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HEGEL |
Os
jovens hegelianos, depois conhecidos como os hegelianos de esquerda, foram um
grupo de estudantes e jovens professores na Universidade Humboldt de Berlim
após a morte de Georg Hegel ocorrida em 1831. Os jovens hegelianos foram opositores
ao popular grupo hegelianos de direita (velhos hegelianos) os quais detinham as
cátedras do departamento e outras posições de prestígio na universidade e no
governo.
A
filosofia política de Hegel poderia ser lida em direções de esquerda ou de direita.
Os
hegelianos de direita acreditavam que as séries de evoluções dialéticas
históricas tinham sido completadas, e que a sociedade da Prússia, como ela
existia, era a culminação de todo o desenvolvimento social para a época, com um
extenso sistema de serviços civis, boas universidades, industrialização, e alta
empregabilidade. Os jovens hegelianos acreditavam que ainda haveria mudanças
dialéticas mais extensas para acontecer, e que a sociedade da Prússia da época
estava longe da perfeição e ainda continha focos de pobreza, o governo impunha
a censura, e os não luteranos sofriam com a discriminação religiosa.
Os
jovens hegelianos interpretavam o aparato estatal inteiro como, em última
análise, um clamor por legitimidade baseada em doutrinas religiosas;
especificamente o Luteranismo na Prússia contemporânea, mas eles generalizaram
a teoria para ser aplicável a qualquer Estado suportado por qualquer religião.
Todas as leis foram finalmente baseadas nas doutrinas bíblicas.
Como
tal, o plano deles para sabotar o que eles concebiam como o aparato do Estado
corrupto e despótico, era atacar a base filosófica da religião. No processo,
eles se tornaram os primeiros estudantes bíblicos objetivos e não religiosos
desde Espinoza em seu “Tratado Teológico-Político”.
David
Strauss escreveu “Das Leben Jesus” (“A vida de Jesus”), onde ele argumentou que
os ensinamentos originais de Jesus tinham sido ligeiramente deturpados e
modificados através dos séculos por propósitos políticos. Strauss argumentou
que a mensagem original de Jesus era destinada aos pobres e oprimidos da
sociedade, e não para o estabelecimento (establishment). Esses ensinamentos
tinham sido usurpados pelo estabelecimento (establishment) para manipular e
oprimir as populações do mundo prometendo a elas uma recompensa no pós-vida se
elas se mantivessem em seus lugares (obedientes) e não se levantassem ou
rebelassem contra o rico. Isso se coloca em oposição direta aos ensinamentos de
Jesus, que estava liderando um movimento de massa dos pobres, e dessa maneira
Strauss percebeu que a religião do Estado era inválida.
Bruno
Bauer foi mais longe, e alegou que a história inteira de Jesus seria um mito.
Ele não encontrou nenhum registro de alguém chamado "Yeshua de
Nazaré" em quaisquer registros da então ainda existente Roma (pesquisas
posteriores, na verdade, encontraram tais citações, como no historiador romano
Públio Cornélio Tácito e o historiador judeu Flávio Josefo, sendo que ambos
nasceram depois da suposta vida de Jesus). Bauer argumentou que quase todas as
figuras históricas mais eminentes na Antigüidade teriam sido citadas em outras
fontes (e.g.[1],
Aristófanes imitando Sócrates em seus papéis), mas como ele (Bauer) não pôde
encontrar qualquer fonte da época que tenha feito referências a Jesus, passou a
supor que toda a história de Jesus foi fabricada.
Ludwig
Feuerbach escreveu um perfil psicológico de um crente chamado “Das Wesen
Christentums” (“A essência da Cristandade”). Ele argumentou que ao crente é
apresentada uma doutrina que estimula a projeção de fantasias para o mundo.
Crentes são encorajados a acreditar em milagres, e a idealizar todas as
fraquezas deles imaginando um Deus onipotente, onisciente, imortal que
representa a antítese de todas as falhas e deficiências humanas.
Outro
jovem hegeliano, Karl Marx, era em princípio simpatizante dessa estratégia de
ataque à Cristandade para sabotar o estabelecimento da Prússia, mas mais tarde
formou idéias divergentes e rompeu com os jovens hegelianos. Marx concluiu que
religião não é a base do poder de estabelecimento, mas em vez disso é a posse
do capital – terras, dinheiro, e os meios de produção – que está situado no
coração do poder de estabelecimento. Marx percebeu que a religião era apenas
uma cortina de fumaça para obscurecer essa verdadeira base de poder de
estabelecimento, e certamente, era um amparo vital para o oprimido proletariado
– "o ópio do povo," o único conforto deles numa vida na qual ele não
estaria disposto a abandonar.
Max
Stirner ocasionalmente interagia com os jovens hegelianos, mas manteve posições
muito contrárias às desses pensadores. Consequentemente, ele satirizou e imitou
todos eles em sua obra “Der Einzige und Sein Eigentum” (“O Único e sua
propriedade”).
Os
jovens hegelianos não eram populares na universidade devido às suas opiniões
radicais sobre religião e sociedade. Bauer foi dispensado do posto de professor
em 1842, ao passo que Marx e outros estudantes foram advertidos de que não
deveriam se incomodar em submeter suas dissertações à Universidade de Berlim,
pois elas certamente seriam mal recebidas devido às reputações que eles
possuíam
Fonte:Wikipédia. "Jovens hegelianos”.
Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jovens_hegelianos. Acesso em 29 de jan. de 2022.
[1]
E.g ou e.g. – Abreviação de “exempli grata”, expressão latina que significa “por exemplo”, em português. Esta abreviação latina é
comum principalmente em textos jurídicos, seja na forma e.g. como também v.g.
(verbi gratia), que possui um significado equivalente ao de exempli gratia.
Assim deve usar o e.g. para indicar que o texto a seguir consiste em exemplos
referentes ao que está antes da abreviação. Por norma o e.g. deve ser usado
entre parênteses, seguido dos exemplos que estão relacionados com a oração
anterior. Na língua portuguesa é comum a substituição do e.g. pro p. ex. (“por
exemplo”), porém é aconselhável o uso da abreviação da expressão latina, principalmente
por ser de fácil entendimento em outros idiomas, por exemplo. Fonte: Site
Significados. Disponível em: www.significados.com.br/e-g/amp/.
Acesso em 05 de fev. 2022.
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