sábado, 15 de setembro de 2018

BIBLOS O PARAÍSO DOS ARQUEÓLOGOS





         



Biblos é o nome grego da cidade portuária de Gubla (ou Gebal). Era conhecida pelos antigos egípcios como Kbn e, mais tarde como Kpn. Embora continue a ser denominada de Biblos pelos investigadores (sobretudo em referência a épocas passadas), a cidade, que fica no Líbano, é agora conhecida pelo nome de Jubayl, o qual também tem origem na forma canaanita Gubla.
         Aparentemente, era através de Biblos/Gubla que o “papiro egípcio” era importado para a Grécia, pelo que tanto a planta como os “rolos” ou “livros” a partir dela fabricados recebam o seu nome. É também daí que surge o nome da Bíblia, que em grego significa livros.



        
Porto de Biblos
Biblos situa-se na costa mediterrânica do atual Líbano, a 42 quilômetros de Beirute. É um foco de atração para arqueólogos devido às fases sucessivas de vestígios arqueológicos resultantes de séculos de ocupação humana. Em 1860, o escritor francês Ernest Renan iniciou uma escavação no local, mas não ocorreu qualquer investigação arqueológica sistemática até 1920.
        
Ruina de uma casa neolítica em Biblos
Segundo o filósofo e historiador Fílon de Alexandria, Biblos era famosa por ser a mais antiga cidade do mundo. O local foi povoado primeiramente durante o período Neolítico por volta de 5.000 a.C. As primeiras características urbanas datam do III milênio a.C., como indicam os restos de casas edificadas com um tamanho uniforme. É a partir deste período que a sociedade canaanita local começa a complexificar-se.

AHIRAM


        
Por volta de 1.200 a.C, uma prova arqueológica de Biblos mostra aquilo que seria um alfabeto de vinte e dois caracteres; um exemplo importante destas descrições é o sarcófago do rei Ahiram. Um dos monumentos mais importantes deste período é o templo de Resheph, um deus cananeu da guerra (mas este ruiu na época do governo heleno e da chegada de Alexandre, o Grande, em 332 a.C.). A moeda já era utilizada, e há vestígios evidentes de um comércio com outras cidades mediterrânicas.
        
Durante o período Romano, o templo de Resheph foi reconstruído, e a cidade, embora menor do que as vizinhas de Tiro e Sídon, era um centro do culto a Adônis. No século III, foi edificado um teatro pequeno mas impressionante. A chegada do Império Bizantino fez com que se estabelecesse um lugar episcopal em Biblos e a cidade cresceu rapidamente. Embora se saiba que uma colônia persa se tenha estabelecido na região a seguir à conquista muçulmana (636), as provas arqueológicas são escassas. O comércio com o resto da Europa esmoreceu por completo, e a prosperidade não se faria mais notar em Biblos até que as cruzadas regressaram em 1098.

        
Biblos, sob o nome de Gibelet ou Giblet, foi uma base militar importante durante o século XI, e os imponentes restos do seu castelo das cruzadas está entre as mais espetaculares estruturas atualmente visíveis. A cidade foi tomada por Saladino em 1187, retomada pelos cruzados e eventualmente conquistada por Baibars em 1266. As suas fortificações foram subsequentemente restauradas. Desde 1516, a cidade e toda a região caíram sob o domínio turco e fizeram parte do Império Otomano.

Teatro romano de Biblos


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