FEUDALISMO
A vida econômica e
social do homem medieval baseava-se na exploração da TERRA pelos senhores
feudais, que submetiam os servos e vilões ao duro trabalho na terra e ao
pagamento de uma infinidade de impostos. Essas obrigações e tributos criaram uma
rede de relações entre senhores feudais e servos denominadas relações servis de
produção.
A
vida espiritual, dominada pelo cristianismo, criou certos obstáculos para o
desenvolvimento científico e cultural do Homem. A cultura e a ciência tiveram
que obedecer às exigências da fé. Resultando um desenvolvimento artístico e
científico preocupado em enaltecer a religião.
Origens do Feudalismo
O Império Romano passou por um
prolongado período de crises que o levou ao enfraquecimento interno e a
consequente conquista das terras romanas pelos povos bárbaros. O trabalho
escravo, a principal relação de produção da Antiguidade Clássica, vai aos
poucos se desmantelando, o que leva a sociedade romana a uma série de crises:
Crise econômica – a
formação dos latifúndios (grandes propriedades rurais) e sua concentração nas
mãos do Estado (ager publicus) e da aristocracia, deixaram a economia
enfraquecida;
Crise social –
ligada diretamente a crise econômica que deu origem a inúmeras revoltas sociais
provocada pela existência de milhares de trabalhadores sem terras,
principalmente camponeses e escravos. Esta crise se agravava com a falta de
alimentos e a inflação;
Crise política – a
luta pela tomada do poder, travada entre senado e comandantes militares, foi
permanente após o governo de Augusto
Crise religiosa – a
luta entre o monoteísmo cristão e o politeísmo que predominava no mundo romano.
Durante algum tempo, essa luta foi travada entre cristão e bárbaros.
Do
desmoronamento formaram-se os reinos bárbaros que invadiam as fronteiras
romanas em hordas cada vez maiores.
Um
desses reinos foi o vasto Império Carolíngio (de Carlos Magno) que através do
Tratado de Verdun (843 d.C.) dividiu este extenso reino entre Carlos, Lotário e
Luís, que não conseguiram assegurar o domínio.
Esses
reis, precisando de ajuda financeira e militar recorrem aos ricos senhores
(condes, marqueses, duques, viscondes, bispos, abades), distribuindo a terra do
Estado entre esses senhores.
Os
novos proprietários das terras passaram a ter pleno direito sobre elas. Esse
direito era recebido ao rei em uma cerimônia chamada investidura.
Nela,
o senhor designado dono da terra, tornava-se vassalo do rei. E como tal, jurava
fidelidade, pela qual se obrigava a ajudar financeiramente e militarmente o
rei, que era seu suserano.
O
Vassalo tornava-se também suserano ao dividir sua terra (se muito vasta).
Nascendo assim, o sistema de suserania e vassalagem.
Depois
disso o senhor recebia do rei o direito de imunidade, que o tornava
verdadeiramente um senhor feudal, podendo cobrar impostos, fazer justiça,
organizar seu exército particular, a cavalaria feudal, etc.
A
economia feudal baseava-se na exploração dos trabalhadores agrícolas
(camponeses – servos e vilões) pelos senhores feudais. Essa relação ficou
conhecida como servil. Dentre as várias obrigações e impostos dos servos,
destacavam-se:
·
As CORVÉIAS – serviços gratuitos que os
moradores do feudo faziam durante três a quatro dias por semana nas terras do
senhor;
·
Os SERVIÇOS DA HOSTE – obrigação de defender
o senhor em caso de guerra;
·
As PORCENTAGENS – impostos cobrados para se
poder cruzar pontes e propriedades dos senhores;
·
As APOSENTADORIAS – obrigações de hospedar e
alimentar os senhores e sua comitiva durante as viagens;
·
A TALHA – imposto adicional pago quando o senhor
precisava de recursos extras (em caso de guerra, por exemplo)
·
A CAPITAÇÃO – taxa per-capita por pessoa
masculina.
Os
feudos produziam quase tudo que precisavam com exceção do ferro e do sal. A
economia feudal tendia, assim, a autossuficiência.
Tendendo
a autossuficiência, a economia feudal fechou-se a tal ponto, que o velho
comércio entre Ocidente e Oriente praticamente desapareceu e, com ele, as
moedas e até a maioria das cidades.
A
vida econômica urbana, típica do mundo antigo, foi substituída por uma vida
eminentemente rural.
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