domingo, 17 de fevereiro de 2013

OS ALIENÍGENAS ESTÃO CHEGANDO!!!













lmagine se uma nave espacial descesse no quintal da sua casa e dela desembarcasse o ET em pessoa. O ET não, um monte de ET's. O que você faria? Depende do ET, claro! Se ele chegar com jeito de quem quer briga, a gente reage de uma maneira; se vier em paz, reage de outra.


Pois uma cena parecida aconteceu há mais de 500 anos com os nativos de uma pequena ilha do Mar do Caribe. Os ETs chegaram em três estra­nhas naves, impulsionadas por grandes panos brancos que aproveitavam a força do vento. Eram os europeus - mais precisa­mente, os espanhóis - que, afinal, tinham criado coragem para atraves­sar o Oceano Atlântico e ir xeretar o que havia do outro lado. Quando chegaram à pequena ilha do Caribe, em 12 de outubro de 1492, pensa­ram estar nas Índias. Natural. Naque­le tempo, ninguém sabia ainda que existia por aqui um grande continen­te - na verdade, três continentes, as Américas do Norte, do Sul e Central.
Cristovão Colombo


Estavam sujos, barbudos, carre­gavam armas de fogo que os nativos nunca tinham visto. Atendiam aos comandos de um obstinado mari­nheiro italiano, Cristóvão Colombo, que passara boa parte da vida tentan­do convencer um governante qual­quer a financiar seu projeto de che­gar às Índias pelo mar. De tanto insistir ele, afinal, conseguiu fazer a cabeça da rainha da Espanha, Isabel, que lhe entregou três embarcações: a Nina, a Pinta e a Santa Maria.


Naquele 12 de outubro de 1492, ninguém chegou a saber direito o que estava acontecendo. Colombo  tinha certeza de estar nas Índias. A rainha ficou sabendo que suas naves haviam encontrado alguma coisa uns seis meses mais tarde, quando o primeiro navio conseguiu voltar para a Espanha. Então a notícia se espalhou, e começaram a chegar ETs de toda parte para descobrir a América.


Os ingleses bateram mais ao norte, ocuparam o que hoje são os Esta­dos Unidos e foram disputar com os franceses as geladas regiões do Ca­nadá, perto do Pólo Norte. Os portu­gueses tomaram conta do Brasil. Os espanhóis, os primeiros a chegar, ocuparam desde o México até a Ar­gentina, quase até o Pólo Sul.


Ninguém achou especiaria ne­nhuma. Mas todos encontraram ouro, muito ouro, os espanhóis prin­cipalmente. Para levar o ouro, os europeus precisaram lutar com os nativos da América. Como tinham uma civilização em muitos aspectos mais desenvolvida, melhores armas, meios de comunicação mais eficien­tes, além de um insaciável apetite por riquezas; foram vencendo todas as batalhas. Resultado os povos da América, a não ser os muito primiti­vos, que por isso nem chegavam a enfrentá-los, acabaram desapare­cendo. Deles só restam ruínas de cidades, templos, imagens de deu­ses que os arqueólogos guardam com muito carinho. Durante dois sé­culos foi um tal de levar ouro que não acabava mais. Essa riqueza permitiu à Europa, por exemplo, criar as ba­ses para o futuro: grandes fábricas começaram a surgir; o sistema de transportes conheceu enorme de­senvolvimento e o comércio tam­bém evoluiu muito. Graças ao ouro da América, estabeleceu-se um novo sistema econômico que teve grande influência na política e se espalhou pelo mundo todo: o Capitalismo.

 (Fonte: Revista Superinteressante Jovem – setembro de 1991)

QUADRO SINTÉTICO SOBRE COLÔNIA DE POVOAMENTO E COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO


COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO E
COLÔNIAS DE POVOAMENTO



 

 

COLÔNIA DE POVOAMENTO

COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO

·         Economia organizada para atender aos interesses dos colonos, que abandonaram seus países de origem por motivos de perseguição política e religiosa, ou por condições subumanas de sobrevivência.
·         Economia organizada para atender aos interesses das metrópoles.
·         Ocupação territorial para resolver problemas sociais, políticos e econômicos das populações pobres da Europa.
·         Suprir a falta de matérias-primas da metrópole.
·         Situavam nas zonas climáticas temperadas, logo possuíam o mesmo clima e consequentemente os mesmos produtos da metrópoles.
·         Situavam nas zonas climáticas tropicais, logo possuíam clima e produtos diferenciados da metrópole.
·         Economia fundamentada no comércio e na manufatura.
·         Economia fundamentada na extração de metais ou na produção de qualquer gênero agrário de alto valor comercial.
·         Pequenas e médias propriedades.
·         Grandes propriedades (latifúndios).
·         Policultura.
·         Monocultura.
·         Trabalho livre (artesãos, pequenos proprietários, assalariados).
·         Trabalho escravo.

 

UM TEXTO SOBRE A DIVISÃO CONCEITUAL DA IDADE MÉDIA


 


Período compreendido entre o fim do Império Romano do Ocidente (476) e a conquista de Constantinopla pelos turcos (1453). Divide-se em duas fases: Alta Idade Média e Baixa Idade Média.

ALTA IDADE MÉDIA – Estende-se do século V ao XI. A Europa ocidental sofre sucessivas invasões dos povos bárbaros, que se instalam na região rompendo a unidade política do mundo romano. Organizam-se em reinos, conhecidos como reinos bárbaros, dos quais sobressai o dos francos, que dá origem ao Império Carolíngio (751-814). Após a morte de Carlos Magno, o Império se divide e sua porção oriental forma o Sacro Império Romano-Germânico (962). É o período de formação do feudalismo, com a ruralização da economia e a retração do comércio e da vida urbana.



A Igreja promove a cristianização dos povos bárbaros e realiza alianças com as Monarquias feudais, transformando-se também em grande proprietária de terras. É responsável pela preservação da língua latina e da cultura antiga, principalmente por meio da multiplicação dos mosteiros em toda a Europa. Funciona como um elemento de unidade e de estabilidade, com o papa exercendo autoridade sobre todos os cristãos. Essa influência se estende igualmente à arte medieval, dominada pela religiosidade.


Enquanto o Ocidente sofre um processo de fragmentação e ruralização, no mundo oriental surgem Impérios com poder fortemente centralizado: o Império Bizantino e o Império Árabe. Estes procuram expandir seu domínio no Mediterrâneo e mantêm relações comerciais com o Ocidente, especialmente com cidades italianas.


BAIXA IDADE MÉDIA –Estende-se do século XI ao XV. É um período de transformação e crise no feudalismo, que abrem caminho para o capitalismo. As inovações tecnológicas (como o uso do arado de ferro e de moinhos de vento), a diversificação de culturas e a incorporação de novas áreas para o cultivo permitem o desenvolvimento da produção agrícola. Como conseqüência, a população aumenta. Surgem as Cruzadas, que permitem a expansão do cristianismo em direção ao Oriente e a retomada do comércio em larga escala no mar Mediterrâneo.



As cidades (burgos) crescem e multiplicam-se. Seus habitantes, os burgueses, desenvolvem o comércio e o artesanato, organizados em corporações de ofício. Os dois principais pólos de crescimento urbano são o norte da Itália e o do mar do Norte. As cidades italianas (Gênova, Veneza, Milão, Pisa, Amalfi, Florença, Siena e outras) fazem o comércio de especiarias e artigos de luxo com o Oriente através do mar Mediterrâneo. As cidades comerciais do mar do Norte (Brugge, Antuérpia, Amsterdã, Bremen, Hamburgo, Lübeck e as da região de Flandres) recebem em seus portos mercadorias provenientes do mar Báltico e da Rússia. O aumento do volume de trocas obriga os comerciantes a aperfeiçoar os instrumentos de permuta. Criam, então, letras de câmbio, cheques e papéis de crédito. Nas feiras, que se realizam periodicamente em várias cidades da Europa, principalmente na região de Champagne (França), surge o banqueiro, especializado em avaliação e troca de moedas, bem como em empréstimo a juros. A rica burguesia dessas cidades controla o governo e domina a massa da população, constituída de trabalhadores assalariados. A vida urbana é marcada pela liberdade, em contraste com os laços de dependência pessoal que caracterizam as relações feudais.

O século XIV é assinalado por grandes crises que interrompem o crescimento verificado nos 200 anos anteriores. A peste negra dissemina-se por toda a Europa, provocando a morte de cerca de um terço da população. Simultaneamente têm início rebeliões camponesas, a Guerra dos Cem Anos e sucessivas crises da produção agrícola que comprometem o abastecimento da população. A crise manifesta-se também no plano espiritual, com a divisão do papado e a multiplicação dos movimentos considerados heréticos, combatidos pela Inquisição. A tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, marca o fim da Idade Média.


OS EXPLORADORES DOS SERVOS E SUA ORGANIZAÇÃO



COMO SE ORGANIZA A NOBREZA



Além da família real, que detém o poder nos regimes monárquicos, a aristocracia européia criou cinco títulos vitalícios e hereditários, na seguinte ordem hierárquica: duque, marquês, conde, visconde e barão. A base do sistema surgiu junto com o início da Idade Média e o final do Império Romano, no século V, quando a Europa ficou subdividida em vários pequenos reinos. Cada um deles era governado por uma dinastia que, por sua vez, vivia cercada de agregados que formavam uma elite social. Esses primeiros antepassados da chamada fidalguia se distinguiam do resto da população (camponeses e escravos) tanto por laços de parentesco com o rei, quanto por serviços prestados a ele -como resolver litígios e conquistar novas terras para a Coroa. O costume, então, era dividir o patrimônio igualmente entre os herdeiros. "A prática de passar a posse das terras apenas ao primogênito, o verdadeiro embrião da nobreza, só se consolida entre os séculos IX e X", afirma o historiador Carlos Roberto Figueira Nogueira, da Universidade de São Paulo (USP). Esse é o período em que o Império de Carlos Magno (742-814), rei dos francos, e de seus descendentes foi derrubado pelas invasões de hunos e vikings. Com isso, a defesa de cada território e sua comunidade, função primária da realeza, passou para os senhores feudais de cada castelo, aumentando-lhes o poder e disseminando entre eles os títulos de nobreza.





cecília borges

UM RESUMO SOBRE O FEUDALISMO








Feudalismo

A vida econômica e social do homem medieval baseava-se na exploração da TERRA pelos senhores feudais, que submetiam os servos e vilões ao duro trabalho na terra e ao pagamento de uma infinidade de impostos. Essas obrigações e tributos criaram uma rede de relações entre senhores feudais e servos denominadas relações servis de produção.

A vida espiritual, dominada pelo cristianismo, criou certos obstáculos para o desenvolvimento científico e cultural do Homem. A cultura e a ciência tiveram que obedecer às exigências da fé. Resultando um desenvolvimento artístico e científico preocupado em enaltecer a religião.


Origens do Feudalismo


         O Império Romano passou por um prolongado período de crises que o levou ao enfraquecimento interno e a conseqüente conquista das terras romanas pelos povos bárbaros. O trabalho escravo, a principal relação de produção da Antigüidade Clássica, vai aos poucos se desmantelando, o que leva a sociedade romana a uma série de crises:

·        Crise econômica – a formação dos latifúndios (grandes propriedades rurais) e sua concentração nas mãos do Estado (ager publicus) e da aristocracia, deixaram a economia enfraquecida;

·        Crise social – ligada diretamente a crise econômica que deu origem a inúmeras revoltas sociais provocada pela existência de milhares de trabalhadores sem terras, principalmente camponeses e escravos. Esta crise se agravava com a falta de alimentos e a inflação;

·        Crise política – a luta pela tomada do poder, travada entre senado e comandantes militares, foi permanente após o governo de Augusto

·        Crise religiosa – a luta entre o monoteísmo cristão e o politeísmo que predominava no mundo romano. Durante algum tempo, essa luta foi travada entre cristão e bárbaros.

Do desmoronamento formaram-se os reinos bárbaros que invadiam as fronteiras romanas em hordas cada vez maiores.

Um desses reinos foi o vasto Império Carolíngio (de Carlos Magno) que através do Tratado de Verdun (843 d.C.) dividiu este extenso reino entre Carlos, Lotário e Luís, que não conseguiram assegurar o domínio.

Esses reis, precisando de ajuda financeira e militar recorrem aos ricos senhores (condes, marqueses, duques, viscondes, bispos, abades), distribuindo a terra do Estado entre esses senhores.

Os novos proprietários das terras passaram a ter pleno direito sobre elas. Esse direito era recebido ao rei em uma cerimônia chamada investidura.

Nela, o senhor designado dono da terra, tornava-se vassalo do rei. E como tal, jurava fidelidade, pela qual se obrigava a ajudar financeiramente e militarmente o rei, que era seu suserano.

O Vassalo tornava-se também suserano ao dividir sua terra (se muito vasta). Nascendo assim, o sistema de suserania e vassalagem.

Depois disso o senhor recebia do rei o direito de imunidade, que o tornava verdadeiramente um senhor feudal, podendo cobrar impostos, fazer justiça, organizar seu exército particular, a cavalaria feudal, etc.

A economia feudal baseava-se na exploração dos trabalhadores agrícolas (camponeses – servos e vilões) pelos senhores feudais. Essa relação ficou conhecida como servil. Dentre as várias obrigações e impostos dos servos, destacavam-se:

·        As CORVÉIAS – serviços gratuitos que os moradores do feudo faziam durante três a quatro dias por semana nas terras do senhor;

·        Os SERVIÇOS DA HOSTE – obrigação de defender o senhor em caso de guerra;

·        As PORCENTAGENS – impostos cobrados para se poder cruzar pontes e propriedades dos senhores;

·        As APOSENTADORIAS – obrigações de hospedar e alimentar os senhores e sua comitiva durante as viagens;

·        A TALHA – imposto adicional pago quando o senhor precisava de recursos extras (em caso de guerra, por exemplo)

·        A CAPITAÇÃO – taxa per-capita por pessoa masculina.

Os feudos produziam quase tudo que precisavam com exceção do ferro e do sal. A economia feudal tendia, assim, a auto-suficiência.

Tendendo a auto-suficiência, a economia feudal fechou-se a tal ponto, que o velho comércio entre Ocidente e Oriente praticamente desapareceu e, com ele, as moedas e até a maioria das cidades.

A vida econômica urbana, típica do mundo antigo, foi substituída por uma vida eminentemente rural. 



O MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL E AS RELAÇÕES SERVIS DE PRODUÇÃO.







O FEUDALISMO


Introdução



                        Na sociedade escravista as relações de produção eram assim: os meios de produção (terra, instrumentos de trabalho etc.), tal como os Homens, eram propriedade de um senhor. O escravo era considerado como um instrumento. Na Sociedade Escravista o escravo não era diferente do machado ou do boi. Assim, na época do escravismo, as relações que existiam na sociedade eram relações de domínio e de sujeição; um pequeno número de senhores (patrões) explorava ferozmente a massa de escravos privados de todos os direitos.

            Por um tempo, estas relações favoreceram o desenvolvimento das forças produtivas. Através da exploração dos escravos o mundo antigo conheceu um grande desenvolvimento; foi com milhares e milhares de escravos que enormes obras de irrigação, portos e estradas foram construídos na época escravista.

            Mas o modo de produção escravista estava cheio de contradições. Primeiro, a forma de exploração que existia (escravatura) destruía a principal força produtiva da sociedade: os escravos. Estes revoltavam-se muitas vezes contra a exploração feroz que sofriam e não estavam interessados em aumentar a produção, pois nada ganhavam com isso. Como a economia se assentava sobre os escravos feitos na guerra, eram necessárias guerras constantes, que acarretavam enormes despesas. Por outro lado, os camponeses e artesãos arruinavam-se devido a concorrência do trabalho escravo.


            Por isso a grande economia baseada sobre o trabalho escravo foi-se arruinando. A pequena fazenda trabalhada pelo próprio proprietário começou a dar mais rendimento. Os grandes latifúndios começaram a ser divididos em pequenas terras  que eram distribuídas a escravos libertados, que se tornavam agricultores, embora não agricultores livres.  Quer dizer, ficavam com terras para cultivar, mas eram obrigados a pagar ao antigo senhor um imposto em dinheiro ou em gêneros e não podiam abandona-las. Mas se o senhor vendesse a terra eles eram vendidos juntamente com ela.

            Assim, dentro do escravismo, começava a nascer um novo modo de produção, o feudalismo.

            Com o tempo, a contradição entre forças produtivas e as relações de produção da sociedade escravista agravaram-se muito. Estas contradições manifestavam-se por meio de grandes revoltas de escravos. A mais conhecida é a revolta chefiada por Spartacus. Impiedosamente explorados, reduzidos ao desespero, os escravos levantaram-se contra os seus donos. Depois, os camponeses e artesãos livres, explorados pelos grandes  proprietários e pelo Estado escravista, juntaram-se aos escravos.

            As revoltas internas e os ataques vindos de  tribos estrangeiras acabaram por destruir o escravismo e criar uma nova sociedade, a Sociedade Feudal. Esta nasceu, então, das ruínas do império romano afetado internamente pelas diversas crises e externamente pelo ataque de povos estrangeiros


            


Formação, apogeu e declínio do Feudalismo



            Até o século IV d.C., o império romano se estendia por toda a Europa Ocidental, pelo Norte da África e Oriente Médio, abrangendo todo o mundo mediterrâneo.

            A função das províncias romanas era produzir excedentes econômicos para as camadas dominantes em Roma, função essa garantida pela força das legiões. Mas, já a partir do século III, Roma enfrentou uma série de crises, geradas por fatores internos e externos à sociedade romana.

            Quanto aos fatores internos pode-se dizer que, desde o início da expansão romana, houve crises sociais. O aumento da escravidão (base do sistema) provocou nos campos o desemprego dos homens livres, os quais migraram para as cidades, onde viveriam parasitariamente às custas do Estado. Esses homens livres desempregados participaram em Roma, das agitações sociais do final do período republicano. Não só os homens livres desempregados, mas também os escravos e, em outro plano, as províncias oprimidas levantaram-se contra a república romana. Para fazer frente a essa situação político-social já não mais serviam as velhas instituições republicanas. Nascia o império romano.

            O império, rigidamente centralizado, durante os séculos I e II d.C., conseguiu uma relativa estabilização do poder em Roma. Durante esses dois séculos, a produção agrícola aumentou devido ao colonato, introduzido para suprir a relativa escassez de escravos com o fim das guerras de conquista e também para superar a baixa produtividade do trabalho escravo.

            Mas, o que se entende por colonato?

            Os grandes proprietários agrícolas, para aumentar a produtividade de suas terras, passaram a arrendá-las aos lavradores empobrecidos e alguns escravos. Estes, em troca, deveriam trabalhar alguns dias por semana, gratuitamente, nas terras do latifundiário.

            O número de colonos não cessaria de crescer nos séculos seguintes. Juntamente com os escravos, os colonos lutariam contra o domínio dos grandes proprietários de terra, durante o final do império romano, enfraquecendo a classe dominante.

            Vejamos, agora, quais os fatores externos responsáveis pela crise do império.

            As lutas de escravos e colonos e o fortalecimento do poder dos grande proprietários de terra, que usurpavam a autoridade imperial, debilitaram o império romano nos séculos IV e V, facilitando as invasões bárbaras.

            Com as invasões dos godos, ostrogodos, suevos, alanos, visigodos e alamanos, denominados bárbaros pelos romanos por não falarem o latim e habitarem fora das fronteiras do império, as populações deixaram as cidades e refugiaram-se nos campos. Ocorreu uma ruralização da economia da Europa Ocidental: a agricultura tornou-se quase que a única atividade econômica.

            Assim, na Europa Ocidental, surgiram os chamados reinos bárbaros, com economia predominantemente rural e com uma estrutura política descentralizada, sendo o poder dominado pelos senhores de terra, e a autoridade do rei puramente nominal. Nascia o feudalismo.

            No século VIII, quando a sociedade rural ia se difundindo pela Europa, outra série de invasões abalaram essa parte do mundo. Árabes (ao sul), normandos (ao norte), eslavos e magiares (ao leste) invadiram o Ocidente europeu. Dessas invasões, a mais importante foi a dos árabes, os quais, cruzando o Estreito de Gibraltar, alcançaram a Península Ibérica. O ativo comércio do Mediterrâneo, principal via mercantil do antigo império romano, passou a ser monopolizado pelos invasores, e, consequentemente, o Ocidente ruralizou-se ainda mais. Estava consolidado o feudalismo no século IX.



Características do Feudalismo





·       A Servidão ( Relação de Produção Servil)

            A servidão foi o elemento fundamental do feudalismo. Cada senhor ocupava uma grande propriedade rural denominada feudo, o qual era dividido em três partes. A primeira, de grande extensão e chamada “domínio” senhorial, era utilizada por ele próprio ou pelos seus agentes diretos e englobava, no centro, o castelo, o moinho e as oficinas artesanais. A segunda era dividida em parcelas concedidas a camponeses (servos) de condição semi-livre, pois não podiam abandonar o feudo e estavam obrigados à corveia, isto é, a trabalhar gratuitamente, em geral três dias por semana, no domínio senhorial, além de pagar tributos sobre a utilização da terra, dos moinhos, fornos etc. A terceira parte da propriedade senhorial, bosques, pradarias etc.,  era utilizada conjuntamente pelo senhor e pelos servos.




            Embora o senhor fosse o proprietário das terras, o servo tinha a posse, isto é, o usufruto da sua faixa de terra, e também a propriedade dos seguintes meios de produção: arado, enxada e outros. Em troca da concessão de terra, o camponês era obrigado  a produzir um excedente econômico para o senhor, através dos tributos e, principalmente, da corveia, base da relação servil.




            Então, a servidão envolvia a propriedade do senhor sobre a terra e a propriedade limitada do senhor sobre o camponês, Mas por que o servo, além de pagar os tributos normais, ainda trabalhava de graça para o senhor?




            Ora, o senhor tinha a força do seu lado. Ele comandava o exército e aplicava a justiça baseada no direito costumeiro do feudo. Além do mais, a Igreja Católica, instituição que tinha poder sobre toda a Europa Ocidental. dava um caráter divino e eterno a essas relações sociais típicas do feudalismo.


 


·       A economia feudal

            Na Idade Média dizia-se: “Não há terra sem senhor, nem senhor sem terra”. A terra, além de ser fonte de riqueza e poder dos senhores feudais, era também a garantia de subsistência de toda a população medieval. A economia feudal era essencialmente agrícola; cada feudo produzia praticamente tudo o que consumia, desde  produtos agrícolas até artesanais. Os feudos constituíam unidades econômicas praticamente auto-suficientes, não se estabelecendo quase relações econômicas praticamente entre eles.




            Outra característica da economia feudal era que a produção destinava-se ao consumo dos produtores diretos, dos servos e dos seus senhores. Note bem que não estamos dizendo que a economia feudal era natural, ou seja, que não utilizava a moeda. Embora fator secundário, o feudalismo conheceu o comércio e fez uso da moeda. Normalmente cabia aos judeus, elementos marginalizados na estrutura feudal (devido a proibições religiosas, não lhes era permitido o trabalho agrícola ou artesanal), cumprir essas funções.


·         As obrigações feudais



            A economia feudal baseava-se na exploração dos trabalhadores agrícolas (servos e vilões) em relação aos senhores feudais. Dentre as várias obrigações e impostos dos servos, destacam-se:


            * As Banalidades - impostos que os moradores do feudo pagavam em troca do uso do lagar (tanques de produzir azeite e vinho), do forno e do moinho;

            * As Corveias - serviços gratuitos que os moradores do feudo faziam durante três a quatro dias por semana nas terras do senhor;

            * Os Serviços da Hoste - obrigação de defender o senhor em caso de guerra;

            * As Porcentagens - impostos cobrados para se poder cruzar pontes e propriedades dos senhores;

            * As Aposentadorias - obrigações de hospedar e alimentar os senhores e sua comitiva durante as viagens;

            * A Talha -  imposto adicional pago quando o senhor precisava de recursos extras ( em caso de guerra, por exemplo);


            * Capitação - Taxa per-capita por pessoa masculina.






·       As características sociais




            A propriedade condicional ou não-propriedade da terra, o meio de produção mais importante, definia as relações sociais no feudalismo. Dessa forma, os proprietários de terra eram os senhores, e  aqueles  que  tinham a posse, os chamados dependentes.




            Considerando  a  estrutura  social,  a  sociedade  feudal  pode  ser  caracterizada como uma sociedade  estamental.  Estamento  é  uma  camada  social  fechada que possui uma honra social específica.

            Os senhores dividiam-se em dois estamentos: clero, cuja honra social específica era orar pela sociedade feudal, e guerreiros, cuja honra social específica era defender a sociedade. Os dependentes dividiam-se em várias categorias, sendo a principal a de servo da gleba. Este, como vimos, tinha a posse, isto é, o usufruto de uma faixa de terra em troca de determinadas obrigações e serviços compulsórios devido ao senhor.  Sua honra social específica era produzir os bens materiais necessários a sociedade feudal.
        


            Dentre os dependentes, podemos citar ainda os camponeses livres e os escravos. Os primeiros podiam mudar de senhor, caso o tivessem, pois só dependiam do mesmo quanto à proteção militar. A sua tendência foi desaparecer a partir do ano 1.000, quando os senhores apropriaram-se das terras livres. Os escravos, em número reduzido, desapareceram quando a Igreja começou a proibir a escravização de cristãos.


·       As características políticas




            O  que  caracteriza  basicamente  a  estrutura  política  do  feudalismo são as relações de  suserania e vassalagem.  Chamava-se suserano ao senhor feudal que doava benefícios  (terras, castelos ou simples direito de cobrar impostos) a outros senhores, em troca de determinadas obrigações e serviços. Os senhores que recebiam os benefícios eram denominados vassalos. O mais comum era o vassalo receber terras, isto é, um feudo, no  qual  teria  o  controle  da força militar e da aplicação da justiça, baseada no direito costumeiro, o que lhe permitia exigir excedentes produzidos pelos servos.

            O feudalismo era uma extensa rede de suseranias e vassalagens. Um suserano poderia ser vassalo de outro senhor, da mesma forma que o vassalo de alguém poderia ser suserano de outrem. Acima desta teia de relações entre senhores feudais estava o rei. Este era, nominalmente, o proprietário de todas as terras, mas, na verdade, o seu poder real limitava-se ao comando do conjunto dos exércitos senhoriais e a aplicação da justiça costumeira em caso da desavenças entre senhores feudais, pois, ao doar feudo s como benefícios aos seus vassalos, o rei alienava a estes o poder político, econômico e militar. O poder se particularizava porque cada senhor tornava-se a máxima autoridade em seu feudo.





·         As características culturais do feudalismo




            Importante papel político e cultural exerceu, no feudalismo, a Igreja Católica, uma vez que possuía  muitas terras, obtidas através da doação dos fiéis. Enquanto o poder político dos reis ia se dispersando entre os vários senhores feudais, a Igreja mantinha-se  centralizada,  com  poderes  político  (temporal)  e ideológico (espiritual) sobre toda a Europa Ocidental. Os clérigos eram, praticamente, os únicos letrados da Europa; por isso, monopolizavam a educação e a cultura.




            Além do mais, essa foi uma época muito religiosa. O teocentrismo (colocação de Deus e do sobrenatural como centro do universo) dominava a concepção dos homens. O universo e a situação dos indivíduos na economia e sociedade medievais eram encarados como tendo origem  divina. A palavra da Igreja, portanto de Deus, ao lado da força militar dos senhores feudais, garantia a submissão dos servos.





A CRISE DO FEUDALISMO



            As forças produtivas continuaram a se desenvolver na época do feudalismo. Neste período foi inventado o papel, a tipografia e houve grandes progressos na tecelagem. As profissões desenvolveram-se. O trabalho do artesão tornou-se cada vez mais especializado (quer dizer, cada artesão fazia só um certo trabalho). O progresso do artesanato e do comércio fez crescer as cidades. Algumas delas tornaram-se centros mundiais do artesanato e do comércio.


            As relações de produção no modo de produção feudal  baseavam-se na propriedade do senhor sobre a terra e num grande poder sobre o servo. O servo era o indivíduo que cultivava um pedaço de terra cedido pelo proprietário das grandes propriedades, sendo obrigado a pagar ao senhor impostos, rendas e, ainda,  a trabalhar nas terras que o proprietário conservava para si. O senhor não podia matar o servo (no tempo do escravismo podia) mas podia vendê-lo com a terra. Portanto, o servo não era um escravo, tinha o usufruto da terra, ou seja, uma grande parte do que a terra produzia era para ele. O servo trabalhava uma parte do tempo para ele mesmo e a outra para o senhor. Quando criava o produto necessário para a sua subsistência e da sua família, trabalhava para ele próprio. Quando o seu trabalho servia para arranjar produtos para pagar as rendas e os impostos ao senhor e quando ia trabalhar nas terras do senhor fazia um trabalho adicional, ou seja, um trabalho além do necessário para a sua subsistência. Durante o tempo de trabalho adicional o servo criava, pois, um produto de sobra, um sobre produto do qual o senhor se apoderava. Esta forma de exploração dos camponeses é o aspecto principal do feudalismo em todos os povos onde ele existiu.




            Além das propriedades dos senhores feudais, havia outros tipos de propriedade: a dos camponeses que tinham as suas próprias terras e a dos artesãos que eram donos das oficinas, donos dos instrumentos de produção. A produção da pequena propriedade camponesa e a produção dos pequenos artesãos baseava-se no trabalho pessoal e familiar.


            As cidades eram habitadas principalmente por artesãos e mercadores. As cidades estavam debaixo do poder do senhor das terras em que elas se encontravam. A população das cidades (urbana) lutou pela liberdade e, em muitos casos, conseguiu autonomia das cidades em relação aos senhores feudais.




            Nas cidades aperfeiçoaram-se as ferramentas e os processos de transformação das matérias-primas. As profissões especializaram-se. Apareceram novos ramos de produção: fabricação de armas, serralheria, cutelaria, cordoaria. Melhorou-se a fundição de ferro, apareceram os primeiros alto-fornos. As cidades eram grandes mercados, onde se fazia a produção para vender, ou seja, a produção comercial.




            Num determinado momento, as relações de produção feudais começaram a entravar o desenvolvimento das forças produtivas. Nos campos, a exploração aumentava e por isso o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. O crescimento da produtividade do trabalho dos artesãos nas cidades era entravado pelos regulamentos que havia. O desenvolvimento das próprias cidades era impedido pelo feudalismo.




            As relações de produção feudais já não serviam; precisavam ser liquidadas porque o desenvolvimento das forças produtivas pedia novas relações de produção. Na realidade, dentro da cidade feudal começavam a aparecer já as relações de produção capitalistas.

            Vejamos como apareceram se desenvolveram as relações de produção capitalistas ainda dentro do regime feudal.




            No feudalismo, a produção para o mercado ampliou-se cada vez mais. Quer dizer, aumentou o número de produtos fabricados para serem vendidos,. A grande concorrência entre os produtos de mercadorias enriqueceu uns e empobreceu outros. Então, os produtores mais importantes começaram a empregar os camponeses arruinados. Apareceu, assim,  o trabalho assalariado. Deste modo, começaram  a formar-se, pouco a pouco, relações de produção capitalistas.




            Mas o capitalismo nasceu também de outro modo. Os comerciantes que compravam os produtos num lugar e vendiam noutro, começaram a ganhar muito dinheiro e a poder emprestar aos próprios produtores (os camponeses e artesãos) e ainda  a fornecer-lhes matérias-primas. Quer dizer, os produtores começaram a ficar dependentes do capital comercial.

            O capital é o dinheiro e outros bens acumulados que podem reproduzir-se. Quer dizer, podem aumentar. Este aumento é devido ao lucro. E o lucro é devido à exploração da força de trabalho dos trabalhadores.




            Entretanto, o comércio aumentou, estendeu-se, e começou a haver cada vez mais necessidade de produtos para comercializar. O artesanato, baseado na produção individual, não podia satisfazer essas necessidades. apareceu então, a manufatura que substituía as oficinas dos artesãos. Com o dinheiro ganho no comércio, os burgueses (comerciantes das cidades ou outros) começaram a construir grandes fábricas, as manufaturas,  que empregavam muitos artesãos trabalhando de maneira especializada; quer dizer, com tarefas mais divididas para produzir melhor e mais depressa. Portanto, o capital comercial transformou-se em capital industrial. O capital necessário à construção das manufaturas tinha sido ganho no comércio pela nova classe: a BURGUESIA.




            Mas foi principalmente o comércio internacional que forneceu a enorme riqueza que permitiu à burguesia crescer e começar a ficar dona dos meios de produção e aniquilar os pequenos proprietários.

            Foi no período feudal que partiram da Europa expedições para "descobrir" (invadir) outros continentes.




            Os europeus, ao chegarem aos novos continentes, começaram a dominar os povos desses continentes. Começaram a explorar riquezas desses países, a escravizar os povos e a fazer comércio de escravos. Para desenvolver colônias da América iam buscar escravos na África para trabalharem nessas colônias. Portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, holandeses e também árabes, foram os maiores escravistas. Assim, a burguesia, que nascia, acumulou riquezas devido à pilhagem das colônias, aos comércio dos Homens negros, à pirataria, à usura.



            Essas riquezas estão na base do surgimento das manufaturas.

            O desenvolvimento das forças produtivas, provocado pelo aparecimento da manufatura, levou a uma grande contradição entre as forças produtivas e as relações de produção feudais. Com efeito, a manufatura precisava que o operário fosse livre, quer dizer, que se oferecesse livremente para trabalhar, pois havia necessidade deles, pois o feudalismo prendia o servo à terra.




  
          A manufatura tinha necessidade de um mercado internacional, tinha necessidade de trocas entre muitos países; mas, as exigências dos senhores feudais, os impostos que eles cobravam nas fronteiras dos seus feudos e o tipo de economia dos feudos não facilitavam o desenvolvimento do comércio. Tornou-se então necessário substituir as relações de produção feudais pelas relações de produção capitalistas. Isso ocorreu através de numerosas revoluções burguesas em que os servos e os citadinos pobres, guiados pela burguesia, eram a principal força combativa.



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