Período compreendido entre o
fim do Império Romano do Ocidente (476) e a conquista de Constantinopla pelos
turcos (1453). Divide-se em duas fases: Alta Idade Média e Baixa Idade Média.
ALTA IDADE MÉDIA –
Estende-se do século V ao XI. A Europa ocidental sofre sucessivas invasões dos
povos bárbaros, que se instalam na região rompendo a unidade política do mundo
romano. Organizam-se em reinos, conhecidos como reinos bárbaros, dos quais
sobressai o dos francos, que dá origem ao Império Carolíngio (751-814). Após a
morte de Carlos Magno, o Império se divide e sua porção oriental forma o Sacro
Império Romano-Germânico (962). É o período de formação do feudalismo, com a
ruralização da economia e a retração do comércio e da vida urbana.
A Igreja promove a
cristianização dos povos bárbaros e realiza alianças com as Monarquias feudais,
transformando-se também em grande proprietária de terras. É responsável pela
preservação da língua latina e da cultura antiga, principalmente por meio da
multiplicação dos mosteiros em toda a Europa. Funciona como um elemento de
unidade e de estabilidade, com o papa exercendo autoridade sobre todos os
cristãos. Essa influência se estende igualmente à arte medieval, dominada pela
religiosidade.
Enquanto o Ocidente sofre um
processo de fragmentação e ruralização, no mundo oriental surgem Impérios com
poder fortemente centralizado: o Império Bizantino e o Império Árabe. Estes
procuram expandir seu domínio no Mediterrâneo e mantêm relações comerciais com
o Ocidente, especialmente com cidades italianas.
BAIXA IDADE MÉDIA
–Estende-se do século XI ao XV. É um período de transformação e crise no
feudalismo, que abrem caminho para o capitalismo. As inovações tecnológicas
(como o uso do arado de ferro e de moinhos de vento), a diversificação de
culturas e a incorporação de novas áreas para o cultivo permitem o
desenvolvimento da produção agrícola. Como conseqüência, a população aumenta.
Surgem as Cruzadas, que permitem a expansão do cristianismo em direção ao
Oriente e a retomada do comércio em larga escala no mar Mediterrâneo.
As cidades (burgos) crescem e multiplicam-se. Seus habitantes, os burgueses, desenvolvem o comércio e o artesanato, organizados em corporações de ofício. Os dois principais pólos de crescimento urbano são o norte da Itália e o do mar do Norte. As cidades italianas (Gênova, Veneza, Milão, Pisa, Amalfi, Florença, Siena e outras) fazem o comércio de especiarias e artigos de luxo com o Oriente através do mar Mediterrâneo. As cidades comerciais do mar do Norte (Brugge, Antuérpia, Amsterdã, Bremen, Hamburgo, Lübeck e as da região de Flandres) recebem em seus portos mercadorias provenientes do mar Báltico e da Rússia. O aumento do volume de trocas obriga os comerciantes a aperfeiçoar os instrumentos de permuta. Criam, então, letras de câmbio, cheques e papéis de crédito. Nas feiras, que se realizam periodicamente em várias cidades da Europa, principalmente na região de Champagne (França), surge o banqueiro, especializado em avaliação e troca de moedas, bem como em empréstimo a juros. A rica burguesia dessas cidades controla o governo e domina a massa da população, constituída de trabalhadores assalariados. A vida urbana é marcada pela liberdade, em contraste com os laços de dependência pessoal que caracterizam as relações feudais.
O século XIV é assinalado por
grandes crises que interrompem o crescimento verificado nos 200 anos
anteriores. A peste negra dissemina-se por toda a Europa, provocando a morte de
cerca de um terço da população. Simultaneamente têm início rebeliões camponesas,
a Guerra dos Cem Anos e sucessivas crises da produção agrícola que comprometem
o abastecimento da população. A crise manifesta-se também no plano espiritual,
com a divisão do papado e a multiplicação dos movimentos considerados
heréticos, combatidos pela Inquisição. A tomada de Constantinopla pelos turcos,
em 1453, marca o fim da Idade Média.
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