Etiqueta vem do francês étiquette é o conjunto de regras
cerimoniais que indicam a ordem de procedência e de usos a serem observados
pela corte em eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de
estados e/ou alta autoridades tais, como solenidades e datas oficiais; por
extensão, são ainda as normas a serem observadas entre particulares, no trato
entre si.
Para Norbert Elias são normas de conduta que denotam boa
educação, a partir da ideia de autocontrole como indicador de civilidade; essas
mudanças de comportamento forma mesmo a base do Estado Nacional Moderno, a
partir da instalação das monarquias absolutas. Segundo ele “o controle mais
complexo e estável da conduta passou a ser cada vez mais instigado no indivíduo
desde seus primeiros anos, como uma espécie de automatismo, uma autocompulsão à
qual ele não poderia resistir, mesmo que desejasse” (...) “Nessa sociedade
aquele que melhor conseguir moderar suas paixões é aquele que terá melhores
vantagens, conseguirá e manterá favores”.
Estas regras passaram a ser escritas em manuais na Europa, a
partir do século XVI, que retratavam formas de “bom-tom” ou de “polidez” no
trato social. Era originalmente destinada às classes abastadas mas, com o
advento das mídias de comunicação em massa no século XX e a ampliação da
sociedade de consumo, passaram a se dirigir também às camadas inferiores da
sociedade.
O primeiro filósofo a ocupar-se da etiqueta foi Erasmo de
Roterdam que, em 1530 publicou De Civilitate Morum Puerilium (Da Civilidade dos
Costumes das Crianças), sendo a primeira obra que se tem conhecimento sobre o
assunto; ali Erasmo procura orientar a formação infantil, no que toca ao
gestual, vestimentas, expressões faciais, dentre outras, para delimitar o
comportamento e demonstrando as boas e más condutas; dá grande ênfase na
etiqueta à mesa, onde verdadeiramente se reconhece que é ou não nobre.
Um segundo manual surge em 1558, na Itália, de autoria de
Giovanni dela Casa, intitulado Galateo, onde o autor descreve em narrativa um
idoso a ensinar boas maneiras a um jovem. A etiqueta passara a ser o modulador
do status quo, a distinguir o “civilizado” do “bruto” ou “bárbaro”.
Foi no reinado de Luís XIV de França, contudo, que
proliferaram as “sociedades da corte”, e as normas de etiqueta ganharam grande
divulgação e importância, ganhando a adesão da classe burguesa.
No Brasil o uso e aprendizado da etiqueta parece haver
ganhado impulso com a Vinda da Corte Real, em 1808; no final do século XIX e
começo do seguinte é que finalmente obras variadas foram publicadas, e adotadas
inclusive no ensino público.
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