sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

KARL MARX - O PROMETEU DE TRÉVES

 

KARL MARX
(Vida e Obra)



KARL MARX – UMA ACANHADA BIOGRAFIA

           Karl Heinrich Marx – Nascido em 5 de maio de 1818 em Trier (Tréveris)[1], província do Reno[2], na Prússia[3] (Alemanha) e falecido em 14 de março de 1883 em Londres na Inglaterra. Foi um filósofo, revolucionário socialista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista e economista. Publicou com Friedrich Engels[4] o “Manifest der Kommunistischen Partei”[5] (1848), mais conhecido como “O Manifesto Comunista”, um texto em forma de panfleto que se tornou o mais célebre da história do movimento socialista. Ele também foi autor de um dos livros mais importantes para o entendimento do capitalismo moderno, “Das Kapital”[6] (“O Capital”). Esses escritos juntamente com outros de Marx e Engels formam a base do corpo de pensamento conhecido como marxismo.

 

           O pai de Marx era Heinrich Marx, um advogado de sucesso, um homem voltado para filosofia do iluminismo, devotado a Immanuel Kant[7] e Voltaire[8], participante das agitações por uma constituição na Prússia. A mãe, de nome Henrietta Pressburg, era holandesa. Karl Marx era o filho mais velho, de um lar onde nove crianças nasceram, mas nem todas sobreviveram. Ambos os pais eram judeus e descendiam de uma longa linhagem de rabinos, mas, antes de Karl nascer, seu pai foi batizado numa Igreja Evangélica estabelecida na cidade, provavelmente porque sua carreira profissional assim o exigia. O menino Marx foi batizado quando tinha seis anos. Porém, quando jovem, Karl foi menos influenciado pela religião do que pela crítica política e social do iluminismo, muitas vezes beirando o radicalismo, sendo que sua formação judaica o expôs a preconceitos e discriminações que certamente o influenciaram no questionamento do papel da religião na sociedade e contribuiu para seu desejo de mudança social.

Universidade de Berlim

O Jovem Marx e Hegel
Marx foi educado de 1830 a 1835, no colégio em Trier (Tréveris), escola suspeita de abrigar professores e alunos liberais e por isso em constante vigilância policial. Neste período, o adolescente Marx rascunhou escritos que exibiriam um espírito de devoção cristã e um anseio de abnegação em nome da humanidade. Em outubro de 1835, então com 17 anos, se matriculou na Universidade de Bonn[9]. Os cursos que frequentou foram exclusivamente da área de humanidades, em disciplinas como mitologia greco-romana, assim como história da arte. Ele participava das atividades habituais dos alunos, chegou a lutar em um duelo e passou um dia na prisão por estar bêbado e fazer desordens. Presidiu o Tavern Club, que estava em desacordo com as associações de estudantes mais aristocráticos, Karl ingressou em um clube de poetas que incluía vários ativistas políticos. Uma cultura estudantil politicamente rebelde fazia, de fato, parte da vida de Bonn. Muitos alunos foram presos; alguns ainda estavam sendo expulsos na época de Marx, particularmente como resultado de um esforço dos estudantes para interromper uma sessão da Dieta Federal em Frankfurt[10]. Marx, no entanto, deixou Bonn depois de um ano e em outubro de 1836 matriculou-se na Universidade de Berlim[11] para estudar direito e filosofia. A experiência crucial de Marx em Berlim foi sua introdução à filosofia de Hegel[12], e sua adesão aos Jovens Hegelianos[13]. A princípio, sentiu repugnância pelas doutrinas de Hegel; quando Marx adoeceu, foi em parte, como escreveu a seu pai “de intenso vexame por ter de transformar em ídolo uma visão que eu detestava”. A pressão hegeliana na cultura estudantil revolucionária era poderosa, no entanto, Marx se juntou a uma sociedade chamada de Doctor Club, cujos membros estiveram intensamente envolvidos no novo movimento literário e filosófico. Sua figura principal era Bruno Bauer[14], um jovem professor de teologia, que estava desenvolvendo a ideia que os Evangelhos Cristãos eram um registro não da história, mas de fantasias humanas surgidas de necessidades emocionais e que Jesus não tinha sido uma pessoa histórica. Marx se matriculou em um curso de palestras proferidas por Bauer sobre o profeta Isaías. Bauer ensinou que uma nova catástrofe social “mais tremenda” do que o advento do cristianismo estava se formando. Os Jovens Hegelianos começaram a se mover rapidamente em direção ao ateísmo e também falavam vagamente de ação política.

Bruno Bauer

O governo prussiano, temeroso da subversão latente nos Jovens Hegelianos logo se comprometeu a expulsá-los das universidades. Bauer foi demitido de seu posto em 1839. O “amigo mais íntimo” de Marx, deste período, Adolph Rutenberg[15], um jornalista idoso cumpriu pena de prisão por seu radicalismo político, e incentivou-o por um envolvimento social mais profundo.



          Em 1841, os Jovens Hegelianos tornaram-se republicanos de esquerda. Os estudos de Marx, entretanto, estavam atrasados. Instado por seus amigos, ele apresentou uma tese de doutorado à Universidade de Jena[16], que era conhecida por ser frouxa em seus requisitos acadêmicos, e recebeu seu diploma em abril de 1841. Sua tese analisada numa ótica hegeliana é a diferença entre as filosofias naturais de Demócrito[17] e Epicuro[18]. Mais distintamente, soou como uma nota de desafio prometeico:

A filosofia não faz segredo disso. A admissão de Prometeu: ‘Na verdade, odeio todos os deuses’, é sua própria admissão, seu próprio lema contra todos os deuses... Prometeu é o santo e mártir mais nobre do calendário da filosofia”.

          Em 1841, Marx com 23 anos, junto com outros Jovens Hegelianos, foi influenciado pela publicação de “Das Wesendes Christentums” (“A Essência do Cristianismo”) de Ludwing Feuerbach[19]. Esse autor, na opinião de Marx, criticou com sucesso Hegel, um idealista que acreditava que a matéria ou a existência era inferior e dependente da mente ou espírito, do ponto de vista oposto, ou materialista, mostrando como o “Espírito Absoluto” era uma projeção de “o verdadeiro homem sobre o fundamento da natureza”. Daí em diante, os esforços filosóficos de Marx foram ao sentido de uma combinação dos esforços de Hegel em relação à dialética – ideia de que todas as coisas estão num contínuo processo de mudança resultante dos conflitos entre seus aspectos contraditórios – com o materialismo de Feuerbach, que colocava as condições materiais acima das ideias.

          Em janeiro de 1842, Marx começou a contribuir para um jornal recém-fundado em Colônia, o “Rheinische Zeitung"[20]. Era o órgão liberal democrático de um grupo de jovens mercadores, banqueiros e industriais; Colônia era o centro da seção industrial mais avançada da Prússia. A esta fase da vida de Marx pertence um ensaio sobre a liberdade de imprensa. Visto que ele então considerou óbvia a existência de padrões morais absolutos e princípios éticos universais, ele condenou a censura como um mal moral que envolvia espiar as mentes e corações das pessoas e atribuiu aos mortais fracos e malévolos poderes que pressupunham uma mente onisciente. Ele acreditava que a censura só poderia ter consequências malignas.

Em 15 de outubro de 1842, Marx tornou-se editor do “Rheinische Zeitung. Como tal, ele foi obrigado a escrever editoriais sobre uma variedade de questões sociais e econômicas, desde a habitação para os pobres de Berlim e o roubo por camponeses de madeira das florestas ao novo fenômeno do comunismo. Ele considerou o idealismo hegeliano de pouca utilidade nessas questões. Ao mesmo tempo, ele estava se distanciando de seus amigos hegelianos, para quem chocar o burguês era um modo suficiente de atividade social. Marx, amigo, neste momento, dos “homens práticos de mentalidade liberal” que estavam “lutando passo a passo pela liberdade dentro dos limites constitucionais”, conseguiu triplicar a circulação de seu jornal e torna-lo um dos principais jornais da Prússia. No entanto, as autoridades prussianas o reprimiram por ser muito franco, e Marx concordou em coeditar com o liberal hegeliano Arnold Ruge[21] uma nova revisão, o “Deutsch-Französische Jahrbücher” (“Anuários Franco-alemães”),[22] que seria publicado em Paris.

          Porém, em junho de 1843, após um noivado de sete anos, Marx casou-se com Jenny von Westphalen. Jenny era uma mulher atraente, inteligente e muito admirada, quatro anos mais velha que o noivo; ela era de uma família de distinção militar e administrativa. Seu meio-irmão mais tarde se tornou um ministro prussiano do interior altamente reacionário. Seu pai, um seguidor do socialista francês Saint-Simon[23], gostava de Karl, embora outros e sua família se opusessem ao casamento. O pai de Marx também temia que Jenny estivesse destinada a ser sacrificada ao intempestivo filósofo que era seu filho.

          Quatro meses após o casamento, o jovem casal mudou-se para Paris, então o centro do pensamento socialista e das seitas mais extremistas que se denominavam de comunismo. Na França, Marx tornou-se revolucionário e comunista e começou a se associar a sociedade comunistas de trabalhadores franceses e alemães. As ideias desses novos companheiros eram em sua opinião “totalmente rudes e pouco inteligentes”, mas seu caráter o comoveu: “A irmandade dos homens não é uma mera frase para eles, mas um fato da vida, e a nobreza do homem brilha sobre nós a partir de seu trabalho através dos seus corpos endurecidos”, escreveu Marx em seu assim chamado “Ökonomisch-philosophische Manuskripte audem Jahre, 1844” (Economic and Philosophic Manuscripts of 1844”, ou em português: “Manuscritos Econômicos e Filosóficos de 1844”[24] – traduzido para o inglês em 1859). Esses manuscritos foram publicados por mais de 100 anos, pois foram muito influentes por demonstrarem o fundo humanista das teorias históricas e econômicas posteriores do autor.

          Os “Anuários Franco-alemães” tiveram vida efêmera, mas por meio de sua publicação, Marx fez amizade com Friedrich Engels, um contribuidor que tornaria seu colaborador e financiador ao longo da vida, e em suas páginas apareceu o artigo de Marx “Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie” (“Rumo à Crítica da Filosofia Hegeliana do Direito”)[25] com sua famosa afirmação frequentemente citada de que a religião é o “ópio do povo”. Foi lá também que ele fez o primeiro apelo a uma “revolta do proletariado” para concretizar as concepções da filosofia revolucionária. Mais uma vez, porém, o governo prussiano interveio contra Marx. Ele foi expulso da França e partiu para Bruxelas – seguido por Engels – em fevereiro de 1845, quando tinha 27 anos. Naquele ano na Bélgica, ele renunciou à nacionalidade prussiana, nesta altura ele já se projetava para ser um cidadão do mundo.

          Os dois anos seguintes em Bruxelas testemunharam o aprofundamento da colaboração de Marx com Engels. Engels vira em primeira mão em Manchester, Inglaterra, onde localizava uma filial da fábrica têxtil de seu pai, todos os aspectos deprimentes da Revolução Industrial. Ele também tinha sido um Jovem Hegeliano e foi convertido ao comunismo por Moses Hess[26], que era chamado de “rabino comunista”. Na Inglaterra, ele se associou aos seguidores de Robert Owen[27]. Agora ele e Marx, descobrindo que compartilhavam as mesmas opiniões, combinaram seus recursos intelectuais e publicaram, em 1845, “Die Helige Familiae” (“A Sagrada Família”)[28], uma prolixa crítica ao idealismo hegeliano do teólogo Bruno Bauer. Seu próximo trabalho, escrito em 1845 e 1846 “Die Deutsche Ideologie” (“A Ideologia Alemã”),[29] continha a exposição mais completa de sua importante concepção materialista da história, que se propôs a mostrar como, historicamente, as sociedades foram estruturadas para promover os interesses da classe economicamente dominante. Mas não encontrou editora e permaneceu desconhecida durante a vida de seus autores.

        Durante seus anos em Bruxelas, Marx desenvolveu seus pontos de vista e, por meio de confrontos com os principais líderes do movimento da classe trabalhadora, estabeleceu sua posição intelectual. Em 1846, ele criticou publicamente o líder alemão Wilhelm Weitling[30] por seus apelos moralistas. Marx insistiu que o estágio da sociedade burguesa não podia ser ignorado; o proletário não podia simplesmente saltar para o comunismo; o movimento operário exigia uma base científica, não frases moralistas. Ele também polemizou contra o pensador socialista francês Pierre-Joseph Proudhon[31] em “Misère de la Philosophie” (“The Poverty of Philosophy”, em português: “A Miséria da Filosofia”)[32] de 1847 – um ataque mordaz ao livro de Proudhon, de 1846, intitulado “Philosophie de La Misère” (The “Philosophy of Poverty”, em português: “A Filosofia da Miséria”)[33]. Proudhon queria unir as melhores características de coisas contrárias como competição e monopólio; ele esperava salvar os bons recursos das instituições econômicas e, ao mesmo tempo, eliminar os ruins. Marx, no entanto, declarou que nenhum equilíbrio era possível entre os antagonismos em qualquer sistema econômico. As estruturas sociais eram transitórias formas históricas determinadas pelas forças produtivas. “O moinho dá-te sociedade com o senhor feudal; a máquina a vapor, a sociedade com o capitalista industrial”. O modo de raciocínio de Proudhon, escreveu Marx, “era típico pequeno-burguês, que não conseguia ver as leis subjacentes da história”.

          Uma sequência incomum de eventos levou Marx e Engels a escrever seu panfleto “O Manifesto Comunista”. Em junho de 1847, uma sociedade secreta, a Liga dos Justos[34], composta principalmente por artesãos alemães emigrantes, reuniu-se em Londres e decidiu formular um programa político. Eles enviaram um representante a Marx para pedir-lhe para entrar na Liga; Marx superou suas dúvidas e, com Engels, ingressou na organização, que então mudou seu nome para a Liga dos Comunistas[35] e promulgou a constituição democrática. Confiados com a tarefa de compor seu programa, Marx e Engels trabalharam em meados de dezembro de 1847 ao final de janeiro de 1848. Os comunistas de Londres já estavam impacientemente ameaçando Marx com uma ação disciplinar quando ele enviou o manuscrito; eles prontamente adotaram como seu manifesto. Enunciava a proposição de que toda a história tinha sido até então uma história das lutas de classe, resumida de forma concisa a concepção materialista da história elaborada em “A Ideologia Alemã”, e afirmava que a vitória iminente do proletariado poria fim à sociedade de classes para sempre. Criticava impiedosamente todas as formas de socialismo baseados em “teias de aranha” filosóficas, como “alienação”. Rejeitou a avenida das “utopias sociais”, pequenos experimentos em comunidade, como um amortecimento da luta de classes e, portanto, como sendo “seitas reacionárias”. Ele estabeleceu dez medidas imediatas como primeiros passos em direção ao comunismo, variando de um imposto de renda progressivo e a abolição das heranças à educação gratuita para todas as crianças. Terminou com as palavras: “Os proletários não têm nada a perder, exceto suas correntes. Eles têm um mundo para vencer. Trabalhadores de todos os países, uni-vos!”.


Andreas Gottschalk
          Neste mesmo tempo, a revolução irrompeu repentinamente na Europa nos primeiros meses de 1848, na França, Itália e Áustria. Marx fora convidado a ir a Paris por um membro do governo provisório bem a tempo de evitar a expulsão pelo governo belga. Com a vitória da revolução na Áustria e na Alemanha, Marx voltou para a Renânia. Em Colônia, ele defendeu uma política de coalizão entre a classe trabalhadora e a burguesia democrática, opondo-se por esta razão à nomeação de candidatos operários independentes para a Assembleia de Frankfurt[36] e argumentando fortemente contra o programa para a revolução proletária defendido pelos líderes do Sindicato dos Trabalhadores. Ele concordou com o julgamento de Engels de que O Manifesto Comunista deveria ser arquivado e a Liga dos Comunistas dissolvida. Marx pressionou sua política através das páginas da “Neue Rheinische Zeitung”[37], recém-fundado em junho de 1848, defendendo uma democracia constitucional e uma guerra com a Rússia. Quando o líder mais revolucionário do Sindicato dos Trabalhadores, Andreas Gottschalk[38] foi preso, Marx o suplantou e organizou o primeiro Congresso Democrático da Renânia em agosto de 1848. Quando o rei da Prússia dissolveu a Assembleia Prussiana em Berlim. Marx pediu armas e homens para ajudar a resistência, porém, os liberais burgueses retiraram seu apoio ao jornal editado por Marx, e ele próprio foi indiciado por várias acusações, incluindo o não pagamento de impostos. Em seu julgamento, ele se defendeu com o argumento de que a coroa estava empenhada em fazer uma contrarrevolução ilegal. O júri absolveu por unanimidade e com agradecimento. No entanto, quando a última luta desesperada estourou em Dresden e Baden, Marx foi banido como estrangeiro em 16 de maio de 1849. O último número de seu jornal, impresso em vermelho, causou grande sensação.

          Expulso mais uma vez de Paris, Marx foi para Londres em agosto de 1849. Seria sua casa pelo resto da vida. Envergonhado pelo fracasso de suas próprias táticas de colaboração com a burguesia liberal, ele voltou à Liga dos Comunistas em Londres e por cerca de um ano defendeu uma política revolucionária mais ousada. Um “Discurso do Comitê Central à Liga dos Comunistas”, escrito com Engels em março de 1850, exortava que em futuras situações revolucionárias eles lutassem para tornar a "revolução permanente”[39], evitando a subserviência ao partido burguês e criando “seus próprios trabalhadores revolucionários, governos que deixem de lado qualquer elemento burguês”. Marx esperava que a crise econômica levasse em breve a um renascimento do movimento revolucionário; quando essa esperança se desvaneceu, ele entrou em conflito mais uma vez com aqueles que chamou de “os alquimistas da revolução”, como August von Willich[40], um comunista que propôs acelerar o advento da revolução fazendo empreendimentos revolucionários diretos. Essas pessoas, escreveu Marx em setembro de 1850, substituem “materialismo por idealismo” e consideram:

“(...) a vontade pura como força motriz da revolução, em vez das condições reais. Enquanto dizemos aos trabalhadores: ‘Vocês têm que passar por quinze, vinte, cinquenta anos de guerras civis e guerras nacionais não apenas para mudar suas condições, mas para mudar a si mesmos e se tornarem qualificados para o poder político’, você contrariamente diz a eles: ‘Devemos alcançar o poder imediatamente’”.

A facção militante, por sua vez ridicularizou Marx por ser um revolucionário que limitou sua atividade a palestras sobre economia política para a União Educacional dos Trabalhadores Comunistas. O resultado foi que Marx gradualmente parou de assistir reuniões dos comunistas de Londres. Em 1852, com 34 anos, ele se dedicou intensamente a trabalhar pela defesa de 11 comunistas presos e julgados em Colônia sob a acusação de conspiração revolucionária e escreveu um panfleto em nome deles. No mesmo ano, ele também publicou em um periódico germano-estado-unidense, seu ensaio “Der Achtzehnte Brumairedes Louis Napoleon” (“O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”)[41], com sua análise aguda da formação de um Estado burocrático absolutista com o apoio da classe camponesa. Em outros aspectos, os próximos doze anos foram, nas palavras de Marx, anos de “isolamento” tanto para ele quanto para Engels em sua fábrica em Manchester.

          De 1850 a 1864, Marx viveu na miséria material e na dor espiritual. Seus fundos haviam acabado e, exceto em uma ocasião, ele não conseguiu procurar um emprego remunerado. Em março de 1850, ele, sua esposa e quatro filhos pequenos foram despejados e seus pertences apreendidos. Vários de seus filhos[42] morreram – incluindo um filho Guido, “um sacrifício para a miséria burguesa”, e uma filha Franziska, por que sua esposa corria freneticamente tentando pedir dinheiro emprestado para um caixão. Durante seis anos, a família viveu em dois pequenos quartos em Soho[43], muitas vezes sobrevivendo de pão e batatas. As crianças aprenderam a mentir para os credores: “Sr. Marx não está lá em cima”. Uma vez ele teve que escapar deles fugindo para Manchester. Sua esposa sofreu um colapso nervoso. Durante todos esses anos, Engels contribuiu lealmente para o apoio financeiro de Marx. As somas não eram grandes no início, pois Engels era apenas um escriturário na firma de Ermenand Engels[44] em Manchester. Mais tarde, porém, em 1864, quando se tornou sócio, suas subvenções foram generosas. Marx tinha orgulho da amizade de Engels e não tolerava críticas a ele. Legados de parentes da esposa de Marx e do amigo de Marx, Wilhelm Wolff[45], também ajudaram a aliviar suas dificuldades econômicas.

          Marx tinha uma fonte relativamente estável de renda auferida nos Estados Unidos. A convite de Charles A. Dana[46], editor chefe do The New York Tribune[47], ele se tornou em 1851 seu correspondente europeu. O jornal editado por Horace Greeley[48] simpatizou com o Fouierismo, um sistema socialista utópico desenvolvido pelo teórico francês Charles Fourier[49]. De 1851 a 1862, Marx contribuiu com cerca de 500 artigos e editoriais (Engels fornecendo cerca de um quarto deles). Ele percorreu todo o universo político, analisando movimentos e agitações sociais da Índia e China à Grã-Bretanha e Espanha.

Em 1859, com 41 anos, Marx publicou seu primeiro livro sobre teoria econômica, “ZurKritik der Politischen Ökonomie” (“Uma Contribuição para a Crítica da Economia Política”)[50]. Em seu prefácio, ele resumiu novamente sua concepção materialista da história, sua teoria de que o curso da história depende do desenvolvimento econômico. Nessa época, porém Marx considerava seus estudos de história econômica e social no Museu Britânico como sua principal tarefa. Ele estava ocupado produzindo os rascunhos de sua “magnum opus” que seria publicada mais tarde como “Das Kapital”. Alguns desses rascunhos, incluindo os Esboços e as teorias da mais-valia, são importantes por si próprios e foram publicados após a morte de Marx.



        O isolamento político de Marx terminou em 1864 com a fundação da International Working Men’s Associations[51]. Embora ele não fosse seu fundador nem seu chefe, ele logo se tornou seu espírito líder. Sua primeira reunião pública, convocada por líderes sindicais ingleses e representantes dos trabalhadores franceses, ocorreu no St. Martin’s Hall[52] em Londres, em 28 de setembro de 1864. Marx, que havia sido convidado por um intermediário francês a comparecer como representante alemão dos trabalhadores, sentou-se silenciosamente na plataforma. Um comitê foi formado para produzir um programa e um estatuto para a nova organização. Após a apresentação de vários rascunhos considerados insatisfatórios, Marx servindo num subcomitê, valeu-se de sua imensa experiência jornalística. Seu “Estatuto e as Regras Provisórias da Associação Internacional dos Trabalhadores”, ao contrário de seus outros escritos, enfatizou as realizações positivas do movimento cooperativo e da legislação parlamentar; a conquista gradual do poder político permitiria ao proletariado britânico estender essas conquistas em escala nacional.

          Como membro do Conselho Geral da organização e secretário correspondente para a Alemanha, Marx passou a ser assíduo nas reuniões, que às vezes aconteciam por semanas. Por vários anos, ele mostrou um raro tato diplomático em compor diferenças entre vários partidos, facções e tendências. A Internacional cresceu em prestígio e número de membros, seus associados atingiram por volta de 800 mil pessoas em 1869. Teve sucesso em várias intervenções em nome de sindicatos europeus engajados em lutas com os empregadores.

Em 1870, porém, Marx ainda era desconhecido como personalidade política europeia; foi a Comuna de Paris que o tornou uma figura internacional, “o homem mais caluniado e mais ameaçado de Londres”, como ele escreveu. Quando a Guerra Franco-alemã[53] estourou em 1870, Marx e Engels discordaram dos seguidores na Alemanha que se recusaram a votar no Reichstag[54] a favor da guerra. O Conselho Geral declarou que “do lado alemão, a guerra era uma guerra de defesa”. Após a derrota dos exércitos franceses, entretanto, eles sentiram que os termos alemães representavam um engrandecimento às custas do povo francês. Quando uma insurreição estourou em Paris e a Comuna de Paris[55] foi proclamada, Marx deu-lhe apoio inabalável. Em 30 de mio de 1871, depois que a Comuna foi esmagada, ele a saudou em uma famosa obra intitulada “Guerra Civil na França”[56]:

“A história não tem exemplo comparável de tamanha grandeza(...) Seus mártires estão guardados para sempre no grande coração da classe trabalhadora”.


          Na opinião de Engels, a Comuna de Paris foi o primeiro exemplo da história de um governo regido pela “ditadura do proletariado”[57]. O nome de Marx, como líder da Primeira Internacional e autor da notória “Guerra Civil na França”, tornou-se sinônimo em toda a Europa do espírito revolucionário simbolizado pela Comuna de Paris.

          O advento da Comuna, entretanto, exacerbou os antagonismos dentro da Associação Internacional dos Trabalhadores e, portanto, trouxe sua queda. Sindicalistas ingleses como George Odger[58], ex-presidente do Conselho Geral, se opuseram ao apoio de Marx à Comuna de Paris. O projeto de lei de reforma de 1867[59], que emancipou a classe trabalhadora britânica, abriu vastas oportunidades para a ação política dos sindicatos. Os líderes trabalhistas ingleses descobriram que podiam fazer muitos avanços práticos cooperando com o Partido Liberal[60] e, considerando a retórica de Marx como um estorvo, ressentiram-se de sua acusação de que eles haviam “se vendido” aos liberais.

          Uma oposição de esquerda também se desenvolveu sob a liderança do famoso revolucionário Mikhail Alexandrovich Bakunin[61]. Um veterano das prisões czaristas e do exílio siberiano, Bakunin era capaz de mover homens por sua oratória, que um ouvinte comparou a “uma tempestade violenta com relâmpagos e trovões, e um rugido como de leões”. Bakunin admirava o intelecto de Marx, mas dificilmente poderia esquecer que Marx publicou um relatório em 1848 acusando-o de um agente russo. Ele sentia que Marx era um autoritário alemão e um judeu arrogante que poderia transformar o Conselho Geral em uma ditadura pessoal sobre os trabalhadores. Ele se opôs fortemente a várias teorias de Marx, especialmente o apoio de Marx à estrutura centralizada da Internacional, a visão de Marx de que a classe do proletariado deveria atuar como um partido político contra os partidos dominantes, mas dentro do sistema parlamentar existente, e a crença de Marx de que o proletariado, depois de derrubar o Estado burguês, deveria estabelecer seu próprio regime. Para Bakunin, a missão do revolucionário era a destruição do Estado; ele olhou para o campesinato russo, com sua propensões para a violência e seus instintos revolucionários desenfreados, em vez de guiar-se pelos abatidos dos trabalhadores civilizados dos países industriais. Dos seus discípulos, Bakunin esperava que fossem oficiais da revolução. Ele conquistou, uma grande maioria de jovens na Itália, Suíça e França e organizou uma sociedade secreta, a Aliança Internacional da Social-Democracia[62], que em 1869, desafiou a hegemonia do Conselho Geral no Congresso de Basileia, na Suíça[63]. Marx, entretanto, já havia conseguido impedir a admissão da Aliança liderada por Bakunin como organismo interno da Internacional.

          Para os bakuninistas, a Comuna de Paris era um modelo de ação direta revolucionária e uma refutação do que eles consideravam ser o “comunismo autoritário” de Marx. Bakunin começou a organizar seções da Internacional para atacar a suposta ditadura de Marx e do Conselho Geral. Em resposta, Marx divulgou o envolvimento de Bakunin com um líder estudantil russo inescrupuloso, Sergey Gennadiyevich Nechayev[64], que praticava chantagem e assassinato.

Sem uma ala direita de apoio e com a esquerda anarquista contra ele, Marx temia perder o controle da Internacional para Bakunin. Ele também queria voltar aos estudos e terminar o “Das Kapital”. No congresso da Internacional em Haia em 1872, o único de que participou, Marx conseguiu derrotar os bakuninistas. Então, para consternação dos delegados, Engels propôs que a sede do Conselho Geral fosse transferida de Londres para a cidade de New York. Os bakuninistas foram expulsos, mas a Internacional definhou e foi finalmente dissolvida na Filadélfia em 1876.

          Na última década de sua vida, as energias criativas de Marx se declinaram. Ele foi atacado pelo que chamou de “depressão mental crônica” e sua vida se voltou para sua família. Ele foi incapaz de completar qualquer trabalho substancial, embora ainda lesse muito e se comprometesse a aprender russo. Ele se tornou rabugento em suas opiniões políticas. Quando seus próprios seguidores e os do revolucionário alemão Ferdinand Lassalle[65], um rival acreditava que as metas socialistas deveriam ser alcançadas por meio da cooperação como o Estado, se uniram em 1875 para fundar o Partido Social-democrata[66], Marx escreveu uma crítica cáustica ao seu programa (o chamado “Programa de Gotha”[67]), alegando que fazia muitos compromissos com o status quo. Os líderes alemães colocaram suas objeções de lado e tentaram acalmá-lo pessoalmente. Cada vez mais, ele esperava uma guerra europeia para derrubar o czarismo russo, o esteio da reação, na esperança de que isso revivesse as energias políticas das classes trabalhadoras. Ele ficou comovido como que considerou ser a coragem altruísta dos terroristas russos que assassinaram o czar Alexandre II[68] em 1881; ele sentiu que este era “um meio de ação historicamente inevitável”.

          Apesar da retirada de Marx da política ativa, ele ainda reteve o que Engels chamou de sua “influência peculiar” sobre os líderes da classe trabalhadora e dos movimentos socialistas. Em 1879, quando os franceses fundaram a Federação Socialista dos Trabalhadores[69], seu líder Jules Guesde[70] foi a Londres para consultar Marx, que ditou o preâmbulo de seu programa e moldou grande parte de seu conteúdo. Em 1881, Henry Mayers Hyndman[71] em sua “Inglaterra para Todos” se baseou fortemente em suas conversas com Marx, mas o irritou por ter medo de reconhece-lo pelo nome.


         Durante seus últimos anos, Marx passou muito tempo em centros de saúde e até viajou para Argel. Ele foi alquebrado pela morte de sua esposa em 2 de dezembro de 1881, e de sua filha mais velha Jenny Longuet[72], em 11 de janeiro de 1883. Ele morreu em Londres, provavelmente de um abscesso pulmonar em 14 de março de 1883, com 65 anos.

No funeral de Marx no cemitério de Highgate[73], Engels declarou que Marx havia feito duas grandes descobertas, a lei do desenvolvimento da história humana e a lei do movimento da sociedade burguesa. Mas “Marx foi antes de tudo um revolucionário”. Ele foi “o homem mais odiado e caluniado de seu tempo”, mas também morreu “amado, reverenciado e pranteado por milhões de companheiros de trabalho revolucionários”.


          
Helene e Friedrick Demuth
     As emoções contraditórias geradas por Marx se refletem nos aspectos às vezes conflitantes de seu personagem. Marx foi uma combinação rebelde prometeico e do intelectual rigoroso. Ele deu à maioria das pessoas uma impressão de arrogância intelectual. Um escritor russo, Pavel Annenkov[74], que observou Marx num debate em 1846, lembrou que “ele falava apenas no imperativo, não tolerando contradições”, e parecia ser “a personificação de um ditador democrático, que pode aparecer diante de um em momentos de fantasia”. Mas Marx obviamente se sentiu desconfortável diante de audiências de massa e evitou a atmosfera de controvérsias faccionais nos congressos. Ele não comparecia a nenhuma demonstração, observou sua esposa, e raramente falava em reuniões públicas. Ele se manteve afastado dos congressos da Internacional onde os grupos socialistas rivais debatiam resoluções importantes. Ele era um homem de “pequenos grupos”, mais à vontade no ambiente do Conselho Geral ou na equipe de um jornal, onde seu personagem podia se imprimir com força em um pequeno grupo de colegas de trabalho. Ao mesmo tempo, ele evitou encontrar estudiosos ilustres com quem poderia ter discutido questões de economia e a sociologia em pé de igualdade intelectual. Apesar de seu amplo domínio intelectual, ele foi vítima de ideias obsessivas, como de que o ministro das Relações Exteriores britânico, Lord Palmerston[75], era um agente do governo russo. Ele estava determinado a não permitir que a sociedade burguesa fizesse dele “uma máquina de fazer dinheiro”, mas se submeteu a viver da generosidade de Engels e dos legados de parentes. Ele permaneceu o eterno aluno em seus hábitos pessoais e modo de vida, a ponto de juntar a dois amigos em uma travessura de estudante durante a qual eles sistematicamente quebraram quatro ou cinco postes de luz numa rua de Londres e depois fugiram da polícia. Ele era um grande leitor de romances, especialmente de Sir Walter Scott[76] e Balzac[77]; e a família fez um culto a Shakespeare[78]. Ele era um pai afetuoso, dizendo que admirava Jesus por seu amor aos filhos, mas sacrificou a vida e a saúde dos seus. De seus sete filhos, três filhas chegaram à maturidade. Sua filha favorita, Eleonor[79], o preocupava com seu caráter nervoso, taciturno e emocional e seu desejo de ser atriz. Outra sombra foi lançada sobre a vida doméstica de Marx com o nascimento de um filho ilegítimo, Frederick[80], com sua serva leal, Helene Demuth[81]; enquanto estava morrendo, Engels revelou a Eleanor que Marx fora o pai. Mas acima de tudo, Marx era um lutador, disposto a sacrificar qualquer coisa na batalha por sua concepção de uma sociedade melhor. Ele considerava a luta como a lei da vida e da existência.

          A influência das ideias de Marx, foi enorme. A obra-prima de Marx, O Capital, considerada a “bíblia da classe trabalhadora”, como foi oficialmente descrito em uma resolução da Internacional Working Men’s Associantion, foi publicado em 1867 em Berlim e recebeu uma segunda edição em 1873. Apenas o primeiro volume foi concluído e publicado em vida por Marx. O segundo e do terceiro volumes, inacabados por Marx, foram editados por Engels e publicados em 1885 e 1894. As categorias econômicas que ele empregou foram as da economia britânica clássica de David Ricardo[82], mas Marx as usou de acordo com o seu método dialético para argumentar que a sociedade burguesa, como todo o organismo social, deve seguir seu caminho inevitável de desenvolvimento. Por meio do funcionamento de tendências imanentes como o declínio da taxa de lucro, o capitalismo morreria e seria substituído por outra sociedade mais elevada. As páginas mais memoráveis de “O Capital” são as passagens descritivas, retiradas dos Livros Azuis Parlamentares[83], sobre a miséria da classe trabalhadora inglesa. Marx acreditava que essa miséria aumentaria, enquanto, ao mesmo tempo, o monopólio do capital se tornaria um obstáculo à produção até que finalmente “soa o sino da propriedade privada capitalista. Os expropriadores são expropriados”.

          Marx nunca afirmou ter descoberto a existência de classes e lutas de classes na sociedade moderna. Os historiadores “burgueses”, ele reconheceu, descreveram essa luta muito antes dele. Ele afirmou, no entanto, ter provado que cada fase do desenvolvimento da produção estava associada a uma estrutura de classe correspondente e que a luta de classes levava necessariamente à ditadura do proletariado, dando início ao advento de uma sociedade sem classes. Marx adotou as versões muitos diferentes do socialismo corrente no início do século XIX e os uniu em uma doutrina que continuou a ser a versão dominante do socialismo por meio século após sua morte. Sua ênfase na influência da estrutura econômica no desenvolvimento histórico provou ser de significância duradoura.

          Embora Marx tenha enfatizado as questões econômicas em seus escritos, seu maior impacto foi nos campos da sociologia e da história. A contribuição mais importante de Marx para a teoria sociológica foi seu modo geral de análise, o modelo “dialético”, que considera todo sistema social como tendo dentro de si forças imanentes que dão origem a “contradições” (desequilíbrios) que só podem ser resolvidas por um novo sistema social. Os neomarxistas que não aceitam mais o raciocínio econômico de “O Capital”, ainda são guiados por esse modelo em sua abordagem da sociedade capitalista. Nesse sentido, o modo de análise de Marx, como os de Thomas Malthus[84], Herbert Spencer[85] ou Vilfredo Pareto[86], tornou-se uma das estruturas teóricas que são patrimônio do cientista social.

MCLELLAN, David T. e FEUER, Lewis S. "Karl Marx". Encyclopedia Britannica, 14 de dezembro de 2021, https://www.britannica.com/biography/Karl-Marx. Acessado em 23 de dezembro de 2021.



[1] Trier (Tréveris)Tréveris (em alemão: Trier) é uma cidade histórica da Alemanha e também a mais antiga, localizada no estado da Renânia-Palatinado. Tréveris é uma cidade independente (kreisfreie Stadt) ou distrito urbano (Stadtkreis), ou seja, possui estatuto de distrito (Kreis). É também a sede do Verbandsgemeinde de Trier-Land, apesar de não ser membro.Tréveris foi fundada no século I a.C. como Augusta dos Tréveros (Augusta Treverorum), supostamente pelo próprio imperador Augusto. Nos séculos III e IV, sediou o governo do Império Romano e foi capital da província de Bélgica Prima. No século V, então com 70 mil habitantes, a cidade foi destruída por tribos germânicas. Tréveris nunca recuperou a antiga importância: no século XVII tinha apenas 3.600 habitantes, e cem anos depois contava com apenas 4.000. Cidade natal de Karl Marx, cuja residência familiar é hoje um museu, Tréveris também é a cidade natal de Santo Ambrósio, e se orgulha de sua rica herança arquitetônica.Tréveris está localizada na região do rio Mosela, divisa com Luxemburgo e norte da França. Tem ruínas romanas antigas como, por exemplo, a Porta Nigra. Para o Brasil, Tréveris enviou imigrantes que chegaram em 1828/1829 na colônia de Rio Negro na então província de São Paulo (hoje divisa do Paraná com Santa Catarina) e também antes disso, para o Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A9veris. Acesso em 28 de jan. de 2022.

 

[2] RenoO Rio Reno, tanto em francês quanto em alemão, Rijn em Holandês, Renos em Celta – rio e hidrovia da Europa Ocidental, cultural e historicamente um dos grandes rios do continente e entre as mais importantes artérias de transporte industrial do mundo. Ele flui de dois pequenos caminhos nos Alpes do centro-leste da Suíça ao norte e oeste até o Mar do Norte, para o qual drena através da Holanda. O comprimento do Reno foi dado como 820 milhas (1.320 km), mas em 2010 uma distância mais curta de cerca de 765 milhas (1.230 km) foi proposta. Uma via navegável internacional desde o Tratado de Viena em 1815, é navegável em geral por cerca de 540 milhas (870 km), até Rheinfelden na fronteira suíço-alemã. Sua área de captação, incluindo a área do delta, excede 85.000 milhas quadradas (220.000 km quadrados). O Reno tem sido um exemplo clássico da alternância de papéis dos grandes rios como artérias de unificação política e cultural e como linhas de fronteira políticas e culturais. O rio também foi consagrado na literatura de suas terras, especialmente da Alemanha, como no famoso épico Nibelungenlied. Desde a época em que o vale do Reno foi incorporado ao Império Romano, o rio tem sido uma das principais rotas de transporte da Europa. Até ao século XIX as mercadorias transportadas eram de elevado valor, mas relativamente pequenas em volume, porém desde a segunda metade do século XIX o volume de mercadorias transportadas no rio aumentou muito. O fato de que o transporte por água barato no Reno ajudou a manter os preços das matérias-primas baixos foi a principal razão pela qual o rio se tornou um importante eixo de produção industrial: um quinto das indústrias químicas do mundo estão agora fabricando ao longo do Reno. O rio foi por muito tempo uma fonte de dissensão política na Europa, mas isso deu lugar à preocupação internacional por salvaguardas ecológicas à medida que os níveis de poluição aumentaram; cerca de 6 mil substâncias tóxicas foram identificadas nas águas do Reno. Nenhum outro rio do mundo tem tantas cidades antigas e famosas em suas margens – Basileia, Suíça; Estrasburgo, França, e Worms, Mains, e Colônia, Alemanha, para citar algumas – mas também há cidades industriais como Ludwigshafen e Leverkusen na Alemanha que poluem as águas e prejudicam a atração cênica das margens dos rios. No entanto, o médio Reno (a seção entre cidades alemãs de Bingen e Bonn), com precipícios rochosos íngremes como o penhasco de Lorelei e numerosos castelos, ainda apresenta vistas deslumbrantes e atrai turistas. Este é o Reno da lenda e do mito, onde a Torre do Rato medieval (Mausturn) fica ao nível da água perto de Bingen e o castelo de Kaub fica em uma ilha no rio. A seção alpina do Reno fica na Suíça, e abaixo de Basileia o rio forma a fronteira entre Alemanha e a França, até o rio Lauter. Em seguida, flui através do território alemão até Emmerich, abaixo do qual sua seção delta de muitas ramificações resume as paisagens características da Holanda. O Reno nasce em dois córregos no alto dos Alpes Suíços. O Vorderrhein emerge do Lago Toma a 2.344 metros, perto da passagem Oberalp nos Alpes Centrais, e depois flui para o leste passando por Disentis para se juntar ao Hinterrhein do sul em Reichenau acima de Chur (O Hinterrhein sobe cerca de oito quilômetros a oeste do Passo de San Bernardino, perto da fronteira suíço-italiana, e é acompanhado pelo rio Albula abaixo de Thusis). Abaixo do Chur, o Reno deixa os Alpes para formar a fronteira entre a Suíça e o principado de Liechtenstein e depois entre a Suíça e a Áustria, antes de formar um delta à medida que a corrente diminui na estrada do Lago de Constança. Nesta seção de piso plano, o Reno foi endireitado e as margens reforçadas para evitar inundações. O Reno deixa o lago através de seu braço Untersee. De lá até sua curva em Basileia, o rio é chamado de Horchrhein (Alto Reno) e define a fronteira suíço-alemã, exceto a área abaixo de Stein am Rhein, onde a fronteira se desvia de modo que as Cataratas do Reno em Schafhausen são inteiramente dentro da Suíça. A jusante, o Reno flui rapidamente entre o foreland alpino (um foreland é uma bacia de frente de cadeia, uma acumulação de sedimentos provenientes da formação de uma montanha e depósitos sobre uma região adjacente relativamente pouco deformada pela tectônica) e a região da Floresta Negra, seu curso interrompido por corredeiras, onde – como em Laufenburg (Suíça) e Säckingen e Schwörstadt (Alemanha) – foram construídas barragens. Neste trecho é acompanhado por seus afluentes alpinos, o Thur, Töss, Glatt e Aare, e pelo Wutach do norte. O Reno é navegável entre Basileia e Rheinfelden desde 1934. Abaixo de Basileia o Reno vira para o norte para fluir através de um amplo vale de piso plano, com cerca de 32 quilômetros de largura, mantido entre, respectivamente, os antigos maciços das montanhas Vosges e as terras altas da Floresta Negra e as montanhas Haardt e Odenwald (Floresta Oden). O principal afluente da Alsácia é o Ill (ill), que se junta ao Reno em Estrasburgo, e vários rios mais curtos, como o Dreisam e o Kinzig, drenam da Floresta Negra. A jusante, o regulado Neckar, depois de cruzar as terras altas de Oden em um desfiladeiro espetacular até Heidelberg, entra no Reno em Mannheim; e o Main sai da planície da baixa Suíça da Francônia para o Reno, em frente a Mainz. Até o endireitamento do alto Reno, que começou no início do século XIX, o rio descreveu uma série de grandes curvas, ou meandros (voltas, complicações, desvios, ramais, sinuosidades), sobre sua planície de inundação, e hoje seus remanescentes, os antigos remansos e cortes perto de Breisach e Karlsruhe, marcam o antigo curso do rio. Abaixo de Bonn, o vale se abre em uma ampla planície, onde a antiga cidade de Colônia fica na margem esquerda do Reno. Lá, o rio é atravessado pela moderna Ponte Severin e pela reconstruída ponte ferroviária Hohenzollern, que leva a linha de Aachen a Düsseldorf e à região industrial do Ruhr. Düsseldorf, na margem direita do Reno, é o centro de negócios dominante do campo de carvão da Renânia do Norte-Vestefália. Duisburg, que fica na foz do rio Ruhr, lida com a maior parte do carvão e coque transportados pela água do Ruhr, bem coma as importações de minério de ferro e petróleo. A última seção do Reno fica abaixo da cidade fronteiriça de Emmerich, na região do delta da Holanda. Lá, o Reno se divide em vários ramos largos, como o Lek e o Waal, mais a jusante, chamados de Merwede. Com a conclusão do enorme Projeto Delta em 1986 – construído para evitar inundação na área costeira sudoeste da Holanda – todos os principais ramos do Reno foram fechados; comportas e canais laterais agora permitem que a água do rio chegue ao mar. Desde 1872, no entanto, o New Waterway Canal, construído para melhorar o acesso ao Mar do Norte a Rotterdam, tem sido a principal ligação de navegação entre o Reno e o mar; ao longo deste canal foi construído o Europoort, um dos maiores portos do mundo. O Reno alpino – com seu gradiente acentuado, alto coeficiente de escoamento (80% da precipitação em sua área de captação), mínimo de inverno pronunciado, água alta na primavera devido ao degelo da neve e alto máximo no início do verão resultante de fortes chuvas de verão – tem uma característica de regime alpino. Embora as variações de caudal seja equilibradas pelo Lago Constança, que é alimentado por ribeiras de montanha e pelo Reno (e que também funciona como filtro), elas são aumentadas novamente pela confluência do Aare, que em média transporta mais água que o Reno. Abaixo de Basileia, no entanto, os afluentes dos planaltos, com seus máximos de primavera em altitudes mais altas e máximos de inverno em altitudes mais baixas, moderam cada vez mais o desequilíbrio. Assim, em Colônia os desvios médios do fluxo médio são pequenos e o regime é favorável à navegação. Além disso, os invernos nas regiões navegáveis do rio são geralmente amenos, e o Reno congela apenas em invernos excepcionais. Como uma artéria comercial, o Reno é incomparável entre os rios do mundo, historicamente, bem como na quantidade de tráfego transportado. Os romanos mantinham uma frota no Reno, e a importância do rio aumentou enormemente com o surgimento do comércio medieval, que dependia do transporte aquático sempre que possível devido às estradas precárias. A barreira rochosa do desfiladeiro em Bingen dividiu a navegação em duas seções: tráfego predominantemente a montante por navios marítimos para Colônia e movimento predominantemente a jusante de mercadorias – trazidas primeiro pelas passagens alpinas – de Basileia a Mainz e Frankfurt am Main. Após cerca de 1500, a navegação declinou devido à reorientação do comércio em direção ao Atlântico e à desintegração política da Renânia. A ascensão da navegação moderna começou no século XIX, e sua magnitude atual é atribuível em grande parte a quatro fatores: 1) remoção de restrições políticas à navegação; 2) melhorias físicas do canal de navegação; 3) canalização do interior do Reno e; 4) crescente industrialização dos países ribeirinhos. O princípio da livre navegação no Reno foi acordado pelo Congresso de Viena de 1815 e foi posto em vigor pela Convenção de Mainz de 1831, que também estabeleceu a Comissão Central do Reino. Este primeiro tratado foi simplificado e revisto na Convenção de Mannhein de 1868, que, com a extensão em 1918 de todos os privilégios aos navios de todos os países e não apenas dos estados ribeirinhos, permanece (em termos gerais) em vigor. Historicamente, duas seções apresentavam sérias desvantagens à navegação: a barreira rochosa em Bingen e o sul do Reno superior. Em Bingen, dois canais de navegação foram destruídos em 1830 a 1832, havendo a canalização do alto Reno, confinando-o dentro de um leito artificial e endireitando seu curso, foi realizada em 1817 a 1874. Em nenhum dos casos as melhoria resultantes foram inteiramente satisfatórias, mas os canais em Bingen foram duplicados em largura e aprofundados, eliminando assim a necessidade de um piloto. A navegação no alto Reno, apesar das melhorias feitas após 1907, sobre de variações sazonais de fluxo e da corrente rápida. Para melhorar a navegação e obter energia hidrelétrica, a França (pelo Tratado de Versalhes) obteve o direito de desviar a água do Reno abaixo de Basileia para um canal que deveria se juntar ao Reno em Estrasburgo. A construção da primeira seção deste Grande Canal d’Alsace, projetada para receber navios de 1.500 toneladas, foi concluída com a construção de uma barragem em Kembs em 1932 e melhorou bastante a navegação. A construção foi retomada após a Segunda Guerra Mundial, mas em um tratado (1956) a França, em troca do acordo da Alemanha Ocidental para a canalização do Mosela, consentiu em encerrar o canal em Neu Breisach. As quatro restantes de um total de oito barragens utilizam a água do Reno apenas pela construção de anéis de canal. O Neckar é canalizado através de Stuttgart até Plochingen e o Main até Bamberg. Lá a porção norte concluída do Canal Meno-Danúbio leva ao sul de Nuremberg, que se tornou um importante porto. No tratado assinado em 1956 entre Alemanha Ocidental, França, que incluiu Luxemburgo previa a canalização do Mosela de Koblenz a Thionville (275 quilômetros), que foi concluída em 1964. O Lahn também é canalizado para pequenas embarcações (200 toneladas) por 68 quilômetros. Na região do Ruhr, o próprio Ruhr (exceto nos últimos 12 quilômetros) e o Lippe não são usados como vias navegáveis. Seu lugar é ocupado pelo Canal Reno-Herne, concluído em 1916 entre Duisburg e Herne e ligando o Reno através do Canal de Dortmund-Sem com a costa alemã do Mar do Norte e através do Canal Mittelland com as vias navegáveis da Alemanha central e oriental e da Europa Oriental; e pelo menos importante Canal Wesel-Datteln-Hamm (1930), que corre paralelo ao curso inferior do Lippe. A capacidade do Canal Reno-Herne para embarcações é de 1.350 toneladas e tornou-se padrão tanto para a capacidade mínima dos canais construídos desde a Segunda Guerra Mundial quanto para as barcaças. Mais perto da foz do Reno, o Canal Merwede (ampliado em 1952) ao sul de Amsterdã oferece outra rota para o mar para navios que deslocam até 4.300 toneladas. Três fatores foram importantes no aumento do tráfego do Reno. Em primeiro lugar, os impedimentos políticos à livre navegação – particularmente os cerca de 200 postos de pedágio ao longo do rio – foram removidos pelo Congresso de Viena de 1815; em segundo lugar iniciou-se o uso de rebocadores à diesel, pois em meados do século XIX, as barcaças que subiam o rio eram rebocadas por parelhas de cavalos ou por bandos de homens; e terceiro, a própria hidrovia foi melhorada. A primeira viagem de navio a vapor no Reno foi feita de Londres a Koblenz em 1817, mas este foi um evento solitário. As instalações portuárias de Mannheim foram inauguradas em 1840, e por quase um século este foi o lugar chefe efetivo da navegação. Embora Basileia tenha sido alcançada por um navio a vapor em 1832, seu desenvolvimento como porto do Reno começou um século depois. Apesar da melhoria da navegação e dos meios de transporte, houve inicialmente pouco crescimento no volume deste transporte. O aumento veio com o surgimento da indústria moderna no século XIX, que exigiu o movimento em massa de carvão, minério, materiais de construção, matéria-prima para a indústria química e (desde cerca de 1950) petróleo. Embora o transporte de carvão e minério tenha diminuído, houve um aumento geral no volume de transporte até meados da década de 1960; desde então, no entanto, a tonelagem de carga diminuiu significativamente. O modo de transporte a partir de 1840 era por rebocadores que rebocavam várias barcaças. O desenvolvimento após 1945 envolveu inicialmente a introdução de barcaças autopropulsadas e, posteriormente, a introdução de rebocadores, em que um rebocador pode impulsionar unidades de quatro barcaças e, assim economizar custos de mão de obra. Um aumento no volume de tráfego também foi efetuado pela introdução da navegação por radar na década de 1950, o que tornou possível a operação 24 horas. Há também um serviço regular de passageiros no Reno durante o verão, especialmente no trecho médio do Reno e de Roterdã a Basileia, mas isso é quase exclusivamente para turista. Os efeitos dos rios nas regiões por onde fluem tendem a se alternar entre tendências de unificação cultural e política das regiões e de delimitação política do rio. Deste fenômeno o Reno é um exemplo clássico. Durante os tempos pré-históricos existiam os mesmos grupos culturais em ambas as margens; da mesma forma, no início dos tempos históricos, tribos germânicas se estabeleceram em ambos os lados de seu curso inferior e celtas ao longo de seu curso superior. Embora já houvesse uma ponte atravessada por Júlio César em 55 e 53 a.C., o Reno tornou-se pela primeira vez, ao longo de seu curso do Lago Constança até sua foz em Lugdunum Batavorum (Leiden, Holanda), uma fronteira política – a da Gália Romana. Esta divisão não durou muito, porque sob o imperador Augusto as províncias da Germânia Superior e Germânia Inferior foram estabelecidas do outro lado do Reno, e ao sul de Bonna (Bonn) a fronteira do Império Romano foi marcada pelos limes (fronteira fortificada romana) bem a leste do rio. No entanto, porque o Reno tinha sido o limite da Gália por um tempo, resultou em reivindicações posteriores pela Franças, considerando-se o sucessor da Gália, do Reno como seu limite natural. Quando o Império Romano do Ocidente se desintegrou, o Reno foi atravessado em toda sua extensão por tribos germânicas (406 d.C.), e o rio formou a espinha dorsal central primeiro do reino dos francos e depois do império carolíngio. Quando em 843 esse império foi dividido, trechos do Reno formaram a fronteira oriental da parte central, Lorena (Lotaríngia), até 870, quando o Reno tornou-se novamente o eixo central de uma unidade política, o Sacro Império Romano. Eventos subsequentes mudaram o eixo deste império para o leste e causaram desintegração política ao longo do Reno. A Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648) terminou com a separação final das cabeceiras do Reno e a área do delta da Alemanha e um avanço gradual da França em direção ao Reno, que alcançou sob Luís XIV através da aquisição da Alsácia. As Guerras Revolucionárias Francesas incluíram mais avanços franceses, e o Tratado de Lunéville (1801) fez do Reno, ao longo da maior parte de seu curso, a fronteira oriental da França. Mas a França avançou além do Reno e incluiu o noroeste da Alemanha dentro de suas fronteiras, e a Confederação do Reno, criada por Napoleão, estendeu o controle francês até os rios Elba e Neisse. O surgimento resultante do nacionalismo alemão foi expresso por E.M. Arndt, que em 1813 escreveu: “O Reno é o rio da Alemanha, não sua fronteira”. O Congresso de Viena, no entanto, deixou a França na posse da Alsácia e, portanto, com uma fronteira do Reno. As ambições de Napoleão III de adquirir mais território renano despertaram fortemente os sentimentos alemães. Em 1840, Max Schneckenburger escreveu seu poema patriótico “Die Wacht am Rhein” (“A Vigilância do Reno”), que foi musicado por Karl Wilhelm em 1854 e se tornou a melodia empolgante dos exércitos prussianos na Guerra Franco-Alemã de 1870 – 1871. Um resultado dessa guerra foi que a França perdeu a Alsácia e, portanto, sua fronteira do Reno, que recuperou após a Primeira Guerra Mundial. O seu sistema defensivo fortificado da Linha Maginot (construído em 1927 – 1936) contíguo à margem francesa do alto Reno da fronteira Suíça até perto de Lauterbourg. A oposta Westwall, ou Linha Siegfried (1936 – 1939), contíguo ao banco alemão da fronteira Suíça para perto de Karlsruhe. Acontecimentos após a Segunda Guerra Mundial sugeriram que a luta pela posse do Reno havia sido superada por uma tendência de união econômica e até política dos estados ribeirinhos. Além disso, o aumento da poluição do Reno resultou em uma crescente cooperação internacional para combater a ameaça. Um dos momentos decisivos na história ambiental do Reno ocorreu em novembro de 1986, quando um incêndio em um depósito de produtos químicos na zona industrial de Schweizerhalle em Basileia, na Suíça, liberou 20 a 30 toneladas de pesticidas e outros produtos químicos no rio. O derramamento deixou o rio vermelho, contaminando a pesca de enguias do Reno e matando centenas de milhares de outros peixes enquanto a pluma tóxica descia o rio abaixo até o mar. Esse desastre ambiental levou a um reexame dos padrões de segurança e armazenamento de produtos químicos industriais nos países ribeirinhos do Reno e inspirou a criação de planos internacionais de gestão ambiental que melhoraram muito a qualidade da água do rio no início do século XXI. Fonte: SINNHUBER, Karl A. e MUTTON, Alice FA. "Rio Reno". Enciclopédia Britânica, 3 de abr. de 2020, https://www.britannica.com/place/Rhine-River. Acesso em 28 de jan. de 2022.

 



[3] Prússia – É uma região histórica que se estende desde a baía de Gdansk (na Polônia), o final da Curlândia (na costa sudeste do mar Báltico, na Letônia), até a Masúria, no interior do que é atualmente território polaco. O nome Prússia tem sua origem histórica nos prussianos, um povo báltico que habitava a área em torno das lagunas da Curlândia e do Vístula (no que é hoje o norte da Polônia). A região e os habitantes foram descritos pela primeira vez por Tácito em sua obra Germânia no ano de 98 d.C., no período em que os suevos, godos e outros povos germânicos viviam em ambas as margens do rio Vístula, ao lado dos éstios, os povos do leste. Na década de 1230, o território dos prussianos, e dos povos vizinhos corônios e livônios, estava sob o controle do Estado da Ordem Teutônica. O termo é aplicado a uma série de Estados históricos homônimos centrados na região histórica e que deram origem ao Ducado da Prússia e à Marca de Brandemburgo. Durante séculos, a Casa de Hohenzollern governou com sucesso a região, expandindo seu tamanho por meio de um exército bem organizado e eficaz. A Prússia moldou a história da Alemanha, tendo sua capital Berlim depois de 1451. Em 1871, os Estados Alemães se uniram com a criação do Império Alemão, sob a liderança prussiana. Em novembro de 1918, as monarquias foram abolidas e a nobreza perdeu seu poder político. A Prússia foi efetivamente abolida em 1932, e oficialmente em 1947. No século XIV, os cruzados alemães – os Cavaleiros Teutônicos – conquistaram os prussianos. Em 1308, os Cavaleiros Teutônicos conquistaram a região da Pomerélia e Gedano (Dantzig). O Estado da Ordem Teutônica foi germanizado principalmente pela imigração da Alemanha central e ocidental, e foi polonizado por colonos de Mazévia. A Segunda Paz de Torum (1466) dividiu a Prússia nas regiões Ocidental – a Prússia Real, uma província do Reino da Polônia, que posteriormente ficou sob proteção da República das Duas Nações – e a parte Oriental – o Ducado da Prússia (a partir de 1525), um feudo da Coroa da Polônia até 1657. A unidade de ambas as partes da Prússia foram preservadas pela manutenção das suas fronteiras, da cidadania de seus habitantes e da sua autonomia política. A união de Brandemburgo e o Ducado da Prússia em 1618 culminou na proclamação do Reino da Prússia, em 1701, quando o país se tornou uma das grandes potências de sua época, com maior influência nos séculos XVIII e XIX. Durante o século XVIII, sob o reinado de Frederico, o Grande, a nação teve uma influência em muitos assuntos internacionais. Durante o século XIX, o chanceler Otto von Bismarck uniu os principados alemães numa Pequena Alemanha, que excluía o Império Austríaco. No Congresso de Viena (1814 – 1815), que redesenhou o mapa político da Europa após a derrota de Napoleão Bonaparte, a Prússia adquiriu uma grande parte do noroeste do que atualmente é a Alemanha, incluindo o Vale do Ruhr, uma região estratégica rica em carvão. O reino então cresceu rapidamente na influência econômica e política, quando em 1867, tornou-se o núcleo da Confederação da Alemanha do Norte e, em 1871, do Império Alemão. Neste período, a Prússia era tão grande e tão dominante na nova Alemanha que os junkers e outras elites prussianas eram cada vez mais identificadas como alemães e cada vez menos prussianos. O reino foi dissolvido em 1918, durante a Revolução Alemã de 1918 – 1919, que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial. Em 1932, seu Estado sucessor, a República de Weimar, perdeu toda a importância jurídica e política que a Prússia havia conquistado. Posteriormente, as velhas elites prussianas acabaram por desempenhar um papel passivo após a criação da Alemanha Nazista: a Prússia foi legalmente abolida em 1940. A Prússia Oriental perdeu toda a sua população alemã depois de 1945, quando a Polônia e a União Soviética anexaram seu território. Desde então, a área está dividida entre o norte polonês (a maioria da Vármia – Masúria), o enclave russo de Kaliningrado e o sudoeste da Lituânia (na região da Klaipeda). O termo “prussiano” tem sido frequentemente utilizado, especialmente fora da Alemanha, para enfatizar características como profissionalismo, agressividade, militarismo e conservadorismo da classe junker de aristocratas. A região é famosa por conta de seu muitos lagos, assim como florestas e montanhas. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%BAssia. Acesso em: 28 de jan. 2022. 

[4] Friedrich Engels – Ver Blog do Maffei. Friedrich Engels – O Segundo Violino. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/01/friedrick-engels-o-segundo-violino.html. Acesso em 30 de jan. 2022. 

[5] Manifest der Kommunistischen Partei (“O Manifesto Comunista”) – ver no Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/01/manifesto-do-partido-comunista-resumo.html. Acesso em: 28 de janeiro de 2022. 

[6] “Das Kapital” (“O Capital”) – ver no Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/01/sobre-o-capital-das-kapital-karl-marx.html. Acesso em: 28 de janeiro de 2022. 

[7] Immanuel Kant – Ver Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/immanuel-kant.html. Acesso em: 3 de jan. 2022.

 


[8] Voltaire – François-Marie Arouet (1694 – 1778) foi um escritor, ensaísta, deísta (o deísmo é uma posição filosófica naturalista que acredita na criação do universo por uma inteligência superior, através da razão, do livre pensamento e da experiência pessoal, em vez dos elementos comuns das religiões teístas como revelação direta ou tradição), e filósofo humanista francês. Conhecido por sua perspicácia e espiritualidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio, é uma dentre muitas figuras do Iluminismo, cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Estadunidense. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de dois mil livros e panfletos. Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para que as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney (uma comuna francesa do chamado País de Gex, na região administrativa de Auvérmia-Ródano-Alpes, no departamento de Ain). Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke. Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/voltaire. Acesso em 3 de jan. de 2022. 

[9] Universidade de Bonn – (Reinische Friedrich-Wilhelms – Universität Bonn) é uma universidade pública de pesquisa localizada em Bonn, Renânia do Norte-Vestefália, Alemanha. Foi fundada em sua forma atual como Rhein-Universität (em inglês: Rhine University, e em português: Universidade do Reno) em 18 de outubro de 1818 por Frederick William III, com o sucessor linear da Kurkölnische Akademie Bonn (Academia do Príncipe-eleitor de Colônia), fundada em 1777. A Universidade de Bonn oferece muitos programas de graduação em uma variedade de cursos e tem 544 professores. Sua biblioteca contém mais de cinco milhões de volumes. Fonte: Site Stringfixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/University_of_Bonn. Acesso em 29 de jan.2022.

[10] Dieta Federal em Frankfurt – a Confederação Germânica (Deutscher Bund, em Alemão) foi uma associação política econômica (a Zollverein, a partir de 1834) dos principais territórios de língua alemã, criada no Congresso de Viena de 1815, sob a hegemonia austríaca, que sucedeu ao milenar Sacro Império Romano-Germânico, dissolvido em 1806 pelas invasões napoleônicas. A entidade era uma confederação fraca de 39 Estados, com uma dieta em Frankfurt, instalada no Palais Thurn um Taxis, que representava apenas os soberanos, não os povos daqueles territórios. O tamanho e influência de cada Estado variava consideravelmente: o Império Austríaco e o Reino da Prússia eram maiores e mais importantes membros da confederação. Grandes partes de seus territórios e de suas forças armadas não foram incluídas na confederação, o que permitia a ambos atuar como países independentes; por exemplo, durante as guerras com a Dinamarca, Áustria e Prússia não combateram sob bandeira da confederação. Ambas possuíam um voto cada na dieta, dois Estados-membros eram governados por soberanos estrangeiros: os reis da Dinamarca, dos Países Baixos e do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (até 1837) eram membros da Confederação Germânica na qualidade, respectivamente, de duque de Holstein e rei de Hanôver. Cada um detinha um voto cada na dieta; seis outros Estados contavam um voto cada na dieta: os reis da Baviera. Saxônia e Vurtemberg, o príncipe-eleitor do Hesse e os grão-duques de Baden e do Hesse; 23 membros menores compartilhavam cinco votos na dieta; e as quatro cidades livres de Lübeck, Frankfurt, Bremen e Hamburgo compartilhavam um único voto na dieta. As suas fronteiras era aproximadamente as mesmas fronteiras do Sacro-Império por alturas da Revolução Francesa, excetuando o território que corresponde hoje à Bélgica. Os seus membros, drasticamente reduzidos a cerca de 30 em relação aos mais de 200 que constituíam o Sacro-Império, dispunham de plena soberania e comprometiam-se a uma defesa mútua, mantendo em conjunto uma série de fortalezas no Luxemburgo, em Mogúncia, Rastatt, Ulm e Landau. Os assuntos políticos, naturalmente limitados devido à grande autonomia dos estados-membros, discutiam-se na dieta federal, sob a presidência austríaca, de Francoforte. Foi dissolvida em 1866 após a vitória prussiana na Guerra Austro-prussiana, causada pela rivalidade entre estes dois Estados na disputa pela hegemonia política sobre os territórios de língua alemã – e substituída pela Confederação da Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund), estrutura análoga, mas sob hegemonia prussiana e excluindo a Áustria. O posterior Império Alemão (Deutscher Reich), proclamado em 1871, integrou os membros da liga à exceção da Áustria, Luxemburgo, Limburgo e Liechtenstein. Fonte: Wikipédia. Verbete “Confederação Germânica". Disponível em:  https://www.wiki.pt-pt.nina.az/Confedera%C3%A7%C3%A3o_Germ%C3%A2nica.html. Acesso em 29 de jan.2022.

 

[11] Universidade de Berlim (Universidade Friedrich Wilhelm de Berlim – Há 200 anos, como outros contemporâneos, Wilhelm Von Humboldt clamava pela independência da ciência, pela integração das ciências humanas e naturais e pela unidade do ensino e da pesquisa. A universidade, que abriu de acordo com suas ideias em 1810, rapidamente se tornou um lugar animado para discussões com estudiosos conhecidos como o filósofo Hegel, o jurista Von Savigny ou o médico Hufeland. Após a fundação do Império Alemão em 1871, a alma mater de Berlim tornou-se a maior e renomada universidade da Alemanha. As ideias de Humboldt se espalharam pelo mundo e deram origem a muitas universidades do mesmo tipo. Vinte e nove ganhadores do Prêmio Nobel, como Max Planck, Robert Koch e Fritz Haber, fizeram pesquisas nesta universidade. Otto Von Bismarck, Heinrich Heine e Karl Marx foram matriculados como estudantes da universidade. Durante o período do nacional-socialismo, ou seja, do nazismo (1933 a 1945) a universidade foi um lugar de apoio entusiástico ao sistema, de organização silenciosa, infelizmente raramente de resistência. Recomeçar em frangalhos físicos e morais. Sob o olhar atento das forças soviéticas, o ensino foi retomado em 1946 em prédios parcialmente danificados. Em 1949, a universidade recebeu o nome dos irmãos Alexander e Wilhelm Von Humboldt. O Conteúdo do curso, as condições do ensino e da pesquisa foram alterados sob a influência das reformas universitárias na RODA (República Democrática Alemã, de cunho socialista) em 1950 e 1951 e 1967 e 1968 em consonância com a ideologia do comunismo real. Com a reunificação alemã de 1990, a universidade teve a oportunidade de abrir novos caminhos, mas também de se conectar com tradições mais antigas. Atualmente a universidade é uma das melhores da Alemanha. Fonte: Site Humboldt-Universität zu Berlin. Disponível em: https://www.hu-berlin.de/en/about/humboldt-universitaet-zu-berlin. Acesso em: 2 de fev. 2022.

 

[12] Hegel – ver Blog do Maffei (Vida e Obra de Hegel). Disponivel em:  https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/georg-wilhelm-friedrich-hegelgeorg-vida.html. Acesso em: 20 de fev. 2022.

 

[13] Jovens Hegelianos – ver blog do Maffei (Jovens Hegelianos) Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/os-jovens-hegelianos.html. Acesso em: 20 de fev. 2022.

 


[14] Bruno Bauer – Nascido em 6 de setembro de 1809 em Eisenberg, Alemanha e falecido em 13 de abril de 1882 em Rixdorf, Berlim, Alemanha. Foi um filósofo, teólogo e historiador alemão. Bauer investigou as fontes do Novo Testamento e concluiu que o Cristianismo primitivo foi tributário do estoicismo – mais que o judaísmo. A partir de 1840, Bauer iniciou uma série de trabalhos defendendo a tese de que Jesus foi um mito estabelecido no século II, a partir da fusão de elementos de teologia judaica, grega e romana, dizendo que as verdadeiras forças originárias do cristianismo teriam sido Filo, Sêneca e os gnósticos. Filho de um pintor de uma fábrica de porcelanas em Eisenberg, Bauer estudou sob orientação direta de Hegel até a morte deste. Hegel certa vez lhe concedeu um prêmio acadêmico por um ensaio filosófico criticando Immanuel Kant. Estudou na Universidade Friedrich Wilhelm em Berlim, onde se juntou aos chamados hegelianos de direita, sob a liderança de Philip Marheineke. Em 1834, começou a ensinar em Berlim como licenciado em teologia, e em 1839 foi transferido para a Universidade de Bonn. Em 1838, publicou “Kritische Darstellung der Religion des Alten Testaments” (“Relato Crítico da Religião do Antigo Testamento”) em dois volumes, em que fica evidente sua filiação ao hegelianismo de direita já nesta data. Logo sua opinião mudaria, e em dois trabalhos, um sobre o quarto evangelho, “Kritik der Evangelischen Geschichte des Johannes” (“Crítica Histórica dos Evangelhos de João”) em 1840, e outro sobre os sinóticos, “Kritik der Evangelischen Geschichte der Synoptiker” (Crítica Histórica dos Evangelhos Sinóticos) em 1841, e também em seu “Herr Hengstenberg, Kritische Briefe uber den Gegensatz des Gesetzes und des Evangeliums” (“Senhor Hengstenberg, Cartas Críticas sobre o Contraste entre a Lei e o Evangelho”), Bauer anuncia sua completa rejeição a sua anterior ortodoxia. Ele então se torna associado com os radicais Jovens Hegelianos, ou Hegelianos de Esquerda. Em 1842, o governo revoga sua licença e Bauer se aposenta para o resto de sua vida em Rixford, perto de Berlim. Faleceu aos 72 anos. Foi sepultado em Fredhof II der Jacobi-Gemeinde, Neukölln, Berlim na Alemanha. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bruno_Bauer. Acesso em: 29 de jan. 2022.

 


[15] Adolph Friedrich Rutenberg – Foi um professor de geografia e jornalista alemão participante do grupo dos Jovens Hegelianos ou Hegelianos de Esquerda. Adolph Rutenberg nasceu em 30 de outubro de 1808 em Berlim e faleceu em 6 de dezembro de 1869 também em Berlim. Era filho de Adolph Friedrich Rutenberg, um sapateiro de Mecklenburg, e sua esposa Dorothea Elisabeth Dohrmann, que se mudo para Berlim pouco antes de ele nascer e adquiriu a cidadania lá. Adolph Rutenberg frequentou o Friedrich-Wilhelm-Gymnasiu, com Bruno Bauer, que era um ano mais velho e mais tarde se tornou seu cunhado. De 1828 a 1831, estudou filosofia, filologia e teologia na Universidade Friedrich Wilhelm em Berlim. No semestre de inverno de 1828/1829 assistiu às aulas de estética e filosofia da história de Hegel. Rutenberg fez uma transcrição da palestra de Hegel sobre filosofia da religião em 1831. Depois de passar nos exames de filosofia, filologia e teologia, ele ensinou em várias escolas de Berlim. Durante nove anos trabalhou como professor em várias escolas. De 1838 é chamado para ensinar geografia na Escola Real de Cadetes em Neuen Friedrichtrasse até ser demitido em 1840 por embriaguez e razões políticas. Ele então trabalhou para várias revistas (e.g. o Hallesche Jahrbücher für Kunst Deutsche Wissenschaft – Anuários Halle de Arte e Ciência Alemã – de Arnold Ruge). Em Berlim foi membro do Doctor’s Club, um círculo de debates filosóficos de jovens professores e estudantes de semestres avançados, do qual participaram Karl Marx, Karl Friedrich Köppen, Bruno e Edgar Bauer, Ludwig Buhl, entre outros. Durante este tempo Rutenberg parece ter desenvolvido uma amizade mais próxima com Marx, que relatou a seu pai em novembro de 1837 que Marx era seu “mais íntimo dos amigos de Berlim”. Em 25 de março de 1838, Rutenberg casou-se com a filha de 25 anos de um mestre serralheiro, Anna Bertha Spiller, em Berlim. Sua filha Agathe nasceu em Berlim em 10 de dezembro de 1838 e foi batizada em 3 de fevereiro de 1839 na Igreja Sankt Nikolai em Berlim. Ele também teve dois filhos, chamados Adolph Bruno (advogado – nascido em 5 de abril de 1840 em Berlim) e Walter (escultor – nascido em 29 de dezembro de 1858 em Berlim). Em novembro de 1841, ele recebeu uma pergunta de Georg Jung sobre se ele queria ser o primeiro editor do Rheinische Zeitung. Em 2 de fevereiro de 1842, por sugestão de Karl Marx, tornou-se editor-chefe do Rheinische Zeitung em Colônia. Rutenberg foi responsável por artigos editoriais sobre a Prússia e a Alemanha. O poeta alemão Hoffmann von Fallersleben o visitou durante as comemorações da construção da catedral em setembro de 1842, foi do poema de Fallersleben “Deutschlandiied” que foi retirado o hino nacional alemão. Mas o conselho editorial ficou insatisfeito com Rutenberg e o substituiu em 15 de outubro por Karl Marx. De volta a Berlim, ele se junta à Freie Universität Berlin. Rutenberg é o único dos Jovens Hegelianos de Berlim que foi convidado por Karl Theodor Welcker para escrever a primeira edição do Staatlexikon, Enciclopédia de todas as ciências políticas para todos os níveis de trabalho. Ele forneceu as contribuições escrevendo os verbetes Polônia, Prússia (estatísticas), Sérvia (história), Sinai, China, Turquia, Império Otomano e Radical, Radicalismo. Gustav Mayer (professor, jornalista e historiador alemão com enfoque particular no movimento operário) o elogiou sua escrita. Em 1º de abril de 1848 fundou a National-Zeitung em Berlim, que foi responsável por liderar até a crise de setembro de 1848. Participou ativamente da Revolução de Março. Nos últimos anos de sua vida, ele trabalhou como jornalista para o Prussian (Adler) Zeitung, de 1851 a 1853, e para o Royal Prussian State Gazette (1851 a 1871) e teria se voltado para as questões liberais nacionais. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://www.wikibook.wiki/wiki/de/Adolf_Friedrich_Rutenberg. Acesso em: 29 de jan. 2022.

 


[16] Universidade de Jena – A Universidade Friedrich Schiller de Jena (Friedrich-Schiller-Universität Jena) é uma universidade alemã situada na cidade de Jena, na Turíngia. É uma das dez universidades mais antigas da Alemanha. Foi estabelecida em 2 de fevereiro de 1558 segundo planos do príncipe eleitor João Frederico I da Saxônia (em alemão: Johann Friedrich von Sachsen). O auge da sua reputação ocorreu sob os auspícios do duque Carlos Augusto, patrono de Goethe (1787 – 1806), quando Fichte, Hegel, Schelling, Friedrich von Schelegel e Friedrich Schiller faziam parte do corpo docente. Grande parte dos prédios da universidade foi destruída por bombardeios na Segunda Guerra Mundial. A universidade foi renomeada em homenagem ao escritor Friedrich Schiller em 1934. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_JenaAcesso em: 29 de jan. 2022.


 

[17] Demócrito de Abdera – Nasceu provavelmente em 460 a.C. e morreu em 370 a.C., mas há muitas incertezas em relação a estas datas. Foi o mais viajado dos filósofos pré-socráticos, tendo visitado a Babilônia, o Egito e, segundo alguns autores, a Índia e a Etiópia. Depois esteve em Atenas.  Foi discípulo de Leucipo e chefe de escola, ele escreveu numerosas obras, embora não haja certeza de serem de sua autoria, além de se terem apenas fragmentos das mesmas.  Demócrito desenvolve a teoria dos átomos de seu mestre. A realidade é composta de átomos e de vazio; a combinação dos átomos, que são infinitos em número e imperceptivelmente pequenos, explica a formação de todos os fenômenos (sobre os átomos, Demócrito os descreve nos fragmentos: 125, 156, 164, 167). Pelos átomos Demócrito explica também a percepção e o conhecimento (fragmentos: 6, 7, 8, 9, 10, 11, 69, 117, 125, 166). Grande parte dos fragmentos de Demócrito prende-se a problemas de ética, política e educação. Fonte: BORNHEIM, Gerd A. (Organizador). Os Filósofos Pré-Socráticos. Editora Cultrix. São Paulo – SP. Disponível em formato pdf em: https://filosoficabiblioteca.files.wordpress.com/2013/10/bornheim-os-filc3b3sofos-prc3a9-socrc3a1ticos.pdf. Acesso em 29 de jan. 2022.

 


[18] Epicuro de Samos – (341 a.C. a 270 a.C.). É considerado o filósofo do prazer. Em sua filosofia, o prazer é considerado o bem supremo, contudo, Epicuro era frugal, simples e despojado. Para ele, aquele que se farta de prazer não sabe viver, muito menos consegue ser feliz. Isso ocorre porque o prazer em excesso torna-se dor, ou até mesmo infelicidade. Por isso, Epicuro aconselhava que os prazeres que posteriormente causam dores deveriam ser evitados. E até mesmo em certa medida a dor, causada, pela força de vontade é que evita o excesso e por isso deveria também ser cultivada. A privação e a disciplina são valorizadas em sua filosofia, pois proporcionam o prazer de apreciar as coisas simples, belas e suaves da vida. Epicuro pretendia tornar a vida possível de ser vivida através da criação de condições para a felicidade. Boas lembranças, gentileza, generosidade e contemplação são também prazeres que tornam a vida feliz. A filosofia de Epicuro é frequentemente confundida com o hedonismo desenfreado, mas essa é uma interpretação equivocada, ainda que ela seja um tipo de hedonismo, Epicuro exige a disciplina e a privação. Conforme acreditava o filósofo, sem austeridade não se atinge o prazer de viver bem. Quem é moderado sabe aproveitar um bom prato de comida, mas quem excede entra em um ciclo de prazer insaciável e sofrimento constante. O termo ataraxia, muito importante no epicurismo, significa justamente a tranquilidade mental e o bem-estar daquele que cultiva a simplicidade, os prazeres singelos e a amizade. Epicuro possuía uma propriedade em Atenas, com um belo jardim, onde seus discípulos se reuniam para assistir às suas aulas. A fama do filósofo, reconhecidamente gentil, generoso e afetuoso, atraiu discípulos de todas as partes do mundo em busca de um remédio para os sofrimentos da vida. Na entrada da propriedade estava a inscrição: “Hóspede, aqui serás feliz”. A filosofia (suave, moderada e tranquila) de Epicuro atravessou os séculos e permanece viva e atual.Fonte: CARNEIRO, Alfredo. Site NetMundo.org. Disponível em: https://www.netmundi.org/filosofia/2012/epicuro-a-filosofia-do-prazer/. Acesso em 29 de jan. 2022.

[19] Ludwig Andreas Feuerbach – Ver no Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/feuerbach-vida-e-obra.html. Acesso 23 de fev.2022.


[20] Rheinische Zeitung (Gazeta Renana) – é um jornal alemão do século XIX que ficou famoso por ser editado por Karl Marx. O jornal foi fundado em 1º de Janeiro de 1842 com um cunho editorial reformista pró-democracia, provendo uma saída para a classe média e intelectuais da região do Reno, que cada vez mais se opunham ao autoritarismo Prussiano. Max Stirner publicou “O Falso Princípio de nossa Educação” em abril, e Marx escreveu para o jornal pela primeira vez em 5 de Maio. Seu artigo contra a censura do governo prussiano, publicado anonimamente com o crédito "por um renano" foi amplamente louvado pela comunidade progressista. Ele seguiu com mais artigos sobre o assunto até o final de Maio, produzindo uma série de seis artigos sobre a liberdade de imprensa. A resposta positiva a essa série serviu para aumentar a circulação e influência do periódico. Em Outubro de 1842, Marx foi nomeado editor-chefe. Em 16 de Novembro, Friedrich Engels visitou o escritório do jornal em caminho à Inglaterra, encontrando Marx pela primeira vez e iniciando o que iria se tornar um longo período de colaboração mútua e de amizade, que duraria até a morte de Marx. Da Inglaterra, Engels enviou uma série de artigos para serem publicados na Gazeta Renana, narrando as condições da classe operária de lá; estes seriam mais tarde coletados e publicados em seu influente livro: “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra”.Sob orientação de Marx, com adicional influência de Engels, o periódico começou a tomar um cunho mais radical, abertamente se opondo às políticas do governo com crescente estridência. Um artigo de Marx discutindo criticamente a relação entre o governo prussiano e a Igreja Católica Romana foi censurado e nunca foi publicado; muitos outros de seus artigos se opondo às políticas do governo tiveram permissão para serem publicados, mas sob intenso escrutínio estatal. Ao início de 1843, Marx promovia ideologias "perigosamente" radicais pelo periódico, crescentemente deixando transparecer pontos de vista socialistas e comunistas e quase que abertamente chamando à revolução para a substituição da monarquia prussiana por uma democracia. Ao passo que em 17 de Março o governo prussiano forçou que Marx abrisse mão do cargo de editor, e o jornal foi fechado em 31 de Março.Com a criação em Paris do jornal Anais Franco-Alemães, Marx fez tentativa de continuar publicando na mesma linha de crítica ao autoritarismo prussiano. Contudo, os Anais tiveram uma única edição, em Fevereiro de 1844.Ainda visando continuar no meio jornalístico pela causa socialista, Marx fundou a Neue Rheinische Zeitung ("Nova Gazeta Renana") em 1848.Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rheinische_Zeitung. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[21] Arnold Ruge – Nascido em 13 de setembro de 1802 e falecido em 31 de dezembro 1880. Foi um filósofo e escritor político alemão. Nascido em Bergen auf Rügen, estudou em Halle, Jena e Heidelberg. Como um defensor de uma Alemanha livre e unida, ele participou nas agitações estudantis de 1821 – 1824, e ficou preso no período de 1824 a 1830 na fortaleza de Kolberg, onde estudou Platão e os poetas gregos. Mudou-se para Halle após sua libertação, onde publicou uma série de peças de teatro – inclusive Schill und die Seinen, uma tragédia – e traduções de textos do grego antigo – como o Oedipus in Colonus. Ele se tornou um Privatdozent na Universidade de Halle, em 1832. Ele também tornou-se associado com os Jovens Hegelianos. Em 1837, com E.T.Echetermeyer fundou a Hallesche Jahrbücher für Kunst Deutsche Wissenschaft – Anuários Halle de Arte e Ciência Alemã. Neste periódico ele assumiu o ponto de vista da filosofia hegeliana. Em Paris, Ruge foi coeditor dos “Deutsch-Französische Jahbücher (“Anais Franco-Alemães”), com Karl Marx. Ele tinha pouca simpatia com as teorias socialistas de Marx, e ambos os pensadores se distanciaram por divergências políticas. Ele deixou Paris em 1845 para ir a Suíça e, em seguida, tornou-se um livreiro em Leipizig. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arnold_Ruge. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[22] Deutsch-Französische Jahrbücher (“Anuários Franco-alemães”)A Deutsch–Französische Jahrbücher publicou apenas um número, um número duplo, publicado em fevereiro de 1844. O ensaio de Marx “Sobre a Questão Judaica” e a introdução ao manuscrito “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” foram publicados neste número. Friedrich Engels também enviou artigos para a revista, e a publicação do ensaio de Engels "Esboços de uma Crítica da Economia Política" levou a mais correspondência entre Marx e Engels. Nos meses seguintes à publicação, Marx foi acusado pelo governo prussiano de alta traição e lèse-majesté por seus escritos no Jahrbücher. A publicação foi descontinuada devido às diferenças de princípio de Marx com Ruge e à dificuldade de contrabandear o periódico para a Alemanha. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://artigos.wiki/blog/en/Deutsch%E2%80%93Franz%C3%B6sische_Jahrb%C3%BCcher. Acesso em: 30 de jan. 2022.


[23] Saint-Simon – Escritor francês, Louis de Rouvroy, duque de Saint-Simon, nascido em 1675, em Paris, e falecido em 1755 na mesma cidade, celebrizou-se pela escrita de memórias. No início do século XVIII (1702) integrava o exército francês, mas logo o trocou pela vida na corte de Luís XIV, no Palácio de Versalhes. Saint-Simon não era muito popular junto ao Rei-Sol, porque se demonstrava hostil à restrição do poder político que este impunha sobre a nobreza, portanto, a sua influência dentro da corte era inexpressiva. No período que vai de 1694 a 1723, o duque registrou as suas observações relativas à vida cortesã, que vieram a formar subsequentemente as suas “Mémoires”, escritas entre 1739 e 1751. A publicação desta obra foi mais tardia, contudo, por volta dos anos oitenta, iniciavam-se as primeiras publicações. A edição definitiva, composta por doze volumes, só irá surgir em 1879. Algumas passagens deste precioso documento apareceram depois numa tradução inglesa de 1958. Esta obra dedicada à vida da corte barroca francesa é tida como uma obra clássica da prosa francesa, que serve como um valioso instrumento para o estudo deste período da história europeia quando se atenta aos relatos descritos com extrema vivacidade. Fonte: Site Infopedia. Disponível em: https://www.infopedia.pt/$saint-simon. Acesso em: 30 de jan. 2022.


[24] Ökonomisch-philosophische Manuskript eau dem Jahre, 1844 (Economic and Philosophic Manuscripts of 1844”, ou em português: “Manuscritos Econômicos e Filosóficos de 1844” – Os manuscritos que sobreviveram apenas em fragmentos, foram criados entre abril e agosto de 1844 e foram editados pela primeira vez na Edição Completa Marx-Engels, Primeira Seção, Volume 3, Berlim 1932. As edições críticas fornecem informações sobre a disposição e constituição das partes individuais do manuscrito e das leituras. Ressalte-se aqui apenas que o texto do primeiro e do terceiro manuscritos foi originalmente dividido em várias colunas, de modo que as referências às páginas dos manuscritos são parcialmente repetidas. O “Prefácio” faz parte do terceiro manuscrito. Fonte: Site Zeno.org. Disponível em: http://www.zeno.org/Philosophie/M/Marx,+Karl/%C3%96konomisch-philosophische+Manuskripte+aus+dem+Jahre+1844. Acesso em: 30 de jan. de 2022.

 


[25] Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie (“Crítica da Filosofia Hegeliana do Direito”) – Publicado originalmente em 1843, a “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” é um divisor de águas na obra marxiana: marca a transição da chamada fase “juvenil” para a fase adulta e a consolidação dos pressupostos que irão orientar a produção do seu pensamento até sua maturidade. Ao investigar Hegel, Marx associaria definitivamente a compreensão das relações jurídicas na sociedade com as suas condições materiais; o pensar em função do ser e a alienação do povo, o “Estado real” em relação ao Estado moderno que o segrega e o burocratiza na qualidade de “sociedade civil”. O autor também repensa o papel da teoria crítica, estabelecendo que esta não se completa apenas no campo teórico das filosofias da religião e da ciência, mas tem um indispensável campo prático na política. Se por um lado visava superar os fundamentos estabelecidos por Hegel para o Estado alemão, por outro visava, através da associação entre a reflexão e a prática, ir além do trabalho teórico de crítica da religião de Feuerbach, uma forte influência na sua formação. Fonte: Site Boitempo Editorial. Disponível em: https://www.boitempoeditorial.com.br/produto/critica-da-filosofia-do-direito-de-hegel-115. Acesso em 31 de jan. 2022.


[26] Moses Hess – Nascido em Bonn no dia 21 de junho de 1812 e falecido em Paris no dia 6 de abril de 1875. Foi um precursor do que mais tarde se chamaria sionismo. Suas obras mais importantes são “História Sagrada da Humanidade por um Discípulo de Espinoza” (1837), “Triarquia Europeia” (1841), “Roma e Jerusalém” (1862) e “Consequences of a Revolution of the Proletariat” (1847). Hess recebeu uma educação religiosa tradicional de seu avô, tendo mais tarde, estudado filosofia na Universidade de Bonn e vivido em Paris como correspondente de um periódico socialista nos acontecimentos da revolução de 1848. Mudou seu nome para Moritz Hess tendo mais tarde o revertido para Moses.  Moses Hess foi também um filósofo e socialista judeu, um dos fundadores do sionismo trabalhista. Nasceu no seu de uma família judia ortodoxa, recebendo uma educação judaica tradicional, mas como autodidata aprendeu alemão e francês como meio de aprendizado secular. Hess não atribuía às causas econômicas e à luta de classes um papel preponderante na história, tendendo a privilegiar as lutas raciais e entre nacionalidades. Formulou a teoria dialética histórica tendo em vista estes últimos, em oposição à visão marxista, fundamentada nos primeiros. Inicialmente, Hess era um socialista utópico, mas depois de conhecer Karl Marx ele se moveu em direção a uma compreensão determinista mais científica. Hess contribuiu para o “Manifesto Comunista” de Marx escrito em 1848, em particular o termo religião como o ópio das massas. Após a unificação da Itália, a ascensão do nacionalismo naquele país e o surgimento do antissemitismo alemão, Hess retornou às suas raízes judaicas. Seu livreto “Rome and Jerusalem: The Last National Question”, escrito em 1862, é uma evidência dessa mudança. No entanto, sua proposta de Estado judeu era ser de natureza socialista. Na obra “História Sagrada da Humanidade por um Discípulo de Espinoza”, Hess afirmou que a história marcha sobre a influência do espírito para um novo Éden, o que evidenciou seu caráter messiânico. Assim como muito dos primeiros socialistas, ele associava suas concepções religiosas às concepções sociais, mesclando o messianismo judaico com as concepções filosóficas de Espinoza, Hegel, Charles Fourier, François Noël Babeuf e Thomas More, para anunciar a vinda de uma sociedade futura sob forma do Reino de Deus.  Hess morreu em Paris em 6 de abril de 1875. Embora tenha sido enterrado a seu pedido no cemitério judeu em Colônia, seu restos mortais foram transferidos para Israel em 1961, onde foram enterrados no cemitério Kinneret ao lado de outros socialistas-sionistas como Nahum Syrkin, Ber Borochov e Berl Katznelson. Fontes: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Moses_Hess. Acesso em 31 de jan. 2022. Site  Jewish Virtual Library. Disponível em: https://www.jewishvirtuallibrary.org/moses-hess. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[27] Robert Owen – Nascido em Newtown em 14 de maio de 1771 e falecido em Newtown em 17 de novembro de 1958. Foi um reformista social galês, considerado um dos fundadores do socialismo e do cooperativismo. Foi um dos mais importantes socialistas utópicos. Filho de uma família de modestos artesãos, após galgar diferentes degraus da produção, tornou-se diretor de importantes indústrias escocesas de fiação em Manchester e, aos 30 anos, era coproprietário e gerente de uma fábrica em New Lanark que havia sido fundada em 1785 por David Dale e Richard Arkwright. Ali reduziu a jornada de trabalho para 10,5 horas diárias – um avanço para a época, já que a jornada de trabalho de um típico operário têxtil era de 14 a 16 horas. Preocupou-se ainda com a qualidade de vida dos seus empregados, construindo casas para as famílias dos operários, o primeiro jardim-de-infância e a primeira cooperativa. Owen abriu uma loja onde as pessoas podiam compra produtos de qualidade por pouco mais do que o custo do produto. A venda de álcool era estritamente controlada. Esses princípios se tornaram vase para as lojas cooperativas na Grã-Bretanha, que continuam a operar até nos dias atuais. Owen tinha sido originalmente um seguidor do liberal e utilitarista Jeremy Bentham. No entanto, com o passar do tempo tornou-se cada vez mais um adepto do socialismo. Em 1817, evoluiu da ação assistencial para a crítica frontal do capitalismo, tentando convencer as autoridades britânicas e estrangeiras sobre a necessidade de reformas na produção. New Lanark tornou-se um lugar de peregrinação muito frequentado por reformadores sociais, estadistas e personalidades europeias, incluindo Nicolau, mais tarde imperador da Rússia. Owen fundou, nos Estados Unidos, a colônia socialista New Harmony (Nova Harmonia), que funcionou bem nos primeiros anos mas finalizou sua experiência se obter o êxito esperado. Owen regressou à Inglaterra onde faleceu aos 87 anos. A filosofia de Owen era baseada em dois pilares: 1) ninguém é responsável por sua vontade e suas próprias ações, pois todo seu caráter é formado independentemente de si mesmo; as pessoas são produtos de sua hereditariedade e ambiente (daí o seu apoio à educação e à reforma trabalhista); 2) todas as religiões são baseadas na mesma ideia ridícula de que o homem é um animal fraco, imbecil, um fanático furioso ou um hipócrita miserável. Apesar de sua antipatia pela religião, em 1854, aos 83 anos, Owen se converteu ao espiritualismo depois de uma série de “sessões” com a médium estado-unidense Maria B. Hayden (a quem se atribui a introdução do espiritismo na Inglaterra). Owen fez uma confissão pública de sua fé no periódico “The National Quarterly Review” e mais tarde escreveu um panfleto intitulado “The Future of the Human Race or Great Glorious and Future Revolution to be Effected Through the Agency of Departed Spirits of Good and Superior Men and Women” (“O Futuro da Raça Humana ou Grande e Gloriosa Revolução Futuramente Efetuada através da Agência dos Espíritos Bons e Superiores dos Homens e Mulheres Falecidos”. Owen alegava ter tido contatos mediúnicos com os espíritos de Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e outros. Segundo ele, o propósito de tais comunicações era substituir o atual estado miserável da existência humana, por um estado verdadeiro e feliz, “para preparar o mundo para a paz universal e infundir em todos o sentimento da caridade, da tolerância e do amor”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Robert_Owen.  Acesso em 31 de jan. 2022.


[28]Die Heilige Familiae (“A Sagrada Família”) – Ou ainda “A Crítica da Crítica Crítica. Contra Bruno Bauer e Consortes” em alemão: Die Heilige Familie, oder Kritik der  Dritschen kritik. Gegen Bruno Bauer & consorten”. É um livro escrito por Karl Marx e Friedrich Engels, em novembro de 1844. O livro é uma crítica aos Jovens Hegelianos e à sua linha de pensamento, muito popular nos círculos acadêmicos da época. O título foi uma sugestão do editor, como uma referência sarcástica aos irmãos Bauer (Bruno, Edgar e Egbert Bauer) e àqueles que os apoiavam. Mesmo mais tarde, Marx retornaria o tom de sarcasmo ao se referir aos integrantes do grupo como “São Bruno”, “São Max” (Stirner), etc. A obra gerou uma controvérsia que envolveu a imprensa e fez com que Bruno Bauer tentasse refutar o livro em artigo publicado no Vierteljahrsschrift de Wigand, em 1845. No artigo, Bauer alegou que Marx e Engels não o haviam compreendido. Marx ainda replicou, escrevendo outro artigo, publicado no jornal Gesellschaftsspiegel, em janeiro de 1846. Marx também discutiu o assunto no capítulo dois de “A Ideologia Alemã). Lenin, mais tarde, reivindicaria para este trabalho, o lançamento das bases do que iria evoluir para um socialismo científico revolucionário materialista. Fonte: Wikipédia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/A_Sagrada_Fam%C3%ADlia_(livro).  Acesso em 30 de jan. 2022.


[29] Die Deutsche Ideologie (“A Ideologia Alemã”) – Originalmente foi dado o nome de “A Ideologia Alemã: Crítica da mais Recente Filosofia Alemã em Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer e Max Stirner, e do Socialismo Alemão e seus Diferentes Profetas; em alemão: Die Deutsche Ideologie. Kritik der Neuesten Deutschen Philosophie in Ihren Repräsentaten Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer und Max Stirner, und des Deutschen Sozialismus in Seinen Verschiedenen Propheten) é o segundo livro escrito, conjuntamente (mas foi publicado depois) por Karl Marx e Friedrich Engels. É considerado como um dos mais importantes livros escritos por estes dois autores e marca uma fase intelectual mais avançada de Marx, além de seu rompimento com o chamado hegelianismo de esquerda. O objetivo fundamental da obra é fazer uma crítica aos “Jovens Hegelianos”, principalmente os filósofos Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer e Max Stirner (que dão título, respectivamente, aos três capítulos do livro), como produtores de uma ideologia alemã conservadora, apesar de autodenominarem teóricos revolucionários. Marx aponta para o fato de que, para estes filósofos, as transformações da sociedade se originam somente no plano do pensamento e nunca alcançam a realidade concreta. Isto porque cada um deles, criticando a teoria hegeliana, adota um aspecto desta, sem romper com a falsa noção, segundo Marx, de que é o espírito humano, e não a atividade humana, o sujeito da história. Assim, para tais filósofos, as ideias adquirem autonomia e passam a subjugar o mundo, devendo o pensador, para transformar a realidade, substituir as ideias reinantes por outras que considere libertadoras e verdadeiras (uma consciência humana para Feuerbach, crítica para Bruno Bauer e egoísta para Max Stirner). A elaboração do manuscrito foi concluída em 1846, ainda se uma redação definitiva. De acordo com o que é informado no prefácio de Contribuição para a Crítica da Economia Política, não foi possível a imediata publicação de tal material. No entanto, os autores não demonstraram amargura com isso: “Abandonamos tanto mais prazerosamente o manuscrito à crítica roedora dos ratos, na medida em que havíamos atingido nosso fim principal: ver claro em nós mesmos”. Publicado postumamente e parcialmente ao longo dos anos, chegou totalmente ao público apenas em 1933, simultaneamente lançado em Leipzig e Moscou. Fonte: Wikipédia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/A_Ideologia_Alem%C3%A3.  Acesso em 30 de jan. 2022.


[30] Wilhelm Weitling – Nascido em 5 de outubro de 1808 e falecido em 24 de janeiro de 1871. Foi um importante escritor revolucionário europeu do início do século XIX, identificado ora como anarquista e ora como socialista. Nascido na Alemanha, Weitling foi um grande proponente do socialismo experimental. Sua relação com os marxistas foi marcada pela ambiguidade pois se de um lado foi intensamente criticado por Marx e outros membros do movimento liderado por Marx, sendo rotulado de socialista utópico, do outro lado foi considerado por Engels o “fundador do comunismo alemão”. Nascido em Magdeburg na Prússia, era um aprendiz de alfaiate e trabalhou como alfaiate em Dresden e Viena entre 1832 e 1837. Chegou a Paris em 1838, durante a “Monarquia de Julho, depois de fugir para Zurique após a fracassada revolta dos blanquistas. Foi preso e, posteriormente, extraditado de volta para a Prússia pelas autoridades suíças, Weitling emigrou para os Estados Unidos, onde participou ativamente na comunidade alemã-estado-unidense em Iowa. Apesar de trabalhar por 12 horas por dia como alfaiate ele ainda encontro tempo para ler Strauss e Lamennais. Depois de entrar para a Liga dos Justos, em 1837, Weitling se uniu aos trabalhadores parisienses em protestos e batalhas de rua em 1939. Tristam Hunt, historiador Britânico que escreveu um livro sobre Engels (“Comunista de Casaca”) chamou sua doutrina de “uma mistura altamente emocional do comunismo Babouvist, do cristianismo milenarista e do populismo milenar”. Weitling apoiava o trabalho do cristão radical Felicité de Lamennais, e defendeu a instalação do comunismo pela força física com a ajuda de um forte exército de 40 mil homens composto por ex-presidiários. Defendia a comunidade de bens e harmonia da sociedade, Weitling prezava a figura de Cristo. Marx e Engels entraram em conflito com ele porque Weitling defendia as teorias religiosas apocalípticas Münster do século XVI e a tentativa sangrenta de uma “segunda vinda”. Essa filosofia encheu Marx e Engels de fúria, porém, a mistura vertiginosa de Weitling de evangelismo e protocomunismo atraiu milhares de seguidores dedicados em todo o continente europeu. No seu livro “Evangelho dos Pobres Pecadores” (1847) Weitling levou o comunismo de volta ao cristianismo primitivo. Seu livro “Harmonia e Liberdade” foi elogiado por Bruno Bauer, Ludwig Feuerbach e Mikhail Bakunin e Weitling reuniu-se com Bakunin em Zurique em 1843. Karl Marx referiu-se ao livro como sendo “estreia literária do trabalhador alemão”, mas “ganhou de Marx este elogio simplesmente pelo fato do talento de Weitling serem dirigidos para os trabalhadores como classe”. Fugindo da França Weitling foi para Zurique. Lá ele foi preso e acusado de agitação revolucionária, incluindo blasfêmia por ter publicado um texto que retratava a Jesus Cristo como comunista e filho ilegítimo de Maria. Considerado culpado, ele foi condenado a uma pena de seis meses. Extraditado para a Prússia, Weitling teve a oportunidade de emigrar em 1849 para os Estados Unidos como um dos revolucionários de 1848 na Europa. Weitling morreu em 1871 em New York. Fonte: Wikipédia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Weitling.  Acesso em 30 de jan. 2022.

 

[31] Pierre-Joseph Proudhon – Ver no blog do Maffei. Disponível em:  https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/proudhon-um-anarquista.html. Acesso 24 de fev. 2022.

 


[32] Misère de La Philosophie (“The Poverty of Philosophy”, em português: “A Miséria da Filosofia”) – A “Miséria da Filosofia” é um livro escrito em 1847 por Karl Marx e publicado em Paris e Bruxelas. Foi formulado como uma resposta à “Filosofia da Miséria” de Pierre-Joseph Proudhon (o nome todo em francês era: “Système des Contraditions Économiques ou Philosophie dela Misère” – “Sistema de Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria”). No livro “Miséria da Filosofia”, Marx critica a economia e a filosofia de Proudhon fazendo uma ironia com o subtítulo da obra do adversário. É um trabalho pequeno e de volume único (equivale ao primeiro tomo de “Sistema de Contradições Econômicas”) e saiu apenas um ano depois do livro de Proudhon. Por sua vez, “Filosofia da Miséria” é um livro escrito em 1846 por Pierre-Joseph Proudhon, que contém críticas ao sistema econômico sendo composto por dois tomos. Ambos os livros enfrentaram o boicote e o silêncio dos autores liberais em suas terras de origem, por isso “Filosofia da Miséria” vendeu pouco na França e “Miséria da Filosofia”, vendeu pouco na Alemanha. O livro proudhoniano porém se tornou um sucesso no meio operário europeu, fora da França, tendo ganhado várias reedições na Alemanha (justamente a terra de Marx). Já Marx não enfrentou o boicote (mas mais tarde, com Engels, traçaria várias estratégias para enfrentar o boicote no lançamento de “O Capital”) e “Miséria da Filosofia” que vendeu pouco na época, se juntaria à lista dos livros pouco vendidos durante a vida do autor, até se tornar sucesso no meio operário, mas apenas no século XX. Marx estava mais preocupado em estudar melhor a economia política desde a sua obra “Manuscritos Econômicos-Filosóficos” de 1844 e por isso tratou de responder com a objetividade dessa ciência ao livro “Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria” de Proudhon, que também questionava a economia mas pelas inquietudes filosóficas do famoso anarquista. O título da obra de Marx é uma ironia com o subtítulo de Proudhon. Proudhon chegou a esboçar um artigo que ironizava Marx colocando como título “Sr. Marx” (Marx escreveu um texto chamado “Herr Vogt” que quer dizer “Sr. Vogt”). Proudhon também chegou a esboçar uma sistematização sobre economia política com o nome de “Curso de Economia Política” (assim como mais tarde Marx o fez em “O Capital”) entre 1853 e 1856 pegando trechos de Miséria da Filosofia para contrapor com suas ideias. Tal obra faz parte dos escritos ainda não publicados de Proudhon (assim como Marx ainda não foram publicadas todos os textos de Marx e Engels). Esse confronto entre duas obras ficou conhecido como o rompimento definitivo entre dois autores, Marx como um dos ícones do movimento socialista e Proudhon do movimento anarquista. Marx estava preocupado em estudar a teoria do valor-trabalho a fim de solucionar as contradições de Adam Smith e David Ricardo quando à compra de força de trabalho e geração de mais-valia. Já Proudhon queria mostrar como os objetivos do sistema econômico eram contraditórios: “E quando a academia pede que se determine as oscilações do lucro e do salário, ela pede por isso que se determine o valor. Ora, isso é precisamente o que repelem os senhores acadêmicos: eles não querem ouvir falar que se o valor é variável, ele é por isso mesmo determinável, que a variabilidade é indício de condição de determinabilidade. É como se sustentássemos que, sendo dado o número de oscilações por segundo de um pêndulo, a amplitude das oscilações, a latitude e a elevação do local onde se faz a experiência, não pudesse determinar o comprimento do pêndulo porque está em movimento. Tal é o primeiro artigo da fé da economia política”. Assim, enquanto Marx estava preocupado em determinar o valor, Proudhon estava desmontando os objetivos por trás dessa busca. É possível que a rápida resposta de Marx ao livro de Proudhon se deva não só no objetivo de rivalizar as influências entre os autores dentro do movimento operário mas também por sentir necessidade de escrever algo para organizar e ordenar os pontos que estavam sendo desenvolvidos em sua mente para futuras críticas maduras que culminariam na redação de “O Capital”. Alguns proudhonianos acusam Marx de ter se valido da estrutura dos tópicos expostas por Proudhon, o que poderia se transformar numa insinuação, de que Proudhon teve as ideias contidas em “O Capital” antes de Marx. Fonte: Wikipédia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Mis%C3%A9ria_da_Filosofia.  Acesso em 30 de jan. 2022.


[33] Philosophie de La Misère” (The “Philosophy of Poverty”, em português: “A Filosofia da Miséria”) – Proudhon na “Filosofia da Miséria” faz a seguinte citação: “O socialismo é impotente para satisfazer as mentes: é a partir de agora, naqueles a quem subjuga, apenas um novo preconceito para destruir, e, naqueles que o propagam-no, um charlatanismo para desmascara, porém mais perigoso por quase sempre é sincero”. Esse livro de Proudhon com o extenso título: em francês: “Système des Contraditions Économiques ou Philosophie dela Misère” – em português: “Sistema de Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria”, é um livro de Pierre-Joseph Proudhon publicado em 1846, a obra contém críticas ao sistema econômico capitalista mas discordando do autoritarismo das ideias centralista e estatistas do marxismo. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_contradi%C3%A7%C3%B5es_econ%C3%B4micas. Acesso em 30 de jan. 2022.


[34] Liga dos JustosGrupo dissidente da “Liga dos Proscritos”, criada em Paris em 1834 por Theodore Schuster e outros imigrantes alemães. Schuster era inspirado na obra de Philippe Buonarroti. O lema da “Liga dos Justos” era “todos os homens são irmãos” e seus objetivos eram “o estabelecimento do Reino de Deus na Terra, com base nos ideais de amor ao próximo, igualdade e justiça”. A Liga dos Justos, nos últimos tempos, tinha uma estrutura piramidal, inspirada na sociedade secreta Carbonária, e suas ideias eram compartilhadas com o “socialismo utópico” de Saint-Simon e Charles Fourier. Seu objetivo era estabelecer uma “República Social” na Prússia que teria como princípios a “liberdade”, a “igualdade” e a “virtude cívica”. A Liga dos Justos participou da revolta blanquista de maio de 1839 em Paris. Depois da revolta seus integrantes foram expulsos da França e a Liga dos Justos passou a ter sua sede em Londres, onde fundaram um grupo militante, a “Sociedade Educacional para Trabalhadores Alemães” em 1840. Wilhelm Weitling, um importante membro da liga, se mudou para Suíça, onde foi preso e, posteriormente, extraditado para a Prússia. O livro de Weitling “Garantias da Harmonia e Liberdade” de 1842, criticava a propriedade privada e a sociedade burguesa na mesma época em Proudhon e Marx, e foi uma das bases da teoria social da Liga dos Justos que deu origem a Liga dos Comunistas. Fonte: Wikipédia. Disponível em:https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Liga_dos_Justos.Acesso em 30 de jan. 2022.


[35] Liga dos Comunistas – A Liga dos Comunistas foi a primeira organização internacional marxista. Seu embrião foi a Liga dos Justos fundada em 1836 por revolucionários alemães emigrados para Paris. Inicialmente a orientação ideológica era para o “socialismo utópico” de um grupo comunista cristão orientado pelas ideias de Gracchus Babeuf. Mais tarde a Liga se tornou uma organização internacional quando Karl Marx, Friedrich Engels e Johann Eccarius se juntaram a ela. O livro de Wilhelm Weitling “Garantias da Harmonia e Liberdade” de 1842 criticava a propriedade privada e a sociedade burguesa na mesma época em que Proudhon e Karl Marx, e foi uma das bases da teoria social da Liga do Justos que deu origem a Liga dos Comunistas. Várias forças políticas atuaram nas revoltas que eclodiram na Prússia além da Liga dos Comunistas em 1848. Marx denominou as principais forças de “democratas burgueses” e “pequenos burgueses” os trabalhadores rurais (campesinato) também tinham alguma força. Apesar de Marx e Engels colocarem todas a suas esperanças na revolução, inclusive ambos foram de Bruxelas para Colônia, a Liga dos Comunistas não foi capaz de atingir seus objetivos durante a revolução. Um grupo denominado “Clube dos Trabalhadores” foi criado na Prússia por membros da Liga, e se tornou numeroso e a mais importante organização revolucionária na Prússia. Essa organização lutou contra o governo prussiano na Revolução de 1848. Durante a revolução Engels foi para Baden lutar contra os prussianos, Marx ficou em Colônia onde tinha fundado o jornal “Nova Gazeta Renana”. A revolução comunista de 1848 e 1849 na Prússia, travada por integrantes da Liga dos Comunistas liderada por Marx e Engels, fracassou quanto as suas intenções de tomada do poder pelos comunistas, Marx foi expulso indo para Paris. Em 1850, o espião prussiano Wilhelm Stieber fez amizade com Marx e conseguiu localizar o registro dos membros da Liga que estava na casa de Marx e o roubou. Muitos membros da Liga foram presos por toda a Europa. Em 1852, sobretudo após o Julgamento de Comunistas em Colônia, a Liga foi formalmente encerrada, de acordo com Engels, que escreveu depois de três décadas na primeira frase de seu “Para a História da Liga dos Comunistas” (1885): “Com a condenação dos comunistas de Colônia em 1852, cai o pano sobre o primeiro período do movimento operário autônomo alemão”. Engels, no final daquele mesmo ano de 1852, no texto “O Recente Julgamento em Colônia” (assinado por Marx), publicado no New York Daily Tribune, fornece detalhes: “(...) O governo podia suportar poucas das revelações tão escaldantes como as que vieram à luz durante o julgamento. E, no entanto, tinha um tribunal como a província renana ainda não tinha visto. Seis nobres, da mais pura água reacionária, quatro senhores da finança, dois funcionários governamentais. Não eram homens para olhar de perto para a massa confusa de provas amontoadas diante deles durante seis semanas, quando continuamente ouviam repetir aos seus ouvidos que os acusados eram chefes de uma terrível conspiração comunista, erguida a fim de subverter tudo o que é sagrado – a propriedade, a família, a religião, a ordem, o governo e a lei! E, contudo, se ao mesmo tempo, o governo não tivesse dado a conhecer às classes privilegiadas que uma absolvição neste julgamento seria o sinal para a supressão do tribunal e que seria tomada como uma demonstração política direta – como uma prova de que a oposição liberal da classe média estava pronta a unir-se mesmo aos mais extremos revolucionários – o veredito teria sido uma absolvição. Tal como foi, a aplicação retroativa do novo código prussiano permitiu ao governo ter sete prisioneiros condenados enquanto quatro foram absolvidos, e os que foram condenados foram sentenciados de prisão variando de três e seis anos, como, sem dúvida, já terão verificado na altura em que a notícia vos chegou”. Os principais membros da Liga dos Comunistas foram: Karl Marx, Friedrich Engels, Bruno Bauer, Wilhelm Weitling, Wilhelm Liebknecht, Heinrich Bauel, Johann Eccarius, Joseph Moll, Karl Pfänder, Karl Schapper, Joseph Weydemeyer e August Willich. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Liga_dos_Comunistas.Acesso em 30 de jan. 2022.


[36] Assembleia de Frankfurt – O Parlamento de Frankfurt foi uma tentativa de unificação da Alemanha ocorrida em 1848. Em 1815, os 39 Estados alemães então existentes formaram uma confederação para resguardar sua independência. Na época, a Alemanha era menos adiantada que outros países europeus, e havia muitos que desejavam a unificação como forma de progredir. Em 1848, reuniu-se em um parlamento na cidade de Frankfurt am Main, com objetivo de preparar a unificação. O projeto fracassou ante a recusa do rei Frederico Guilherme IV da Prússia em governar o novo império. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Parlamento_de_Frankfurt. Acesso em 30 de jan. 2022.

 


[37] Neue Rheinische ZeitungA Nova Gazeta Renana (NGR) em alemão, Neue Rheinische Zeitung – Organ der Demokratie) foi um jornal diário alemão que circulou entre 1º de junho de 1848 até 19 de maio de 1849 publicado na cidade de Colônia por Karl Marx e tinha Joseph Weydemeyer, também membro da Liga dos Comunistas, como editor. O nome do jornal teve origem no anteriormente editado na Renânia a Gazeta Renana (1842 a 1843, ou seja, 14 meses), onde Marx havia sido redator. Neste período a Liga dos Comunistas e facções democráticas dentro da Prússia estavam levando a cabo uma revolução contra o Estado prussiano, a NGR incentivava a luta dos comunistas contra os prussianos com artigos de Marx, Engels e outros editores. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Neue_Rheinische_Zeitung. Acesso em 30 de jan. 2022.

 


[38] Andreas Gottschalk – Nascido em 28 de fevereiro de 1815 em Düsseldorf e falecido em 8 de setembro de 1849. Foi um médico alemão. Ele foi membro da Liga da Comunidade Comunista de Colônia. Era um dos expoentes dos Sectários de “Esquerda”, uma das tendências do movimento operário alemão. Fundou e tornou-se presidente em abril de 1848 da Associação dos Trabalhadores de Colônia, que liderou até ser preso em junho daquele ano. Ele foi libertado da prisão em dezembro. Depois de passar um curto período no exterior, ele retornou a Colônia, onde trabalhou como médico para os pobres até sua morte no outono de 1849, tendo no ano anterior sido “aplaudido por uma multidão de 5 mil pessoas ao convocar para o estabelecimento de um comitê revolucionário” como parte das revoltas de 1848, veio a falecer depois de contrair cólera. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Andreas_Gottschalk. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[39] Revolução Permanente – É um termo na teoria marxista, que foi utilizado pela primeira vez por Karl Marx e Friedrich Engels entre 1845 e 1850, mas, desde então, tornou-se mais intimamente associado com Leon Trótski. O uso do termo pelos diferentes teóricos não são idênticos. Marx utiliza para descrever a estratégia de uma classe revolucionária para continuar a exercer a seus interesses de forma independente e sem compromisso, apesar das aberturas para alianças políticas, e apesar do domínio político das camadas opostas da sociedade. Trótski apresentou sua concepção de “revolução permanente” como uma explicação de como as revoluções socialistas poderiam ocorrer em sociedades que não tinham conseguido atingir o capitalismo avançado. Parte da sua teoria é a impossibilidade do “socialismo em um só país” – uma opinião também realizada por Marx, mas não integrada na sua concepção de revolução permanente. A teoria de Trótski também alega, em primeiro lugar, que a burguesia no final do desenvolvimento dos países capitalistas são incapazes de desenvolver as forças produtivas de tal forma que para alcançar o tipo de capitalismo avançado, que irá desenvolver plenamente um proletariado industrial. Em segundo lugar, que o proletariado pode e deve, portanto, aproveitar o poder social, econômico e político, levando a uma aliança com o campesinato. Em 1903, o movimento socialista russo dividia-se em duas correntes principais: mencheviques e bolcheviques. Embora num estado inicial, se julgasse que a divisão fosse motivada principalmente por uma questão da natureza e estrutura do partido social-democrata, mais tarde foram reveladas divergências mais profundas, nomeadamente quanto as táticas revolucionárias. A teoria da revolução permanente surge pelas palavras de Leon Trótski, como a sua principal discordância em relação ao regime bolchevique: a questão da natureza do poder, após uma revolução ser bem sucedida. Leon Trótski no prefácio do texto Prefácio “A Revolução de 1905”: “Foi precisamente durante o intervalo transcorrido entre 9 de janeiro e a greve de outubro de 1905 que esses pontos de vista, posteriormente conhecidos como teoria da “Revolução Permanente”, amadureceram na mente do autor. Esta expressão um tanto presunçosa, pretende indicar que a revolução russa, embora diretamente relacionada com propósitos burgueses, não podia deter-se em tais objetivos: a revolução não resolveria suas tarefas burguesas imediatas sem o acesso do proletariado ao poder, e o proletariado, uma vez tivesse o poder em suas mãos, não poderia permanecer confinado dentro do modelo burguês de revolução. Pelo contrário, precisamente com objetivo de garantir sua vitória a vanguarda operária, nos primeiros estágios de seu governo, teria que fazer incursões extremamente profundas não apenas nas relações de propriedade feudal, com também nas da propriedade burguesa. Ao fazer isso não apenas estaria em conflito com todos aqueles grupos burgueses que tinham apoiado durante as primeiras etapas da luta revolucionária, mas também com as grandes massas do campesinato, cuja colaboração teria levado o proletariado ao poder. As contradições entre um governo dos trabalhadores e uma esmagadora maioria de camponeses num país atrasado só poderiam ser resolvidas em escala internacional, nos limites de uma revolução mundial. Uma vez superadas as estreitas fronteiras democrático-burguesas da revolução russa (em virtude da necessidade histórica) o proletariado vitorioso se veria obrigado a superar suas finalidades nacionais, de maneira tal que teria que lutar conscientemente para que a revolução russa se transformasse no prólogo de uma revolução mundial”. A primeira sistematização a teoria da revolução permanente será o livro “A Revolução Permanente”, escrito por Leon Trótski, durante os quatro anos e meio que ficou exilado na Turquia (de 1929 a 1933). Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_revolu%C3%A7%C3%A3o_permanente. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[40] Johann August Ernest von Willich – Nascido em 19 de novembro de 1810 e falecido em 1878. Foi um oficial do Exército prussiano e um dos principais proponentes do comunismo na Alemanha. Em 1847 ele descartou seu título de nobreza. Mais tarde, emigrou para os Estados Unidos e tornou-se general do Exército da União durante a Guerra Civil Americana. Willich nasceu em Braunsberg, província da Prússia Oriental. Seu pai, um capitão de hussardos durante as Guerras Napoleônicas, morreu quando Willich tinha três anos. Com um irmão mais velho, Willich descobriu uma família de Friedrich Schleiermacher, um teólogo, cuja esposa era um parente distante. Ele recebeu educação militar em Potsdam e Berlim. Inicialmente um oficial do Exército da Prússia, servindo no 7º (1º Westphlian) Regimento de Artilharia de Campanha, renunciou ao Exército em 1846 como republicano convicto. Willich não foi o único republicano a sair daquele regimento. Um de seus colegas oficiais em Münster e Wesel foi Fritz Anneke, que também se tornaria comandante revolucionário no Palatinado em 1849 e mais tarde comandante do Exército da União. Willich apresentou sua demissão do Exército em uma carta escrita em tais termos que, em vez de ser aceita, ele foi preso e julgado por uma corte marcial. Ele foi absolvido e foi autorizado a renunciar. Com Karl Schapper, ele era o líder da facção de esquerda da Liga dos Comunistas. Ele participou ativamente das Revoluções de 1848 e 1849. Em 1849, ele foi líder de um Corpo Livre na revolta de Baden-Palatinado. O pensador e revolucionário Friedrich Engels serviu como seu ajudante de campo. Entre seus amigos revolucionários estavam Franz Sigel, Friedrich Hecker, Louis Blenker e Carl Schurz. Após repressão da revolta, ele emigrou para Londres via Suíça. Ele havia aprendido o ofício de carpinteiro na Inglaterra, e assim ganhava a vida. Em 1850, quando a Liga dos Comunistas se dividiu, ele (junto com Schapper) era o líder do grupo anti-Karl Marx. Em Londres, Willich tornou-se associado do revolucionário e exilado francês Emmanuel Barthélemy. De acordo com Wilhelm Liebknecht, Willich e Barthélemy conspiraram para matar Karl Marx por ser muito conservador. Willich insultou Marx publicamente e o desafiou para um duelo, que Marx se recusou a lutar. Em vez disso, Willich foi desafiado por um jovem associado de Marx, Konrad Schramm. O duelo de pistola foi travado na Bélgica com Barthélemy atuando como o segundo de Willich: Schramm foi ferido, mas sobreviveu ao encontro. Barthelémy foi enforcado em Londres em 1855 depois de atirar e matar seu empregador e outro homem. Chegando aos Estados Unidos em 1853, Willich encontrou o emprego pela primeira vez em seu pátio da Marinha do Brooklyn. Ali suas pesquisas em matemática e outros estudos científicos levaram-no a algumas descobertas, e ele se encontrou num trabalho muito agradável na pesquisa costeira. Em 1858, ele foi induzido a ir a Cincinnati como editor do Republicano Alemão, um jornal livre de língua alemã, que ele vai editorar até o início da Guerra Civil em 1861. Willich ficou conhecido como um dos “Ohio Hegelians” (seguidores do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel), junto com John Bernhard Stallo, Moncure Daniel Conway e Peter Kaufmann. Com a eclosão da Guerra Civil no início de 1861, Willich trabalha ativamente no recrutamento de imigrantes alemães na região sudoeste de Ohio. E ele se juntou à 9ª Infantaria de Ohio, como ajudante regimental com o posto de primeiro-tenente e foi promovido a major ainda em agosto daquele ano. Ele serviu no oeste da Virgínia, vendo-se em ação na Batalha de Rich Mountain. Willich então retornou ao vale do rio Ohio durante o inverno e retomou suas atividades de recrutamento. O governador Oliver P. Morton sugeriu Willich como um coronel para o 32º Regimento de Infantaria de Indiana também chamado de Primeiro Alemão – First German (um regimento totalmente alemão) e a pedido do governador Oliver P. Morton, assumiu o comando do 32º de Indiana. Willich treinou seu regimento, em alemão, com alto grau de profissionalismo. Causava uma impressão favorável onde quer que fosse. Oficial inovador, ele sugeriu a construção de vagões especiais conversíveis em pontões por remoção de rodas. Para acelerar o movimento das tropas e garantir a condição de combate das tropas na chegada ao campo de batalha, ele recomendou o transporte de tropas em carroças. Seus superiores rejeitaram ambas as ideias. No entanto, a preocupação de Willich com o bem-estar de seus homens lhe rendeu o apelido de “Papa”. Quando possível ele ordenou que fornos de padaria fossem construídos para que as tropas tivessem pão fresco. O 32º ganhou reconhecimento nacional por sua posição contra as forças confederadas na Estação de Rowlett, Kentucky. Um destaque de 500 homens sob o comando do tenente-coronel Henry von Trebra lutou contra 1.300 homens do Texas Rangers comandados pelo coronel Terry e a infantaria sob o comando do general Hindman. O 32º formou o “quadrado oco” e expulsou os atacantes com apenas 10 soldados mortos, e 22 feridos, mas matando 33 inimigos, incluindo o coronel Terry, e ferindo mais de 50 soldados confederados. O 32º entrou em ação em Shiloh e no segundo dia o coronel Willich demonstrou grande liderança. Quando suas tropas ficaram instáveis sob o fogo, ele ficou diante deles, de costas para o inimigo, e conduziu o regimento através do que tinham aprendido no manual de armas. Ele fez a banda regimental tocar “La Marseillaise”, o hino de todos os movimentos republicanos na Europa. Recuperando sua estabilidade, o 32º lançou um ataque de baioneta. Depois Willich recebeu o comando da Brigada Horn. O 32º permaneceu em sua brigada, sob o comando de von Trebra e, mais tarde, de Frank Erdelmeyer. Recompensado por uma promoção a general de brigada de voluntários em julho de 1862, Willich lutou na Batalha de Perryville sob o comando do major-general Don Carlos Buell em Kentucky. Ele comando a 1ª Brigada, da 2ª Divisão, do XIV Corpo em dezembro na Batalha do Rio Stones. Ele foi capturado pelos confederados quando seu cavalo foi baleado debaixo dele. Ele foi enviado para a prisão de Libby por quatro meses, mas foi libertado em condicional e trocado em maio de 1863. Retornando ao Exército Federal no final daquele ano, foi designado para o comando da 1ª Brigada, 2ª Divisão, XX Corpo servindo com a manutenção da Campanha de Tullahoma, onde sua brigada desempenhou um papel fundamental na manutenção de Liberty Gap. Ele liderou uma divisão na Batalha de Chickamauga e participou de uma ação adicional durante a Campanha de Chattanooga. Durante o cerco de Chattanooga, o 32º Regimento desempenhou um papel notável, quando a Brigada de Willich capturou Ochard Knob. Apesar de ter apenas ordens para limpar a base do cume, Willich ordenou o assalto ao Missionary Ridge que derrotou as forças confederadas, quebrando o cerco e abrindo caminho para a invasão da Geórgia. O 32º Indiana e o 6º Ohio foram os primeiros a chegar no topo. O 32º participou da Campanha de Atlanta, com o general William Tecumseh Sherman. Antes da queda de Atlanta, o 32.º foi puxado para trás e enviado via Nashville, Tennessee para Indianápolis. No caminho, o 32º foi designado para combater as forças de guerrilha confederadas em Kentucky. Após três dias de luta, o 32º retornou a Indianápolis. Willich que havia sido ferido em Resaca, Geórgia, foi promovido a patente de major-general e colocado no comando de Cincinnati. Devido ao sentimento antialemão na nação, e no Exército em particular, os veteranos do 32º não se alistaram novamente. Nem a maioria dos outros regimentos alemães. Irritou o soldado germano-estado-unidense que o general Joseph Hooker culpou as tropas alemãs do 11º Corpo por sua derrota em Chancellorsville. O New York Times rotulo o 11º Corpo de “covardes holandeses”. Na verdade, dos 12.000 homens do corpo, 7.000 eram estado-unidenses. Dos 5.000 restantes, apenas um terço eram de alemães, tendo sido estas unidades que ofereceram a maior resistência ao ataque confederado feito por Stonewall Jackson. Em 1864, Willich liderou sua brigada pelo Tennessee e Geórgia durante a Campanha de Atlanta. Ele sofreu um grave ferimento na Batalha de Resaca que o obrigou a deixar o campo. Para o resto da guerra, ele serviu em várias funções administrativas, comandando postos da União em Cincinnati, Covington, Kentucky e Newport, no Kentucky. Ele recebeu um promoção com a patente de major-general dos Voluntários dos EUA em 21 de outubro de 1865, depois renunciou ao Exército para retornar à vida civil. Os veteranos de três anos foram convocados em 7 de setembro de 1864. Os 200 substitutos restantes cujos mandatos não haviam expirados foram organizados em um batalhão de quatro companhias sob Hans Blume. No final da guerra, eles estavam estacionados com as forças de ocupação do general Sheridan no centro do Texas. Ele voltaram para Indianápolis e foram convocados em 4 de dezembro de 1865. Depois da guerra, Willich retornou a Cincinnati participou do serviço governamental. Ele ajudou numa série de posições de responsabilidade, incluindo ser auditor do Condado de Hamilton. Sua moradia ficava na rua Main, nº 1419 em Cincinnati. Em 1870, ele retornou à Alemanha, oferecendo seus serviços ao Exército prussiano durante a Guerra Franco-Prussiana. Sua idade, saúde e visões comunistas fizeram com que ele fosse recusado, no entanto, ele ficou na Alemanha tempo suficiente para receber um diploma universitário em filosofia, graduando-se na Universidade de Berlim aos sessenta anos. Retornando aos Estados Unidos, ele morreu em Saint Marys, Ohio, e foi enterrado no cemitério Elmgrove. Em sua nota final às “Revelações sobre o Julgamento Comunista em Colônia” Marx escreveu: “Na Guerra Civil na América do Norte, Willich mostrou que ele é mais do que um visionário”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/August_Willich. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[41] Der Achtzehnte Brumaire des Louis Napoleon (“O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”) – Obra de Karl Marx escrita entre dezembro de 1851 e março de 1852 ano em que foi publicada na revista Die Revolution. No livro, o autor evoca o golpe de Estado de 2 de dezembro de 1851, por meio do qual Luís Bonaparte, então presidente da República Francesa, instaurou o Segundo Império da França. A análise de Marx parte dos acontecimentos revolucionários em França, entre 1848 a 1851, que levaram ao golpe de Estado após o qual Luís Bonaparte nomeou-se imperador, como o nome de Napoleão III, emulando seu tio, Napoleão I. Em “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, Marx desenvolve as teses fundamentais do materialismo histórico: a teoria da luta de classes e da revolução proletária, a doutrina do Estado e o conceito de ditadura do proletariado. Destaca-se a conclusão de Marx sobre a atitude do proletariado em relação ao Estado burguês, na França. “A república parlamentar, na sua luta contra a revolução, viu-se obrigada a fortalecer, juntamente com medidas repressivas, os meios e a centralização do poder do governo. Todas as revoluções aperfeiçoam esta máquina, em vez de a destruir. Os partidos que lutavam alternadamente pela dominação, consideravam a tomada de posse deste imenso edifício do Estado como a presa principal do vencedor”. A questão do campesinato como aliado da classe operária na revolução iminente, o papel dos partidos políticos na vida social e uma caracterização profunda da essência do bonapartismo são outros aspectos marcantes da obra. Marx inicia o texto lembrando que Hegel afirma que “todos os grandes fatos e personagens da história universal aparecem como que duas vezes. Mas ele esqueceu de acrescentar: uma vez como tragédia e a outra como farsa”. A partir daí, relaciona o golpe de Estado do General Napoleão Bonaparte, que derrubou o Diretório, em 9 de novembro de 1799 (ou seja, em 18 de Brumário, Ano VIII da Revolução Francesa) com o golpe perpetrado por seu sobrinho, que ele chama “a segunda edição do 18 de Brumário”. De fato, ao mesmo tempo em que se refere à primeira fase da Revolução Francesa como um momento heroico da burguesia (com Camile Desmoulins, Danton, Robespierre, Saint-Just e Napoleão), Marx vê o golpe de Luís Napoleão apenas como mera reação militar repressiva. Marx procura explicar o movimento da história através da dinâmica entre as classes sociais. A obra é assim uma continuação do seu livro anterior, “As Lutas de Classes na França de 1848 a 1850”, cujas teses são retomadas, incluindo a ideia de que a República é um instrumento de dominação da burguesia. O período de 1848 a 1851 é, assim, analisado do ponto de vista do antagonismo de classe. “A França apenas parece escapar do despotismo de uma classe para voltar a cair no mesmo despotismo de um indivíduo, e precisamente sob a autoridade de um indivíduo sem autoridade. O Estado aparentemente torna-se independente da sociedade, para subjugá-la: Em vez de ser a própria sociedade a ter conquistado um novo conteúdo, parece simplesmente que o Estado voltou à sua forma mais antiga, à dominação desavergonhadamente simples do sabre e da sotaina” (batina eclesiástica). Marx faz um julgamento basicamente negativo do campesinato, que ele vê como um aliado objetivo da classe dominante. Comparando-o a um saco de batatas, amorfo e sem vontade, considera que os camponeses não formam uma classe e estariam prontos a cair, a qualquer momento, nas mãos de forças sociais superiores a eles e encarnadas precisamente nos Bonaparte, que ter-se-iam apoiado no campesinato conservador, aproveitando-se da fé supersticiosa e dos preconceitos do camponês: “A dinastia Bonaparte não representa o camponês revolucionário, mas o conservador; não o camponês que luta para sair da sua condição social de vida, a parcela (da terra), mas aquele que, pelo contrário, quer consolidá-la; não a população rural que, com a sua própria energia, é unida às cidades, quer derrubar a velha ordem, mas a que, pelo contrário, sombriamente retraída nessa velha ordem, quer ver-se salva e preferida, juntamente com sua parcela, pelo espectro do império. Não representa a ilustração, o esclarecimento, mas a superstição do camponês; não o seu juízo, mas o seu prejuízo, não o seu futuro, mas o seu passado...”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/O_18_de_Brum%C3%A1rio_de_Lu%C3%ADs_Bonaparte. Acesso em 30 de jan. de 2022.


[42] Filhos de MarxDo casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram sete filhos, mas devido às más condições de vida que foram forçados a viver em Londres, apenas três sobreviveram à idade adulta. As crianças eram: Jenny Caroline (1844–1883), Jenny Laura (1845–1911), Edgar (1847–1855), Henry Edward Guy ("Guido"; 18479–1850), Jenny Eveline Frances ("Franziska"; 1851–52), Jenny Julia Eleanor (1855–1898) e mais um que morreu antes de ser nomeado (Julho, 1857). Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a que a família estava submetida, duas das filhas de Marx cometeram suicídio: Eleanor, 15 anos após a morte de Marx, aos 43 anos, após descobrir que seu companheiro havia se casado secretamente com uma atriz bem mais jovem, mas há quem suspeite que ele, na verdade, assassinou-a; e Laura, 28 anos após a morte de Marx, aos 66 anos, junto com o seu marido, Paul Lafargue, por não querer viver na velhice. Marx também teve um filho, Frederick Demuth (1851–1929), nascido de sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família Marx, Helena Demuth. Solicitado por Marx, Engels assumiu a paternidade da criança, e pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro proletário de Londres. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx. Acesso em 28 de jan. de 2022.


[43] Soho – Localidade na cidade de Westminster, na região de Londres, na Inglaterra. É um distrito de entretenimento que durante a última parte do século XX, adquiriu certa reputação devido aos seus sex shops e por sua vida noturna, assim como à indústria cinematográfica. Desde o início de 1980 a área passou por uma transformação considerável, e é atualmente um distrito moderno, com restaurantes finos e escritórios de empresas da mídia, com alguns poucos estabelecimentos ainda ligados à chamada indústria do sexo no lado oeste do distrito. A área foi desenvolvida a partir de terra agrícolas no governo de Henrique VIII em 1536, quando se tornou um parque real. Tornou-se uma paróquia por direito próprio no final do século XVII, quando os edifícios começaram a ser desenvolvidos para a classe média alta, incluindo a construção da Praça Soho na década de 1680. A igreja de Santa Ana foi fundada no final do século XVII e continua sendo um marco local significativo; outras igrejas são a igreja de Nossa Senhora da Assunção e a igreja de São Gregório e São Patrício na Praça de Soho. A aristocracia se afastou principalmente em meados do século XIX, quando o Soho foi particularmente atingido por um surto de cólera em 1854. Durante grande parte do século XX, o Soho teve uma reputação como base para a indústria do sexo, além de sua vida noturna, e sua localização foi utilizada como sede das principais empresas de cinema. Desde a década de 1980, a área passou por considerável gentrificação (processo de transformação de centros urbanos através da mudança de grupos sociais ali existentes, onde sai a comunidade de baixa renda e entram moradores das camadas mais ricas. O fenômeno decorre da revitalização urbana, em que espaços até então abandonados passam a ser vistos com potencial por determinados grupos sociais e econômicos. Isto faz com que haja aumento do custo de vida no bairro, e por consequência, afaste seus moradores tradicionais). Hoje é predominantemente um distrito da moda de restaurantes de luxo e escritórios de mídia, com apenas um pequeno remanescente de locais da indústria do sexo. A comunidade gay de Londres está centrada em Old Compton Street, no Soho. A reputação de Soho como um importante distrito de entretenimento de Londres decorre de teatros como o Windmill Theatre na Great Windmill Street e a Raymond Revuebar, de propriedade do empresário Paul Raymond, e clubes de música como o 2i’s Coffee Bar e o Marquee Club. O Trident Studios estava sediado no Soho, e a vizinha Denmark Street abrigou inúmeras editoras de música e lojas de instrumentos a partir do século XX. A indústria cinematográfica britânica independente está centrada em Soho, incluindo a sede britânica da Twentieth Century Fox e os escritórios do British Board of Film Classification. A área é popular para restaurantes desde o século XIX, incluindo o Kettner’s de longa data, visitado por inúmeras celebridade. Perto de Soho fica a Chinatown de Londres, centralizada na Gerrard Street e contendo também vários restaurantes. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Soho. Acesso em 31 de jan. de 2022.


[44] Ermen and Engels – Friedrich Engels de Barmen foi pai de Friedrich Engels que trabalho com Karl Marx em uma série de obras influentes nos campos da sociologia, economia e política. Engels sênior fez uma visita a Manchester em 1837 com o fabricante Peter Albertus Ermen. Em seu retorno, eles fundaram a empresa “Peter Ernest & Co.”, que foi renomeada “Ermen & Engels” em 1º de agosto de 1838. Eles planejavam converter a igreja de Unterbarmen numa fábrica de fiação de algodão, que fiaria e dobraria o fio. A igreja era uma Fachwerkhaus (casa cuja técnica de construção tem paredes montadas com vigas de madeira em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaço são preenchidos com material de fácil utilização no local, por exemplo, pedras) de dois andares, na antiga tradição Bergisches Land em 1821 a cidade já tinha moinhos movidos a água e mais de 50 fábricas têxteis. Também em 1837, Engels adquiriu o antigo Schnabelsch Hammerwerk em Engelkirchen (moinho martelo de bico de sapatos da igreja dos Engels) com os direitos de água que se seguiram. Isso permitiu que ele usasse a água do rio Agger para dirigir uma roda d’água, em um ponto em que caiu sobre uma cachoeira de 6,1 metros, havendo possibilidade de expansão. Esta terra era menos cara e, sendo menos desenvolvida do que Barmen, havia uma reserva de mão de obra disponível. A empresa, com capital de Manchester, foi fundada em 1º de julho de 1837, com sede em Barmen, onde permaneceu até 1885. A produção começou em 1844: na década de 1970 toda a produção têxtil foi transferida para a Ásia e o encerramento ocorreu em 1979. O terreno foi vendido a uma empresa imobiliária e ocorreu a destruição habitual. Antes de tudo ter sido destruído, foi protegido como importante monumento histórico (Denkmalschutz). O uso alternativo foi procurado e a reconfiguração ocorreu entre 1993 e 1996. O primeiro moinho era movido a água usando uma roda d’água, e a energia era transmitida para máquinas individuais usando correias de couro e cabos de linha. Em 1854, as rodas d’água foram substituídas por turbinas hidráulicas e dois anos depois foram instaladas caldeiras a vapor de reserva, que podiam entregar 130 hp. Em 1900 as turbinas passaram a acionar geradores elétricos para alimentar as máquinas que possuíam motores elétricos individuais. Três anos depois, as turbinas estavam fornecendo eletricidade para a fábrica e também para a iluminação elétrica da cidade, e em 1909 as novas turbinas da empresa estavam gerando 640 hp. Em 1924, isso mudou e a Elektrizitäswerk Engelskirchen (Usina de Eletricidade Igreja dos Engels) fornecia eletricidade para toda a cidade e para a fábrica a partir de suas turbinas a vapor na Kreisektrizitätswerk em Dieringhausen (estação de energia elétrica do circuito de Dieringhausen). Isso se tornou parte da Rheinisch-Westfälischen Elektrizitätswerk (Usina Elétrica da Renânia-Vestefália) em 1925. Engelskirchen fica a meio caminho entre Colônia e Olpe, servida pela autoestrada A4. Em 1840 era uma vila tranquila nas margens do rio Agger, um afluente do rio Sieg. Em Bergisches Land que fica a sudeste de Barmen (Wuppetal). Isso a colocou no coração do cinturão têxtil do norte da Europa. O museu que é parte integrante do local foi restaurado. É um dos locais do Museu Industrial LVR. É um local importante para mostrar a geração precoce de eletricidade, além de demonstrar a herança do algodão. Alguns dos outros edifícios no local têm outros usos. Há habitação, mas também dois edifícios funcionam como a Engelskirchen Rathaus (edifícios administrativos do governo local). Ermen e Engels eram proeminentes comerciantes de algodão e tinham fábricas em Bergisches Land e em Salford, perto de Manchester e Oldham. Foi para Victoria Mill, no bairro de West de Salford, onde Friedrich Engels (pai) enviou seu filho em 1842. Foi enquanto trabalhava para a empresa que Engels escreveu seu influente livro "A Condição da Classe Trabalhadora na Inglaterra". O livro foi escrito entre setembro de 1844 e março de 1845 e impresso em alemão em 1845 e em inglês em 1847. No livro, Engels deu lugar às suas opiniões sombrias sobre o "futuro do capitalismo e da era industrial". Os Engels eram uma família pietista, ferozmente calvinista, com sólidas crenças em predestinação e a rejeição de formas de prazer mundano. Trabalho duro e oração eram mantras: e eles não viam contradições na criação de vastas riquezas enquanto os vizinhos e seus empregados viviam na pobreza; pois esse era o seu destino. De origem agrícola da Renânia, a prosperidade da família começou quando Johann Casper Engels (1715 a 1787) chegou a Barmen e viu que as águas cristalinas e sem cal do Wupper eram ideais para o branqueamento do linho. Ele construiu uma empresa de produção de renda mecânica que passou para seus filhos. Eles eram patrões paternalistas, construindo casas, escolas e uma cooperativa de celeiro para seus trabalhadores em Barmen. A segunda geração expandiu a empresa para incluir tecelagens de fitas. Johann Gasper II tornou-se vereador e construiu a Barmen United Protestant Church. Eles eram fabricantes (comerciantes-fabricantes) representando um estilo de época de arte e cultura alemã, do período que foi de 1815 a 1848. Com a geração seguinte a família se fragmentou – o Engels & Sohne foram para um irmão, e Friedrich partiu para se juntar aos irmãos Ermen para fiar e costurar algodão e comercializar em Manchester e Engelskirchen. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Baumwollspinnerei_Ermen_%26_Engels. Acesso em 31 de jan. de 2022.


[45] Johann Friedrich Wilhelm Wolff – Apelidado de Lupus. Nascido em Tarnów (Tarnau), Polônia em 21 de junho de 1809 e falecido em 9 de maio de 1864 em Manchester, Reino Unido. Foi um mestre-escola, publicista e revolucionário alemão. Wilhelm Wolff nasceu em Tarnau, uma cidade do sudoeste da Polônia que hoje se chama Tarnów, em Zabkowice Slaskie. Em 1831, virou membro ativo de uma organização radical de estudantes, o que o fez ser preso de 1834 a 1838. Em 1846, conhece Karl Marx e Friedrich Engels e vira membro da Liga dos Justos. Depois, é um dos fundadores da Liga dos Comunistas com Marx, Engels e outros. Também se torna editor da Neue Rheinische Zeitung (Nova Gazeta Renana) no biênio 1848 – 1849. Wolff foi participante ativo nas revoluções de 1848. Após as consequências daquele enorme acontecimento por toda a Europa e, especificamente, na Alemanha contra o capitalismo e governos imperialistas, emigra, assim como muitos outros militantes comunistas e revolucionários, para a Suíça em 1849 e para a Inglaterra em 1851 (aonde Marx e Engels irão se estabelecer). Foi membro do Parlamento de Frankfurt pela esquerda radical. Wolff deixou uma fortuna substancial para Marx continuar produzindo sua obra por determinado tempo. A dedicatória no primeiro livro de “O Capital” (1867) a Wolff exalta e divulga o seu protagonismo vanguardista no movimento operário do século XIX. Engels, por sua vez, lhe escreveu um texto biográfico em 1876. A peça “Os Tecelões” (“Die Weber”) de Gerhart Hauptmann é baseada no ensaio de Wolff sobre a revolta dos tecelões na Silésia em 1844 e sua supressão, “Das Elend und der Aufuhr em Schlesien”. Karl Marx lhe dedica o livro primeiro de “O Capital” (1867): “Dedico ao meu inesquecível amigo, o impávido, leal e nobre vanguardeiro do proletário Wilhelm Wolff”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Wolff. Acesso em 31 de jan. 2022. 


[46] Charles Anderson Dana – Nascido em 8 de agosto de 1819 e falecido em 17 de outubro de 1897. Foi um jornalista estado-unidense e alto funcionário do governo. Ele foi um dos principais assessores de Horace Greeley como editor-chefe do poderoso jornal republicano New York Tribune até 1862. Durante a Guerra Civil Americana, ele serviu como Secretário Adjunto de Guerra, desempenhando especialmente o papel de ligação entre o Departamento de Guerra e General Ulysses S. Grant. Em 1868, tornou-se editor e coproprietário do The New York Sun. Ele inicialmente apelou para os democratas da classe trabalhadora, mas depois de 1890 tornou-se um defensor do conservadorismo orientado para os negócios. Dana era um ávido colecionador de pinturas e porcelanas e se gabava de possuir muitos itens não encontrados em vários museus europeus. Dana nasceu em Hinsdale, New Hampshire, em 8 de agosto de 1819. Ele era descendente de Richard Dana, progenitor da maioria dos Danas nos Estados Unidos, que imigrou da Inglaterra, estabeleceu-se em Cambridge em 1640 e morreu lá por volta de 1695. Aos doze anos, Charles Dana tornou-se balconista no armazém geral de seu tio em Buffalo, até que a loja faliu em 1837. Nessa época, ele começou a estudar gramática latina e se preparou para a faculdade. Em 1839, ele entrou em Harvard, mas a deficiência de sua visão o obrigou a deixar a faculdade em 1841. Ele também abandonou suas intenções de estudar na Alemanha e entrar no ministério. De setembro de 1841 a março de 1846, ele morou na Fazenda Brook, onde foi feito um dos curadores da fazenda, foi garçom-chefe quando a fazenda se tornou uma falange fourierita e foi responsável pelas finanças na falange quando seus prédios foram queimados em 1846. Durante seu tempo na Fazenda Brook, ele também escreveu para a publicação transcendental, The Harbinger. Em 1846, casou-se com a viúva Eunice Macdaniel. Dana escrevera e dirigira a The Harbinger, a publicação da Fazenda Brook, dedicada à reforma social e à literatura geral. Mais tarde, a partir de 1844, ele também escreveu e editou o Boston Chronotype de Elizur Wright por dois anos. Em 1847 ele se juntou à equipe do New York Tribune, e em 1848, da Europa ele escreveu matérias para o jornal e sobre os movimentos revolucionários daquele ano. Em Colônia, ele visitou Karl Marx e Ferdinand Freiligrath. De 1852 a 1861, Marx foi um dos principais escritores do New York Daily Tribune. Retornando ao Tribune em 1849, Dana tornou-se proprietário e seu editor-chefe, e nessa posição promoveu ativamente a causa antiescravista, parecendo moldar a política do jornal num momento que Horace Greeley estava indeciso e vacilante. No entanto, sua escrita expressou sentimentos racistas em relação aos negros em pelo menos uma ocasião. Em 1895, como editor do New York Sun, ele escreveu “estamos no meio de uma ameaça crescente”, o ano da primeira luta profissional do eventual campeão negro dos pesos pesados Jack Johnson. “O homem negro está rapidamente se destacando no atletismo, especialmente no campo dos socos. Estamos no meio de uma revolta negra contra a supremacia branca”. A extraordinária influência e circulação alcançadas pelo jornal durante os dez anos anteriores à Guerra Civil se deveu, em parte, ao desenvolvimento do gênio jornalístico de Dana, refletido não apenas na construção do Tribune como jornal, mas também na gestão de sua equipe de redatores e na firmeza de sua política como o principal órgão do sentimento antiescravidão. Em 1861, Dana foi para Albany para promover a causa de Greeley como candidato ao Senado dos EUA, e quase conseguiu elegê-lo. O cáucus (Convenção Política) foi dividido igualmente entre os amigos de Greeley e os de William M. Evarts, enquanto Ira Harris tinha alguns votos que mantinham o equilíbrio de poder. Por instigação de Thurlow Weed, os apoiadores de Evarts foram para o lado de Harris. Durante o primeiro ano da guerra, as ideias de Greeley e as de Dana em relação à condução adequada das operações militares estavam um tanto divergentes; o conselho de gerentes do Tribune pediu a renúncia de Dana em 1862, aparentemente por causa desse desacordo e grandes diferenças de temperamento entre ele e Greeley. Quando Dana deixou o Tribune, o Secretário de Guerra, Edwin Stanton, fez dele um comissário especial do Departamento de Guerra durante a Guerra Civil Americana. Nessa função, Dana descobriu fraudes cometidas por intendentes e empreiteiros. Com a alcunha de “os olhos da administração”, como Abraham Lincoln o chamava, Dana passava muito tempo na frente de batalha e enviava ao secretário de Guerra Edwin Stanton relatórios frequentes sobre a capacidade e os métodos de vários generais em campo. Em particular, o Departamento de Guerra estava preocupado com os rumores de alcoolismo de Ulysses S. Grant. Dana passou um tempo considerável com Grant, tornando-se um amigo íntimo e amenizando as preocupações da administração. Dana relatou ao secretário de Guerra Edwin Stanton que achava Grant, como escreve o historiador John D. Winters, “modesto, honesto e judicioso... não um homem original ou brilhante, mas sincero, atencioso, profundo e talentoso, com uma coragem que nunca vacilou. Apesar de quieto e difícil de entender, ele adorava uma história bem-humorada e a companhia de seus amigos”. Negociando e muitas vezes colaborando com os rebeldes, Dana alertou o presidente Lincoln e Stanton que o comércio de algodão e todas as atividades relacionadas precisavam ser interrompidas, afirmando que o general Grant estava de pleno estava de pleno acordo com sua avaliação e recomendação. Dana passou pela Campanha de Vicksburg e esteve presente na Batalha de Chickamauga e na Campanha de Chattanooga. Ele insistiu em colocar o general Grant no comando supremo de todos os exércitos em campo, o que Lincoln fez em 2 de março de 1864. Depois de retornar a Washington, Dana recebeu um telegrama do secretário assistente de Guerra H.P.Watson, instruindo-o a ir para Washington prosseguir com outra investigação, e foi recebido por Stanton, que lhe ofereceu o cargo de Secretário Adjunto de Guerra, que ele aceitou. Foi noticiado nos jornais de Nova York na manhã seguinte. Dana ocupou a posição de 1863 a 1865. Com provável exceção de John Rawlins, Dana teve uma influência maior sobre a carreira militar de Grant do que qualquer outro político ou militar. Em 1865 a 1866, Dana conduziu o recém-criado e malsucedido Chicago Republican, quando o jornal era de propriedade de Jacob Bunn e publicado por A.W. (Alonzo) Mack (1822 a 1871). Ele se tornou o editor e coproprietário do The Sun um jornal da cidade de New York, em 1868, e permaneceu no controle até sua morte. Ao assumir o controle da organização, ele anunciou seu credo: “Estudará a condensação, a clareza, o ponto e se esforçará para apresentar sua fotografia diária dos feitos do mundo inteiro de maneira luminosa e viva”. Sob o controle de Dana, “o The Sun se opôs ao impeachment do presidente Andrew Johnson; apoiou Grant para a presidência em 1868; foi um crítico afiado de Grant como presidente; e em 1872 participou da revolta republicana liberal e pediu a nomeação de Greeley. Em contraste com ‘o jovem Dana’ (que foi tocado pela varinha transcendental – além dos limites convencionais), um jovem ardente, franco, aberto, confiante, um crente na possibilidade de realizar uma sociedade ideal na Terra... o Dana dos anos setenta oitenta e noventa era um cínico envelhecido... Lutou com unhas e dentes pela reforma do serviço público... Ele acreditava na expansão da república americana por meio da apropriação de terras por atacado... Eles se opunha aos principais objetivos do movimento trabalhista... Metade do tempo ele e o The Sun estavam do lado dos piores políticos oriundos da Sociedade Tammany, e contra os movimentos de reforma no governo da cidade de New York.” Dana fez do The Sun um jornal democrata, independente e franco na expressão de suas opiniões a respeito dos assuntos de qualquer um dos partidos. Suas críticas à má administração civil durante os mandatos do general Grant como presidente levaram a uma tentativa notável por parte desse governo, em julho de 1873, de tirá-lo de New York sob acusação de difamação, para ser julgado sem júri num tribunal de polícia de Washington. Foi feito um pedido ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em New York para um mandado de remoção, mas numa decisão memorável o juiz Samuel Blatcford, mais tarde juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, recusou o mandado, porém manteve a forma de julgamento proposta teoricamente inconstitucional. Talvez em maior medida do que no caso de qualquer outro jornalista conspícuo (notável, ilustre, distinto), a personalidade de Dana foi identificada na mente do público com o jornal que ele editava. Em 1876, o The Sun favoreceu Samuel J. Tilden, o candidato democrata à presidência, se opôs à Comissão Eleitoral e continuamente se referiu a Ruthford B. Hayes como o “presidente da fraude”. Em 1884, apoiou Benjamin Butler, o candidato dos partidos Greenback-Labor (Partido também conhecido por Partido Independente ou Partido Nacional Independente e Partido Trabalhista Greenback – foi um partido político estado-unidense com uma ideologia antimonopólio que esteve ativo de 1874 a 1889. O partido concorreu em três eleições presidenciais, em 1876, 1880 e 1884, antes de desaparecer) e Anti-Monopolist (Partido Antimonopólio foi um partido político estado-unidense de curta duração. Nomeou Benjamin F. Butler para presidente dos EUA em 1884, assim como o Partido Greenback, que acabou suplantando a organização), para a presidência, e se opôs a James G. Blaine (republicano) e ainda mais amargamente a Grover Cleveland (democrata). A circulação atingiu o pico de cerca de 150 mil, e o advento de Joseph Pulitzer e do New York World cortou profundamente a circulação do The Sun. Dana era um editor muito antiquado que desconfiava do Linotipista e não confiava em publicidade, mas no preço de capa de dois centavos para o financiamento do jornal. Em 1888, apoiou Cleveland e se opôs a Benjamin Harrison, embora tenha criticado amargamente o primeiro governo Cleveland, e criticaria quase todos os detalhes do segundo, com exceção da interferência federal na greve Pullman de 1894; e em 1896, na questão da prata grátis, opôs-se a William Jennings Bryan, o candidato democrata à presidência. Em uma palavra, The Sun havia abandonado sua clientela original da classe trabalhadora e agora era um acérrimo (obstinado, muito ácido) defensor da comunidade empresarial conservadora. O estilo literário de Dana veio a ser o estilo do The Sun – simples, forte, claro, resumido. Ele não registrou nenhuma teoria do jornalismo, além daquelas de bom senso e interesse humano. Ele estava impaciente com a prolixidade, a hipocrisia e os padrões convencionais de importância jornalística. Três de suas palestras sobre jornalismo foram publicadas em 1895 como “The Art of Newspaper Making”. Com George Ripley editou The New American Cyclopaedia (1857 – 1863), reeditado como American Cyclopaedia em 1873 a 1876. Dana tinha interesse em literatura. Seu primeiro livro foi um volume de histórias traduzidas do alemão, intitulado The Black Aunt (A Tia Negra – New York e Leipizig, 1848). Em 1857, ele editou uma antologia, The Household Book of Poetry (O Livro Doméstico de Poesia). Sua tradução do alemão de “Nutcracker and Sugardolly: A Fairy Tale” (Quebra-Nozes e Boneca de Açúcar: Um Conto de Fadas) foi publicada em 1856 pela editora de Filadélfia C.G.Henderson & Co. Além de traduzir alemão, Dana sabia ler as línguas românica e escandinava. Com Rossiter Johnson, editou Fifty Perfect Poems (50 poemas perfeitos) New York, 1883. Dana editou The Life of Ulysses S. Grant: General of the Armies of the United States (A Vida de Ulysses S. Grant: General dos Exércitos dos Estados Unidos) publicado em seu nome e do general James H. Wilson em 1868. His Recollections of the Civil War (Lembranças da Guerra Civil) e Eastern Journeys: Some Notes of Travel into Russia, Caucasus and Jerusalem (Jornadas Orientais: Algumas Notas de Viagem à Rússia, Cáucaso e Jerusalém) foram publicados em 1898. No início da carreira jornalística, em 1849, ele escreveu uma série de artigos de jornal em defesa do filósofo anarquista Pierre-Joseph Proudhon e suas ideias bancárias mutualistas. Estes artigos foram publicados em forma de coletânea e 1896 com o nome de Proudhon and His Bank of the People por Benjamin Tucker, que o fez em parte para expor o passado radical de Dana, já que Dana havia se tornado bastante conservador no final de sua vida, editorando contra radicais, “vermelhos” e o Silver Free Movement (Movimento Prata Livre, ocorrido nos EUA no século XIX em defesa da cunhagem ilimitada e moedas de prata. O movimento foi precipitado por um ato do Congresso de 1873 que omitiu o dólar de prata da lista de moedas autorizadas. Os defensores da prata gratuita incluíam proprietários de minas de prata no oeste, fazendeiros que acreditavam que uma moeda expandida aumentaria o preço de suas colheitas e devedores que esperavam que isso lhes permitisse pagar suas dívidas com mais facilidade. Para os que acreditavam no movimento, a prata tornou-se o símbolo da justiça econômica para a massa do povo estado-unidense. O Movimento Prata Livre teve grande força política no início por causa da forte depressão econômica de meados da década de 1870. Seu primeiro sucesso significativo foi a promulgação da Lei Bland-Allison em 1878, que restaurou o dólar de prata como moeda legal e exigia que o Tesouro dos EUA comprasse a cada mês entre $ 2 milhões e $ 4 milhões em prata e a cunhasse em dólares. Quando os preços agrícolas melhoraram no início da década de 1880, a pressão por uma nova legislação monetária diminuiu, mas o colapso dos preços da terra e das fazendas a partir de 1887 reviveu a demanda dos agricultores pela cunhagem ilimitada de prata. O Congresso respondeu em 1890 com a promulgação do “Sherman Silver Purchase Act’, que aumentou as compras mensais do governo em 50%. Nos anos imediatamente posteriores a 1890, a combinação de pressões reduziu drasticamente a quantidade de ouro no Tesouro dos EUA, precipitando uma crise na primavera de 1893. Os conservadores acusaram o “Sherman Act” de ser a causa da crise, e no verão de 1893, o Congresso revogou essa lei. Agricultores do sul e do oeste condenaram essa ação, culparam a ganância dos banqueiros do leste pelo estado deprimido da economia e resumiram sua demanda pela cunhagem ilimitada de prata. Este tinha sido um objetivo importante do Partido Populista na eleição de 1892 e, em 1896, os democratas, apesar da forte oposição do presidente Grover Cleveland, fizeram da cunhagem ilimitada de prata o principal quesito de sua plataforma eleitoral. Eles então nomearam William Jennings Bryan, o defensor mais eficaz do Free Silver Movement, como seu candidato a presidente. Os republicanos venceram a eleição e, em 1900, um republicano no Congresso promulgou o Gold Majoritary Standard Act (Lei do Ouro como Padrão Majoritário), que tornou o ouro o único padrão para todas as moedas). Este livro continua sendo impresso até os dias atuais por meio de uma edição da Charles H. Kerr Company Publishers com uma introdução do historiador do anarquismo nos EUA e na Rússia, Paul Avrich. Dana era um colecionador de arte. Em 1880, ele construiu uma grande residência em New York na esquina da Madison Avenue com a 60th Street e a mobiliou com pinturas, tapeçarias e porcelanas chinesas, dando sua maior atenção às suas porcelanas. Ele dedicou muito tempo e estudo histórico nestas áreas da arte ao longo de sua vida. Um conhecedor não identificado elogiou o valor histórico e a qualidade dos itens de sua coleção, observando que “eles não estão no Museu Britânico, nem no Louvre e estariam visivelmente ausentes em Desdren”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Charles_Anderson_Dana. Acesso em 31 de jan. 2022. 


[47] The New York Tribune – Jornal estado-unidense fundado em 1841 pelo editor Horace Greeley. Ele era conhecido pelo apelido de New York Daily Tribune (Tribuna Diária de New York) de 1842 a 1866 antes de retornar ao seu nome original. Da década de 1840 até a década de 1860 foi o jornal dominante, primeiro do Whig Party (Partido Liberal), posteriormente Partido Republicano. O jornal alcançou uma tiragem de aproximadamente 200 mil exemplares na década de 1850, tornando-se o jornal diário de maior circulação de New York na época. Os editoriais do The New York Tribune foram amplamente lidos, compartilhados e copiados em outros jornais da cidade, ajudando a moldar a opinião nacional. Foi um dos primeiros jornais da cidade, ajudando a moldar a opinião nacional. Foi um dos primeiros jornais do norte a enviar repórteres, correspondentes e ilustradores para cobrir as campanhas da Guerra Civil Americana. Continuou como um jornal diário independente até 1924, quando se fundiu com o New York Herald, resultando o New York Herald Tribune que permaneceu em circulação até 1966. O New York Tribune foi criado por Horace Greeley em 1841 com o objetivo de fornecer uma fonte de mídia direta e confiável. Greeley já havia publicado um jornal seminal, The New Yorker em 1833 e também foi editor do órgão político do Whig Party em Log Cabin, uma cidade localizada no estado do Texas. Em 1841, ele fundiu as operações dessas duas publicações em um novo jornal que ele nomeou como New York Tribune. Greeley patrocinou uma série de reformas incluindo o pacifismo e o feminismo e especialmente o ideal do trabalhador livre. Greeley exigiu reformas para tornar todos os cidadãos livres e iguais. Ele imaginou cidadãos virtuosos que erradicariam a corrupção. Ele falava sem parar sobre progresso, melhoria e liberdade, enquanto pedia harmonia entre trabalho e capital. Os editorias de Greeley reivindicavam reformas social-democratas e foram amplamente reimpressos. Eles influenciaram a ideologia do trabalho livre dos Whigs (liberais) e a ala radical do Partido Republicano, especialmente na promoção da ideologia do trabalho livre. Antes de 1848, ele patrocinou uma versão estado-unidense de reforma socialista fourierista, mas recuou após as revoluções fracassadas de 1848 na Europa. Para promover várias reformas, Greeley contratou uma lista de escritores que mais tarde se tornaram famosos por direito próprio, incluindo Margaret Fuller, Charles Anderson Dana, George William Curtis, William Henry Fry, Bayard Taylor, George Ripley, Julius Chambers e Henry Jarvis Raymond, que mais tarde cofundou o The New York Times. Em 1852 a 1862, o jornal manteve Karl Marx como seu correspondente europeu baseado em Londres. Friedrich Engels também apresentou artigos sob a assinatura de Marx. Karl Marx ressentia muito do seu tempo trabalhando para a tribuna, particularmente as muitas edições e prazos que a ele impuseram e lamentava a “fragmentação excessiva de seus estudos”, observando que, “muito do meu trabalho está relatando os eventos econômicos da atualidade. Fui obrigado a me familiarizar com detalhes práticos que, rigorosamente falando, estão fora da esfera do meu objeto de estudo, a economia política”.  Engels escreveu: “Não importa se eles nunca são lidos novamente”. Na mesma correspondência, Marx se reportou como um “fornecedor de Blotting papers (mata-borrão)”. No entanto, Engels ainda citou essa carreira como uma conquista positiva de Marx durante um elogio dado em seu funeral. Sob o filho de Reid, Ogden Mills Reid, o jornal adquiriu e se fundo como o New York Herald em 1924 para formar o New York Herald Tribune. O New York Herald Tribune continua ser dirigido por Ogden M. Reid até sua morte em 1947. Um “novo” New York Tribune estreou em 1976 na cidade de New York. O jornal, que foi originalmente chamado de The News Word e mais tarde alterado para The New York City Tribune, foi publicado pela News World e mais tarde alterado para The New York City Tribune, foi publicado pela News World Communications, Inc., de propriedade da Igreja da Unificação. Foi publicado no antigo Tiffany and Company Building na 401, Fifth Avenue até que imprimiu sua última edição em 3 de janeiro de 1991. Seu jornal irmão, The Washington Times, circula principalmente na capital do país. O Tribune fazia uma ampla seção de “comentários” de opiniões e editoriais. Ed Koch, o ex-prefeito de New York, foi um destes colunistas. Entre aqueles que serviram no conselho editorial do jornal estavam Bayard Taylor, George Ripley e Isidor Lewi. O poema “Annabel Lee” de Edgar Allan Poe foi publicado pela primeira vez no jornal como parte de seu obituário de 9 de outubro de 1849, e também publicou-se a “Morte de Edgar Allan Poe”, de Rufus Griswold. Além disso, “The Bells” de Poe foi publicado na edição de 17 de outubro de 1849 como “Poe’s Last Poem”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/New-York_Tribune. Acesso em 31 de jan. 2022. 


[48] Horace GreeleyNascido em 3 de fevereiro de 1811 e falecido em 29 de novembro de 1872. Foi um jornalista estado-unidense e fundador do Partido Republicano. Ferrenho crítico da escravidão e um dos maiores nomes do abolicionismo nos Estados Unidos, membro o Partido Whig (Liberal) entre 1847 a 1854, após a promulgação da Lei Kansas-Nebraska que incentivava a expansão da escravidão para o oeste e a entrada de novos “Estados Escravocratas”, ele como resposta, uniu-se com as antigas lideranças do Partido Whig como Abraham Lincoln, e juntos fundaram um novo partido, o Partido Republicano como uma forma de resposta à essa lei, esse partido se opunha à escravidão. Em 1860, o Partido Republicano lançou a candidatura de Abraham Lincoln que foi eleito presidente numa eleição bastante apertada e turbulenta, aquela foi uma das eleições mais turbulentas da história estado-unidense, a candidatura de Lincoln foi fortemente apoiada por Greeley, após a sua posse Greeley constantemente incentivava Lincoln a abolir a escravidão e inclusive chegou a apresentar Frederick Douglass (escritor afro-americano, abolicionista fervoroso) a Lincoln. Em 1862 com o objetivo de enfraquecer os confederados Lincoln aprovou a Lei de Emancipação dos Escravos que abolia definitivamente a escravidão em todos os estados dos Estados Unidos, após esse feito Greeley ficou muito feliz e o elogiou na tribuna de seu jornal, em 1864 ele apoiou a reeleição de Lincoln. Foi candidato à presidente em 1872 pela ala liberal do Partido Republicano contra os “radicais” republicanos apoiados por Grant. Ele concorreu sob uma plataforma moderada, em contraste com o “radicalismo” de Grant e seus apoiadores. Nunca chegou a ser um democrata, mas foi apoiado pelo Partido Democrata, que viu sua candidatura como uma oportunidade de tentar voltar à Casa Branca; porém, logo após a eleição, Greeley faleceu em 29 de novembro de 1872 aos 61 anos de idade, ele morreu durante o sono em sua residência que ficava numa vila do Condado de Westchester no estado de New York. Naquele ano, o povo tinha votado na eleição presidencial, mas o colégio eleitoral não, por isso os delegados que se comprometeram a votar em Greeley acabaram migrando para seu companheiro de chapa e demais políticos democratas do sul, no final, dos 66 delegados que se comprometeram a votar em Greeley, apenas 3 votaram nele. Essa foi a única vez que um candidato morreu poucas semanas após as eleições nos Estados Unidos. Ele teve um funeral simples e foi enterrado no Cemitério Green-Wood, também foi o autor da famosa frase: “Go West, Young man, go West” (Para o Oeste, meu jovem, para o Oeste). Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Horace_Greeley. Acesso em 31 de jan. 2022. 

[49] François Marie Charles Fourier – Ver Blog do Maffei. Disponivel em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/charles-fourier-vida-e-obra.html. Acesso em: 25 de fev. 2022.


[50] Zur Kritik der Politischen Ökonomie” (“Uma Contribuição para a Crítica da Economia Política”) – Escrito em 1859, foi o livro de Marx anterior ao “O Capital” (1867). Marx escreveu no prefácio da primeira edição de “O Capital” que a longa pausa foi devida a uma longa enfermidade. O livro trouxe apenas dois capítulos: A mercadoria e A moeda. O plano inicial era fazer uma série: os livros seguintes abordariam o capital, a propriedade fundiária, trabalho assalariado, Estado, comércio exterior e mercado mundial. Anos depois, essa série foi abandonada, foi procurada uma outra editora e assim nasceu a nova série inconclusa “O Capital” de 4 livros (sendo o último as Teorias da Mais-Valia), que incorporou os temas do plano inicial e colocou “Crítica da Economia Política” como subtítulo. Há pequenas diferenças entre este livro e a primeira seção de “O Capital”: “Mercadoria e Dinheiro” que condensou o conteúdo de “Contribuição à Crítica da Economia Política”. Marx começa falando da diferença entre valor-de-uso e valor-de-troca, enquanto que “O Capital” começa a partir da diferença entre valor-de-uso e valor (na verdade o valor-trabalho), para depois comentar do valor-de-troca. Trata-se de diferença de ordem na hora de expor: em “Contribuição...”, a mercadoria tem valor-de-uso, e quando trocada por outras mercadorias (ou dinheiro), então está dentro de relações de troca consequentemente relações sociais. E dentro da sociedade as pessoas trabalham, e assim nasce o valor (valor-trabalho) que é mais importante que o valor-de-uso e valor-de-troca. Isso porque valor-de-uso é determinado pela utilidade, e isso depende de quem o fará o uso: para aquela pessoa apenas aquela mercadoria tem aquela utilidade, e portanto é insubstituível e único, dificultando comparação com as demais mercadorias. Por outro lado, valor-de-troca oscila a todo momento no comércio, depende de oferta e procura, de justeza ou barganha entre comerciantes e consumidores. Mas dessa forma, se um vendedor de ferramentas vende caro, o comprador compra caro as ferramentas e com elas produz sua engenhoca, que também ficará mais caro por conta das ferramentas caras que comprou, e assim quem comprar a engenhoca também revenderá mais caro seu produto ou serviço, de forma que o aumento dos preços mais cedo ou mais tarde atinge aquele que inicialmente aumentou o preço das ferramentas. Sendo assim, o valor-de-troca é volátil demais. Para constatar o preço mínimo para começar a venda, ou, depois de muitas vendas e compras, constatar que existe uma média em torno da qual oscilam os preços, é necessário então um valor que não varie apesar dos preços nominais aumentarem ou abaixarem nas trocas, mas que também não seja tão único e difícil de comparar como o valor-de-uso. Os Fisiocratas falaram do valor que veio da natureza e portanto as mercadorias valem mais ou menos dependendo do quão próximos ou afastados da natureza. Já Adam Smith e David Ricardo falaram do valor que veio do trabalho, o que é mais apropriado para o capitalismo, e explica a geração de valor mesmo dentro de indústrias que desde a matéria-prima lidam com elementos bastante afastados da natureza. Eis então o valor-trabalho, ou simplesmente valor, tal como chama Marx. Possivelmente, foi para ressaltar a importância do valor que em “O Capital” começou com a diferença entre valor-de-uso e valor: o valor-de-uso se refere à satisfação de necessidades “do estomago ou da fantasia”, mas a substância de um produto enquanto mercadoria está no valor, pois se excluindo o valor-de-uso da mercadoria, o que sobra é uma “gelatina de trabalho” (O capital traduzido pela equipe de Paul Singer) ou uma “objetividade impalpável, a massa pura e simples de trabalho humano” (“O Capital traduzido por Reginaldo Sant’Anna) e uma forma desse valor se manifestar é pelo valor-de-troca. Curiosamente, o Compêndio de “O Capital” de Carlo Cafiero, que é um resumo escrito para ser mais fácil de compreender começa a partir do valor-de-uso e valor-de-troca, tal como em “Contribuição...”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Contribui%C3%A7%C3%A3o_para_a_Cr%C3%ADtica_da_Economia_Pol%C3%ADtica.Acesso em 31 de jan. 2022.


[51]
 International Working Men’s Associations – Ver no Blog do Maffei. A Internacional. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/02/a-internacional-aait-associacao.html.  Acesso em: 31 de jan. 2022.

 


[52] Saint Martin’s Hall – O Saint Martin’s Hall continha um salão principal de 3.000 lugares e um auditório de 500 lugares. Foi usado para recitais musicais, palestra e reuniões polícias. O Queen’s Theatre, um dos maiores de Londres, tinha capacidade para 4.000 lugares. O teatro fechou depois de pouco mais de uma década, em 1878. O nome Queen’s Theatre tem sido usado para outros teatros no centro de Londres, incluindo o Queen’s Theatre, Dorset Garden (de 1685 a 1705), Her Majesty’s Theatre (de 1705 a 1714), Scala Theatre (durante o período 1831 a 1865) e o moderno Queen’s Theatre na Shaftesbury Avenue (desde 1907). O Saint Martin’s Hall foi construído para John Hullah, em 1847, por William Cubitt, a partir de um projeto de Richard Westmacott. O esquema foi financiado por assinatura e foi construído em um paralelogramo de terra, 149 pés (45,4 metros) por 61 pés (18,6 metros) de largura, conectado a um terreno em Long Acre de 44 pés (13,4 metros) por 22 pés (6,7 metros); e consistia num salão principal com antecâmaras conectadas, galerias e um auditório de 500 lugares. Foi construído em estilo elisabetano, com um grande telhado de ferro abobadado. A sala de música era capaz de acomodar 3.000 pessoas e foi aberta em 1850 por Hullah, o fundador de uma nova “escola de harmonia coral”. Além de suas aulas de canto Hullah dirigiu tanto oratórios e concertos instrumentais quanto vocais, no salão. O salão foi então usado para recitais musicais, palestras e reuniões. Os German Reed Entertainments (Entretenimento de Palheta Alemã) foram apresentados no Saint Martin’s Hall em 1855 – conhecidos como “Miss P. Horton’s Gatherings” (“Encontros com Miss P. Horton) – antes de se mudarem para a Galeria de Ilustração mais íntima e, mais tarde, para o Saint Georges’s Hall. Charles Dickens apareceu pela primeira vez com conferencista público no Saint Martin’s Hall, em abril de 1858, falando em nome do Hospital para crianças doentes, na Great Ormond Street. Uma ou duas semanas depois, ele palestrou por conta própria. Em 26 de agosto de 1860, ocorreu um incêndio em uma fábrica de carruagens próxima e o salão foi destruído, juntamente com seu órgão. A sala foi reconstruída como uma sala de concertos, inaugurada em 1862. A Primeira Internacional foi fundada em Saint Martin’s Hall em 1864. O entretimento musical final foi dado em 1867. Neste ano, um teatro de 4.000 lugares foi construído dentro da estrutura do edifício existente por C.J. Phipps para Henry Labouchère e seus parceiros, com decoração interior de Albert Moore e Telbin. Uma nova companhia de atores foi formada, incluindo Charles Wydaham, Henry Irving, J.L. Toole, Lionel Brough, Ellen Terry e Henrietta Hodson. O teatro abriu como New Queen’s Theatre com uma produção de “The Double Marriage” (“O Casamento Duplo”) de Charles Reade em 24 de outubro de 1867. Um dos primeiros sucessos foi “Dearer than Life” (“Mais Querido que a Vida”), por H.J.Byron, com Lionel Brough, Tool Wyndham e Irving Ho, com La Vivandière 1 (balé) de W.S. Gilbert, um burlesco de “La Fille du Régiment” (Ópera de Gaetano Donizetti), o teatro continuou com melodramas, adaptações e revivals clássicos, abandonando o epiteto “novo” no ano seguinte. Inicialmente, a gestão era comandada pelo ator Alfred Wigan, que também aparecia em suas produções. Em 1868, Hodson e Henry Labouchère estavam morando (vivendo) juntos fora do casamento, pois não podias se casar até que seu primeiro marido finalmente morresse em 1887. Labouchère comprou de seus parceiros e usou o teatro para mostras os talentos de Henrietta Hodson. O teatro recebeu comédias, como “The Turn of Tide” (“A Virada da Maré” de 1869), estrelado por Hermann Vezin e George Rignold com Hodson), de F.C. Burnand, dramas históricos, como “Twixt Axe and Crown” (romance histórico sobre a rainha Elizabeth I, 1870) de Tom Taylor, revivais populares de Shakespeare (estrelados por famosos atores como Samuel Phelps) e Tommaso Salvini, dramatizações de romances de Dickens, burlescos e extravagâncias. Embora o teatro estivesse entre os maiores e mais bem equipados de Londres, e apresentasse algumas das estrelas mais famosas de Londres, faltava a orientação de um ator-gerente da estrutura de Henry Irving ou Herbert Beerbohm Tree. Em 1877, o teatro tornou-se o Teatro Nacional e hospedou uma série de concertos de passeio sob Riviere e Alfred Cellier seguidos por uma dramatização ambiciosa de “Os Últimos Dias de Pompéia” (romance homônimo de Lord Lytton) que deveria apresenta uma erupção encenada do Vesúvio, um terremoto e uma festa romana sibriática. No entanto, a terra não tremeu, o vulcão não entrou em erupção, acrobatas caíram sobre o elenco abaixo, e a produção foi um fracasso caro. No mesmo ano, o teatro foi unido por cabos aéreos ao Canterbury Music Hall em Lambeth, onde demonstrações públicas do engenheiro Cromwell Fleetwood Varley foram dadas. Várias melodias simples foram alteradas de forma excepcional para um tambor suspenso sobre a proa. O teatro foi aberto por pouco mais de uma década, fechando em abril de 1878. O interior foi convertido em uma loja de departamentos para a “Sociedade Cooperativa Clerical” e mais tarde ocupada pela Odhams Press. A fachada de bloco foi mantida até ser reconstruída em um bloco residencial na década de 1970. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Queen%27s_Theatre,_Long_Acre. Acesso em 31 de jan. 2022.

 

[53] Guerra Franco-alemã – ver blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/guerra-franco-prussiana.html. Acesso em 21 de março de 2022.

 


[54] ReichstagO Reichstag é o prédio onde o parlamento federal da Alemanha (Bundestag) exerce suas funções. Localiza-se em Berlim no distrito de Mitte. Em 1884, o kaiser Guilherme I assentou a pedra fundamental e, em 1894, concluía-se a construção. A cúpula viria a ser composta de aço e vidro, técnica avançada para a época. Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a renúncia do kaiser, a república foi proclamada da sacada do Reichstag no dia 9 de novembro de 1918. Entre 1919 e 1933, o Reichstag foi sede do parlamento da República de Weimar. Um mês após a nomeação de Adolf Hitler para o cargo de Chanceler da Alemanha, o prédio foi incendiado. O fogo começou a 21:14 no dia 27 de fevereiro de 1933. Acredita-se que o incêndio tenha sido iniciado em vários lugares. Quando a polícia e os bombeiros chegaram ao local houve uma grande explosão na Câmara dos Deputados. A polícia encontrou Marinus van der Lubbe sem camisa, dentro do prédio. Adolf Hitler e Hermann Göring chegaram logo em seguida e quando encontraram Lubbe, um conhecido agitador comunistas, Göring imediatamente declarou que o incêndio fora causado pelos comunistas. Os dirigentes do partido foram então presos. Hitler, tirando proveito da situação, declarou estado de emergência e encorajou o então presidente Paul Von Hidenburg a assinar o Decreto do Incêndio do Reichstag, que suspendia a maioria dos direitos humanos garantidos na constituição de 1919 da República de Weimar. Os dirigentes nazistas estavam decididos a provar que o fogo fora causado pelo Comintern. De acordo com a polícia, Lubbe confessou que teria ateado fogo em protesto contra o crescente poder dos nazistas. Com os líderes comunistas presos e deputados comunistas impedidos de tomar seus assentos no Reichstag, os nazistas obtiveram 44% dos votos nas eleições de 5 de março de 1933 e passaram a contar com uma maioria que chegava a 52% no Reichstag, incluindo o apoio do Partido Popular Nacional Alemão. Para chegar à maioria de dois terços necessária para a adoção da Lei de Plenos Poderes (Ermächtigungsgesetz em alemão), os nazistas recorreram então a subornos e ameaças aos demais partidos. Aprovada a lei, Hitler recebeu poderes do Reichstag para governar por decreto e para suspender diversas liberdades civis. Van der Lubbe foi condenado à morte e decapitado em 1934. Ao contrário do que se imagina durante os doze anos do Terceiro Reichstag (Drittes Reich), o Reichstag não foi usado para sessões parlamentares – o parlamento reunia-se no edifício Krolloper, uma antiga casa de ópera, já que o prédio do Reichstag havia sido danificado pelo fogo. Este foi usado para fins de propaganda e, durante a Segunda Guerra Mundial, para propósitos militares. O prédio foi danificado também por ataques aéreos durante a guerra. Durante a Batalha de Berlim em 1945, foi um dos principais alvos do Exército Vermelho. Após a Segunda, o prédio, em ruínas deixou de ser usado já que a capital da Alemanha Ocidental foi fixada em Bonn em 1949. Em 1956 foi decidido que o Reichstag não deveria ser demolido, mas sim restaurado. Infelizmente a Cúpula do prédio original havia sido destruída. Paul Baumgarten trabalhou em sua reconstrução de 1961 até 1964. Durante a Guerra Fria o Reichstag ficou em Berlim Ocidental, mas apenas alguns metros da fronteira com Berlim Oriental, onde seria erguido em 1961 o Muro de Berlim. Durante o bloqueio de Berlim uma multidão de berlinenses ocidentais reuniu-se defronte do edifício em 9 de setembro de 1948, ocasião na qual o prefeito Ernst Reuter proferiu um discurso que viria a tornar-se famoso e que concluía com a frase “Ihr Völker der Welt, schaut auf diese Stadt!” (“Vós povos do mundo, assistam esta cidade!”). Até 1990, o prédio foi usado apenas para encontros ocasionais e para uma exposição permanente sobre a história alemã chamada “Ragens an die Deutsche Geschichte” (“Perguntas sobre a história alemã”). A cerimônia oficial da Reunificação Alemã (Wiedervereinigung) realizou-se no Reichstag em 3 de outubro de 1990; no dia seguinte, o parlamento alemão (Bundestag) reuniu-se simbolicamente no prédio. Com a transferência do governo alemão de Bonn para Berlim, o prédio foi reinaugurado em 19 de abril de 1999 como sede do Parlamento. Nos seus mais de cem anos de história, o prédio do Reichstag foi a sede de governo em duas guerras. Em 1992 foi decidido que o Reichstag deveria ser reconstruído e escolheu-se então o projeto de Norman Foster. Em 1995, o casal de artistas Christo e Jeanne-Claude atraiu milhões de visitantes ao cobrir o prédio inteiro. A reconstrução foi um sucesso, especialmente pela reconstrução da cúpula com referência à cúpula original de 1894. Esta é uma das melhores atrações para os turistas pois ela é aberta à visitação; dela se tem uma vista impressionante da cidade e do plenário do parlamento. Na imponente fachada, acima do pórtico de entrada está escrita a frase “Dem Deutschen Volke” – “Ao Povo Alemão”, gravada em 1916. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_do_Reichstag. Acesso em 31 de jan. 2022.

 

[55] Comuna de Paris – ver blog do Maffei. Disponível em:https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/comuna-de-paris.html. Acesso em 21 de março de 2022.

 


[56] Guerra Civil na França – (em alemão: Der Bürgerkrieg in Frankreich). É um livro escrito por Karl Marx como discurso ao Conselho Geral da Internacional, com o objetivo de disseminar entre os trabalhadores de todos os países um entendimento claro do caráter e da significância mundial da luta heroica dos participantes da Comuna de Paris (1871) e suas experiências históricas das quais devem tirar aprendizado. O livro teve grande circulação em 1872, sendo traduzido em diversos idiomas e publicado na Europa e nos Estados Unidos. “A Guerra Civil na França” foi originalmente publicado por Marx somente como terceiro discurso ao Conselho Geral da Internacional, separado em quatro capítulos. Em 1891, no vigésimo aniversário da Comuna de Paris, Friedrich Engels reuniu uma nova coleção de trabalhos. Engels decidiu incluir os dois primeiros discursos que Marx fez para a Internacional – provendo assim base histórica adicional à Guerra Civil por parte de Marx na Guerra Franco-Prussiana. Para Marx, os acontecimentos da Comuna de Paris levaram-no à reavaliar as significâncias de alguns de seus escritos anteriores. Em um prefácio posterior ao “Manifesto Comunista”, Marx escreveria que: “nenhuma importância é atribuída à medidas revolucionárias propostas no final da Seção II. Essa passagem seria hoje, em muitos aspectos, diferentemente formulada”. A passagem referida no “Manifesto” busca mostrar o processo de tomada proletária do poder do Estado. Sugerindo ainda no mesmo prefácio, que leiam “A Guerra Civil na França”, diz: “A Comuna, sobretudo, provou que ‘a classe operária não pode limitar-se a apoderar da máquina do Estado, nem coloca-la em movimento para atingir seus próprios objetivos’”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_Civil_na_Fran%C3%A7a. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[57] Ditadura do proletariado – Refere-se à condição na qual o proletariado detém o controle do poder político. O termo foi criado por Joseph Weydemeyer e adotado por diversos autores, incluindo os idealizadores do marxismo, Karl Marx e Friedrich Engels, no século XIX. De acordo com a teoria marxista, a ditadura do proletariado é o que se coloca entre o capitalismo e o comunismo. A ditadura do proletariado é um Estado Democrático caracterizado pela existência de organismos de governo de classe, onde toda autoridade pública é eleita e revogada por sufrágio universal. A expressão foi usada por Marx e Engels – e posteriormente por Lênin – para descrever o Estado proletário como parte da transição para o comunismo, após a derrubada do Estado burguês, mas antes da superação do próprio modo de produção capitalista. Segundo Marx quanto Engels, a Comuna de Paris (que durou por cerca de dois meses, antes de ser drasticamente reprimida pela burguesia) teria sido um exemplo da “ditadura do proletariado”. “Ditadura da Burguesia” é um termo usado como antônimo de “Ditadura do Proletariado”. De acordo com a teoria marxista, qualquer Estado é necessariamente burguês ou proletário. É chamado de “ditadura” porque retém o aparelho do Estado para tal, com seus implementos de força e opressão, mas difere da noção popular de ditadura que os marxistas desprezam como egoísta, imoral, irresponsável e governo político inconstitucional de um homem ou de um grupo. Em vez disso, implica um estágio onde há completa “socialização dos principais meios de produção”, em outras palavras planejamento da produção material para atender às necessidades sociais, providenciar um direito efetivo ao trabalho, educação, saúde e habitação para as massas e desenvolvimento mais completo da ciência e tecnologia, de modo a multiplicar a produção de material para alcançar uma maior satisfação social. No entanto, divisões sociais entre classes continuam existindo, mas o proletariado torna-se a classe dominante e a opressão continua sendo usada para suprimir a contrarrevolução burguesa. Outros termos geralmente usados para descrever a “ditadura do proletariado” são: Estado Socialista, Estado Proletário, Estado democrático proletário, ditadura revolucionária do proletariado, e ditadura democrática do proletariado. De acordo com Karl Marx, toda forma de governo é uma ditadura de uma classe sobre a outra. Ele não escreveu muito sobre a natureza da ditadura do proletariado, pois seu objetivo era a crítica do capitalismo e mesmo às vertentes do socialismo surgidas em sua época. Entretanto, o filósofo concordava com determinadas correntes de historiadores que consideravam improvável que as elites abandonassem seus privilégios sem luta. Em 1848, ele e Engels escreveram no “Manifesto Comunista” que “seus fins só podem ser alcançados pela derrubada violenta de todas as condições sociais existentes”. Em 1º de janeiro de 1852, o jornalista comunista Joseph Weydemeyer publicou um artigo intitulado “Ditadura do Proletariado” no jornal de língua alemã Turn-Zeitung, onde escreveu que “é bem claro que não pode haver aqui quaisquer dúvidas sobre transições pacíficas graduais”, lembrando a era de Oliver Cromwell, na Inglaterra, e o Comitê de Salvação Pública, na França, como exemplos de “ditadura” e “terrorismo” respectivamente, necessário para derrubar a burguesia. No mesmo ano Karl Marx escreveu para ele, dizendo: “Muito antes de mim, historiadores burgueses haviam descrito o desenvolvimento histórico dessa luta entre as classes. Minha própria contribuição foi mostrar que a existência das classes está simplesmente ligada a determinadas fases históricas do desenvolvimento da produção; que a luta de classes conduz necessariamente à ‘ditadura do proletariado’; que esta ditadura, em si, não constitui mais que uma transição para a abolição de todas as classes e uma sociedade sem classes”. Marx expandiu suas ideias sobre a “ditadura do proletariado” em sua obra “Crítica ao Programa de Gotha”, publicada em 1875, na qual faz uma crítica mordaz e ataques aos princípios estabelecidos no programa do Partido dos Trabalhadores Alemães (antecessor do Partido Social-Democrata da Alemanha). O programa apresentava uma forma moderada e evolutiva para o socialismo, em oposição à abordagem revolucionária e violenta dos marxistas “ortodoxos”. Como resultado, Marx acusou o programa de Gotha como sendo revisionista e ineficaz. O autor ainda afirmou que, em uma sociedade comunista, o Estado Proletário deve controlar os rendimentos do trabalho subtraindo-lhes aquilo que fosse necessário economicamente, ou seja, o suficiente para substituir os meios de produção consumidos, bem como uma parcela adicional para a expansão da produção e fundos de seguros para serem usados em situações de emergência (como catástrofes naturais). Além disso, ele acredita que o Estado Proletário deve cobrir os custos administrativos, empregar recursos para a execução dos serviços públicos e manter fundos para auxiliar no sustento daqueles que estivessem fisicamente incapacitados para produzir. Uma vez que o suficiente para cobrir todas essas despesas tivesse sido retirado dos rendimentos laborais, Marx acreditava que o restante deveria então ser repartido entre os trabalhadores de forma que cada indivíduo recebesse uma remuneração equivalente ao esforço trabalhista por eles empregado. Desta forma, os trabalhadores que colocassem mais trabalho ou desempenhassem trabalhos mais complexos deveriam receber mais rendimentos do trabalho coletivo do alguém que não tivesse contribuído da mesma maneira. Para Marx, no entanto, o Estado Proletário representaria apenas um estágio transitório necessário até que o capitalismo cessasse suas contradições internas. Segundo Friedrich Engels a força e a violência desempenham um papel importante no processo de transformação histórica, concluindo que não poderia ser diferente sob a ótica da revolução e do Estado Proletário – uma vez que, como supramencionado dificilmente as elites abandonariam seus privilégios voluntariamente. Em 1877, argumentando com Eugen Dühring, ridicularizou as reservas deste contra o uso da força: “Essa força, no entanto, desempenharia ainda outro papel na história, um papel revolucionário, que nas palavras de Marx, é a parteira de toda velha sociedade que está grávida de uma nova, sendo o instrumento de auxílio de um movimento social ao forçar seu caminho através de formas políticas mortas e fossilizadas” No mesmo ano, ele criticou “os socialistas antiautoritários” novamente referindo-se aos métodos da Comuna de Paris: ”Uma revolução é certamente a coisa mais autoritária que existe; é o ato pelo qual uma parte da população impõe a sua vontade à outra parte por meio de espingarda, baionetas e canhões – meios autoritários, caso estes existam em tudo; e se o grupo vitorioso não quiser ter lutado em vão, deve manter esta regra por meio do terror que as suas armas inspiram aos reacionários. Será que a Comuna de Paris teria durado um único dia se não tivesse feito o uso da autoridade armada do povo contra os burgueses? Já no século XX, Lênin desenvolveu o “leninismo” – adaptação do marxismo às condições socioeconômicas e políticas atrasadas da Rússia Imperial (1721 a 1917). Este corpo de teoria mais tarde se tornou a ideologia oficial de alguns Estados comunistas. Em sua obra de 1917, “O Estado e a Revolução”, ele cita explicitamente a aplicação prática da “ditadura do proletariado” por meio de uma revolução violenta. Lênin nega qualquer interpretação reformista do marxismo, como a de Kautsky. Lênin especialmente se concentra na frase de Engels do “definhamento do Estado”, negando que ela poderia se aplicar ao “Estado burguês” e destacando que o trabalho de Engels é principalmente “panegírico sobre a revolução violenta”. Com base nesses argumentos, ele denuncia os reformistas como “oportunistas”, reacionários e aponta o “Terror Vermelho” como único método de introdução de uma “ditadura do proletariado” compatível com o trabalho de Marx e Engels. Lênin argumentou que, em um país subdesenvolvido como a Rússia, a classe capitalista continuaria a ser uma ameaça, mesmo depois de uma revolução socialista vitoriosa. Como resultado defendeu a repressão desses elementos da classe capitalista e que o povo em armas, constituído em milícias, seria responsável pela repressão da contrarrevolução perpetrada inevitavelmente pelos segmentos da burguesia reacionária que tentariam acabar com o desenvolvimento da revolução socialista no caso de sua vitória inicial. O uso da violência, terror e o governo de um único partido, o comunista, foi criticado por Karl Kautsky, Rosa de Luxemburgo e Mikhail Bakunin. Em resposta Lênin acusou Kautsky de ser um “renegado” e “liberal” e esses movimentos socialistas que não suportavam a linha do partido bolchevique foram condenados pelo Comintern e chamados de social-fascistas. Mikhail Bakunin em seu livro “Estadismo e Anarquia” argumenta que com a “ditadura do proletariado” continuaria existindo um proletariado que seria subjugado ao Estado após a revolução. Em sua visão, enquanto houver um Estado haverá dominação de uma classe por outra, resultando em escravidão. Já os liberais como Friedrich Hayek em seu livro “Caminho da Servidão” diz que uma “ditadura do proletariado”, mesmo em forma democrática, que dirigisse de maneira centralizada o sistema econômico provavelmente destruiria a liberdade pessoal de modo tão definitivo quanto qualquer autocracia. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ditadura_do_proletariado. Acesso em 30 de jan. 2022.

 


[58] George Odger – (1813 a 1877). Foi um líder operário e um dos pioneiro do sindicalismo inglês, o primeiro presidente da Primeira Internacional. Sapateiro, foi cartunista na juventude e mais tarde liderou a London Trades Council. Foi um dos fundadores da Associação Internacional dos trabalhadores e seu presidente até 1867. Desligou-se da Internacional após os eventos da Comuna de Paris. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/George_Odger. Acesso em: 30 de jan. 2022.


[59] Lei de Reforma de 1867 na InglaterraA Lei da Representação do Povo, 1867, 30 e 31 Victoria, c. 102, também conhecido como Reform Act 1867 ou Second Reform Act. Foi uma peça da legislação britânica que emancipou parte da classe trabalhadora urbana masculina da Inglaterra e no País de Gales pela primeira vez. Ele entrou em vigor em etapas ao longo dos dois anos seguintes, culminando com a promulgação completa em 1º de janeiro de 1869. A essa altura, a atitude de muito no país havia deixado de ser apática em relação à reforma da Câmara dos Comuns. Enormes reuniões, especialmente os “motins de Hyde Park”, e a sensação de que muitos da classe trabalhadora qualificada eram respeitáveis, persuadiram muitos de que deveria haver um projeto de lei de reforma. No entanto, o rico parlamentar conservador Lord Cranborne renunciou ao seu ministério governamental em desgosto com a introdução do projeto de lei. A Liga da Reforma, agitando pelo sufrágio universal, tornou-se muito mais ativa e organizou manifestações de centenas de milhares de pessoas em Manchester, Glasgow e outras cidade. Embora esses movimentos normalmente não usassem uma linguagem revolucionária como alguns cartista fizeram na década de 1840, eles eram movimentos poderosos. O ponto alto veio quando uma manifestação em maio de 1867 no Hyde Park foi proibida pelo governo. Milhares de soldados e policiais estavam preparados, mas a multidão era tão grande que o governo não se atreveu a atacar. O ministro do interior, Spencer Walpole, foi forçado a renunciar. Diante da possibilidade de a revolta popular ir muito mais longe, o governo rapidamente incluiu no projeto de lei emendas que emancipavam muito mais pessoas. Consequentemente, o projeto de lei era mais abrangente do que qualquer membro do Parlamento havia pensado possível ou realmente desejado; Disraeli parecia aceitar a maioria das propostas de reforma, desde que não viessem de William Ewart Gladstone. Uma ementa apresentada pela oposição (mas não pelo próprio Gladstone) triplicou o novo número de trabalhadores com direito a voto segundo o projeto; no entanto, Disraeli simplesmente aceitou. O projeto de lei emancipou a maioria dos homens que viviam em áreas urbanas. As propostas finais foram as seguintes: uma franquia de bairro para todos os que pagassem taxas pessoalmente (ou seja, não compostos) e votos extras para graduados, profissionais e aqueles com economia de mais de 50 libras. Essas últimas “franquias sofisticadas” foram vistas pelos conservadores como uma arma contra um eleitorado de massa. No entanto, Gladstone atacou o projeto; uma série de debates parlamentares brilhantes com Disraeli resultou no projeto de lei se tornando muito mais radical. Tendo tido sua chance pela crença de que o projeto de lei de Gladstone tinha ido longe demais em 1866, Disraeli tinha ido mais longe. Disraeli conseguiu persuadir seu partido a votar o projeto com base no fato de que o eleitorado recém-emancipado ficaria grato e votaria no Partido Conservador na próxima eleição. Apesar dessa previsão, em 1868 os conservadores perderam a primeira eleição geral em que votaram os eleitores recém-emancipados. O projeto de lei acabou ajudando a ascensão da ala radical do Partido Liberal e ajudou Gladstone à vitória. A lei foi corrigida com muitas outras leis para alterar os limites dos distritos eleitorais. A extensão sem precedentes da franquia de votação a todos os chefes de família efetivamente deu o voto a muitos homens da classe trabalhadora, uma mudança bastante considerável. Jonathan Parry descreveu isso como uma “revolução da franquia de bairro”; a posição tradicional da pequena nobreza no parlamento não seria mais assegurada por dinheiro, suborno e favores, mas pelos capricho e desejos do público. No entanto, considerar cegamente as extensões de franquia de jure seria falacioso. As disposições da franquia eram falhas; a lei não abordou as questões de capitalização e de não ser um contribuinte em uma família. A composição de taxas e aluguéis tornou-se ilegal, depois de ser abolida em um projeto de lei apresentado pelo liberal Grosvenor Hodgkinson (isso significava que todos os inquilinos teriam que pagar as taxas diretamente e, assim, se qualificar para a votação). A preparação do registro ainda era deixada para organizadores do partido facilmente manipulados, que podiam remover oponentes e adicionar apoiadores à vontade. A única qualificação para votar estava essencialmente no próprio registro. Quantidades crescentes de gastos partidários e organização política em nível local e nacional – os políticos tinha que se responsabilizar pelo aumento no número de eleitores para tratar ou subornar. A redistribuição de cadeiras na verdade serviu para tornar a Câmara dos Comuns cada vez mais dominadas pelas classes superiores. Só eles podiam pagar os enormes custos de campanhas e a abolição de certos bairros pobres removeu alguns dos mercadores internacionais de classe média que conseguiam obter assentos. O Partido Liberal estava preocupado com a perspectiva de um partido socialista receber a maior parte dos votos da classe trabalhadora, então eles se moveram para a esquerda, enquanto seus rivais, os conservadores, iniciavam intrigas ocasionais para encorajar os candidatos socialistas a se posicionarem contra os liberais. Fonte: Site Stringfixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Reform_Act_1867. Acesso em: 30 de jan. 2022.

 

William Ewart Gladstone Primeiro Ministro Liberal durante o reinado da Rainha Vitória

[60] Partido Liberal Inglês Liberal Party, em inglês. Foi um dos dois grandes partidos políticos britânicos desde sua criação na metade do século XIX até a década de 1920, e a terceira maior força política do país em 1988. O partido adotou o liberalismo social no final do século XIX, sendo responsável por elementos importantes do estado de bem-estar social. Seus líderes mais importantes foram os primeiros-ministros William Ewart Gladstone no final do século XIX, Hebert Henry Asquith e David Lloyd George durante a Primeira Guerra Mundial, intelectuais proeminentes como o economista John Maynard Keynes e o reformista social William Beveridge também foram membros do partido. Os liberais saíram do poder em 1922, à exceção de quando integrou governos de coalizão. Em 1988 fundiu-se com o Partido Social Democrata (o SPD) para dar forma a um novo partido, o Partido Liberal Democrata. O Partido Liberal cresceu a partir dos Whigs em 1859. William Gladstone liderou o partido – e o governo do Reino Unido _ no final do século XIX. O partido se dividiu quanto à proposta de um governo autogerido pelos irlandeses na Irlanda, mas retornou ao poder em 1906 com uma vitória acachapante. Durante este período, os liberais promoveram as chamadas Reformas Liberais, que lançaram as bases para o estilo de vida de um Estado de bem-estar social. Durante a Primeira Guerra Mundial, os liberais governaram a Grã-Bretanha através de um governo de coalizão com os conservadores, que acabou em 1922. A partir da década de 1920, o Partido Trabalhista substituiu os liberais como maior força de oposição ao Partido Conservado no Parlamento Britânico. O Partido Liberal entrou em declínio, elegendo apenas seis membros do parlamento na década de 1950. O partido voltou a ganhar força nas décadas de 1960 e 1970, mas foi apenas em 1981, quando os liberais forjaram uma aliança com o então recém-fundado Partido Social Democrata (o SDP) – a chamada SDP-Liberal Alliance –, que o partido voltou a obter considerável êxito eleitoral. Na eleição geral de 1983, a aliança obteve 25,4% dos votos contra 27,6% dos votos trabalhista, então oposição oficial ao governo da líder conservadora Margaret Thatcher. Apesar disso, o resultado se traduziu em apenas 23 acentos (de um total de 650) contra 209 dos trabalhistas. Em 1988, os liberais fundiram formalmente ao SDP para darem origem ao atual Partido Liberal Democrata, embora uma pequena parcela dos liberais contrários à fusão tenha fundado um novo Partido Liberal em 1989. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Partido_Liberal_(Reino_Unido)r. Acesso em: 30 de jan. 2022.

 

[61] Mikhail Alexandrovich Bakunin – Ver no Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/mikhail-aleksandrovich-bakunin.html. Acesso em 21 de março de 2022.

 


[62] Aliança Internacional da Social Democracia – Foi uma organização internacional secreta fundada por Mikhail Bakunin em Genebra em outubro de 1866, que adotava um programa socialista e revolucionário. Ainda em 1866, anos de sua fundação, a Aliança fez um pedido de adesão à Associação Internacional dos Trabalhadores, que não foi aceito pelo Conselho Geral da organização, pois a Aliança também era uma organização internacional por si mesma, e apenas organizações nacionais eram permitidas enquanto membros da Internacional. A Aliança foi dissolvida e os vários grupos que a formavam uniram-se à Internacional separadamente. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Alian%C3%A7a_da_Democracia_Socialista. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[63] Congresso de Basileia na Suíça de 1869 O Congresso da Internacional de Bruxelas, anterior ao de Basileia, marcou um notável enfraquecimento das ideias mutualistas no interior da Internacional, o congresso da Basileia consumou esse processo, erradicando o mutualismo proudhoniano até mesmo da França, país até então onde essas ideias eram praticamente hegemônicas. O congresso foi realizado entre 5 e 12 de setembro do ano de 1869, e contou com a presença de 78 delegados, provenientes da Suíça, Alemanha (entre eles Wilhelm Kiebknecht, do Partido Social Democrata dos Trabalhadores Alemães), Inglaterra, França, Espanha, Itália, Áustria e Bélgica, além de um representante do Sindicato Nacional dos Trabalho dos Estados Unidos. As resoluções sobre a propriedade fundiária, aprovadas em Bruxelas no ano anterior, foram confirmadas, numa nova votação aprovada por 54 delegados com apenas 4 contrários e 13 abstenções; o novo texto, no qual é declarado que “a sociedade tem o direito de abolir a propriedade individual do solo e de dá-lo à comunidade” foi acolhido também pelos delegados franceses, dos quais onze deles votaram a favor da proposta, entre eles, Louis Eugène Varlin, que mais tarde se tornaria um dos protagonistas da Comuna de Paris. Dez se abstiveram e quatro votaram contra, entre eles, Henri Tolain. Depois do congresso da Basileia, o mutualismo deixou de exercer influência no interior da Internacional. O congresso da Basileia também contou com a presença do delegado Mikhail Bakunin, que viria a exercer grande influência no interior da Internacional. Em setembro de 1868, ele havia fundado em Genebra a Aliança da Democracia Socialista, organização que, em dezembro daquele ano, apresentou um pedido de adesão à Internacional, inicialmente rejeitado, sob o argumento de que a Aliança da Democracia Socialista também era uma organização internacional por si mesma, e apenas organizações nacionais eram permitidas enquanto membros da Internacional. A Aliança foi dissolvida e os vários grupos que a formavam uniram-se à Internacional separadamente. Bakunin conquistou rapidamente notável influência em várias seções suíças, espanholas, francesas, e depois da Comuna de Paris, italianos; e já na Basileia, conseguiu influir sobre o êxito do congresso, como demonstra o voto sobre o direito de herança, primeiro caso em que os delegados rejeitaram uma proposta do Conselho Geral. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_dos_Trabalhadores. Acesso em 31 de jan. 2022.

 

[64] Sergey Gennadiyevich Nechayev ou Sergei Nechaev – Nascido em 2 de outubro de 1847 e falecido em 21 de novembro (ou, talvez, 3 de dezembro) de 1882. Foi um anarquista revolucionário russo que ficou associado ao Movimento Niilista e reconhecido pela obstinação de fomentar a revolução utilizando qualquer meio necessário, incluindo a violência política. O personagem Pyotr Verkhovensky, da narrativa antiniilista “Os Demônios”, de Fiodor Dostoievski, é baseado em Nechayev. Ele nasceu em Ivanovo, uma cidade têxtil pequena, de pais pobres – seu pai era um escritor e pintor. Nechayev já tinha desenvolvido uma consciência crítica sobre a desigualdade social e um ressentimento do local em que morava em sua juventude. Em 1865, com 18 anos de idade, Netchayev mudou-se para Moscou, onde ele trabalhou para o historiador Mikhael Pogodin. Um anos mais tarde, ele se mudou para São Petersburgo, passou numa prova e começou a lecionar numa paróquia. Nechayev participou de aulas na Universidade de São Petersburgo ((mesmo sem ser oficialmente matriculado) e ficou tentando com a literatura subversiva russa dos Dezembrista, o Petrashevsky Circle e Mikhail Bakunin, entre outros, com toda a agitação estudantil na universidade. Nechayev participou de um grupo ativista estudantil em 1868 e 1869, liderando uma minoria radical com Petr Tkachev e outros. Nechayev participou em conceber o movimento com o “Programa de Atividades Revolucionárias”, no qual começou mais tarde uma revolução social como a última tentativa. O programa também sugeria meios para criar uma organização clandestina revolucionária e conduzir atividades subversivas. Em particular, o programa fez parte da composição do “Catecismo Revolucionário”, no qual Nechayev tornar-se-ia famoso mais tarde. Em janeiro de 1869, Nechayev espalhou falsos rumores de sua prisão em São Petersburgo, então foi para Moscou antes de ir para o estrangeiro. Em Genebra, Suíça, ele fingiu ser um representante de um comitê revolucionário que tinha partido da fortaleza Paulo e Pedro, e então ganhou a confiança do revolucionário em exílio Mikhail Bakunin e seu amigo colaborador Nikolai Ogarev, numa sugestão d Bakunin, dedicou um poema para Nechayev: “O estudante (para meu jovem amigo Nechayev)/Ele nasceu para um destino desgraçado/E lecionou numa escola difícil/E sofreu tormentos intermináveis/Em anos de trabalho constante/Mas como os anos foram varridos/ Seu amor pelas pessoas cresceu fortemente/E violenta sua sede pelo bem comum/A sede de melhorar o destino do homem”. Bakunin viu Nechayev como “a autêntica voz da juventude russa” – na qual chamou de o “maior revolucionário do mundo”. Ele manteria essa visão idealista após sua associação com Nechayev virar perigosa para ele. Na primavera de 1869, Nechayev escreveu o “Catecismo Revolucionário”, um programa para a “cruel destruição” da sociedade e do Estado. Às vezes é se falado que ele escreveu com Bakunin mas a verdade é que Bakunin denunciou o documento em 1870 escrevendo: “Você desejava e ainda deseja fazer sua própria autocrueldade, seu próprio verdadeiro fanatismo extremista, na regra de uma vida comum. Renuncie seu sistema e vocês será um homem valioso; se, entretanto, você não deseja renunciar o sistema, você certamente se tornará um militante prejudicial, alto destrutivo, mas não para o Estado, mas sim para a causa libertária...”. O “Catecismo Revolucionário” inclui a seguinte passagem: “O revolucionário é um homem predestinado. Ele não tem interesses pessoais, nem casos, sentimentos, afazeres, nem mesmo um nome próprio. Sua existência é somente por um propósito, um pensamento, uma paixão – a revolução. Coração e alma, não meramente pela palavra mas pela ação...”. O mais importante princípio do “Catecismo” – “o fim justifica os meios” – viraria o principal slogan de Nechayev durante sua carreira revolucionária. Ele viu a imoralidade implacável na perseguição do controle total pela igreja e o Estado, e acreditava que o esforço contra os dois deve ser feito por todos os meios necessários, sempre focando a destruições dos mesmos. A personalidade individual tem de ser abandonada pelo grande propósito num tipo de ascetismo espiritual na qual Nechayev foi muito mais que um simples teórico, mas um guia dos princípios pelo qual ele viveu sua vida. Ele também formulou algumas táticas revolucionárias: Um revolucionário “deve infiltrar-se em todas as formações sociais, incluindo a polícia. Deve explorar as pessoas ricas e influente, subordinando-as a si mesmo. Deve agravar as misérias das pessoas comuns, para esgotar sua paciência e incitá-la à rebelião. E, finalmente, ele deve se aliar à palavra selvagem do criminoso violento, o único verdadeiro revolucionário da Rússia”. O livro foi influência para as gerações futuras de grupos radicais, e foi republicado pelos Panteras Negras em 1969 – cem anos depois desde a publicação do original. Também influenciou a formação dos militantes do grupo Brigadas Vermelhas na Itália em 1969. Ogarev, Bakunin e Nechayev organizaram a campanha de propaganda de material subversivo a ser mandado para a Rússia, financiado por Ogarev do então chamado “Fundo Bakhmetiev” (“Bakhmetiev Fund”), o qual tinha sido criado para subsidiar suas próprias atividades revolucionárias. Alexander Herzen não aprovou o fanatismo niechyevista e se opôs fortemente contra a campanha, acreditando que Nechayev estava influenciando Bakunin em direção a uma retórica mais extrema. Contudo, Herzen emprestou muito dinheiro da organização para Nechayev, no qual ele partiu para a Rússia para mobilizar o suporte para a revolução. Tendo deixado a Rússia ilegalmente, Nechayev teve que voltar para Moscou em 1869 com ajuda dos contatos de Bakunin. Lá ele viveu uma vida severa, gastando o dinheiro apenas em atividades política. Ele fingiu ser um representante do departamento russo da “Rede de União Revolucionária” (a qual não existia) e criou uma afiliada da sociedade secreta chamada “Narodnaya Raprava” (“Represália do Povo”), na qual, ele dizia existir por bastante tempo em cada esquina da Rússia. Ele discursava apaixonadamente para estudantes sobre a necessidade de se organizar. Vera Zashlitch (escritora marxista) fala que quando ela encontrou Nechayev pela primeira vez, ele imediatamente tentou recrutá-la: “Nechayev começou a me contar seus planos para organizar uma revolução na Rússia num futuro próximo. Eu me senti terrível: foi realmente doloroso para eu dizer: ‘Isso é pouco provável, eu não sei sobre isso’. Eu podia ver que ele estava realmente sério, que isso era uma conversa séria sobre revolução. Ele podia e iria agir – ele não era o líder dos estudantes? (...) Eu não podia imaginar maior prazer do que servir a revolução. Eu tinha vivido somente para sonhar isso, e agora ele estava dizendo que ele queria me recrutar (...) E o que eu conhecia sobre o ‘povo’? Eu conhecia somente as senzalas de Biakolovo e os membros do meu coletivo tecelão, enquanto ele era um trabalhador desde que nasceu”. Muitos ficaram impressionados pelo jovem proletário e entraram para o grupo. Contudo, o fanatismo de Nechayev parecia estar se tornando mais desconfiável para pessoas a sua volta, até denunciando Bakunin como doutrinário “falador com papéis e bocas”. O incidente no qual é retratado pelo escritor Dostoievski na novela política “Os Demônios” seria talvez um crime cometido por Nechayev e seus camaradas na morte de I.I. Ivanov que teria discordado com Nechayev sobre a distribuição da propaganda e por isso teriam o matado e escondido o corpo num lago. O corpo teria sido achado e alguns revolucionários foram presos, mas Nechayev escapou e foi para São Petersburgo em novembro, onde ele tentou continuar suas atividades para criar uma sociedade clandestina. Em 15 de dezembro de 1869, ele deixou o país e voltou para Genebra. Nechayev foi aceito por Bakunin e Ogarev em seu retorno para a Suíça em Janeiro de 1870 – Bakunin escreveu: “Eu pulei tanto de alegria que esmaguei o teto com a minha cabeça velha!”. Logo após a reunião dos três, Herzen morreu, isso foi o que faltava para Nechayev continuar suas atividades políticas. Nechayev emitiu um número de proclamações mirando na diferente estrutura da população russa. Junto com Ogarev, ele publicou a Revista Kolokol (abril – maio, 1870, emitiu de 1 até 6). Em seu artigo “Os Fundamentos do Sistema Social do Futuro”, publicado na Vontade do Povo (1870, número 2), Nechayev partilhou sua visão de um sistema comunista na qual Karl Marx e Engels chamaria mais tarde de “comunismo de quartel” Entretanto, a suspeita de Nechayev em seus camaradas tinha crescido muito, e ele começou roubando cartas e papéis pessoais.  Ele pediu ajuda para a filha de Herzen, Natalie. Quando Bakunin descobriu a duplicidade do comportamento de Nechayev, começou a avisar seus amigos, mas sempre continuou defendendo o jovem. O Conselho Geral da liderança da organização de esquerda a “Primeira Internacional”, oficialmente separou os dois (Nechayev e Bakunin), alegando que ele tinha abusado do nome da organização. Depois de ler uma carta do editor para Bakunin, Nechayev disse que mataria o editor se ele não fizesse o que Bakunin queria. Após isso, Nechayev ficou ainda mais isolado de seus camaradas. German Lopatin, membro da Primeira Internacional, acusou Nechayev de comportamento teórico sem escrúpulos e destrutivo, induzindo Ogarev e Bakunin a rachar suas relações com ele no verão de 1870 – embora Bakunin continuasse a escrever cartas apaixonadas para Nechayev pedindo por reconciliação e avisando-o dos perigos que ele se encontrara coma a lei, depois da morte de Ivanov. Em 1870, Nechayev publicou uma edição da Revista Commune em Londres e depois, escondendo-se da polícia czarista, foi para Paris e depois para Zurique. Em agosto de 1872, Nechayev foi preso em Zurique e entregue a polícia russa. Ele foi preso em 1873 e sentenciado a 20 anos de trabalhos forçados por matar Ivanov. Nechayev, enquanto preso na Fortaleza de Pedro e Paulo, conseguiu controlar os guardas com a força de suas convicções políticas e no final dos anos 1870, ele estava usando os guardas para passar correspondência com revolucionários do lado de fora. Em dezembro de 1880, ele estabeleceu contato com o Comitê Executivo do Norodnaya Volya e propôs um plano para sua fuga. Entretanto, ele abandonou o plano devido sua relutância para distrair os esforços dos membros do Norodnaya Volya de tentar assassinar Alexandre II. Nechayev morreu em 1882 ainda em sua cela. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sergey_Nechayev. Acesso em 31 de jan. 2022


 


[65] Ferdinand LassalleNascido em Breslávia em 11 de abril de 1825 e falecido em Carouge em 31 de agosto de 1864. Foi um teórico social-democrata, escritor e político alemão de origem judia. Considerado um precursor da social-democracia alemã, foi contemporâneo de Marx, e ambos estiveram juntos durante a Revolução Prussiana de 1848 até romperem relação, em 1864. Combativo e ativo propagandista dos ideais democráticos, proferiu, em 16 de abril de 1862, numa associação liberal-progressista de Berlim, a conferência que serviu de base para um livro importante para o estudo do direito constitucional (editado em português com o título “A Essência da Constituição”). Lassalle cunhou o conceito sociológico de Constituição ao estabelecer que tal documento deve descrever rigorosamente a realidade política do país, sob pena de não ter efetividade, tornando-se um mera folha de papel. Esse conceito nega que a Constituição possa mudar a realidade. A tese de Lassalle foi contraposta por Konrad Hesse, que cunhou o conceito concretista de Constituição, por considerar que a Constituição não é um simples livro descritivo da realidade – o que a transformaria num simples documento sociológico –, mas norma jurídica, pelo que haveria de se estabelecer uma relação dialética entre o “ser” e o “dever ser”. Em Berlim, Ferdinand Lassalle encontrou a jovem Hélène von Dönniges. No verão de 1864, decidiram se casar. Entretanto o pai de Hélène, um diplomata bávaro residente em Genebra, via com muito maus olhos essa união e aprisionou a filha em seu próprio quarto. Sob pressão, Hélène acabou por desistir do casamento com Lassalle e aceitou unir-se a Iancu Racovita (ou Racovitza), um boiardo (nobre de altas posições nos países eslavos) originário dos Principados Romenos. Lassalle decidiu então desafiar para um duelo tanto o pai de Hélène como Racovita – que aceitou o desafio. O confronto aconteceu perto de Veyrier, ao pé do Salève, na manhã de 28 de agosto de 1864. Lassalle, aos 39 anos, acabou sendo gravemente ferido por uma bala no abdômen, morrendo em poucos dias depois, em Carouge, pequena cidade perto de Genebra. Os últimos fatos de sua vida foram descritos por George Meredith, em “Les Comédiens Tragiques” (1880). Seu corpo foi enterrado num cemitério judeu de Breslau – atualmente Wroclaw, Polônia. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_Lassalle. Acesso em 31 de jan. 2022.

 

[66] Partido Social-democrata – ver Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/a-social-democracia.html. Acesso em: 21 de março de 2022.

 


[67] Programa de Gotha – O Programa de Gotha foi a plataforma partidária socialista adotada pelo nascente Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) em seu congresso inicial (o Congresso de Gotha), ocorrido na cidade de Gotha, Alemanha, em 1875. O Congresso de Gotha unificou os dois partidos socialistas alemães, que até então tinha estado separados: os eisenachianos dirigidos por August Bebel e Wilhelm Liebknecht, influenciados ideologicamente por Karl Marx e Friedrich Engels, e os lassalianos (influenciados por Ferdinand Lassalle). O programa reivindicava sufrágio universal, liberdade de associação, limitações do dia útil desgastante e direitos trabalhistas. O Programa de Gotha pretendia-se revolucionário e era explicitamente socialista, tal como se vê no seguinte trecho: “o Partido Operário Socialista da Alemanha se esforça por todos os meios legais para criar um Estado livre e uma sociedade socialista, para efetuar a destruição da lei de ferro dos salários, eliminando o sistema de trabalho assalariado, para abolir a exploração de todo tipo, e extinguir todas as desigualdades sociais e políticas”. Karl Marx fez uma crítica demolidora do programa, sobretudo dos resquícios de concessão a noções de Lassalle, em carta ao Partido. Tratam-se de “glosas marginais” (esboços) posteriormente chamadas de “Crítica do Programa de Gotha”, documento hoje publicado no mundo inteiro em livro, que tornou-se mais célebre, formativo e famoso do que o próprio programa, principalmente por oferecer um pronunciamento mais detalhado de Marx a respeito da estratégia revolucionária programática para a transição socialista e a construção de uma sociedade comunista. Marx considerava o Programa de Gotha um grande passo atrás em comparação com o Programa de Eisenach, aprovado em 1869 no congresso que fundava o SPD e que estava totalmente de acordo com os princípios da Primeira Internacional. O Programa de Gotha será substituído anos mais tarde no Partido Social-Democrata da Alemanha pelo Programa de Erfurt. A “Critica do Programa de Gotha” (em alemão: “Kritik des Gothaer Programms”) é um documento baseado numa carta de Karl Marx, escrita, no início de 1875, para o grupo da social-democracia alemã em Eisenach, do qual Marx e Engels eram próximos, criticando o Programa de Gotha. Oferecendo talvez um dos pronunciamentos mais detalhados de Marx sobre assuntos revolucionários, em termos de programação e estratégia, o documento discute a revolução socialista, a “ditadura do proletariado” – o período de transição do capitalismo para o comunismo; o internacionalismo proletário e o partido da classe operária. A crítica também é notável para elucidações quanto ao princípio “De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”, como base para a sociedade comunista. Marx também menciona que no socialismo “o indivíduo recebe da sociedade exatamente o que lhe oferece”. Indicando que enquanto o comunismo seria uma sociedade onde o pagamento é baseado nas necessidades, o socialismo sendo imaturo e incompleto, os salários seriam baseados em feitos. A “Crítica ao Programa de Gotha”, publicado postumamente, é considerado um de seus escritos de maior valor, por ser uma das mais pormenorizadas quanto à sua descrição de “Comunismo”. A carta é direcionada para a cidade alemã de Gotha, onde um congresso do partido ocorreria. No congresso, os militantes de Eisenach planejavam se unir com os Lassalianos, de forma a unificar o partido para mais tarde se tornar mais poderoso sob o nome de Partido Social-Democrata da Alemanha. Os “Eisenaches” enviaram o esboço do programa para a união dos partidos para Marx fazer comentários. Este acreditou que o programa estava negativamente afetado por influência de Ferdinand Lassalle, a que Marx via como oportunista desejando limitar as exigências do movimento operário em troca de concessões governamentais. Contudo, no congresso de Gotha, ao final de maio de 1875, o rascunho do programa foi aceito pela maioria com alterações mínimas. A carta de Marx, só seria publicada em 1891, oito anos após sua morte, quando a Social-Democracia Alemã declarou suas intenções de adotar novo programa, e Engels utilizou a carta de Marx com possível programa, publicando-a. Fontes: Wikipédia. Disponível em:https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Gotha. Acesso em 31 de jan. 2022. &https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica_ao_Programa_de_Gotha. Acesso em 31 de jan. 2022.

 

[68] Czar Alexandre II – Ver blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/alexandre-i-ii-iii-da-russia.html. Acesso em 22 de mar. 2022.

 


[69] Federação Socialista dos Trabalhadores – Nos dias 20 a 31 de outubro de 1879 foi realizado na Salle des Folies-Bergères (no bloco 12 da Rue de la République em Marselha foi construído em 1866 pelos arquitetos Hilaire Curtil e Eric Buyron para abrigar um cassino e, mais tarde, tornou-se a casa de shows Folies Bergères. Depois de ser alugado ao Terceiro Congresso Socialista dos Trabalhadores da França em 1879, em 1883 foi transformado no Palácio da Indústria. Em 1988, tornou-se um estacionamento coberto de vários níveis, só a escada sobreviveu) em Marselha na França, o Terceiro Congresso Socialista dos Trabalhadores da França. Neste congresso, os líderes socialistas, rejeitaram a cooperativismo e o anarquismo, que permitiriam a continuidade do regime existente, e adotaram um programa baseado no coletivismo. O congresso também aprovou uma moção de que as mulheres deveriam ter direitos iguais aos dos homens, mas vários delegados consideraram que essencialmente o lugar da mulher era o lar. O congresso foi considerado um triunfo do Guesdismo e o berço do socialismo marxista francês, mas ambas as reivindicações ficaram em aberto. Os participantes logo se dividiram em grupos rivais com ideologias díspares. Este encontro aconteceu depois do Congresso de Lyon de 1878, porém o congresso de socialista de 1879 foi o mais importante da França, em termos de participação, resoluções e seus efeitos na constituição do partido socialista, sendo seguido pelo Congresso de Le Havre de 1880. Jules Guesde não pode comparecer pessoalmente, mas sua moção, trazida pelos delegados seus companheiros, foi aprovada. Guesde era um ex-anarquista que se converteu ao marxismo em 1876. Guesde estava doente e acamado em Paris na época do congresso, mas era representado por dois joalheiros, Jean Lombard de Marselha e Eugène Fournière de Paris. Uma moção composta por Guesde foi proposta pelos delegados de Paris e aprovada pela grande maioria. Seu conteúdo foi este: “A propriedade é a única questão social. Vendo que o atual sistema de propriedade se opõe aos diretos iguais que condicionarão a sociedade do futuro; que é injusto e desumano que alguns produzam tudo e outros nada, e que são precisamente estes que possuem toda a riqueza, todo o gozo e todo o privilégio; vendo que este estado de coisas não será eliminado pela boa vontade daqueles cujo todo interesse está na continuidade; o Terceiro Congresso Socialista dos Trabalhadores da França adota com fim e visa a propriedade coletiva do solo, do subsolo, dos instrumentos de trabalho, das matérias-primas, e os torna para sempre inalienáveis daquela sociedade para a qual deveriam retornar”. O congresso adotou um programa marxista e apoiou o coletivismo por 73 votos contra 27. Os coletivistas rejeitaram os esforços para fundar cooperativas como sendo pequeno-burgueses e capitalismo encoberto. Os delegados também se opuseram à cooperação e ao anarquismo, que deixariam o status quo inalterado e se declararam a favor da ação política. O congresso foi descrito como um triunfo do guedismo, mas na verdade foi um triunfo do coletivismo, que os oponentes de Guesde, Paul Brousse e Benoît Malon, também apoiaram. Porém há discordâncias entre as fontes sobre a sequência de eventos. Robert Gildea escreve que o Partido dos Trabalhadores Franceses (POF: Parti Ouvrier Français) foi lançado no congresso de 1879, e que Brousse ganhou a maioria contra os Guedistas na conferência do partido de 1882 e fundou a Federação dos Trabalhadores Socialistas da França (FTSF: Féderation des Travailleurs Socialistes de France). Julian Wright afirma que a divisão foi formalizada no congresso de 1882, que era controlado por Malon, quando os guedistas partiram para estabelecer seu grupo separado. Rudolf Rock escreve que a Fedération des Travailleurs surgiu a partir do congresso de 1879, controlada pelos coletivistas. O movimento se dividiu no Congresso de Saint Étienne em 1883 com os seguidores de Guesde formando o Parti Ouvrier Français apoiado pela Féderation Nationale des Syndicats e os seguidores de Brousse formando o Parti Ouvrier Révolutionaire Socialiste Français apoiado pela Féderacion des Bourse du Travail de France. Os allemanistas mais tarde se separaram dos broussistas. Outros grupos eram os blanquistas do Comitê Revolucionário Central (CRC – Comité Révolucionaire Central) e os Socialistas Independentes de Malon. A supressão da Comuna de Paris em 1871 foi um duro golpe para o socialismo na França e, por vários anos depois, os trabalhadores relutaram em se envolver na política. Nos congressos de Paris (1876), Lyon (1878) e Marselha (1879), apenas trabalhadores podiam falar e votar, e a discussão política foi proibida. No entanto, Guesde queria organizar um partido político. Ele afirmou que, ao contrário dos partidos convencionais, o novo partido serviria aos interesses dos trabalhadores e não às ambições dos líderes partidários. O congresso decidiu que o proletariado deveria se separar e todos os partidos burgueses e formar um novo partido. No início, o partido representava artesão como chapeleiros e sapateiros, mas não tecelões, mineiros ou trabalhadores de fundição. O novo partido teve que competir pela atenção dos trabalhadores com os blanquistas, os anarquistas, depois de 1881 com os possibilistas, e depois de 1890 com os allemanistas. Embora o lançamento do Parti Ouvrier (Partido do Trabalho) pelo congresso de 1879 tenha sido tratado por historiadores socialistas e comunistas como a data em que o socialismo marxista nasceu na França, o novo “partido” foi um movimento vagamente definido dominado por antipolíticos anarquistas e radicais antissocialistas, e só aos poucos, membros com visões reconhecidamente marxistas. Foi apenas entre o congresso e a cisão de 1882 que Guesde e Lafargue desenvolveram posições marxistas de linha-dura. O partido sofreu divergências internas desde o início. Anarquistas como Jean Grave não gostava de envolvimento político de qualquer tipo, enquanto Brousse suspeitava do autoritarismo marxista de Guesde e pensava que o programa de nacionalização levaria a uma ditadura socialista. No Congresso de Marselha alguns dos delegados defenderam o conceito de salário familiar e argumentaram contra o trabalho assalariado feminino. Um delegado disse que “o lugar de mulher é em casa, onde tantas preocupações cotidianas a chamam, e não em uma fábrica ou oficina...  A jovem nunca deve aprender qualquer ofício exceto aqueles que, mais tarde, quando ela se tornou uma esposa e uma mãe, ela pode realizar em casa”. Isidore Finance, que representou os pintores de edifício de Paris, exortou “os trabalhadores obstinados... a exigirem um salário que não seja simplesmente o equivalente ao produto de seu trabalho, mas suficiente para manter as mulheres e os idosos em casa”. Hubertine Auclert fez apelos apaixonados pelos direitos das mulheres, mas argumentou que elas precisavam de independência econômica devido à sua maternidade “natural”. Auclert estava em um comitês especial para considerar a igualdade das mulheres e teve uma hora para falar no congresso sobre o assunto. Após seu discurso, ela foi convidada para chefiar um comitê para preparar uma declaração sobre os direitos das mulheres. Essa declaração, que dizia que as mulheres deveriam ter os mesmos direitos sociais, jurídicos, políticos e trabalhistas que os homens, foi aprovada pelo congresso. Fonte: Site Stringfixer. Disponível em: https://stringfixer.com/pt/Marseille_Congress. Acesso em 31 de jan. de 2022.

 


[70] Jules Bazile, dito Jules GuesdeNascido em Paris em 11 de novembro de 1845 e falecido em Saint-Mandé em 28 de julho de 1922, cremado no columbário do cemitério Père-Lachaise. Foi um político, jornalista e escritor francês e primeiro líder marxista do operariado da França. Por intermédio de seu jornal L’Egalité (1877 – 1883), difundiu na França as ideias marxistas. Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jules_Guesde. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[71] Henry Mayers HyndmanNascido em 7 de março de 1842 e falecido em 20 de novembro de 1921. Foi um escritor e político britânico. Originalmente um conservador, ele foi convertido ao socialismo pelo “Manifesto Comunista” de Karl Marx e lançou o primeiro partido político de esquerda da Grã-Bretanha, a Federação Democrática, mais tarde conhecida como Federação Social-Democrata, em 1881. Embora essa organização tenha atraído radicais como William Morris e George Lansbury, Hyndman era geralmente odiado como um autoritário que não conseguia unir seu partido. No entanto, Hyndman foi o primeiro autor a popularizar as obras de Marx em inglês. Filho de um rico empresário, Hyndman nasceu em 7 de março de 1842 em Londres. Depois de ser educado em casa, ingressou no Trinity College, em Cambridge. Hyndman lembrou mais tarde: “EU tive a educação comum de um garoto e de um jovem abastado. Eu lia muito matemática, até que fui para Cambridge, onde deveria, é claro, estuda-a com mais afinco, e então desisti de tudo e me dediquei à diversão e a literatura geral... Trinity ou, aliás, qualquer outra faculdade, é praticamente um foco de reação do ponto de vista social. Os jovens consideram todos os que não são tecnicamente “cavalheiros” como “cadés”, assim como os atenienses consideravam todos que não eram gregos como bárbaros. Eu era um radical e republicano completo naqueles dias – teoricamente... com uma grande admiração por John Stuart Mill, e mais tarde, lembro-me, considerei John Morley como homem do porvir”. Após sua formatura em 1865, Hyndman estudou direito por dois anos antes de decidir se tornar jornalista. Como jogador de críquete de primeira classe, ele representou a Universidade de Cambridge, Marylebone Cricket Club (MCC) e Sussex em treze partidas como batedor destro entre 1864 e 1865. Em 1866, Hyndman relatou a guerra italiana com a Áustria para o The Pall Mall Gazette. Hyndman ficou horrorizado com a realidade da guerra e ficou violentamente doente depois de visitar a linha de frente. Hyndman conheceu os líderes do movimento nacionalista italiano e foi geralmente solidário com sua causa. Em 1869, Hyndman percorreu o mundo, visitando os Estados Unidos, Austrália e vários países europeus. Ele continuou a escrever para o The Pall Mall Gazette, onde elogiou os méritos do imperialismo britânico e criticou aqueles que defendiam o Home Rule para a Irlanda (no Reino Unido, Home Rule tradicionalmente refere-se a criação de um autogoverno, ou por devolução ou por independência, em nações constituintes [e.g., Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte]). Hyndman também era muito hostil às experiências de democracia que estavam ocorrendo nos Estados Unidos. Hyndman casou-se com Matilda Ware (cerca de 1843 a 1913) em 1876 e depois com Rosalind Travers (cerca de 1875 a 1923) em 1914. Hyndman decidiu seguir carreira na política. Incapaz de encontrar um partido que pudesse apoiar totalmente, ele decidiu se candidatar como independente pelo distrito eleitoral de Marylebone nas eleições gerais de 1880. Denunciando como um conservador por William Ewart Gladstone, Hyndman ganhou apoio muito limitado do eleitorado e retirou-se da disputa, para não enfrentar uma derrota que era certa. Logo após a eleição, Hyndman leu um romance baseado na vida de Ferdinand Lassalle. Ele ficou fascinado com Lassalle e decidiu pesquisar esse herói romântico que havia sido morto em um duelo em 1864. Ao descobrir que Lassalle havia sido um socialista, às vezes amigo e às vezes adversário de Karl Marx, Hyndman leu “O Manifesto Comunista”. Embora tivesse dúvidas sobre algumas das ideias de Karl Marx, Hyndman ficou impressionado com sua análise do capitalismo. Hyndman também foi influenciado pelo livro “Progress and Poverty” e pela ideologia de Henry Georg conhecida hoje como Georgismo. Hyndman decidiu formar o primeiro partido político socialista da Grã-Bretanha. A Federação Social-Democrata (SDF) teve sua primeira reunião em 7 de junho de 1881. Muitos socialistas estavam preocupados que no passado Hyndman se opusesse a ideia socialistas, mas Hyndman convenceu muitos de que ele havia genuinamente mudado seus pontos de vista e aqueles que eventualmente se juntaram ao SDF incluía William Morris e a filha de Marx, Eleanor Marx. No entanto, Friedrich Engels colaboradores de longa data de Marx, recusou-se a apoiar o empreendimento de Hyndman. Ele escreveu a primeira obra de popularização das ideias de Karl Marx na língua inglesa no livro “England for All” em 1881. O livro foi extremamente bem sucedido, fato que alimentou a antipatia de Marx, dado ao fato de que ele não haver creditado Marx pelo nome na introdução. O trabalho foi seguindo em 1883 pelo “Socialism Made Plain” (“O Socialismo Tornado Claro”), que expôs as políticas do que até então havia sido renomeado como SDF. Eles incluem a exigência de sufrágio universal e a nacionalização dos meios de produção e distribuição. A SDF também publicou “Justiça”, editado pelo jornalista Henry Hyde Champion. Muitos membros da SDF questionaram as qualidades de liderança de Hyndman. Ele era extremamente autoritário e tentou restringir o debate interno sobre a obra política partidária. Em uma reunião do SDF em 27 de dezembro de 1884, o comitê executivo votou por maioria de apenas dois votos (10 contra 8) que não tinha confiança em Hyndman. Quando ele se recusou a renunciar, alguns membros, incluindo William Morris e Eleanor Marx, deixaram o partido, formando a Liga Socialista. Nas eleições gerais de 1885, Hyndman e Henry Hyde Champion, sem consultar seus colegas aceitaram 340 libras dos conservadores para concorrer a candidatos parlamentares em Hampstead e Kensington, com o objetivo de dividir o voto liberal e, portanto, permitir que o candidato conservador ganhasse. Este estratagema falhou e os dois candidatos do SDF ganharam apenas um total de 59 votos. A história vazou e a reputação política de ambos os homens sofreu porque ele aceitaram o “outo Tory”. Durante a década de 1880, Hyndman foi um membro proeminente da Irish National Land League (Liga Nacional Irlandesa) e da Land League of Great Britain (Liga Terrestre da Grã-Bretanha). Ele participou das manifestações de desempregados de 1887 e foi levado a julgamento por sua participação nos motins do West End de 1886, mas foi absolvido. Hyndman foi presidente do Congresso Socialista Internacional realizado em Londres em 1896. Ele foi pró-Boer durante a Segunda Guerra Boer (as guerras dos bôeres foram dois conflitos armados na Cidade do Cabo na África do Sul que opuseram os colonos de origem holandesas e francesa, os chamados bôeres, ao exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro recentemente encontradas naquele território. Em consequência das guerras, os bôeres ficaram sob domínio britânico, com a promessa de autogoverno – Home Rule). Hyndman continuou a liderar o SDF e participou das negociações para estabelecer o Comitê de Representação Trabalhista (LRC) em 1900. No entanto, o SDF deixou o LRC quando ficou claro que está se desviando dos objetivos que ele havia estabelecido. Em 1911, ele fundou o Partido Socialista Britânico (BSP) quando o SDF se fundiu com vários ramos do Partido Trabalhista Independente. O pensamento de Hyndman foi influenciado por John Stuart Mill e seu protegido John Morley, bem como Charles Dilke, Henry Fawcett e Giuseppe Mazzini, Karl Marx, “antigo adversário” na época da Primeira Internacional. Segundo Hyndman “a grandeza de Mazzini... foi obscurecida para os socialistas mais jovens por sua ‘oposição’ a Marx nos primeiros dias da Internacional” e sua vigorosa condenação um pouco mais tarde da Comuna de Paris, insistindo que “a concepção de Mazzini sobre a conduta da vida humana tinha sido alta e nobre”, elogiando a menção: “Nenhum dever sem direitos” nas “Regras Gerais” que Marx propôs e passou como “uma concessão que Marx fez aos seguidores de Mazzini dentro da organização”. Friedrich Engels, colaborador de Marx, “censurou o moralismo mazziniano de Hyndman” e também acusou Hyndman de “aspiração de jingo” (jingo pode ser traduzido como patriota exaltado). Seamus Flaherty argumenta que “os pontos de vista de Hyndman sobre a beneficência das ‘grandes democracias dos povos de língua inglesa’” foram inspirados não por Benjamin Disraeli como historiadores como Mark Bevir argumentam, mas sim por Dilke e Mill, a que Hyndman combinou suas ideias “no caráter único da ‘raça anglo-saxônica’ com o patriotismo monopolista de Mazzini, construindo assim um nacionalismo plenamente compatível com ‘um bom internacionalismo’”. Em sua autobiografia de dois volumes, Hyndman falou longamente sobre Mazzini, chegando a compará-lo a Marx. Para Vladimir Lênin, “que Hyndman fizesse isso era absurdo; mais surpreendente ainda era que Hyndman admirasse Mazzini”. No entanto, Fhaherty escreve que “quando situado dentro de seu contexto adequado, o ‘republicanismo intelectual’ de Hyndman, longe de ser ininteligível, é previsível, na medida em que era característico do liberalismo vitoriano. A visão de Lênin era anacrônica”. Hyndman “compreendia muito mal em 1880... a diferença entre um democrata burguês e um socialista”. Uma linguagem “marxista” da revolução “foi, em grande parte, uma invenção o século XX, que Lênin em grande parte ajudou a criar, considerada ‘uma revolução inglesa não necessária, mas de acordo com os precedentes histórico, possíveis’”. Hyndman era um antissemita, expressando opiniões antissemitas em relação à Segunda Guerra dos Bôeres e culpando “banqueiros judeus” e “judaísmo imperialista” como a causa do conflito. Hyndman acusou “Beit Barnato e seus companheiros judeus” como visando criar “um império Anglo-Hebraico na África que se estende do Egito à Colônia do Cabo”. Hyndman acreditava que os judeus eram centrais para “uma ‘Internacional de ouro’ sinistra em oposição à ‘Internacional vermelha’ do socialismo”. Hyndman apoiou os motins antissemitas vienenses de 1885, argumentando que representavam um golpe contra o capital financeiro judeu. Ele repetidamente denunciou o que via como poder esmagador dos “judeus capitalistas na imprensa de Londres”, acreditando que os “senhores semitas da imprensa” havia criado a guerra na África do Sul. Hyndman permaneceu comprometido com conspirações envolvendo judeus, comentando que “a menos que você dissesse que eles (os judeus) eram as pessoas mais capazes e brilhantes da terra, você tinha todas as suas agências internacionais contra você”. Tal antissemitismo desiludiu antigos apoiadores. Eleanor Marx escreveu em particular a Wilhelm Liebknecht que “Senhor Hyndman, sempre que podia fazer com impunidade, tentava colocar trabalhadores ingleses contra os estrangeiros”. Hyndman já havia atacado Eleanor Marx em termos antissemitas, observando que ela havia “herdado em seu nariz e boca o tipo judaico do próprio Marx”. Hyndman incomodou os membros do BSP ao apoiar o envolvimento do Reino Unido na Primeira Guerra Mundial. O partido se dividiu em dois, com Hyndman formando um novo Partido Nacional Socialista. Hyndman permaneceu líder do pequeno partido até sua morte por pneumonia em 20 de novembro de 1921. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Henry_Hyndman. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[72] Jenny Caroline Longuet ou Jenny MarxNascida em 1º de maio de 1844 em Paris e falecida em 11 de janeiro de 1883 em Argentuil, na França. Era a filha mais velha de Jenny von Westphalen e Karl Marx. Conhecida como Jennychen no círculo social de Marx, Jenny Longuet era uma militante socialista. Ela escrevia para a imprensa socialista da França na década de 1860, principalmente expondo o tratamento dos britânicos aos revolucionários fenianos da Irlanda. A influência intelectual do pai logo se manifestou nas filhas, Jennychen ao completar 13 anos ganhou da irmã um diário, mas em vez de preenche-lo de comentários e sonhos de menina, usou as páginas para escrever um longo ensaio sobre a história grega. Em 2 de outubro de 1872, casou-se com Charles Longuet, um veterano da Comuna de Paris. Do casamento de Jenny com Charles Longuet nasceram seis filhos, cinco garotos e uma menina.  Jenny Longuet morreu em Argenteuil, uma comuna perto de Paris, em 11 de janeiro de 1883, aos 38 anos, provavelmente de câncer de bexiga. Fonte: Wikipédia. Disponível em:  https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jenny_Longuet. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[73] Cemitério de HighgateÉ um cemitério localizado na cidade de Londres, Reino Unido. Construído durante a segunda metade da década de 1830, foi consagrado pelo Bispo Charles James Blomfield em 20 de maio de 1839, tendo o primeiro enterro ocorrido em 26 de maio, seis dias depois. No total, possui aproximadamente 170 mil pessoas sepultadas. No início do século XIX, o crescimento da população de Londres e o consequente aumento da quantidade de óbitos mostraram-se como problemas. Durante a década de 1830, o Parlamento, buscando amenizar a questão, determinou a construção de sete cemitérios: Kensal Green, West Norwood, Highgate, Abney Park, Brompton, Nunhead e Tower Hamlets. Em 1836, outro ato do Parlamento criou a The London Cemetery Company, sob a direção do arquiteto Stephen Geary. Foram comprados dezessete acres de terras no lado da Swain’s Lane e, entre 1836 e 1839, Geary e os também arquitetos James Bunstone Bunning e David Ramsey trabalharam na construção do cemitério e seus jardins. Em 20 de maio de 1839, uma segunda-feira, o cemitério foi consagrado pelo Bispo Charles James Blomfield, tendo sido reservados quinze acres para utilização por membros da igreja e os outros dois para pessoas que não tinham vínculo com a Igreja Anglicana. O primeiro enterro foi de Elizabeth Jackson, ocorrido em 26 de maio do mesmo ano. O cemitério mostrou-se um negócio lucrativo, o que fez com que em 1854 a London Cemetery Company comprasse mais vinte acres no outro lado da avenida para ampliá-lo. Essa área adjacente, conhecida como Cemitério Leste, foi inaugurada em 1856, tendo seu primeiro enterro ocorrido em 12 de junho de 1860. A conexão entre as duas áreas se dava por meio de um túnel abaixo da avenida. No entanto, no início do século XX os enterros e funerais mais elaborados passaram a perder importância para a população de Londres. Além disso, a manutenção das sepulturas já adquiridas também foi sendo paulatinamente abandonada pelos seus proprietários, o que fez com que a renda do cemitério diminuísse significativamente. Em 1956, com forma de obter recursos, a London Cemetery Company vendeu algumas áreas até que, em 1960, declarou falência e foi absorvida pela United Cemitery Company. Porém, a nova companhia também não conseguiu manter o cemitério, que acabou sendo fechado. Em 1975 foi fundada a organização The Friends of Highgate Cemetery, que obteve a propriedade da área em 1981 e vem administrando-a desde então, utilizando os fundos arrecadados com ingressos e visitas para arcar com a manutenção e restauro das estruturas. O Highgate Cemetery fica situado num ponto alto de Londres e portanto privilegiado, a cerca de 115 metros acima do nível do mar, foi construído com a intenção de ser um cemitério para a elite londrina. Possui duas capelas, uma para membros da Igreja e outra para não-membros, localizadas ambas em um edifício único que serve também como entrada para o terreno. Uma das estruturas de destaque é a Avenida Egípcia, composta por uma entrada em forma de arco seguida por 32 abóbadas que conduzem ao Círculo do Líbano, com mais 36 abóbadas, construídas a partir da escavação do solo local. Dentre as personalidades notórias enterradas no cemitério, estão: Karl Marx (pensador alemão); George Eliot – Mary Ann Evans (romancista inglesa); Ralph Richardson (ator inglês); Douglas Adams (escritor inglês); Patrich Caulfield (pintor inglês); William Friese-Greene (fotógrafo e inventor inglês); Anna Mahler (escultora austríaca); Malcolm McLaren (empresário inglês); Christina Rossetti (poetisa inglesa); Edward Hodges Baily (escultor inglês); Rowland Hill (professor inglês); John Singleton Copley (pintor estado-unidense); Michael Faraday (físico e químico inglês); Henry Moore (escultor e desenhista inglês); Elizabeth Siddal (artista e poeta inglesa); George Michael (cantor inglês); George Henry Lewes (filósofo e crítico literário inglês); Jeremy Beadle (apresentador inglês); Sheila Gish (atriz inglesa); Henry Gray (médico inglês); Ralph Miliband (sociólogo inglês); Bruce Reynolds (criminoso inglês); Beryl Bainbridge (romancista inglesa); Charles Cruft (apresentador inglês); Lucian Freud (pintor inglês); Jean Simmons (atriz inglesa). Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_de_Highgate. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[74] Pavel Vasilyevich AnnenkovNascido em 1º de julho de 1813 e falecido em 20 de março de 1887. Foi um importante crítico literário russo e memorialista. Annenkov nasceu numa família rica de proprietários de terra em Moscou. Frequentou a faculdade de filologia da Universidade de São Petersburgo. No final da década de 1830 ele conheceu Vissarion Belinsky, Alexander Herzen, Mikhail Bakunin e Ivan Turgenev, com que se tornou amigo para toda a vida. Na década de 1840 ele foi para o exterior e teve um relacionamento próximo com Nikolai Gogol. Suas cartas da Europa aparecem no jornal Notas da Pátria. Uma segunda série de cartas de Paris foi publicada no The Contemporany em 1847 e 1848. Annenkov foi um correspondente de Karl Marx. Ele editou a primeira grande edição acadêmica das obras de Pushkin em 1855. Seus artigos críticos foram publicados em vários jornais populares ao longo das décadas de 1850 e 1860. Ele foi um importante proponente do esteticismo junto com seu amigo e colega crítico Alexander Druzhinin e com Vasily Botkin. Ele é mais conhecido atualmente por suas memórias “The Extraordinary Decade (1880)”, cujo título foi anexado à geração literária russa surgindo nas década de 1830 e 1840. Durante as celebrações de Pushkin em 1880, ele recebeu um doutorado honorário da Universidade de Moscou. Ele morreu em Dresden em 1887. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Pavel_Annenkov. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[75] Lord Palmerston (Henry John Temple, 3º Visconde Palmerston) – Nascido em Londres em 20 de outubro de 1784 e falecido em Hatfield em 18 de outubro de 1865. Foi um estadista britânico, que serviu duas vezes como primeiro-ministro do Reino Unido em meados do século XIX. Palmerston domino a política externa britânica durante o período de 1830 a 1865, no auge do poder imperial da nação. Ele serviu o país em cargos públicos praticamente de forma ininterrupta de 1807 até sua morte em 1865. De fato, Palmerston começou sua carreira parlamentar no partido Tory (Conservador), antes de se mudar para os Whig (Liberal) em 1830 e depois se tornou o primeiro líder do seu país do Partido Liberal, em 1859. Durante boa parte do seu governo, ele desfrutou de boa popularidade com o povo britânico. O biógrafo David Brown argumentou que “uma parte importante do apelo de Palmerston estava em seu dinamismo e vigor”. Henry Temple sucedeu seu pai do Pariato da Irlanda (que não deu a ele um assento na Câmara dos Lordes, tornando ele elegível para a Câmara dos Comuns) como 3º Visconde Palmerstone m 1802. Ele se tornou um parlamentar pelo partido Tory em 1807. De 1809 a 1828 ele foi Secretário da Guerra, organizando as finanças do exército. Quando George Canning se tornou primeiro-ministro em 1827, o cargo de Palmerston foi elevado a posição de gabinete, mas ele renunciou um ano mais tarde. De forma intermitente, de 1830 a 1834, de 1835 a 1841 e de 1846 a 1851, ele serviu como Secretário de Relações Exteriores. Nesse cargo, Palmerston respondeu a várias crises e situações pela Europa. Em 1852, George Hamilton-Gordon, Conde de Aberdeen, se tornou primeiro-ministro ao formar um governo de coalizão. Um grupo de dissidentes dentro do governo exigiu que Lorde John Russel fosse nomeado Secretário do Exterior, forçando Palmerston a tomar o cargo de Secretário de Assuntos Internos. Nesta posição, Palmerston aprovou várias reformas sociais, embora ele se opusesse às reformas eleitorais. Quando a coalizão de governo de Aberdeen ruiu em 1855 a respeito da situação na Guerra da Crimeia, Palmerston era o único que podia conseguir apoio no Parlamento para formar um governo e então se tornou primeiro-ministro. Ele ficou neste cargo por dois períodos, de 1855 a 1858 e 1859 a 1865, até sua morte aos 80 anos, alguns meses após a vitória na eleição daquele ano que aumentou sua maioria no Parlamento. Até os dias atuais, ele é o único primeiro-ministro a morrer no cargo. Palmerston controlava a opinião pública ao estimular ideias do nacionalismo britânico. Embora a Rainha Vitória e a maioria da liderança política não confiava nele, Palmerston era apoiado pela imprensa e pela população em geral, que costumavam chama-lo de “Pam”. Sua alegada fraqueza incluía sua inabilidade de lidar com assuntos pessoais e suas desavenças com a rainha sobre o dever da Coroa em política externa. Historiadores colocam Palmerston como um dos melhores Secretários do Exterior devido a forma como ele lidou com várias crises, seu comprometimento com o equilíbrio de poder na Europa e no mundo (que forneceu à Grã-Bretanha uma agenda decisiva em muitos conflitos), suas habilidades analíticas e seu comprometimento em defender os interesses do Reino Unido. Suas políticas em relação à Índia, China, Itália, Bélgica e Espanha tiveram consequências benéficas extensas e duradouras para a Grã-Bretanha. As consequências de suas políticas para a França, o Império Otomano e os Estados Unidos foram efêmeras, especialmente com este último, já que Palmerston considerou intervir na Guerra Civil Americana, mas não o fez preferindo focar em assuntos europeus e não se associar com a escravidão. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Henry_Temple,_3.%C2%BA_Visconde_Palmerston.  Acesso em 31 de jan. 2022. 


[76] Sir Walter Scott(1771 – 1832) foi um escritor escocês. Cresceu em Sandy Knowe, passeando pelo campo e decorando poesias – Ossian e a paisagem escocesa exerceram influência marcante e sua formação. Recebeu sua educação jurídica em Edinburgh, formando-se em direito (1792) após um estágio como aprendiz no escritório legal do seu pai. Foi sheriff de Selkirk, mas a literatura logo se tornou seu principal interesse. Empreendeu pesquisas sobre a história e tradições regionais da Escócia e elaborou-as literariamente, numa tentativa de revalorizar as características nacionais ameaçadas pela crescente influência inglesa. Foi um dos fundadores da QuartelyReview (1808). Walter Scott alcançou sucesso literário inédito. Escrevia com rapidez e fluência e captou a imaginação do público com seus romances imbuídos de espírito nacional. Com o passar dos anos foi obrigado a escrever cada vez mais depressa para fazer frente a seus compromissos financeiros. Sócio da tipografia Ballantyne e da editora Constable, recebeu grandes somas de dinheiro que empregou na restauração do castelo que comprou em Abbotsford, perto de Melrose (1812). Em 1920 recebeu o título de baronete. As duas firmas de que era sócio abriram falência em 1826, e Scott continuou escrevendo febrilmente para fazer frente às dívidas. Foi muito influenciado pelo romantismo alemão escrevendo poemas e romances, sendo o autor do clássico Ivanhoé. (Enciclopédia Mirador – 1993 – pp.10.291, 10.292).

 

[77] Honoré de Balzac – Ver blog do Maffei. Disponivel em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/honore-de-balzac.html. Acesso em: 23 de mar. 2022.

 

[78] William Shakespeare –  Ver Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/o-bardo-william-shakespeare.html. Acesso em: 23 de mar. 2022.

 


[79] Eleonor Marx – Nascida em Soho, Londres em 16 de janeiro de 1855 e falecida em Sydenham, Londres em 31 de março de 1898. Foi uma ativista político-social, tradutora, sindicalista, sufragista e autora marxista, filha de Karl Marx. Nasceu na Inglaterra, foi a mais nova dos filhos de Karl Marx. Foi educada em sua casa por seu pai; com o passar do tempo se converteu em sua secretária, passando logo a ser professora em um colégio de Brighton. Teve uma relação amorosa com Hippolyte Lissagaray, autor da “História da Comuna de 1871”; sem ajuda, a relação não floresceu devido ao rechaço (repúdio) de seu pai. Tussy, como era conhecida pela família (devido à sua tosse persistente), era, bem como as demais filhas de Marx, erudita, poliglota. Marx certa vez afirmou que entre as suas filhas Jennychen era a mais parecida com ele. Mas ele terminou essa frase declarando que Eleanor era ele. Em 1884, uniu-se à Federação Social-Democrata e foi eleita para entrar em sua executiva, empregando parte de seu tempo em dar conferências sobre socialismo. Esse mesmo ano chegaria a ser uma dos fundadores da Liga Socialista (formação rival da Federação Social-Democrata, comandada por Hyndman) como seu companheiro de então, Edward Aveling. No fim da década de 1880 e na década de 1890, Eleanor Marx converteu-se em ativista sindical, apoiando greves como a de Bryant & May e a do porto de Londres. Ajudou a organizar a Gasworker’s Union e escreveu numerosos livros e artigos. Traduziu diversas obras literárias, como “Madame Bovary”, assim como a “A Dama do Mar” e “Um Inimigo do Povo”, de Henrik Ibsen. Em 1897, descobriu que Aveling havia casado secretamente com uma jovem atriz, Eva Frye. Ele retornou para Eleanor Marx quando foi abatido por uma doença renal. Depois de trata-lo por algum tempo, Eleanor Marx cometeu suicídio principalmente devido à sua infidelidade. O inquérito de um legista emitiu um veredicto de “suicídio enquanto estava em estado de insanidade temporária”, eliminando o agravamento criminal de Aveling, mas ele foi amplamente rechaçado em toda comunidade socialista como tendo causado a morte de Eleanor. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eleanor_Marx.  Acesso em 31 de jan. 2022.


[80] Frederick Demuth (filho ilegítimo de Marx)Nasceu em 1851, graças à intervenção de Frederich Engels, o grande amigo e mecenas de Marx, que o adotou. O menino cresceu e acabou ficando amigo de sua meia-irmã Eleonor, que mais tarde saberia que, além de ter enganado a mãe, Marx não prestara ajuda ao menino e nem tivera contato com ele. “Claro que Eleonor ficou chocada, mas em nenhum momento teve a intenção de censurar os fatos. Ao contrário, achou importante que o mundo conhecesse os dois lados da vida de seu pai. Até permitiu a publicação de correspondência pessoal de Marx. Mas tudo se perdeu quando ela se suicidou, em 1898”, afirma Mary Gabriel. O filho bastardo foi o único da família que ainda estava vivo quando Lênin e seus amigos mandaram ondas de choque mundo afora com seu Outubro Vermelho. Em 1911, seis anos antes da Revolução Russa, a última descendente de Marx e Jenny, Laura, também pôs fim à própria vida. A trágica ironia: ela e o marido, o ativista francês Paul Lafargue, selaram um pacto suicida para protestar contra o que viam como diluição dos ideais de Marx. Lafargue liderou o movimento pela adoção de oito horas de trabalho, oito de sono e oito de lazer, algo que hoje é parte da vida profissional. A família Marx passaram por muitas privações por forças de suas convicções e subversões, mas o fato é que Marx era uma espécie de Lúcifer burguês – um anjo que desafiou o status quo celeste, privações que talvez Frederick Demuth não tenha conhecido. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-vida-intima-de-karl-marx/amp/.  Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[81]  Helene Demuth – Nascida em 1º de janeiro de 1820 e falecida em 4 de novembro de 1890. Foi uma militante socialista alemã. Segundo alguns autores, Karl Marx e ela tiveram um filho, Frederick Demuth (1851 a 1929). Friedrich Engels, que por razões legais assumiu a paternidade desse alegado filho extraconjugal de Marx, escreveu um obituário afirmando as contribuições de Helena na vida e no pensamento de Karl Marx, assim como no apoio dado a Engels após a morte de Marx, em março de 1883, afirmando que o trabalho posterior ao falecimento de Marx se deveu em muito ao suporte de Helena. O historiador Terrell Carver considera que a paternidade de Marx não corresponde à realidade histórica. Helena foi sepultada no mesmo túmulo que o redator do “Manifesto Comunista” e sua esposa, no cemitério de Highgate em Londres. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Helena_Demuth.  Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[82] David Ricardo – Nascido em Londres em 18 de abril de 1772 e falecido em Gatcombe Park em 11 de setembro de 1823. Foi um economista e político britânico – um dos mais influentes economistas clássicos, ao lado de Thomas Malthus, Adam Smith e James Stuart Mill. Ricardo e a sua família têm origens Sefarditas (descendentes de judeus) que remontam à Holanda e Portugal. Nascido em Londres, Inglaterra, David Ricardo era o terceiro filho de dezessete filhos de uma família sefardita de origem portuguesa, que recentemente havia se mudado para a Holanda. Seu pai, Abraham Ricardo, foi um bem-sucedido investidor, o que influenciou Ricardo a entrar para o mundo dos negócios aos 14 anos. Aos 21 anos, Ricardo converte-se ao unitarismo, uma vertente católica, também associada ao protestantismo. Sua base parte da negação da Santíssima Trindade em prol do unilateralismo de Deus. Além de sua conversão, Ricardo casa-se com uma quaker, Priscilla Anne Wilkinson. Essa série de atitudes do jovem causou uma ruptura de Ricardo com sua família, o que levou a sua deserdação por parte do pai. Ricardo morreu aos 51 anos, em decorrência de uma infecção que se espalhou para seu cérebro, causando Sepsia (resposta do sistema imunológico a uma inflamação). Deixando três filhos: Osman Ricardo e David Ricardo, ambos políticos liberais membros dos Whig, assim com seu pai. O terceiro, Mortimer Ricardo, se tornou Deputy Lieutenant de Oxfordshire, um título dado a delegados que representam o monarca em situações cerimoniais em condados. Seu corpo encontra-se na igreja de São Nicolas em Wiltshire. Ao morrer, em 1823, a fortuna de Ricardo era estipulada entre 675 mil e 775 mil libras, algo em torno de 80 a 92 milhões de libras esterlinas e aproximadamente entre 438 e 540 milhões de reais, em valores de 2019. Considerado como um dos fundadores da escola clássica inglesa da economia política, juntamente com Adam Smith e Thomas Malthus, as suas obras mais destacadas incluem: “O Alto Preço do Ouro, Uma Prova da Depreciação das Notas Bancárias” (The High Price of Bullion, A Proof of the Depreciation of Bank Notes”), em 1810; “Ensaio sobre a Influência de um Baixo Preço do Cereal sobre os Lucros do Capital” (“Essay on the Influence of a Low Price of Corn on the Profits of Stock”), em 1815; “Princípios da Economia Política e Tributação (“Principles of Political Economy and Taxation”) em 1817 e reeditado em 1819 e 1821. David Ricardo exerceu uma grande influência tanto sobre os economistas neoclássicos, como sobre os economistas marxistas, o que revela sua importância para o desenvolvimento da ciência econômica. Os temas presentes em suas obras incluem a teoria do valor-trabalho, a teoria da distribuição (as relações entre o lucro e os salários), o comércio internacional, temas monetários. A principal questão levantada por Ricardo nessas obras trata da distribuição do produto gerado pelo trabalho na sociedade. Isto é, segundo Ricardo, a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre as três classes da sociedade: proprietários de terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros do capital). O papel da ciência econômica seria, então, o de determinar as leis naturais que orientam essa distribuição, como modo de análise das perspectivas atuais da situação econômica, sem perder a preocupação com o crescimento em longo prazo. A sua teoria das vantagens comparativas constitui a base essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações podem beneficiar mutuamente do comércio livre, mesmo que uma nação seja menos eficiente na produção de todos os tipos de bens do que o seu parceiro comercial. Ricardo defendia que nem a quantidade de dinheiro num país, nem o valor monetário desse dinheiro, era o maior determinante para a riqueza de uma nação. Segundo o autor, uma nação é rica em razão da abundância de mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-estar de seus habitantes. Ao apresentar esta teoria, usou o comércio entre Portugal e o Reino Unido como exemplo demonstrativo, a partir do Tratado de Methuen. A equivalência ricardiana, uma outra teoria, é um argumento que sugere que em certas circunstâncias, a escolha entre financiar as despesas através de impostos ou através do déficit não terá efeito na economia. Tal argumento seria trabalhado a partir dos anos 1970, com a emergência dos novos-clássicos, por Robert Barro, contra os preceitos fiscalistas da política keynesiana. Outra contribuição ricardiana foi o desenvolvimento da Teoria da Renda da Terra, com uma visão diferente de Adam Smith e também de Thomas Malthus. Segundo Ricardo, e em concordância com a Lei dos Rendimentos Decrescentes, tal economista assinalou que, quanto mais terras de menor fertilidade fossem trabalhadas, via agricultura, menor seriam as rendas da economia, via lucros, já que a produção da mais fértil teria sua renda, via aluguéis, igualado à da menos fértil. Os salários, por sua vez, cresceriam de forma nominal, mas se reduziriam no sentido real. Assim, sustentando tal tese Ricardo enxergou, no Capitalismo, um conflito distributivo. Desse modo, tal visão seria aprimorada por Karl Marx. Fonte: Wikipédia. Disponível em:  https://pt.m.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo.Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[83] Livros Azuis Parlamentares – The Blue Book, publicação revisada anualmente que lista pessoas notáveis no Reino Unido, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos; os listados são considerados líderes do mundo de língua inglesa nas artes e ciências, negócios, governo e profissões. É publicado em Londres. As listagens enfatizam o status atual dos indivíduos, tanto pessoal quanto profissional. Cada entrada também contém honras e prêmios, graus acadêmicos (doutorado), nacionalidade, idade, nomes de familiares imediatos, carreira anterior imediata, atividades extraprofissionais e compromissos culturais e cívicos. Endereços pessoais e/ou profissionais atuais estão incluídos, com a permissão do participante. Para artistas, músicos, autores, etc., uma entrada indica desenhos, composições e coleções nas quais suas obras aparecem. Também estão incluídas as ordens de cavalaria e uma lista de obituários dos participantes que estavam na edição anterior. Fonte: Britannica, Os Editores da Enciclopédia. "O Livro Azul". Enciclopédia Britânica, 10 de agosto de 2009, https://www.britannica.com/topic/The-Blue-Book.Acesso em 2 de fev. de 2022.

 

[84]Thomas Robert Malthus – Ver Blog do Maffei. Disponível em: https://radiomaffei.blogspot.com/2022/03/thomas-malthus.html. Acesso em: 24 de mar. 2022.


 


[85] Herbert Spencer – Nascido em Derby em 27 de abril de 1820 e falecido em Brighton em 8 de dezembro de 1903. Foi um filósofo, biólogo e antropólogo inglês, bem como um dos representantes do liberalismo clássico. Spencer foi um profundo admirador de Charles Darwin. É dele a expressão “sobrevivência do mais apto”, e em sua obra procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Spencer teve suas ideias enormemente distorcidas. Essas distorções lhe renderam a alcunha de “Pai do Darwinismos Social”. Todavia, Spencer jamais utilizou este termo ou defendeu a morte de indivíduos “mais fracos” assim como foi um notável opositor de governos militares e autoritários, de qualquer forma de coletivismo, do colonialismo, do imperialismos e das guerras. Ele estudou o comportamento humano como um órgão biológico. Faleceu em 8 de dezembro de 1903 e está sepultado no Cemitério de Highgate, em Londres, Inglaterra. Como filósofo aplicou à sociologia ideias que retirou das ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito influente a seu tempo. Suas conclusões o levaram a defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado; e a natureza como fonte de verdade, incluindo a verdade moral. No campo pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo da escola era a construção do caráter. Enquanto a maioria dos filósofos não conseguiu atingir muitos seguidores fora do grupo de colegas de profissão, por volta de 1870 e 1880 Spencer tinha alcançado a popularidade sem precedentes, como o grande volume de suas vendas indica. Foi provavelmente a primeira e talvez a única vez na história, que um filósofo vendeu mais de um milhão de cópias de seus trabalhos durante a sua vida. Nos Estados Unidos, onde as edições piratas ainda eram comuns sua editora autorizada, a Appleton, vendeu 368.755 cópias entre 1860 e 1903. Este valor não difere muito de sua venda na Inglaterra natal, e uma vez que as edições do resto do mundo são adicionadas a figura de um milhão de cópias parece ser uma estimativa conservadora. Como William James observou, Spencer “ampliou a imaginação, e libertou a mente especulativa de inúmeros médicos, engenheiros, advogados, físicos, químicos, e dos leigos em geral”. O aspecto de seu pensamento, que enfatizou o auto-aperfeiçoamento do indivíduo encontrou um público pronto na classe trabalhadora qualificada. Suas obras foram: “Estatística Social” (1851); “Sistema de Filosofia Sintética”; “O Indivíduo Contra o Estado” (1884); “A Educação Intelectual, Moral e Física” (1863); “Os princípios da Sociologia” (1874 a 1896) trabalho dividido em 3 volumes. Fonte: Wikipédia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Herbert_Spencer. Acesso em 31 de jan. 2022.

 


[86] Vilfredo Pareto (Wilfried Fritz Pareto) – Nascido em Paris em 15 de julho de 1848 e falecido em Céligny em 19 de agosto de 1923. Foi um cientista político, sociólogo e economista italiano. Pareto nasceu na França, de pais italianos da Ligúria; sua família detinha o título de nobreza desde o início do século XVIII. Seu avô, Giovanni Benetto Pareto, foi nomeado barão no império por Napoleão Bonaparte em 1811. Seu pai recebeu asilo em Paris devido às suas ideias republicanas e antipiemontesas. Lá se casou com Marie Méténier. Em 1867 a família de Pareto voltou à Itália, onde este concluiu os estudos secundários clássicos e estudos científicos na Universidade Politécnica de Turim. Durante o período de 1874 a 1892 viveu em Florença, tendo sido engenheiro ferroviário e diretor-geral das estradas de ferro italianas. Nesta época também participou da Sociedade Adam Smith em Florença e junto a esta em manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do governo italiano. Era adepto, à época, da democracia e do liberalismo. Em 1882 foi candidato ao cargo de deputado, sem sucesso. Em 1889 casou-se com Alessandra Bakunin. Entre 1892 a 1894 publicou estudos sobre os princípios fundamentais da economia pura, entre outros pontos da teoria econômica. Em 1892, após contato com L. Walras, este o indicou para tomar seu lugar na cátedra de economia política da Universidade de Lausanne. Em 1893 assumiria o cargo. Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela (20%). Depois de separar-se de Alessandra Bakunin em 1901, passou a viver com Jeanne Régis em 1902. A partir de 1907, por motivos de doença, passou a reduzir, pouco a pouco, seu trabalho de professor. Manteve relações amistosas com Benito Mussolini, a que conheceu quando este era agitador socialista refugiado na Suíça e frequentou aulas do economista. Pareto considerava Mussolini “um grande estadista” e em outubro de 1922, em telegrama enviado da Suíça, no qual escreveu “agora ou nunca”, encorajou-o a lançar a Marcha sobre Roma e tomar o poder. A importância dele para o fascismo era equivalente à de Karl Marx para o socialismo científico. Em 1923, Vilfredo Pareto foi nomeado senador do Reino da Itália. Publicou então dois artigos, nos quais se aproximou do fascismo, recomendando aos adeptos desta ideologia uma atitude liberal. Pareto introduziu o conceito de “Ótimo de Pareto” e ajudou o desenvolvimento da microeconomia com a ideia de curva de indiferença. A partir de então, tal princípio de analise, conhecido como “Lei de Pareto”, tem sido estendido a outras áreas e atividades, tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX. Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de Ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário à ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não lógicas, diferentemente do objeto da economia como sendo ações lógicas. A utilidade é o objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a estudar de forma lógica ações não lógicas, que segundo ele, são as mais comuns entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos. A relação entre ciência e ação para Pareto se dá diretamente com as ações lógicas, uma vez que estas, as se definirem pela coincidência entre a relação objetiva e subjetiva entre meios e fins (tal relação é verdadeira tanto objetivamente, constatada pelos fatos, quanto subjetivamente, presente na consciência humana que conhece os fatos), está pautada pelo conhecimento das regularidades entre uma causa X e um efeito Y. No entanto, a ciência é limitada, ela conhece parte dos fatos e está em constante desenvolvimento, por isso, as ações baseadas nos conhecimentos produzidos por ela serem raras sendo mais frequentes as ações não lógicas, que não conhecem a verdade dos fatos, mas que são baseadas nas intuições e emoções dos indivíduos e grupos. Há, mesmo assim, probabilidade de sucesso nestas ações: aqueles que agem motivados por um ideal podem produzir efeitos objetivos na realidade, ainda que no curso de sua ação tenham que modifica-las e adaptá-las às circunstâncias até então desconhecidas. É preciso, no entanto, ressaltar que a ciência não pode resolver os problemas impostos pela ação. Aquela não pode indicar quais os melhores fins para esta, pode somente indicar os meios mais eficazes para atingi-los uma vez escolhidos. A ciência, portanto, não se propõe a efetuar juízos de valor a respeito das ações individuais ou da organização social, não poderá solucionar seus problemas. Poderá sim criticá-los enquanto não lógicos, ou seja, pautados numa relação falsa, não objetiva, entre meios e fins. Karl Popper o considerou o “teórico do fascismo”. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Vilfredo_Pareto.Acesso em 31 de jan. 2022.

 

 

 

 

 

 

 


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

FELIZ NATAL

 


História do Natal

Natal, festival cristão que celebra o nascimento de Jesus. O termo inglês Natal (“missa no dia de Cristo”) é de origem bastante recente. O termo anterior Yule pode ter derivado do Germânico Jol ou anglo-saxão GEOL, que se referiu à festa do solstício de inverno. Os termos correspondentes em outras línguas, Navidad em espanhol, Natale em italiano, Noël em francês, provavelmente denotam a natividade.  A palavra alemã Weihnachten denota "noite sagrada". Desde o início do século 20, o Natal também foi um feriado familiar secular, observado por cristãos e não cristãos, desprovido de elementos cristãos e marcado por uma troca de presentes cada vez mais elaborada. Nesta celebração secular de Natal, uma figura mítica chamada Papai Noel desempenha um papel central. O Natal é celebrado no sábado, 25 de dezembro de 2021.

 


Origem e desenvolvimento

A comunidade cristã primitiva distinguia entre a identificação da data do nascimento de Jesus e a celebração litúrgica desse evento.  A verdadeira observância do dia do nascimento de Jesus demorou a vir. Em particular, durante os primeiros dois séculos do Cristianismo, houve forte oposição ao reconhecimento dos aniversários dos mártires ou, nesse caso, de Jesus. Numerosos Padres da Igreja fizeram comentários sarcásticos sobre o costume pagão de celebrar aniversários quando, na verdade, santos e mártires deveriam ser homenageados nos dias de seu martírio - seus verdadeiros “aniversários”, do ponto de vista da igreja.



A origem precisa de atribuir 25 de dezembro como a data de nascimento de Jesus não é clara. O Novo Testamento não fornece pistas a esse respeito. Vinte e cinco de dezembro foi identificado pela primeira vez como a data do nascimento de Jesus por Sexto Júlio Africano em 221 e mais tarde tornou-se a data universalmente aceita. Uma explicação generalizada da origem desta data é que 25 de dezembro foi a cristianização do dies solis invicti nati ("dia do nascimento do sol invicto"), um feriado popular no Império Romano que celebrava o solstício de inverno como um símbolo do ressurgimento do sol, a rejeição do inverno e o prenúncio do renascimento da primavera e do verão. De fato, depois que 25 de dezembro se tornou amplamente aceito como a data do nascimento de Jesus, os escritores cristãos freqüentemente faziam a conexão entre o renascimento do sol e o nascimento do Filho. Uma das dificuldades com essa visão é que ela sugere uma disposição indiferente por parte da igreja cristã de se apropriar de um festival pagão quando a igreja primitiva estava tão empenhada em se distinguir categoricamente das crenças e práticas pagãs.



Jesus por um raciocínio a priori que identificava o equinócio da primavera como a data da criação do mundo e o quarto dia da criação, quando a luz foi criada, como o dia da concepção de Jesus (ou seja, 25 de março). Vinte e Cinco de dezembro, nove meses depois, tornou-se a data do nascimento de Jesus. Por muito tempo, a celebração do nascimento de Jesus foi observada em conjunto com seu batismo, celebrado em 6 de janeiro.

Edward White Benson

O Natal começou a ser amplamente celebrado com uma liturgia específica no século IX, mas não atingiu a importância litúrgica da Sexta-Feira Santa ou da Páscoa, os outros dois principais feriados cristãos. As igrejas católicas romanas celebram a primeira missa de Natal à meia-noite, e as igrejas protestantes cada vez mais realizam cultos à luz de velas de Natal na noite de 24 de dezembro. Um culto especial de “aulas e canções de natal” se entrelaça Canções de Natal com leituras das Escrituras narrando a história da salvação desde a Queda no Jardim do Éden até a vinda de Cristo. O serviço, inaugurado por  E.W.Benson e adotado na Universidade de Cambridge, tornou-se amplamente popular.

 

 

Costumes contemporâneos no Ocidente

Nenhum dos costumes contemporâneos do Natal tem sua origem em afirmações teológicas ou litúrgicas, e a maioria é de data bastante recente. O humanista renascentista Sebastian Brant registrou, em  Das Narrenschiff (1494; The Ship of Fools ), o costume de colocar galhos de abetos nas casas. Embora haja alguma incerteza sobre a data precisa e a origem da tradição da árvore de Natal , parece que os abetos decorados com maçãs foram conhecidos pela primeira vez em Estrasburgo em 1605. O primeiro uso de velas nessas árvores foi registrado por uma duquesa da Silésia em 1611. A coroa do Advento - feita de ramos de abeto, com quatro velas indicando os quatro domingos do tempo do Advento - é de origem ainda mais recente, especialmente na América do Norte. O costume, que começou no século XIX, mas teve raízes no século 16, originalmente envolvia uma coroa de abetos com 24 velas (24 dias antes do Natal, a partir de 1.º de dezembro), mas o constrangimento de ter tantas velas na coroa reduziu o número a quatro. Um costume análogo é o Calendário do Advento, que prevê 24 vagas, uma a cada dia a partir de 1.º de dezembro. Segundo a tradição, o calendário foi criado no século 19 por uma dona de casa de Munique que se cansava de ter que responder indefinidamente quando o Natal chegava. Os primeiros calendários comerciais foram impressos na Alemanha em 1851. A intensa preparação para o Natal que faz parte da comercialização do feriado turvou a tradicional distinção litúrgica entre Advento e Natal, como pode ser visto pela colocação de árvores de Natal em santuários bem antes de 25 de dezembro.



No final do século 18, a prática de dar presentes aos membros da família tornou-se bem estabelecida. Teologicamente, o dia da festa lembrava aos cristãos o presente que Deus deu de Jesus à humanidade, mesmo quando a vinda dos Reis Magos, ou Magos, a Belém sugeriu que o Natal estava de alguma forma relacionada a dar presentes. A prática de presentear, que remonta ao século XV, contribuiu para que o Natal fosse uma festa secular centrada na família e nos amigos. Esta foi uma das razões pelas quais os puritanos na Velha e na Nova Inglaterra se opuseram à celebração do Natal e em ambos na Inglaterra e a América conseguiram proibir sua observância.



A tradição de celebrar o Natal como um feriado secular em família é esplendidamente ilustrada por uma série de canções de "Natal" inglesas, como "Here We Come A-Wassailing" ou "Deck the Halls". Isso também pode ser verificado na prática de envio de cartões de natal, iniciada na Inglaterra no século XIX. Além disso, em países como Áustria e na Alemanha, a conexão entre a festa cristã e as férias em família é feita identificando o Menino Jesus como o doador de presentes para a família. Em alguns países europeus, São Nicolau aparece em seu dia de festa (seis de dezembro) trazendo modestos presentes em doces e outros presentes para as crianças. Na América do Norte o papel pré-natalino do santo cristão Nicolau foi transformado, sob a influência do poema “Uma visita de São Nicolau” (ou “Era a noite antes do Natal”), no papel cada vez mais central de Papai Noel como fonte de presentes de Natal para a família. Embora o nome e a vestimenta - uma versão da roupa tradicional do bispo - do Papai Noel revelem suas raízes cristãs, e seu papel de questionar as crianças sobre seu comportamento passado replica o de São Nicolau, ele é visto como uma figura secular. Dentro da Austrália , onde as pessoas assistem a concertos de canções de natal ao ar livre e têm sua ceia de Natal na praia, o Papai Noel usa sunga vermelha e barba branca.



Na maioria dos países europeus, os presentes são trocados na véspera de Natal, 24 de dezembro, de acordo com a noção de que o menino Jesus nasceu na noite do dia 24. A manhã do dia 25 de dezembro, porém, é hora de troca de presentes na América do Norte. Na Europa dos séculos 17 e 18, a modesta troca de presentes ocorreu nas primeiras horas do dia 25, quando a família voltou para casa da missa de Natal. Quando a noite do dia 24 se tornou a hora da troca de presentes, a missa de Natal foi marcada para o final da tarde daquele dia. Na América do Norte, a centralidade da manhã de 25 de dezembro como o momento para a família abrir os presentes levou, com exceção da Igreja Católica e algumas igrejas Luterana e Episcopal, ao fim virtual da realização de serviços religiosos naquele dia.



Dada a importância do Natal como um dos principais dias de festa cristã, a maioria dos países europeus observa, sob a influência cristã, o vinte e seis de dezembro como um segundo feriado de Natal. Esta prática recorda a antiga noção litúrgica cristã de que a celebração do Natal, bem como da Páscoa e do Pentecostes, deve durar toda a semana. A observância de uma semana, no entanto, foi sucessivamente reduzida para o dia de Natal e um único feriado adicional em 26 de dezembro.

 

 

Costumes contemporâneos em Oriental e Oriental Ortodoxia


Nas igrejas ortodoxas orientais honram o Natal em 25 de dezembro. No entanto, para aqueles que continuam a usar o calendário Juliano para suas observâncias litúrgicas, esta data corresponde a sete de janeiro no calendário Gregoriano. As igrejas de comunhão ortodoxa oriental celebram o Natal de várias maneiras. Por exemplo, na Armênia, o primeiro país a adotar o cristianismo como religião oficial, a igreja usa seu próprio calendário; a Igreja Apostólica Armênia homenageia seis de janeiro como Natal. Na Etiópia, onde o Cristianismo tem um lar desde o século IV, a Igreja Ortodoxa Etíope de Tewahe do celebra o Natal em sete de janeiro. A maioria das igrejas do Patriarcado Ortodoxo Siríaco de Antioquia e de Todo o Oriente celebram o Natal em 25 de dezembro; na Igreja da Natividade em Belém, no entanto, os ortodoxos siríacos celebram o Natal em seis de janeiro com a Igreja Apostólica Armênia. As congregações da Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria seguem a data de 25 de dezembro no calendário Juliano, que corresponde a Khiak 29 no antigo calendário copta.

 

 

Costumes contemporâneos em outras áreas

Com a expansão do Cristianismo para além da Europa e América do Norte, a celebração do Natal foi transferida para sociedades em todo o mundo não ocidental. Em muitos desses países, os cristãos não são a maioria da população e, portanto, o feriado religioso não se tornou um feriado cultural. Os costumes natalinos nessas sociedades freqüentemente ecoam as tradições ocidentais porque as pessoas foram expostas ao cristianismo como uma religião e um artefato cultural do Ocidente.



Na América do Sul e Central, tradições religiosas e seculares únicas marcam a celebração do Natal. Dentro México, nos dias que antecedem o Natal, a busca de Maria e José por um lugar para ficar é reconstituída, e as crianças tentam quebrar uma piñata cheia de brinquedos e doces. O Natal é um grande festival de verão no Brasil, incluindo piqueniques, fogos de artifício e outras festividades, bem como uma procissão solene de padres à igreja para celebrar a missa da meia-noite.

Em algumas partes de Índia, a árvore de Natal perene é substituída pela árvore de manga ou bambu, e as casas são decoradas com folhas de manga e estrelas de papel. O Natal continua sendo em grande parte um feriado cristão e, por outro lado, não é amplamente observado.

O Japão serve como ilustração de um tipo diferente. Nesse país predominantemente Shintō e budista, os aspectos seculares do feriado - árvores e decorações de Natal, até mesmo o canto de canções de Natal como "Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho" ou "Natal Branco" - são amplamente observados em vez dos aspectos religiosos.



Hillerbrand, Hans J .. "Natal". Encyclopedia Britannica , 25 de outubro de 2021, https://www.britannica.com/topic/Christmas.  Acessado em 24 de dezembro de 2021.


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ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA: DOIS MUNDOS, UM MESMO FASCÍNIO PELO PASSADO

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