Farol de Alexandria foi uma obra construída pelo Reino
Ptolomaico entre 280 e 247 a.C. na cidade de Alexandria. Ele tinha entre 120 e
137 metros de altura e era uma das sete maravilhas do mundo antigo, sendo que
por muitos séculos foi uma das estruturas mais altas do mundo. Danificado por
três terremotos entre os anos de 956 e 1323, tornou-se uma ruína abandonada.
Até 1480, era a terceira maravilha antiga sobrevivente (depois do Mausoléu de
Halicarnasso e da Grande Pirâmide de Gizé), quando então a última de suas
pedras remanescentes foi usada para construir a cidadela de Qaibay no mesmo
local. Em 1994, os arqueólogos franceses descobriram parte dos restos do farol
no Porto Oriental de Alexandria. Em 2015, o Ministério de Estado das
Antiguidades do Egito planejou transformar as ruínas submersas da antiga
Alexandria, incluindo as de Faros, em um museu subaquático. Em maio do mesmo
ano, o Comitê Permanente do Egito para Antiguidades anunciou planos de
reconstruir o monumento.
ORIGEM
Faros era uma pequena ilha localizada na margem ocidental do
Delta do Nilo. Em 332 a.C., Alexandre, o Grande fundou a cidade de Alexandria
em um istmo oposto a Faros. Alexandria e Faros foram conectadas depois por um molhe
que media mais de 1.200 metros e era chamado de Heptastádio (sete estádios – um
estádio era uma unidade de comprimento da Grécia Antiga que media
aproximadamente 180 m). O lado leste do molhe se tornou o Grande Porto, agora
uma baía aberta; no lado ocidental estava o porto de Eunosto, com sua bacia
interior Cíboto, agora vastamente ampliada para formar o porto moderno.
CONSTRUÇÃO
Ptolomeu II Filadelfo |
Estrabão |
DESCRIÇÃO
Judith Mckenzie escreve que “as descrições árabes do farol
são notavelmente consistentes, embora tenha sido reparado várias vezes,
especialmente após danos causados por terremotos. A altura que dão varia apenas
15%, de 103 a 118 metros, em uma base de cerca de 30 metros quadrados.
A descrição mais completa do faros vem do viajante árabe
Abou Haggah Youssef Ibn Mohammed el-Balawi el-Andaloussi, que visitou
Alexandria em 1166.
Os autores árabes indicam que o faros foi construído a
partir de grandes blocos de pedra clara, a torre era composta de três grades
cônicas: uma seção quadrada inferior com um núcleo central, uma seção octogonal
central e, no topo, uma seção circular. No seu ápice foi posicionado um espelho
que refletia a luz solar durante o dia; enquanto o fogo iluminava à noite.
Moedas romanas encontradas no mosteiro alexandrino mostram que uma estátua de
um Tritão ficava posicionada em cada um dos quatro cantos do edifício. Uma
estátua de Poseidon ou de Zeus ficava no topo do farol. Os blocos de alvenaria
do Faros estavam interligados, selados com chumbo derretido, para resistir às
ondas do mar.
Almaçudi escreve que o lado oriental virado para o mar
apresentava uma inscrição dedicada a Zeus.
DESTRUIÇÃO
O farol foi gravemente danificado por um terremoto de 956 e
novamente em 1303 e 1323. Finalmente o restante da estrutura desapareceu em
1480, quando o então Sultão do Egito, Qaitbay, construiu uma fortaleza medieval
na plataforma do local do faros usando algumas pedras caídas.
O escritor do século X Almaçudi relata um conto lendário
sobre a destruição do farol, segundo o qual no tempo do califa Abdal Malique
(705 -715) os bizantinos enviaram um agente eunuco que adotou o islamismo e a
confiança do califa, o que lhe garantiu a permissão para procurar o tesouro
escondido na base do farol. A busca foi feita astutamente, de tal maneira que
os fundamentos foram minados e Faros entrou em colapso. O agente conseguiu
escapar em um navio que esperava por ele.
PESQUISA ARQUEOLÓGICA E
REDESCOBERTA
Honor Frost |
No final de 1994, arqueólogos gregos liderados por Jean-Yves
Empereur redescobriram os restos físicos do farol no piso do Porto Oriental de
Alexandria. Alguns destes restos foram trazidos acima e ficaram em exposição
pública até o fim de 1995. Subsequentes imagens de satélite revelaram mais
vestígios. É possível mergulhar e ver as ruínas. O Secretariado da Convenção da
Unesco para Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático está trabalhando
atualmente com o Governo do Egito em uma iniciativa para adicionar a Baía de
Alexandria (incluindo os restos do farol) em uma lista do Patrimônio Mundial de
locais culturais submersos.
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