terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

UM OLHAR DIFERENTE:O ESTRANHAMENTO


Maurits Cornelis Escher


(artigo de Emerson Santiago)


                Maurits Cornelis Escher (Leeuwarden, Países Baixos, 17 de junho de 1898 – Hilversum, Países Baixos, 27 de março de 1972) é um dos mais conhecidos e celebrados artistas gráficos modernos. Além do trabalho como artista gráfico, ele desenvolveu livros ilustrados, tapeçarias, selos postais e murais.

                Filho caçula de um engenheiro civil, muda-se com a família aos 5 anos de idade para Arnhem, onde passa a maior parte de sua juventude. Após reprovação em seu exame do ensino médio, Escher decide matricular-se na Escola de Arquitetura e Artes Decorativas em Haarlem no curso de arquitetura. Após uma semana apenas, informou ao seu pai que preferia estudar artes gráficas em vez de arquitetura. Foi aluno de Samuel Jessurun de Mesquita, a quem havia mostrado seus desenhos e linogravuras (variação da xilogravura utilizando linóleo), e que o encorajou a continuar com tal trabalho. É com este mesmo professor que Escher aprenderia as técnicas de desenho e se apaixonaria pela arte da gravura.

                Ao terminar os seus estudos, Escher decide viajar, conhecer o mundo, passando por Espanha, Itália e fixando-se em Roma, onde se dedicou ao trabalho gráfico. Pressionado pelas circunstâncias políticas da época (ascensão do fascismo), Escher muda-se para a Suíça, e logo depois para a Bélgica, e finalmente em 1941 regressa aos Países Baixos.

                As passagens por todos esses lugares, experimentando diferentes culturas, influenciaram a mente criativa de Escher, em especial a visita ao complexo de Alhambra, em Granada, na Espanha, onde foi apresentado à arte geométrica muçulmana aplicada nos azulejos. Este contacto com a arte árabe está na base do interesse e da paixão de Escher pela divisão regular do plano em figuras geométricas que se transfiguram, se repetem e refletem a partir das pavimentações. Ao preencher as superfícies, porém, Escher substituía as figuras abstrato-geométricas comum na arte árabe, por figuras concretas, perceptíveis e existentes na natureza (apesar de altamente estilizadas), como pássaros, peixes, pessoas, répteis, etc.

                Durante o período em que esteve em atividade, Escher fez 448 litografias, xilogravuras e gravuras em madeira, além de mais de 2000 desenhos e esboços. Como alguns dos seus antecessores famosos (Michelangelo, Leonardo da Vinci, Dürer e Holbein), Escher era canhoto. Seu trabalho lida com a arquitetura, a perspectiva e os espaços impossíveis, continuando ainda hoje a surpreender e admirar milhões de pessoas em todo o mundo. Em seu trabalho, reconhecemos uma minuciosa observação do mundo que nos rodeia e as expressões de suas próprias fantasias. Escher mostra-nos que a realidade é maravilhosa, compreensível e fascinante.

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