Na
concepção de Arendt, a ideologia ou o pensamento ideológico possui três
elementos fundantes:
Primeiro: A característica dos
movimentos totalitários de sempre terem uma explicação total sobre a História,
em termos de passado, presente e futuro. Ou seja, fala sobre o quanto as
ideologias, seja a racista no hitlerianismo, ou a marxista no stalinismo,
orientam-se pelo “devir”, pelo “movimento” não analisam o passado segundo “um
conjunto de postulados acerca do que é, (...) mas de um processo que está em
constante mudança”.
Segundo: Trata sobre a propaganda,
conspirações e doutrinação. Arendt dá exemplos de doutrinação, como as escolas
nazistas para formar exércitos, as Ordensburgen, e as escolas soviéticas do
Comintern. Mas, mais importante para o conceito, fala sobre o quanto as
ideologias têm a capacidade de “emancipar” as pessoas da realidade em que
vivem.
Terceiro: Arendt explica através da
filosofia, como são e quais são os métodos utilizados pelo totalitarismo para
distanciar as pessoas da experiência empírica ou da realidade. Os processos de “movimento”
e de “emancipação da realidade” descritos anteriormente se dão através da dedução,
que parte de uma ou mais premissas axiomáticas. Seria o racionalismo
prevalecendo completamente sobre o empirismo. E, a partir do momento que o
sujeito adentra em tal “movimento”, tudo o que é anterior seria esquecido.
Daí,
a ideia de que a Ideologia estaria ligada com uma prática de esquecimento,
descrita por ela em outras obras. Tal elemento conclui, trata tanto de uma
prática persuasiva dos líderes e representantes do movimento, em seus
discursos, quanto de seus slogans e propagandas. Ao mesmo tempo, Arendt propõe certa
crítica e reconhece que há uma “substância” na base do marxismo que, com as
ideologias, ficou esquecido, com é o caso da exploração do proletariado. Ou
seja, até mesmo princípios importantes do marxismo foram deixados de lado em
prol da “camisa de força da lógica”.
Obs: em nenhum momento Hannah Arendt igualou o nazismo e o comunismo (socialismo) as colocou como ideologias autoritárias.
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