domingo, 19 de agosto de 2018

A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - SURGE O IMPERIALISMO




SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Este questionário que por hora apresento, elaborei-o a partir do Livro didático: Projeto Araribá – História – 9.º Ano , páginas 12 e 13 - 1.ª Edição, da Editora Moderna, no intuito de dar um rápido panorama da Revolução Industrial em sua segunda fase onde o capitalismo industrial passa a ser também capitalismo financeiro. Alguns conceitos como oligopólios, trustes, multinacionais, entre outros, poderão ajudar a muitos entenderem um pouco mais essa complicada trama histórica que foi a Revolução Industrial e o avanço do Capitalismo para sua fase Imperialista.

1)     O que inaugurou a 2.ª Revolução Industrial?
                Resposta: Inaugurou a Era dos Oligopólios e do Capitalismo Financeiro.




2)     O que são oligopólios?
               


Resposta: Oligopólio é um termo utilizado em economia que deriva do grego, onde “oligo” significa poucos e “polens” significa comércio. Este termo é usado quando um grupo de empresas domina o comércio de um determinado produto ou serviço. Associações empresariais que levam a uma imensa concentração de capital nas mãos de grupos econômicos, onde poucas empresa detém o controle da maior parte dos mercados.



3)     Qual país foi mais industrializado na era do carvão e do ferro (aço), no século XVIII e primeira metade do século XIX?
                Resposta: Inglaterra




4)     Para que países estendeu-se a industrialização na segunda metade do século XIX?


                Resposta: Estendeu-se por diversos países da Europa Ocidental (França e Alemanha) e para a Europa Oriental (Rússia) e também alcançou os Estados Unidos e o Japão.
 


5)     Qual foi uma das conseqüências da 1.ª Revolução Industrial da segunda metade do século XVIII?
                Resposta: Aprofundou a divisão social do trabalho ou o parcelamento das tarefas onde a partir de então cada trabalhador faria uma mesma e repetida operação.




6)     Com a 2.ª Revolução Industrial qual foi a nova divisão por ela criada?
        Resposta:Criava-se uma nova divisão internacional do trabalho, onde de um lado ficava os países ricos e industrializados e do outro, países consumidores de excedentes da produção gerada nos países ricos, sendo que os países pobres se especializaram em ser fornecedores de fontes de energia e matéria prima.





7)     A partir de 1860 qual foi o país que mais avançou no processo de industrialização na Europa e por quê?

                Resposta: A Alemanha, porque a economia alemã era a mais moderna e dinâmica de toda a Europa, liderando a produção de aço, de produtos químicos e de equipamentos elétricos e científicos.




8)     Quando se intensificou o desenvolvimento da economia alemã?
                Resposta: Quando houve o processo de unificação da Alemanha em 1871 a economia já vinha se desenvolvendo mas depois desse acontecimento político intensificou-se ainda mais o desenvolvimento alemão.


9)     Quais foram as medidas que o governo Alemão tomou para acelerar o desenvolvimento econômico?



                Resposta: O governo nacional liberou recursos para  a instalação de empresas e adotou medidas para proteger a indústria e a agricultura alemã, por meio de tarifas alfandegárias cobradas sobre as importações, os agricultores e os industriais eram protegidos da concorrência externa, podendo aumentar suas vendas e obter capitais para investir na mecanização do campo ou no aperfeiçoamento da produção industrial.




10)   Qual outro fator importante para a modernização da economia alemã?



                Resposta: Outro fator importante foi o incentivo dado às escolas e ao ensino das ciências aplicadas à produção industrial, graças ao papel da escola, as indústrias podiam dispor de uma grande oferta de técnicos, empregados com salários baixos.



11)   Como foi o desenvolvimento industrial na Rússia dos Czares?
               

Resposta: O desenvolvimento industrial na Rússia czarista foi sobretudo uma iniciativa do Estado, que realizou empréstimos no exterior para construir estradas de ferro e instalar empresas, algumas estrangeiras, de diferentes ramos, com destaque para os setores têxtil, de extração de carvão e de minérios de ferro.




12)   Como vivia o Japão antes de 1860?



                Resposta: O Japão antes de 1860 vivia uma situação semelhante à Europa medieval, havia um imperador, mas quem de fato detinha o poder eram os grandes senhores de terras chamados daimios e o país tinha muito pouco contato com os países ocidentais.


13)   Como essa situação mudou depois de 1860?



                Resposta: Mudou com a Revolução Meiji que centralizou o poder na figura do imperador e iniciou uma era de grandes reformas, que transformara o Japão numa grande potência.

14)   Quais mudanças econômicas foram adotadas após a Revolução Meiji?



                Resposta: O governo japonês assinou tratados comerciais com países do Ocidente, garantindo a entrada de produtos japoneses no mercado externo e promovendo um grande processo de industrialização.

15)   E na área da Educação houveram mudanças também depois da Revolução Meiji?



                Resposta: O Japão realizou uma ampla reforma educacional destinada a erradicar o analfabetismo e capacitar técnicos para a industria.




16)   Na segunda metade do século XIX como o Japão pôde iniciar sua arrancada industrial?
                
Resposta: Promovida pela iniciativa estatal o governo japonês captou capitais estrangeiros para financiar o desenvolvimento industrial que foram posteriormente transferidos para as mãos dos grandes grupos econômicos, os zaibatsu, controlados por algumas poucas famílias.



17)   Como estava o Japão após 1910?
               
Resposta: O Japão já tinha mais de 10 mil quilômetros de estradas de ferro construídas, grandes bancos, poderosas companhias de navegação e mineração, e sua produção têxtil era uma das maiores do mundo.





18)   Em que período aconteceu o grande salto da industrialização nos Estados Unidos?



                


Resposta: Ocorreu após o término da Guerra Civil que aconteceu de 1861 a 1865, onde o norte industrializado venceu o sul agrário e escravista e impôs seu projeto modernizador.




19)    Quais foram as medidas tomadas nos EUA para que houvesse a transformação para um país industrializado e urbanizado?



                Resposta: O governo estadunidense baixo leis protecionistas que amparavam a produção industrial e agrícola do país, a grande oferta de mão de obra barata, garantida pelas políticas de estimulo à imigração, a ocupação das terras do oeste e o incentivo do Estado à instalação de companhias de transportes e às comunicações.


20)   Como apareciam os EUA a partir de 1900 em relação à economia mundial?



                Resposta: Os Estados Unidos já ocupavam o primeiro lugar na produção mundial de aço, produto fundamental para a construção de ferrovias e na fabricação de máquinas agrícolas e industriais tendo assim a maior rede ferroviária do planeta.



21)   Qual era a população dos EUA no início do século XX?

                Resposta: A população urbana dos EUA saltou de 15%, em 1850, para 40% em 1900, ou seja, dos 75 milhões de habitantes nos Estados Unidos, 30 milhões viviam nas cidades.

22)  O que foi a fase conhecida como Capitalismo Industrial?

                Resposta: Até meados do século XIX as empresas funcionavam sem grandes recursos e se expandiam a medida que seus donos reinvestiam na própria empresa parte dos lucros obtidos, por essa razão predominava a pequena e média empresas familiares e como os recursos que alimentavam a produção eram obtidos da própria industria, essa fase ficou conhecida como a era do Capitalismo Industrial.

23)   Exponha sobre a fase chamada Era do Capitalismo financeiro:

        Resposta: A partir de 1880, as novas atividades econômicas – empresas de exploração de petróleo, usinas elétricas e siderúrgicas – exigiam grandes investimentos, que não podiam ser obtidos apenas com recursos próprios, sendo assim, as instituições bancárias assumiram um papel central a partir desse período, financiando as produções industrial, agrícola e mineral em cada país e controlando esses investimentos por meio da aquisição de ações.



24)   O que é um truste?



                Resposta: Associação de empresas de um mesmo ramo que se fundem com o objetivo de controlar os preços, a produção e o mercado.



25)  O que é um cartel?


                Resposta: Agrupamentos de empresas independentes que estabelecem acordos ocasionais com o propósito de dividir o mercado e combater os concorrentes.



26)  O que é uma holding?



               

 Resposta: Empresa que controla uma série de outras empresas, do mesmo ramo ou de setores diferentes, mediante a posse majoritária das ações dessas empresas.

domingo, 12 de agosto de 2018

ERATÓSTENES E POSSIDÔNIO: UM PASSATEMPO GENIAL, MEDIR A CIRCUNFERÊNCIA DA TERRA.









ERATÓSTENES DE CIRENE


        
Nascido em Cirene em 276 a.C. e morreu em Alexandria em 194 a.C. Foi um matemático, gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e astrônomo da Grécia Antiga, conhecido por calcular a circunferência da Terra. Nasceu em Cirene, na África, e morreu em Alexandria. Estudou em Cirene, em Atenas e em Alexandria. Os contemporâneos chamavam de “Beta” porque o consideravam o segundo melhor do mundo em vários aspectos.

A VIDA DE ERATÓSTENES


        
Farol de Alexandria uma das maravilhas da antiguidade
Eratóstenes é descrito como tendo sido aluno do filósofo Aríston de Quios, do gramático Lisânias de Cirene e do poeta Calímaco. Ptolomeu III Evérgeta o trouxe de Atenas para Alexandria, local que permaneceu até o reinado de Ptolomeu V Epifânio. Afirma-se que Ptolomeu III o trouxe inicialmente de Atenas para ensinar seu filho Filopátor (Ptolomeu IV Filopátor). 

Aristófanes de Bizâncio
     Diz-se que ele foi chamado “pentatleta” ou “plataformas”, por estar sempre em segundo lugar em várias áreas do conhecimento. Segundo o Suda [1] é dito que ele nasceu no período da 126ª Olimpíada e faleceu com a idade de 82 anos. Um dos seus discípulos foi Aristófanes de Bizâncio.

        

OBRAS


         Eratóstenes escreveu obras filosóficas, poemas, histórias, muitos diálogos e trabalhos sobre gramática. Entre suas obras, merecem destaque Astronomia ou Catasterismos; Sobre as Seitas Filosóficas; Sobre o Libertar-se da Dor. Um de seus poemas chamava-se Hermes.

        
Téon de Esmirna
Além disso, escreveu uma obra chamada Platonicus, que tratava da matemática que fundamenta a filosofia de Platão. Essa obra foi muito utilizada por Téon de Esmirna, que no livro Expositio Rerum Mathematicarum afirma que Eratóstenes tratou do problema da duplicação do cubo. Isso também foi afirmado por Eutócio de Ascalão no Livro II de Esfera e Cilindro, em que comenta a proposição 1 de Arquimedes, onde ele reproduz uma carta de Eratóstenes a Ptolomeu III Evérgeta. Essa carta descreve a história do problema da duplicação do cubo e, especialmente, descreve um aparelho mecânico inventado por Eratóstenes que serviria para encontrar a linha de segmentos x e y, para um dado segmento a e b (a:x=x:y=y:b). Hoje sabe-se que algumas partes desta carta não foram escritas por Eratóstenes.
        
Eratóstenes trabalhou também com números primos e é lembrado por seu Crivo de Eratóstenes, que é ainda uma importante ferramenta na teoria dos números. O crivo é citado na obra Introdução à Aritmética de Nicomedes.
        

Estrabão
Ele também escreveu um livro chamado Sobre os Significados que, apesar de perdido, é mencionado por Papo de Alexandria como sendo um importante livro de geometria. Eratóstenes ainda escreveu um livro denominado Sobre a Medição da Terra, também perdido, em que de maneira surpreendente procedeu com a exata medição da circunferência da Terra. Alguns detalhes desta medição estão nos trabalhos de Cleomenes, Téon de Esmirna e Estrabão.

GEOGRAFIA


         Eratóstenes é tido também como o fundador da disciplina geografia. Ele publicou uma obra chamada Geográfica, na qual estabelece um vocabulário próprio (tais como as palavras geografia e geógrafo) para a disciplina antes tida como apenas técnica. Nessa obra Eratóstenes afirma que Homero teria sido o primeiro geógrafo, em razão deste último ter feito descrições topológicas e climáticas de determinados locais e regiões na antiguidade. Eratóstenes associa Anaximandro com a origem da Cartografia, apesar de a técnica ter sido originada em Mileto, no século VI a.C. Na Geográfica, que tinha três volumes e que conta hoje com apenas 155 fragmentos, mencionados eminentemente por Estrabão e Plínio, o velho, o autor utiliza de descrições de viagens e expedições feitas por compatriotas, a maior parte desses viveu na época de Alexandre, o Grande, para formular o que seria um mapa do mundo existente na época.

A MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DA TERRA




         Em sua época, as datas dos solstícios e equinócios eram levemente diferentes das atuais, devido à precessão dos equinócios. Mas Eratóstenes conhecia as datas em que estes eventos ocorriam. Eratóstenes foi diretor da Biblioteca de Alexandria, e num dos manuscritos dessa instituição tomou conhecimento de que no solstício de verão na cidade de Siena (atual Assuã), ao meio dia, o sol ficava exatamente no zênite [2], de modo que podia ser observado no fundo de um poço. Porém, em Alexandria, na mesma data e mesma hora isso não era possível, pois o Sol não fica suficientemente perto do Zênite.

Biblioteca de Alexandria no Egito dos Ptolomeus

        
Então percebeu que se ele pudesse determinar esse ângulo e soubesse a distância entre as cidades, poderia determinar o tamanho da Terra. Contratou um itinerante para medir a distância das cidades em passos, que era comum na época. Eram pessoas treinadas para caminhar com passadas muito regulares. Assim constatou que a distância era de 5.040 estádios. Fixou uma vareta perpendicular ao solo, em Alexandria, mediu o comprimento da sombra em proporção ao comprimento da vareta e, com isso, encontrou o ângulo de 7,2° ou 1/50 da circunferência. Portanto o perímetro total da circunferência terrestre deveria ser 5.040 X 50 = 252.000 estádios.



       
Neste cálculo, Eratóstenes assumiu implicitamente que Siena e Alexandria estariam no mesmo meridiano, porém há uma diferença em torno de 2,98° de longitude entre as cidades, o que produz uma pequena diferença de 0,135% que não é relevante em comparação a outras fontes de erros.
         O detalhe mais importante é que na época de Eratóstenes havia muitas unidades com o mesmo nome (stadium) e diferentes comprimentos, variando desde 156 metros até 210 m. Devido a essa inexistência de padronização, diferentes fontes apontam diferentes valores para o resultados que teria sido encontrado por Eratóstenes. Em 1972, Lev Vasilevich Firsov analisou 81 trabalhos de medidas realizados por Eratóstenes e Estrabão, para calcular inversamente quanto deveria ser o stadium utilizado por eles, e chegou ao valor de 157,7 metros. Com isso tornou-se possível saber que a circunferência da Terra medida por Eratóstenes, convertida no sistema métrico moderno, correspondia a cerca de 39.700 Km, muito semelhante ao valor correto (40.008 Km).



POSSIDÔNIO



         Nasceu em 135 a.C., numa família grega em Apameia, uma cidade romana sobre o rio Orontes, a norte da Síria. Estudou em Atenas com Panécio de Rodes, naquele tempo, a cabeça da escola estoica. Possidônio fez longas viagens, como por exemplo, ao Egito e à Península Ibérica.

         Por volta de 97 a.C., assentou-se em Rodes, centro intelectual grego da época, onde participou da vida pública e foi embaixador em Roma (87 – 86 a.C.). Esse mesmo ano chegaria a fundar a sua escola. Lá foi ouvir Cícero em 78 a.C. e Pompeu visitou-o duas vezes.
         As suas conexões com a classe dirigente romana serviram para as suas explorações geográficas. Visitou e descreveu o mundo bárbaro, em especial os Celtas.
        
As suas obras perderam-se, e somente muito recentemente, mediante a análise crítica da literatura produzida sob sua influência, conseguiu-se ter alguma ideia (embora não totalmente clara) da grandeza de Possidônio.
         Historiador e geógrafo, racionalista e místico, reuniu diversas correntes filosóficas dentro da estrutura de um monismo estoico, e tratou de apoiar as suas teorias com o seu grande saber empírico. Reconhecido como “o espírito mais universal que houve na Grécia desde a Época de Aristóteles.

MEDIÇÃO DAS DIMENSÕES DA TERRA



         Por volta de 100 a.C., Possidônio observou que a estrela Canopus tinha uma altura de 7°30’ em Alexandria enquanto em Rodes apenas era divisada no horizonte. Estimou a distância entre ambas as cidades em 5.000 estádios e obteve a medida da circunferência terrestre (aproximadamente 44.000 quilômetros).

FILOSOFIA

        
Possidônio retomou as teorias dos estoicos e combinou-as com elementos platônicos e aristotélicos. Dos primeiros recolheu a ideia de um cosmo vivo e do segundo a existência de uma alma, com emoções que podem ser positivas. Foi o criador do estoicismo ou estoa média, do qual foi seu maior expoente. Possidônio morreu por volta de 51 a.C.







GLOSSÁRIO

[1] SUDA – No século X, em Constantinopla, aparece uma obra coletiva de grande interesse da Antiguidade Grega. Trata-se de uma compilação de obras e personagens classificadas de forma inovadora por ordem alfabética que se apresenta, portanto, como a primeira enciclopédia: a Suda. Apesar de várias imprecisões e erros, a Suda contém informações inestimáveis, uma vez que os seus autores tiveram acesso a numerosas fontes agora perdidas

[2] ZÊNITE – Em astronomia, é o termo técnico (também usado em trigonometria) que designa o ponto (imaginário) interceptado por um eixo vertical (imaginário) traçado a partir da cabeça de um observador (localizado sobre a superfície terrestre) e que se prolonga até a esfera celeste. O ponto (sobre a esfera terrestre) traçado por um eixo vertical de sentido oposto recebe o nome de nadir. Em trigonometria, para fins de navegação astronômica, é um dos três pontos referenciais que formam um triângulo de posição e onde se encontra o observador. O zênite também é a linha imaginária que parte do observador e sempre aponta para o ponto mais elevado da abóbada celeste.

A TERRA EM CONJUNTO E A LITOSFERA










FORMA


         A Terra é aproximadamente uma elipsoide de rotação com diâmetro equatorial de 12.713 quilômetros. Esta exatidão deve-se aos dados fornecidos por vários satélites artificiais, que forneceram inúmeras medidas da Terra. O erro destas medidas foi de oito metros a mais ou a menos. A maior elevação é a do monte Everest, no Himalaia, com quase 9.000 metros, e a maior depressão foi encontrada no oceano Pacífico, na fossa das Filipinas, com cerca de 11.000 metros. Se a Terra fosse representada por um esferoide de 1 dm de diâmetro, essa diferença máxima de elevação (20.000 metros) seria apenas de 0,157 milímetros. A diferença entre os dois diâmetros seria de 1,2 milímetros, indicando que a forma é quase uma esfera perfeita.



DENSIDADE


        
Determinando-se diretamente a densidade das rochas que ocorrem com maior frequência na crosta terrestre, acha-se um valor médio de 2,76. No entanto, medindo-se a densidade global da Terra, achou-se um valor médio de 5,527.

         Essa discrepância de valores leva à conclusão de que a densidade da Terra deve ser maior no seu interior, seja por diferença de constituição ou graças à maior compacidade da matéria como consequência da alta pressão reinante.





VOLUME

        
Graças à observação da sombra da Terra sobre a Lua, nas ocasiões de eclipse, os antigos gregos já sabiam da forma esférica do nosso planeta. Com base neste conhecimento o volume da Terra pode ser calculado há mais de 2.000 anos, o que foi feito por ERATÓSTENES (276 -194 a.C.), filósofo e astrônomo grego.

        
Num trabalho que demonstrou alto grau de argúcia para a época, o sábio grego observou e mediu o ângulo formado pelos raios solares e um fio de prumo em Alexandria na mesma hora em que os raios atingiam o fundo de um poço em Siena, ao meio dia, portanto os raios solares eram paralelos ao fio de prumo. O ângulo medido em Alexandria corresponde ao arco relativo à distância entre ambas as cidades. Sabendo-se que essa medida é de 5.000 estádios (medida antiga correspondente a 185 metros) e admitindo-se a Terra como esférica, a circunferência da Terra é igual à distância multiplicada por 360° e dividida pelo ângulo medido em Alexandria. Seu erro foi de 14% do valor calculado pelos métodos modernos.
        

Um século depois POSSIDÔNIO, filósofo grego, realizou nova medida, aplicando o mesmo método. Seu erro foi maior, para menos, motivando mais tarde o erro de Colombo, que pensou ter descoberto o caminho ocidental para a Índia, quando estava no continente americano.



SOCIEDADES PRÉ-COLOMBIANAS










               Quando Cristóvão Colombo chegou à América, em 1492, encontrou uma enorme variedade de povos indígenas. Ou seja, quando chamamos todos aqueles povos de “índios”, estamos esquecendo que esses povos eram muitos diferentes um dos outros. Chamá-los simplesmente de “índios” passa a falsa impressão de que eram como calças jeans de nossa sociedade: todas iguais.


         Uma das maneiras possíveis de compreender melhor essas diferenças é examinar os tipos de desenvolvimento econômico e tecnológico que existiam nessas sociedades indígenas. Repare que alguns povos já faziam cidades enquanto outros sequer plantavam:


         1) SOCIEDADES COLETORA E CAÇADORAS
                  
Era o caso de muitos índios como os jês (Brasil), e também os patagões (Argentina) e os esquimós (Alasca). Embora vivessem na mesma região, suas aldeias nunca se fixavam no mesmo local, o que significa que eram nômades. Como desconheciam a agricultura, sua sobrevivência vinha da caça e da coleta.


         2) SOCIEDADES DE CULTURA DE SUBSISTÊNCIA
                  
Embora não tivessem abandonado a caça e a coleta, esses grupos cobriam boa parte da alimentação com a agricultura. Os tupis-guaranis do Brasil, por exemplo, estavam iniciando essa etapa. Outros, como os huronianos e os pueblos (EUA), também. Os chibchas (Colômbia) inclusive já ensaiavam um tipo de irrigação.

         3) SOCIEDADES AVANÇADAS COM PRODUÇÃO AGRÍCOLA EXCEDENTE.
                  
Ruínas Maias de El Caracol em Belize
Nesses agrupamentos já existia um Estado organizado que administrava e controlava a sociedade. A produção agrícola utilizava instrumentos e irrigação. Esta tecnologia dava condições para que houvesse outros tipos de trabalho, como os de artesãos, funcionário público, mercador, médico, engenheiro, e astrônomo. Estamos falando de magníficas sociedades, especialmente dos incas (Peru), astecas (México) e maias (México e Guatemala). Estes povos construíam pirâmides, estradas e cidades fabulosas. Eram realizações fantásticas, grandiosas como as das antigas civilizações da Mesopotâmia, do Extremo-Oriente ou da África.




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