais. Aristóteles desenvolve aí um sistema filosófico baseado em uma concepção rigorosa do Universo. De orientação realista, defende a busca da realidade pela experiência. Para ele, deve-se procurar o conhecimento por meio do "intelecto ativo", como denomina a inteligência. Todas as suas obras se perderam, salvo Constituição de Atenas. O pensamento aristotélico foi preservado por seus discípulos e atinge várias áreas do conhecimento, como lógica, ética, política, teologia, metafísica, poética, retórica, antropologia, psicologia, física e biologia. Seus escritos lógicos estão reunidos no livro Organon. Morre em Cálcis, na ilha de Eubéia, na Grécia.



Cronologia da História de Alexandre, o Grande.

356 a.C. — Alexandre nasce em Péla, Macedônia, filho de Filipe II e Olímpias.

343/40 a.C. — Tem como professor o filósofo grego Aristóteles.

340 a.C. — Torna-se regente da Macedônia.

338 a.C. — Leva a cavalaria macedônia à vitória contra tebanos e atenienses, na Batalha de Queronéia.
Filipe funda a Liga de Corinto, federação de cidades helênicas, para se opor aos persas.

337 a.C. — Filipe divorcia-se de Olímpias para casar-se outra vez. Alexandre e a mãe dei­xam a corte.

336 a.C. — Assassinato de Filipe. Alexandre torna-se rei da Macedônia. Dano torna-se o Grande Rei da Pérsia.

335 a.C. — Destrói Tebas e marcha para o rio Danúbio.

334 a.C. — Entra na Ásia e derrota Dano no rio Granico.
333 a.C. — Derrota Dano em Isso.

332 a.C. — Conquista Tiro, dominando o litoral leste do Mediterrâneo.
               Toma o Egito, sem oposição.

331 a.C. — Funda Alexandria.
Derrota Dano em Gaugamelos, capturando a fortuna pessoal do líder persa e ganhando acesso para as três principais cidades do império: Babilônia, Su­sa e Persépolis.

330 a.C. — Ocupa Persépolis e queima o palácio de Xerxes. Dano é assassinado por conspiradores persas.

329 a.C. — Espitamenes lidera os bactnianos e os sogdianos em rebelião contra Alexandre.

328 a.C. — Alexandre recruta 30 000 jovens persas para seu exército.

327 a.C. — Derrota Espitamenes e casa-se com Roxane, uma jovem bactriana. Invade a India.

326 a.C. — Derrota Poro no rio Hidaspes.

324 a.C. — Expurga a administração na Mesopotâmia.
Incorpora seus 30 000 “sucessores” persas ao exército e dispensa 10.000 ma­cedônios.

323 a.C. — Morre na Babilônia, aos 33 anos de idade.




Durante onze anos, Alexandre, o rei da Macedônia, firmou uma reputação lendária como um dos mais notáveis líderes de homens e modelador de povos que o mundo já viu. Ele construiu um império que incluía os Bálcãs, parte do norte da África, o leste do Mediterrâneo, o sudoeste da Ásia e extensas regiões da Índia. Seu gênio mili­tar humilhou grandes reis e esmagou exércitos poderosos em batalhas que até hoje merecem o estudo de especialistas em arte militar.
As conquistas de Alexandre, contudo, refletiram não só sua ânsia de dominação, mas também sua crença em que Ocidente e Oriente poderiam unir-se sob um único sistema de governo e adequar-se a um único modo de vida. Sua visão do império encorajou uma mudança de costumes e conceitos ao longo do eixo de unificação criado pela rota de sua marcha. Suas campanhas foram o veículo de irradiação da cultura grega e, naquele momento, o helenismo atingiu seu ponto máximo de expansão.

A morte prematura de Alexandre, todavia, selaria a sorte do império que construíra. Não tendo deixado herdeiros, o que se viu foi uma acirrada disputa de seus generais pelo trono. Até mesmo o seu ideal de união e fusão dos povos do império acabou malogrando sem o pulso forte de um sucessor com o preparo de Alexandre, o Grande.
  


Referências Bibliografias:

WEPMAN, Dennis. Alexandre, o Grande. Coleção: Os Grandes Líderes,     Editora Nova Cultural,1988.
KING, Perry Scott. Péricles. Coleção: Os Grandes Líderes,     Editora Nova Cultural,1988.
CROSHER, Judith. Os Gregos. Editora Melhoramentos, 1992.
MACDONALD, Fiona. Como Seria Sua Vida na Grécia Antiga? Editora Scipione, 1996.

PILETTI, Claudino. Historia & Vida. Editora Ática, 1988. 

terça-feira, 11 de abril de 2017

QUEM É QUEM NO COMPLEXO CONFLITO DA SÍRIA



Perto de completar seis anos, com mais de 300.000 mortos, o tabuleiro das alianças no conflito sírio sofreu grandes transformações. A principal facção armada de oposição em 2011, o Exército Livre da Síria, se tornou uma das mais fracas, perdendo militantes em uma progressiva islamização e atomização do grupo rebelde. A crescente interferência de atores externos complica a definição de uma solução militar, além de exigir uma saída política negociada em diferentes níveis: nacional, regional e internacional. As negociações com o Irã marcam um evidente retrocesso na rivalidade Teerã-Riad, cujas consequências ainda estão por vir. Os avanços das Unidades de Proteção Popular curdas contra o Estado Islâmico (EI), apoiadas pelos Estados Unidos, preocupam Ankara, que realiza a sua própria guerra contra os turcos no sul da Turquia. No plano internacional, a Síria se torna o novo tabuleiro de rivalidades na Guerra Fria renovada travada pelos Estados Unidos e Rússia. Ao mesmo tempo, o vertiginoso avanço do EI e sua internacionalização com os atentados em Paris conseguiram reunir sobre o território sírio os atores que se enfrentam em nível internacional em uma nova e prioritária luta contra o terrorismo.
Estes são os atores que participam do conflito sírio, dentre os quais ainda falta definir quais farão parte da relação de negociadores e quem engrossará a dos grupos terroristas, condição para que se imponham uma trégua defendida pelas Nações Unidas e um roteiro para as próximas negociações de Genebra propostas para o final desta semana.

Médicos Sem Fronteiras 2013


GRUPOS SÍRIOS



Exército Árabe Sírio 

O presidente Bashar al-Assad dirige o Exército sírio desde que substituiu seu pai, Hafez al-Assad, na presidência do país em junho de 2000. Conta com algo entre 178.000 e 220.000 membros. Controla as maiores cidades do país, como Damasco, Homs, Latakia, Tartus, Hama e parte de Alepo, assim como as estradas que conectam umas às outras.
Forças Nacionais de Defesa
Criadas pelo Governo sírio em 2012, são consideradas um braço do Exército sírio integrado por voluntários e soldados da reserva, remunerados e armados pelo Governo sírio. Diferentemente dos Comitês Populares, essas forças atuam nas operações bélicas. Possuem entre 80.000 e 100.000 combatentes.
Comitês Populares
Surgiram durante a guerra civil síria para proteger os bairros nos territórios sob controle do regime de Damasco. Trata-se, geralmente, de moradores armados, treinados e remunerados pelo regime alocados nos controles de passagem erguidos nas áreas onde vivem as minorias cristãs, drusas e alauitas. Eles existem também nas zonas sunitas.


ALIADOS REGIONAIS
Hezbolá (Partido de Deus)
É um partido-milícia xiita libanês criado inicialmente com apoio sírio durante a guerra civil libanesa em 1982 para enfrentar as tropas israelenses. Posteriormente, passou a ser financiado e apoiado pelo Irã e dirigido por Hassan Nasrallah. Em suas fileiras, combatem de 8.000 a 10.000 milicianos. Tem forte presença na faixa ocidental que faz fronteira com o Líbano, em Alepo, em Latakia, na periferia de Damasco e no sul do país.
Partido Social Nacionalista Sírio (SSNP)
Partido secular fundado em 1932 no Líbano, com ramificações na Síria e no Iraque. Ideologicamente, defende a unidade da Grande Síria. Conta com algo entre 6.000 e 8.000 homens na frente de batalha da faixa ocidental da fronteira com o Líbano, em Alepo, em Latakia e no sul do país.
República Islâmica do Irã
Firme aliado de Damasco, presta apoio econômico e militar, fornecendo armamentos a Damasco. Também contaria com vários milhares de homens da Guarda Republicana iraniana no terreno, sob a forma de apoio tático e militar. Estes coordenariam também a seção iraquiana que combate na Síria ao lado das tropas regulares.
Os grupos insurrectos, especialmente os islamistas e jihadistas, recebem financiamento dos países do Golfo, principalmente do Catar e da Arábia Saudita. A Turquia se mostrou essencial para o transporte e a logística desses grupos até que células terroristas começaram a atuar no seu território.
ALIADOS INTERNACIONAIS
Militares Russos
Federação da Rússia
Moscou se mostrou um aliado consistente do Governo de Damasco desde o início do conflito, em 2011, mantendo um apoio político e diplomático que remonta à Guerra Fria. Trata-se do principal fornecedor de armas para o Exército sírio. Segundo os especialistas, o país conta com milhares de homens no terreno, entre especialistas, conselheiros e militares uniformizados. Desde setembro de 2015, sua força aérea vem bombardeando posições do EI e de outras facções insurrectas em território sírio ao lado do Exército regular. Contaria com uma presença militar aérea em Damasco, Homs, Latakia e, mais recentemente, em Hassake. Além da presença marítima na localidade litorânea de Tartus.
APOIOS DAS MINORIAS DA SÍRIA
Unidades de Proteção Popular curdas (YPG, na sigla em curdo)
Milícia armada que atua sob o comando do Comitê Supremo Curdo na região de Rojava (Curdistão sírio, ao norte do país, na fronteira com Turquia e Iraque). Trata-se de um movimento de esquerda conhecido pela ampla participação de mulheres, tanto no partido quanto no seu braço armado.
Recebe treinamento militar e armamentos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão da Turquia (PKK), assim como dos Estados Unidos. Apesar dos crescentes enfrentamentos com o Exército sírio, colaborou com ele na luta contra o EI em regiões como Hassake, no nordeste do país. Compõe a principal força das Forças Democráticas Sírias, criadas em outubro do ano passado para expulsar o EI e que reúnem também combatentes árabes sunitas e cristãos, bem como assírios e turcomanos. São também aliados do Conselho Militar Assírio, criado em 2013 para proteger áreas assírias de Hassake contra os jihadistas.
Contam com algo entre 40.000 e 50.000 combatentes. Desde outubro de 2014, cerca de 400 combatentes internacionais teriam se somado ao YPG, na brigada internacional Os Leões de Rojava.
Palestinos
A Síria conta com uma população de entre 400.000 e 500.000 palestinos. A grande maioria apoia o Governo de Damasco, gozando de status e direitos quase idênticos aos dos cidadãos sírios.
Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral (FPLP-CG)
Criada em 1968 sob a liderança de Ahmed Jibril, possui um braço armado que combate nos campos de refugiados palestinos ao lado do regime sírio. Comanda a luta no campo de Yarmouk, na periferia sul de Damasco. Os palestinos da Síria formam um ramo especial do Exército sírio denominado Exército de Libertação da Palestina, que combate junto às tropas regulares.

Aknaf Bait al-Maqdis
Milícia insurgente palestina que inicialmente lutou contra o Exército sírio e a FPLP-CG em Yarmouk, para mais tarde somar-se a estes últimos contra a investida da Al Qaeda e do Estado Islâmico (EI).

Drusos
A Síria tem uma população drusa de meio milhão de pessoas, principalmente na província de Sueida, no sul do país. Assim como os cristãos, a maioria dos líderes religiosos apoia o Governo de Damasco. O xeque Walid al-Balous foi o único que levantou a voz contra os rebeldes e também contra as forças do regime, propondo uma terceira via. Foi assassinado em 2015 em um atentado com carro-bomba.
GRUPOS INSURGENTES
Divididos em uma variedade de organizações, controlariam entre 10% e 25% do território sírio.
Exército Livre da Síria (ELS)
Um grupo de oficiais desertores do Exército regular, com o coronel Riad al-Asaad no comando, proclamou a criação do ELS em 29 de julho de 2011. Após cerca de cinco anos de conflito, o ELS deixou de ser a primeira força de oposição armada. Seus combatentes passaram a integrar outras facções insurgentes num processo de islamização motivado pelo financiamento estrangeiro, sobretudo de países do Golfo. Restariam 27 facções sob o comando do general Abdul-Ilah al-Bashir. Entre elas, destaca-se a Frente Sul, formada por 29 brigadas presentes em Deraa, epicentro das revoltas sírias, e em Quneitra.
Ahrar al-Sham (Homens Livres do Levante)
Coalizão de vários grupos islamistas e salafistas liderada por Abu Yahia al-Hamawi e uma das principais forças armadas insurgentes. Entre 10.000 e 20.000 milicianos lutam em suas fileiras. Têm uma forte presença e controlam zonas de Idlib, onde lideram a coalizão da Frente da Conquista com seus aliados da Al Qaeda.
Jaysh al-Islam (Exército do Islã)
Reunião de vários grupos islamistas e salafistas. É a principal força de oposição na periferia de Damasco. Combate tanto as tropas do regime como as do ELS. Após o recente assassinato de seu líder Zahran Alloush, o comando passou para Mohammed Alloush. Possui entre 20.000 e 25.000 combatentes. Entre seus bastiões, destacam-se Duma e Guta Oriental, na periferia de Damasco.
Jaysh al-Fatah (Exército da Conquista)
Aliança operacional entre diversas facções insurgentes que inclui moderados do ELS, islamistas como Ahrar al-Sham e jihadistas como Al Nusra. Foi criado em março de 2015 na província de Idlib para coordenar as operações, com apoio logístico e envios de armas fornecidos pela Turquia, Catar e Arábia Saudita.
Frente al-Nusra
Braço local da Al Qaeda na Síria. Presente nas listas de grupos terroristas dos Estados Unidos e da ONU, posiciona-se sobretudo no noroeste sírio após ter sido expulso por seu rival ideológico, EI, na parte oriental do país



Estado Islâmico (EI)
Em 30 meses, o EI havia conseguido conquistar entre 50% e 55% do território sírio, boa parte dele em zona desértica, na faixa oriental do país, praticamente despovoada. O atual grupo terrorista sofreu uma mutação desde que foi criado no Iraque como Jama’at al-Tawhid wal Jihad (Organização do Monoteísmo e da Jihad) em 1999 e seu posterior crescimento durante a invasão das tropas norte-americanas em 2003. Com a divisão da Al Qaeda, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês) passou a se chamar Estado Islâmico com a proclamação do califado por Abu Bakr al-Baghdadi, o “califa Ibrahim”, em junho de 2014, em Mossul (norte do Iraque).
O EI desenvolveu um importante aparato de propaganda e captação de recursos baseado em novas tecnologias cujo conteúdo é traduzido a mais de vinte idiomas. Também se nutre de contrabando de petróleo e peças arqueológicas e de extorsão através de taxas. Possui entre 25.000 e 40.000 jihadistas em suas fileiras, dos quais pelo menos 15.000 são estrangeiros de 80 nacionalidades. Cerca de 4.500 provêm da Europa (cerca de 20%, mulheres). O EI controla amplas áreas do noroeste da Síria até o noroeste do Iraque. Também está presente a leste de Alepo e mantém núcleos de simpatizantes em Idlib.
COALIZÃO CONTRA O EI

Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional contra o EI formada por países do Golfo e aliados ocidentais, dos quais nove (Austrália, Bahrein, Canadá, França, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido) participam dos bombardeios na Síria. Os ataques teriam provocado a morte de cerca de 22.000 jihadistas, segundo dados de Washington, assim como de centenas de civis, embora não haja cifras exatas. Os EUA também teriam formado, treinado e armado cerca de 100 milicianos opositores.
Em setembro passado, a aviação russa lançava a Operação Destruição Total, somando-se aos bombardeios contra objetivos do EI em território sírio e atingindo outros objetivos considerados terroristas por Moscou e Damasco. Os ataques teriam eliminado cerca de 1.000 jihadistas e outros 1.000 combatentes rebeldes, além de centenas de civis.
OPOSIÇÃO AO REGIME SÍRIO
Conselho Nacional Sírio (CNS)
Formado seis meses depois do início das revoltas de março de 2011, pretendia constituir-se como o governo alternativo no exílio. A Irmandade Muçulmana síria é uma parte importante do CNS. Tem sua base na Turquia, mas os analistas o consideram desconectado da realidade no terreno e com pouca influência sobre os grupos armados.

Coalizão Nacional para as Forças Sírias Revolucionárias e Opositoras
Foi formada em novembro de 2012, absorvendo o CNS, com o objetivo de criar um governo de transição sírio. O CNS abandonaria a coalizão em protesto contra sua participação nas conversações de Genebra, às quais mais tarde enviou vários de seus membros.
Alto Comitê de Negociações (HNC, na sigla em inglês)
Essa comissão, criada com o patrocínio de Riad, aglutina vários representantes da oposição síria para mediar as negociações de Genebra. Teria entre 30 e 40 membros, incluindo representantes da Coalizão Nacional Síria, veteranos opositores, da Irmandade Muçulmana síria, de grupos islamistas como Jaysh al-Islam e rebeldes como o Exército Livre da Síria.
Oposição interna
O Governo sírio designou uma lista de 38 opositores com quem se deve negociar, incluindo opositores de partidos laicos e democráticos.

Fonte: El País, 28/01/2016


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