O Renascimento e a Reforma Protestante mudaram o perfil sócio-cultural da Europa, colocando no jogo um novo e poderoso personagem que havia surgido no fim da Idade Média, a Burguesia. Ao mesmo tempo que ela ajudará os monarcas absolutos subirem ao poder, será ela que puxará a corda da guilhotina para acabar como Absolutismo!
Renascimento
Movimento de renovação
intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando
várias regiões da Europa. Com origem no humanismo, a noção de renascimento diz
respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal de
renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação
humana. A invenção da imprensa contribui para a disseminação de idéias. O
espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de
investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo.
Como conseqüência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de
questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas. O humanismo,
estudo da antiga cultura greco-romana, está na origem do Renascimento e surge
na Itália no século XIV. É favorecido pelo progresso econômico das cidades
italianas, dominadas por uma rica burguesia, interessada nas letras e nas
artes. Seus principais centros são Florença, Veneza e Roma e os primeiros
grandes representantes, Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio
(1313-1375). O humanismo desenvolve-se de modo notável e atinge o apogeu na
Itália, no século XV, em razão de fatores como a proteção dos mecenas (papas,
bispos, reis, príncipes e banqueiros que reúnem obras clássicas, amparam os
estudiosos da literatura grega e latina, fundam bibliotecas e embelezam seus
palácios e igrejas); a fuga dos sábios bizantinos, grandes conhecedores da
cultura clássica, para a Itália e a invenção da imprensa. Seus principais nomes
nesse período são Erasmo de Roterdã (1460-1536) e Thomas Morus (1478-1535). O
Renascimento italiano é favorecido ainda, além dos fatores determinantes do
humanismo, por uma tradição clássica, já que o país abrigou o centro do Império
Romano, e pelo crescimento econômico das cidades italianas. Grandes mestres do
Renascimento italiano são Leonardo da Vinci (1452-1519),Michelangelo
(1475-1564), Rafael (1483-1520), Ticiano (1477-1576) e Tintoretto (1518-1594).
Entre os escritores, destaca-se Maquiavel (1469-1527).
REFORMA
Movimentos
de caráter religioso, político e econômico que surgem na Europa entre 1517 e
1564. Contestam a estrutura e os dogmas da Igreja Católica e rompem com a
unidade do cristianismo, dando origem ao protestantismo. Os reformistas
rejeitam a pretensão da Igreja de ser o único acesso ao mundo religioso e
questionam a supremacia papal.
Os
movimentos reformistas ocorrem paralelamente ao Renascimento à passagem do
feudalismo para o capitalismo e ao fortalecimento das monarquias nacionais
européias. São o resultado da nova visão sobre o homem – ele é o centro do
universo –, dada pelo humanismo. As reformas interessam às monarquias, que
querem acabar com os privilégios da Igreja. O progresso comercial e urbano
também necessita de uma religião afinada com o capitalismo emergente. Os
camponeses, oprimidos, revoltam-se contra o \uldb catolicismojump:GHHG dos
senhores feudais, o que transforma a luta religiosa em luta de classes. Os
movimentos provocam ainda guerras religiosas entre protestantes e católicos,
como a Guerra dos Trinta Anos(1618-1648). Ela começa como um conflito religioso
no interior do Sacro Império Romano-Germânico e logo adquire caráter de disputa
pela hegemonia política na Europa, envolvendo quase todos os países do
continente. O avanço do movimento reformista pela Europa obriga a Igreja
Católica a adotar reformas internas, conhecidas por Contra-Reforma
REFORMA LUTERANA – Em 1517 inicia-se no Sacro Império
Romano-Germânico a reforma do monge Martinho Lutero que defende a fé como forma
de salvação do indivíduo. Lutero é excomungado em 1520. Com o apoio da nobreza,
as idéias de Lutero difundem-se rapidamente. Elas substituem o poder eclesiástico
pelo do Estado, simplificam a liturgia, revogam o celibato clerical e acabam
com o culto às imagens.
REFORMA
ANGLICANA – É promulgada em 1534 pelo rei Henrique VIII, da Inglaterra. O
pretexto é a recusa do papa ao pedido de anulação de seu casamento com Catarina
de Aragão, para que possa desposar Ana Bolena. Na verdade há o interesse da
Monarquia inglesa em submeter a Igreja e tornar o rei a autoridade suprema. A
reforma anglicana consolida-se em 1558, sob o reinado de Elizabeth I
REFORMA
CALVINISTA – Começa em 1534, na França, com as pregações de João Calvino Mais
radical que Lutero, Calvino defende a tese de o homem nascer predestinado à
salvação ou à condenação. Considera-o livre de todas as proibições não
explicitadas nas Escrituras, o que torna as práticas do capitalismo lícitas, em
especial a usura, condenada pela Igreja Católica. O homem deve buscar o lucro
por meio do trabalho e de uma vida regrada – também formas de louvar a Deus.
Absolutismo
Sistema
de governo no qual o poder é concentrado nas mãos do monarca, característico
dos regimes da maioria dos Estados europeus entre os séculos XVII e XVIII. Os
reis controlam a administração do Estado, formam exércitos permanentes, dominam
a padronização monetária e fiscal, procuram estabelecer as fronteiras de seus
países e intervêm na economia nacional por meio de políticas mercantilistas e
coloniais. Também criam uma organização judiciária nacional, a justiça real,
que se sobrepõe ao fragmentado sistema feudal.
A
centralização do poder desenvolve-se a partir da crise do feudalismo. Com o
crescimento comercial, a burguesia tem interesse em disputar o domínio político
com os nobres e apóia a concentração do poder. A Reforma Protestante do século
XVI também colabora para o fortalecimento da autoridade monárquica, pois
enfraquece o poder papal e coloca as igrejas nacionais sob o controle do
soberano. Com a evolução das leis, com base no estudo do direito romano, surgem
teorias que justificam o absolutismo, como as de Nicolau Maquiavel (1469-1527),
Jean Bodin (1530-1595), Jacques Bossuet (1627-1704) e Thomas Hobbes
(1588-1679).
O
Estado absolutista típico é a França de Luís XIV (1638-1715). Conhecido como o
Rei Sol, a ele é atribuída a frase que se torna o emblema do poder absoluto:
"O Estado sou eu". Luís XIV atrai a nobreza para o Palácio de
Versalhes, perto de Paris, onde vive em clima de luxo inédito na história do
Ocidente. Na Inglaterra, no início do século XVI, Henrique VIII, segundo rei da
dinastia Tudor, consegue impor sua autoridade aos nobres com o apoio da
burguesia e assume também o poder religioso. O processo de centralização
completa-se no reinado de sua filha Elizabeth I. No século XVIII surge o
despotismo esclarecido, uma nova maneira de justificar o fortalecimento do
poder real, apoiada pelos filósofos iluministas.
O
processo de extinção do absolutismo na Europa começa na Inglaterra com a
Revolução Gloriosa (1688), que limita a autoridade real com a Declaração de
Direitos (Constituição), assinalando a ascensão da burguesia ao controle do
Estado. Na França, o absolutismo termina com a Revolução Francesa (1789). Nos
outros países europeus, ele vai sendo derrotado com as Revoluções Liberais do
século XIX.
Boa visao com relação a "reforma".
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, volte sempre!
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